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Morfologia, anatomia e fisiologia do bicho-da-seda

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
	
Trabalho de sericicultura – ENT 110
Morfologia, anatomia e fisiologia do bicho-da-seda
Gustavo Claret
Lavras
Minas Gerais �
ÍNDICE
3INTRODUÇÃO	�
4CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA	�
5MORFOLOGIA/ANATOMIA DO OVO	�
8MORFOLOGIA/ANATOMIA DA LAGARTA	�
9Cabeça:	�
10Tórax:	�
10Abdome:	�
10FISIOLOGIA DA LAGARTA	�
11Desenvolvimento da lagarta	�
11Nutrição x fisiologia da lagarta	�
12Pupa	�
13FISIOLOGIA DO BICHO-DA-SEDA	�
13Sistema digestivo	�
13Sistema excretor	�
14Glândulas de seda e secreção	�
16Sistema circulatório	�
16Sistema respiratório	�
16Sistema nervoso central	�
16Sistema nervoso simpático ou visceral	�
17Aparelho reprodutor	�
17Tecido gorduroso	�
17Musculatura	�
17Tegumento	�
18Outras glândulas do bicho-da-seda	�
18Glândulas exuviais	�
18Glândulas salivares ou mandibulares	�
18Glândulas prototorácicas	�
18Glândulas e células peritraqueais	�
18Gânglio subesofagal	�
18Corpus allatum	�
18Corpus cardiacum	�
18Células neurossecretoras do gânglio cerebróide	�
19Glândulas acessórias de machos e fêmeas	�
19Glândulas do perfume	�
19Mariposa	�
20Conclusão	�
21BIBLIOGRAFIA	�
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INTRODUÇÃO
O bicho-da-seda é um inseto classificado como inseto útil dentro da entomologia, sendo um dos insetos mais antigo explorado pelo homem, e a origem da sua exploração é datada de mais de 3000 anos atrás pelos chineses.
O bicho-da-seda é a larva de uma espécie de mariposa (Bombyx mori) usada na produção de fios de seda. Este inseto é nativo do Norte da China mas encontra-se atualmente distribuído por todo o mundo em quintas de produção de seda, denominada sericicultura. O bicho-da-seda alimenta-se exclusivamente de folhas de amoreira ao longo de toda a sua fase de vida larval. Ao fim de um período de pouco mais de um mês, a lagarta torna-se amarelada e começa a segregar um casulo onde se dará a metamorfose para o estado adulto (imago). É este casulo que serve de fonte para a seda, produto este muito valorizado no mercado mundial.
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CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA
O Bombyx mori L, denominado popularmente de bicho-da-seda, é originário do Bombyx mandarina (Theophila mandarina), apresentando características morfológicas semelhantes e capacidade de acasalamento. De acordo com a distribuição geográfica, o bicho-da-seda é identificado como de origem japonesa, chinesa, européia ou indiana, e sua classificação filogenética é apresentada abaixo:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Superordem: Amphiesmenoptera
Ordem: Lepidoptera
Subordem: Glossata
Superfamília: Bombycoidea
Família: Bombycidae
Gênero: Bombyx
Espécie: Bombyx mori
Basicamente, quando falamos em raça de bicho-da-seda geralmente estamos nos referindo a uma combinação de duas, três ou quatro raças matrizes de bicho-da-seda. Ou seja, quando falamos em uma raça estaremos nos referindo a um híbrido. O mais comum é utilizarmos uma combinação de quatro raças resultando um híbrido superior às raças progenitoras e ao mesmo tempo viável economicamente do ponto de vista de produção de ovos. 
O trabalho de melhoramento de raças consiste basicamente em melhorar geneticamente as raças progenitoras e fazer a melhor combinação entre elas. A base do melhoramento de raças do bicho da seda é a seleção, isto é melhorar cada uma das raças componentes através da seleção de indivíduos superiores de cada raça através de técnicas de melhoramento genético (produção de variabilidade e seleção). 
Os híbridos de bicho-da-seda geralmente tentam combinar a alta produtividade das raças japonesas (C e D) com a rusticidade das raças chinesas (A e B). Observando a figura abaixo podemos observar a herança da forma do casulo e a heterose pelo tamanho dos casulos da raça comercial em relação aos produzidos pelos progenitores.
MORFOLOGIA/ANATOMIA DO OVO
	
O bicho-da-seda é considerado um inseto ovíparo, ou seja, ela se reproduz por meio de ovos. Há a necessidade do cruzamento de mariposas de sexos distintos, e após a fecundação, cada mariposa fêmea pode depositar em média de 300 a 600 ovos.
Formato: a forma dos ovos é lenticular com comprimento aproximado de 1,3mm, de largura 1,0mm e espessura de 0,6mm aproximadamente, podendo variar de acordo com a raça ou mesmo do tamanho da mariposa materna. Os ovos do bicho da seda são chamados também de "sementes", isto devido à semelhança com as sementes vegetais, principalmente as de hortaliças. 
Coloração: Os ovos fertilizados, inicialmente são amarelos, e com o decorrer do tempo vai mudando de cor para marrom claro, marrom escuro, acinzentado, e após 4 a 5 dias dependendo da raça, tornam-se cinza claro, cinza escuro, esverdeado, azul violeta e permanecem nessa cor até a fase de pré-eclosão, quando se tornam mais claras. 
A coloração varia muito de acordo com a raça, e também em conseqüência de vários fatores externos, sendo a cor cinza a mais comum.
As mudanças de cores que o ovo sofre é um sinal característico de diferenciação entre um ovo fecundo e infecundo, devido aos pigmentos coloridos que se acumulam gradativamente na membrana serosa envolvente da substância vitelínea.
Peso: O peso dos ovos pode variar conforme a raça, alimentação, sanidade, e há também uma grande relação entre tamanho dos reprodutores fêmea com peso dos ovos. Em média o número dos ovos varia entre 1.400 a 2.200 ovos/grama. Os ovos, da postura até a pré-eclosão sofrem alterações devido a constantes trocas gasosas, a queda do peso é mais acentuada no período de incubação, quando o embrião requer uma caloria mais elevada para o seu desenvolvimento e eclosão. A densidade do ovo fecundado é de aproximadamente 1,08, sendo que os ovos não fecundos são mais leves, esta diferença de densidade possibilita que os institutos de sementagem façam a separação dos ovos férteis com os inférteis. 
Estrutura: O consta de um robusto envoltório (córion) de membrana vitelina, de periplasma e de vitelo. Ao microscópio, pode-se observar que a casca apresenta externamente um aspecto levemente rugoso, granulado, esculpido, com inúmeras linhas escuras formando figuras poliédricas. Na parte apical do ovo e no centro da figura poliédrica que se assemelha a uma roseta, encontra-se uma ligeira depressão com um pequeno orifício, denominado de micrópila, local por onde penetra o espermatozóide fecundante, por onde se processam as trocas gasosas, é também por este local que a larva livra-se da casca.
Os ovos do bicho-da-seda são formados externamente por uma substância endurecida, constituída de células epiteliais geradas nos tubos ovários, chamada de córion, este revestimento possui resistência notável, que resguarda o conteúdo líquido do ovo, tão necessário a vida embrional.
Composição: Composição química do ovo segundo Versón é a seguinte:
Carbono...............................................50,90
Hidrogênio........................................... 7,10
Sódio ...................................................11,22
Oxigênio(p/ diferença) .........................19,32
Azoto ................................................... 4,37
Cinzas .................................................. 1,09
Os ovos do bicho-da-seda, depois de depositados pela mariposa passam por vários estágios de metamorfose interna, que podemos denominar como desenvolvimento embrional. 
O ovo, da postura à eclosão passa por vários períodos de estivação, hibernação e incubação. A estivação corresponde ao período da postura até aproximadamente 36 horas. É durante este período que ocorre a primeira fase embrionária do ovo. Nas primeiras 12 horas ocorre a formação do blastoderma (uma camada de células contínuas) que envolve a massa de grânulos de vitelo responsável pela nutrição do embrião. Decorrido este tempo ocorre o início do desenvolvimento da estria germinativa (o primeiro esboço do embrião). 
Com 20 horas de posturaa estria germinativa se afasta da periferia do ovo. Neste período também os ovos começam a mudar de cor devido a formação de uma camada contínua formada por células poligonais que constitui a camada serosa.
No processo de produção comercial de ovos. A estivação dos ovos se dá em salas próprias com temperatura e umidade controladas. Os ovos após a primeira fase embrionária que completa com 4 a 5 dias de estivação, ficam em estado estacionário até a fase de incubação.
No processo comercial da produção de ovos, o período de permanência dos ovos em salas de estivação será de grande influencia no tempo de conservação sem a queda da viabilidade dos ovos.
Hibernação: Período em que os ovos permanecem em fase de repouso, ou seja, sem grandes transformações, é necessário para obter uma boa eclosão dos ovos para alguns métodos de produção. A hibernação dos ovos dá-se em câmaras frigoríficas a baixas temperaturas. Na hibernação é necessário manter a temperatura sempre constante, evitando oscilações bruscas que poderão ser prejudiciais ao embrião. A hibernação dos ovos em condições de ambiente natural ocorre no inverno (em raças univoltinos), atualmente, com o progresso da sericicultura, existem métodos de conservação de ovos que possibilita programar o período de eclosão dos ovos. Com o desenvolvimento dos diversos métodos de conservação dos ovos em câmaras frigoríficas possibilitou o desenvolvimento da sericicultura também em países de clima tropical. 
Incubação: Neste período, efetua-se a segunda fase do desenvolvimento do embrião dos ovos. A fase de incubação inicia-se no momento em que os ovos são retirados das câmaras frigoríficas e recebem calor da temperatura ambiente. A incubação dos ovos poderá variar de 11 a 15 dias conforme a temperatura ambiente, o ideal é que a incubação ocorra na faixa de 25 a 26°C.
Eclosão: A eclosão dos ovos geralmente inicia-se após 11 a 12 dias da retirada dos ovos das câmaras frias. O bicho-da-seda rompe a casca pela micrópila. Na produção comercial, onde há um controle da temperatura ambiente onde os ovos ficam armazenados em salas específicas evitando fatores desfavoráveis ao ovo, a maior parte dos ovos eclodem no período de 2 a 3 dias. As larvas eclodidas do bicho-da-seda também recebem o nome de sirgo oriundo do latim sericu que significa de seda. As larvas recém eclodidas mede em média 3 mm de comprimento por 0,5 mm de largura. A partir desta fase inicia-se a fase larval onde o seu alimento natural são as folhas de amora.
MORFOLOGIA/ANATOMIA DA LAGARTA
A lagarta do bicho-da-seda é conhecido também como larva ou lagarta de sirgo, o período larval dura em torno de 27 a 32 dias da eclosão até a confecção do casulo, durante este período a lagarta quase não mudam de forma, e as grandes mudanças observadas é o extraordinário crescimento do tamanho. 
Observando a anatomia externa do bicho-da-seda, ela é dividida em 3 partes que são cabeça, tórax e abdome, como mostra na figura abaixo:
Cabeça: é a primeira porção do corpo da larva e é um órgão extremamente importante apesar de pequeno em tamanho. Ela está inserida de modo distinto no tórax. A coloração é preta quando recém-nascida passando para marrom escuro e marrom claro a opaco nas últimas idades. A formação é de natureza quitinosa, de aspecto capsular fortemente espessada na região craniana. Na cabeça apresenta duas faces distintas: uma anterior (onde estão alojados os órgãos de mastigação, visão – seis pares de ocelos, táteis, olfativas, e fieira) e a posterior (onde apresenta basicamente pêlos). Suas antenas são responsáveis para a localização do alimento.
Órgão de mastigação: a peça bucal é composta de três partes a) Lábio Superior, b) Lábio inferior e c) Duas mandíbulas que estão localizados entre os lábios.
Órgãos de visão: encontra-se na região dorso lateral dos parietais e são formados por doze ocelos de forma lenticular, dispostos simetricamente seis em cada lado, sendo que quatro delas iguais em tamanho, uma bem pequena e outra, a maior de todas, fica próxima à base da antena.
Órgão sensorial: temos as antenas como principais apêndices cefálicos pré-orais, funcionam também como órgãos de defesa. São móveis, filiformes e constituídos de três segmentos. As antenas são em número de dois e encontram-se dispostas uma de cada lado da região parietal próximo dos olhos.
Fieira: órgão de forma cônica. Situa-se entre os palpos labiais, na região mediana. Este órgão possui um canal muito fino por onde a substância sérica vinda das glândulas sericígenas são expelidas na forma de fio.
Tórax: segunda porção do corpo, de formato cilíndrico, se situa logo após a cabeça, sendo constituído de três segmentos, cada segmento é denominado de anel. Em cada anel, prende-se um par de patas torácicas ou verdadeiras, por persistirem até a fase de mariposa. As patas torácicas servem para apreensão da folha da amoreira para a alimentação. O tórax pode ser subdividido em três segmentos: o protórax, o mesotórax e o metatórax, sendo que cada um possui um par de patas torácicas.
Patas torácicas: Os três pares de patas torácicas, na fase larval, servem principalmente para segurar a folha de amora para comer e também para a locomoção. São de forma cônica, recurvadas e são revestidas externamente por uma película semi-dura, semelhante a quitina com numerosos pêlos em redor de si.
Abdômen: o abdômen da lagarta é composto de nove segmentos (anéis), sendo que quase todos são do mesmo diâmetro com exceção do oitavo e novo segmento que são mais afilados. 
Patas abdominais: A lagarta possui pares de patas abdominais também chamadas de falsa patas abdominais no 3°, 4°, 5°, 6° e 9° anéis abdominais, estas patas têm a função principal de locomoção, lembram a forma de um cone truncado com parte terminal de forma elíptica com ventosas. No sétimo e oitavo segmento anelar da região abdominal na face ventral podem ser observadas as glândulas de Ishiwata nas lagartas fêmeas e glândula de Herold em lagartas machos.
A lagarta do bicho-da-seda também possui uma cauda que aparece em todas as raças, e aparece no oitavo segmento abdominal como uma protuberância cutânea de forma cônica denominado de Cornicho, onde não se tem uma função específica. 
Sobre o corpo da lagarta, na região dorsal, é possível aparecer manchas escuras, podem ser encontrados no primeiro segmento, no terceiro, no quarto, no oitavo, décimo primeiro e também no último anel, sendo mais comum no primeiro, quinto e oitavo anel semi-circulares.
FISIOLOGIA DA LAGARTA
Com relação ao seu desenvolvimento, o bicho-da-seda é considerado holometábolo, ou seja, o inseto passa por diferentes estágios: ovo, larva, crisálida (pupa), e adulto (mariposa). No desenvolvimento da fase larval o bicho-da-seda passa por cinco instares, e também por um período de repouso, sendo que o tempo que varia de acordo com o estágio da lagarta. Do início ao fim da fase larval decorrem 23 a 25 dias em média, e durante esta fase a lagarta cresce de 10.000 a 15.000 vezes o seu tamanho inicial.
A larva recém-nascida (formiga) é preta ou marrom-escura, mostrando certo grau de variação na cor. Seu corpo é coberto de pêlos (cerdas) densos, que caem em poucos dias – a larva assume uma cor cinzenta ou azulada, que se torna mais clara conforme vai se desenvolvendo.
Desenvolvimento da lagarta
	A larva nascida de um ovo, com menos de 0,5 mg de peso, dentro de mais ou menos quatro semanas cresce mais de 10 mil vezes em relação ao seu peso inicial. Durante esse período, o bicho-da-seda normal exuvia (troca de pele) quatro vezes e tece um casulo, encerrando-se nele. A larva dentro do casulo, através da metamorfose, transforma-se em pupa e esta em mariposa. 
Tabela 1 – Crescimento do bicho-da-seda em peso do corpo (g) por 100 bichos.
	
	
	ANTES DA ALIMENTAÇÃO
	
	
	Variedade monovoltina
	Formiga ao nascer
	2ª idade
	3ª idade
	4ª idade
	5ª idade
	5ª idade – máximo desenvolvimentoMadura
	Japonesa
	0,040
	0,470
	3 200
	16 100
	78 200
	402 000
	302 000
	Européia
	0,049
	0,470
	3 200
	20 000
	106 200
	482 700
	417 100
	Chinesa
	0,044
	0,690
	3 300
	16 100
	78 200
	413 200
	340 000
	A larva, alimentando-se com folhas de amoreira durante um ou dois dias após seu nascimento, torna-se transluzente e pára de se movimentar. Neste estágio, ao se observar a larva, nota-se atrás da epicutícula a cabeça do próximo estágio na parte traseira existente. Cerca de 16 horas após a parada da alimentação, a porção entre a cabeça e o tórax rompe-se, e o inseto do próximo estagio sai da pele antiga. 
Após repetir quatro vezes a muda, que é sempre similar ao processo descrito, o bicho-da-seda entra no 5º e último estágio larval. Neste estágio, alimentando-se por seis a oito dias, alcança o máximo desenvolvimento, torna-se maduro e seu corpo deverá atingir de 5 a 6 g nas raças híbridas e de 4 a 5g nas raças puras. A seguir, o bicho-da-seda perde o apetite, pára de se alimentar e começa a excretar fezes moles com alto teor de umidade. Seu corpo torna-se translúcido e a glândula da seda aumenta de volume, tornando-se visível através do integumento. A lagarta começa então a fiar a seda pelo orifício de sua fiandeira para tecer o seu casulo. 
Nutrição x fisiologia da lagarta
O sucesso de uma criação depende fundamentalmente da qualidade do alimento fornecido. Pesquisas mostram a importância da qualidade nutricional das folhas de amoreira, onde as características físico-químico de cada variedade irão influenciar na quantidade de alimento ingerido. Para o pleno desenvolvimento das lagartas, é importante que em cada fase, haja o fornecimento de nutrientes de forma balanceada e distinta. 
Na fase jovem, as lagartas precisam de muito líquido e nutrientes em quantidades equilibradas. O excesso ou deficiência poderá afetar a criação. Nessa fase é recomendado a utilização das folhas macias próximas aos ponteiros, aumentando gradativamente o número de folhas posicionadas nos ramos. 
O teor de água do corpo da lagarta varia de acordo com as idades e verificamos que a primeira idade (teor de água do corpo da lagarta = 83%) seria uma idade de aquisição de água, 2ª a 4ª manutenção (87% de água) de água e a 5ª idade (76% de água) eliminação de água. 
A implicação imediata deste fato é o uso de amoreira com teor de água adequada para cada idade, uma vez que as folhas de amoreira ingeridas pela lagarta é a sua principal fonte de água. A 1ª e 2ª idades não são preocupantes para o criador, pois as indústrias se encarregam destas fases e entregam as lagartas já na terceira idade. Na 3ª e na 4ª idade é necessário que o sericicultor forneça folhas de amoreira não muito maduras, suficiente para que o bicho-da-seda mantenha o seu teor de água apesar do crescimento. 
A produção dos casulos depende muito do desenvolvimento larval, que depende da qualidade do alimento fornecido, e este da variedade da amoreira. A variedade tem maior influência no peso dos casulos do que no teor de seda 
Na fase adulta, a exigência de líquido é menor, porém, há uma maior necessidade de todos os demais nutrientes, posto que, este é o período de maior crescimento das lagartas, pode-se fornecer as folhas mais duras de todo o ramo. 
O fornecimento de folhas de boa qualidade e adequadas a cada fase das lagartas possibilitará que elas tenham um maior ganho de peso, cresçam fortes, sadias e dando-lhes ainda uma maior resistência diante de condições adversas. As somatórias desses valores resultarão na produção de melhores casulos. 
Outra conseqüência dessa característica da variação do teor de água ao longo das idades tem relação com a umidade relativa do barracão de criação, isto é, nas primeiras idades devemos criar as lagartas em ambientes relativamente úmidos. Já na 5ª idade o ambiente de criação deve ser bem ventilado e mais seco possível, até o limite em que ocorre excessiva secagem da amora fornecida. 
Na 3ª e 4ª idades o fator limitante é o frio, logo quando ocorrer temperaturas baixas deve-se lançar mão de artifícios como cobrir as lagartas com jornal nas noites frias, ou até mesmo do aquecimento com carvão ou equivalente. 
Já na 5ª idade, o fator limitante passa a ser o calor. Quando a temperatura se eleva, devemos fazer de tudo para abaixar a temperatura: sombreamento do barracão, pintura do telhado com cal de pintura, e principalmente ventilação, pois que, promovendo a evaporação abaixa a temperatura do barracão e do corpo da lagarta. 
Pupa
	A pupa, ou crisálida, vive às expensas das substâncias de reservas acumuladas durante a vida larval. Ela é obtecta, envolvida por uma cutícula que recobre inteiramente seu corpo e seus apêndices. Esta cutícula, inicialmente é de cor amarelo-claro e depois, devido ao seu espessamento e com a ação do ar, torna-se mais escura, semelhante a ouro velho. Seu corpo tem forma ovóide, cabeça pequena e olhos muito pronunciados.
	De alguns caracteres exteriores da extremidade do abdômen é possível distinguir o sexo da pupa. Nas pupas femininas, ventralmente, ao longo da linha mediana, encontra-se uma espécie de fenda longitudinal – dividindo a região em duas partes correspondentes – a “plaque” da armadura genital da mariposa, que é uma lamina delgada de revestimento. Na pupa macho, nota-se o contrário: na margem posterior do mesmo segmento há um ponto escuro que corresponde ao esboço do órgão copulador. 
	O reconhecimento do sexo é de importância prática na separação das pupas em machos e fêmeas para o cruzamento de raças. O período pupal é de 11 a 12 dias nas raças monovoltinas, durante os quais uma grande porção de tecido formado no período larval começa a histolisar no corpo da pupa e então a histogênese toma lugar para preparar a eclosão da mariposa.
FISIOLOGIA DO BICHO-DA-SEDA
Sistema digestivo – consiste em três partes: intestino anterior (estomodeo), médio (mesentério) e posterior (proctódio). O alimento ingerido move-se no aparelho digestivo, da cavidade bucal do ânus, pela evacuação. O tempo gasto da ingestão até a evacuação dos alimentos, varia entre 1 a 1h30min para os bichos mais jovens e de 2 a 3 horas para os adultos. A matéria fecal é comprimida no reto e expelida pelo ânus como pelets, apresentando características hexagonais. 
Quantidade de ingestão, de digestão e digestibilidade de alimentos – o bicho-da-seda não ingere a folha inteira, come somente uma parte dela. A proporção da folha ingerida varia de 10 a 20% para os bichos jovens e de 60 a 70% para os adultos. Durante o ciclo, uma lavra ingere cerca de 20g de folhas frescas, das quais 85% é consumida no 5º e último estágio larval. 
A proporção de digestão é de 45% para os jovens e de 35% para os adultos. Por ingrediente, a proporção é de 60% para proteína bruta, de 58% para gordura bruta e de 40% para carboidratos. Cerca de 25% dos alimento ingerido transforma-se em material de seda.
Necessidades nutricionais – a mais importante substância para a qualidade da nutrição do bicho-da-seda é a proteína. Entre os aminoácidos que compõem a proteína, 10 deles são essenciais: arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, teonina, triptofano e valina.
Sistema excretor – o tubo de Malphigi é o órgão primário de excreção do bicho-da-seda. Ele emerge do centro do intestino posterior e ramifica-se em dois tubos, um de cada lado do intestino. Estes, por sua vez, ramificam-se em três tubos, que se inserem na parede do intestino médio, onde as extremidades estão mergulhadas. Estes tubos metabolizam os produtos azotados, como as proteínas, excretando-os principalmente sob a forma de ácido úrico. A excreção, além de produtos azotados, contém oxalato de cálcio e outros elementos, conforme se pode observar na análise abaixo:
Material “in natura” coletado nas esteiras de criação do bicho-da-seda:
Umidade = 75%
Resíduos minerais (cinzas) = 4,825%
Matéria orgânica = 20,175%
Nitrogênio (N) = 0,665%
Fósforo(P) = 0,091%
Potássio (K) = 1,100%
Cálcio (Ca) = 0,981%
Magnésio (Mg) = 0,149%
Enxofre (S) = 0,083%
ph = 5,9
	
Glândulas de seda e secreção - as glândulas de seda são labiais, de origem ectodérmica, cilíndricas e tubulares, situadas no lado ventral, sobre as costas do mesentério, e fechadas na sua extremidade posterior. Os dois condutos, um em cada glândula, se unem e desembocam na fiandeira. 
A glândula é composta de três partes: a anterior, a media e a posterior. Cada parte tem uma função diferente. As principais substâncias que compõem o fio de seda são a fibroína e a sericina, secretadas na glândula, na 4ª e 5ª idades da lagarta. A secreção da seda continua após a subida ao bosque e é avaliada em 1/3 da quantidade total da seda fiada. Além dessas duas substâncias, os casulos contem diversos corantes, secretados cada um em diferentes porções da parte média da glândula da seda.
	Recentemente, foi verificado que a celulose secretada na parte média da glândula, em adição à sericina, é uma das causas da piolheira, um dos defeitos da seda. 
	A partir do 3º dia da 5ª idade larval, a glândula da seda cresce rapidamente e seu peso é avaliado de 20 a 40% do total do peso do bicho da seda no estágio máximo (adulto) de seu desenvolvimento.
Glândula sericígena: na figura 1, temos uma foto de uma glândula sericígena. A sua coloração original é transparente como se fosse uma gelatina incolor, na foto, foi utilizado um contraste que a tornou esbranquiçada para facilitar a visualização das suas diferentes partes. Como podemos visualizar, ela é um par de glândulas que termina por se unir num tubo único perto da cabeça (c) que vai dar no orifício de onde sai o filamento de seda. Cada uma das glândulas possui três regiões bem distintas: 
  
Fig,1 1- parte anterior 2- parte mediana 3- parte posterior 
Um fio de seda do casulo, embora a olho nu pareça ser um único fio, vista ao microscópio ele é composto por dois filamentos, oriundos de cada uma das glândulas, denominadas de fibroína, que são unidas por uma camada denominada de sericina dando aparência de ser um único filamento. A fibroína é produzida na parte posterior e a sericina na parte mediana da glândula. 
Dinâmica da produção do fio da seda: a fibroína é produzida na parte posterior sob a forma de solução com cerca de 15% de proteína migrando para a parte mediana onde se acumula. Na parte mediana, ela recebe a sericina, que a envolve. Assim, o filamento vai gradualmente perdendo água e sua densidade aumenta e, pouco antes de ganhar o exterior, torna-se uma solução de cerca de 30%, algo semelhante a um gel. 
Para fazer o casulo, a lagarta toca uma superfície sólida com o órgão excretor de seda, fazendo com que o filamento grude nessa superfície, assim, os materiais séricos são arrastados para fora pela força do movimento contínuo da cabeça, até atingir um outro ponto sólido, onde a lagarta volta a tocar com o órgão excretor de seda, tecendo assim o casulo. É importante observar que sempre a sericina envolve a fibroína. 
Os materiais séricos dentro da glândula estão na forma coloidal e se torna fio de seda à medida que vão sendo arrastados para fora, e se solidificam em contato com o ar. 
A lagarta confecciona o casulo de fora para dentro sem parar, num fio contínuo que pode variar de 500 a 2000 m de extensão até o seu final. Ela faz um movimento de oscilação com a cabeça num padrão como se descrevesse continuamente a figura de um "8" ou "S" durante cerca de três dias, até formar completamente o casulo. 
A lagarta vai confeccionando o casulo "colando" o filamento na parte interna dos casulos graças à propriedade adesiva da sericina à medida que vai perdendo água por evaporação. Quando o encasulamento ocorre em ambientes úmidos e sem ventilação, a secagem da sericina será naturalmente lenta, e a suas moléculas se organizam numa estrutura cristalina que condiciona um forte poder adesivo da sericina, formando casulos difíceis de serem transformados em fios, pois os filamentos aderem muito firmemente nos pontos de intersecção (pontos “AD”, da fig.2) e se arrebentam ou formam nós durante o processo de fiação. Ao contrário, se o encasulamento ocorre em ambiente seco e ventilado que possibilita uma secagem rápida da sericina, as suas moléculas formarão uma estrutura amorfa com baixo poder de adesão e, portanto fáceis de serem industrializados. 
Sistema circulatório – o aparelho circulatório é um sistema aberto, que consiste essencialmente de um vaso dorsal que vai da cabeça até o último segmento do abdômen, ao longo da linha mediana do dorso do inseto.
	A pulsação é rápida nos animais jovens, cerca de 70 batimentos por minuto, na temperatura de mais ou menos 23ºC. Nos adultos é mais vagarosa, cerca de 20 batimentos por minuto, à mesma temperatura.
	O sangue, ou hemolinfa, compõem-se de plasma e de glóbulos (hematócitos): proleucócitos, plasmóctios, micrócitos, macronucleócitos, esferoidócitos e venocitóides. O pH do sangue é de 6,3 a 6,5, e o seu peso especifico varia de 1,02 a 1,04. A quantidade de sangue contida no bicho-da-seda é de 0,20 a 0,45 por bicho, na 5ª idade, e é avaliado em 12 a 15% do peso total.
	Nos bichos-da-seda que fiam casulos brancos, o sangue é amarelo-pálido, e naqueles que fiam casulos coloridos, o sangue pode ir do amarelo-pálido ao amarelo-escuro. O sangue não desempenha na respiração mais que um papel insignificante, sobretudo serve para transportar os elementos nutritivos – os hormônios e metabólitos.
Sistema respiratório – a função respiratória é realizada pelos nove pares de espiráculos existentes lateralmente nos dois lados do corpo e pelo integumento. Um dos pares de espiráculos se localiza do 1º ao 8º segmentos abdominais. Os espiráculos e o integumento auxiliam na evaporação da umidade do corpo da lagarta, cuja participação nesta função é calculada em 60 e 40%, respectivamente.
	É reconhecido que o movimento do ar através do espiráculo é devido mais à difusão que à respiração. A área de contato com o ar é que controla a difusão e se ajusta pelos movimentos do nível de fechamento dos espiráculos.
Sistema nervoso central – o sistema nervoso central compreende três partes: o gânglio cerebróide, o gânglio subesofagal e o cordão ventral. O gânglio cerebróide localiza-se na cabeça, embaixo do esôfago, e consiste de dois lobos periformes. O gânglio subesofagal se inerva por dois pares de nervos até a mandíbula, o queixo e o lábio. O cordão ventral compõe-se de uma série de gânglios colocados sobre a face ventral do tórax e do abdômen, embaixo do tubo digestivo. O sistema nervoso e vários tipos de glândulas das funções fisiológicas controlam as secreções internas relativas ao crescimento e à vida do bicho-da-seda. 
Sistema nervoso simpático ou visceral – este é um sistema duplo, simpático esofagiano e o simpático central. O simpático esofagiano, ligado diretamente ao gânglio cerebróide, inerva o estomodeo, mesentério, o vaso dorsal etc. E um gânglio triangular mediano, colocado no mesentério, em frente ao gânglio central, embaixo do esôfago, e as conexões laterais ligam-no ao gânglio cerebral.
	O simpático central consiste de nove pares de nervos transversais, ligados ao gânglio do cordão nervoso ventral, e um nervo longitudinal mediano, que liga cada par de nervos transversais ao gânglio precedente.
	O simpático caudal inerva o aparelho reprodutor e o proctódio é formado por dois nervos que partem do último gânglio do abdômen, o gânglio composto.
Aparelho reprodutor - Os órgãos de reprodução atingem o seu completo desenvolvimento e maturidade na mariposa, mas já são distintos no estágio de larva. Nas lagartas masculinas, o aparelho reprodutivo consta de um par de gônadas (testículos) reniformes localizados no lado dorsal do 5º segmento abdominal. Um tubo cego liga-os à glândula de Harold, localizada na face ventral, entre o 8º e 9º segmentos abdominais, que aparece como uma pequena mancha branca leitosa e representa o primórdiodo órgão genital masculino, pelo qual o sexo do bicho-da-seda pode ser facilmente detectado. O canal eferente de cada gônada conduz a um canal deferente que vai se abrir dentro da vesícula seminal, de onde um duto, o canal ejaculador, começa e termina no pênis (aedeagus, órgão intromitente macho dos insetos). Os caracteres sexuais aparecem nas últimas idades das lagartas. 
Nas fêmeas notam-se sobre a face dorsal do 6º segmento abdominal dois ovários triangulares, que ocupam quase todo o abdômen. Um par de ovidutos sai dos ovários e se unem, formando um oviduto comum, que termina na ovípara, localizada na parte posterior do corpo da mariposa. Cada ovário compreende quatro ovaríolos, tubos onde os ovos se formam em rosários. A bolsa copulatriz, situada embaixo do oviduto comum, prolonga-se por um tubo, o conduto seminal, até um orifício situado no 8º segmento. Este orifício, a Estrium bursae, recebe o pênis no momento do acasalamento. No 9º segmento têm-se duas manchas bem visíveis a partir da 5ª idade das lagartas (5º ínstar), servindo para identificar as fêmeas.
Dois pares de glândulas acessórias secretam um produto adesivo, que cobre os ovos na sua passagem pelo oviduto comum, colocando-os no local onde a mariposa irá colocá-los.
A espermateca é uma espécie de saco que recebe e conserva os espermatozóides; ela se abre no oviduto comum, em frente da abertura das glândulas acessórias.
Tecido gorduroso – é distribuído por todo o corpo, imediatamente abaixo do integumento, e tem a função de armazenar proteínas, atuando sobre a regulagem da nutrição do bicho-da-seda durante as trocas de pele e a metamorfose, bem como sobre várias necessidades fisiológicas, além da nutrição.
Musculatura – os músculos são tecidos que executam os movimentos do corpo. Existem dois tipos de músculo: o esquelético e o visceral, ambos da categoria de músculo estriado. Os músculos controlam vários movimentos, como os da cabeça para fiar a seda, das mandíbulas para mastigar as folhas, das patas abdominais para rastejar etc. o corpo é formado por uma combinação de músculos presos ao esqueleto.
Tegumento – a pele (tegumento) que recobre o corpo da lagarta é constituída de espicutícula e células epiteliais. Na espessura do epitélio encontram-se, em determinados pontos do abdômen e do tórax, células epiteliais com função glandular, chamadas exuviais ou das “mudas” (troca de pele).
Outras glândulas do bicho-da-seda
Glândulas exuviais – são células lipodérmicas, aumentadas e especializadas, que secretam um fluido destinado a ajudar a lagarta a sair da pele por ocasião da muda.
Glândulas salivares ou mandibulares – são duas glândulas que se abrem perto da articulação da mandíbula e secretam a saliva.
Glândulas prototorácicas – consistem de um par de glândulas de secreção interna, formadas de células em rosário. Elas escoam dentro do sangue o ecdysone, que é um hormônio regulador do processo da muda, a cada fase larval, e também da pupação.
Glândulas e células peritraqueais – estes órgãos são associados ao pericárdio e sua secreção auxilia o inseto a digerir e purificar o sangue.
Gânglio subesofagal – é um gânglio que pertence ao sistema nervoso central, localizado acima da fase media ventral do esôfago, onde diversas células neurossecretoras produzem, durante o estágio larval pupal da mariposa, o fator responsável pela diapausa dos ovos do bicho-da-seda, também conhecido como hormônio da hibernação.
Corpus allatum – é um órgão estreitamente ligado ao Corpus cardiacum. Constituído por um corpo glandular esbranquiçado, pequeno e ovóide, está localizado atrás do gânglio cerebróide. Seu hormônio, o neotenim, é produzido em quantidades relativamente menores à medida que a lagarta avança em suas idades e não é produzido na fase de crisálida. A função do neotenim é manter os caracteres larvais impedindo que a lagarta sofra uma metamorfose precoce transformando-se em adulto, permitindo que a lagarta se alimente convenientemente e a crescer suficientemente para a produção de casulos e ovos para sua proteção e perpetuação da espécie. 
As implicações no dia a dia do sericicultor são diretas. O sericicultor deve fazer os tratos de maneira que não falte amora para as lagartas, porque embora o hormônio neotenim regule a duração da fase de lagarta, após certo período em média de 7-8 dias o hormônio pára de ser secretado e a lagarta pára de se alimentar e se transforma em crisálida. Mesmo não tendo se alimentado suficientemente (a lagarta adquire a habilidade de se transformar em crisálida após cerca de 1/3 do tempo após o início da 5ª idade), iniciando processo de metamorfose para a forma adulta do inseto que inclui a produção dos casulos. O peso do casulo produzido é proporcional à quantidade de amora ingerida na 5ª idade.
Corpus cardiacum – é um par de corpos situados atrás do cérebro e adiante do Corpus allatum. As secreções provenientes do gânglio cerebróide encontram-se tanto no Corpus cardiacum como no Corpus allatum.
Células neurossecretoras do gânglio cerebróide – as células neurossecretoras do cérebro são fontes de hormônios da ativação. Esses hormônios não determinam diretamente a muda, mas incitam as glândulas prototorácicas a secretarem o ecdysone, que regula o processo da muda e o da pupação.
Glândulas acessórias de machos e fêmeas - as glândulas acessórias do macho (um par) abrem-se na vesícula seminal por um canal comum, situado entre os dois canais deferentes. Elas fornecem uma secreção que forma o saco membranoso do espermatóforo.
	As glândulas acessórias da fêmea localizam-se acima do oviduto comum e secretam um produto adesivo, do qual os ovos se revestem quando descem pelo oviduto comum e se colam a um suporte no momento da postura.
Glândulas do ferormônio – são as glândulas laterais, um par de glândulas bem desenvolvidas situadas no último segmento do abdômen, que na fêmea virgem, pronta para a cópula, produzem o ferormônio, perfume de função sexual que atrairá o macho. A fêmea, na ocasião do acasalamento, comanda a secreção do ferormônio, soltando e recolhendo as glândulas. Após a copula, a fêmea não produz mais qualquer quantidade de ferormônio.
	O Bombyx macho percebe o ferormônio da fêmea através de seus órgãos olfativos de suas antenas.
Mariposa
	Geralmente, a eclosão da mariposa inicia-se pela manhã, com o auxilio de um suco alcalino secretado no estômago, que umedece a casca do casulo, amolecendo-a e facilitando o seu rompimento para a saída da mariposa.
	A cabeça da mariposa é pequena, com dois grandes olhos compostos e duas antenas bipartidas, com comprimento um pouco mais longo no macho do que na fêmea. 
	O aparelho bucal é atrofiado e a mariposa não se nutre, mantendo-se às expensas das reservas acumuladas no período larval. O tórax é provido de três pares de robustas patas que terminam com duas unhas em cada uma. As asas do primeiro par são maiores que as do segundo, para o qual falta governo. Ela não voa, fica quase imóvel, apenas batendo as asas durante o acasalamento. O macho procura a fêmea com avidez enquanto também bate suas asas.
	O abdômen da fêmea, em conseqüência dos ovários repletos de ovos, é túrgido e largo. O do macho é mais fino, com as linhas intersegmentadas mais pronunciadas.
	Todo o corpo e as asas são cobertos abundantemente por escamas de várias formas e dimensões, que se destacam com grande facilidade, provocando uma nuvem leve de poeira característica dos locais em que se processam os acasalamentos.
	Pouco depois de emigrar dos casulos, as mariposas se acasalam. A duração do acasalamento varia de algumas horas a até um dia, entretanto, a experiência tem demonstrado que um acasalamento de 30 minutos à 1 hora de duração é suficiente para fecundar os ovos de uma mariposa. Após o acasalamento, a mariposa põe os ovos.
	A vida da mariposa é curta, cerca de onze a quinze dias, mais curta é a do macho, cerca de sete a oito dias.
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Conclusão
Com a crescente necessidade de se produzirmaiores quantidades de casulos de qualidade e a um custo mais baixo, ganha força a tendência de se valorizar as necessidades nutricionais das lagartas, mediante a utilização de variedades de amoreira mais produtivas e ricas em nutrientes. 
Em suma, o manejo adequado do bicho-da-seda não é nada mais do que atender suas necessidades fisiológicas, para que se maximize a produção e produtividade de casulos. 
O bicho-da- seda sob condições desfavoráveis à sua fisiologia, em primeiro lugar reduz a produção de materiais séricos, em segundo lugar reduz a produção dos materiais para construção do corpo e em terceiro, reduz a produção de ovos e finalmente em último caso, se as condições forem muito desfavoráveis ocorre a morte da lagarta. 
Como qualquer ser vivo, a sobrevivência e a perpetuação da espécie estão em primeiro lugar e em último lugar a produção dos casulos. Logo, dar condições favoráveis ao bicho-da-seda constitui a máxima do oficio de sericicultor. 
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BIBLIOGRAFIA
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www.dbc.uem.br/laboratorios/Bombyx.htm, site visitado em 06/08/2007.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicho_da_seda, site visitado em 06/08/2007.
Cultura da amoreira e criação do bicho-da-seda. Antônio da Silveira Fonseca e Tâmara Canto Fonseca. Editora Nobel. São Paulo. 1988. 246p.
http://www.den.ufla.br/, site visitado em 06/08/2007. Apostila Sericicultura – ENT 110. Ronald Zanetti Bonetti Filho. UFLA. 
http://www.bratac.com.br/, visitado em 07/08/2007.
Ovos amarelos
Ovos inférteis
Ovos férteis
Ovos cinza escuros
Micrópila
Micrópila ao centro do ovo
Ovo recém depositado
Ovos com 30 horas de postura
Fase do embrião
Larva recém nascida
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