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Estudo de caso - SALIM (Psicologia do Desenvolvimento: Ciclo Vital)

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UNIVERSIDADE PAULISTA DE CAMPINAS - UNIP
SITUAÇÃO PROBLEMA: CASO SALIM
CAMPINAS - SWIFT
2017
ALINE SUELLEN R.A: D179FI7
DANIELE CRISTINA SILVEIRA R.A: D203IJ5
FELIPPE L. B. CURY FONSECA R.A: N194235
JÚLIA JHEMILLY DE CARVALHO SILVA R.A: N1280H8
MAIRA LUIZA DA SILVA MOITINHO R.A: D28IBD4
SITUAÇÃO PROBLEMA: CASO SALIM 
Relatório de reflexão sobre uma situação problema apresentado à disciplina Psicologia do Desenvolvimento: Ciclo Vital do curso de Psicologia sob orientação Profa. Fabiana Marques Bartnik
CAMPINAS - SWIFT
2017 
SUMÁRIO
	1 INTRODUÇÃO ............................................................................................
	04
	2 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO................................................................
	06
	3 SITUAÇÃO PROBLEMA.............................................................................
	14
	4 REFLEXÃO..................................................................................................
	16
	5 CONCLUSÃO .............................................................................................
	17
	6 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA.................................................................
	18
1
 INTRODUÇÃO 
O estudo a seguir é baseado em um caso de um menino que apresenta comportamento inadequado, como se mostrar autoritário, tanto com os pais quanto com os amigos, dificuldade de aprendizagem em matemática e português, além de apresentar um problema fonológico.
Para dar continuidade ao trabalho e entender o que poderá estar acontecendo com Salim, partiremos do conceito de infância e como os pais e a criança, geralmente, se comportam nas idades correspondentes a de Salim, sendo três e oito anos.
A infância é um período onde há grande desenvolvimento da criança e os pais são os principais modelos e com quem elas aprendem. A principal atividade das crianças são as brincadeiras, as quais são responsáveis por estimular o desenvolvimento do intelecto infantil, a coordenação motora e diversos outros aspectos importantes ao desenvolvimento pleno da criança.
A criança na faixa etária de três a quatro anos, começa a desenvolver os aspectos básicos de responsabilidade e de independência, preparando a criança para o próximo estágio da infância e os anos iniciais de escola. As crianças desta faixa etária são altamente ativas em geral, constantemente explorando o mundo à sua volta.
A criança já compreende melhor o mundo à sua volta, tornando-se gradualmente menos egocêntrica e melhor compreendendo que suas ações podem afetar as pessoas próximas. Assim sendo, as crianças gradualmente aprendem sobre a existência de padrões de comportamentos, ações que podem ou devem ser feitas, e ações que não devem ser feitas. Os pais da criança são os principais modelos para a criança nesta faixa etária. Geralmente determinam se uma dada ação da criança foi boa ou má, muitas vezes recompensando a criança pelas suas boas ações e castigando - a pelas suas más ações.
O período entre cinco a nove anos de idade é marcado pelo desenvolvimento psicológico da criança. Esta continua a se desenvolver fisicamente, lenta e gradualmente, mas acima de tudo elas se desenvolvem e amadurecem socialmente, emocionalmente e mentalmente.
Na maioria das sociedades, as crianças já aprenderam regras e padrões de comportamento básicos da sociedade por volta do quinto ano de vida. Elas aprendem então a discernir se uma dada ação é certa ou errada. A vida social da criança passa a ser cada vez mais importante.
Os pais de uma criança possuem um papel fundamental no desenvolvimento psicológico da mesma, além de serem os responsáveis pela sustentação dela. São especialmente responsáveis em cuidar de seus filhos bem como de suas necessidades físico-psicológicas, e em muitos casos onde há omissão dos pais em termos de afeto e relacionamento as crianças podem desenvolver sérios problemas emocionais.
Muito se debate hoje em dia, sobre a questão de divórcio, no qual deve haver um olhar mais amplo para a estrutura de famílias que possuem filhos, levando em consideração as consequências que podem acarretar para as crianças.
O estudo científico do caso Salim apresentará um desenvolvimento teórico buscando explicar a razão das atitudes desenvolvidas pelo menino relacionando com a separação dos pais. Para essas análises, foram utilizados conhecimentos adquiridos nas aulas, aderindo estudos de teorias e compreensão de livros das autoras: Helen Bee, Diane Papalia, Ana Bock e artigos científicos retirados da base SCIELO e outras fontes.
2 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
O sono é um processo fisiológico dinâmico e ativo, o qual possui grande impacto em vários aspectos da saúde, das funções corporais e do desenvolvimento. 
Ensinar a criança que durma sozinha, teoricamente, é o mesmo que ensinar-lhe a vestir-se, amarrar os sapatos. O sono, assim como essas atividades é um hábito, e deve ser orientado desde o princípio. Um bebê recém-nascido demanda de muitos cuidados e atenção, sendo natural que os pais o coloquem para dormir no quarto com eles, o que facilita também na hora de amamentar. É uma fase de adaptação, onde a mãe e o bebê estão conhecendo um ao outro, e a mãe, por sua vez, tenta se adaptar a todas as necessidades de seu filho.
Para a criança, é muito importante que ela possa dormir em sua própria cama em seu quarto, mesmo que seja dividido com seus irmãos. Ela precisa de um lugar de intimidade com seus objetos, seu espaço delimitado separado de seus pais. É necessário ensinar às crianças noções de privacidade desde a idade menor. Quando ainda é um bebê, pode-se fazer algumas concessões, mas a partir dos 3 anos de idade, dormir com os pais pode fazer com que a criança não desenvolva sua individualidade nem a segurança em si mesma. Pode converter-se em uma criança dependente e insegura. 
A pediatra Márcia Pradella-Hallinan, coordenadora do setor de pediatria do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), faz algumas ressalvas. "A divisão da cama pode restringir os movimentos do bebê." Além disso, o pediatra Mauro Borghi, do Hospital São Luis (SP) diz que se pode machucar ou até sufocar a criança. "É contraindicado em qualquer idade". O que também preocupa os especialistas são os danos ao desenvolvimento emocional das crianças, pois pode deixa-las dependentes”.
Desde Freud sabemos que há sexualidade infantil e que essa sexualidade passa por fases, onde a criança descobre seu corpo e o prazer que pode obter dele. Ao deitar-se constantemente com um adulto, o mesmo influencia nessa sexualidade, com a proximidade demasiada do corpo da criança com o corpo do adulto podemos ter certeza de algumas consequências — que vão desde insegurança, alterações alimentares e de qualidade de sono até sentimentos de incapacidade, angustia ou fobias. Ao ser mantida no lugar que não é dela, o lugar da cama que deveria ser do parceiro afetivo do progenitor, a criança é incumbida, inconscientemente, de ser um parceiro numa posição diferente ao de filho. Vê-se no lugar de seu pai ou de sua mãe e angustia-se pela impossibilidade de ser.
É impossível para a criança ser o adulto que ocupa a outra metade da cama. 
Sabe-se que a criança, em determinado momento de sua infância, identifica-se com um dos progenitores. Consegue resolver suas inquietações quanto ao amor despedido hora para um, hora para outro de seus pais. Identifica-se com ser homem ou ser mulher. Como fazê-lo se está ocupando antes mesmo de sair desse conflito, o lugar designado, na cama, de ser esse homem ou essa mulher? 
Mais grave ainda quando a criança já é um pré-púbere. Como amar outra mulher se ocupo o lugar de um homem na cama de minha mãe? O pré-adolescente que se encontra ainda na cama de seus pais, além de infantilizado, também se vê proibido de amar outro que não esteja no triângulo entre ele e seus pais. Muitos pais se tornam dependentes
da estada do filho em suas camas. Causando-lhes fortes dores psíquicas. Tornando-os escravos de uma infância a serviço do desejo do outro. Esses pais desfazem de suas atividades sexuais. Um ciclo de dependência e angustia se criam.
A criança ainda pode se sentir tão poderosa a ponto de nortear a vida da família. Nessa fase, ela vive em meio a um processo de transformação em busca da independência. “Sua majestade o bebê” pode tudo. Mesmo sem possuir o desenvolvimento supremo da sua memória, não aceita ser totalmente controlado, impondo o autocontrole. Decidir o que come, aonde vai, o que compra e inclusive quando seus pais terão intimidade, e se terão. O quarto e a cama de seus pais também serão seu reino e sua coroa.
Na segunda infância, segundo Papalia (2009, p.252) as crianças são egocêntricas, ou seja, elas ainda acreditam que o universo se centraliza nelas, mesmo com o aumento a compreensão do ponto de vista das outras pessoas. 
De acordo com o desenvolvimento de personalidade, Bee (1996, p.261) explica as principais visões alternativas da personalidade, e uma delas é a teoria de explicações biológicas, focadas em possíveis causas genéticas de diferenças individuais na personalidade. Aprofundando mais nesta teoria e prosseguindo com a leitura da autora mencionada, hipotetiza-se o caso da autoridade de Salim sobre seus pais em busca-lo na escola com seu temperamento, no qual possui abordagem biológica. 
A maioria dos teóricos considera o temperamento como um subconjunto ou uma porção de traços de personalidade tendo a ver com o nível de reatividade emocional do sujeito e com seu modo de interagir com as pessoas que o cercam. Concluímos que o termo demostra como a criança reage e não o que ela é capaz de fazer ou por quê. Embora o estudo do temperamento tem sido muito discutido na psicologia desenvolvimental, não chegaram a conclusão sobre exatamente quais aspectos do comportamento dos bebês ou das crianças representam as diferenças temperamentais básicas, entretanto as dimensões do temperamento possuem três teorias atuais muito influentes (BEE, 1996).
Conforme Bee (1996, p.262) apesar dessas disputas sobre como, exatamente, o temperamento deve ser definido, esses teóricos compartilham uma série de suposições básicas, que possa colocar como uma série de proposições. Cada indivíduo nasce com padrões característicos de resposta ao ambiente e ás outras pessoas. Os teóricos do temperamento dizem que nós temos "disposições comportamentais" individuais e compartilhadas para reagir aos estímulos de determinadas maneiras. A maioria dos teóricos do temperamento supõe que esses padrões individuais têm origens genéticas, embora alguns também enfatizem variações no ambiente pré-natal, suspeitamos que o caso do garoto se identifique com essa proposição básica.
Apesar de impor limites ser uma tarefa por vezes desgastante e cansativa, já que exige repetição e paciência, é fundamental para promover a capacidade de autocontrole da criança, na medida em que a ajuda a estabelecer os seus próprios limites. Se os pais estabelecerem limites firmes, mas carinhosos desde os primeiros anos de vida, ajudarão também a criança a reconhecer os seus sentimentos e aquilo que lhes está subjacente, a ter a percepção dos sentimentos dos outros, a desenvolver um sentido de justiça e ainda a descobrir a alegria de dar e até de fazer sacrifícios em prol do bem-estar dos outros.
Segundo Selma Fraiberg, perita em desenvolvimento infantil, "uma criança sem disciplina é uma criança que não se sente amada". Por esta razão, enfrente o autoritarismo dos seus filhos com determinação, pois só desta maneira estará a ajuda-los a crescer de uma forma saudável.
Educar os filhos significa ensiná-los a crescer, a decidir, a escolher, e prepará-los para que saibam viver e se virar em diferentes tipos de situação. O que acontece é que muitas vezes erramos na nossa forma de educar. Alguns pais exageram e acabam protegendo demais aos seus filhos. Erram porque dão tudo, materialmente falando, às suas crianças e esquecem-se de ensiná-los a valorizar o que têm. Tentam dar tudo ao filho para compensar as horas que não podem estar com ele, é como se quisessem compensar a sua ausência com diversos presentes, quando o que o seu filho necessita é curtir um momento em família, com os pais, conversar, rir, brincar, compartilhar abraços, beijos, e principalmente atenção. A criança necessita sentir-se querida, atendida e considerada. Ela necessita de afeto, de carinho, de amor, de paciência, tolerância, participar da vida dos pais e sentir que faz parte de uma família. 
O exemplo dos pais é a melhor educação para os filhos. As crianças aprendem mais com as atitudes e o comportamento do que com as palavras dos pais. Os pais são a primeira referência comportamental da criança, portanto é comum que copiem deles não só o falar e andar, como também atitudes e hábitos de vida. O exemplo vivo acontece e é algo muito importante, e os pais devem estar conscientes de quais valores querem passar para os filhos, pois se tornam a uma direção, mesmo sem ter intuição ou consciência disso. E essa direção acontece também no silêncio, na pura observação da criança.
As crianças em idade pré-escolar parecem ser as mais atingidas aos efeitos negativos da separação, porque seu desenvolvimento cognitivo ainda não lhes permite compreender o que está acontecendo. Estudos comprovam que em muitos casos, o rendimento escolar é prejudicado e surgem problemas de comportamento em casa e na escola, torna-se impulsiva, desrespeitando as regras familiares, ao mesmo tempo em que demonstra maior dependência e ansiedade, como acontece em alguns aspectos citados, com Salim. 
A atuação a adaptação de uma criança ao divórcio tem influencias a idade ou a maturidade, o sexo, o temperamento e a adaptação psicológica e social da criança que são mais ansiosas em relação ao divórcio, têm uma percepção menos realista da causa e tendem culparem a si mesmas. Mas podem adaptar-se mais rapidamente do que crianças com mais idade, que compreendem melhor o que está acontecendo (PAPALIA, 2006). 
Como norma o divórcio é traumático para as crianças, porém, em alguns casos o divórcio como trauma pode ser suavizado ou abreviado, até como um alívio por conta de vários fatores, desde quando os relacionamentos têm mais pontos negativos que afetam a criança do que positivos, além disso, a fatores socioculturais (aceitação do divórcio pela sociedade, convivência com outras crianças na mesma situação, etc.) que ajudam a amenizar o trauma. 
Quando a criança é muito nova como, por exemplo, entre bebês, o divórcio dos pais é um dos vários traumas que podem fazer com que um bebê que anteriormente tinha apego seguro por ambos os pais desenvolva apego inseguro por um deles ou por ambos. As crianças são provavelmente afetadas por uma grande quantidade de fatores relacionados ao divórcio como conflito parental, pobreza, rupturas na rotina diária, envolvimento do genitor que não possui a guarda, entre outros conflitos que podem ser gerados. Por exemplo, a criança pode se imaginar como responsável ou culpada pela separação, pode por conta do afastamento não se sentir gostada pelo pai menos frequente, ou quando um dos genitores constitui nova família ela pode se imaginar menos amada do que esses novos irmãos. Nos primeiros anos depois de um divórcio, as crianças costumam apresentar declínios no desempenho escolar e um comportamento mais agressivo, intransigente, negativo ou deprimido. No caso do Salim ele já apresentava alguns desses conflitos como dificuldades escolares e comportamento autoritário e um divórcio pode ser um agravante ou potencializar tais conflitos. 
Crianças em idade escolar são sensíveis às pressões dos pais e aos conflitos de lealdade, podendo temer o abandono e a rejeição. Os meninos geralmente têm mais dificuldade para se adaptar, como o caso de Salim - um menino em idade escolar que desenvolveu algumas características, podendo se justificar pelo fato dos pais estarem se separando.
O perfil do garoto
apresenta dificuldades como problema em compreender situações matemáticas, troca de letras em português, gagueja ao ler e outros aspectos referente à educação. Tais particularidades concebidas são explicadas de acordo com Papalia (2006) como deficiências de aprendizagem, nas quais podem ser classificadas como dislexia com transtornos que interferem em aspectos específicos do desempenho escolar, o qual resulta inferior ao que se esperaria considerando-se a idade, a inteligência e o nível de instrução de uma criança. As deficiências de aprendizagem podem ter efeitos psicológicos na autoestima, bem como no boletim escolar. Crianças com dislexia têm problemas de leitura. Embora as crianças disléxicas possam ser ensinadas a ler através de treinamento fonológico sistemático, o processo nunca se torna automático, como ocorre com a maioria dos leitores. As deficiências matemáticas envolvem dificuldade para contar, para comparar números, para calcular e para recordar fatos aritméticos básicos. Cada uma dessas atividades pode envolver deficiências distintas. 
Em entrevista, Dráuzio questiona Fernanda Papaterra Limongi que é fonoaudióloga, formada pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e com pós-graduação na University of North Dakota, EUA. As perguntas sobre desordem na infância, mas especificamente sobre crianças que gaguejam é explicada pelo fato de as crianças podem apresentar uma disfluência fisiológica, por não dominarem o vocabulário necessário para dizer tudo o que querem, estão ansiosas ou brigando pela atenção dos pais. A gagueira deve ser motivo de preocupação para os pais quando a criança está consciente da dificuldade e luta para falar. Para Vigotski, que é citado no livro “Psicologias- Uma introdução ao Estudo de Psicologia” de Ana Bock, ele diz que a aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas. A relação do indivíduo com o mundo está sempre mediada pelo outro. Não há como aprender e apreender o mundo se não tivermos o outro, aquele que nos fornece os significados que permitem pensar o mundo a nossa volta, o psicólogo defende a ideia de que não há um desenvolvimento pronto e previsto dentro de nós que vai se atualizando conforme o tempo passa ou recebemos influência externa. A aprendizagem é, portanto, um processo essencialmente social, que ocorre na interação com os adultos e os colegas e a escola, é o lugar privilegiado para essa estimulação de construção da humanidade. 
Segundo Bock (1999, p.368) não podemos nos esquecer de que a família — lugar reconhecido como de procriação — é responsável pela sobrevivência física e psíquica das crianças, onde ocorrem os primeiros aprendizados dos hábitos e costumes da cultura. Exemplo: o aprendizado da língua, marca da identidade cultural e ferramenta imprescindível para que o indivíduo se aproprie do mundo à sua volta e desenvolvimento físico, psíquico e social. O fato de a desconfiguração familiar interferir na aprendizagem da criança, visto que o lado afetivo da mesma deve estar bem, para ajudar a atingir e desenvolver o cognitivo, ou seja, com a figura de família desestruturada a criança passa a ter sentimento de perda, em relação aos demais colegas. Diante disso todo o meio em que das crianças desenvolvem suas experiências de vida são influencias para seu aprendizado.
Outro caso notável de Salim é por ele ser uma criança superprotegida, na qual ainda dorme na cama dos pais e exige bastante atenção dos mesmos já em idade de ir para a escola. Em geral, esse tipo de criança também apresenta dificuldades na motricidade e mesmo não nascendo deficiente podem se tornar “deficitário” por falta de estimulação e uma boa estruturação com fatores emocionais deixando-o apreensivo, inseguro, temeroso, disperso e infeliz. 
Como a criança de oito anos exige das outras pessoas uma total atenção, é conveniente que os pais tenham planos bem definidos para aliviar a pressão exercida sobre eles por uma criança desta idade. A escola desempenha um papel importante nesse alívio. As experiências novas aprendidas na escola são avidamente assimiladas e ajudam a alargar o campo de visão da criança. A competição com as outras crianças é espontânea e estimula-a a dedicar-se seriamente a uma tarefa. Embora em algumas situações a criança possa ser autoritária, pode também, sob vigilância, utilizar essa tendência para o mando ajudando outra criança que precise de atenção individual. As suas brincadeiras, depois de ter voltado da escola, precisam igualmente de certa vigilância. A presença de uma criança mais velha pode proporcionar-lhe nesse momento uma combinação benéfica de estímulo e supervisão.
Os oitos anos são a idade em que os amigos “verdadeiros” começam a ter o seu papel na vida da criança. A escola torna-se importante porque os amigos estão lá. Em geral, esses amigos são do mesmo sexo que ela. As relações entre amigos podem ser muito estreitas e exigentes, qualquer coisa parecida com as relações entre mãe e filho: entre dois amigos há muita discussão, muita discordância, muitas ocasiões de “ficarem furiosos” um com o outro. Aos olhos da criança de oito anos, começa a ter mais importância a qualidade de relações entre dois amigos do que simplesmente as brincadeiras que tenham em comum.
As fortes amizades ocorrem mais frequentemente entre duas crianças da mesma idade, mas bom número de crianças de oito anos brinca melhor com outras crianças mais velhas. A criança desta idade tem tendência a admirar uma criança mais velha, de onze ou doze anos, e essa criança mais velha, por seu turno, de ser vaiada ou maltratada. Algumas crianças de oito anos, que antes tinham tido sérias dificuldades em aproximar-se das outras crianças, podem fazer agora umas tentativas hesitantes para atrair outra criança ao seu convívio.
Há uma tendência maior que anteriormente, entre as crianças, para se verificarem períodos mais longos de recreio e jogos relativamente pacíficos, apenas com ligeiros desentendimentos verbais. No entanto, qualquer sessão de jogo não vigiada acaba muitas vezes em desavenças
ou com a saída mal-humorada de pelo menos um dos participantes. Apesar disso, a criança de oito anos é um elemento assíduo dos jogos de grupo da vizinhança, incluindo o beisebol e o brincar de esconde-esconde. Algumas crianças desta idade são repetidas vezes tratadas como bodes expiatórios pelo resto do grupo, mas outras libertam-se dessa sujeição por sua própria iniciativa.
Os oito anos assinalam o começo de uma mudança bem definida na escolha do sexo dos companheiros de jogo. Meninos e meninas principiam agora a separar-se um dos outros nos seus recreios. Em geral, são as meninas as primeiras a desligar-se dos meninos e a tomar consciência dessa separação tem normalmente o caráter de um afastamento discreto. Os meninos, quando tomam consciência de que uma separação é necessária, mostram-se frequentemente arrogantes e grosseiros na exclusão das meninas.
A criança gosta de discutir. Tem uma aguda percepção dos enganos alheios, em especial dos da mãe, mas também faz a sua autocrítica e é capaz de dizer. Tem consciência de que os outros porem intrometer-se e, por isso, coloca-se na defensiva.
 
3 SITUAÇÃO PROBLEMA 
2.1 Conceito DE LIDERANÇA
Salomão e Romana vão à sua procura para tentar resolver um problema prático com seu filho Salim que tem atualmente 8 anos. O casal resolveu se separar e busca uma orientação sobre o filho, pois têm dúvidas se ele conseguirá aceitar esse momento. Para poder orientá-los, você necessita saber algumas informações sobre como foi o desenvolvimento da criança até aquele momento, para conhece-lo melhor. Os pais contam que aos três anos Salim, sempre que possível buscava dormir na cama com eles. Para isso ele insistia muito, com suplícios e soluços. Após 3 ou 4 noites, os pais cediam, pois acabavam com pena da criança. Quando não cediam, ele dormia no próprio quarto, mas ao longo da madrugada, Salim mudava-se para a cama dos pais, entre os dois e os mesmos, muito sonolentos, nada faziam. 
Aos 5 anos ele começou
a frequentar a escola. Todos os dias selecionava quem ia busca-lo: ora a mãe, ora o pai. E se caso os pais trocavam na hora de pega-lo, ele armava um gritaria na porta da escola e não queria ir embora para casa enquanto a pessoa desejada não chegasse. As professoras e a direção da escola achavam tudo muito estranho, pois no dia-a-dia das atividades ele se saia muito bem. 
O casal sempre deu todos os presentes que o filho solicitava. Agora com a separação sabem que o padrão econômico de vida de ambos irá ser reduzido pela metade e com isso estão preocupados em não poder atender todas as necessidades do filho. E há uma grande probabilidade de Salomão ser transferido de cidade, sendo essa uma das principais razões da separação, pois Romana não quer abandonar os pais a quem dedica boa parte do seu tempo, mesmo estes não tendo nenhum problema.
 Atualmente, Salim está no 3º ano do ensino fundamental, mas a coordenação da escola já comunicou que se ele não se dedicar mais, provavelmente será retido, já que no ano anterior foi aprovado pelo conselho de classe que considerou as dificuldades dos pais na sua educação. Vem apresentando problemas em matemática (não consegue compreender multiplicação e divisão) e em português troca letras e na escrita troca “p com q” e “b com d”. Quando vai ler algo em sala, gagueja e troca também algumas letras. 
Possui alguns amigos, mas nas brincadeiras é ele quem sempre determina as regras. Quando alguma criança propõe algo diferente, ele afirma que essa não é a forma correta, que deve ser outro jogo e ele não quer. 
2.1 Conceito DE LIDERANÇA
4 REFLEXÃO
 O caso do garoto Salim e seus pais é algo bastante comum em muitas famílias nos seus cotidianos. Na visão de muitos na sociedade sabemos que o caso seria tratado com o senso comum, ou seja, conhecimento adquirido pelo homem partir de experiências, vivências e observações do mundo. Ouviríamos frases do gênero: “ esse garoto é mimado” “ele precisa de palmadas” entre outras “justificativas”. Entretanto, sabemos que os pais do menino foram à procura de ajuda profissional, levando o caso para uma clínica de psicólogo, e o dever desse profissional é entender o caso com base cientifica para buscar possíveis soluções.
Com todo conteúdo visto e as pesquisas realizadas através de livros e artigos científicos verificamos da primeira até a terceira infância, onde Salim já nos dava informações sobre possíveis problemas. Essas informações ficaram mais interessantes com o passar dos anos, onde o garoto começou a frequentar a escola e passou a demonstrar atitudes estranhas como disseram as próprias professoras e diretora da instituição, além dos problemas didáticos e fonoaudiológicos que surgem nessa época escolar. Lembrando que, o principal motivo para buscar ajuda do psicólogo tem a ver com o divórcio, onde verificamos com o desenvolvimento deste trabalho, que a família e o divórcio tem fundamental influencia na contribuição na formação da criança. 
Os pais vivem em um momento difícil como um casal devido a escolhas de suas vidas e que infelizmente tem consequência na vida do seu filho. O que pretendemos com essa situação é que os pais estejam cientes do trabalho que terão que desenvolver com o garoto Salim e até com eles mesmo. E como futuros psicólogos (as) temos de ajudar quem nos procura com base teórica, cientificas com fundamentos para encarar a vida do próximo com ética e profissionalismo, deixando o conceito de senso comum só para sociedade.
5 CONCLUSÃO
Com o presente trabalho pudemos notar que, as dificuldades de Salim vieram se desenvolvendo antes mesmo do divórcio dos pais. Algumas atitudes da criança quando menor, acatada pelos pais, desencadearam uma série de fatores que justificam certas atitudes que Salim veio a desenvolver quando mais velho.
O fato de Salomão e Romana, por vezes, deixarem o filho dormir entre eles, fez com que Salim achasse que tinha alguma autoridade por estar entre eles e controlando, de certa forma, a intimidade dos pais. Tal fato pode explicar diversas atitudes que a criança teve ao decorrer dos anos, como por exemplo, o poder de escolha de quem o buscava na escola e até sobre ganhar todos os presentes que solicitava. De certa forma, Salim achava que podia impor certas coisas, pois desde antigamente, os pais cediam as suas vontades.
Referente aos problemas escolares que a criança apresenta, observamos que alguns destes, podem ter influência emocional, tal como a gagueira e algumas trocas de letras que o garoto faz. Problemas, os quais, podem ter se desenvolvido por estar vivendo dentro do conflito de separação dos pais. Crianças mais novas, como as da mesma faixa etária de Salim, podem se adaptar mais rapidamente, porém, não tem total compreensão do acontecido, gerando assim uma confusão para a criança, que pode ficar emocionalmente abalada e isso, por sua vez, interfere em seu aprendizado e desenvolvimento como um todo.
De acordo com Gesell (1993), "crianças de oitos anos exige das outras pessoas uma total atenção", sendo assim, o ponto forte para o entendimento do porquê Salim sempre queria determinar as regras das brincadeiras com seus colegas de escola. Essa competição desenvolvida entre as crianças para ver quem é o responsável por ditar as regras, cria uma competição entre elas, e esta competição é espontânea e estimula-as a dedicar-se seriamente a uma tarefa. Em algumas situações, esta criança autoritária, pode também, sob vigilância, utilizar essa tendência para o mando ajudando outra criança que precise de atenção individual. Sendo assim, essa necessidade de atenção e o querer mandar, é típico entre crianças nesta faixa etária.
Romana e Salomão vivem um momento difícil tanto como um casal, quanto como pais de Salim, porque além de ter de lidar com os problemas do rompimento afetivo entre eles, têm a angústia de não saber exatamente se o filho poderá lidar com a situação e como se portará perante a mesma. 
A separação em si pode causar danos emocionais a criança, e mesmo que indiretamente, agravar dificuldades que o mesmo já vinha apresentando. Corroborado por estudos como, por exemplo, o de Fagan e Churchill, realizado nos EUA, afirma que o divórcio ou a separação dos pais é geralmente um processo traumático que pode desencadear sentimentos de tristezas intensos, de magoa, de perda e frustração, tanto para os adultos como para as crianças. Os filhos experimentam situações desestruturastes e desestabilizadoras. Isso envolve insegurança, culpa, preocupação, falta e tristeza, ainda que, como citamos, pode gerar também um sentimento de alívio em relacionamentos muito conflituosos.
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2.1 Conceito DE LIDERANÇA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. 7ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
BOCK, Ana B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, M. de L. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13ed. reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 1999.
GESELL, Arnold. A criança dos 5 aos 10 anos. 2ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally W.; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento Humano. 8ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally W.; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento Humano. 10ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2009.
Dráuzio Varella, Entrevista- Gagueira. Disponível em:
<https://drauziovarella.com.br/crianca-2/gagueira-2/>. Acesso em 28 de março de 2017.
Fãs da Psicanalise. Disponível em:
<http://www.fasdapsicanalise.com.br/criancas-na-cama-dos -pais/ >. Acesso em 07 de abril de 2017.
Guia Infantil. Disponível em:
<https://guiainfantil.com/aprendizagem/89-o-bebe-ou-a-crianca-deve-ou-nao-dormir-na-cama-dos-pais.html/3/>. Acesso em 07 de abril de 2017.
Palavra Escuta. Disponível em:
<http://www.palavraescuta.com.br/perguntas/por-que-criancas-nao-devem-dormir-com-os-pais >. Acesso em 07 de abril de 2017.
Revista Crescer. Disponível em:
<http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer0,,ERT211449-15141,00.html>. Acesso em 07 de abril de 2017.

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