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PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Português para a Fundação Carlos Chagas (teoria e questões comentadas) Aula 8 Ortografia e a acentuação gráfica (reforma ortográfica) Olá, pessoal! Ao analisarmos as provas da FCC, percebemos que os assuntos ortografia e acentuação gráfica não são cobrados com tanta frequência. Mas é previsto em seu edital e por isso vamos trabalhar estes temas. É imprescindível trabalhar as questões por exclusão das alternativas erradas. Com isso, você vai notar que estes assuntos são simples, não necessitando de tanta decoreba. Muitas palavras se repetem. Por isso é importante realizarmos as questões a seguir. Abaixo, temos uma regra simples da ortografia. São princípios norteadores desse tema. Em seguida inserimos a regra do hífen. Mas aqui cabe uma ressalva: a Fundação Carlos Chagas não tem cobrado o uso do hífen, por ser assunto ainda controverso. Após o ano de 2009, quando entrou em vigor a reforma ortográfica, nada foi cobrado sobre este assunto. Isso reforça que temos que estudar pela tendência, aplicar seu tempo naquilo que cai. Então procure "ler" essa regra, sem a preocupação de decorar, procure simplesmente associá-la ao dia a dia. Vamos então à regra básica da ortografia. Costumo dizer que a esse tema trabalha a memória fotográfica. O ideal, portanto, é ler essa regra e as palavras que a compõem em voz alta, para que fixe na memória. Ao lermos em voz alta, forçamos o cérebro a captar o som e consequentemente a "imagem" da palavra. Então, grife somente as palavras que possam ter escrita diferente ou pouco comum ao seu conhecimento; depois volte lendo apenas as que deram trabalho. Isso ajuda muito! Volto a afirmar, não perca tempo com decoreba! ALGUNS FONEMAS E ALGUMAS LETRAS Usa-se a letra "X" a) após um ditongo: ameixa, caixa, peixe, eixo, frouxo, trouxa, baixo, encaixar, paixão, rebaixar. Cuidado com a exceção recauchutar e seus derivados. b) após o grupo inicial "en": enxada, enxaqueca, enxerido, enxame, enxovalho, enxugar, enxurrada. Cuidado com encher e seus derivados (lembre-se de cheio) e palavras iniciadas por ch que recebem o prefixo en-: encharcar (de charco), enchapelar (de chapéu), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro). c) após o grupo inicial "me": mexer, mexerica, mexerico, mexilhão, mexicano. A única exceção é mecha. d) nas palavras de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas: xavante, xingar, xique-xique, xará, xerife, xampu. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Atente para a grafia das seguintes palavras: capixaba, bruxa, caxumba, faxina, graxa, laxante, muxoxo, praxe, puxar, relaxar, rixa, roxo, xale, xaxim, xenofobia, xícara. Atente para o uso de "ch" nas seguintes palavras: arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, broche, chalé, chicória, cachimbo, comichão, chope, chuchu, chute, debochar, fachada, fantoche, fechar, flecha, linchar, mochila, pechincha, piche, pichar, salsicha, tchau. Uma boa dica para fixar a grafia de lixo é associá-la a faxina: depois da faxina, refugos no lixo. Veremos na próxima aula (semântica) que há vários casos de palavras cuja grafia se distingue pelo contraste entre o "x" e o "ch". Adiantemos algumas delas: brocha (pequeno prego) e broxa (pincel para caiação de paredes); chá (planta para preparo de bebida) e xá (título do antigo soberano do Irã); chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos); cheque ,(ordem de pagamento) e xeque (jogada do xadrez, risco, contratempo); cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (capenga, imperfeito); ta cha (mancha, defeito; pequeno prego) e taxa (imposto, tributo); daí, tachar (colocar defeito ou nódoa em alguém) e taxar (cobrar impostos). O FONEMA /g/ (letras "g" e "j") A letra g somente representa o fonema /g/ diante das letras e e i. Diante das letras "a", "o" e "u", esse fonema é necessariamente representado pela letra j. Usa-se a letra g: a) nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem: agiotagem, aragem, barragem, contagem, coragem, garagem, malandragem, miragem, viagem; fuligem, impigem (ou impingem), origem, vertigem; ferrugem, lanugem, rabugem, salsugem. Cuidado com as exceções pajem e lambujem. b) nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -igio, -ógio, -úgio: adágio, contágio, estágio, pedágio; colégio, egrégio; litígio, prestígio; necrológio, relógio; refúgio, subterfú gio. Preste atenção ainda às seguintes palavras grafadas com g: aborígine, agilidade, algema, apogeu, argila, auge, bege, bugiganga, cogitar, drágea, faringe, fugir, geada, gengiva, gengibre, gesto, gibi, herege, higiene, impin gir, monge, rabugice, tangerina, tigela, vagem. Usa-se a letra j: a) nas formas dos verbos terminados em -jar: arranjar (arranjo, arranje, arranjem, por exemplo); despejar (despejo, despeje, despejem); enferrujar (enferruje, enferrujem), viajar (viajo, viaje, viajem). b) nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica: jê, jiboia, pajé, jirau, caçanje, alfanje, alforje, canjica, jerico, manjericão, Moji. c) nas palavras derivadas de outras que já apresentam j: gorjear, gorjeio, gorjeta (derivadas de gorja); cerejeira (derivada de cereja); laranjeira (de 2 Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR laranja); lisonjear, lisonjeiro (de lisonja); lojinha, lojista (de loja); sarjeta (de sarja); rijeza, enrijecer (de rijo); varejista (de varejo). Preste atenção ainda às seguintes palavras que se escrevem com j: berinjela, cafajeste, granja, hoje, intrujice, jeito, jejum, jerimum, jérsei, jiló, laje, majestade, objeção, objeto, ojeriza, projétil (ou projetil), rejeição, traje, tre jeito. O FONEMA /z/ (LETRA "s" e "z") A letra s representa o fonema /z/ quando é intervocálica: asa, mesa, riso. Usa-se a letra s: a) nas palavras que derivam de outra em que já existe s: casa - casinha, casebre, casinhola, casarão, casario; liso - lisinho, alisar, alisador (não confunda com a grafia de "deslize"); análise - analisar, analisador, analisante. b) nos sufixos: -ês, -esa (para indicação de nacionalidade, título, origem): chinês, chinesa; marquês, marquesa; burguês, burguesa; calabrês, calabresa; duquesa; baronesa; -ense, -oso, -osa (formadores de adjetivos): paraense, caldense, catarinense, portense; amoroso, amorosa; deleitoso, deleitosa; gasoso, gasosa; espalhafatoso, espalhafatosa; -isa (indicador de ocupação feminina): poetisa, profetisa, papisa, sacerdotisa, pitonisa. c) após ditongos: lousa, coisa, causa, Neusa, ausência, Eusébio, náusea. d) nas formas dos verbos pôr (e derivados) e querer: pus, pusera, pusesse, puséssemos; repus, repusera, repusesse, repuséssemos; quis, quisera, quisesse, quiséssemos. Atente para o uso da letra s nas seguintes palavras: abuso, aliás, anis, asilo, atrás, através, aviso, bis, brasa, colisão, decisão, Elisabete, evasão, extravasar, fusível, hesitar, Isabel, lilás, maisena, obsessão (mas obcecado), ourivesaria, revisão, usura, vaso. Usa-se a letra z: a) nas palavras derivadas de outras em que já existe z: deslize - deslizar (não confunda com a grafia do adjetivo "liso"), baliza - abalizado; razão - razoável, arrazoar, arrazoado; raiz - enraizar Como batizado deriva do verbo batizar, também se grafa com z. b) nos sufixos: -ez, -eza (formadores de substantivos abstratos a partir de adjetivos): rijo, rijeza; rígido, rigidez; nobre, nobreza; surdo, surdez; inválido, invalidez; 3 Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS(TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR intrépido, intrepidez; sisudo, sisudez; avaro, avareza; macio, maciez; singelo, singeleza. -izar (formador de verbos) e ção (formador de substantivos): civilizar, civilização; humanizar, humanização; colonizar, colonização; realizar, realização; hospitalizar, hospitalização. Não confunda com os casos em que se acrescenta o sufixo -ar a palavras que já apresentam s: anali sar(análise), pesquisar(pesquisa), avisar(aviso). Observe o uso da letra z nas seguintes palavras: assaz, batizar (mas batismo), bissetriz, buzina, catequizar (mas catequese), cizânia, coalizão, cuscuz, giz, gozo, prazeroso, regozijo, talvez, vazar, vazio, verniz. Há palavras em que se estabelece distinção escrita por meio do contraste s/z: cozer (cozinhar) e coser (costurar); prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender); traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior). Em muitas palavras, o fonema /z/ é representado pela letra x: exagero, exalar, exaltar, exame, exato, exasperar, exausto, executar, exemplo, exequível, exercer, exibir, exílio, exímio, existir, êxito, exonerar, exorbitar, exorcismo, exótico, exuberante, inexistente, inexorável. O FONEMA /s/ (LETRAS "s", "c", "ç" e "x" ou DÍGRAFOS "sc", "sc", "ss", "xc" e "xs") Observe os seguintes procedimentos em relação à representação gráfica desse fonema: a) a correlação gráfica entre nd e ns na formação de substantivos a partir de verbos: ascender^ascensão; distender^distensão; expandir^expansão; suspender^suspensão; pretender^ pretensão; tender^ten são; estender^extensão. b) a correlação gráfica entre ced e cess em nomes formados a partir de verbos: ceder^cessão; conceder^concessão; interceder^ intercessão; exceder^excesso, excessivo; aceder^acesso. c) a correlação gráfica entre ter e tenção em nomes formados a partir de verbos: abster^abstenção; ater^atenção; conter^contenção; deter^detenção; reterá retenção. Observe as seguintes palavras em que se usa o dígrafo sc: acrescentar, acréscimo, adolescência, adolescente, ascender (subir), ascensão, ascensor, ascensorista, ascese, ascetismo, ascético, consciência, crescer, descender, discente, disciplina, fascículo, fascínio, fascinante, piscina, piscicultura, imprescindível, intumescer, irascível, miscigenação, miscível, nascer, obsceno, oscilar, plebiscito, recrudescer, reminiscência, rescisão, ressuscitar, seiscentos, suscitar, transcender. Na conjugação dos verbos acima apresentados, surge sç: nasço, nasça; cresço, cresça. Cuidado com sucinto, em que não se usa sc. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 4 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Em algumas palavras, o som /s/ é representado pela letra x: auxílio, auxiliar, contexto, expectativa, expectorar, experiência, experto (conhecedor, especialista), expiar (pagar), expirar (morrer), expor, expoente, extravagante, extroversão, extrovertido, sexta, sintaxe, têxtil, texto, textual, trouxe. Cuidado com esplendor e esplêndido. Há casos em que se criam oposições de significado devido ao contraste gráfico. Observe: acender (iluminar, pôr fogo) e ascender (subir); acento (inflexão de voz ou sinal gráfico) e assento (lugar para se sentar); caçar (perseguir a caça) e cassar (anular); cegar (tornar cego) e segar (ceifar, cortar para colher); censo (recenseamento, contagem) e senso (juízo); cessão (ato de ceder), seção ou secção (repartição ou departamento; divisão) e sessão (encontro, reunião); concerto (acordo, arranjo, harmonia musical) e conserto (remendo, reparo); espectador (o que presencia) e expectador (o que está na expectativa); esperto (ágil, rápido, vivaz) e experto (conhecedor, especialista); espiar (olhar, ver, espreitar) e expiar (pagar uma culpa, sofrer castigo); espirar (respirar) e expirar (morrer); incipiente (iniciante, principiante) e insipiente (ignorante); intenção ou tenção (propósito, finalidade) e intensão ou tensão (intensidade, esforço); paço (palácio) e passo (passada). Pode ocorrer ainda xc, e, mais raramente, xs: exceção, excedente, exceder, excelente, excesso, excêntrico, excepcional, excerto, exceto, excitar; exsicar, exsolver, exsuar, exsudar. AINDA A LETRA "x" Esta letra pode representar dois fonemas, soando como "ks": afluxo, amplexo, anexar, anexo, asfixia, asfixiar, axila, boxe, clímax, complexo, convexo, fixo, flexão, fluxo, intoxicar, látex, nexo, ortodoxo, óxido, paradoxo, prolixo, reflexão, reflexo, saxofone, sexagésimo, sexo, tóxico, toxina. AS LETRAS "e" E "i" a) Cuidado com a grafia dos ditongos: os ditongos nasais /ãj/ e /ãj/ escrevem- se ãe e õe: mãe, mães, cães, pães, cirurgiães, capitães; põe, põem, depõe, depõem; - só se grafa com i o ditongo /ãj/, interno: cãibra (ou câimbra). b) Cuidado com a grafia das formas verbais: - as formas dos verbos com infinitivos terminados em -oar, e -uar são grafadas com "e": abençoe, perdo e, magoe; atu e, continu e, efetu e; - as formas dos verbos infinitivos terminados em -air, -oer, e -uir, são grafadas com "i": cai, sai; dói, rói, mói, corrói; influi, possui, retribui, atribui. c) Cuidado com as palavras se, senão, sequer, quase e irrequieto. A oposição e/i é responsável pela diferenciação de várias palavras: Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 5 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR área (superfície) e ária (melodia); deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir); delação (denúncia) e dilação (adiamento, expansão); descrição (ato de descrever) e discrição (qualidade de quem é discreto); descriminação (absolvição) e discriminação (separação); emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar); emigrar (sair do país onde se nasceu) e imigrar (entrar em país estrangeiro); eminente (de condição elevada) e iminente (inevitável, prestes a ocorrer); vadear (passar a vau) e vadiar (andar à toa). AS LETRAS "o" E "u" A oposição o/u é responsável pela diferença de significado entre várias palavras: comprimento (extensão) e cumprimento (saudação; realização); soar (emitir som) e suar (transpirar); sortir (abastecer) e surtir (resultar). A LETRA "h" É uma letra que não representa fonema. Seu uso se limita aos dígrafos ch, lh e nh, a algumas interjeições (ah, hã, hem, hip, hui, hum, oh) e a palavras em que surge por razões etimológicas. Observe algumas palavras em que surge o h inicial: hagiografia, haicai, hálito, halo, hangar, harmonia, harpa, haste, hediondo, hélice, Hélio, Heloísa, hemisfério, hemorragia, Henrique, herbívoro (mas erva), hérnia, herói, hesitar, hífen, hilaridade, hipismo, hipocondria, hipocrisia, hipótese, histeria, homenagem, hóquei, horror, Hortênsia, horta, horto (jardim), hostil, humor, húmus. Em Bahia, o h sobrevive por tradição histórica. Observe que nos derivados ele não é usado: baiano, baianismo. USO DO HÍFEN 1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-herói, anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano, extra-humano 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição, extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto, semiesférico, semiopaco Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoantediferente de r ou s. Exemplos: Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 6 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoproteção, coprodução, geopolítica, microcomputador, pseudoprofessor, semicírculo, semideus, seminovo, ultramoderno. Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc. 4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos: antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antirrugas, antissocial, biorritmo, contrarregra, contrassenso, cosseno, infrassom, microssistema, minissaia, multissecular, neorrealismo, neossimbolista, semirreta, ultrarresistente, ultrassom 5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos: anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti-inflamatório, auto- observação, contra-almirante, contra-atacar, contra-ataque, micro-ondas, micro-ônibus, semi-internato, semi-interno. 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário, super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico Atenção: Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar, interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico, superexigente, superinteressante, superotimismo, 8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex- diretor, ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente, pós-graduação, pré-história, pré-vestibular, pró-europeu, recém-casado, recém-nascido, sem-terra. 9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. 10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. 11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos: girassol, madressilva, mandachuva, paraquedas, paraquedista, pontapé Antes de passarmos para as questões de prova, vejamos a acentuação gráfica. É um assunto que cai bem pouco nas provas da Fundação Carlos Chagas, mas devemos atentar à sua regra. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 7 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Acentuação tônica Na língua portuguesa, a sílaba tônica pode aparecer em três diferentes posições; consequentemente, as palavras podem receber três classificações quanto a esse aspecto: oxítonas - são aquelas cuja sílaba tônica é a última: você, ruim, ca fé, carcará, jiló, vata pá, alguém, anzol, ninguém, condor, paul. paroxítonas - são aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima: gente, dólar, álbum, planeta, pedra, vírus, homem, caminho, tórax, alto, amável, âmbar, táxi, éter, hífen. proparoxítonas - são aquelas cuja sílaba tônica é a antepenúltima: lágrima, mágico, trânsito, lâmpada, xícara, ótimo, úmido, médico, Alcântara, fanático. Obs.: vale lembrar que as palavras também são classificadas quanto à quantidade de sílabas: monossílaba (apenas uma sílaba); dissílaba (duas sílabas); trissílaba (três sílabas) e polissílaba (quatro ou mais sílabas). Acentuação Gráfica A acentuação gráfica consiste na aplicação de certos sinais escritos sobre algumas letras para representar o que foi estipulado pelas regras de acentuação. Esse sinais são: o acento agudo ( ' ) - colocado sobre as letras a, i, u e sobre o e do grupo em, indica que essas letras representam as vogais tônicas da palavra: carcará, caí, armazém. Sobre as letras e e o, indica, além de tonicidade, timbre aberto: lépido, céu, léxico, herói. o acento circunflexo ( ^ ) - colocado sobre as letras a, e e o, indica, além de tonicidade, timbre fechado: lâmpada, pêssego, supôs, Atlântico. o trema ( " ) - foi suprimido das palavras portuguesas ou aportuguesadas pela Reforma Ortográfica, exceto nos casos de derivados de nomes próprios: "mülleriano" (derivado de "Müller"). Observe que a reforma é ORTOGRÁFICA e não fonética. Assim, continuamos a pronunciar o "u" átono nas palavras que antes apresentavam trema sobre essa vogal (cinquenta, linguiça, pinguim). o til ( ~ ) - indica que as letras a e o representam vogais nasais: alemã, órgão, portão, expõe, corações, ímã. o acento grave ( " ) - indica a ocorrência da fusão da preposição a com os artigos a e as, com os pronomes demonstrativos a e as e com a letra a inicial dos pronomes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: à, às, àquele, àquilo. As regras básicas As regras de acentuação gráfica procuram reservar os acentos para as palavras que se enquadram nos padrões prosódicos menos comuns da língua portuguesa. Disso, resultam as seguintes regras básicas: a) proparoxítonas - são todas acentuadas. É o caso de: lâmpada, relâmpago, Atlântico, trôpego, Júpiter, lúcido, ótimo, víssemos, flácido, 8 Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR b) paroxítonas - são as palavras mais numerosas da língua e justamente por isso as que recebem menos acentos. São acentuadas as que terminam em: i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri. us, um, uns: vírus, bônus, álbum, parabélum, álbuns, parabéluns. l, n, r, x, ps: incrível, útil, ágil, fácil, amável, próton, elétron, herôon1, éden, hífen, pólen,dólmen, lúmen, líquen, éter, mártir, blêizer,contêiner, destróier, gêiser2, Méier, caráter, revólver, tórax, ônix, fênix, bíceps, fórceps. ã, ãs, ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos. on, ons: elétron, elétrons, próton, prótons. ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s: água, árduo, pônei, vôlei, cáries, mágoas, pôneis, jóqueis. c) oxítonas - são acentuadas as que terminam em: a, as: Pará, vatapá, estás, irás, cajá. e, es: você, café, Urupês, jacarés. o, os: jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó. em, ens: alguém, armazéns, vintém, parabéns, também, ninguém. ói, éu, éi: herói, corrói, troféu, chapéu, ilhéu, anéis, fiéis, papéis. d) monossílabos tônicos - são acentuados os terminados em: a, as: pá, vá, gás, Brás, cá, má. e, es: pé, fé, mês, três, crê. o, os: só, xô, nós, pôs, nó, pó, só. ói, éu, éi: dói, mói, céu, véu, méis. As regras especiais a) hiato - i e u nas condições: - sejam a segunda vogal tônica de um hiato; - formem sílabas sozinhos ou com s na mesma sílaba; - não sejam seguidas pelo dígrafo nh ; ex.: aí: a-í; balaústre: ba-la-ús-tre; egoísta: e-go-ís-ta; faísca: fa-ís-ca; viúvo: vi-ú-vo; heroína: he-ro-í-na; saída: sa-í-da; saúde: sa-ú-de; eoípo3: e-o-í-po; (nós)arguímos: ar-gu-í-mos (vós)arguís: ar-gu-ís; (nós)redarguímos: re-dar- gu-í-mos; (vós)redarguís: re-dar-gu-ís; possuímos: pos-su-í-mos; possuía: pos-su-í-a Nas palavras PAROXÍTONAS, quando a segunda vogal for "i" ou "u" APÓS UM DITONGO, não se coloca acento agudo: baiuca, feiura,bocaiuva, boiuno, taoismo, tauismo, maoista etc. 1 Herôon: espécie de santuário que era construído em homenagem aos antigos heróis gregos e romanos. 2 Gêiser: nascente termal que entra em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor para o ar. 3 Eoípo: denominação dos primeiros ancestrais do cavalo. 9 Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Nada muda quando as vogais "i" ou "u" vierem após ditongo nas OXÍTONAS (Piauí, tuiuiú, teiú) nem nos demais casos de "i" ou "u" como segunda vogal do hiato, sozinho na sílaba ou com a letra "s" (viúva, país etc.). b) acento diferencial - é utilizado para diferenciar palavras de grafia semelhante. Usamos o acento diferencial - agudo ou circunflexo - nos vocábulos da esquerda para diferenciar dos da direita: pôde (pret. perf. do ind. de poder) - pode (pres. do ind. de poder) pôr (verbo) - por (preposição) verbos "vir" e "ter" para marcar plural: ele tem - eles têm ele vem - eles vêm Admite-se o acento circunflexo na acepção de "vasilha" (fôrma de bolo) para diferenciar-se da homógrafa de timbre aberto equivalente a "formato" (forma física) ou relativa à conjugação do verbo FORMAR (ele forma). Para ajudar na acentuação gráfica, é importante saber a sílaba tônica de algumas palavras que possam causar dúvidas. Assim, cuidado com a pronúncia: Oxítonas: cateter, condor, mister , Nobel, novel, ruim, ureter Paroxítonas: acórdão, avaro, caracteres, cânon, edito (lei, decreto), efebo, filantropo, fluido, fortuito, gratuito, ibero, impio (cruel), játex, libido, misantropo, necropsia, pudico, recorde, rubrica Proparoxítonas: arquétipo, boêmia, crisântemo, édito(ordem judicial), ímpio(sem fé), ímprobo, ínterim Além disso, cuidado com certos vocábulos que possuem dupla possibilidade de pronúncia e escrita: abdome ou abdômen aborígine ou aborígene acrobata ou acróbata alópata ou alopata ambrósia ou ambrosia aterrissar ou aterrizar autópsia ou autopsia biópsia ou biopsia ou biopse biótipo ou biotipo boêmia ou boemia calidoscópio ou caleidoscópio catorze ou quatorze céptico ou cético conjecturar ou conjeturar cota ou quota cotidiano ou quotidiano crisântemo e crisantemo descortino ou descortínio dignitário ou dignatário espocar ou espoucar exprobrar ou exprobar louro ou loiro Madagáscar ou Madagascar monólito ou monolito mourão ou moirão nefelíbata ou nefelibata Oceânia ou Oceania ortoépia ou ortoepia parêntese ou parêntesis percentagem ou porcentagem projétil ou projetil prospecção ou prospeção questão ou questão quociente ou cociente réptil ou reptil sapé ou sapê secionar ou seccionar senadoria ou senatoria ou senatória septuagenário ou setuagenário sintaxe (som de /ss ou cs/) sóror ou soror sublinhar /sub-li ou su-bli/ Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 10 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR germe ou gérmen hidroelétrica ou hidrelétrica hieróglifo ou hieroglifo homilia ou homília infarto ou enfarte ou enfarto intricado ou intrincado lêvedo ou levedo suscetibilidade ou susceptibilidade suscetível ou susceptível tático ou táctico termelétrico ou termoelétrico transistor ou transistor traslado ou translado xerox ou xérox zangão ou zângão Agora, vamos às questões da prova. Tente sempre realizá-las pior eliminação. VOCÊ NÃO TEM QUE SABER TODAS AS PALAVRAS DA REGRA. Basta que você elimine aquelas que você tenha certeza do erro. Questão 1: TRT 24aR 2006 Técnico Palavras que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica na palavra jacarés estão reproduzidas em: (A) negócios e únicos. (B) município e amazônica. (C) mantém e tamanduás. (D) tucunarés e santuários. (E) ecológicos e tuiuiús. Gabarito: C Comentário: "negócio" é acentuada por ser paroxítona terminada em ditongo oral seguido de "s"; "únicos" é acentuada por ser proparoxítona; "município" é acentuada por ser paroxítona terminada em ditongo oral; "amazônica" é acentuada por ser proparoxítona; "mantém" e "tamanduás" são oxítonas terminadas em "em" e "a", esta seguida de "s"; "tucunarés" é oxítona terminada em "e", seguida de "s"; "santuários" é paroxítona terminada em ditongo oral seguido de "s"; "ecológicos" é proparoxítona e "tuiuiús" é acentuada por haver hiato de ditongo seguido de vogal na oxítona. Assim, a alternativa (C) é a correta. Questão 2: TRF 5 aR 2003 Analista Desconsidere a Nova Reforma Ortográfica, assinada em 2009. A frase em que a grafia e a acentuação estão em conformidade com as prescrições da norma padrão da Língua Portuguesa é: (A) Ao se estender esse viez interpretativo, correm o risco de por tudo à perder, na medida em que será alterada a estratégia da pesquisa previamente adotada. (B) Sua pretenção ao consenso esvaiu-se quase que de repente, quando notou que entorno de si as pessoas mais pareciam descansar que dispostas à debates. (C) Tomou como ultrage a displicência com que foi recebido, advinhando que o mal-estar que impregnava o ambiente era mais que uma questão eminentemente pessoal. (D) Estava atrás de um acessório que o despensasse de promover a limpeza do aparelho e sua conseqüente manutenção depois de cada utilização, mas não pôde achá-lo por alí. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 11 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (E) Quando se considera a par do tema, ajuíza sem medo, mas, ao se compreender insipiente, pára tudo e pede aos especialistas que o catequizem no assunto para não passar por néscio. Gabarito: E Comentário: A alternativa (E) é a correta. Veja que "ajuíza" possui acento por possuir hiato "ui", "insipiente" está corretamente grafado por significar "ignorante" (sem "sapiência"). O verbo "pára" tinha acento gráfico antes da Reforma Ortográfica para diferenciar-se da preposição "para". Hoje em dia esta palavra não tem mais acento. O verbo catequizar é grafado com "z", apesar de o substantivo "catequese" ser grafado por "s". Por isso, "catequizem" está correto. O vocábulo "néscio" está corretamente grafado e significa ignorante. Veja as palavras das demais alternativas já com correção: (A) Ao se estender esse viés interpretativo, correm o risco de pôr tudo a perder, na medida em que será alterada a estratégia da pesquisa previamente adotada. (B) Sua pretensão ao consenso esvaiu-se quase que de repente, quando notou que em torno de si as pessoas mais pareciam descansar que dispostas a debates. (C) Tomou como ultraje a displicência com que foi recebido, adivinhando que o mal-estar que impregnava o ambiente era mais que uma questão eminentemente pessoal. (D) Estava atrás de um acessório que o dispensasse de promover a limpeza do aparelho e sua conseqüente manutenção depois de cada utilização, mas não pôde achá-lo por ali. (Veja que o trema na época da prova era utilizado.) Questão 3: TRE PE 2004 Analista As palavras que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica em agrária e países são, respectivamente, (A) sufrágio e possível. (B) média e obrigará. (C) domínio e saído. (D) constituída e salário. (E) histórico e torná-los. Gabarito: C Comentário: A palavra "agrária" é acentuada por ser uma paroxítona terminada em ditongo oral; enquanto "países" tem acento por possuir hiato "aí". (A) sufrágio (paroxítona terminada em ditongo oral) e possível (paroxítona terminada em "l"). (B) média (paroxítona terminada em ditongo oral) e obrigará (oxítona terminada em "a"). (C) domínio (paroxítona terminada em ditongo oral) e saído (hiato "aí"). Por isso é a correta. (D) constituída (hiato "uí") e salário (paroxítonaterminada em ditongo oral). (E) histórico (proparoxítona) e torná-los (oxítona terminada em "a"). Questão 4: TRT 16aR 2009 Técnico Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 12 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR A frase em que há palavras escritas de modo INCORRETO é: (A) A aridez que sempre caracterizou as paisagens do Nordeste brasileiro aparece agora, para assombro de todos, na região Sul, comprometendo as safras de grãos. (B) Alguns estudiosos reagem com sensatez às recentes explicações, considerando se o papel da bomba biótica é realmente crucial na circulação do ar. (C) Se for comprovada a correção da nova teoria, a preservação das florestas torna-se essencial para garantir a qualidade de vida em todo o planeta. (D) O desmatamento indescriminado, que reduz os índices de chuvas e altera o ciclo das águas, pode transformar um continente em um estenso e inabitável deserto. (E) Com ventos mais próximos ao mar, o ar úmido resultante da evaporação da água do oceano é puxado para o continente, distribuindo a chuva ao redor do planeta. Gabarito: D Comentário: O correto é "indiscriminado" e "extenso". Uma curiosidade: o verbo é "estender" e o adjetivo é "extenso". Questão 5: TRT 23aR - 2007 - Analista Desconsidere a Nova Reforma Ortográfica, assinada em 2009. Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase: (A) A corrupção só se extingue ou diminue quando os justos intervêm para que as boas causas prevalesçam. (B) Os homens que usufruem de vantagens a que não fazem jus cultivam a hipocrisia de propalar discursos moralizantes. (C) Contra tantos canalhas audases há que haver a reação dos que têm a probidade como um valor inerente ao exercício da cidadania. (D) Há uma inestricável correlação entre a apatia dos bons cidadãos e a desenvoltura com que agem os foras-da-lei. (E) Deprende-se que houve êxito das iniciativas dos homens de bem quando os prevaricadores sentiram cerceada sua área de atuação. Gabarito: B Comentário: A alternativa (B) é a correta. Note o verbo "usufruir" (vem de usufruto) e "jus" (lembre-se de justiça). Agora, vejamos as correções das demais alternativas. Na (A), "diminui", "prevaleçam". Na (C), "audazes". Note que a locução verbal deve ser "há de haver". É com o verbo "ter" que existem as duas possibilidades: "tem que haver", "tem de haver". Na (D), "inextricável". Note que o vocábulo "foras-da-lei", à época da prova, exigia hífen. Com a nova reforma, o hífen foi abolido. Na realidade, a banca não cobrou o uso do hífen, mas a flexão deste substantivo, a qual está corretíssima. Na (E), "Depreende-se". Questão 6: TRT 20aR 2002 Analista Há palavras escritas de modo INCORRETO na alternativa: Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 13 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (A) Investimentos maciços em educação, saúde e reforma agrária constituíram a fórmula utilizada por países mais atrasados do que o Brasil, para reduzir os índices de pobreza. (B) O problema da miséria no Brasil apresenta componentes bem mais perversos do que a simples escassez de recursos, que caracteriza o problema em outros países, como no continente africano. (C) Os recursos gastos na área social acabam sendo insuficientes, como por exemplo, a parcela mínima destinada ao saneamento básico, importante para aumentar a expectativa de vida da população. (D) A desnutrição, resultado da falta de ingestão de proteínas e de outras substâncias, degenera em má-formação do sistema neurológico, com danos irreversíveis, na maioria das vezes. (E) Vários estudos afirmam que a taxa de miséria só baixará quando houver crecimento da economia, assossiado a um modelo mais justo de distribuição de renda para a população. Gabarito: E Comentário: O correto é "crescimento" e "associado". Questão 7: TRT 24aR 2003 Analista Está correta a grafia de todas as palavras da frase: (A) Ao ascender à condição de um grande sistema de mercados, a economia mundial propisciou o poder hegemônico dos grandes conglomerados financeiros. (B) Se os grandes centros econômicos não se emiscuíssem decisivamente nas economias nacionais, talvez estas lograssem alcançar um índice expressivo de desenvolvimento. (C) Os economistas podem discentir quanto às soluções para o nosso desenvolvimento, mas reconhecem que o imperialismo econômico é um fator crucial para nosso atraso. (D) A necessidade de sincronizar o ritmo de nossa economia com o da expansão da economia global constitui uma das exigências mais difíceis de serem atendidas. (E) Não fosse a dicotomia das direções econômicas com que nos deparamos, o Brasil talvez não se firmasse numa posição de maior relevância entre os países emerjentes. Gabarito: D Comentário: Na alternativa (A), o correto é "propiciou". Na alternativa (B), o c o r r o é "imiscuíssem" (intrometer-se). Na alternativa (C), o correto é "dissentir" (desacordo). Na alternativa (E), o correto é "emergentes". Questão 8: TRT 20aR 2006 Técnico Há palavras escritas do modo INCORRETO na frase: (A) Gozar a vida com qualidade é objetivo de muitos profissionais que não hesitam em deixar seu país de origem, para trabalhar no exterior. (B) Países emergentes têm apresentado desenvolvimento consistente em produção científica, indicador seguro dos benefícios trazidos pela globalização. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 14 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (C) Produção científica está deixando de ser previlégio dos países mais ricos, pois dados rescentes apontam salto qualitativo em ciência e tecnologia na Ásia. (D) Observa-se um aspecto reverso em relação ao fenômeno de migração: profissionais altamente habilitados e capazes emigram do primeiro mundo, atualmente. (E) A capacidade de um país de produzir sua própria tecnologia torna-se excelente instrumento de percepção da solidez de seu desenvolvimento. Gabarito: C Comentário: O correto é "privilégio", "recentes". Questão 9: TRT 24aR 2006 Técnico Há palavras escritas de forma INCORRETA na frase: (A) Os proprietários, conscientes da necessidade de preservar o equilíbrio ecológico, criaram regras rígidas de controle das atividades de turismo. (B) Os emprendimentos turísticos da região Centro-Oeste são divercificados, desde atividades culturais até a prática de esportes náuticos e radicais. (C) As atividades turísticas no Pantanal devem adaptar-se às condições climáticas da região, que permanece alagada e intransitável metade do ano. (D) A exploração não predatória das maravilhas naturais da região Centro- Oeste constitui um itinerário bastante atraente para o turismo ecológico. (E) O turismo ecológico é seletivo e oferece atrações, como o lazer urbano e rural, que não comprometem o equilíbrio do meio ambiente. Gabarito: B Comentário: O correto é "empreendimentos" e "diversificados". Questão 10: TRT 21aR 2003 Analista Está correta a grafia de todas as palavras da frase: (A) A dissuazão do inimigo poderoso, do qual se teme a força da obsessão irracional, pode ocorrer por meio de uma arma de potência inescedível. (B) Se as armas não discriminam suas vítimas, não há por que não possam voltar-se contra os que as manejem, alheias aos supostos privilégios de quem as aciona. (C) A cisânia imposta pelos nazistas aqueles que não foram exterminados está na raiz de alguns conflitos que até hoje prevalescem no Oriente Médio. (D) Em textos suscintos, Einstein promoveu a discussão de temas melindrosos, condenando a todos os que infrinjem as normas democráticas. (E) Einstein admitia dissenções em discussões científicas, mas era intransijente quanto aos valores éticos que devem nortear nossavida. Gabarito: B Comentário: Na alternativa (A), o correto é "dissuasão" e inexcedível" (sem exceder). Na alternativa (C), o correto é "cizânia", "àqueles" e "prevalecem". Na alternativa (D), o correto é "sucintos" e "infringem". Na alternativa (E), o correto é "dissensões" e "intransigente". Questão 11: TRT 18aR 2008 Analista Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 15 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Está correta a grafia de todas as palavras da frase: (A) Muitos se deixam embalar por um mixto de torpor e devaneio, quando se entretém à janela do ônibus. (B) Tentou convencer o jovem a desligar a engenhoca, mas não obteve sucesso nessa tentativa de dissuazão. (C) Que temos nós a haver com o relatório que deixou frustado aquele executivo? (D) Por que não se institue a determinação de por um fim ao abuso dos ruídos no interior de um ônibus? (E) É difícil explicar o porquê de tanta gente sentir-se extasiada diante das iniqüidades de um filme violento. Gabarito: E Comentário: Veja que a correta é a (E), pois "iniqüidades" vem do vocábulo "iníquo" (sem equidade). Esse vocábulo tinha trema, à época da prova. Hoje em dia, devemos retirar o trema. Na alternativa (A), o c o r r e é "misto" (mistura). Na alternativa (B), o correto é "dissuasão". Na alternativa (C), o correto é "temos a ver", "frustrado" (frustrar-se). Na alternativa (D), o correto é "institui" (verbo de infinitivo terminado em "uir" permanece o "i" no presente). Questão 12: TRT 24aR - 2006 - Analista Desconsidere a Nova Reforma Ortográfica, assinada em 2009. Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase: (A) A obsolecência das instituições constitue um dos grandes desafios dos legisladores, cuja função é reconhecer as solicitações de sua contemporaneidade. (B) Ao se denigrirem as boas reputações, desmoralizam-se os bons valores que devem reger uma sociedade. (C) A banalisação dos atos anti-sociais é um sintoma da doença do nosso tempo, quando a barbárie dissimula-se em rotina. (D) Quando, numa mesma ação, converjem defeitos e méritos, confundimo- nos, na tentativa de discriminá-los. (E) Os hábitos que medeiam as relações sociais são louváveis, quando eticamente instituídos, e odiosos, quando ensejam privilégios. Gabarito: E Comentário: A alternativa (E) é a correta. Atente quanto à correta conjugação do verbo "mediar" ("medeiam"); note também o substantivo "privilégios". Veja a correção das demais alternativas: (A) obsolescência, constitui (B) denegrirem (C) banalização. Veja que "anti-sociais", à época da prova, exigia hífen; porém a reforma ortográfica exige retirada do hífen e inserção de mais um "s": antissocial. (D) O verbo convergir tem a forma no presente do indicativo "convergem". Questão 13: TRT 17aR - 2004 - Analista Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 16 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Estão corretamente grafadas todas as palavras da frase: (A) Não devem prevalescer nossas intuições ou percepções mais imediatas, mas apenas os critérios mais objetivos, quando se trata de formular alguma precisa definição. (B) A todos os que apenas subsistem, como é o caso de quem vive da mendicância, negam-se os direitos da cidadania, ao passo que para uns poucos reservam-se todos os privilégios. (C) Não se constitue uma sociedade verdadeiramente democrática enquanto não venham a incluir-se nela aqueles que, já a séculos, vivem mais do sistema de favor que de um trabalho digno. (D) Os que alferem lucros excessivos na exploração do trabalho alheio também devem ser responsabilizados pelo contijente de infelizes que estão abaixo da linha de pobreza. (E) Deve-se à inépsia ou à má fé de sucessivos governos, que descuraram a implementação de medidas de caráter social, o fato de que continua crescendo o número de pobres e indigentes em nosso país. Gabarito: B Comentário: Novamente a palavra "privilégios" é cobrada. A alternativa (B) é a correta. Vejamos as correções das demais: (A): prevalecer; (C): constitui, há séculos; (D): auferem, contingente: (E): inépcia, má-fé. Questão 14: TRT 13aR - 2005 - Analista Desconsidere a Nova Reforma Ortográfica, assinada em 2009. Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras na frase: (A) Há discussões que chegam a um tal estado de paradoxismo que fica improvável alguma solução que se adeque à expectativa dos contendores. (B) Os candidatos, em suas altercalções num debate, costumam dissiminar mais injúrias um contra o outro do que esclarecimentos ao eleitorado. (C) A democracia, por vezes, constitue uma espécie de campo de provas que poucos candidatos estão habilitados a cruzar prezervando sua dignidade. (D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não se deixariam envolver por tudo o que há de falascioso nos discursos de campanha. (E) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto ninguém se arvore em profeta de algum outro regime que pudesse ser mais bem sucedido. Gabarito: E Comentário: Veja que, na alternativa (A), deve-se evitar o artigo antes do pronome demonstrativo "tal". À época da prova, o verbo adequar devia receber acento gráfico: "adeqúe"; mas esse acento foi abolido com a nova reforma: "adeque". Note que a sílaba tônica continua sendo a mesma: a vogal "u". Na (B), altercações e disseminar. Na (C), constitui, preservando. Na (D), inépcia, falacioso. A alternativa (E) é a correta. Note que o verbo "Crêem" está acentuado segundo a antiga grafia. Com a nova reforma ortográfica, este acento caiu. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 17 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Como a prova é de 2005, antes da nova reforma, consideramos esta a alternativa correta. Questão 15: TRF 4 aR - 2001 - Analista Está correta a grafia de todas as palavras em: (A) A reivindicada exumação da vítima sequer foi analisada pelo magistrado. (B) Sem maiores preambulos, pôs-se a vosciferar injúrias contra o indefeso escrivão. (C) Obsecado pelo cumprimento das leis, é incapaz de considerar a falibilidade da justiça. (D) A neglijência na aplicação da lei ocorre em relação aos previlegiados de sempre. (E) A impunidade dos ricos é insultosa diante da rigidez consernente aos pobres. Gabarito: A Comentário: A alternativa (A) é a correta. Veja que o adjetivo "reivindicada" vem do verbo "vindicar", que recebe o prefixo de reforço "rei". Este vocábulo e seus derivados têm caído sempre em prova. Portanto, cuidado. Veja a correção dos outros vocábulos: (B): preâmbulos, vociferar; (C): obcecado; (D): negligência, privilegiados; (E): insultuosa, concernente Questão 16: TRF 4 aR - 2004 - Analista A grafia de todas as palavras está correta na frase: (A) A sentença foi exarada sem que o juiz sequer vislumbrasse os subterfúgios de que lançou mão o pertinaz advogado de defesa. (B) A alta inscidência de erros judiciais constitui - ou deveria constituir - um alerta para que nossos juristas analizem com mais sensatez os ritos processuais. (C) Acabam sofrendo discriminação, nos julgamentos, os réus mais pobres, assistidos por advogados pagos irrizoriamente pelo herário público. (D) Um advogado honesto deve sentir-se pezaroso por ter de enfrentar a malícia de pares seus, que chegam a se gabar por ganharem uma causa inescrupulozosamente. (E) É no fringir dos ovos - na hora da sentença - que se verá se o juiz se deixou ou não coptar pela argumentação falaciosa do esperto advogado. Gabarito: A Comentário: A alternativa (A) é a correta. Cuidado com o vocábulo "pertinaz". Veja a correção das palavras das demais alternativas: (B): incidência, analisem. (C):irrisoriamente (derivado de irrisório), erário. (D): pesaroso (derivado de pesar), inescrupulosamente (o sufixo formador de adjetivo "osa" está seguido do sufixo formador de advérbio "mente"). (E): frigir (fritar), cooptar. Veja que "falacioso" está corretamente grafado pois é gerado do substantivo "falácia". Neste contexto, coube o adjetivo "esperto" (inteligente, ágil). Note que também há o adjetivo "experto" (aquele que possui muita experiência em determinado campo) Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 18 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Questão 17: BB 2011 Escriturário Todas as palavras estão escritas corretamente na frase: (A) Os esforsos para entender os fenômenos da natureza nem sempre conseguem hêsito, como, por exemplo, algumas pesquisas sobre aves. (B) O crecente desenvolvimento tecnológico permitiu aos pesquisadores analizar as reações provocadas pelo fluxo de sangue no bico do tucano. (C) O imenso tamanho do bico do tucano sempre causou estranheza naqueles que costumam observar os exemplos oferecidos pela natureza. (D) Com o tamanho imprecionante de seu bico, o tucano é considerado por estudiosos uma das aves brasileira mais exquizitas. (E) Os cientistas que se puzeram a estudar os tucanos concluíram que existem diverças funções para o enorme bico dessa ave. Gabarito: C Comentário: Questão bem tranquila, não é? Basta eliminar as palavras gritantemente erradas. Vamos lá! (A): esforços, êxito (A banca queria confundi-lo com "hesitar") (B): crescente, analisar (D): impressionante (derivado de "impressionar"), esquisitas (E): pu seram, diversas Questão 18: TRT 6 aR 2006 técnico Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase: (A) Altos índices de inadimplência refletem o descompasso entre os rendimentos do trabalho assalariado e a grande oferta de financiamentos. (B) A expanção do mercado de trabalho esbarra nas crises em setores regionais, como o da agricultura no Sul, decorrente da escassês de chuvas. (C) Segmentos produtivos que se voltaram exclusivamente para a exportação ampliaram as demissões, devido a perdas no mercado internacional. (D) A frustração de não conseguir uma vaga leva pessoas a optarem pelo estudo, no intuito de melhorar a capacitação e ampliar oportunidades. (E) Apesar da expectativa de aumento na oferta de crédito, as instituições financeiras estão sendo mais rigorosas na concessão de empréstimos. Gabarito: B Comentário: (expandir^expansão, escasso^escassez) Questão 19: TRF 5 aR 2008 Analista Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase: (A) Ela não crê em rixa, mas em complementaridade entre o pessimismo e o otimismo, admitindo, assim, flexibilização das sensações humanas. (B) As sensações espectantes produzem, entre os mais pessimistas, muito temor, e entre os otimistas, uma gososa, deleitosa ansiedade. (C) Algumas pessoas não admitem hesitação ou abstensão, quando nos inquirem: você se arroula entre os pessimistas ou entre os otimistas? (D) Em tese, não se deve previlegiar o otimismo ou o pessimismo; esses humores não reinvindicam, por si mesmos, nenhuma hegemonia. (E) O autor do texto se apoia na tese segundo a qual não se deve descriminar em definitivo entre o pessimismo e o otimismo. Gabarito: A Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 19 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Comentário: Na alternativa (A), não confunda "rixa" (contenda, briga) com rinchar (soltar rinchos, ranger). Na (B), expectantes, gozosa. Na (C), abstenção (derivada de ter^abster^abstenção), arrola (derivada de arrolar). Na (D), privilegiar, reivindicam. Na (E), à época da prova, "apóia" era a forma correta. Com a reforma ortográfica, perdeu-se o acento gráfico. Note que "descriminar" significa absolver. O correto neste contexto é "discriminar" (diferenciar). Questão 20: TRF 1 aR 2011 Técnico As palavras estão corretamente grafadas na seguinte frase: (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aeroportos. (B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês. (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio. (D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise. (E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios ilegítimos. Gabarito: A Comentário: A alternativa correta é a (A). Note que o verbo "viajar" possui "j". Esse verbo conserva esta letra no radical de todos os tempos verbais. Assim, no presente do subjuntivo: talvez eu viaje, tu viajes, ele viaje, nós viajemos, vós viajeis, eles viajem. (B): Veremos na próxima aula a diferença entre vocábulos parecidos, como cheque (ordem de pagamento); xeque (risco, perigo, contratempo). Por isso, "ponha em xeque" é o correto. O correto é "deslizes" (não confunda com "liso"). Note que está correta a grafia "cortês" (derivada de cortesia). (C): O substantivo "descanso" gera o verbo "descansar". O substantivo "fronde" significa "copa das árvores". Esse substantivo recebe o sufixo "osa" para derivar o adjetivo "frondosa". (D): Os verbos terminados em "uir" formam o presente com "ui": influi". Note, também, que o correto é "empecilho". (E): Não confunda "êxito" com o verbo "hesitar" (hesitou). O substantivo "taxa" tem seu homônimo "tacha", mas o sentido muda. Taxa (tributo, imposto); tacha (Risco, perigo, contratempo). Assim, "ser tachado de conivente". O verbo querer no pretérito não recebe a consoante "z", mas "s": quis. Atente às palavras corretamente grafadas "concessão" e "privilégios". Questão 21: TRF 1 aR 2011 Técnico A palavra destacada está empregada corretamente em: (A) Ele é o guardião dos reptis que estão sendo estudados. (B) Com esse cálculo financeiro, o banco aleja os clientes. (C) Se eu me abster, haverá empate na votação. (D) Os guarda-noturnos serão postos na formalidade. (E) Essa máquina mói todos os detritos. Gabarito: Anulada Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 20 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Comentário: A questão foi anulada porque o vocábulo "reptis" também está correto. Vimos que esse substantivo pode ser oxítono (reptij) ou paroxítono (réptil); cujos plurais são, respectivamente, "reptis" e "répteis". (B): O verbo "aleijar" é regular e no presente não perde o "i". Assim, a construção correta é "aleija". (C): Vimos na aula 1 que o verbo "abster", no futuro do subjuntivo, muda o radical: seu eu abstiver, tu abstiveres... (D): O substantivo composto "guarda-noturno" é formado por um substantivo e um adjetivo. Assim, os dois se flexionam: guardas-noturnos. (E): O verbo "moer" no presente do indicativo se flexiona da seguinte forma: eu moo, tu móis, ele mói, nós moemos, vós moeis, eles moem. A questão foi anulada, pois as alternativas (A) e (E) estão corretas. Questão 22: TRF 3 aR 2007 Analista Está correta a grafia de todas as palavras na frase: (A) A presunção de verossimilhança é inerente aos escritos ficcionais, mesmo aos que exploram as rotas e as sendas mais fantasiosas da imaginação. (B) Deprende-se do texto que, no futuro, as civilizações adotarão paradigmas que substituirão com vantajem aqueles que regeram a vida do século XX. (C) Distila-se nesse texto o humor sutil de Mário Quintana, um autor gaúcho para quem a poesia e a vida converjem de modo inelutável. (D) A apreenção humana diante das forças da natureza deriva de épocas préhistóricas, quando o homem não dispunhade recursos técnicos para enfrentá-las. (E) As obsessões humanas pelo progresso parecem ignorar que as leis da natureza não sofrem nenhum processo de obsolecência, e custam caro para quem as transgrida. Gabarito: A Comentário: A alternativa (A) é correta. Note as palavras "verossimilhança" e "ficcionais" corretamente grafadas. Vejamos as correções das palavras das demais alternativas: (B): Depreende-se, vantagem. (C): Destila-se, convergem. (D): "apreender" gera o substantivo "apreensão"; "pré-históricas". (E): A palavra "obsessões" está corretamente grafada. Mas cuidado com a palavra "obcecado", grafada com "c". Novamente a palavra "obsolescência" apareceu. Então, cuidado. Questão 23: TRE AC 2003 Técnico Encontram-se palavras escritas de modo INCORRETO na frase: (A) Hábitos arraigados na população, como o das queimadas antes do plantio, oferecem alto risco à floresta. (B) O acesso aos dados do INPE mostra um aumento considerável na devastação da floresta amazônica. (C) Uma fiscalização eficás de toda a região amazônica exigiria um continjente maior de funcionários. (D) O Brasil goza do privilégio de dispor de uma área florestal imensa e importante para o equilíbrio ecológico. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 21 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (E) Seriam necessárias vultosas quantias para evitar a extinção de espécies animais e vegetais que constituem a riqueza da Amazônia. Gabarito: C Comentário: Corrigindo, teremos: "eficaz" e "contingente". Questão 24: TJ PE 2007 Superior Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase: (A) Para muitos, as regras da norma culta não são fortuítas, pois elas reinteram as raízes mesmas da língua. (B) A extorção a que se refere o autor no final do texto corresponde a uma espécie de recaida em um pecado. (C) Quem fala e escreve na estrita observância da norma culta não recai nos deslises que acometem a linguagem espontânea. (D) O que mais obstrue a comunicação de muitos são a impropriedade lexical e a sintaxe mal cozida, desarticulada. (E) Concisa é a linguagem de quem não se mostra subserviente às falácias de um estilo artificioso. Gabarito: E Comentário: Veja a correção: Na (A), "fortuitas" não possui hiato, mas ditongo. Dessa mesma regra, temos as palavras "gratuito" (está errada a forma gratuíto) e o substantivo "fluido". Cuidado com o particípio "fluído". Veja: Comprei um fluido de freio (substantivo) As aulas têm fluído bem. (verbo no particípio) Ainda nesta alternativa, o correto é "reiteram". Na (B), "extorsão"; "recaída". Na (C), "deslizes" (não confundir com "liso") Na (D), verbos terminados em "uir" devem ser grafados na terceira pessoa do presente do indicativo com "ui": obstrui. Questão 25: SEFAZ SP 2009 Analista A frase que respeita inteiramente o padrão culto escrito é: (A) Nada disso influe no que foi acordado já faz mais de dez dias, mas eles quizeram que eu reiterasse a sua disposição de manter o que foi estabelecido. (B) Gás lacrimogênio foi usado para dispersar os grupos que cultivavam antiga richa, reforçando a convicção de que dali há anos ainda estariam de lados opostos. (C) Ficou na dependência de ele redigir tudo o que os acionistas mais antigos se disporam a oferecer, se, e só se, os mais novos não detiverem o curso das negociações. (D) Semeemos a ideia de que tudo será resolvido de acordo com os itens considerados prioritários, nem que para isso precisamos apelar para a decência de todos. (E) Vocês divergem, mas agora é necessário que se remedeie a situação; por isso, façam novos contratos e provejam o setor de profissionais competentes. Gabarito: E Comentário: Veja que o pedido da questão é um pouco mais amplo. O alvo é a ortografia, mas há outros vícios gramaticais. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 22 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR A alternativa (E) é a correta. Note a conjugação dos verbos "remediar" e "prover" na aula 1. Você vai constatar que "remedeie" e "provejam" estão corretos. Corrigindo as demais, teremos: (A): verbos terminados em "uir" devem ser grafados na terceira pessoa do presente do indicativo com "ui": influi. Como já vimos na aula 1 e anteriormente nesta, o verbo "querer", no passado, recebe "s" e não "z". Ontem eu quis, tu quiseste, ele quis, nós quisemos, vós quisestes, eles quis eram. Na (B), "lacrimogêneo", "rixa". Note que esta última palavra já havia caído anteriormente. Além disso, perceba que a expressão "dali há anos" marca um tempo futuro em relação a um passado, não um tempo decorrido. Por isso, deve-se retirar o verbo "há" e inserir a preposição "a": dali a anos. Na (C), o verbo corretamente conjugado é "dispuserem", pois a forma "disporam" não existe e o contexto exige o tempo futuro do subjuntivo. Na (D), o substantivo "ideia" está corretamente grafado, pois a prova já pedia a Nova Reforma Ortográfica (veja que a prova foi realizada em 2009). O erro nesta alternativa foi o emprego do tempo verbal. O contexto exige o presente do subjuntivo "precisemos". Questão 26: Pol Civ MA 2006 Médio Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase: (A) O desrespeito aos objetos que testemunham o progresso cultural da humanidade culminou com saques e contrabando de obras raríssimas. (B) O caos provocado por situações e conflito entre países atinge seu ápice quando se destrói um acervo de importantes documentos históricos. (C) Autores de relevo foram perseguidos em todas as épocas, acusados de disseminar idéias revolucionárias contra o sistema vigente. (D) Tropas invasoras nem sempre agem com a sencibilidade necessária quando se trata de preservar tezouros culturais da humanidade. (E) Obras valiosas foram destruídas em imensas fogueiras ateadas por líderes, cegos pelo radicalismo de suas convicções. Gabarito: D Comentário: "sensibilidade" e "tesouros". Questão 27: TCE AL 2008 Analista Desconsidere a Nova Reforma Ortográfica, assinada em 2009. Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras em: (A) A inverossimilhança dos nossos enfáticos propósitos de Ano Novo constitui uma prova de que, via de regra, somos uns inconseqüentes. (B) Há quem formule com tanta desfaçateza seus propósitos de Ano Novo que acaba provocando em todos um mixto de irrisão e pena. (C) Não há porquê imaginar que nos baste divizar imagens do futuro para que elas venham a se tornar uma inextricável realidade. (D) O dilema que constitue nosso desejo de liberdade diante de amarras entrincadas está diretamente associado à questão da liberdade. (E) É prazeirosa a experiência de quem formula propósitos e promove ações que vão de encontro aos mesmos. Gabarito: A Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 23 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Comentário: A alternativa correta é a (A). Note a palavra "inverossimilhança" corretamente grafada. Note que anteriormente caiu semelhante palavra, apenas sem o prefixo "in". Veja também que com a nova reforma ortográfica o trema foi abolido. Assim, só após 2009, o correto é "inconsequentes". Na (B), desfaçatez, misto (lembre-se de mistura). Na (C), por que (separado e sem acento: veremos esta palavra na próxima aula), divisar. Na (D), constitui e intrincadas. Na (E), o correto é "prazerosa" e a expressão "de encontro a" não está sendo corretamente utilizada, pois não há oposição neste contexto. Assim, o correto seria: "ao encontro de". Questão 28: TRE PE 2004 Analista Encontram-se palavras escritas de modo INCORRETO na frase: (A) Algumas tribos indígenas almejam a expansão de seu território, com a demarcação oficial da área que habitam. (B) A visão deum paraíso natural onde índios vivam em harmonia parece estar em desacordo com a atual realidade extrativista. (C) Os colonizadores demonstraram enorme incomprenção dos costumes indígenas, regeitando-os, devido a sua formação religiosa. (D) Uma hipótese consiste em reconhecer certos direitos dos índios, como a utilização sustentável da floresta, que gera recursos para as tribos. (E) Existem as chamadas unidades de conservação, cujo objetivo se volta para a manutenção da floresta e especialmente para animais em risco de extinção. Gabarito: C Comentário: incompreensão e rejeitando-os. Questão 29: TRF 5 aR 2003 Analista Está apropriado o emprego e correta a grafia de todas as palavras da frase: (A) A opinião do autor vai de encontro a daqueles que vêm no cinismo uma das armas que os humoristas não despensam. (B) As emissoras lutam entre si pela obtensão de um grande nível de audiência, razão porque fazem da cobertura da guerra um grande espetáculo. (C) Os discursos dos governantes revelam toda a sua hipocrisia quando enfatizam a nobreza dos motivos que os levaram à conflagração. (D) Não é atoa que os jornalistas mais próximos das cenas de combate são os que dispendem mais esforços para evitar a banalização da violência. (E) A assepssia que caracteriza as transmissões tem a pretenção de promover uma imagem aceitável das cenas mais brutaes. Gabarito: C Comentário: Note o tipo de questão: pede-se, além da grafia, o correto emprego de palavras. A alternativa correta é a (C). É importante notar a correta grafia de "discursos", "hipocrisia", "nobreza", "conflagração". Na (A), o contexto exige o verbo ver; por isso o correto é "veem" (à época da prova seria "vêem"). A locução "vai de encontro a" não está errada, pois o contexto admite a ideia de oposição. O problema é que essa expressão Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 24 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR termina com a preposição "a" e o substantivo "ideia" está subentendido antes de "daquele". Isso obriga a inserirmos a crase. Veja: "... a opinião do autor vai de encontro à (opinião) daqueles...". Além disso, deve-se corrigir para "dispensam". Na (B), os vocábulos corretamente grafados são "obtenção" e "por que"; pois o "que" é pronome relativo e pode ser substituído por "a qual". Veja: "...razão pela qual fazem da cobertura da guerra..." Na (D), o vocábulo "atoa" não existe. Antes da Reforma Ortográfica, havia hífen nessa expressão ("à-toa"), agora não mais se usa esse sinal gráfico: "à toa". O verbo correto é "despendem", que significa "consumir, gastar". Na (E), o correto é "assepsia", "pretensão" e "brutais". Questão 30: TRF 1 aR 2001 Analista Está correta a grafia de todas as palavras na frase: (A) O sonho do cronista parece estravagante, mas há que se reconhecer nele a beleza de uma vida a ser levada com muito mais distenção. (B) Quem vive de forma mais displiscente não é o homem distraído das obrigações, mas aquele que atribue importância exclusiva aos negócios e à rotina urbana. (C) Um telefone corta abruptamente nossa evazão imaginária, e anotamos nomes e números, na sugeição aos velhos hábitos e compromissos. (D) Se uma vida mais natural nos restitui a extinta simplicidade, que empecilhos tão fortes nos impedem de desfrutá-la? (E) A singeleza de uma vida natural exclue, é obvio, aqueles valores supérfluos que encorporamos sem nunca os analisar. Gabarito: D Comentário: A alternativa (D) é a correta. Perceba que novamente caiu a palavra "empecilhos". O verbo terminado em "uir" no presente do indicativo "restitui" está corretamente grafado. Vamos corrigir as outras? (A): extravagante, distensão. (B): displicente, atribui (C): evasão, sujeição (E): exclui, óbvio, incorporamos. Note que está correta a grafia "supérfluos". QUESTÕES CUMULATIVAS DE REVISÃO BB 2011 Escriturário Madrugada na aldeia Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorrendo orvalho, os figos prateados de orvalho, as uvas multiplicadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas. O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 25 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR de sentinela. E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos, encarnados e negros. Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o calor da cozinha perfume a casa com lembrança das árvores ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos recém-acordados os translúcidos peixes, que ainda se movem, procurando o rio. (Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p.311) Questão 31: Considere as afirmativas seguintes: I. O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o título. II. Predominam nos versos elementos descritivos da realidade. III. Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol que surge e traz o calor do dia. Está correto o que consta em (A) I, II e III. (B) I, apenas. (C) III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I e II, apenas. Gabarito: E Comentário: Lembre-se sempre de responder às questões por exclusão das erradas. Na frase I, observamos que o assunto do poema realmente é a simplicidade de vida. Isso é comprovado pela descrição do ambiente na primeira estrofe (natureza). Na segunda estrofe, o silêncio está presente e podemos contrastar com a agitação da cidade, para entendermos melhor a ideia de simplicidade. Fechando o poema, há a representação dessa simplicidade com a velhinha do leite de cabra e o pescador. Na frase II, note que cada linha de um poema é um verso. O conjunto de versos é uma estrofe. A pergunta é se predominam nos versos descrição da realidade. Sim, pois o poema conta algo sem devaneios, sem sonhos; ele retrata o que ocorreu naquela madrugada na aldeia. Na frase III, notamos que o poema traz em sua terceira estrofe um contraste entre a madrugada, fria e silenciosa, e o dia. O problema nesta frase é a expressão categórica "clara oposição". Isso faz com que o poema tenha não só sugerido essa oposição, mas ela deveria estar bem clara, evidente, reforçada no texto. Mas isso não ocorreu. Veja que realmente podemos inferir essa oposição, mas isso é uma sugestão no texto, NÃO uma CLARA Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 26 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR OPOSIÇÃO. Questão 32: O verso com lembrança das árvores ardendo remete (A) ao ambiente natural existente em toda a aldeia. (B) à queima da lenha no fogão da casa. (C) ao costumeiro hábito de atear fogo às florestas. (D) ao nascer do sol, que aquece as frias vidraças. (E) à colheita de frutas, no quintal da casa. Gabarito: B Comentário: Veja a linguagem figurada, em que a árvore representa a lenha que vai ao fogo, e "ardendo" significa aquilo que está muito quente. Por isso a alternativa correta é a (B). Questão 33: A afirmativa INCORRETA, considerando-se o que dizem os versos, é: (A) As cabras e os peixes são considerados animais benfazejos, por constituírem a base da alimentação dos moradores. (B) A velhinha e o pescador oferecem seus produtos ainda bastante cedo aos moradores, recém-acordados. (C) O silêncio que impera durante a madrugada pode ser visto como guardião do sono das pessoas aconchegadas em suas camas. (D) O último verso deixa evidente o fato de que o pescador trazia peixes que havia acabado de pescar. (E) A repetição da palavra orvalho acentua a sensação de frio e de umidade característicos de uma madrugadade inverno. Gabarito: A Comentário: A alternativa (A) realmente está fora do contexto. Veja isso com o aposto explicativo na oração: E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos, encarnados e negros. Assim, são os cobertores peludos os animais benfazejos. A alternativa (B) geraria dúvida, pois não há elemento gramatical que indique que também a velhinha ofereceu seu produto aos moradores. Foi dito apenas que ela desceu as pedras da rua, e o pescador é o sujeito da outra oração; é ele quem, claramente no texto, ofereceu seu produto aos moradores. Porém, não há nenhuma negação a essa suposta conduta da velhinha no texto. Portanto, podemos até interpretar como uma possibilidade. Por isso mesmo a banca deixou muito evidente a alternativa errada, para que não houvesse dúvida nessa questão. A alternativa (C) também possui um dado gramatical que nos ajuda a perceber que o silêncio está de sentinela. Veja: O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, de sentinela. A alternativa (D) é autoexplicativa, concorda? Se os peixes ainda se movem, é sinal que acabaram de ser pescados. A alternativa (E) perceba que normalmente, quando se repete um vocábulo ou expressão, a intenção é a ênfase. No caso do poema, realmente as gotículas Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 27 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR do orvalho simbolizam o frio e a umidade daquela madrugada. Questão 34: TRF 4 aR 2001 Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase: (A) O carro de cujo dono você diz ser amigo está à venda. (B) É um carro cujas as prestações estão sendo pagas com dificuldade. (C) A manifestação política à qual ele recusou participar será amanhã. (D) São graves os momentos em que ela está atravessando. (E) As despesas de cujas você me preveniu foram, de fato, muito altas. Gabarito: A Comentário: Na alternativa (A), primeiro, vamos grifar a oração subordinada adjetiva: O carro de cujo dono você diz ser amigo está à venda. Vamos ao verbo para saber quem é seu sujeito e complementos. O verbo "diz" tem como sujeito o pronome "você". Esse verbo é transitivo direto e exige o objeto direto "ser amigo" (note que o verbo "ser" tem valor de substantivo, não há nova oração). O substantivo "amigo" exige complemento nominal "de cujo dono" (ser amigo de alguém). Portanto, esta é a alternativa correta. Na alternativa (B), perceba o erro com o artigo "as" após o pronome "cujas". Mesmo assim, vamos grifar a oração subordinada adjetiva, para verificar se há mais algum vício de linguagem: É um carro cujas as prestações estão sendo pagas com dificuldade. A locução verbal "estão sendo pagas" tem como sujeito o termo "cujas prestações", por isso corretamente não há preposição antes deste pronome. A expressão "com dificuldade" é um adjunto adverbial de modo. Na alternativa (C), vamos grifar a oração subordinada adjetiva: A manifestação política à qual ele recusou participar será amanhã. O verbo "recusou" é transitivo direto, seu sujeito é o pronome "ele" e seu objeto direto é a oração "participar". Esse verbo é transitivo indireto e seu objeto indireto deve possuir a preposição "de". Por isso, o correto é "da qual". Na alternativa (D), vamos grifar a oração subordinada adjetiva: São graves os momentos em que ela está atravessando. A locução verbal "está atravessando" tem como sujeito "ele", é transitiva direta e seu objeto direto é o termo "que" (sem a preposição "em"). Na alternativa (E), veja que não se pode inserir pronome após o pronome relativo "cujas". Já vimos que esta alternativa está errada, mas vamos continuar a explorar a oração para corrigi-la. Então, grifemos a oração subordinada adjetiva: As despesas de cujas você me preveniu foram, de fato, muito altas. O verbo "preveniu" é transitivo direto e indireto (prevenir alguém de alguma coisa). O sujeito é "você" o objeto direto é "me" e o objeto indireto passa a ser "de que" (ou "das quais"). Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 28 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Questão 35: TRT 6 aR 2006 técnico Observa-se que há um grande número de pessoas procura de uma vaga no mercado de trabalho, mas diversos fatores levam desistir dessa busca. As lacunas da frase apresentada estão corretamente preenchidas, respectivamente, por (A) à - às - à (B) à - as - à (C) à - as - a (D) a - às - a (E) a - as - à Gabarito: C Comentário: Note que há uma locução adverbial iniciada com a preposição "a" (à procura de uma vaga). Vemos que o substantivo "procura" admite artigo "a". Por isso, há crase. O verbo "levar" é transitivo direto e indireto, seu objeto direto é o pronome oblíquo átono "as" e o objeto indireto é a oração "a desistir dessa busca". Veja que o pronome oblíquo átono não admite preposição, por isso não há crase. Além disso, note que não se admite crase antes de verbo. Portanto, a única alternativa correta é a (C). Questão 36: MPE SE 2010 Superior A pontuação está inteiramente correta na frase: (A) Nosso admirável poeta Carlos Drummond de Andrade, em um poema antológico, foi capaz de definir em um único verso um atributo do tédio: esse sentimento mortal que, se descuidarmos, pode tomar conta de nós. (B) Nosso admirável poeta, Carlos Drummond de Andrade, em um poema antológico foi capaz de definir em um único verso: um atributo do tédio; esse sentimento mortal que se descuidarmos, pode tomar conta de nós. (C) Nosso admirável poeta Carlos Drummond de Andrade em um poema antológico, foi capaz de definir em um único verso, um atributo do tédio, esse sentimento mortal, que se descuidarmos pode tomar conta de nós. (D) Nosso admirável poeta, Carlos Drummond de Andrade, em um poema antológico foi capaz de definir em um único verso, um atributo do tédio; esse sentimento mortal, que se descuidarmos pode tomar conta de nós. (E) Nosso admirável poeta Carlos Drummond de Andrade, em um poema antológico foi capaz, de definir em um único verso, um atributo do tédio, esse sentimento mortal que, se descuidarmos pode tomar conta de nós. Gabarito: A Comentário: Como a frase é a mesma, só mudando a pontuação, analisar- se-á apenas a correta e por exclusão se entende o erro das outras. (A) Nosso admirável poeta Carlos Drummond de Andrade, em um poema antológico, foi capaz de definir em um único verso um atributo do tédio: esse sentimento mortal que, se descuidarmos, pode tomar conta de nós. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 29 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR A expressão "em um poema antológico" é o adjunto adverbial de lugar, por isso se encontra corretamente entre vírgulas. Essa expressão pode ser entendida como de pequena extensão, assim o autor poderia ter optado em retirar as duas vírgulas. Mas lembre-se: ao se retirar uma, deve-se retirar a outra também; como ocorreu no outro adjunto adverbial de lugar "em um único verso". Os dois-pontos assinalam um aposto explicativo ("esse sentimento mortal"). A oração subordinada adverbial condicional "se descuidarmos" está intercalada, por isso a dupla vírgula é obrigatória. Perceba que a oração "que...pode tomar conta de nós" é uma oração subordinada adjetiva restritiva, por isso não está precedida de vírgula. Questão 37: TRT 24a R - 2006 - Analista Atentando-se para a adequada articulação entre os tempos e os modos verbais, completa-se a frase Caso não fossem necessárias as instituições com o seguinte segmento: (A) haverão os homens de tê-las criado? (B) por que os homens as haverão de criar? (C) tê-las-íamos criado? (D) ainda assim as teremos
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