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Direito Processual Penal

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DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Jordão Santana 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
OS: 0008/4/18-Gil 
CONCURSO: CARREIRAS POLICIAIS – Polícia Civil 
 
ASSUNTO: 
1 – Aplicação da Lei Processual Penal...................................................................................01 
2 – Princípios Constitucionais................................................................................................02 
3 – Sistemas Processuais........................................................................................................05 
4 – Inquérito Policial..............................................................................................................06 
5 – Ação Penal........................................................................................................................13 
6 – Competência.....................................................................................................................18 
7 – Medidas Cautelares..........................................................................................................22 
8 – Teoria Geral da Prova no Processo Penal........................................................................31 
9 – Código de Processo Penal................................................................................................37 
10 – Questões de Concursos..................................................................................................67 
 
Capítulo 1 
 
 
Aplicação da Lei Processual Penal 
 
 
 LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO 
O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal está 
relacionado à sua aptidão para produzir efeitos. Essa 
aptidão para produzir efeitos está ligada a dois fatores: 
espacial e temporal. 
Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) 
vigora em determinado lugar e em determinado momento. 
Nesse sentido, devemos analisar onde e quando a lei 
processual penal brasileira se aplica. 
O art. 1º do CPP diz o seguinte: 
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território 
brasileiro, por este Código, ressalvados: 
I- os tratados, as convenções e regras de direito 
internacional; 
II- as prerrogativas constitucionais do Presidente da 
República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com 
os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo 
Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade 
(Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
III- os processos da competência da Justiça Militar; 
IV- os processos da competência do tribunal especial 
(Constituição, art. 122, no 17); 
I V- os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF nº 130 
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos 
processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais 
que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
Assim, podemos perceber que o CPP adotou, como regra, o 
princípio da territorialidade. O que seria esse princípio? 
Esse princípio determina que a lei produzirá seus efeitos 
dentro do território nacional. 
Desta maneira, o CPP é a lei aplicável ao processo e 
julgamento das infrações penais no Brasil. As regras de 
aplicação da Lei Penal brasileira estão no Código Penal, mas 
isso não nos interessa aqui. O que nos interessa é o 
seguinte: Se for caso de aplicação da Lei Penal brasileira, as 
regras do processo serão aquelas previstas no CPP, em todo 
o território nacional. 
Portanto, não se admite a existência de Códigos 
Processuais estaduais, até porque compete privativamente 
à União legislar sobre direito processual, nos termos da 
Constituição Federal: 
Art. 22. Compete privativamente à União 
legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho; 
Como disse a vocês, esta é a regra! Mas toda regra possui 
exceções. 
São elas: 
A) Tratados, convenções e regras de Direito 
Internacional 
B) Jurisdição política - Prerrogativas constitucionais do 
Presidente da República, dos ministros de Estado, nos 
crimes conexos com os do Presidente da República, e 
dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes 
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 
100) 
C) Processos de competência da Justiça Eleitoral 
D) Processos de competência da Justiça Militar 
E) Legislação especial 
 
Assim, o CPP é aplicável aos processos de natureza criminal 
que tramitem no território nacional, com as ressalvas feitas 
anteriormente. Em relação aos tratados internacionais, ao 
julgamento dos crimes de responsabilidade, aos 
DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Jordão Santana 
 
 
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OS: 0008/4/18-Gil 
procedimentos previstos na Legislação especial e aos 
processos criminais da Justiça Eleitoral, o CPP é aplicável 
de forma subsidiária. Em relação aos processos penais da 
Justiça Militar, há divergência doutrinária. 
Há quem sustente que, em relação aos processos da Justiça 
Militar o CPP não é aplicável nem mesmo de forma 
subsidiária, pois o CPPM é suficientemente abrangente. 
Prevalece, contudo, o entendimento de que o CPP é 
aplicável de forma subsidiária (há previsão nesse sentido, 
no próprio CPPM). 
Além disso, o CPP só é aplicável aos atos processuais 
praticados no território nacional. Se, por algum motivo, o 
ato processual tiver de ser praticado no exterior (oitiva de 
testemunha, etc.), por meio de carta rogatória (ou outro 
instrumento de cooperação jurídica internacional), serão 
aplicadas as regras processuais do país em que o ato for 
praticado. 
 
 LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
Nos termos do art. 2° do CPP: 
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á 
desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
Por este artigo podemos extrair o princípio do tempus regit 
actum, também conhecido como princípio do efeito 
imediato ou aplicação imediata da lei processual. Este 
princípio significa que a lei processual Assim, vocês devem 
ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha se iniciado 
sob a vigência de uma lei, sobrevindo outra norma, 
alterando o CPP (ainda que mais gravosa ao réu), esta será 
aplicada aos atos futuros. Ou seja, a lei nova não pode 
retroagir para alcançar atos processuais já praticados, mas 
se aplica aos atos futuros dos processos em curso. 
Esta possibilidade não ofende o art. 5°, XL da Constituição 
Federal, que diz: 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu; 
 
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Capítulo 2 
 
 
Princípios Constitucionais 
 
 
 PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (OU DA NÃO 
CULPABILIDADE) 
DUDH – Art. 11.1: “Toda pessoa acusada de 
delito tem direito a que se presuma sua 
inocência, enquanto não se prova sua 
culpabilidade, de acordo com a lei e em 
processopúblico no qual se assegurem todas 
as garantias necessárias para sua defesa”. 
É o direito de não ser declarado culpado senão mediante 
sentença transitada em julgado, ao término do processo 
legal, em que o acusado tenha se utilizado de todos os 
meios de prova pertinentes para sua defesa (ampla defesa) 
e para a destruição da credibilidade das provas 
apresentadas pela acusação (contraditório). 
Assim, enquanto não houver uma sentença criminal 
condenatória irrecorrível, o acusado não pode ser 
considerado culpado e, portanto, não pode sofrer as 
consequências da condenação. Desse princípio decorre que 
o ônus (obrigação) da prova cabe ao acusador (MP ou 
ofendido, conforme o caso). O réu é, desde o começo, 
inocente, até que o acusador prove sua culpa. 
Em razão dele existe, ainda, o princípio do in dubio pro reo 
ou favor rei, segundo o qual, durante o processo (inclusive 
na sentença), havendo dúvidas acerca da culpa ou não do 
acusado, deverá o Juiz decidir em favor deste, pois sua culpa 
não foi cabalmente comprovada. 
 
 PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL OU JUIZ LEGAL 
Deve ser compreendido como o direito que cada cidadão 
tem de saber, previamente, a autoridade que irá processá-
lo, bem como julgá-lo, caso venha a praticar uma conduta 
definida como infração penal pelo ordenamento jurídico. 
Juiz natural ou legal é aquele constituído antes do fato 
delituoso a ser julgado, mediante regras taxativas de 
competência estabelecidas em lei. Assegurar que as partes 
sejam julgadas por um juiz imparcial e independente. Para 
grande parte da doutrina, a primeira vez que o princípio do 
Juiz Natural surgiu com tal denominação foi mesmo na Carta 
Constitucional Francesa de 1814. 
Boa parte da Doutrina sustenta, ainda, a existência do 
princípio do Promotor Natural. Tal princípio estabelece que 
toda pessoa tem direito de ser acusada pela autoridade 
competente. Assim, é vedada a designação pelo Procurador-
Geral de Justiça de um Promotor para atuar especificamente 
num determinado caso. Isso seria simplesmente um 
acusador de exceção, alguém que não estava previamente 
definido como o Promotor (ou um dos Promotores) que 
poderia receber o caso, mas alguém que foi definido como o 
DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA CONCURSOS 
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OS: 0008/4/18-Gil 
acusador de um réu após a prática do fato, cuja finalidade é 
fazer com que o acusado seja processado por alguém que 
possui determinada característica (Promotor mais brando 
ou mais severo, a depender do infrator). 
Entretanto, a definição de atribuições especializadas 
(Promotor para crimes ambientais, crimes contra a ordem 
financeira, etc.) não viola este princípio, pois não se está 
estabelecendo uma atribuição casuística, apenas para 
determinado caso, mas uma atribuição abstrata, que se 
aplicará a todo e qualquer caso semelhante. É exatamente o 
mesmo que ocorre em relação às Varas especializadas. 
 
 PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
Esse princípio é o que se pode chamar de base principal do 
Direito Processual brasileiro, pois todos os outros, de uma 
forma ou de outra, encontram nele seu fundamento. Este 
princípio está previsto no art. 5º, LIV da CRFB/88, nos 
seguintes termos: 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou 
de seus bens sem o devido processo legal; 
Assim, a Constituição estabelece que ninguém poderá sofrer 
privação de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um 
processo prévio, em que lhe seja assegurada toda a sorte de 
instrumentos de defesa. 
Elementos essenciais do devido processo legal: direito ao 
processo; direito à citação e ao conhecimento prévio do 
teor da acusação; direito a um julgamento público e célere, 
sem dilações indevidas; direito ao contraditório e à 
plenitude de defesa (autodefesa e defesa técnica); direito 
de não ser processado e julgado com base em leis ex post 
facto; direito à igualdade entre as partes; direito de não ser 
processado com fundamento em provas revistas de 
ilicitude; direito ao benefício da gratuidade; direito à 
observância do princípio do juiz natural; direito ao silêncio 
(contra autoincriminação); direito à prova; direito de 
presença e participação ativa nos atos de interrogatório 
judicial dos demais litisconsortes penais passivos, quando 
existentes. 
 
 PRINCÍPIO VEDAÇÃO PROVAS ILÍCITAS 
No nosso sistema processual penal vige o princípio do livre 
convencimento motivado do Juiz, ou seja, o Juiz não está 
obrigado a decidir conforme determinada prova (confissão, 
por exemplo), podendo decidir da forma que entender, 
desde que fundamente sua decisão em alguma das provas 
produzidas nos autos do processo. 
Em razão disso, às partes é conferido o direito de produzir 
as provas que entendam necessárias para convencer o Juiz a 
acatar sua tese. Entretanto, esse direito probatório não é 
ilimitado, encontrando limites nos direitos fundamentais 
previstos na Constituição. Essa limitação encontra-se no art. 
5°, LVI da Constituição. Vejamos: 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas 
obtidas por meios ilícitos; 
Vejam que a Constituição é clara ao dizer que não se 
admitem no processo as provas que tenham sido obtidas 
por meios ilícitos. Mas o que seriam meios ilícitos? Seriam 
todos aqueles meios em que para a obtenção da prova 
tenha que ser violado um direito fundamental de alguém. 
A Doutrina divide as provas ilegais em provas ilícitas 
(quando violam normas de direito material) e provas 
ilegítimas (quando violam normas de direito processual). 
Veremos mais sobre o tema na aula sobre provas 
 ATENÇÃO! A Doutrina dominante admite a utilização de 
provas ilícitas quando esta for a única forma de se obter a 
absolvição do réu. 
 
 PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
Este princípio estabelece que as decisões judiciais devem 
estar sujeitas à revisão por outro órgão do Judiciário. 
Embora não esteja expresso na Constituição, grande parte 
dos doutrinadores o aceita como um princípio constitucional 
implícito10, fundamentando sua tese nas regras de 
competência dos Tribunais estabelecidas na Constituição, o 
que deixaria implícito que toda decisão judicial deva estar 
sujeita a recurso, via de regra. 
Entretanto, mesmo aqueles que consideram ser este um 
princípio de índole constitucional entendem que há 
exceções, que são os casos de competência originária do 
STF, ações nas quais não cabe recurso da decisão de mérito 
(óbvio, pois o STF é a Corte Suprema do Brasil). Assim, essa 
exceção não anularia o fato de que se trata de um princípio 
constitucional, apenas não lhe permite ser absoluto. 
 
 PRINCÍPIO VEDAÇÃO A AUTO INCRIMINAÇÃO 
Tal princípio, também conhecido como nemo tenetur se 
detegere, tem por finalidade impedir que o Estado, de 
alguma forma, imponha ao réu alguma obrigação que possa 
colocar em risco o seu direito de não produzir provas 
prejudiciais a si próprio. O ônus da prova incumbe à 
acusação, não ao réu. 
Este princípio pode ser extraído da conjugação de três 
dispositivos constitucionais: 
 Direito ao silêncio 
 Direito à ampla defesa 
 Presunção de inocência 
 
Assim, em razão deste princípio, o acusado não é obrigado a 
praticar qualquer ato que possa ser prejudicial à sua defesa, 
como realizar o teste do bafômetro (trata-se de uma fase 
pré-processual, mas o resultado seria utilizado 
DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA CONCURSOS 
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OS: 0008/4/18-Gil 
posteriormente no processo), fornecer padrões gráficos 
para realização de exame grafotécnico, etc. 
Mas como surge o Direito Processual Penal? Estudar a 
origem do Direito Processual Penal pressupõe a análise das 
FONTES do Direito Processual Penal. 
No que tange às FONTES do Direito Processual Penal, elas 
podem ser materiais ou formais. Estas últimas se dividem 
em imediatas e mediatas. Fonte formal (ou de cognição) – 
Meio pelo qual a norma é lançada no mundo jurídico. 
Podem ser imediatas (também chamadas de diretas ou 
primárias) mediatas (também chamadas de indiretas, 
secundárias ou supletivas). 
IMEDIATAS – São as fontes principais, aquelas que devem 
ser aplicadas primordialmente (Constituição, Leis, tratados 
e convenções internacionais). Basicamente, portanto, os 
diplomas normativos nacionais e internacionais 
MEDIATAS – São aplicáveis quando há lacuna, ausência de 
regulamentação pelas fontes formais imediatas (costumes, 
analogia e princípios gerais do Direito). 
Fonte material (ou de produção) – É o órgão, ente, 
entidade ou Instituição responsável pela produção da 
norma processual penal. No Brasil, em regra, é a União (por 
meio do processo legislativo federal), por força do art. 22, I 
da Constituição, podendo os Estados legislarem sobre 
questões específicas. Sobre Direito Penitenciário a 
competência é concorrente entre União, estados e DF. 
 
PRINCÍPIO DA INÉRCIA 
Alguns doutrinadores não consideram este um princípio do 
processo penal com base constitucional, embora seja 
unânime que é aplicável ao processo penal brasileiro. 
Este princípio diz que o Juiz não pode dar início ao processo 
penal, pois isto implicaria em violação da sua 
imparcialidade, já que, ao dar início ao processo, o Juiz já dá 
sinais de que irá condenar o réu. 
Um dos dispositivos constitucionais que dá base a esse 
entendimento é o art. 129, I da Constituição Federal: 
Art. 129. São funções institucionais do 
Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal 
pública, na forma da lei; 
Percebam que a Constituição estabelece como sendo 
privativa do MP a promoção da ação penal pública. Assim, 
diz-se que o MP é o “titular da ação penal pública”. 
Mas e a ação penal privada? Mais à frente vocês verão que 
a ação penal privada é de titularidade do ofendido. Assim, o 
Juiz já não poderia a ela dar início por sua própria natureza, 
já que a lei considera que, nesses casos, o interesse do 
ofendido em processar ou não o infrator se sobrepõe ao 
interesse do Estado na persecução penal. 
Este princípio é o alicerce máximo daquilo que se chama de 
sistema acusatório, que é o sistema adotado pelo nosso 
processo penal5. No sistema acusatório existe uma figura 
que acusa e outra figura que julga, diferentemente do 
sistema inquisitivo, no qual acusador e julgador se 
confundem na mesma pessoa, o que gera parcialidade do 
julgador, ofendendo inúmeros outros princípios. 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA CONCURSOS 
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Capítulo 3 
 
 
Sistemas Processuais 
 
 
 SISTEMA INQUISITORIAL 
Adotado pelo Direito canônico a partir do século XIII, 
posteriormente se propagou pela Europa, sendo empregado 
inclusive pelos tribunais civis até o século XVIII. Ademais, 
carrega características do regime político absolutista. 
É um sistema rigoroso, secreto e escrito (em regra – mas a 
forma não lhe era essencial), que adota ilimitadamente a 
tortura como meio de atingir o esclarecimento dos fatos e 
de concretizar a finalidade do processo penal – para se 
chegar à confissão, por exemplo, e à verdade material. Não 
há que se falar em contraditório, pois as funções de acusar, 
defender e julgar estão reunidas nas mãos do juiz inquisidor, 
sendo o acusado considerado mero objeto do processo, e 
não sujeito de direitos. O magistrado, chamado de 
inquisidor, era a figura do acusador e do juiz ao mesmo 
tempo, possuindo amplos poderes de investigação e de 
produção de provas, seja no curso da fase investigatória, 
seja durante a instrução processual (para se chegar à 
verdade absoluta) – o que comprometia a imparcialidade do 
juiz. E o acusado geralmente permanecia encarcerado 
previamente, sendo mantido incomunicável. 
 
 SISTEMA ACUSATÓRIO 
Vigorou entre a Antiguidade grega e romana e na Idade 
Média, nos domínios do direito germânico. A partir do 
século XIII entra em declínio, passando a ter prevalência o 
sistema inquisitivo. Atualmente, o processo penal inglês é o 
que mais se aproxima de um sistema acusatório puro. 
Caracteriza-se pela presença de partes distintas, 
contrapondo-se acusação e defesa em igualdade de 
condições, e ambas se sobrepondo um juiz, de maneira 
equidistante e imparcial. 
Há uma separação das funções de acusar, defender e julgar. 
O processo caracteriza-se como um legítimo 
actumtriumpersonarum. 
Foi o sistema acolhido pela CF/88, que tornou privativa do 
MP a propositura da ação penal pública; a relação 
processual somente tem início mediante a provocação da 
pessoa encarregada de deduzir a pretensão punitiva (ne 
procedatjudexofficio); impede que o magistrado promovaatos de ofício na fase investigatória – atribuição do MP. 
 
CARACTERÍSTICAS: oralidade; publicidade; aplicação do 
princípio da presunção de inocência (o acusado permanece 
solto durante o processo); atividade probatória pertence às 
partes – o juiz não era dotado do poder de determinar, de 
ofício, a produção de provas (que devem ser fornecidas 
pelas partes – posição de passividade do juiz quanto às 
provas e reconstrução dos fatos), e seu poder instrutório era 
excepcional no decorrer do processo; separação rígida entre 
juiz e acusação; paridade entre acusação e defesa. 
 
OBS: O que diferencia o sistema inquisitorial do acusatório é 
a posição dos sujeitos processuais e a gestão da prova. 
SISTEMA INQUISITORIAL SISTEMA ACUSATÓRIO 
Não há separação das 
funções de acusar, defender 
e julgar, que estão 
concentradas em uma única 
pessoa, que assume as 
vestes de um juiz 
inquisidor; 
Separação das funções de 
acusar, defender e julgar. 
Por consequência, 
caracteriza-se pela presença 
das partes 
(actumtriumpersonarum), 
contrapondo-se acusação e 
defesa em igualdade de 
condições, sobrepondo-se a 
ambas um juiz, de maneira 
equidistante e imparcial. 
Como se admite o princípio 
da verdade real, o acusado 
não é sujeito de direitos, 
sendo tratado como mero 
objeto do processo, daí por 
que se admite inclusive a 
tortura como meio de se 
obter a verdade absoluta; 
O princípio da verdade real é 
substituído pelo princípio da 
busca da verdade, devendo 
a prova ser produzida com 
fiel observância ao 
contraditório e à ampla 
defesa; 
Gestão da prova: o juiz 
inquisidor é dotado de 
ampla iniciativa acusatória 
e probatória, tendo 
liberdade para determinar 
de ofício a colheita de 
elementos informativos e 
de provas, seja no curso das 
investigações, seja no curso 
da instrução processual. 
Gestão de prova: recai 
precipuamente sobre as 
partes. Na fase 
investigatória, o juiz só deve 
intervir quando provocado, 
e desde que haja 
necessidade de investigação 
judicial. Durante a instrução 
processual, prevalece o 
entendimento de que o juiz 
tem certa iniciativa 
probatória, podendo 
determinar a produção de 
provas de ofício, desde que 
o faça de maneira 
subsidiária; 
A concentração de poderes 
nas mãos do juiz e a 
iniciativa acusatória dela 
decorrente são 
incompatíveis com a 
garantia da imparcialidade 
(CADH, art. 8o, §1o) e com o 
princípio do devido 
processo legal 
A separação das funções e a 
iniciativa probatória residual 
restrita à fase judicial 
preservam a equidistância 
que o magistrado deve 
tomar quanto ao interesse 
das partes, sendo 
compatíveis com a garantia 
da imparcialidade e com o 
princípio do devido processo 
legal. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA CONCURSOS 
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OS: 0008/4/18-Gil 
 SISTEMA MISTO OU FRANCÊS 
É a fusão dos dois modelos anteriores – surge com o Code 
d’InstructionCriminelle francês, de 1808 (instituído por 
Napoleão). 
A primeira fase é tipicamente inquisitorial, com instrução 
escrita e secreta, sem acusação e sem contraditório. O 
objetivo é apurar a materialidade e a autoria do fato 
delituoso. 
Na segunda fase, de caráter acusatório, o órgão acusador 
apresenta a acusação, o réu se defende e juiz julga, 
vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade. 
 
OBS.: Quando o CPP entrou em vigor, havia o entendimento 
de que ele era misto, sendo o inquérito policial a primeira 
fase. Porém, com o advento da CF/88, que prevê de maneira 
expressa a separação das funções de acusar, defender e 
julgar, assegurado o contraditório e a ampla defesa; e o 
princípio da presunção de não culpabilidade, entendeu-se 
tratar de um sistema acusatório (apesar de não ser um 
sistema acusatório puro). 
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Capítulo 4 
 
 
Inquérito Policial 
 
 
 “Inquérito policial é, pois, o conjunto de diligências 
realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma 
infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação 
penal possa ingressar em juízo” 
 
 CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
 Inquisitivo 
Forma de gestão/administração do inquérito. Causa: 
concentração de poder em autoridade única. E a 
consequência? Inaplicabilidade do contraditório e da ampla 
defesa. 
 
 Escrito 
Por mais rasteiro que possa parecer, prepondera a forma 
documental. Art 9º CPP: Todas as peças do inquérito policial 
serão, num só processado, reduzidas a escrito ou 
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 
Pode o delegado, havendo estrutura, utilizar as novas 
ferramentas tecnológicas para documentar o inquérito, 
como captação de som e imagem e até mesmo a 
estenotipia, que nada mais é do que uma técnica de 
redução de palavras por símbolos. (Lei 11.719/08). 
 
 Discricionariedade 
Ela se caracteriza por uma margem de conveniência e 
oportunidade na condução da investigação, de forma que o 
delegado organiza o inquérito dentro da sua estratégia 
investigativa. 
 
 Oficiosidade 
Em se tratando de crime de ação penal pública 
incondicionada, a autoridade policial deve instaurar o 
Inquérito Policial sempre que tiver notícia da prática de um 
delito desta natureza. Quando o crime for de ação penal 
pública incondicionada (regra), portanto, a instauração do IP 
poderá ser realizada pela autoridade policial 
independentemente de provocação de quem quer seja. É 
claro que, se o MP já dispuser dos elementos necessários ao 
ajuizamento da ação penal, o IP não precisa ser iniciado. O 
que o inciso I do art. 5º quer dizer é que a autoridade 
policial tem o poder-dever de instaurá-lo, de ofício, no caso 
de crimes desta natureza (O que determinará a instauração, 
ou não, será a existência de indícios mínimos da infração 
penal e a eventual utilidade do IP). 
 
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OS: 0008/4/18-Gil 
 Sigiloso 
O inquérito não se submete à publicidade ordinária, 
cabendo ao delegado velar pelo sigilo da investigação, em 
prol da eficiência. Art. 20 CPP - A autoridade assegurará no 
inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido 
pelo interesse da sociedade. 
 
 Indisponível 
Em nenhuma circunstância o delegado poderá arquivar o 
inquérito, já que toda investigação iniciada deve ser 
concluída e encaminhada à autoridade competente (art. 17 
do CPP). Ou seja, ainda que o fato não exista, for atípico, ou 
o crime estiver prescrito não há disponibilidade sobre o 
inquérito. 
 
 Oficial 
Incumbe ao Delegado a presidência do inquérito. O 
procedimento fica a cargo de órgão oficial do Estado. 
 
 Dispensável 
Para que o processo comece não é necessária a prévia 
elaboração de inquérito policial e o titular da ação poderá 
prospectar lastro indiciário de outras fontes autônomas. 
 
 INÍCIO DO IP (INSTAURAÇÃO DO IP) 
As formas pelas quais o Inquérito Policial pode ser 
instaurado variam de acordo com a natureza da Ação Penal 
para a qual ele pretende angariar informações. A ação penal 
pode ser pública incondicionada, condicionada ou ação 
penal privada. 
 
 FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IP NOS CRIMES DE AÇÃO 
PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
 De ofício 
Tomando a autoridade policial conhecimento da prática de 
fato definido como crime cuja ação penal seja pública 
incondicionada, poderá proceder (sem que haja necessidade 
de requerimento de quem quer que seja) à instauração do 
IP, mediante Portaria. 
Quando a autoridade policial toma conhecimento de um 
fato criminoso, independentemente do meio (pela mídia, 
por boatos que correm na boca do povo, ou por qualquer 
outro meio), ocorre o que se chama de notitia criminis. 
Diante da notitia criminis relativa a um crime cuja ação 
penal é pública incondicionada, a instauração do IP passa a 
ser admitida, ex officio, nos termos do já citado art. 5°, I do 
CPP. 
Quando esta notícia de crime surge através de uma delação, 
estaremos diante da delatio criminis simples. Nos termos 
do art. 5°, § 3° do CPP: 
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver 
conhecimento da existência de infração penal 
em que caiba aç1 ão pública poderá, 
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à 
autoridade policial, e esta, verificada a 
procedência das informações, mandará 
instaurar inquérito. 
Mas, e no caso de se tratar de uma denúncia anônima. 
Como deve proceder o Delegado, já que a 
 
 Requisição do Juiz ou do MP 
O IP poderá ser instaurado, ainda, mediante requisição do 
Juiz ou do MP. Nos termos do art. 5°, II do CPP: 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito 
policial será iniciado: (...) 
II - mediante requisição da autoridade 
judiciária ou do Ministério Público, ou a 
requerimento do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. 
 
Essa requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo 
Delegado, não podendo ele se recusar a cumpri-la, pois 
requisitar é sinônimo de exigir com base na Lei. Contudo, o 
Delegado pode se recusar8 a instaurar o IP quando a 
requisição: 
Requerimento da vítima ou de seu representante legal Nos 
termos do art. 5°, II do CPP: 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito 
policial será iniciado: (...) 
II - mediante requisição da autoridade 
judiciária ou do Ministério Público, ou a 
requerimento do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. 
 
Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, não 
requisição. Por isso, a Doutrina entende que nessa hipótese 
o Delegado não está obrigado a instaurar o IP, podendo, de 
acordo com a análise dos fatos, entender que não existem 
indícios de que fora praticada uma infração penal e, 
portanto, deixar de instaurar o IP. 
O requerimento feito pela vítima ou por seu representante 
deve preencher alguns requisitos. Entretanto, caso não for 
possível, podem ser dispensados. Nos termos do art. 5°, § 1° 
do CPP: 
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre 
que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
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OS: 0008/4/18-Gil 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais 
característicos e as razões de convicção ou de presunção de 
ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade 
de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua 
profissão e residência. 
 
Caso seja indeferido o requerimento, caberá recurso para o 
Chefe de Polícia. Vejamos: 
Art. 5º (...) 
(...) 
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento 
de abertura de inquérito caberá recurso para o 
chefe de Polícia. 
 
 Auto de Prisão em Flagrante- APF 
Embora essa hipótese não conste no rol do art. 5° do CPP, 
trata-se de hipótese clássica de fato que enseja a 
instauração de IP. Parte da Doutrina, no entanto, a 
equipara à notitia criminis e, portanto, estaríamos diante 
de uma instauração ex officio, o que não deixa de ser 
verdade. 
 
Formas de instauração do IP nos crimes de Ação Penal 
Pública Condicionada à Representação 
A ação penal pública condicionada é aquela que, embora 
deva ser ajuizada pelo MP, depende da representação da 
vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do 
crime seja denunciado. 
Nestes crimes, o IP pode se iniciar: 
 
 Representação do Ofendido ou de seu representante 
legal 
Trata-se da chamada delatio criminis postulatória, que é o 
ato mediante o qual o ofendido autoriza formalmente o 
Estado (através do MP) a prosseguir na persecução penal e 
a proceder à responsabilização do autor do fato, se for o 
caso. Trata-se de formalidade necessária nesse tipo de 
crime, nos termos do art. 5°, § 4° do CPP: 
Art. 5º (...) 
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação 
pública depender de representação, não 
poderá sem ela ser iniciado. 
 
Não se trata de ato que exija formalidade, podendo ser 
dirigido ao Juiz, ao Delegado e ao membro do MP. Caso não 
seja dirigida ao Delegado, será recebida pelo Juiz ou 
Promotor e àquele encaminhada. Nos termos do art. 39 do 
CPP: 
Art. 39. O direito de representação poderá ser 
exercido, pessoalmente ou por procurador 
com poderes especiais, mediante declaração, 
escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do 
Ministério Público, ou à autoridade policial. 
 
Caso a vítima não exerça seu direito de representação no 
prazo de seis meses, estará extinta a punibilidade (decai do 
direito de representar), nos termos do art. 38 do CPP: 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu 
representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis 
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor 
do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o 
prazo para o oferecimento da denúncia. 
Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve 
representar é o seu representante legal. Caso não o faça, 
entretanto, o prazo decadencial só começa a correr 
quando a vítima completa 18 anos, para que esta não seja 
prejudicada por eventual inércia de seu representante. 
Inclusive, o verbete sumular n° 594 do STF se coaduna com 
este entendimento. 
E se o autor do fato for o próprio representante legal 
(como no caso de estupro e violência doméstica)? Nesse 
caso,aplica-se o art. 33 do CPP10, por analogia, nomeando-
se curador especial para que exercite o direito de 
representação: 
 
 Requisição de autoridade Judiciária ou do MP 
Como nos crimes de ação penal pública incondicionada, o IP 
pode ser instaurado mediante requisição do Juiz do membro 
do MP, entretanto, neste caso, dependerá da existência de 
representação da vítima. 
 
 Auto de Prisão em Flagrante - APF 
Também é possível a instauração de IP com fundamento no 
auto de prisão em flagrante, dependendo, também, da 
existência de representação do ofendido. Caso o ofendido 
não exerça esse direito dentro do prazo de 24h contados do 
momento da prisão, é obrigatória a soltura do preso, mas 
permanece o direito de o ofendido representar depois, 
mas dentro do prazo de 06 meses. 
 
 Requisição do Ministro da Justiça 
Esta hipótese só se aplica a alguns crimes, como nos crimes 
cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil 
(art. 7°, § 3°, b do CP), crimes contra a honra cometidos 
contra o Presidente da República ou contra qualquer chefe 
de governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art. 145, § único do 
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OS: 0008/4/18-Gil 
CP) e alguns outros. 
 
 Formas de Instauração do IP nos crimes de Ação Penal 
Privada 
Requerimento da vítima ou de quem legalmente a 
represente Nos termos do art. 5°, § 5° do CPP: 
Art. 5º (...) 
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade 
policial somente poderá proceder a inquérito a 
requerimento de quem tenha qualidade para 
intentá-la. 
Caso a vítima tenha falecido, algumas pessoas podem 
apresentar o requerimento para a instauração do IP, nos 
termos do art. 31 do CPP: 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou 
quando declarado ausente por decisão 
judicial, o direito de oferecer queixa ou 
prosseguir na ação passará ao cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
Este requerimento também está sujeito ao prazo 
decadencial de seis meses, previsto no art. 38 do CPP, bem 
como deve atender aos requisitos previstos no art. 5°, § 1° 
do CPP, sempre que possível. 
 
 Requisição do Juiz ou do MP 
Neste caso, segue a mesma regra dos crimes de ação penal 
pública condicionada: A requisição do MP ou do Juiz deve ir 
acompanhada do requerimento do ofendido autorizando a 
instauração do IP. 
 
 Tramitação do IP 
Já vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. 
Vamos estudar agora como se desenvolve (ou deveria se 
desenvolver o IP). 
 
 Diligências Investigatórias 
Após a instauração do IP algumas diligências devem ser 
adotadas pela autoridade policial. Estas diligências estão 
previstas no art. 6° do CPP: 
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática 
da infração penal, a autoridade policial 
deverá: 
I- dirigir-se ao local, providenciando para que 
não se alterem o estado e conservação das 
coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II- apreender os objetos que tiverem relação 
com o fato, após liberados pelos peritos 
criminais; 
III- colher todas as provas que servirem para o 
esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
IV- ouvir o ofendido; 
V- ouvir o indiciado, com observância, no que 
for aplicável, do disposto no Capítulo III do 
Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo 
termo ser assinado por duas testemunhas que 
Ihe tenham ouvido a leitura; 
VI- proceder a reconhecimento de pessoas e 
coisas e a acareações; 
VII- determinar, se for caso, que se proceda a 
exame de corpo de delito e a quaisquer outras 
perícias; 
VIII- ordenar a identificação do indiciado pelo 
processo datiloscópico, se possível, e fazer 
juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX- averiguar a vida pregressa do indiciado, 
sob o ponto de vista individual, familiar e 
social, sua condição econômica, sua atitude e 
estado de ânimo antes e depois do crime e 
durante ele, e quaisquer outros elementos que 
contribuírem para a apreciação do seu 
temperamento e caráter. 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver 
a infração sido praticada de determinado 
modo, a autoridade policial poderá proceder à 
reprodução simulada dos fatos, desde que 
esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública. 
Alguns cuidados devem ser tomados quando da realização 
destas diligências, como a observância das regras 
processuais de apreensão de coisas, bem como às regras 
constitucionais sobre inviolabilidade do domicílio (art. 5°, XI 
da CF), direito ao silencio do investigado (art. 5°, LXIII da CF), 
aplicando-se no que tange ao interrogatório do investigado, 
as normas referentes ao interrogatório judicial (arts. 185 a 
196 do CPP), no que for cabível. 
O art. 15 prevê a figura do curador para o menor de 21 anos 
quando de seu interrogatório: 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á 
nomeado curador pela autoridade policial. 
Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudência são pacíficas no 
que tange à alteração desta idade para 18 anos, pois a 
maioridade civil foi alterada de 21 para 18 anos com o 
advento do Novo Código Civil em 2002. 
O ofendido ou seu representante legal podem requerer a 
realização de determinadas diligências (inclusive o indiciado 
também pode), mas ficará a critério da Autoridade Policial 
deferi-las ou não. Vejamos a redação do art. 14 do CPP: 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante 
legal, e o indiciado poderão requerer qualquer 
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diligência, que será realizada, ou não, a juízo 
da autoridade. 
Com relação ao exame de corpo de delito, este é obrigatório 
quando estivermos diante de crimes que deixam vestígios 
(homicídio, estupro, etc.), não podendo o Delegado deixar 
de determinar esta diligência. Nos termos do art. 158 do 
CPP: 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, 
será indispensável o exame de corpo de delito, 
direto ou indireto, não podendo supri-lo a 
confissão do acusado. 
Com relação à identificação do investigado (colheita 
de impressões de digitais), esta identificação criminal só 
será necessária e permitida quando o investigado não for 
civilmente identificado, pois a Constituição proíbe a 
submissão daquele que é civilmente identificado ao 
procedimento constrangedor da coleta de digitais 
(identificação criminal), nos termos do seu art. 5°, LVIII: 
Art. 5º (...) 
VIII - o civilmente identificado não será 
submetido a identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei; 
 
Por fim, percebam que o art. 7° prevê a famosa 
“reconstituição”, tecnicamente chamada de reprodução 
simulada. ESTA REPRODUÇÃO É VEDADA QUANDO FOR 
CONTRÁRIA À MORALIDADE OU À ORDEM PÚBLICA (no 
caso de um estupro, por exemplo). O investigado não está 
obrigado a participar desta diligência, pois não é obrigado a 
produzir prova contra si. 
 
 Forma de tramitação 
O sigilo no IP é o moderado, seguindo a regra do art. 20 do 
CPP: 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o 
sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido 
pelo interesse da sociedade. 
A corrente doutrinária que prevalece é a de que o IP é 
sempre sigiloso em relação às pessoas do povo em geral, 
por se tratar de mero procedimento investigatório, não 
havendo nenhum interesse que justifique o acesso liberado 
a qualquer do povo. 
Entretanto, o IP não é, em regra, sigiloso emrelação aos 
envolvidos (ofendido, indiciado e seus advogados), 
podendo, entretanto, ser decretado sigilo em relação a 
determinadas peças do Inquérito quando necessário para o 
sucesso da investigação (por exemplo: Pode ser vedado o 
acesso do advogado a partes do IP que tratam de 
requerimento do Delegado pedindo a prisão do indiciado, 
para evitar que este fuja). Com relação ao acesso por parte 
do advogado, há previsão no art. 7º, XIV do Estatuto da 
OAB. Vejamos o que diz esse dispositivo: 
Art. 7º São direitos do advogado: (...) 
XIV - examinar, em qualquer instituição 
responsável por conduzir investigação, 
mesmo sem procuração, autos de flagrante e 
de investigações de qualquer natureza, findos 
ou em andamento, ainda que conclusos à 
autoridade, podendo copiar peças e tomar 
apontamentos, em meio físico ou digital; 
(Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016) 
 
Durante muito tempo houve uma divergência feroz na 
Doutrina e na Jurisprudência acerca do direito do advogado 
de acesso aos autos do IP, principalmente porque o acesso 
aos autos do IP, em muitos casos, acabaria por retirar 
completamente a eficácia de alguma medida preventiva a 
ser tomada pela autoridade. 
 
 Visando a sanar essa controvérsia, o STF editou a súmula 
vinculante n° 14, que possui a seguinte redação: 
Súmula vinculante nº 14 
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado 
por órgão com competência de polícia judiciária, digam 
respeito ao exercício do direito de defesa”. 
Percebam, portanto, que o STF colocou uma “pá-de-cal” na 
discussão, consolidando o entendimento de que: 
 
 Sim, o IP é sigiloso 
 Não, o IP não é sigiloso em relação ao 
advogado do indiciado, que deve ter livre acesso aos autos 
do IP, no que se refere aos elementos que já tenham sido 
juntados a ele. 
 É óbvio, portanto, que se há um pedido de 
prisão temporária, por exemplo, esse mandado de prisão, 
que será cumprido em breve, não deverá ser juntado aos 
autos, sob pena de o advogado ter acesso a ele antes de 
efetivada a medida, o que poderá levar à frustração da 
mesma. 
Outro tema que pode ser cobrado, se refere à necessidade 
(ou não) da presença do defensor (Advogado ou Defensor 
Público) no Interrogatório Policial. 
É pacífico que a presença do advogado no interrogatório 
JUDICIAL é INDISPENSÁVEL, até por força do que dispõe o 
art. 185, §1° do CPP. 
Entretanto, não há norma que disponha o mesmo no que se 
refere ao interrogatório em sede policial. Vejamos o que diz 
o art. 6° do CPP: 
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Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática 
da infração penal, a autoridade policial 
deverá: 
(...) 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que 
for aplicável, do disposto no Capítulo III do 
Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo 
termo ser assinado por duas testemunhas que 
Ihe tenham ouvido a leitura; 
Vejam que o inciso que trata do interrogatório em 
sede policial determina a aplicação das regras do inquérito 
judicial, NO QUE FOR APLICÁVEL. A questão é: Exige-se, ou 
não, a presença do advogado? 
Vem prevalecendo o entendimento de que o 
indiciado deve ser alertado sobre seu direito à presença de 
advogado, mas, caso queira ser ouvido mesmo sem a 
presença do advogado, o interrogatório policial é válido. 
Assim, a regra é: deve ser possibilitado ao indiciado, ter seu 
advogado presente no ato de seu interrogatório policial. 
Caso isso não ocorra (a POSSIBILIDADE de ter o advogado 
presente), haverá nulidade neste interrogatório em sede 
policial. 
Contudo, mais uma polêmica surgiu. A Lei 13.245/16, 
que alterou alguns dispositivos do Estatuto da OAB, passou 
a prever, ainda, que é direito do defensor “assistir a seus 
clientes investigados durante a apuração de infrações, sob 
pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou 
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos 
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, 
direta ou indiretamente”. 
Art. 7º (...) 
XXI - assistir a seus clientes investigados 
durante a apuração de infrações, sob pena de 
nulidade absoluta do respectivo 
interrogatório ou depoimento e, 
subsequentemente, de todos os elementos 
investigatórios e probatórios dele decorrentes 
ou derivados, direta ou indiretamente, 
podendo, inclusive, no curso da respectiva 
apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 
2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
Esgotado o prazo previsto, ou antes disso, se concluídas as investigações, o IP será encerrado e encaminhado ao Juiz. Nos 
termos do art. 10 do CPP: 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou 
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA CONCURSOS 
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OS: 0008/4/18-Gil 
Capítulo 5 
 
 
Ação Penal 
 
 
 CONCEITO 
É que o direito público e subjetivo (majoritário) 
constitucionalmente assegurado (art. 5º, XXXV da CF - XXXV 
- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão 
ou ameaça a direito) de exigir do Estado juiz a aplicação da 
lei ao caso concreto para solução da demanda. Não falou 
em lide. Por quê? O conceito de lide como conflito de 
interesses de pretensão resistida não é aplicável ao 
processo penal. Após o advento da CF/88, o MP passa a ter 
como objetivo a defesa da sociedade, da aplicação justa da 
lei, de forma a não haver divergência entre autor e réu. 
 
 Condições da Ação - LIP 
São aquelas aplicáveis a toda e qualquer ação penal 
a) Legitimidade ad causam: pertinência subjetiva da ação, 
delineando o titular do direito do pólo ativo e no pólo 
passivo o imputável (autor ou partícipe do crime). 
Obs.: Teoria da dupla imputação: na imputação de 
crime ambiental à pessoa jurídica, deve o MP também 
denunciar a pessoa física responsável pela ordem 
criminosa, em verdadeira dupla imputação. Mais 
recentemente a 1ª Turma do STF, em acórdão da 
relatoria da Ministra Rosa Weber, quebrou a regra da 
dupla imputação, reconhecendo a condenação 
especificada PJ mesmo sem detectar a pessoa física 
responsável pela ordem. RE 628.582. - INF STJ 566: 
Responsabilidade penal da pessoa jurídica. É possível a 
responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos 
ambientais independentemente da responsabilização 
concomitante da pessoa física que agia em seu nome. 
A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da 
"dupla imputação". 
b) Interesse de agir: necessidade de bater às portas do 
judiciário, utilizando um provimento adequado e 
almejando um resultando útil à situação do agente. 
c) Possibilidade jurídica do pedido: deveremos tratá-la na 
análise do fato trazido na inicial, pois sendo fato 
atípico a inicial será rejeitada por impossibilidade 
jurídica do pleito. Essa condição também se caracteriza 
quando o pedido estritamente considerado não 
encontra no ordenamento respaldo, como ocorre no 
pedido de prisão perpétua ou pena de morte, 
ressalvada a hipótese de guerra declarada (Renato diz 
que essa hipótese não é caso der rejeição a exordial. 
Seria mera irregularidade). Quando também há um 
fato impeditivo ou falta condição especial. Ex.: as 
condições de procedibilidade. 
 
 ESPÉCIES 
 
 AÇÃO PENAL PÚBLICA 
 Conceito 
De acordo com o artigo 129, I da CF e com o art. 257, I CPP é 
aquela titularizada, caracterizando a estruturação do 
sistema acusatório. obs.: processo judicialiforme – antes de 
88, juízes e delegados também podiam promover a ação 
penal pública, sem provocação do MP. Não exista a divisão 
de funções de maneira clara. Havia a aglutinação de 
funções. Sistema inquisitório. Com a CF/88 o MP passa a ser 
o titular privativo (art. 129, I), havendo uma revogação 
tácita do dispositivo (art. 26 CPP) que trata dessa hipótese, 
ou seja, não foi recepcionado. Obs.: inicial acusatória é 
chamada de denúncia e está prevista no art. 41 CPP. 
 
 PRINCÍPIOS 
Princípio da obrigatoriedade ou compulsoriedade 
O exercício da ação pública é dever funcional inerente à 
atividade do MP. Será o satélite dos demais. Controle do 
princípio da obrigatoriedade: juiz quando aplica o art. 28 e 
ação penal subsidiária da pública. Obs.: princípio da 
obrigatoriedade mitigada ou princípio da discricionariedade 
regrada (nomenclaturas de Tourinho Filho): ele se apresenta 
por intermédio do instituto da: 
a) transação penal (art. 76 da Lei 9099/95 – pena máxima 
de dois anos) - inaugurando a Justiça Consensual no 
Brasil, ao invés da justiça comum como única via, tem-se 
a proposta de uma medida alternativa que, se for aceita, 
impede a deflagração regular do processo. 
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime 
de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de 
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou 
multas, a ser especificada na proposta. 
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única 
aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. 
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: 
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática 
de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença 
definitiva; 
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo 
de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, 
nos termos deste artigo; 
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da 
medida. 
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu 
defensor, será submetida à apreciação do Juiz. 
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OS: 0008/4/18-Gil 
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita 
pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva 
de direitos ou multa, que não importará em reincidência, 
sendo registrada apenas para impedir novamente o 
mesmo benefício no prazo de cinco anos. 
 § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá 
a apelação referida no art. 82 desta Lei. 
 § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste 
artigo não constará de certidão de antecedentes 
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo 
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos 
interessados propor ação cabível no juízo cível. 
 
b) Colaboração premiada ou extorsão premiada (essa 
ultima nomenclatura criticando): lei 12.850/13. * A 
celebração do acordo de colaboração será homologada 
pelo juiz, sendo que se o colaborador não for o líder da 
facção criminosa, admite-se inclusive que a denúncia 
não seja oferecida, mitigando-se o princípio da 
obrigatoriedade. Some-se a isso, o fato do colaborador 
ser o primeiro a colaborar (artigo 4º,§4º da Lei 
12.850/13). É um nome mais chique da delação 
premiada. No histórico da delação premiada, havia 
redução da pena. Com a nova lei de combate aos crimes 
organizados, o MP pode deixar de oferecer a denúncia. 
 
c) acordo de leniência. Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica e alotes de infração contra a ordem 
econômica. 
 
Princípio da indivisibilidade: segundo a doutrina 
majoritária, a ação pública é indivisível, já que o MP deve 
demandar todos aqueles que contribuíram para o delito e 
contra os quais exista justa causa. Nada mais é que o 
aspecto subjetivo do princípio da obrigatoriedade. Obs.: 
STF/STJ. Para os Tribunais Superiores, a ação pública é 
divisível por admitir desmembramento e complementação 
incidental, por meio do aditamento. O processo começou 
contra dois indivíduos e no transcorrer do processo um 
terceiro indivíduofoi inserido. O acórdão disse 
pedagogicamente que a ação penal é divisível no sentido de 
que o promotor poderia deflagrar ação contra um numero 
de indivíduos e, após, acrescentar outro. A doutrina, no 
entanto, diz que quando o aditamento da denúncia é 
realizado, fortalece-se o entendimento de que todos devem 
ser processados, sendo mais adequado falar em 
indivisibilidade. É indivisível sim, pois a obrigação é de 
oferecer denúncia contra os quais haja justa causa. Se não 
há justa causa para uns, eles não integram ab initio o 
processo, mas quando a justa causa existir haverá essa 
obrigatoriedade. INF 540.STJ.JULHO/2014 
 
 
 AÇÃO PENAL PRIVADA 
 Conceito: 
É aquela titularizada pela vítima ou por quem a represente, 
na condição de substituição processual. Atua em nome 
próprio pleiteando a punição que pertence ao Estado (jus 
puniendi). Obs.: Nomenclatura. A vítima é chamada de 
querelante e o réu de querelado. A inicial acusatória é a 
queixa crime. Não se presta queixa em delegacia, e sim 
noticia crimine. 
 
 PRINCÍPIOS: 
 Princípio da oportunidade ou conveniência: 
a ação privada só será exercida se a vítima entender 
estratégica. Também se aplica à representação e requisição. 
- Institutos correlatos (dão vida ao princípio): 
 Decadência: é a perda da oportunidade de entrar com 
ação privada em razão do decurso do prazo, qual seja, seis 
meses, em regra, contados do conhecimento da autoria do 
crime (art. 38 CPP). O prazo decadencial nem suspende, 
nem interrompe. Consequência: extinção da punibilidade. 
Se o inquérito não for concluído, o prazo para a ação 
privada não se prorroga, suspende-se ou se interrompe e a 
vítima deverá exercê-la sem o inquérito, requerendo ao juiz 
que este seja acostado aos autos, assim que encerrado. 
Obs.: na ação pública condicionada, o prazo de seis meses é 
para, simplesmente, representar, independentemente do 
tempo que leve a investigação. 
 
 Atenção – crime de induzimento a erro essencial e 
ocultação de impedimento – o prazo começa do trânsito em 
julgado da sentença que anulou o casamento. Morte- 
sucessores têm direito ao prazo restante, dentro dos seis 
meses. O prazo restante conta do conhecimento da autoria 
pelo sucessor, se ao for ao tempo em que a vítima morreu 
não sabia. 
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do 
ofendido, não será admitida queixa com 
fundamento em apreensão e em perícia, se 
decorrido o prazo de 30 dias, após a 
homologação do laudo. 
Parágrafo único. Será dada vista ao 
Ministério Público dos autos de busca e 
apreensão requeridas pelo ofendido, se o 
crime for de ação pública e não tiver sido 
oferecida queixa no prazo fixado neste artigo. 
 
 Renúncia: tem relação de coerência. Ocorre com a 
declaração expressa da vítima de que não pretende entrar 
com a ação ou pela prática de um ato incompatível com 
essa vontade. Fala-se em renúncia até o oferecimento da 
ação. Art. 49 do CPP. Consequência: extinção da 
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punibilidade, salvo no caso de subsidiária da pública (art. 
107 CP). Obs.: o nosso código não disciplina o arquivamento 
do inquérito nos crimes de ação privada. Todavia, se o 
advogado da vítima requerer o arquivamento, haverá 
renúncia ao direito de ação e essa situação é irreversível, 
mesmo se surgirem novas provas, afinal a extinção da 
punibilidade. Obs.: as regras de cordialidade ou a aceitação 
de indenização não caracterizam renúncia ao direito de 
ação. Ressalta-se, contudo, quanto à indenização, a 
composição civil nos juizados especiais, que ocasiona a 
renúncia à ação privada ou à representação na ação pública 
condicionada. (art. 74 da Lei 9099/95). Obs.: Retratação. A 
renúncia é irretratável, pois ocasiona a extinção da 
punibilidade. Decadência e renúncia ocorrem na fase pré-
processual. Não se pode falar em renúncia ao direito de 
representação. 
 Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa 
com direito de queixa, terá preferência o 
cônjuge, e, em seguida, o parente mais 
próximo na ordem de enumeração constante 
do art. 31, podendo, entretanto, qualquer 
delas prosseguir na ação, caso o querelante 
desista da instância ou a abandone. Sem 
ordem de preferência, nesse caso. 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais 
considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou 
perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo 
perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em 
que a lei a admite; 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos 
em lei. 
 
 Perdão: 
Lembra benevolência (seja por motivos religiosos, 
econômicos, espirituais). Parece muito com a renúncia, mas 
tem um divisor de águas, que é o momento. O perdão 
ocorre quando a vítima declara expressamente que não 
pretende continuar com a ação ou quando ela pratica ato 
incompatível com essa vontade, dessa forma pode ser 
expresso ou tácito (art. 51 e 51 CPP). Obs.: bilateralidade. 
Para que o perdão surta o efeito jurídico pretendido, qual 
seja a extinção da punibilidade, é necessário que o réu o 
aceite, o que pode ocorrer de forma expressa ou tácita. Se 
aceitar não quer dizer que assumiu a culpa para efeitos de 
responsabilidade civil. Se a vítima declara nos autos o 
perdão, o réu será notificado, disponde de três dias para 
dizer se aceita. A omissão faz presumir que ele aceitou. 
(tacitamente). Tanto a oferta como a aceitação pode ocorrer 
por meio de procurador, pressupondo poderes especiais. 
Obs.: perdão judicial – normalmente é aplicado na ação 
pública, quando o réu foi atingido de tal maneira por sua 
conduta, que a sanção não é necessária. Vale lembrar que 
este perdão é unilateral, ocasionando a extinção da 
punibilidade, ainda que o réu queira receber a punição. 
(art.107, CP). Obs.: pode haver o perdão parcial, que ocorre 
quando o querelante oferece perdão em uma das ações 
criminais em curso. 
Art. 51. O perdão concedido a um dos 
querelados aproveitará a todos, sem que 
produza, todavia, efeito em relação ao que o 
recusar. Art. 52. Se o querelante for menor de 
21 e maior de 18 anos, o direito de perdão 
poderá ser exercido por ele ou por seu 
representante legal, mas o perdão concedido 
por um, havendo oposição do outro, não 
produzirá efeito. 
 
 Perempção 
Descaso, desídia. A vítima precisa de dedicar à ação. É a 
SANÇÃO judicialmente imposta pelo descaso da vítima na 
condução da ação privada. A negligência de um querelante 
não prejudica o outro. O art. 60 do CPP, de forma não 
exaustiva, apresenta cinco hipóteses de perempção e que 
ocasionam a extinção da punibilidade (art. 107, CP) 
 
 Peças Iniciais 
 
ação pública – denúncia 
ação privada – queixa crime. 
 
 
 Formalidade: 
Regra – escrita. Exceção – oral (juizados especiais). 
ADVERTÊNCIA: necessariamente apresentada em vernáculo. 
 
Requisitos: 
 Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a 
exposição do fato criminoso, com todas as 
suas circunstâncias, a qualificação do acusado 
ou esclarecimentos pelos quais se possa 
identificá-lo, a classificação do crime e, 
quando necessário, o rol das testemunhas. 
a) Exposição do fato criminoso com todas as suas 
circunstâncias. 
Conteúdo – O quê? Quando? Como? Quem? Contra quem? 
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Por quê? Qual o objetivo? Onde? De que modo? A 
exposição tem que ser narrativa e demonstrativa. 
 
O elementos essenciais x elementos acidentais – essenciais 
são aqueles que vão influenciar na própria caracterização da 
tipicidade. Scarance – criptoimputação é quando a narrativa 
não contém os elementos mínimos caracterizadores do 
crime (HC 188023 STF. O próprio STF caracteriza o que é um 
elemento essencial). Havendo vício na narrativa de um 
elemento essencial, ocorrerá nulidade absoluta. Acidentais 
(ou circunstâncias individualizadoras) são aqueles 
vinculados ao tempo, ao lugar e ao modus operandi. O vício 
na sua narrativa é fato gerador de nulidade relativa. 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada 
quando: 
 I - for manifestamente inepta; 
 II - faltar pressuposto processual ou condição 
para o exercício da ação penal; ou 
 III - faltar justa causa para o exercício da ação 
penal 
 
 Qualificação do acusado 
Conteúdo – é a colheita de informações que individualizam 
uma pessoa, diferenciando-a das demais, inclusive em 
aspectos sociais: nome, sobrenome, filiação, profissão, 
estado civil, RG, CPF, endereço e atualmente idade. 
Não havendo elementos para qualificação exauriente, o MP 
pode se valer de elementos acessórios, o que engloba 
apelido (epíteto), e até mesmo de indicações biológicas (ex. 
art. 41 c/c 259 CPP). O legislador deixou clara a tendência de 
rechaçar a instauração de processo criminal contra pessoa 
incerta, pelo que se devem aplicar, com cautela, os citados 
dispositivos. 
Art. 259. A impossibilidade de identificação do 
acusado com o seu verdadeiro nome ou outros 
qualificativos não retardará a ação penal, 
quando certa a identidade física. A qualquer 
tempo, no curso do processo, do julgamento ou 
da execução da sentença, se for descoberta a 
sua qualificação, far-se-á a retificação, por 
termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos 
atos precedentes. 
 
 Classificação do crime 
Indicação do artigo de lei conjugado no CP ou na legislação 
penal especial. 
Obs.: equívoco de enquadramento. Em homenagem ao 
sistema acusatório, os vícios de enquadramento de artigo 
não são corrigidos no momento da admissibilidade da 
inicial, e sim na prolação da sentença, por meio do instituto 
da emendatio libelli. 
 
 Rol de testemunhas 
Se as testemunhas não forem arroladas na inicial, haverá 
preclusão. No Direito Penal Militar, pode haver a inclusão 
de testemunhas mesmo após o oferecimento da denúncia. 
Não são computadas as testemunhas referidas, as que não 
prestarem compromisso e as que nada souberem que 
interesse à decisão da causa. 
Mesmo havendo preclusão, as testemunhas podem ser 
ouvidas como testemunhas do juízo, já que o magistrado 
tem iniciativa probatória, segundo art. 156 CPP. 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a 
quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz 
de ofício. 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação 
penal, a produção antecipada de provas 
consideradas urgentes e relevantes, 
observando a necessidade, adequação e 
proporcionalidade da medida. 
II – determinar, no curso da instrução, ou 
antes de proferir sentença, a realização de 
diligências para dirimir dúvida sobre ponto 
relevante. 
 
Para a acusação, o número de testemunhas é computado 
em razão da quantidade de crimes, independente de 
quantos sejam os réus. Para a defesa, serão levados em 
conta não só a quantidade de crimes, como também o 
número de réus. 
 
 Subscrição pelo MP e pelo advogado do querelante 
Ausência de assinatura do promotor na denúncia é mera 
irregularidade, se for facilmente demonstrável que a inicial 
foi realmente ofertada pelo órgão acusatório, havendo 
mero esquecimento da assinatura. Quanto ao advogado do 
querelante, é necessário que ele possua poderes especiais. 
A firma tem que ser reconhecida – STJ. Art. 44 do CPP. 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por 
procurador com poderes especiais, devendo 
constar do instrumento do mandato o nome 
do querelante e a menção do fato criminoso, 
salvo quando tais esclarecimentos 
dependerem de diligências que devem ser 
previamente requeridas no juízo criminal. 
 
 
 
 
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 ESQUEMATIZAÇÃO 
 
 CLASSIFICAÇÃO 
 Pública Incondicionada – é aquela cujo exercício independe de representação da vítima ou de seu representante. 
 Pública Condicionada – é a que, para promove-la, o Ministério Público depende necessariamente da representação da 
vítima ou de quem possa por ela fazê-la. 
 
 
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Capítulo 6 
 
 
Competência 
 
 
Competência é a medida da jurisdição, espaço dentro do qual o poder jurisdicional pode ser exercido. Jurisdição todo juiz 
possui, mas competência, não. Assim, por exemplo, o STF tem competência sobre todo território nacional, enquanto um juiz 
de direito tem competência apenas na comarca em que exerce as suas funções. 
 
A COMPETÊNCIA ABSOLUTA 
É aquela que não permite prorrogação, por envolver interesse público, podendo ser arguida a qualquer tempo e em 
qualquer grau de jurisdição, inclusive de ofício, sob pena de nulidade absoluta de todos os atos praticados no feito 
(decisórios ou instrutórios), segundo posicionamento doutrinário mais abalizado. 
 
 TRÊS HIPÓTESES DE COMPETÊNCIA ABSOLUTA: 
 Competência em razão da matéria (ratione materiae): é aquela que leva em conta a natureza da infração a ser julgada; 
 
 Competência por prerrogativa de função (ratione personae): é aquela que leva em conta o cargo público ocupado por 
determinada pessoa que cometeu a infração penal, o que implica em um foro por prerrogativa de função; 
 
Competência por Lugar (ratione Loci) 
Como regra geral para definição da competência territorial, adota-se o local em que ocorreu a consumação do delito ou, no 
caso de tentativa, o local

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