Buscar

ensino e aprendizagem natacao

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ensino e aprendizagem da natação
A aprendizagem existe na vida de um indivíduo desde o nascimento até o fim da vida, pois ele sempre está aprendendo coisas novas na interação com o ambiente. Dentro da Educação Física usa-se o termo aprendizagem motora, que se refere à aprendizagem de novos movimentos. Schmidt e Wrisberg (2001, p. 190) definem aprendizagem motora como “mudanças nos processos internos
que determinam a capacidade do indivíduo para produzir uma tarefa motora”. Para Magill (2000, p. 342) aprendizagem é “uma mudança na capacidade da pessoa em desempenhar uma habilidade”.
O desenvolvimento também ocorre durante todo o ciclo de vida. “Por desenvolvimento, entende-se as transformações funcionais que ocorrem nas células e, consequentemente nos diferentes sistemas do organismo, ou seja, as trocas qualitativas” (DAMASCENO, 1992, p. 34).
A aprendizagem ocorre por meio da prática, quanto mais o indivíduo pratica mais ele aprende. Schmidt e Wrisberg (2001) fazem diversas considerações a cerca da prática de habilidades
motoras. Os autores subdividem a prática a partir das seguintes características:
a) Quantidade de prática: refere-se ao número de execuções motoras e período de repouso durante o processo de aprendizagem de uma habilidade motora. Acredita-se que muita prática e pouco repouso sobrecarregam o aluno física e mentalmente. O professor deve adequar a prática e o repouso com o tempo disponível do aluno. Duas formas de visualizarmos esta variável são: a prática
maciça e a prática distribuída. A prática maciça consiste numa maior quantidade de prática do que de repouso, enquanto que a prática distribuída consiste numa maior quantidade de repouso do que de prática.
b) Formas de prática: referem-se ao modo como as habilidades motoras são aprendidas. Esse modo pode influenciar no aprendizado das mesmas. Existem duas formas de prática muito comum no ensino da Educação Física: a prática parcial e a prática total. A prática parcial consiste em facilitar o aprendizado de uma tarefa, subdividindo-a em várias partes e treinando-as separadamente, para depois uni-las. Por exemplo, na natação poder-se-ia praticar primeiro a respiração de um determinado estilo, depois o movimento de pernas e depois a braçada, por fim o
aluno tentaria realizar todos os elementos juntos. A prática total consiste em realizar a tarefa completa sem simplificação. Outros autores como Catteau e Garoff (1990) dizem que a utilização da prática global, por repetidas vezes, deve garantir melhor aquisição de movimento para o aluno e a prática parcial deve garantir a aquisição da técnica do estilo e que “quanto mais adequado for o gesto na forma e no ritmo, mais facilidade terá o nadador de percorrer uma distância dada...” (p.
361). Portanto se os professores querem que seus alunos façam a técnica dos estilos corretamente, é porque querem que eles nadem com maior eficiência e sem apresentar altos níveis de fadiga.
c) Seqüência de realização das tarefas: em uma mesma sessão de treinamento podemos praticar várias tarefas diferentes ou praticar apenas uma única tarefa. Para se praticar diferentes tarefas, pode-se utilizar a prática em blocos ou a prática randômica. Na prática em bloco o indivíduo tem um conjunto de diferentes tarefas a serem realizadas. A primeira tarefa será repetida algumas vezes, para depois passar a prática de outra habilidade e assim sucessivamente até ter realizado
todas as tarefas programadas. Na natação o aluno poderia ficar um longo período de tempo realizando a braçada de cada um dos nados: primeiro a do crawl, depois a do costas, depois a do peito e a do borboleta. Na prática randômica, o indivíduo irá realizar as diferentes tarefas aleatoriamente, sem repetir consecutivamente nenhuma tarefa. O aluno poderia realizar pouquíssimas braçadas de cada um dos nados, sem uma ordem definida. Para se praticar uma única tarefa, pode-se utilizar a prática constante ou a prática variada. Na prática constante o indivíduo treina apenas uma tarefa sem nenhuma variação de intensidade. Na natação o aluno ficaria praticando somente o nado crawl, sempre na mesma velocidade. Na prática variada o indivíduo treina apenas uma única tarefa, porém com variações de intensidade. O aluno ficaria praticando somente o nado crawl, porém com variações de velocidade.
d) Diferenças individuais - objetivos do aluno: o professor deve respeitar os objetivos e a individualidade de cada um de seus alunos. Deve conhecer qual a habilidade-alvo que o aluno quer realizar, ou seja, qual é a tarefa que o aluno quer ser capaz de realizar (ex.: nado crawl); qual o comportamento-alvo que o aluno deve possuir, ou seja, quais as ações necessárias à bem-sucedida realização da tarefa, o aluno deve executar durante a realização da habilidade-alvo (ex.: na braçada a mão deve entrar na água de lado e é a primeira parte a entrar na água, os ombros são os últimos); e qual o contexto-alvo que o indivíduo deseja atuar, ou seja, qual o local onde ele deseja realizar a habilidade-alvo aprendida (ex.: em uma competição, ou em um clube junto com os amigos, ou em casa com a família).
e) Transferência de aprendizagem: refere-se ao aproveitamento das experiências anteriores que os indivíduos possuem com prática de outras habilidades motoras, para auxiliar no aprendizado de uma nova habilidade. Se as experiências anteriores contribuem para o aprendizado de uma nova
tarefa, essa transferência é positiva, se as experiências anteriores não contribuem para o aprendizado de uma nova tarefa, essa transferência é negativa. Ocorrendo transferência positiva, ela pode ser considerada próxima ou para longe. A transferência próxima é quando um indivíduo adapta uma única tarefa a diferentes situações (ex.: o indivíduo pode ter aprendido a nadar sem a técnica correta, mas isso o ajuda numa aprendizagem futura). A transferência para longe é quando o indivíduo aprende uma gama de habilidades motoras (chutar, arremessar, saltar, correr, receber, rolar, etc.) que poderão ser utilizadas futuramente em um tipo de esporte.
A aprendizagem da natação deve estar fundamentada numa pedagogia de ensino, porém em qualquer uma delas tais variáveis deveriam ser consideradas. Além é claro de saber como passar informações e corrigir as execuções. Segundo Magill (2000) o feedback é um fator importante no processo de aquisição de uma habilidade motora, devendo ser utilizado respeitando as características qualitativas da execução e o nível de compreensão do aluno. Portanto, o professor deve utilizar uma metodologia adequada à sua turma de alunos, respeitando o nível de
desenvolvimento de cada um.
Entende-se por pedagogia os métodos e estratégias que os professores utilizam em suas aulas para que os alunos incorporem eficientemente os conteúdos. No ensino dos esportes, a pedagogia deve contribuir para aprendizagem dos movimentos.
A pedagogia da natação, historicamente, pode ser caracterizada de três formas: pedagogia global, pedagogia analítica e pedagogia moderna. Utilizaremos Catteau e Garoff (1990) para listar as principais características de cada uma delas.
A pedagogia global caracteriza-se pela ausência de professor. O aluno aprende a nadar sozinho, através da observação ou imaginação dos movimentos que foram executados por outras pessoas. Nem sempre os movimentos são executados corretamente e a ausência do professor dificulta a aprendizagem correta.
A pedagogia analítica caracteriza-se pela existência do professor que ensina através de uma seqüência pedagógica e metodológica. Porém, é introduzida a aprendizagem dos movimentos da natação fora do meio líquido. Isto se torna inviável, pois as forças que agem sobre o indivíduo dentro e fora do meio líquido são diferentes.
A pedagogia moderna é a mais recente e atual. Aproveita os aspectos positivos das outras duas: atividade dentro do meio líquido a partir de uma seqüência pedagógica organizada do simples para o complexo. Além disso, ressalta a importância da articulação da teoria e prática, conhecendo características do movimento,do indivíduo, do meio em que está inserido e dos materiais que podem auxiliar o processo pedagógico. Nesta linha atender aos objetivos dos alunos é fundamental
para que a aprendizagem ocorra com mudança de comportamento permanente.
Catteau e Garoff (1990, p. 361) ainda citam que “o treinador deverá ter um programa de trabalho adaptado ao nível dos alunos com que trabalha e determinar seus objetivos de acordo com esse nível”. É comum observarmos aulas que tenham o objetivo de aprendizagem (ensinar as técnicas dos estilos para os alunos) e variação de volume e intensidade (grande quantidade de exercícios, ou alta velocidade na execução dos exercícios). Os autores dizem que este tipo de
treinamento é importante para desenvolver a capacidade de resistência, importante para um futuro nadador profissional.
Palmer (1990) diz que a primeira atividade a ser ensinada na piscina é a sobrevivência, visto que a água é um meio estranho. Ou seja, identificar o nadar como a locomoção com segurança dentro do meio líquido, a partir de diferentes formas.
Xavier Filho e Manoel (2002) argumentam que o profissional deve permitir que a criança, primeiramente, descubra várias formas de locomoção na água, para depois iniciar a aprendizagem dos estilos, pois os movimentos rudimentares das crianças são fundamentais para a futura movimentação eficiente e consistente e complementam que “a aplicação dos conhecimentos acerca do desenvolvimento aquático constitui um passo importante para a estruturação de programas com
sólida base científica” (p. 91). No estudo realizado por eles, fizeram uma vasta revisão de literatura e puderam elaborar algumas conclusões a respeito de pedagogia da natação. Uma delas é que a pedagogia da natação procura através de métodos de ensino eficientes, fazer com que os alunos dominem a natação. Outra conclusão é que a natação pode contribuir para a aprendizagem de
atividades além dos quatro estilos, fazendo com que o aluno adquira várias competências aquáticas.
Portanto “a habilidade nadar faz parte de um contexto mais amplo de possibilidade de realização de atividades no meio líquido” (p. 92).
Segundo Machado (1978, p. 2) a pedagogia moderna divide o aprendizado da natação em etapas: “adaptação ao meio líquido; flutuação; respiração; propulsão e mergulho elementar”. A adaptação ao meio líquido é uma fase muito importante e deve respeitar o momento de desenvolvimento do aluno (VELASCO, 1994). Segundo a autora o processo de adaptação deve ser iniciado com a ambientação, onde o aluno irá conhecer e explorar o espaço físico. A próxima etapa é a adaptação polissensorial, feita através da boca, nariz, olhos e ouvidos. Depois, vem o processo
respiratório no qual a inspiração ocorre fora da água e a expiração ocorre dentro da água. Assim, a imersão na água ocorre facilmente, podendo-se passar para flutuação e sustentação. A última etapa é a propulsão de braços e pernas. Quando essas etapas estiverem bem assimiladas passa-se para a aprendizagem dos quatro estilos, crawl, costas, peito e borboleta, que não precisam ser ensinados necessariamente nessa ordem. O professor deve iniciar pelo qual o aluno tiver mais afinidade.
Existem ainda elementos importantes como saídas, viradas e chegadas, que complementam a prática dos estilos.
Para que o aluno tenha uma boa aprendizagem de todos esses conteúdos, Palmer (1990) e Santos (1996) dizem que todas as aulas devem ser planejadas antes de serem aplicadas e cada uma das aulas deve ter um objetivo, a fim de melhorar a locomoção do aluno na água. Esse objetivo pode ser atingido através de uma seqüência pedagógica adequada. Palmer ainda ressalta que o professor deve conhecer os conteúdos e os métodos de ensino da natação e saber transmiti-los aos
alunos, sempre com humor, entusiasmo e imaginação.
A forma com que o professor comunica-se com seus alunos é fundamental para que eles entendam o que devem realizar. Segundo Schmidt e Wrisberg (2001) existem duas técnicas diferentes de apresentação das habilidades, instruções e demonstrações. As instruções são verbais e nelas os professores devem dar as principais características da tarefa, sem sobrecarregar e confundir o aluno com tantas informações. As demonstrações são tarefas realizadas pelo professor ou por uma pessoa que saiba executar corretamente e também deve conter as principais características da tarefa, o aluno observa e tenta realizar igualmente, dentro de seus limites. No caso da natação é comum que o professor fique dentro da piscina e demonstre os exercícios de forma completa, realizando-o com todas as partes envolvidas no movimento, porém observa-se um grande número de professores
que demonstram somente a parte mais importante do exercício (ex.: o professor explica que o aluno deve fazer propulsão de pernas de crawl e demonstra somente a braçada com respiração 3X1, parado no lugar). Neste tipo de demonstração o professor pode estar tanto dentro, quanto fora da piscina, pois o efeito será o mesmo. Isto não significa que este tipo de demonstração não é suficiente para que o aluno entenda a execução e faça corretamente. Tanto que Palmer (1990) defende a demonstração fora da piscina e diz que se feita de maneira correta pode contribuir para a aprendizagem do aluno, principalmente para as crianças, que imitam os movimentos que observam.
Já para Velasco (1994, p. 85), “nada é mais importante do que o professor junto ao aluno, dentro da água, como modelo”, o que mostra que diferentemente de Palmer, a autora defende a demonstração realizada dentro da piscina.
Uma boa relação professor/aluno é indispensável para o bom andamento da aula. Para Palmer (1990) o professor deve ser firme sem ser exigente e sem desprezar seus alunos, deve encorajar, elogiar, brincar, tornar a aula divertida e agradável e repreender quando necessário. E para Catteau e Garoff (1990) o constante comportamento do professor, o conhecimento sobre a modalidade, a complexidade do exercício e a capacidade do aluno, são determinantes para caracterizar o tipo de relação que haverá entre o professor e os alunos. Para Corrêa e Massaud (2004) o professor deve criar situações de desafio e superação e tentar alcançar o objetivo do aluno. Para os autores, mesmo a natação sendo um esporte individual, o professor deve criar atividades recreativas que auxiliem na sociabilização dos alunos e deve
oportunizar vivências aquáticas que são importantes para facilitar o domínio do esporte.
Pimentel (2005, p. 17) argumenta que “os jogos são importantes meios de aprendizagem social”. Eles podem e devem ser utilizados no ensino de todos os esportes, na forma de jogos pré- desportivos ou simplesmente na forma de brincadeiras. Porém, esses jogos não devem ser aplicados sem nenhum propósito, eles devem ter um objetivo que contribua para atingir o objetivo geral da aula. Já Catteau e Garoff (1990, p. 374) dizem que para que uma atividade seja considerada como brincadeira, especialmente pela criança, é preciso que seja “espontânea e não receba seus objetivos das disciplinas educativas”, ou seja, os autores defendem a utilização da brincadeira espontânea e não dirigida, diferentemente de outros autores já citados.
A pesquisa realizada por Cornélio (1999) teve o objetivo de demonstrar a importância das atividades lúdicas no processo ensino e aprendizagem da natação infantil, além de proporcionar maior variabilidade de movimentos, melhorar a relação entre os alunos e entre professor e alunos.
Os sujeitos foram seis crianças de 7 a 9 anos, que foram observadas participando de quinze aulas onde foram utilizadas atividades lúdicas para o ensino dos estilos crawl e costas. Concluiu-se que a utilização dessas atividades, contribuiu com mudança do comportamento motor dessas crianças, dentro do meio líquido, além de melhorar a relação entre os alunos e entre o professor e os alunos.
Porém, constatou-se que o professor deve ter conhecimentos sobre aprendizagem motora e psicologia infantil, além de estar preparado para possíveis mudanças que poderão ocorrer durantea aula.
Macedo et al. (2007) realizaram uma pesquisa com o objetivo de investigar se a natação está sendo ensinada em escolas de ensino fundamental, de forma lúdica, respeitando-se os objetivos da educação física escolar. Os pesquisadores testaram quatro escolas e concluíram que em duas escolas as atividades lúdicas estão presentes durante o ensino de todos os conteúdos da natação e nas outras duas as atividades lúdicas estão presentes só no início da aprendizagem, na parte de adaptação ao meio líquido, depois os professores dão maior importância para a aprendizagem dos quatro estilos.
Xavier Filho e Manoel (2002) fizeram uma possível divisão de sete níveis do desenvolvimento do comportamento motor aquático, sendo que os dois primeiro níveis corresponderiam à transição entre o reflexo de nadar e o controle postural voluntário. Os níveis de três a seis corresponderiam às mudanças graduais no padrão de locomoção aquática. O nível sete corresponderia à utilização da natação de variadas formas e com vários fins.
Fernandes e Lobo da Costa (2006) tentaram, em seu estudo, elaborar uma possível
pedagogia para o ensino da natação, baseada na interação organismo, ambiente e tarefa. Segundo eles os professores devem ter conhecimento sobre: crescimento e desenvolvimento humano (organismo); características do ambiente aquático (ambiente) e mecânica dos movimentos dos quatro estilos e de todas as tarefas aplicadas (tarefa).
Organismo, ambiente e tarefa formam uma tríade que pode nos explicar um fator muito freqüente nos esportes: os erros. Eles são a demonstração de que o aluno não aprendeu a executar corretamente determinada tarefa, talvez pelo não entendimento da explicação ou simplesmente pelo fato de não estar apto a realizar. 
A não aptidão resulta das características do próprio indivíduo. Quando o indivíduo ainda não atingiu a maturação necessária, ele não será capaz de realizar uma determinada tarefa, pois seus músculos ainda não atingiram certo grau de força, coordenação e equilíbrio. 
O ambiente também pode influenciar na realização de uma tarefa. Uma piscina muito funda não é favorável à aprendizagem de um indivíduo de baixa estatura, do mesmo modo que uma piscina muito rasa não é favorável à aprendizagem de um indivíduo de alta estatura. 
A tarefa, quando comparada com os outros dois fatores, é o agente que causa maior
dificuldade na aprendizagem. Algumas tarefas exigem muita técnica, coordenação e concentração por parte do indivíduo. Quanto mais complexa é a tarefa, mais difícil é aprendê-la. Portanto, o professor deve considerar os princípios da aprendizagem motora e utilizar estratégias para organizar a prática de modo coerente com a aptidão dos alunos.
Uma consideração muito importante a cerca dos erros é que eles não podem ser
considerados como fracasso, mas sim, como diagnóstico. Através deles os professores devem corrigir seus alunos e ajudá-los na execução correta.
Quando se fala em erros, temos que falar de feedback, definido por Schmidt e Wrisberg (2001) como informações que os indivíduos obtêm de seus movimentos, quando realizam uma tarefa e que podem ser usadas para a correção do erro. O 
feedback é amplamente utilizado nos esportes. Os autores fazem várias considerações a cerca de feedback
. Uma delas é que a função do feedback é fornecer ao praticante, informações sobre o padrão de movimento que realizou, ou seja, através dele o aluno pode saber como executou o movimento e vai obter do professor a informação sobre como deveria ter feito. Existem dois tipos de feedback, o intrínseco e o extrínseco. O feedback intrínseco origina-se de fontes internas ao corpo e é o meio pelo qual o indivíduo consegue detectar e talvez corrigir seu próprio erro. O 
feedback
extrínseco origina-se de fontes externas ao corpo e é o meio pelo qual o professor detecta e corrige o erro do aluno.O feedback extrínseco é o mais utilizado em aprendizagem motora, pois o professor tem mais facilidade do que o aluno em detectar o erro. Porém, deve-se ter cuidado com a freqüência deutilização desse método, pois a dependência dele faz com que o aluno nunca seja capaz de detectar
seus erros, o que é prejudicial para a aprendizagem.
O professor deve estimular seu aluno a utilizar o feedback intrínseco. Quando o aluno errar ele deve perguntar onde foi que ele errou e fazê-lo propor uma possível correção.
Outro aspecto a ser descrito é quanto à utilização de materiais. Eles podem ser utilizados para alunos de todas as idades com diferentes objetivos (ex.: aprendizagem somente da braçada ou
da pernada de algum estilo, treinamento somente de propulsão de pernas ou de braços). Na maioria das vezes, são utilizados para a prática parcial dos exercícios (ex.: prancha ou tubo para exercícios de propulsão de pernas, flutuador para exercícios de propulsão de braços), porém alguns podem ser utilizados para a prática global (ex.: palmar ou caneleira para a prática dos estilos completos).
Segundo Palmer (1990) existe vantagens e desvantagens quanto à utilização de materiais. Uma vantagem descrita por ele é o fato de o material “dar mobilidade e liberdade imediata na água” (p. 15), sendo que o professor não precisa ficar o tempo inteiro auxiliando fisicamente alunos que não conseguem fazer os exercícios sem ajuda, portanto facilita o trabalho do professor, que pode dar mais atenção a todos, ao invés de se dedicar o tempo inteiro a um único aluno. Já duas desvantagens
são que se os materiais não forem colocados corretamente podem atrapalhar a execução do aluno e se utilizados com muita freqüência podem causar dependência, fazendo com que o aluno não se sinta seguro sem o material e não queira retirá-lo para executar outros exercícios. Isso já dificulta o trabalho do professor, que terá que convencer o aluno da importância de fazer exercícios sem
material, caso contrário ele nunca terá autonomia para nadar sozinho.
E por fim podemos falar do número de alunos nas aulas, que não pode ser muito alto, pois fica muito difícil para o professor conseguir ensinar e corrigir a execução de todos. Palmer (1990) que diz que o número ideal de alunos numa aula, para apenas um professor, é de seis a doze alunos.
Machado (1978) diz que o número ideal é dez alunos. E Lima (1999) diz mais especificamente, que em piscinas com profundidade maior que a altura dos alunos, para crianças o ideal é três alunos e para adultos o ideal é seis alunos e em piscinas onde a profundidade não é maior que a altura dos alunos, para crianças o ideal é seis alunos e para adultos o ideal é dez alunos. Temos que considerar que esse número pode variar de acordo com o nível de aprendizagem dos alunos da turma e de acordo com o número de professores, visto que algumas turmas têm aproximadamente vinte alunos, porém existe pelo menos dois ou três professores, um para cada nível

Continue navegando