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Master Technology Administration Evaporação, cozimento, secagem e armazenagem Aula MTA PA 03 Evaporação • O caldo de cana tratado consiste numa solução mais ou menos impura de sacarose com uma concentração de 12 a 15 % de sólidos dissolvido. • Para se obter o açúcar, é necessário eliminar a água e cristalizar a sacarose. Esta etapa é realizada por etapas. • A concentração do caldo evaporado deve ser a mais elevada possível visando economia de vapor no cozimento, mas não tão alta que possa provocar uma cristalização precoce da sacarose presente no xarope. • Os valores mais adotados estão entre 60 a 70oBrix, mas não é incomum valores como 55oBrix. 2 Operações preliminares O caldo clarificado com ao redor de 15% de sólidos dissolvidos pode ser enviado diretamente para a evaporação ou ser peneirado (dependendo da presença de material insolúvel), principalmente se a usina produz açúcar branco de alta qualidade onde o teor de material insolúvel no açúcar (resíduo insolúvel) for um item de qualidade importante. 3 Evaporação • Considerando o caldo de cana como sendo uma solução formada por um soluto não volátil, em sua maior parte sacarose e um solvente volátil, a água, a sua concentração se procede pela evaporação da água. • Como, cada litro, ou kg, de água evaporada consome 550 kcal ou mais, portanto deve-se ter o máximo cuidado no projeto deste setor, para que a industria não venha a ter problemas energéticos e deve-se considerar que esta operação apresenta um alto consumo de energia. 4 Princípios da evaporação O princípio da evaporação é fundamentado na hipótese de que as soluções são compostas por um material não volátil na temperatura do processamento, denominada de soluto e pela água que é o solvente. A concentração dessa solução é dada em porcentagem mássica que são as gramas de soluto contidas em 100 gramas de solução. 5 Balanço de massa • Como a quantidade de soluto permanece constante e que ela é proporcional a massa multiplicada pela concentração, podemos escrever: • Mi: massa inicial do produto em kg, • Ci: concentração inicial do produto em %, • Mf: massa final do produto em kg, • Cf: concentração final do produto em %. CfMfCiMi ×=× Cf CiMiMf ×= 6 Balanço de massa • A quantia de água a ser evaporada (E), pode ser calculada por diferença: MfMiE −= )1( Cf CiMi Cf CiMiMiE −×=×−= 7 Exemplo de cálculo • Considerando 1000 kg de caldo de cana com 15% de sólidos dissolvidos que pretendemos elevar para 60% por evaporação, teremos: kgprodutodofinalMassa 250 60 151000 == kgevaporadaÁgua 7502501000 =−= 8 Separador de arraste Evaporado Saída de incondensáveis Vapor Alimentação De caldo Saída de caldo concentrado 9 Evaporador em usina de açúcar Caixa tipo Roberts Princípio da troca térmica A troca térmica num evaporador ocorre na superfície da calandra ou do trocador de calor, sendo a quantidade de calor transferido (Q) proporcional a área de troca térmica (S), a diferença de temperatura (∆t = tv – tj) e ao coeficiente global de troca térmica (K): Q = K . S . ∆t S = Q / K. ∆t 10 Coeficiente de troca térmica kcal/h.m2.oC Tríplice Quádruplo Quíntuplo 1º corpo 2000 a 2200 2000 2000 2º corpo 1400 a 1500 1400 1400 3º corpo 600 a 700 900 a 1000 1000 4º corpo 400 a 500 700 a 750 5º corpo 400 a 450 11 Evaporador de tubo longo tipo Kestner 12 Componentes de um evaporador Separador de arraste • Os vapores emitidos durante a evaporação, podem arrastar pequenas gotículas, especialmente se a evaporação for muito turbulenta ou os vapores saírem com muita velocidade. • Esse arraste de microgotículas, algumas são verdadeiras bolhas tipo bolha de sabão, pode resultar em perda de açúcar. • Para evitar esta perda todos os evaporadores, principalmente aquelas que trabalham com fluídos concentrados ou sob vácuo a terem dispositivos para reter estas gotículas. 13 Evaporador em múltiplo efeito • A operação de evaporação demanda uma quantia bastante elevada de energia, que pode inclusive inviabilizar muitos projetos. • Uma forma para diminuir o consumo de energia na evaporação foi descoberta na Lousiania EUA, Norbert Relliaux em 1844, que é a evaporação em múltiplos efeitos. Em 1851 inventou o evaporador de tubos verticais tal como conhecemos hoje. • Com esse invento o consumo de energia chegou a cair 5 a 6 vezes. 14 Múltiplo efeito • A grande descoberta de Relliaux, foi que o vapor gerado pela evaporação do caldo poderia servir para aquecer o evaporador seguinte. O vapor gerado por este segundo corpo evaporador poderia, por sua vez utilizado num corpo seguinte e assim sucessivamente. • Assim, 1 kg de vapor utilizado num corpo evaporador geraria 1 kg de água evaporado que poderia ser utilizada. 15 Múltiplo efeitos Numa evaporação em múltiplo efeito ocorre uma diminuição do consumo de vapor no aquecimento, em relação a uma evaporação clássica, em n vezes sendo n o número de caixas evaporadoras interconectadas (efeitos). 2 caixas duplo efeito 3 caixas tríplice efeito 4 caixas quádruplo efeito 16 Múltiplo efeito 17 Múltiplo efeito - limitações • Para que a transferência de calor ocorra é necessário uma diferença de temperatura entre o vapor e o líquido. Esta diferença de temperatura deve ser de 10 a 15oC para que a áreas de troca térmica do equipamento não seja muito alta. • Assim, o número de corpos num múltiplo efeitos fica limitado a um número que na prática é de cinco corpos (quíntuplo efeito). 18 Escala de pressão e temperatura num quíntuplo efeito EFEITO PRESSÃO Kg/cm2 TEMP. oC VAZIO cm 1o 1,61 113 * 2o 1,22 105 * 3o 0,95 95 12 4o 0,50 80 40 5o 0,16 55 64 19 Limites de temperatura numa evaporação • O caldo a ser evaporado não deve ser submetido a uma temperatura superiora 130oC pois pode ocorrer um escurecimento pela ação da caramelização da sacarose. • Por outro lado temperaturas de ebulição inferiores a 50oC exigem um vácuo muito elevado que torna antieconômico o aparelho. • Desta forma o número máximo de efeitos será: efeitosNúmero 53,5 15 50130 ≈=−= 20 Coeficiente de evaporação dos múltiplos efeito Simples efeito 100 Kg/h/m2 de superfície total Duplo efeito 50 Kg/h/m2 de superfície total Tríplice efeito 33 Kg/h/m2 de superfície total Quádruplo efeito 25 Kg/h/m2 de superfície total Quíntuplo efeito 20 Kg/h/m2 de superfície total 21 Pré-evaporador • Em geral o primeiro corpo evaporador é superdimensionado, gerando mais vapor que o necessário para os corpos seguintes. • O vapor excedente dessa evaporação é denominado “vegetal”, sendo utilizado nos aquecedores de caldo p. ex. • Por sua grande capacidade de gerar vapor a primeira caixa de evaporação é denominada muitas vezes de segunda caldeira da usina. 22 Principais arranjos de uma evaporação Quadruplo efeito puro 190 kg/TCH Caixa de pre-evaporação seguida de um quadruplo efeito 230 kg/TCH 420 kg/TCH 23 Condensadores • Caso o evaporador opere a pressão atmosférica ou superior, o vapor resultante poderia ser simplesmente lançado na atmosfera. • Como os múltiplo efeito operam em pressão abaixo da atmosférica nos últimos corpos, é necessário dispositivos para retirar esses vapor e condensá-lo • Condensadores são dispositivos que realizam esta tarefa, condensando o vapor por sua aspersão com água e a o mesmo tempo geram um vácuo pelo princípio da coluna barométrica 24 Xarope • Xarope e a designação do caldo de cana tratado e evaporadoaté uma concentração que varia de 55 a 65 oBrix. • O destino do xarope numa usina de açúcar e a cristalização de sua sacarose. Muitas usinas realizam um tratamento adicional do xarope afim de retirar impurezas sólidas como partículas de ferrugem, bagacinho,colóides e polissacarídeos cuja eliminação foi insuficiente ou parcial na decantação. Este tratamento é denominado de flotação 25 Flotação do xarope Consiste na formação de um precipitado de fosfato de cálcio no xarope, que absorve e retêm as impurezas sólidas leves (de baixa densidade) e colóides, utilizando de floculantes para aglomerar os flocos. É utilizada a injeção de micro-bolhas de ar nos flocos, que lhe conferem uma densidade inferior a do xarope provocando a sua flutuação. Segundo a literatura, este procedimento pode retirar até 70 % das impurezas insolúveis do xarope. 26 Fluxograma da flotação 27 Grau de solubilidade de uma solução É a quantidade de uma substância, em gramas, necessária para saturar uma certa quantia de solvente, p.ex. 100g, sob condições físicas de temperatura, pressão, etc, bem estabelecidas. Disse que um solvente está saturado de um soluto, quando qualquer quantia do mesmo que for adicionado permanece não dissolvido, depositando no recepiente. 28 Curva de solubilidade A concentração de saturação de uma solução varia com a temperatura, em geral cresce, conforme a curva apresentada a seguir, dividindo as soluções em: • Subsaturadas: com concentração inferior a concentração de saturação, • Saturadas: com concentração igual a concentração de saturação, • Supersaturadas: com concentração superior aconcentração de saturação. 29 30 Curva de solubilidade da sacarose Características das regiões de saturação • Região insaturada: Os cristais do soluto adicionados dissolvem. • Região saturada: Os cristais do soluto adicionados não crescem nem dissolvem. • Região supersaturada: Esta região se divide em duas sub regiões. No inicio, região metaestável, os cristais adicionados crescem. Na sub-região lábil, os cristais crescem e induzem o surgimento de novos cristais. 31 Grau de supersaturação (SS) • Se denomina grau de SS a relação: Valores de SS saturadasoluçãodaãoConcentraç soluçãodaãoConcentraçSS = SS < 1 Solução sub-saturada SS = 1 Solução saturada SS > 1 Solução supersaturada 1 < SS < 1,20 Zona metaestável SS > 1,20 Zona lábil 32 Cristalização por semeamento • Processo que ocorre na região metaestável, onde os cristais crescem mas não surgem novos núcleos. • A solução é concentrada por evaporação até que ela atinja o ponto desejado, o que ocorre em geral na faixa de 75 a 85oBrix. É então inoculado uma certa quantia de pequenos cristais, que crescem por deposição de sacarose sobre a sua superfície. • Durante a operação é necessária uma evaporação para compensar a queda de concentração devido a retirada da sacarose pelos cristais em crescimento. • Quando os cristais atingem o tamanho desejado o processo é interrompido. 33 Massa da semente A massa da semente (MS) está relacionada com a massa do açúcar (MA) a ser produzido como a relação do cubo dos tamanhos da semente (dS) e do açúcar (dA), onde V é o volume da massa cozida, p a sua densidade e c o teor de cristais na massa: 3 3 S A d d MA MS = 3 3 S A d dMAMS ×= )( 3 3 S A d dcVMS ××= ρ 34 Produção de açúcar nas usinas • Todo açúcar cristal e refinado granulado é produzido em nosso país pelo método de semeamento. • Em geral um açúcar comercial e colocado num moinho de bolas junto com álcool e o aparelho é posto para funcionar por um período de 8 horas. • Os cristais são esmagados formando uma pasta com o álcool, onde os grânulos apresentam um tamanho uniforme de aproximadamente 5 u. 35 Condução do cozimento • Com a cristalização, a medida que os cristais crescem pela deposição da sacarose, a solução vai ficando mais pobre neste componente, ou seja, vai perdendo pureza. • Um xarope com, por exemplo, 85 % de pureza, após o crescimento dos cristais pode ter sua pureza reduzida em 15 pontos percentuais, ficando com uma pureza de 70 % passando a ser denominado de mel. • Esse mel com pureza reduzida pode ser sucessivamente cristalizado até que sua pureza ser reduzida até um valor na faixa de 30 a 35 %. 36 Cozimento em diversas massas • A maioria das usinas no Brasil pratica cozimento em duas massas esgotando o xarope até 50 a 60 % de pureza. • Tecnicamente pode se reduzir a pureza do mel até 30 % ou menos pelo uso de 3 a 4 cozimentos (cozimento em 3 a 4 massas). • Na maioria dos paises se pratica o esgotamento do mel, exceto no Brasil pois com o uso do mel pata a produção de álcool não é econômico investir nesse setor. 37 Cozimento em duas massas Cozimento A Cozimento B Centrífuga A Centrífuga B Magma Xarope Magma Mel rico Água Açúcar B 38 Mel pobre Semente Açúcar A Cozimento em três massas 39 Massa cozida • A cristalização gera uma suspensão de cristais em mel denominada de massa cozida. • Em geral esta massa é composta por 40 a 50 % de cristais com o espaço vazio intercristalino é preenchido pelo mel parcialmente esgotado de sua sacarose. 40 Cristalizadores - cozedores Em geral são evaporadores em simples efeito que operam de forma descontínua. Como a massa cozida atinge altas densidades e viscosidade em seu interior, sua construção é projetada para esse tipo de fluído, com tubos largos que permitem uma boa circulação da massa. Esses equipamentos trabalham a pressão sub- atmosféricas (vácuo), que resultam em evaporação a temperatura reduzida (60 a 70 oC). 41 42 Cristalizados (cozedor) clássico Circulação da massa cozida no cristalizador Durante a evaporação do xarope e do crescimento dos cristais, o material no interior do equipamento deve estar em contínuo movimento, o que ocorre primeiro pela ação do movimento convectivo e das bolhas de vapor formadas que ao subirem impulsionam a massa. Esse movimento é muito importante para o bom desenvolvimento dos cristais, sendo que muitos cristalizadores dispõem de hélices em seu interior para melhorar essa movimentação (cristalizadores de convecção forçada). 43 44 Circulação natural num cristalizador Circulação forçada num cristalizador 45 Cozimento contínuo • Nos últimos anos tem sido implantado em nosso país equipamentos de cozimento contínuo de vários modelos. • Esses equipamentos são alimentados por uma massa cozida com cristais de 0,2 mm que ao longo do equipamento crescem até o tamanho comercial (de 0,5 a 0,6 mm). 46 Cozedor contínuo Vapor Condensado Pé-de-cozimento Massa cozida Licor Água evaporada 47 Sistema de cozimento contínuo Xarope Vácuo de pé Vácuo contínuo Cristali- zador Centrífuga Açúcar comercia l Mel pobre (destilaria) Mel rico 48 Vácuo contínuo FL - DZ 49 Controle de cozimento • Sistemas empíricos: ponto de fio, consistência da massa medida manualmente, etc. • Viscosidade da massa: Pode ser medido pela potencia requerida por um motor elétrico que aciona um corpo de prova mergulhado na massa. Quanto mais concentrada for a solução, maior será a sua viscosidade e a potencia requerida. • Condutividade elétrica: Pela determinação da correste elétrica quer percorre a massa. Quanto mais concentrada for a solução, maior será a sua resistência elétrica 50 Centrifugação Até o final do século XIX todo açúcar produzido no mundo era do tipo não centrifugado, onde a separação do mel dos cristais(purga) ou não era realizada como no açúcar mascavo batido, ou era utilizando a força da gravidade num processo que poderia durar dias. 51 Purga natural da massa cozida A massa cozida composta pelos cristais e o mel é depositado num recipiente com um orifício na parte inferior. lentamente o mel vai escoando pelo orifício, sendo que de tempos em tempos era colocada uma certa quantia de água para lavar todo mel residual. 52 Força centrífuga • É toda força que se origina quando um corpo muda a direção de sua trajetória e, como o nome indica, atua na direção do raio de curvatura e no sentido do centro para o exterior (fugindo do centro). • Um corpo em movimento de rotação sofre uma força centrífuga proporcional a massa do corpo, sua velocidade angular e o raio de giro 53 Intensidade da força centrífuga Para fins práticos sua intensidade é calculada como sendo de quantas vezes a sua intensidade pe maior que a força de gravidade terrestre, denominado de G: nalgravitasioForça centrífugaForçaG = 1800 2NDG ×= 54 • Exemplo: Uma centrífuga com cesto de 1 m de diâmetro e girando a 1200 rpm apresenta qual valor de G? • Isto significa que um corpo no interior do cesto da centrífuga está submetido a uma força 800 vezes maior que a de seu peso. 800 1800 12001 1800 22 =×=×= NDG 55 Tipos de centrífugas • Centrífugas contínuas, onde a massa cozida é alimentada continuamente resultando em dois fluxos, um de açúcar e outro do mel. • Centrífugas descontínuas, onde a massa cozida é introduzida no cesto, a maquina é posta em movimento provocando a saída do mel. Os cristais retidos no cesto são retirados após um tempo conveniente 56 57 Centrífuga descontínua Ciclo de operação de uma centrífuga descontínua Carregamento 20 segundos Saída (purga) do mel 35 segundos Lavagem dos cristais 15 a 30 segundo Frenagem e descarregamento 30 segundos TOTAL 1 min e 40 seg 1 min e 55 seg 58 • O ciclo total esta ao redor de 2 a 2,5 minutos, o que resulta de 18 a 20 ciclos por hora. • O tempo de centrifugação depende de vários fatores dos quais os principais são: • Tamanho dos cristais • Uniformidade dos tamanhos dos cristais • Viscosidade da massa 59 Cristais uniformes significa que o espaço entre os cristais esta desimpedido para a circulação do mel CRISTAIS UNIFORMES CRISTAIS DESUNIFORMES 60 VISCOSIDADE • É uma grandeza física que mede a resistência que os fluídos apresentam a se movimentarem. • Quanto mais viscoso for o mel, mais difícil será a sua capacidade de fluir. A viscosidade dos méis depende em grande parte de dois fatores: Concentração (Brix) – quanto mais concentrado for o mel maior será a sua viscosidade. Temperatura – Quanto mais alta for a temperatura menor será a viscosidade. 61 Lavagem do açúcar • Parte do mel, ao redor de 4%, permanece aderido na superfície dos cristais. • A retirada dessa película é a única maneira de se obter um açúcar dentro das especificações. • A lavagem provoca a dissolução de açúcar (2,5 a 3,5kg por litro de água), assim o seu volume deve ser o menor possível. Se recomenda que a água deve ser na quantia equivalente a 4 a 8 % do açúcar contido no cesto (1 a 2 % sobre a massa cozida). 62 Temperatura da água de lavagem • A água de lavagem deve apresentar uma temperatura elevada pois a viscosidade do mel é inversamente proporcional a temperatura. • Temperatura da água muito baixa significa baixa drenagem do mel. • Deve-se ter o máximo cuidado com a qualidade dessa água para que o açúcar não seja contaminado, principalmente com substancias salinas. 63 Centrífuga contínua • A utilização, de operações contínuas é sempre recomendável por permitir um maior controle do processo e sua automatização. Hoje este tipo de centrifuga ér utilizada em massa de segunda, por quase todas as usinas, e em poucas delas para massa de primeira. 64 As centrífugas contínuas operam com velocidade angular de 1500 a 2000 rpm e uma força centrífuga de 2000 G. Essas condições extremas causam danos aos cristais o que tem limitado o seu uso na produção de açúcar comercial, sendo utilizada praticamente para centrifugar massa de 2a gerando cristais de 0,15 mm que são misturados com caldo de cana e com o nome de magma é utilizado como “pé de cozimento de primeira”. 65 Descrição de uma centrífuga contínua Alimentação SólidoSólido Líquido Cesto giratório Motor 66 Centrífuga contínua Este equipamento opera com um tempo de estadia do açúcar muito pequeno, de segundos sendo que a massa forma uma camada muito estreita sobre a tela, de 3 a 4 mm. 67 Centrífugas contínuas • Vantagens – Os processos contínuos são mais controláveis e automatizáveis, – Consomem muito menos energia no seu acionamento, – Custo de manutenção inferior • Desvantagens – Provoca danos nos cristais de sacarose tanto pelo atrito com a tela como no impacto ao sair do cesto cônico 68 Utilização dos méis rico e pobre no cozimento Cozimento A Cozimento B Centrífuga A Centrífuga B Magma Xarope Magma Mel rico Água Açúcar B 69 Mel pobre Açúcar A O açúcar é formado por grânulos de tamanho variado como: Açúcar cristal 0,4 a 0,6 mm Açúcar demerara 0,8 a 1,0 mm Refinado amorfo 0,2 mm . Os cristais saem da centrífuga com uma umidade bastante elevado, ao redor de 0,4 a 0,6 % e temperatura ao redor de 60oC, quando o correto seria uma temperatura inferior a 38oC e a umidade inferior a 0,05% 70 Secagem e resfriamento Para se adequar as exigências das especificações, todo açúcar deve ser encaminhado a uma operação de secagem e resfriamento antes de seguir para seu destino (armazenagem ou consumo), pois nas condições que sai da centrifuga seguramente empedraria. 71 Manipulação do açúcar úmido Após a centrifugação o açúcar úmido é despejado sobre um condutor posicionado na parte inferior da centrífuga que pode ser: – ESTEIRA ROLANTE DE BORRACHA – TRANSPORTADOR OSCILANTE TIPO GAFANHOTO 72 Comportamento higroscópico do açúcar • O açúcar tem um comportamento como um corpo higroscópico, ou seja, a pressão de vapor parcial da sua umidade (água) é menor que a da água pura à mesma temperatura e esta pressão de vapor aumenta com a umidade do produto. • Em contato com a atmosfera, o açúcar perde ou ganha umidade, conforme a sua pressão parcial de vapor seja ela maior ou menor que a da água da atmosfera. 73 Comportamento de um material higroscópico em relação a atmosfera envolvente Grânulo De açúcar Grânulo De açúcar Grânulo De açúcar Em equilíbrio Perde umidade Ganha umidade Pressão parcial da umidade na atmosfera Pressão parcial da umidade no açúcar 74 Remoção da umidade • A umidade externa (película de mel) é de retirada mais ou menos fácil, utilizando-se para isso o secador que eliminará grande parte dela. • A umidade ocluída ou interna, praticamente não é retirada pelo secador e ela tende a migrar para a superfície do cristal, quando este é submetido a um gradiente de temperatura, por exemplo. Esta umidade é alta em cristais aglomerados, geminados ou aqueles produzidos em cozedores que apresentam problemas de circulação de massa. 75 Isotermas de equilíbrio ou curva de umidade de equilíbrio • Para cada pressão parcial de vapor da água na atmosfera, existe uma umidade do açúcar, formando a denominada isoterma de umidade de equilíbrio do produto. • As isotermas diferem de um açúcar para outro, pois dependem dos componentes minerais e orgânicospresentes, em especial os açúcares redutores. • A curva é também uma função da temperatura. 76 Isoterma de umidade de equilíbrio % de U.R. P U m i d a d e d o c o r p o ( b a s e ú m i d a ) e m % Umidade desligada 10 30 50 70 90 Umidade Ligada Umidade livre Umidade de equilíbrio 77 Isotermas de açúcar 78 Secagem • Consiste na retirada parcial da água de um produto visando sua melhor utilização, conservação, manipulação, armazenagem e transporte. • Em geral se retira a chamada água desligada, ou seja, toda a água que excede uma determinada umidade de equilíbrio. 79 Problemas na secagem • Provoca danos físicos nos cristais de sacarose, pois eles não suportam impacto a mais de 10m/s de velocidade. • Amarelamento que resulta num aumento da cor ICUMSA e diminuição da reflectância. • Aquecimento do açúcar que pode causar problemas na armazenagem. 80 Tipos de secadores • Existem muitos modelos de secadores de ar quente utilizados na indústria açucareira, dos quais o mais utilizado é o tipo tambor rotativo e em menor posição o secador vertical de bandejas. • De pouco uso em nosso país podemos citar o secador de leito fluidizado vibratório, leito fluidizado fixo, etc. 81 Secador vertical de bandejas • Aparelho em forma de cilindro vertical, sendo o açúcar alimentado pelo topo descarregado em bandejas onde é distribuído por raspadores e vai caindo por bandejas sucessivas recebendo uma corrente de ar quente, até a sua saída pelo fundo. • Este equipamento é utilizado quando é necessário preservar os cristais pois a movimentação do produto em seu interior é muito suave. 82 Turbo secador resfriador equipado com pré-secador 83 Secador tipo tambor rotativo • É o modelo mais utilizado em nosso país, que tem um custo relativamente baixo e de instalação simples. • Por outro lado é um equipamento de baixa eficiência e que pode danificar os cristais de sacarose, principalmente na zona de resfriamento. 84 Secador tipo tambor rotativo 85 Vista de um secador rotativo com dispositivos internos para evitar quebra de cristais 86 Características técnicas do secador rotativo Consiste num cilindro rotativo, montado horizontalmente, com uma leve inclinação de 5 a 7o. No interior do cilindro existem aletas destinadas a recolher o açúcar elevado e derramá-lo em cortina. O ar para a secagem ou resfriamento atravessa o secador em sentido contrário a movimentação do açúcar. 87 Velocidade do ar no secador • A velocidade do ar deve se situar entre 1,0 a 1,5 m/s. • Abaixo de 1 a secagem será deficiente e acima de 1,5 o arraste de açúcar começará a ser elevado. • Velocidade abaixo de 1 m/s torna difícil o resfriamento do açúcar a temperatura inferior a 40oC, a menos que o açúcar chegue ao secador com uma temperatura inferior a 55oC. 88 Tempo de retenção • O valor recomendado é entre 5 a 10 minutos, dependendo da temperatura do ar, da umidade do açúcar na entrada do aparelho e da umidade do açúcar no ensaque. • Este tempo é proporcional ao comprimento do tambor e inversamente proporcional ao seu número de revoluções e a sua inclinação. • Tempo insuficiente resulta em secagem incompleta, tempo excessivo resulta em amarelamento do açúcar. 89 Temperaturas • Do ar na entrada do secador: Nunca deve ser superior a 90oC, sendo recomendável o uso de vapor vegetal em seu aquecimento. • Do ar na entrada do resfriador: O ideal é não ultrapassar 22oC para garantir um resfriamento do açúcar a uma temperatura inferior a 38oC. Em locais quentes se recomenda que o ar passe através de um trocador de calor com água gelada para que o resfriamento seja conseguido. 90 Secador vertical de bandejas • Este tipo de secador não é muito utilizado no Brasil, mas consiste num equipamento que dispõe de uma série de bandejas internas. • O açúcar úmido é alimentado na parte superior sendo que raspadoras vão o empurrando para as bandejas inferiores em contra corrente com um fluxo de ar quente. 91 Vista interna de um secador de bandejas 92 Vista de um secador de bandejas 93 Secador resfriador multitubular Amarelamento do açúcar no armazém • Açúcar quente (mais de 40oC). • Açúcar que apresente impurezas do tipo polifenóis, aminoácidos ou ferro, por exemplo. • Açúcar muito úmido ou muito higroscópico (alto teor de açúcares redutores, por exemplo). 95 Cor, temperatura e tempo de armazenagem 140 240 340 0 20 40 60 80 100 dias de armazenagem c o r I C U M S A 60C 55C 45C Ambiente 96 A água de um produto migra de um local para outro nas seguintes condições: 1. Do local de temperatura maior para o de temperatura menor. 2. Do local mais úmido para o local menos úmido. 3. Do local que contém produto com menor teor de impurezas higroscópicas (i.e. açúcares redutores) para o local onde essa concentração seja maior. 97 Aglomeramento e empedramento • Aglomeramento é o fenômeno mais brando e reversível de formações de terrões de açúcar, que se desfazem por uma compressão manual. • Empedramento é o fenômeno de soldagem entre os pontos de contato de uma porção de açúcar, numa intensidade tal, que seja impossível ser desfeito por uma simples compressão manual ou exposição a uma atmosfera úmida. 98 Pontos de contacto entre os cristais 99 Causas do aglomeramento e do empedramento Como o fenômeno consiste na soldagem dos pontos de contato entre os grânulos pela deposição de sacarose em sua superfície, toda perda de umidade do açúcar em condição estática ou que causem a supersaturação da sua película superficial, são agentes causadores de empedramento. 100 Agentes causadores do empedramento • Açúcar com excesso de umidade. • Açúcar com temperatura muito superior a do ambiente por ser produzido muito quente ou por ser exposto a uma atmosfera muito fria. • Açúcar com diferentes umidades, temperaturas ou composição estocado no mesmo local. • Açúcar armazenado em local não hermético em períodos do ano de baixa UR. • Açúcar seco muito rapidamente ou em alta temperatura que ocasiona uma película supersaturada. 101 Vícios de fabricação que predispõem o açúcar a empedrar • Problema granulométrico como cristais muito pequenos ou desuniformes, que resultam num alto número de pontos de contato entre os grânulos, que são os locais onde pode ocorrer a “soldagem.” • Alto teor de AR ou outras impurezas no açúcar que o tornem muito sensível às variações da umidade atmosférica. • Problemas cristalográficos como cristais longos, cristais aglomerados, etc. • Açúcar muito quente ou com umidade e composição variável no mesmo armazém. 102 Problemas no armazém • Armazém não hermético que permite que as oscilações da UR da atmosfera ajam sobre o açúcar. • Armazém que estoque produtos diferentes no mesmo espaço, como produtos higroscópicos, com odor forte, etc. • Armazém que não vede a entrada de animais como roedores, pássaros e insetos. • Localização próxima de fontes emissoras de poeira ou outro tipo de particulado. • Infiltração de umidade. 103 Armazenagem em silos à granel A armazenagem a granel de açúcar é uma prática corrente na Europa e nos EUA, mas que no Brasil aínda não esta generalizada. Nos estados de Pernambuco e Alagoas o açúcar demerara produzido é estocado em grandes pilhas em armazém. 104FIM 105
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