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ARQUITETURA ROMÂNICA A origem do termo “românica” se deu no século XIX e significa “semelhante ao romano”, uma vez que supunha que essa arquitetura cristã ocidental dos séculos XI ao XII havia se inspirado na arquitetura romana. O estilo românico marcou, portanto, a ruptura com o período clássico da era Greco-Romana e, posteriormente, evoluiu para o estilo gótico. Obs: no oriente, manteve-se uma identidade estética própria, o estilo bizantino, que influenciou a arte medieval ocidental. As construções dessa época foram fundamentalmente religiosas e somente a Igreja cristã possuía fundos suficientes para construir tais edificações = exemplifica a diferença econômica e social da época. É o resultado da combinação harmônica de elementos construtivos e ornamentais de procedência latina, oriental, celtas, germânicos e normandos, que se formou na Europa cristã durante os primeiros séculos da Idade Média. Os edifícios românicos expressam o contexto social da época ao utilizarem da pedra bruta e paredes grossas e expostas quase sem reboco com poucas janelas, resultando em ambientes escuros e sombrios. Isso porque a principal função era resistir a ataques de exércitos de inimigos. A planta de uma igreja românica é a mesma da basílica cristã primitiva: a horizontalidade predomina, há a presença do cruzeiro e os materiais utilizados eram a pedra e o tijolo. Outra característica importante das construções românicas é a preocupação em superar grandes vãos e os desejos de anular esforços e empuxos provenientes dos blocos de pedra. Para isso, O teto de madeira do período cristão primitivo foi substituído pela abóboda de origem bizantina. A unidade estrutural era composta pelas aduelas -> série de blocos de pedra em forma de cunhas. Características plásticas: sobriedade, resistência, repetição de elementos construtivos (janelas e colunas geminadas), interior pesado e escuro. Na ornamentação, utilizavam-se as linhas gregas, losangos, pontas de diamante e esculturas de animais e gárgulas. Características gerais: Substituição do teto de madeira por abóbodas; Grande espessura das paredes, poucas janelas; Consolidação das paredes por contrafortes ou gigantes para dar sustentação ao prédio; Consolidação dos arcos por meio de arquivoltas. Sé Velha de Coimbra - século XII. Igreja N S da Azinheira de Outeiro Seco, Chaves, Portugal –século XII-XIII. Livro: “arquitetura românica em Portugal – contexto histórico-artístico”. Durante a Idade Média, as pessoas, peregrinavam a lugares santos na esperança de cura de alguma doença ou como alternativa a uma prisão. Assim, para acomodá-los, os arquitetos projetaram uma planta básica que criava um corredor contínuo em torno da periferia da Igreja -> Deambulatório. As pessoas podiam, então, circular pela Igreja enquanto as missas aconteciam na nave central sem chamar atenção. Ex: Abadia de Cluny e a Igreja de Santiago de Compostela. Naquela época, poucas pessoas sabiam ler e escrever e, por isso, a Igreja utilizava-se bastante de figuras e pinturas para se comunicar com os fiéis. As paredes e as abóbodas eram cheias de pinturas. Trifório: galeria semi abobadada aberta para a nave central. Iluminada pelo clerestório. Carolíngia: arte produzida durante o período de Carlos Magno e seus sucessores. Na arquitetura, expressa-se na construção religiosa -> murais, mosaicos e baixos-relevos. IGREJAS ROMÂNICAS DE CÚPULAS: São Igrejas com cúpulas seriadas, influência direta da arquitetura muçulmana e bizantina -> possuem uma nave única muito ampla. Exemplos: Germigny-des-Prés (806): planta em cruz grega inscrita em um quadrado com uma cúpula central e cúpula nos cantos. Foi construída por Théodulphe. Catedral de Saint Pierre: construída sobre o antigo santuário paleocristão, outra catedral de 506 e uma terceira catedral consagrada em 1017. No início do século XII foi ampliada pelo arquiteto Bispo Gerard II. Em 1885, adicionaram-se duas torres cônicas. A fachada, por sua vez, é decorada com mais de 70 esculturas e demonstram dois temas: a ascensão e o juízo final. Abadia de Sante Foy: localizada em um terreno inclinado, essa Igreja adotou o sistema deambulatório e tem as capelas radiais. IGREJAS NA ITÁLIA A Itália mostrou-se conservadora e não acompanhou a escala de atividade registrada na França. A influência antiga clássica, bizantina e muçulmana foi explorada ao máximo e continuaram a usar a cúpula alteada, revestimentos de mármore no exterior e pouco ornamento. Exemplos: San Miniato al Monte (1013): construída pelo Bispo Alibrando sobre uma capela do século VIII. A fachada de mármore é uma obra-prima da arquitetura românica florentina inspirada no classicismo sólido e geométrico dos edifícios romanos. Os dois arcos laterais correspondem a planta da basílica paleocristã de 5 naves. Na fachada principal tem-se um painel superior de mosaico de 1260, representando Cristo, a virgem Maria e San Miniato. Duomo de Pisa: foi iniciado em 1064 pelo arquiteto Buscheto no estilo românico pisano. Após o incêndio em 1595, foram realizadas intervenções onde novas portas de bronze na fachada, revestimento das paredes internas com grandes pinturas foram adicionadas. Seu teto possui um forro de madeira talhada e seu pé direito é mais alto do que o normal devido à criação de galerias no segundo piso. O Batistério: O andar inferior foi projetado por Diotisalvi com o estilo românico e, em XIV, Nicola e Giovanni concluíram a construção. O batistério é coberto por uma cúpula semiesférica, técnica quase desconhecida na época. Nicola e Giovanni adaptaram o projeto românico ao estilo gótico, incluindo galerias e a cúpula que está coberta com telhas no lado ocidental e placas de chumbo. Torre de Pisa: começou a inclinar-se logo após o inicio da construção em 1173, devido a uma fundação mal construída. A obra foi realizada em três fases ao longo de cerca de 177 anos. CASTELOS Apresentam muros espessos e altos com finalidade de proteção; geralmente possui duas portas: a principal e a porta da traição. Possui uma muralha de planta quadrada que delimita um pátio, possibilitando a permanência de uma pequena guarnição. A Torre de Menagem é a estrutura central do castelo, a mais alta, e define-se como principal ponto de poder e o último reduto de defesa. . ARQUITETURA GÓTICA CONTEXTO Cristandade latina da Baixa Idade Média. Crise do feudalismo. Urbanização. “Godo” -> vem de godos que era o nome do povo de cultura germânica que habitava a região do baixo Danúbio. (eram nômades e invadiram o império romano) Giosio Vasari batizou o novo estilo no sentido pejorativo para denominar a arquitetura que antecedeu o renascimento. “bárbaros, godos.” CARACTERÍSTICAS Estrutura leve e delgada Iluminação interior das naves (a partir das janelas e dos vitrais) Desenvolveu-se majoritariamente na arquitetura religiosa. Vê-se também em palácios, mercados, universidades, hospitais, casas da burguesia, castelos e muralhas. Desvalorização da escala humana. Nos primeiros momentos, foram mantidas algumas formas e fisionomias românicas: proporcionalidade clássica nas fachadas, por exemplo. Pode-se dizer que a arquitetura desse período foi uma arquitetura românica com abóbadas e arcos ogivais. - Abade Suger de Saint-Denis: 1º arquiteto gótico Catedral de Saint-Denis: portal gótico. Cabeceira com duplo deambulatório. Vitrais e arcos ogivais. Os arcos ogivais possibilitam vãos mais altos. Devido a sua verticalidade e por serem leves, transmitem menores tensões laterais. Seriam símbolos de mãos postas ao céu em oração. Catedral de Durham: apresentaabóbadas de cruzaria em sua nave principal. Por retirarem muito peso das paredes, começaram a adicionar vitrais e rosáceas em seus lugares. Arco botante: construção em forma de meio arco, erguida na parte exterior dos edifícios românicos e góticos para apoiar as paredes e colunas. Descarrega o peso, portanto, nos contrafortes (“braços”). Só dessa maneira conseguiram aumentar as alturas das edificações ao mesmo tempo em que proporcionava beleza e firmeza. Torres: proclamavam o poder de seus construtores. Altas, leves, orgânicas. Por muitas vezes, as torres terminavam diferentes uma das outras. Colunas e Capitéis: as colunas góticas consistem no pilar composto ou polistilo. Já os capitéis foram perdendo importância até serem basicamente extintos. Os feixes se ramificavam nas nervuras da abóbada. Janelas, Vitrais e Rosáceas: Primeiramente, nas janelas, observamos o coroamento, a traceria e a aparição do meinel (divisão) nelas. As rosáceas representavam o contato com a espiritualidade e ascensão do sagrado. Portas: presença das arquivoltas -> emoldurar. Indicam a entrada. Gótico Frânces 1) Primitivo: momento de transição do românico ao gótico. Adoção do arco ogival. Inventaram os arcobotantes Exemplos: Notre-Dame, Catedral de Lyon, Basílica de Saint-Denis 2) Lanceolado: clássico ou alto gótico. Momento em que os vestígios românicos desaparecem. Proporções -> edificações mais altas Exemplos: Catedral de Reims 3) Radiante: maior preocupação pelas superfícies e a repetição dos motivos decorativos em diferentes escalas. Edifícios ganham altura e buscam ainda mais os efeitos de leveza e riqueza. 4) Flamejante: grande virtuosismo 1 2 3 4 ARQUITETURA RENASCENTISTA Século XV. Manifestou-se primeiro na Toscana. “surgiu uma arquitetura inserida em um espeço perspectivo, integralmente apreendido pelo observador e cujas relações proporcionais se mostram de forma analítica e objetiva.” Período de amplo movimento cultural devido à transição do feudalismo para o capitalismo e à ascensão da burguesia, assinalando o fim da idade média. Houve a ampliação da ciência e dos conhecimentos em relação ao homem. Renascimento -> valorização da cultura clássica -> ideal humanista, naturalista. CARACTERÍSTICAS Valorização da cultura clássica; Influência da natureza; Antropocentrismo e humanismo; Busca da perfeição e da beleza; Arcos, abóbadas, cúpulas e colunas; Filosofia humanista; Perspectiva como instrumento do projeto arquitetônico -> definição de espacialidade e proporção; Valorização da escala humana; Ritmo, simetria, ordem; Valorização da imagem do arquiteto. PERÍODOS Quatrocento (séc XV): inspira-se no classicismo e põe os pontos do estilo. Destacam-se Filippo Brunelleschi e Leon Battista Alberti Cinquecento (séc XVI): Fase de culmunação, alto renascimento, fase do maneirismo. Destacam-se Michelangelo, Andrea Palladio e Giulio Romano. Vitrúvio -> definiu a arquitetura em: ordenamento, disposição, eurritmia, proporção, conveniência e agenciamento. Para ser arquitetura, precisava ser firme, bem estruturada, ter função, ser bela e possuir a ordem clássica. Filippo Brunelleschi foi o 1º a usar modernamente as ordens arquitetônicas de maneira coerente, instaurando um novo sistema de proporções baseado na escala humana. obras: Santa Maria Del Fiore -> Gênese da arquitetura renascentista. Ruptura com o passado. Apresenta cúpula ortogonal e dupla (externa e interna). Donato Bramante representa a passagem do Quatrocento para o Cinquecento. Seu estilo é identificado pela tríade de aberturas adornadas com arcos de volta inteira, sendo que dois deles estão na mesma altura, dando destaque para a central maior. Andrea Palladio foi o principal expoente dessa forma de lidar com a linguagem clássica, especialmente com projetos de villas. Palladianismo -> aplicação de uma planta central aos projetos residenciais pela planta cruciforme, simetria e ornamentação sintética. 3 pilares: Beleza, funcionalidade e solidez estrutural. Principal obra: Villa Capra, 1570 -> possui as 4 fachadas igual para que a pessoa consiga usufruir de todas as vistas possíveis. Em cada fachada existia um pórtico que protege do sol ao mesmo tempo em que se aproveita a vista. Janelas Palladianas: tripartida no sentido vertical. A parte central está arrematada por um arco de meio ponto que se apoia em arquitraves e colunas. “Maneirismo”: evidenciou o desejo por uma arquitetura que utilizasse a essência dos elementos clássicos, mas que possuísse conteúdo anticlássico. CIDADES RENASCENTISTAS Momento de expansão. As cidades tiveram o seu crescimento quando o comércio cresceu. Nos séculos XIV e XV, as cidades independentes começaram a planejar suas formas de governo com prefeitos e magistrados. Tais cargos eram ocupados pela burguesia. As muralhas se tornaram completamente obsoletas. CARCTERÍSTICAS Avenidas largas e ruas retas Trama urbana em retícula Praça como lugares monumentais, mercado ou área residencial Simetria Coerência arquitetônica entra os edifícios Perspectiva Fortificações como determinantes da forma urbana As cidades renascentistas se diferem das medievais na regularidade, harmonia e ordem. Destacam-se na horizontalidade ao invés da verticalidade e foram cidades desenvolvidas para a monarquia, burguesia e comerciantes. Porém, somente as cidades que tinham um governador com poder quase absoluto que puderam desenvolver esse urbanismo. Leon Battista Alberti estabeleceu premissas do urbanismo renascentista: buscou definir regras universais e disse que o arquiteto teria a função de unificar todos os aspectos da vida pública e privada. Sobre a edificação: lugar (grande e aberto), distribuição dos espaços, ventos (aberturas), paredes, cobertas, sol (espaço aberto dentro do limite de cada terreno. Quintal, por exemplo). Para Alberti, a cidade deveria ser formulada a partir de fatores climáticos. “cidade ideal” -> conceito surgiu na arquitetura clássica. A partir do quatrocento, os debates sobre a cidade ideal aumentaram devido a vontade de se chegar a perfeição. Francisco Di Giorgio Martini: dimensões urbanas, necessidades de defesa militar, integração com a natureza. Leonardo da Vinci: baniu muros, traçou canais de esgoto, previu calçadas para os pedestres e ruas para os veículos. Arquitetura = funcionalidade. ARQUITETURA BARROCA Fim do século XVI. Originou-se em Roma CARACTERÍSTICAS Novas explorações de luz e sombra Gigantismo de proporção Espaço amplo para que todos pudessem ver o altar – naves largas Colunas torsas Efeitos teatrais Interior dramático: dourado e bronze, anjos no alto, pinturas no teto, ornamentos Ligado ao movimento da contrarreforma Efeitos ilusórios (pinturas no teto, por exemplo). Ex: Trompe L’oeil Colunas marianas Está associada ao período do colonialismo -> riqueza dos reinados CARACTERÍSTICAS DO ROCOCÓ OU BARROCO TARDIO Decoração excessiva. Expressão final do barroco. Exterior simples e interior bastante ornamentado Escadarias teatrais O design dos móveis da época também sofreu influência As fachadas projetam-se para frente (forma côncava) URBANISMO BARROCO A cidade era vista como centro poderoso de decisão e de grande importância estratégica, assim, foi-se necessário expressar, através da arquitetura monumental, o poder do Estado e da Igreja. Nesse sentido, percebe-se que a cidade barroca teve que atender a elite da sociedade (monarquia, aristocracia, burguesia). A expressão barroca era mais movimentada e sensual, com formas ondulares e traçados grandiloquentes. Traçados de bases renascentistas, mas com mais liberdade na forma, na escala e no movimento, passando a simetria ser relativa. Caráter monumental: busca pela grandiosidade -> alongamento dasvidas e criação de espaços públicos amplos. Desenho urbano realizado com base na composição arquitetônica Arquitetura urbana exuberante e retórica Jardim francês Rígida distribuição axial Simetria relativa Demonstra poder do homem sobre a natureza Estabelecia-se como uma paisagem completa Tudo era preestabelecido, incluindo os cursos d’agua Le Nôtre -> desenvolveu regras do paisagismo dos palácios e projetou o Palácio de Versailles 1) traçados retilíneos e radiocêntricos 2) criação de cursos d’agua, portões de acesso, elementos decorativos 3) trepadeiras formando desenhos geométricos e separando os bosques Jardim Inglês Organizavam-se segundo pontos de vista pitorescos, ou seja, aprazíveis a um cenário de pintura; Defendiam a volta do contato humano com a natureza, enfatizando as ideias de liberdade e movimento no paisagismo; Traçados curvilíneos e tortuosos; Variedade de sensações, experiências, impressões visuais; Contornos naturais; Incorporavam a natureza já existente: lagos, riachos, cascatas, grutas, ruínas.
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