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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Câmpus Araquari BR 280, Km 27 – Caixa Postal 21 Araquari/SC – CEP: 89.245-000 (47) 3803-7200 / ifc@ifc-araquari.edu.br DISCIPLINA DE DOENÇAS INFECCIOSAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS DEOLINDA M. V. F. CARNEIRO MARLISE P. CLAUS ESTUDO DIRIGIDO MASTITE ALBERTO GONÇALVES EVANGELISTA 5º SEMESTRE 2015 2 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Câmpus Araquari BR 280, Km 27 – Caixa Postal 21 Araquari/SC – CEP: 89.245-000 (47) 3803-7200 / ifc@ifc-araquari.edu.br 1. Explique como os fatores abaixo podem interferir na incidência de mastite contagiosa: a. fase da lactação: Na fase inicial da lactação, o úbere da vaca prepara-se para o nascimento do bezerro e administração do leite. É nessa fase que os alvéolos estão em amplo funcionamento, lotando o úbere e provocando a ejeção de leite, bem como abrindo uma porta de entrada para bactérias causadoras das mastites. Na fase de lactação o úbere passa ser um importante órgão para o bezerro que busca alimentação. Facilitando assim também que o úbere fique exposto aos agentes infecciosos. É nessa fase também que ocorre a ordenha das vacas, que é outro fator de risco. E após isso, temos a fase seca da vaca, que é aonde é feita administração de antibiótico intra-mamário com um selante para prevenir que bactérias oportunistas adentrem o úbere vazio. b. nº de lactações: Se uma vaca começa a lactar, ela terá que passar por processos para a retirada desse leite produzido, e quanto mais lactações a vaca tiver, mais chance de adquirir uma mastite. c. estação do ano: No caso da mastite contagiosa, a estação do ano não é tão relevante quanto na mastite ambiental, porém, do mesmo modo que a mastite ambiental, a mastite contagiosa tem maior incidência no verão, já que as condições para o crescimento bacteriano tornam-se mais favoráveis. d. manejo de ordenha: É a principal parte causadora de mastites contagiosas em rebanhos leiteiros. Se os animais não passam por um manejo de ordenha programado e limpo, a incidência de mastite aumenta. As vacas devem ser ordenas por incidência de mastite. Iniciando a ordenha pelas vacas que nunca manifestaram alteração no leite. Essa pratica é chamada de linha de ordenha. 2. O CCS do tanque de leite da fazenda pode ser utilizado como um instrumento de estimativa do status sanitário das glândulas mamárias do rebanho? Como fazer as coletas e encaminhar para o laboratório? Qual seria a interpretação destes resultados do ponto de vista prático para intervenções no rebanho e no manejo de ordenha? Sim. Para uma boa coleta deve-se iniciar com uma limpeza dos tetos utilizando um antisséptico e os primeiros jatos de leite devem ser desprezados. Após o desprezo dos primeiros jatos, utiliza-se um frasco estéril, coletando de 10 a 15ml. Para o envio ao laboratório, deve ser feita a identificação de qual amostra é de cada teto, bem como a identidade do animal. Os frascos devem ser mantidos sobre refrigeração, sendo recomendado caixa de isopor com gelo e encaminhamento imediato ao laboratório. Caso o encaminhamento não possa ser feito imediatamente, deve-se congelar as amostras, não ultrapassando 6 semanas de estoque. Descarte de animais infectados e implantação de linha de ordenha quando os resultados forem altos em relação à média. 3 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Câmpus Araquari BR 280, Km 27 – Caixa Postal 21 Araquari/SC – CEP: 89.245-000 (47) 3803-7200 / ifc@ifc-araquari.edu.br 3. Se o custo e o tempo para liberação dos resultados dos exames laboratoriais para o diagnóstico da mastite é inviável para o cotidiano das fazendas, em que situações e com que objetivo você solicitaria estes exames? Em casos de falha ou resultados inconclusivos nos testes ao campo, encaminha-se material para o laboratório com a finalidade de recuperar o controle da doença sobre o lote. 4. Se você suspeitasse que o principal fator determinante de mastite contagiosa ou ambiental em uma determinada fazenda estivesse no manejo, qual seriam os pontos que você avaliaria neste manejo para verificar se está correto ou errado (faça um checklist)? Limpeza da sala de ordenha Utilização correta de teteiras Higiene dos manejadores Limpeza dos tetos Administração do “pré-dipping” Utilização de “pós-dipping” Alimentação após a ordenha, com o animal em posição quadrupedal. 5. Faça suas considerações sobre o manejo do tratamento com antibióticos da mastite clínica e subclínica. O uso de antibioticoterapia no tratamento de mastite clínica faz-se necessário pelo fato de a doença já estar se manifestando com sinais clínicos visíveis. A mastite subclínica é tratada para evitar a manifestação de sintomatologia clínica. 6. Quais os principais antibióticos atualmente disponíveis no mercado para uso intramamário de vacas, quais os principais princípios ativos, seus mecanismos e espectro de ação? Liste 10 produtos comerciais com diferentes princípios ativos, citando a posologia. Rilexine 200®: Princípios ativos: Cefalexicina, Neomicina, Prednisolona. A cefalexina é um antibiótico da família das cefalosporinas, que apresenta uma ação bactericida que se dá pela inibição da síntese da parede bacteriana devido a sua ação sobre a transpeptidase. Seu espectro de ação inclui principalmente microorganismos Gram-positivos. A neomicina em um antibiótico aminoglicosídeo com rápida ação bactericida que se manifesta através da 4 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Câmpus Araquari BR 280, Km 27 – Caixa Postal 21 Araquari/SC – CEP: 89.245-000 (47) 3803-7200 / ifc@ifc-araquari.edu.br interferência sobre a tradução do RNAm no ribossomo, e conseqüentemente sobre a síntese protéica bacteriana, seu espectro de ação inclui principalmente microorganismos Gram- negativos. A prednisolona é um esteróide sintético com ação anti-inflamatória que auxilia no alívio da dor local provocada pelo processo infeccioso e inflamatório que atinge o teto. Deve- se aplicar por via intramamária. Antes da aplicação, esgota-se o leite do quarto mamário afetado, limpa-se e desinfeta-se a ponta do teto, para depois ser realizada a aplicação de todo o conteúdo de um injetor massageando o úbere no sentido ascendente para melhorar a distribuição da suspensão. Pirsue®: Seu princípio ativo é o Cloridrato de Pirlimicina. A pirlimicina é um antibiótico semi-sintético do grupo das lincosamidas. As lincosamidas (clindamicina, lincomicina e pirlimicina) impedem a síntese proteica em bactérias Gram-positivas e anaeróbicas bem como em Mycoplasma spp. Atuam por fixação à subunidade ribossomal 50S, impedindo, assim, a fixação do aminoacil-tRNA e inibindo a reação peptidiltransferase que interfere com a síntese proteica nas bactérias. Administração feita apenas por infusão intramamária, injetando uma seringa (pirlimicina 50 mg) em cada quarto infectado.O tratamento consiste em oito infusões de uma seringa, de 24 em 24 horas. Anamastite L®: Seu princípio ativo é a Cloxacilina sódica. O Anamastite L, para infusão intramamária em vacas em lactação, é um produto que proporciona atividade bactericida contra microorganismos causadores das mastites, em destaque para as cepas dos gêneros Staphylococus sp. e Streptococcus sp., porém agindo também contra Escherichia coli, Cornynebacterium pyogenes, Corynebacterium bovis, Klebsiellla pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus spp., Proteus spp. e Listeria monocytogenes. A cloxacilina sódica é uma penicilina semi-sintética, que está classificada no mesmo grupo das penicilinas, porém no subgrupo das penicilinas resistentes à penicilinase. Isto confere especificamente à molécula um maior espectro de ação, combatendo cepas de microorganismos resistentes à penicilina (sendo os mais importantes os do gênero Staphylococcus sp.). Seu uso deve somente ser empregado em animais durante a fase de lactação. Deve-se esgotar completamente o leite dos quartos da glândula mamária. O úbere e tetos devem ser lavados com água, preferencialmente morna, contendo anti-séptico apropriado. Secar utilizando toalhas de papel individuais (uma para cada teto). Realizar a anti-sepsia das extremidades dos tetos e dos orifícios com álcool a 70% ou iodo em solução, usando mechas de algodão para cada teto. Após secagem de cada teto, retirar a tampa protetora da seringa, inserir a cânula completamente no canal do teto e aplicar o conteúdo da seringa. Massagear em seguida a glândula para melhor distribuição do princípio-ativo. 5 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Câmpus Araquari BR 280, Km 27 – Caixa Postal 21 Araquari/SC – CEP: 89.245-000 (47) 3803-7200 / ifc@ifc-araquari.edu.br Spectrazol ®: Seu princípio ativo é a Cefuroxicima. É uma cefalosporina de 2ª geração com atividade bactericida sobre G+ e G-. Utilizada por via intramamária, deve-se aplicar uma seringa em cada quarto mamário a cada 12h depois de 3 ordenhas consecutivas. Tetra-Delta ®: Seus princípios ativos são Acetato de hidrocortisona, Succinato sódico de hidrocortisona, Penicilina G procaína, Novobiocina, Sulfato de polimixina B, Diidroestreptomicina base e Clorobutanol anidro. Preparado para uma infusão intramamária para o tratamento e prevenção da mastite bovina aguda ou crônica, ocasionada por Streptococcus, Staphylococcus, Coliformes ou Pseudomonas (exceto por Corynebacterium pyogenes). A novobiocina é ativa contra Nocardia asteróides no úbere. Tetra-Delta® pode ser usado na irritação de origem não-infecciosa do úbere, para prevenir a mastite bovina ocasionada pelos microorganismos mencionados. Após ter ordenhado extraindo todo o leite, o úbere e as tetas deverão ser completamente lavados e secos ou limpos com álcool a 70%. Retirar do frasco a dose recomendada, empregando agulha e seringa esterilizadas, e usando precauções assépticas, remover a agulha e colocar a cânula esterilizada. Segurando firmemente a teta, introduzir a cânula no canal e injetar o conteúdo da seringa. Pathozone®: Seu princípio ativo é a Cefoperazone Sódica. É um antibiótico pertencente à família das cefalosporinas de terceira geração com atividade contra Gram-negativos e Gram- positivos. É eficaz contra bactérias de difícil controle como as Pseudomonas e Corinebactérias. Em testes de laboratório e campo, realizados no Brasil e exterior, não produziu efeitos colaterais nos animais tratados sob as mais variadas condições. Após esgotar o leite, lavar o teto com água e sabão e enxugá-lo com toalha limpa. Injetar o conteúdo de uma seringa e massagear suavemente o teto tratado, de baixo para cima, para que o medicamento alcance as regiões mais altas. Indicado para mastites clínicas causadas por Staphilococcus aureus, Micrococcus sp, Staphilococcus epidermidis, Corynebacterium pyogenes, Streptococcus agalactiae, Corynebacterium bovis, Streptococcus dysgalactiae, Escherichia coli, Streptococcus uberis, Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus pyogenes e Klebsiella sp. Flumast®: Seus princípios ativos são Flumetasona, Espiramicina e Neomicina. Usado no tratamento da mastite aguda ou crônica em vacas em lactação causadas por germes sensíveis à Espiramicina e à Neomicina, tais como: Staphylococcus spp., Streptococcus spp., Escherichia spp., Corynebacterium spp., Pseudomonas spp., Mycobacterium spp. e Mycoplasma spp. O medicamento conduz a um alívio dos sintomas de inflamação que acompanham a mastite, através da ação da flumetasona. Deve-se aplicar por via intramamária, após a ordenha, o 6 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Câmpus Araquari BR 280, Km 27 – Caixa Postal 21 Araquari/SC – CEP: 89.245-000 (47) 3803-7200 / ifc@ifc-araquari.edu.br conteúdo de uma seringa (10 mL) em cada quarto afetado. Se necessário, repetir a aplicação após 12, 24 e/ou 48 horas. Mastifin®: Seus princípios ativos são Bromexicina e Gentamicina. Tratamento das mastites agudas ou crônicas causadas por agentes Gram-positivos e Gram-negativos sensíveis à gentamicina, como Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Streptococcus agalactiae, Streptococcus uberis, Streptococcus dysgalactiae, Corynebacterium spp, Corynebacterium hoffmanii, Escherichia coli, Micrococcus luteus, Micrococcus spp, Pseudomonas spp, Klebsiella spp, Serratia spp, Proteus spp, Enterococcus spp. Após a ordenha, administrar por via intramamária, no canal do teto, 1 seringa em cada quarto afetado, com intervalo de 24 horas, durante 3 dias consecutivos. Newmast®: Seus princípios ativos são Flumetasona, Neomicina e Esperamicina. No tratamento da mastite aguda ou crônica em vacas em lactação causada por: Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Escherichia coli, Corynebacterium pyogenes e Mycoplasma spp. Aplicar, por via intramamária, após a ordenha, o conteúdo de uma seringa. Após ordenhar o animal, limpar e desinfetar o orifício do teto do quarto a ser tratado, retirar a tampa do bico da seringa e introduzi-lo no orifício do teto, pressionar o êmbolo da seringa até a completa infusão do produto, massagear ligeiramente o úbere para facilitar a difusão do produto. NEWMAST® deve ser aplicado por infusão intramamária, após a ordenha, utilizando-se o conteúdo de uma seringa por quarto afetado. Após a aplicação, fazer uma leve massagem no úbere a fim de aumentar a difusão do produto. Cepravin®: Seu princípio ativo é o Cefalônio Anidro. É indicado no tratamento de mastites em vacas secas causadas por Citrobacter spp., Corynebacterium spp., Enterobacter spp., Escherichia coli., Klebsiella sp., Proteus sp., Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. Deve- se usar uma seringa para cada quarto após a última ordenha da lactação. Ordenhar o animal, limpar e desinfetar o orifício do teto. Segurar a seringa firmemente em uma das mãos, torcer e puxar a capa protetora do bico sem entortá-lo ou contaminá-lo. Inserir a extremidade do bico da seringa no canal do teto e pressionar o êmbolo da seringa de CEPRAVIN® até a liberação completa do produto. Massagear suavemente o teto, desde a sua extremidade inferior até a base e no próprio quarto mamário tratado, para facilitar a dispersão do produto no quarto afetado. 7. Quais antibióticos podem ser usados no tratamento da mastite nas outras principais espéciesanimais, e por qual via? (cabras e ovelhas, gatas, cadelas, éguas). 7 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Câmpus Araquari BR 280, Km 27 – Caixa Postal 21 Araquari/SC – CEP: 89.245-000 (47) 3803-7200 / ifc@ifc-araquari.edu.br Cabras e ovelhas: Recomenda-se o uso de antibióticos de amplo espectro de ação, pela via intramuscular ou endovenosa. O antibiótico mais utilizado tem sido a oxitetraciclina, por via parenteral, associado ou não ao tratamento intramamário, utilizando-se os antimastíticos disponíveis no mercado. A tetraciclina de longa ação apresenta bons resultados utilizando-se a via intramuscular, em duas doses, com três dias de intervalo. Gatas e cadelas: Amoxicilina trihidratada para Mastites causadas por Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. Administrar por via intramuscular 1 mL para cada 20 kg de peso (7,5 mg/kg de peso), em uma aplicação diária, durante três a cinco dias, ou a critério do Médico Veterinário. Deve-se continuar o tratamento por período não inferior a 48 horas após o desaparecimento do quadro clínico. Éguas: A penicilina benzatina (20.000 UI-kg, via intramuscular) é indicada em dose única, podendo repetir a aplicação a cada cinco dias, dependendo da evolução do caso. Em casos graves a penicilina é associada à gentamicina (2-5 mg-kg, via intramuscular ou intravenosa, a cada 8 ou 12 horas). O ceftiofur (1 a 2 mg-kg, via intramuscular, a cada 24 horas), e a azitromicina (10 mg-kg, a cada 24 horas, via oral, por 3 a 5 dias) são alternativas de antimicrobianos na abordagem terapêutica da mastite equina.
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