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DIREITO ADMINISTRATIVO I Profº: Atanásio – “atanasio@udc.edu.br” UNIDADE I 1 – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS AO DIREITO ADMINISTRATIVO Constituiçao Federal de 1988 – Artigos 37 ao 43. Legislaçõs infraconstitucionais. Informativos do STF e STJ a) Direito Posto: é aquele direito vigente em um dado momento histórico. b) Direito Interno: é o ramo que se preocupa com as relações internas; ao passo que o Direito Internacional é extraterritório; c) Direito Público: é aquele que disciplina as relações do Estado para a satisfação do interesse público. Portanto, tem por objeto principal a regulação dos interesses da sociedade como um todo, a disciplina das relações entre esta e o Estado, e das relações das entidades e órgãos estatais entre si. Assim, seu objetivo principal é o interesse público, só alcançando as condutas individuais de forma indireta e reflexa1 Outra característica marcante do Direito Público é a desigualdade nas relações jurídicas por ele regidas. Desta feita, os interesses da coletividade devem prevalecer sobre os interesses privados. d) Direito Privado: é aquele direito que disciplina as relações particulares, ou seja, o interesse privado. Ex: contratos entre os particulares. Assim, seu escopo principal é a regulação dos interesses particulares, pois prioriza o convívio das pessoas em sociedade, conjugando uma harmoniosa fruição de seus bens. Ao contrario do Direito Público, este tem como marco a existencia de igualdade jurídica entre os polos das relações por ele regidas. 1.1 – CONCEITO Para Marcelo Alexandrino este conceitua o Direito Administrativo como “o conjunto de regras e princípios aplicáveis à estruturação e ao funcionamento das pessoas e órgãos integrantes da administração pública, às relações entre esta e seus agentes, ao exercício da função administrativa, especialmente às relações com os administrados, e à gestão dos bens públicos, tendo em conta a finalidade geral de bem atender ao interesse público”.2 1 Alexandrino, Marcelo; Vicente Paulo. Direito Administrativo descomplicado. 22ª edição. Revista e atualizada. Rio de Janeiro. Forense; São Paulo: Método, 2014. p. 2 2 Ib dem. p. 3 Já para Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua Direito Administrativo como sendo “o ramo do direito publico que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”3. 1.2 – OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO O Direito Administrativo não é estanque, ou seja, ao longo do tempo inumeras variações podem ocorrer. Logo, é correto afirmar que o seu objeto é o estudo da função administrativa, incluindo o planenjamento, a execução e o controle. Ou seja, é a Administração Pública entendida como função administrativa ou como organização administrativa. 1.3 – TEORIAS OU CRITÉRIOS a) Critério do Serviço Público: para esta teoria o Direto Administrativo estuda o serviço público. Se o Estado fosse comercializar ou industrializar produtos, seria serviço público. Contudo, nem tudo que o Estado faz é serviço público. Essa teoria não é adotada no Brasil. b) Critério do Poder Executivo: segundo o qual o Direito Administrativo só se preocupa com o poder executivo, sua atuação global. Essa teoria não é adotada no Brasil, pois o Direito Administrativo não é só executivo, abrangendo também o Legislativo e o Judiciário. c) Critério das Relações Jurídicas: para esta teoria, o Direito Administrativo se preocupa com todas as relações jurídicas do Estado. Essa teoria não é adotada no Brasil, uma vez que nem toda relação jurídica se aplica ao Direito Administrativo. d) Critério Teleológico: o Direito Administrativo é um conjunto de regras e princípios. e) Critério Residual ou Negativo: Retira-se a função legislativa e o resto é Direito Administrativo. Trabalha por exclusão. f) Critério da Administração Pública: esse é o mais adotado, introduzido por Helly Lopes Meirelles. Somam-se os três critérios anteriores e chega-se à seguinte conclusão: O Direito Administrativo é um conjunto de regras e princípios que disciplinam os órgãos, seus agentes e a atividade administrativa, não importando o poder que exercem (Executivo, Legislativo ou Judiciário), disciplinando e realizando de forma direta, concreta e imediata os fins desejados pelo Estado. 1.4 – FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO a) LEI: em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo. Refere-se a qualquer espécie normativa, abrangendo desde a Constituição até os regulamentos executivos. Todos os atos da 3 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25ª edição. São Paulo. Editora Atlas, 2012. p.43 Administração Pública devem ser de acordo com a Lei. Se o ato for incompatível com uma lei, ele será ilegal. LEMBRE-SE! A pessoa comum pode fazer tudo que a Lei não proíbe (tudo que não é proibido é permitido)! Já a Administração Pública SÓ pode fazer aquilo que a Lei expressamente permite. b) DOUTRINA: são os livros, o resultado do trabalho de estudiosos. Influi não só na elaboração da Lei, mas também na elaboração de decisões. c) JURISPRUDÊNCIA: são julgamentos proferidos pelos Tribunais, possuindo o mesmo sentido. A jurisprudência é apenas uma orientação de como os demais tribunais julgam a matéria, podendo haver jurisprudências divergentes entre dois ou mais tribunais, ou então mudar conforme o tempo. d) COSTUMES: são práticas e usos reiterados de relevância jurídica e conteúdo lícito. e) PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO: são princípios básicos que norteiam o Direito. Podem ser expressos ou implícitos. 1.5 – SISTEMAS ADMINISTRATIVOS a) Contencioso Administrativo: denominado de sistema Frances ou de dualidade de jurisdição, preconiza que os atos praticados pela Administração só por ela podem ser revistos. Assim, veda-se o conhecimento pelo Poder Judiciário de atos da Administração Pública, configura-se a chamada jurisdição especial do contencioso administrativo (tribunais administrativos). Esse sistema é adotado em países como a França. A Emenda Constitucional nº 7 de 1977 tentou introduzir esse sistema no Brasil, não sendo aceita. No sistema do contencioso administrativo, o Poder Judiciário só poderá intervir quando: I) tratar-se de atividade pública de caráter privado (ex: contrato de locação privado); II) quanto tratar-se do estado civil ou capacidade das pessoas; III) quando tratar-se de propriedade privada e repressão penal. b) Jurisdição Única: também chamado de sistema Inglês ou de unicidade de Jurisdição. Nele, a última palavra é do Judiciário, ainda que a Administração Pública possa julgar seus atos, aplicando no caso concreto a decisão definitiva. Importante frisar que a jurisdição única não implica a vedação à existência de solução de litígios em âmbito administrativo. Porém, a decisão administrativa é reversível pelo Judiciário quando viola dispositivo da lei. Este é o sistema adotado no Brasil em que todos os litígios administrativos ou que envolvam interesses exclusivamente privados podem ser submetidos à apreciação do Judiciário, ao qual é atribuída a função de dizer, em caráter definitivo o direito aplicável ao caso concreto. O fundamento é o princípio da inafastabilidade de jurisdição expresso no artigo 5º, inciso XXXV da CF/88. Importante salientar que o controle da legalidade administrativa quando exercido pelo Judiciário, não significa retirar da Administração Pública o poder de controlar seus própriosatos. Portanto, no Brasil, temos órgãos administrativos que decidem litígios de natureza administrativa. A diferença é que os litígios decididos não fazem coisa julgada em sentido próprio, ficando sujeitos à decisão do Poder Judiciário quando provocado. Logo, este é o sistema adotado no Brasil. 1.6 – ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO. ATENÇÃO! As três palavras NÃO são sinônimas! a) ESTADO: é a pessoa jurídica com personalidade jurídica. Logo, é sujeito de direitos e obrigações. Antigamente, dizia-se que o Estado tinha duas personalidades – privada e pública. Atualmente essa posição não é mais admitida. O Estado será sempre pessoa jurídica de direito público. Enquanto pessoa jurídica, o Estado possui três elementos, quais sejam: I) Povo; II) Território; III) Governo Soberano. b) GOVERNO: é o comando do Estado. O Governo é soberano quando é independente na ordem internacional e possui supremacia na ordem interna. Os poderes do Governo são três: Legislativo, Executivo e Judiciário. c) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: No critério formal, subjetivo ou orgânico, são os órgãos, pessoas jurídicas e agentes que no nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importando a atividade que exercem desde que desempenhem funções administrativas. É a Administração. O Brasil adota o critério formal de administração publica. Já no critério material, objetivo ou funcional, a Administração pública representa o conjunto de atividades que desempenham, ou seja, próprias da função administrativa. Como exemplos de atividades próprias da administração pública temos: Os serviços públicos, a polícia administrativa e as modalidades intervencionistas do Estado na propriedade privada. Boa reflexão!!!
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