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Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 *Material elaborado pela aluna do curso de Ciências Contábeis Juliana de Araújo Veiga dos Santos https://br.linkedin.com/in/julianaveiga Noções de Macroeconomia* Sumário CONTABILIDADE NACIONAL .......................................................................................................... 3 Agentes Econômicos ...................................................................................................................... 4 Conceitos Importantes .................................................................................................................. 5 Renda e Produto ......................................................................................................................... 5 Consumo das Famílias (C) ....................................................................................................... 6 Poupança (S) e Investimento (I) ........................................................................................... 6 Governo .......................................................................................................................................... 6 Setor Externo ............................................................................................................................... 7 Produto Interno Bruto (PIB) ...................................................................................................... 7 Produto Nacional Bruto (PNB) .................................................................................................. 7 Outras medidas agregadas .......................................................................................................... 8 Líquido x Bruto ............................................................................................................................ 8 Custos de Fatores x Preços de Mercado ............................................................................ 9 MERCADOS DE BENS E MERCADO MONETÁRIO .................................................................... 9 Equilíbrio no mercado de bens .................................................................................................. 9 Inclinação da Curva IS ............................................................................................................10 Deslocamento da Curva .........................................................................................................11 Política Fiscal .............................................................................................................................13 Exemplo Real – Política Fiscal ..................................................................................................14 Equilíbrio no Mercado Monetário ..........................................................................................15 Inclinação da Curva LM ..........................................................................................................17 Deslocamento da Curva LM ..................................................................................................18 Política Monetária ....................................................................................................................19 Exemplo Real – Política Monetária .........................................................................................20 OFERTA AGREGADA E DEMANDA AGREGADA .....................................................................23 Demanda Agregada ......................................................................................................................24 Política Fiscal e Monetária ....................................................................................................25 Oferta Agregada .............................................................................................................................27 Curva de Oferta Clássica ........................................................................................................29 Curva de Oferta Keynesiana .................................................................................................30 2 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Política Fiscal ..................................................................................................................................31 Política Monetária .........................................................................................................................33 Teoria Quantitativa Da Moeda .................................................................................................34 Monetaristas ...............................................................................................................................34 Novos Keynesianos ..................................................................................................................35 Ciclos Reais ......................................................................................................................................35 INFLAÇÃO .............................................................................................................................................36 O que é Inflação ..............................................................................................................................36 Efeitos da Inflação ....................................................................................................................37 Causas da Inflação .........................................................................................................................39 Inflação de Demanda ...............................................................................................................39 Inflação de Oferta .....................................................................................................................39 Introdução Curva de Phillips ....................................................................................................40 3 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Introdução A longo prazo, todos estaremos mortos. Jonh Keynes A frase acima citada por Keynes demostra a necessidade de tomarmos decisões a todo o momento a fim de modificarmos o nosso futuro com ganhos na qualidade de vida no presente. A ciência econômica, em especial a Macroeconomia, que será superficialmente explanada neste material, é um instrumento de análise para orientar nossas decisões, especialmente em relação aos investimentos. A Macroeconomia é a ciência que procura explicar a economia como um todo. É um estudo de fatos por meio de dados que constituem modelos, para explicar relacionamento entre variáveis proporcionando projeção do futuro assim como indica ações para chegar-se a determinado objetivo. Nas páginas abaixo você terá a oportunidade de ver brevemente os principais conceitos e modelos da teoria macroeconômica a fim de orientá-lo na interpretação da realidade que o cerca. É válido lembrar que este material não dispensa a necessidade estudo por livros didáticos, nas referências você poderá encontrar algumas indicações. Boa leitura! 4 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 CONTABILIDADE NACIONAL A Contabilidade Nacional foi desenvolvida após a Segunda Guerra Mundial por Kuznetz e padronizada por Stone com o objetivo de organizar as transações econômicas reais realizadas pelas economias em determinado período de tempo. Agentes Econômicos Quem são os agentes envolvidos em uma economia? São aqueles capazes de realizar trocas e gerar produto: famílias, empresas (firmas), governo e resto do mundo (setor externo).Ou seja, vivemos em um mundo em que famílias são proprietárias dos fatores de produção1. Porém, quem necessita desses fatores para produzir são as empresas. Dessa forma, as famílias ofertam tais fatores de produção e recebem como remuneração (aluguéis, juros, lucros e salários). Posteriormente, as empresas ofertam sua produção no mercado de bens e serviços às famílias. O GOVERNO atua entre esses dois agentes prestando serviços às EMPRESAS e às FAMÍLIAS, recebendo impostos e realizando transferências. O RESTO DO MUNDO são todas as entidades externas que afetam o fluxo do País de alguma maneira. 1 São recursos que, por meio de um processo produtivo, são transformados em bens e serviços finais. Segundo Adam Smith (1723-1790), os fatores de produção são: terra, capital e trabalho. Adam Smith é considerado quase sempre como pai das Ciências Econômicas, autor do clássico A riqueza das nações, livro que discute, dentre outros assuntos, a riqueza, suas causas e a atuação do Estado. 5 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 FIGURA 1 – Fluxo circular da renda. Conforme demonstrado na FIGURA 1, temos de um lado o fluxo monetário representado pela remuneração dos fatores de produção; e de outro lado, o fluxo real, que é dado pela produção resultante da utilização dos fatores de produção. Conceitos Importantes Renda e Produto Então, como podemos medir o desempenho dessa economia? Podemos medir o valor monetário dos produtos finais transacionados no mercado de bens e serviços em determinado período de tempo, o que é chamado PRODUTO NACIONAL. Ou ainda, podemos medir o total dos pagamentos feitos aos fatores de produção que foram utilizados para a obtenção desse produto, o que é chamado de RENDA NACIONAL. Sendo assim, podemos dizer que: Renda Nacional (RN) = Produto Nacional (PN) = Y. 6 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Consumo das Famílias (C) Representa o gasto em bens e serviços pelas famílias, visando satisfazer as suas necessidades e os seus desejos. Poupança (S) e Investimento (I) Até aqui, consideramos somente as transações com o consumo corrente, porém sabemos que as famílias nem sempre gastam toda a sua renda imediatamente. Parte não é gasta e é guardada para o consumo futuro, o que é chamado de POUPANÇA: Poupança (S) = Renda Nacional (RN) – Consumo (C) Sabemos também que, algumas vezes, nem tudo que foi produzido é consumido, o que é chamado de ESTOQUE (E). Ainda, temos uma parte da renda que é utilizada para compra de bens de capital2, o que nas contas nacionais é chamado de FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO (FBKF). O ESTOQUE somado à FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO é igual a INVETIMENTO: I = FBKF + ∆ E. Governo Os GASTOS DO GOVERNO (G) representam tudo que o governo gasta e consome na sua administração, provendo com bens e serviços as famílias e empresas. Além disso, o governo realiza TRANFERÊNCIAS (T) de renda para população. Hoje, temos como exemplo de transferências o Programa Bolsa-Família. Ainda, concede SUBSÍDIO (Sub), ou seja, financia parte dos custos de produção de alguns produtos. Por outro lado, o governo recebe das empresas e famílias IMPOSTOS (I), que podem ser recebidos de forma direta: os chamados IMPOSTOS DIRETOS (ID), como, por exemplo: Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Propriedade Veicular (IPVA), Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU); os IMPOSTOS INDIRETOS (II), que são aqueles pagos indiretamente, como, por exemplo, os que pagamos na compra de um produto: Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS). 2 Máquinas e equipamentos: utilizados na fabricação de outros bens, mas que não se desgastam nesse processo. 7 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Setor Externo Uma economia aberta tem relação comercial com outros países, o chamado setor externo. Essa relação comercial inclui: EXPORTAÇÃO (X) atribuída aos bens e serviços produzidos internamente e enviados ao exterior; e a IMPORTAÇÃO (M) atribuída aos bens e serviços que compramos do setor externo. Produto Interno Bruto (PIB) O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços finais produzidos em país em determinado período de tempo. Em um pequeno país fechado sem a presença do governo, toda a renda e todos os bens e serviços produzidos são consumidos no presente ou no futuro, logo: PIB = Y = C + I Agora, vamos imaginar que essa economia desse pequeno país cresceu, tem um governo e realiza trocas com o setor externo. Dessa forma, seu PIB passa a ser composto por: PIB = Y = C + I + G + (X - M) Produto Nacional Bruto (PNB) Sabemos que, em uma economia aberta, nem tudo que é produzido dentro do país pertence a essa nação, ou seja, podem existir dentro desse país empresas estrangeiras que a receita dos bens e serviços produzidos por ela deve ser envida ao país de origem – RENDA ENVIADA AO EXTERIOR. Por outro lado, existem empresas nacionais que produzem no exterior a receita dos bens e serviços produzidos fora que deve ser recebida pelo país – RENDA RECEBIDA DO EXTERIOR. 8 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Unindo esses dois conceitos, temos a RENDA LÌQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR3 (RLE) definida pela diferença entre a renda liquida enviada ao exterior e a renda liquida recebida do exterior. Notamos, então, que o PIB contabiliza o lucro enviado ao exterior, porém não exclui o que é recebido do exterior. Em outras palavras, o PIB inclui tudo que é produzido no país. O que significa Produto Nacional Bruto? O PNB representa tudo que é do país, contabilizado que recebido do exterior e excluindo o que é enviado ao exterior. PIB = PNB – RLE O que você consegue deduzir desses conceitos? Que em países em desenvolvimento como o Brasil, o PIB > PNB, porque temos mais produtos produzidos no país do que produtos do país. Em outras palavras, países como o Brasil enviam mais renda ao exterior do que recebem, ou seja o RLE < 0. Outras medidas agregadas Até aqui, estudamos o conceito de Produto Nacional Bruto e Produto Interno Bruto, porém existem outras medidas derivadas desses conceitos que são amplamente utilizadas. Líquido x Bruto As medidas utilizadas até agora incluem a produção de bens de capital produzidos em determinado período de tempo. Porém, parte dessas máquinas e equipamentos tem por objetivo repor os bens que foram desgastados no período anterior o que é chamado de DEPRECIAÇÃO. Então, ao medir os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo, nós podemos considerar o valor bruto ou líquido, incluindo ou excluindo a depreciação respectivamente. Produto Nacional Líquido (PNL) = PNB – Depreciação. 3 RLE < 0 significa que o país recebeu mais renda do que enviou. RLE > 0 significa que o país enviou mais renda do que recebeu. 9 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Custos de Fatores x Preços de Mercado Podemos ainda definir o produto a CUSTOS DE FATORES (CF) ou a PREÇO DE MERCADO (PM): Custos de Fatores – não vamos contabilizar os impostos indiretos, porém iremos contabilizar os subsídios recebidos. Preço de mercado – incluímos os impostos indiretos e excluímos os subsídios. PIBpm = PIBcf + Impostos Indiretos (II) – Subsídios. MERCADOS DE BENS E MERCADO MONETÁRIO Equilíbrio no mercado de bens Iniciamos pelo modelo keynesiano simples, taxade juros e determinação do investimento, para deduzir o equilíbrio no mercado de bens e serviços. A curva IS (Investiment-Saving) representa o equilíbrio no mercado de bens quando a despesa agregada é igual à renda agregada, conforme demonstrado na aula 22 da disciplina Teoria Macroeconômica I. Como você já sabe, a renda de uma economia, em uma economia fechada, é composta pelo consumo das famílias mais os investimentos mais os gastos do governo, conforme a equação Y = C + I + G. Ampliando nossa visão sobre o modelo, percebemos que existem outras variáveis que determinam o Consumo e o Investimento. O CONSUMO das famílias está em função da renda disponível4, e o INVESTIMENTO depende da taxa de juros (r) e da renda (Y) da economia: Y = C (Y-T) + I (Y, r) + G Podemos dizer que quanto maior a renda disponível mais as famílias vão consumir, logo maior o produto. Enquanto isso, quanto maior for a taxa de juros 4 RENDA DISPONIVÉL (Yd) é a RENDA (Y) que os consumidores têm disponível após o pagamento dos TRIBUTOS (T). Yd = Y - T 10 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 menos as pessoas vão investir, como (certamente, você se recorda) na aula 15 de Teoria Macroeconômica I. Por isso dizemos que existe uma relação direta entre consumo e renda e uma relação inversa entre investimento e taxa de juros. A curva IS representa a combinação entre renda e taxa de juros (Y, r) que equilibra o mercado de bens. Sabendo que o investimento compõe o produto e guarda uma relação inversa com a taxa de juros, deduzimos que quanto maior a taxa de juros (r), menor o investimento e consequentemente menor o produto. Isso explica a inclinação negativa da curva IS. GRÁFICO 1 – Curva IS. Fonte: Elaboração Própria Inclinação da Curva IS A inclinação (elasticidade) da curva IS vai refletir a variação da renda em função da taxa de juros. Essa variação vai depender de dois fatores: Da sensibilidade do investimento à taxa de juros – quanto o investimento varia quando há alteração na taxa de juros. Quanto maior a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros, mais horizontal será a curva IS, o que significa menor inclinação. Propensão marginal a consumir5, se a propensão marginal a consumir for elevada, isso significa que pequenas variações na demanda agregada6 5 Efeito de um unidade monetária adicionada à renda disponível sobre o consumo, valor entre 0 e 1. Exemplo, se a propensão marginal de um indivíduo é 0,75, significa que ele consome 75% da renda. Isso significa que um aumento de $ 10 na renda disponível desse indivíduo implica $ 7,50 a mais em seu consumo. E você já parou para pensar na sua propensão marginal a consumir? 11 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 implicarão uma grande expansão da renda. Com raciocínio análogo ao anterior, você pode deduzir que a curva IS será quase horizontal, com inclinação pequena. No GRÁFICO 2, temos uma IS quase horizontal, ou seja, pouco inclinada. Notamos que pequenas variações na taxa de juros implicam grande alteração na renda. Já no GRÁFICO 3, a curva IS é quase vertical, muito inclinada. Isso significa que grande variação na taxa de juros leva a uma pequena variação da renda. GRÁFICO 2 – Curva IS pouco inclinada. Fonte: Elaboração Própria GRÁFICO 3 – Curva IS muito inclinada. Fonte: Elaboração Própria Deslocamento da Curva 6 Demanda Agregada é como chamamos toda demanda de uma economia. Então, já sabemos que ela é: consumo, investimento e gastos do governo. 12 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 A posição da Curva IS depende dos gastos gerais de uma economia. Como você já sabe, o mercado de bens é composto pelas seguintes variáveis: consumo das famílias, investimentos e gastos do governo. Quanto maior for a demanda agregada, mais à direita localiza-se a curva IS. Perceba que, no GRÁFICO 4, para a Curva IS’, o produto é maior do que para IS’’ para a mesma taxa de juros. Assim, você pode concluir que, para qualquer alteração nos componentes da demanda agregada, haverá um deslocamento da curva IS. Atenção: mudanças na taxa de juros ou na renda levam a um deslocamento na Curva e não da Curva! GRÁFICO 4 – Deslocamento da curva IS. Fonte: Elaboração Própria Exemplo 1 O GRÁFICO 5 demonstra um aumento dos gastos do governo. Como sabemos, a alteração dessa variável implica diretamente o produto, como vemos na equação a seguir: ↑Y = C + I + ↑G. Um maior produto à mesma taxa de juros implica o deslocamento da IS. 13 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 GRÁFICO 5 – Curva IS e aumento dos gastos públicos. Fonte: Elaboração Própria Exemplo 2 Agora, vamos supor que o governo aumentou os impostos visando aumentar a arrecadação do governo. Por experiência, você já sabe qual impacto dessa política. O aumento dos impostos diminui sua renda disponível. Logo, você vai poder consumir menos. Menor consumo leva necessariamente a um menor nível de produto com a mesma taxa de juros. Logo, há o deslocamento da IS para esquerda, conforme GRÁFICO 6. GRÁFICO 6 – Curva IS e aumento dos tributos. Fonte: Elaboração Própia Política Fiscal Política Fiscal é a atuação do governo visando alterações no nível de renda da economia, podendo realizar política fiscal por meio de: 14 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 gastos públicos – causando alterações diretamente no produto, como no ex. 1 . nível de impostos – o que altera indiretamente o produto por meio do consumo, como no ex. 2. Essas políticas são denominadas: “políticas fiscais expansionistas” – quando visam o aumento do produto, podem ser o aumento dos gastos do governo ou a redução dos impostos. “política fiscal contracionista” – quando visam a redução do produto, são a diminuição dos gastos públicos e maior tributação. Exemplo Real – Política Fiscal Como de conhecimento, o Brasil têm enfrentado uma crise econômica que afeta todos os ramos da economia. A equipe econômica que comanda o Brasil no segundo semestre de 2016 têm elaborado reformas e políticas que visam a recuperação da econômica, entre essas políticas fiscais e monetárias, abaixo exemplo: 23/12/2016 às 08h13 – Valor Econômico - MP que permite saque do FGTS de contas inativas é publicada SÃO PAULO - O "Diário Oficial da União" (DOU) desta sexta-feira traz a medida provisória que eleva a rentabilidade das contas vinculadas do trabalhador por meio da distribuição de lucros do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e dispõe sobre a possibilidade de movimentação de conta do Fundo vinculada a contrato de trabalho extinto até 31 dezembro de 2015. As mudanças no FGTS foram anunciadas ontem pelo presidente Michel Temer durante café da manhã com jornalistas, no Palácio da Alvorada, em Brasília. De acordo com a medida, o Conselho Curador vai autorizar a distribuição de parte do resultado positivo auferido pelo FGTS, mediante crédito nas contas vinculadas de titularidade dos trabalhadores. A apuração do resultado auferido pelo FGTS, para fins de distribuição, será iniciada no exercício de 2016. Entre os critérios, a medida estabelece que o valor de distribuição do resultado auferido será calculado posteriormente ao 15 Liga do MercadoFinanceiro PUC Minas 2017 desembolsado com o desconto realizado no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida. O valor creditad creditado nas contas vinculadas a título de distribuição de resultado, acrescido de juros e atualização monetária, não integrarão também a base de cálculo do depósito da multa rescisória. Sobre o saque das contas inativas do FGTS não foi publicado um calendário, mas, na quinta-feira. o Ministério do Planejamento informou que as operações começarão em fevereiro e que um calendário será anunciado com base na data de nascimento de cada um. Com potencial para injetar até R$ 30 bilhões na economia, a decisão do governo permitirá que cerca de 10,2 milhões de trabalhadores retirem todo o saldo das contas inativas até 2015. Você deve ter percebido que acima temos claramente uma política fiscal expansionista, na qual o governo pretende aumentar o consumo das famílias, e consequentemente estimular outros setores aumentando o PIB do país. Equilíbrio no Mercado Monetário O equilíbrio7 no mercado monetário significa a igualdade entre a oferta e a demanda por moedas que pode ser ilustrada pela Curva LM (Liquidity Money), representando a combinação de renda e taxa de juros que equilibram esse mercado. A demanda por moeda8 depende da renda e da taxa de juros de uma economia. No modelo, consideramos que a oferta de moeda é fixa, não depende da taxa de juros e é determinada pela autoridade monetária. Sendo assim, o equilíbrio no 7 Consideramos que se o mercado monetário estiver em equilíbrio, caso a oferta de títulos seja igual à demanda por títulos, podemos afirmar que o mercado de moedas também está em equilíbrio. Essa afirmação é conhecida na Teoria Econômica como Lei de Walras, que permite a análise de um mercado para saber o que está acontecendo no outro, já que o desequilíbrio em um dos mercados implica necessariamente o desequilíbrio do outro. 8 Na Teoria Econômica, a demanda de moeda é explicada de duas formas: motivo de transação e motivo de portfólio. Pelo motivo de transação, as pessoas demandam moeda para realizar trocas. Por essa razão, a demanda por moeda está ligada à relação renda/produção da economia. Já pelo motivo portfólio os indivíduos demandam moeda comparando a rentabilidade dos títulos para tomar a decisão de como guardar a riqueza que eles adquiriram. 16 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 mercado, igualdade de oferta e demanda por moeda, pode ser representado por M = Y L (r): M = estoque nominal de moeda, oferta de moeda pelas autoridades monetárias. Y = renda nominal L = demanda por moeda r = taxa de juros Conhecendo o estoque nominal de moeda como “M”, como você pode representar o estoque real? O estoque real está ligado ao poder aquisitivo, representa a quantidade de bens que conseguimos adquirir com o estoque nominal. Então, o estoque real é igual ao estoque nominal divido pelos preços dos bens e serviços. Juntando esses conceitos, podemos representar a Curva LM pela equação a seguir: . Percebemos que, de um lado, a oferta de moeda é fixa; e de outro, a demanda guarda uma relação com a renda e com a taxa de juros. Imagine que haja um aumento da renda que ocasione um aumento na demanda por moeda, como representado no GRÁFICO 7. Se não há variação na oferta de moeda, então ocorre necessariamente um aumento da taxa de juros. GRÁFICO 7 – Aumento da Demanda por Moeda. Fonte: BLANCHARD, Oliver, capitulo 4, slide 9. LM = M P = YL r ( ) 17 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Por esse gráfico, você pode concluir que: maior renda gera maior demanda por moeda, o que leva a uma maior taxa de juros. Logo, o equilíbrio do mercado monetário pode ser representado por uma curva de inclinação positiva entre renda e taxa de juros, conforme ilustrado no GRÁFICO 8. GRÁFICO 8 – Equilíbrio no mercado monetário e Curva LM. Fonte: BLANCHARD, Oliver, capitulo 5, slide 9 Inclinação da Curva LM Você já sabe que a Curva LM tem inclinação positiva devido à relação positiva entre renda e taxa de juros – maior nível de renda, maior demanda por moeda e consequentemente maior taxa de juros. Logo, a inclinação da Curva LM pode ser afetada por alguma alteração na elasticidade da demanda, por moeda em relação à taxa de juros ou ainda por alteração na elasticidade da demanda por moeda em relação à renda. Por exemplo, quando pequenas variações na renda implicarem grande variação na demanda por moeda levando a um grande aumento na taxa de juros, teremos uma LM mais inclinada, conforme GRÁFICO 3, devido à maior elasticidade demanda por moeda em relação à renda. 18 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 GRÁFICO 9 – Curva LM muito inclinada. Fonte: Elaboração Própria Caso a demanda por moeda seja muito sensível à taxa de juros, teremos uma LM pouco inclinada, porque uma pequena variação da taxa de juros leva a uma grande variação na renda. Em outras palavras, quando a renda varia muito, a demanda por moeda não altera tanto, implicando leve aumento na taxa de juros, conforme GRÁFICO 10. GRÁFICO 10 – Curva LM pouco inclinada. Fonte: Elaboração Própria Deslocamento da Curva LM 19 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 A posição da Curva LM é determinada pela oferta de moeda das autoridades monetárias. Considerando constantes os níveis do preço, quanto maior a oferta de moeda, mais para direita está localizada a curva. Logo um aumento na oferta de moeda desloca a Curva LM para a direita e para baixo, conforme apresentado no GRÁFICO 11. GRÁFICO 11 – Deslocamento da LM. Fonte: BLANCHARD, Oliver, capitulo 5, slide 13 Política Monetária A política monetária é a ação das autoridades monetárias (Banco Central) visando a redução ou o aumento da oferta de moeda. Essas políticas são denominadas políticas contracionista e expansionistas respectivamente. Política Monetária Expansionista – considere um aumento na oferta de moeda, mantida a renda constante. Assim, um excesso na oferta de moeda implica menores taxas de juros para o mesmo nível de renda, com deslocamento da LM para a direita e para baixo. Política Monetária Contracionista – menor oferta de moeda implica escassez de moeda, elevando a taxa de juros, deslocando a curva para a esquerda e para cima. 20 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 A autoridade monetária pode aumentar o estoque de moeda realizando operação no mercado aberto. Se o Banco Central oferta títulos à sociedade, está colocando títulos no mercado e retirando moeda – política monetária contracionista. Pode haver também resgate de títulos pelo Banco Central, retirando os títulos do mercado e injetando moeda – política monetária expansionista. Existem dois outros mecanismos comuns de controle de moeda utilizadas pelas autoridades: taxa de compulsório – compulsório é a parte dos depósitos à vista que os bancos comerciais devem manter como reserva. Quando as autoridades aumentam essa taxa, diminuem a quantidade de moeda em circulação. taxa de redesconto – o Banco Central concede empréstimos aos bancos comerciais a uma taxa de juros chamada redesconto. Quando as autoridades aumentam essa taxa, os bancos comerciais diminuem a oferta de moeda à população. Exemplo Real – Política Monetária Com o mesmo objetivo da política fiscal citada acima, em maio de 2016 a Conselho Monetário Nacional realizou uma política monetáriaexpansionista, com o objetivo de aumentar a aumentar a comprar de imóveis e assim estimular o setor de construção civil, veja a reportagem abaixo. CMN eleva compulsório sobre depósitos, liberando R$ 22,5 bi para compra da casa própria Objetivo da mudança é estimular os bancos a financiar habitação BRASÍLIA - Preocupado com a falta de dinheiro para os financiamentos imobiliários, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou mudanças nas regras bancárias que liberam nada menos que R$ 22,5 bilhões para a compra da casa própria. Para isso, o colegiado alterou — por dois anos — as normas do chamado depósito compulsório sobre a poupança, uma parte do que os bancos recebem dos depósitos na aplicação mais popular do país que os bancos não podem usar e têm de deixar parada no Banco 21 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Central. No Brasil, o financiamento habitacional é feito pelos bancos com recursos depositados pela poupança e – com a renda mais apertada – o brasileiro economiza cada vez menos. Assim, minguam os recursos para os bancos emprestarem em crédito imobiliário. Atento a isso, o CMN resolveu punira instituição financeira que não empresta. Reduziu a parcela de 10% para 5,5% sobre a parte do compulsório que é remunerada pela Selic. E aumentou de 20% para 24,5% o compulsório que rende menos, pois é corrigido pela poupança. Para o ex-diretor de Política Monetária do BC Carlos Thadeu de Freitas, a medida deve ter pouco efeito, pois as incertezas da economia ainda freiam a demanda por crédito. Ele destaca que o volume de recursos pode até aumentar, mas a situação não deve mudar até que os consumidores estejam mais dispostos a tomar empréstimo e os bancos, a emprestar. — É uma tentativa válida, mas não vai adiantar nada. O que vai adiantar é aumentar a demanda, que caiu muito, dentro dessa expectativa de que a economia está numa fase depressiva e que vai ter perda de emprego. É como o ditado: você pode levar o cavalo para tomar água, mas não pode forçá-lo a tomar água — afirmou. As instituições financeiras que fizerem novos financiamentos poderão ainda deduzir 18% do que deveriam recolher ao BC no compulsório remunerado pela poupança. Isso deve estimular novos contratos. Assim, o BC espera que os bancos emprestem mais para a compra da casa própria porque não valerá a pena deixar o recurso parado no BC. — A queda dos depósitos da poupança preocupou o Banco Central — confessou o diretor de Política Monetária, Aldo Mendes. — É uma medida estudada já há algum tempo. Na mesma reunião, o CMN decidiu fazer regras semelhantes para o crédito rural. A medida colocará R$ 2,5 bilhões no mercado para empréstimos agrícolas. Aumentou o compulsório corrigido pela poupança de 13% para 15,5%. E ainda reduziu a parcela atrelada à Selic de 10% para 5,5%. E também elevou a exigência dos bancos para emprestar em crédito agrícola das captações da poupança rural de 72% para 74% dos recursos. Essas duas medidas tem o potencial total de injetar R$ 25 bilhões na economia. No entanto, essa expansão monetária não é bem-vinda em tempos de inflação alta. Colocar dinheiro em circulação seria contraditório com a política do BC de aumento de juros para conter os preços. Para compensar esses R$ 25 bilhões, o CMN resolveu aumentar o compulsório para 22 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 depósitos a prazo de 20% para 25%. E voltará a remunerar esse dinheiro todo à taxa Selic. É uma reversão de medida tomada no ano passado. No entanto, o abatimento desse compulsório com empréstimos de veículos, motos e capital de giro está mantido. Essa medida entrará em vigor daqui 90 dias. É mais ou menos o tempo que leva para que os primeiros financiamentos habitacionais sejam concretizados. — Não fazia sentido aumentar a liquidez porque temos de ser coerente com o movimento de política monetária (alta dos juros que tira recursos do mercado) — ressaltou Aldo. O conselho ainda mudou regras para alguns papéis para estimular o financiamento habitacional. Antes, os bancos poderiam abater do montante a ser usado em financiamento habitacional qualquer tipo de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Agora, só pode ter o benefício com CRIs feitos com financiamentos habitacionais no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Entre outras medidas, ainda aumentou o prazo mínimo de vencimento e resgate das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) de 60 para 90 dias. Carlos Thadeu de Freitas, destaca que a mudança nas regras para aplicações nas LCI não devem ter impacto sobre o financiamento imobiliário. Isso porque, na avaliação dele, ao investir em letras lastreadas a empreendimentos do SFH, existe um risco de inadimplência, inexistente quando a instituição financeira deixa o dinheiro parado. — Em um momento que a economia estivesse bem, poderia até estimular. O Banco Central está correta ao tentar ativar mais a economia, mas, como os bancos hoje têm sobra de recursos devido à demanda fraca, porque emprestar ao financiamento imobiliário com LCI, se ele sabe que pode ter inadimplência. É melhor deixar parado — afirma. O CMN aprovou ainda o refinanciamento de parcelas de operações do programa Procaminhoneiro. A taxa de juros mínima dos contratos será de 6% ao ano. Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/cmn-eleva- compulsorio-sobre-depositos-liberando-225-bi-para-compra-da-casa-propria- 16294919#ixzz4Uv0xE3c2 Pelos conhecimentos adquiridos, você percebe que, aumentando a taxa de redescontos, as autoridades chinesas visam a diminuição da quantidade de moeda no país, caracterizando essa política monetária como contracionista. 23 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 OFERTA AGREGADA E DEMANDA AGREGADA Para compreender superficialmente esses conceitos, podemos dizer que: Demanda agregada: é quantidade de bens e serviços que a totalidade dos consumidores deseja e está disposto consumir em determinado período de tempo por determinado preço. Logo, considerando os conhecimentos adquiridos em Contabilidade Nacional, que a demanda agregada representa o gasto total em outras palavras o Produto Interno Bruto Real. Oferta Agregada – representa o que os agentes econômicos estão dispostos a produzir e vender para cada nível geral de preços. Abaixo ao decorrer dente material veremos o desdobramento deste conceito, vale lembrar que é importantíssimo o estudo pelos livros didáticos para melhor compreensão. Abaixo gráfico que representam os dois conceitos. GRÁFICO 12 – Oferta e demanda agregada. Fonte: Elaboração Própria O modelo de oferta e demanda agregada é o macroeconômico básico, para entender a determinação do nível de preços. 24 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Demanda Agregada A curva de demanda agregada mostra as combinações do nível de preços e do nível de produção aos quais os mercados de bens e monetários estão simultaneamente equilibrados. É isso mesmo que você está pensando. A demanda agregada é baseada no modelo IS-LM estudado acima. A curva de demanda agregada representa o preço para cada nível de produção do mercado de bens e do mercado monetário. GRÁFICO 13 – Preços e produto de equilíbrio. Fonte: Elaboração Própria Em qualquer um dos pontos sobre a curva de demanda agregada, você pode ver que, para um dado nível de preços, existe um nível de produto de equilíbrio. Com todos os seus conhecimentos macroeconômicos, você sabe dizer-me por que a curva tem inclinação negativa? Vamos supor o equilíbrio no modelo IS-LM e que haja uma queda no nível de preços, com um dado estoque nominal de moeda, a diminuição dos preços significaaumento dos encaixes reais. Lembre-se de que a Curva LM pode ser representada por M/P. Um aumento dos encaixes reais diminui a taxa de juros (deslocando LM para a direita/baixo). Quanto menor a taxa de juros, maior o investimento, ou seja o deslocamento da Curva IS. Em outras palavras: quanto maior o nível de preços, menor a demanda agregada. As variáveis guardam uma relação inversa. 25 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 A inclinação da Curva DA reflete a extensão pela qual uma variação nos encaixes reais modifica o nível de gastos de equilíbrio. Em outras palavras, a inclinação demonstra quanto a demanda varia em relação ao preço, lembrando que mudanças no preço implicam alterações dos encaixes reais e consequentemente a alteração no equilíbrio no mercado de bens e no monetário: Curva DA menos inclinada – quanto menor a sensibilidade-juro da demanda por moeda e quanto maior a sensibilidade e juro da demanda por investimento. A curva DA é menos inclinada – quanto maior o multiplicado dos gastos autônomos e quanto menor a sensibilidade-renda da demanda por moeda. GRÁFICO 14 – Inclinação da DA Fonte: Elaboração Própria Nesse gráfico, você consegue visualizar duas curvas DA. Perceba a Curva DA’’, a qual indica que uma variação nos preços implica pequeno efeito sobre os gastos/produto. A Curva DA’’ corresponde ao caso no qual as variações nos encaixes reais (M/P) têm um pequeno impacto sobre a renda. Na Curva DA’, pequenas alterações nos preços implicam grandes variações sobre o produto. Política Fiscal e Monetária 26 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Você já sabe que o equilíbrio no mercado de bens e no mercado monetário é determinante na posição da curva de demanda agregada. Logo, as políticas fiscais e monetárias podem alterar a posição dessa curva. Vamos ver como isso acontece: se o governo decidir aumentar os próprios gastos, você já sabe que isso vai provocar o deslocamento da Curva IS para a direita, o que implica um equilíbrio em um maior nível de renda e maior taxa de juros. GRÁFICO 15 – Política Fiscal e Demanda Agregada. Fonte: Elaboração Própria Veja que, nessa situação, em qualquer nível de preço dado, como Po, existe um maior nível de renda/gastos. Por isso, a Curva DA desloca-se para a direita. 27 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Agora, vamos supor que o governo decida aumentar a oferta de moeda. Isso deslocaria a Curva LM para a direita/baixo em um maior nível de renda e menor taxa de juros. GRÁFICO 16 – Política Monetária e Demanda Agregada. Fonte: Elaboração Própria Como na política fiscal, podemos esperar um deslocamento da Curva DA para a direita. Porém, não podemos nos esquecer de que o aumento na oferta de moeda provoca elevação no nível de preços P1. Oferta Agregada 28 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Vamos agora nos aprofundar no assunto da aula anterior: oferta agregada. A oferta agregada descreve as combinações do nível de produção e do nível de preços, nos quais, as empresas estão dispostas, em um dado nível de preços, a oferecer uma dada quantidade de produção. A curva de oferta agregada tem inclinação positiva. Para chegar a essa conclusão, você pode usar o raciocínio análogo ao que usamos para deduzir a inclinação negativa da curva de demanda. Mas o que determina o quanto o nível de preço aumenta e quanto a produção aumenta? A inclinação da curva de oferta agregada (OA). GRÁFICO 17 – OA Pouco Inclinada. Fonte: Elaboração Própria GRÁFICO 18 – OA Muito Inclinada. Fonte: Elaboração Própria 29 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Nos gráficos anteriores, você percebe que, quando a curva de oferta agregada é relativamente pouco inclinada, o deslocamento da Curva DA aumenta muito a produção e pouco os preços. Por outro lado, vemos que, quando a curva de oferta agregada é quase vertical, um incremento na oferta monetária (que causa o deslocamento da DA) provoca uma grande elevação nos preços e um aumento insignificante na produção como um todo. Curva de Oferta Clássica No caso clássico, a curva de oferta agregada é vertical, indicando que o mesmo volume de bens será oferecido em qualquer nível de preços. GRÁFICO 19 – OA Clássica. Fonte: Elaboração Própria A curva se baseia na hipótese de que o mercado de trabalho está sempre em equilíbrio com o pleno emprego da força de trabalho. Se toda a força de trabalho está empregada, então a produção não pode ser aumentada acima do nível atual mesmo se o preço subir. Por isso, a curva vertical. Nesse modelo, considera-se equilíbrio no mercado de trabalho, que delineia a curva vertical. Por exemplo, suponha que a economia esteja em equilíbrio e a curva de 30 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 demanda agregada se desloque para a direita. Para um mesmo nível de preço, haverá maior gastos. Para atender essa maior demanda, as empresas deverão obter mais mão-de-obra a maiores salários. Mas a economia está no pleno emprego dos fatores de produção. Logo, não há mais quem contratar. Isso implica a elevação do preço dos produtos, devido a maiores custos, com o mesmo nível de produção, como demonstra o GRÁFICO 19. Curva de Oferta Keynesiana A curva de oferta keynesiana considera que há desemprego na economia. Por isso, as empresas podem obter o quanto de trabalho que desejarem. Supõe-se que os custos médios de produção não se alteram. Quando seu nível de produção varia, as empresas estão dispostas a oferecer o que for demandado ao nível de preços existente. GRÁFICO 20 – OA Keynesiana. Fonte: Elaboração Própria A diferença entre a curva clássica e keynesiana é que a curva de oferta clássica é baseada na crença de que o mercado de trabalho opera eficientemente, sempre mantendo o pleno emprego da força de trabalho; enquanto a curva de oferta 31 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 keynesiana baseia-se na hipótese de que o salário não varia, quando há desemprego e, portanto, o desemprego pode continuar por algum tempo. Na próxima aula, veremos um pouco da história econômica e das discussões sobre a oferta agregada. Até mais! Política Fiscal Você já sabe que o caso keynesiano é representado por uma curva de oferta horizontal, conforme GRÁFICO 21. GRÁFICO 21 – Política Fiscal para a Keynesiana. Fonte: Elaboração Própria Considere uma expansão fiscal que implica no deslocamento da Curva DA para a direita em um novo equilíbrio com maior produto/gastos. Veja que o preço continua fixo, não há alteração nessa variável. Isso porque os keynesianos consideram que há desemprego no mercado. Logo, o aumento de produção não implica aumento dos preços. Como conhecedor do modelo IS-LM, você ainda pode concluir que haverá aumento na taxa de juros. Entretanto, vale frisar que a extensão do deslocamento da Curva DA, a magnitude do aumento da produção, depende somente do multiplicador da política monetária (a inclinação da Curva LM). No caso clássico, a curva de oferta é vertical no nível produtivo de pleno emprego. A produção Y* será oferecida para qualquer nível de preços. 32 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 GRÁFICO 22 – Política Fiscal Caso Clássico. Fonte: Elaboração Própria A expansão fiscal desloca a curva para a direita. Porém, isso implica aumento dos preços e não da produção. O aumento dos preços reduz o estoque real de moeda, desloca a Curva LM para a esquerda/cima,aumentando a taxa de juros de equilíbrio e consequentemente reduz os gastos. Isso significa um deslocamento sobre a Curva DA linha, fazendo com que a produção volte ao pleno emprego. Você se lembra do efeito deslocamento? Podemos dizer que ele está presente nesse processo. Veja que os gastos do governo aumentaram, porém não houve aumento da produção. Podemos supor que houve substituição dos gastos privados pelos gastos públicos. Você já sabe como isso ocorreu: o aumento da taxa de juros desestimulou os investimentos. Podemos concluir dizendo que, no caso clássico, o aumento dos gastos do governo leva a um efeito deslocamento completo. 33 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 GRÁFICO 23 – Efeito Deslocamento no caso Clássico. Fonte: Elaboração Própria Política Monetária Para uma curva de oferta keynesiana, um incremento no estoque nominal de moeda implica aumento no estoque monetário real. Lembre-se de que os preços são fixos nessa situação. Isso acontece porque a diminuição da taxa de juros aumenta o investimento e consequentemente a produção. No caso clássico, o equilíbrio inicial ocorre na interseção da Curva OA com a Curva DA. O efeito de um aumento no estoque monetário, a Curva DA, desloca-se para direita, conforme estudado na aula anterior. Como a oferta não se desloca, pois a economia está no pleno emprego, os preços sobem por um excesso de demanda. Podemos concluir que, no caso clássico, um aumento na moeda nominal aumenta o nível de preços na mesma proporção, porém deixa a taxa de juros e produção real fixas. 34 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 GRÁFICO 24 – Política Fiscal para OA Clássica. Fonte: Elaboração Própria Teoria Quantitativa Da Moeda Você já aprendeu, a teoria clássica considera a produção no nível fixo de pleno emprego. Por esse motivo, as políticas econômicas não são capazes de afetar o produto. O fato de a política monetária não ser capaz de gerar produto é consistente com a teoria quantitativa da moeda. A teoria quantitativa da moeda, na sua forma mais forte, considera que o nível de preços é proporcional ao estoque monetário. A teoria econômica considera que, quando as variações no estoque monetário levam a variações no nível de preços com nenhuma variação real, a moeda é neutra. Isso tem fortes implicações políticas, pois, se a moeda não fosse neutra, seria muito fácil resolver vários problemas econômicos, não é mesmo? Monetaristas A teoria quantitativa da moeda é muito antiga, porém poucos acreditam nela de forma estrita, ou seja, poucos acreditam na proporcionalidade exata entre estoque monetário e preços. Irving Fisher e Milton Friedman desenvolveram a teoria quantitativa da moeda e ficaram conhecidos como monetaristas. O primeiro acredita que somente as variações na quantidade de moeda afetam o nível de preços. 35 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Friedman é mais claro e argumenta que outros fatores podem afetar os preços com menor importância. Os teóricos quantitativos modernos, como Fisher, discordam da teoria estrita, não acreditando que a curva de oferta seja vertical no curto prazo. Os monetaristas, como Friedman, argumentam que uma redução no estoque monetário, primeiramente, reduz a produção e posteriormente reduz o preço. Logo, há uma grande diferença nos efeitos de curto e longo prazo. No longo prazo, a moeda é considerada mais ou menos neutra; e, no curto prazo, as políticas monetárias têm efeito real. Novos Keynesianos As teorias keynesianas modernas argumentam que salários e preços variam muito vagarosamente, mas não são fixos como pensado inicialmente. A curva de oferta agregada é vista como algo próximo de plana em curto prazo e vertical no longo prazo. Os salários variam vagarosamente, porque existem contratos que não podem ser reajustados de forma repentina. A não neutralidade da moeda pode ser considerada pela dificuldade de coordenação das variações de preços quando esses não são ajustados simultaneamente. Ciclos Reais A teoria dos ciclos reais, também conhecida como teoria do ciclo de negócios, considera que os mercados estão sempre em equilíbrio. Os teóricos do ciclo real reconhecem que a produção flutua ao longo do tempo, porém argumentam que essa variação são resultados de choques reais sobre a economia. São considerados choques reais: pelo lado da oferta: variações no clima, preço do petróleo ou novas tecnologias; 36 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 pelo lado da demanda: variações nos gastos do governo. Por tudo que você já estudou, é fácil pensar como essas flutuações alteram a produção. Vamos imaginar uma nova tecnologia capaz de produzir algodão com mais eficiência na economia. Isso aumentaria a produção de algodão e seus derivados. A teoria dos ciclos reais não descreve exatamente porque o estoque monetário não afeta a produção, mas defende que as variações na produção provocam variações na quantidade de moeda. Isso é explicado pelo fato de quanto a demanda agregada aumenta as pessoas necessitam de maior quantidade de encaixes reais. INFLAÇÃO O que é Inflação O que é inflação? Você que convive com esse problema e escuta discussões sobre o assunto nos jornais diários conseguiria conceituar esse termo? A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos níveis de preço em uma economia. Perceba bem o termo “generalizado”: estamos falando do aumento dos preços de todos os bens produzidos e não só produto isoladamente. Além disso, a alta deve ser continua. Um fenômeno inflacionário não é uma alta esporádica dos preços. A inflação é processo monetário, representa a perda de valor da moeda na economia. Você pode perceber esse processo no seu dia a dia. Vamos supor que, há quatro anos, você utilizasse R$ 20 para comprar cinco bananas, quatro litros de leite e quatro pães; e hoje, com esses mesmos R$ 20 você comprasse apenas três bananas, dois litros de leite e três pães. Perceba que se o dinheiro perdeu o valor real, o poder aquisitivo da moeda caiu. Por isso, a teoria diz que a inflação é um processo monetário. Vale lembrar que, apesar de ser conceituada como fenômeno monetário, a solução desse não depende somente do controle do estoque de moeda como veremos à frente. 37 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Existe um consenso na economia que um dos motivos da inflação é um conflito distributivo em uma economia com distorções na distribuição de renda. É uma disputa dos agentes econômicos pela posse da renda. Esses aumentam os preços continuamente, procurando se apoderar de maior parte da riqueza. Um exemplo comum é o desequilíbrio financeiro do setor público, fato comum na história brasileira. Para sanear as finanças, o setor público eleva o estoque de moeda acima do nível de produto. O excesso de moeda na economia gera excesso de demanda por produtos. Você já sabe que quanto maior a demanda maior o preço. Devido a isso, o aumento na oferta monetária gera inflação. Nesse processo, podemos notar um conflito entre o setor privado e público. Outro conflito que pode ser destacado é o estudado na aula anterior, entre salários e preços ou entre trabalhadores e empresários. Suponha que haja pressões coletivas para aumento dos salários e os trabalhadores conquistem esse aumento, considerando o alto poder de negociação desses. Você já sabe que esse salário é uma pressão sobre o custo do produto, o que implicará os aumentos nos níveis dos preços. Não podemos deixar de citar o conflito entre economia nacionale internacional. Vamos nos lembrar de um fato que acontece, algumas vezes, em nosso País: o aumento do pão francês decorrente do aumento do preço do trigo na Argentina. Esse é um conflito distributivo entre os produtores de trigo argentinos e os consumidores brasileiros. Perceba que a inflação é um fenômeno de muitas facetas e, consequentemente, um processo difícil de se eliminar. Efeitos da Inflação A inflação, além de distorcer os termos de troca em uma economia, influencia também outras variáveis, causando dificuldades nas formulações de políticas públicas devido à imprevisibilidade dos indicadores. Uma das distorções mais sérias provocadas pelo processo inflacionário é a distorção na renda, principalmente pela redução relativa do poder aquisitivo daqueles que vivem de rendimentos fixos. 38 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Se você viveu no processo inflacionário da década de 1980, deve se lembrar da contínua remarcação de preços nos mercados, da desvalorização da moeda de um dia para outro, o que incorporou na cultura brasileira o hábito de estocar produtos, a corrida para comprar os produtos antes que o dinheiro perdesse poder aquisitivo. Imagine o salário que chegavam uma vez ao mês. O dinheiro recebido não representava mais o trabalho do assalariado durante o mês. Por isso que consideramos que a inflação prejudica mais aqueles que são assalariados. A inflação também distorce o balanço de pagamentos, quando a taxa de inflação nacional supera o aumento dos preços internacionais, pois tendem a estimular a importação e desestimular as exportações. Isso geralmente provoca um círculo vicioso se o país estiver enfrentando um déficit cambial. Nesse caso, as autoridades monetárias devem lançar mão de desvalorização cambial depreciando a moeda nacional, com o objetivo de minimizar o déficit. Como você já estudou em aulas anteriores, essa política deve estimular a exportação. Além do efeito citado na conta do governo, ainda existe um efeito sobre as receitas públicas conhecido como Efeito Oliveira-Tanzi. Esse efeito ocorre em períodos de aceleração inflacionária. Como há uma defasagem entre o fato gerador do imposto e o momento do seu recolhimento, a inflação tende a corroer, em termos reais o valor da arrecadação fiscal do governo, assim como acontece com o salário dos trabalhadores. Devemos, ainda, destacar o efeito sobre o mercado de capitais. Devido à rápida deteriorização do valor da moeda, ocorre um desestímulo à aplicação de recursos no mercado financeiro, o qual estimula a aplicação de recursos em bens reais, como, por exemplo, bens imóveis. Para amenizar esse problema no Brasil, foi criado a correção monetária. Nesse mecanismo, alguns papéis passaram a ser reajustados ou indexados por índices que refletiam a inflação. Por último, dentre outros efeitos, devemos nos lembrar de que ocorre uma alteração nas expectativas dos agentes econômicos. O setor empresarial, por exemplo, não consegue prever os seus lucros e, nesse sentido, fica em estado de espera, sem tomar iniciativas de investimentos, o que acarreta em uma relativa desaceleração nacional. 39 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Enfim, podemos concluir que, no curto prazo, alguns podem ganhar com o processo inflacionário. Mas, no longo prazo, todos saem perdendo. Causas da Inflação Tradicionalmente, a literatura econômica considera duas causas para a inflação: excesso de demanda agregada e a inflação de custos. Porém, sabemos que existem outros motivos entre esses. Inflação de Demanda A inflação de demanda diz respeito ao excesso de demanda agregada não acompanhada pelo aumento do produto. Podemos dizer que, quanto mais perto do pleno emprego dos fatores de produção, mais provável a inflação de demanda, pois, caso haja um aumento da demanda agregada em uma economia em que ainda haja desemprego (considerando mão-de-obra como único fator de produção no modelo), esse aumento de demanda provoca aumento dos níveis de produção sem pressão sobre os custos. Considera-se que no curto prazo, a demanda é mais sensível, por isso as políticas econômicas9 utilizadas para amenizar o processo inflacionário são focadas nessa variavél. Além disso, o governo pode restringir a quantidade de moeda em circulação e ainda pode aumentar a carga tributária para reduzir a renda disponível. Inflação de Oferta A inflação de oferta pode ser associada a uma inflação tipicamente de oferta, pois os preços dos insumos aumentam e consequentemente o preço dos produtos também, conforme estudamos na aula anterior. 9 No Brasil, ultimamente, a política mais comum é via taxa de juros. Ao promover aumento da taxa básica de juros (SELIC), o governo pretende desestimular o crédito e assim conter a demanda agregada. 40 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 Podemos também relacionar a inflação de custos com o fato de algumas firmas terem poder de monopólio e oligopólio e aumentarem demasiadamente preços dos insumos em busca de lucros extraordinários. Esse tipo de inflação de custos também é chamada inflação de lucro. Introdução Curva de Phillips Vamos, agora, estudar uma pequena parte da evolução da história econômica, como forma de introduzir a teoria da Curva de Phillips desenvolvida em 1958. Voltemos ao ano de 1930, quando Jonh Maynard Keynes publicou o livro Teoria geral do emprego, juros e moeda, insatisfeito com a teoria clássica de tendência automática ao pleno emprego e a consequente inexistência de desemprego. Keynes provou o contrário da teórica neoclássica que dizia que as economias capitalistas não seriam capazes de promover o pleno emprego. Assim, abriu-se a oportunidade (na opinião de Keynes, uma necessidade) da ação governamental para direcionar o rumo da economia. Essa nova visão dada por Keynes construiu um terreno fértil para estudos mais profundos da teoria econômica, fazendo surgir assim teorias que começaram a questionar a visão keynesiana principalmente sobre a rigidez salarial. Em 1937, logo após a publicação do livro de Keynes (1936), Hicks publica o artigo “Mr. Keynes and classics: a suggested interpretation.” Esse artigo pretendia esclarecer algumas controvérsias e lacunas deixadas no livro de Keynes. Foi esse artigo que introduziu ideias do modelo IS-LM, que você já conhece com detalhes, chamado de síntese neoclássica. A partir de todas as formulações, surgiu espaço para formulações de políticas fiscais e monetárias com resultados razoáveis. Ainda ficaram no ar algumas questões da década de 1950, pois o modelo daquela época apresentava uma possível dicotomia entre o comportamento da economia no pleno emprego e abaixo do pleno emprego. Abaixo do pleno emprego, seguiria a tradição keynesiana com preços rígidos e mudanças dadas exogenamente, os quais afetavam apenas variáveis reais. Por outro 41 Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 lado, no pleno emprego, as variáveis permaneceriam inalteradas, e choques de demanda alteravam apenas o lado monetário, o aumento dos preços. Em 1958, William Phillips foi remover essa dicotomia: no curto prazo, qualquer alteração promoveria alterações no lado real e monetário. Assim, surgiu a Curva de Phillips, a qual expressava uma curva de oferta positivamente inclinada e relacionava o crescimento dos preços (inflação) com a taxa de desemprego. Quanto maior a taxa de inflação, menor seria o desemprego, assunto que vamos estudar na próxima aula. Essa idéia de variável nominal (inflação) afetar o desemprego (variávelreal) não agradava a corrente neoclássica, pois seria contra a racionalidade dos agentes. Essa foi a principal crítica feita por Phelps (1967) e Hicks (1958). Esses, então, propõem que, na equação explicativa na taxa e crescimento dos salários, seja introduzido, além da taxa de desemprego, a taxa de inflação esperada. Assim, para cada taxa de inflação esperada, temos uma Curva de Phillips que veremos adiante. Na próxima aula, aprofundaremos nossos estudos sobre a Curva de Phillips. Até mais! REFERÊNCIAS BLANCHARD, Oliver. Macroeconomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Prentice Hall, 2004. DORNBUSH, Rudiger; FISHER Stanley. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo: MAKRON Books, 2002. GORDON, Robert J. Macroeconomia. 7. ed. São Paulo: Editora Bookman, 2000. PINHO, Diva B.; VASCONCELOS, Marco A. S. Manual de economia da USP. 5. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2006. MAWKIW, N Gregory. Macroeconomia. 3. Ed. Rio de Janeiro. Livros Técnico Cientifica Editora S.A. 1997.
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