Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 3 O processo administrativo possui algumas características básicas, que são: Cíclico e repetitivo – o processo é permanente e contínuo e está constantemente sendo completado e repetido. O desenvolvimento de um ciclo permite definir quais as correções que deverão ser introduzidas no ciclo seguinte, e assim por diante. Interativo – cada função administrativa interage com as demais, influenciando-as e sendo por elas influenciadas. Iterativo – é uma sequencia de passos que, embora não sejam rigidamente seguidos, formam um itinerário sujeito a adaptações e correções ao longo de sua implementação. Sistêmico – o processo não pode ser analisado em cada uma de suas partes isoladamente, mas em sua totalidade. Para entender cada uma das funções administrativas, é necessário conhecer todas as demais. O administrador não deve se restringir ao presente, ele precisa saber em qual rumo deseja que sua organização vá seguir, tomando as decisões necessárias e elaborando os planos para que isso realmente aconteça. Se quiser ter perspectivas a longo prazo de sua organização, deve começar a planejar no presente e o que deseja para o futuro. A primeira função Planejamento é a função administrativa que define objetivo e decide sobre os recursos e tarefas necessários para alcançá-los adequadamente. Para isso, as organizações elaboram planos a fim de facilitar a organização no alcance de suas metas. Inicialmente, no planejamento, é fundamental definir os objetivos que devem ser estabelecidos para cada departamento da organização. Uma vez definidos, os programas de ação são estabelecidos a fim de alcançarem os objetivos de maneira sistemática e racional. Resumidamente, planejar significa olhar para frente, visualizar o futuro e o que deverá ser feito, elaborar bons planos e ajudar as pessoas a fazer hoje as ações necessárias para melhor enfrentar os desafios de amanhã. O planejamento é considerado a primeira função administrativa formada por um processo constituído de uma sequência de passos, a saber: Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 4 Definir os objetivos – devem servir de direção a todos os planos, especificando os resultados desejados e os pontos finais onde se pretende chegar. Verificar qual a situação atual em relação aos objetivos – verificar onde se está e o que precisa ser feito. Desenvolver premissas quanto às condições futuras – trata-se de gerar cenários alternativos para os estados futuros das ações, analisar o que pode ajudar ou prejudicar o progresso em direção aos objetivos. Analisar as alternativas de ação – relacionar e avaliar as ações que devem ser tomadas, escolher uma delas para perseguir um ou mais objetivos, fazer um plano para alcançar os objetivos. Escolher um curso de ação entre as várias alternativas – trata-se de uma tomada de decisão, em que se escolhe uma alternativa e se abandona as demais. A alternativa escolhida se transfere em um plano para o alcance dos objetivos. Implementar o plano e avaliar os resultados – fazer o que o plano determina, avaliar os resultados e tomar as ações corretivas à medida que se tornarem necessárias. Para que o planejamento seja bem sucedido, torna-se necessário verificar quais os fatores críticos de sucesso para atingir os objetivos propostos. Existem duas maneiras de identificar esses fatores críticos de sucesso: a primeira é observar os recursos organizacionais e o mercado de maneira imaginativa para identificar os seguimentos que são mais importantes e a segunda é descobrir o que distingue as organizações bem sucedidas das malsucedidas e analisar as diferenças entre elas. É importante ressaltar que nesse segundo item se aplica o benchmarking. O benchmarking é caracterizado como um processo contínuo e sistemático de pesquisa para avaliar produtos, serviços, processos de trabalho de outras empresas, a fim de identificar quais são as melhores práticas adotadas por elas. A partir dessa análise, a instituição verifica seus próprios processos e realiza o aprimoramento organizacional, desenvolvendo a habilidade dos administradores de visualizar no mercado as melhores práticas administrativas das empresas consideradas excelentes (benchmarks) em certos aspectos. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 5 Destacam-se os principais benefícios do planejamento: Foco e flexibilidade – uma organização com foco conhece o que faz melhor, conhece as necessidades de seus clientes e conhece como servi-las melhor. A organização flexível opera dinamicamente e com um senso do futuro. Melhoria na coordenação – os objetivos de nível mais elevado são claramente interligados aos objetivos de nível mais baixo. Melhoria no controle – através da definição dos objetivos, se os resultados estiverem abaixo do esperado, deverão ser ajustados. Administração de tempo – o planejamento permite uma forma de administrar o tempo. Como o planejamento é a definição de objetivos, o administrador deve saber lidar com diferentes tipos de planos que serão traçados a fim de alcançá- los. Estes planos podem variar de acordo com os períodos de abrangência (longo, médio ou curto prazo) bem como podem envolver toda a organização, um departamento, ou uma simples tarefa. No decorrer da aula, estudaremos os diferentes tipos de planejamento: estratégico, tático e operacional. A seguir apresentarei breves conceitos para conhecimento sobre as outras funções administrativas organização, direção e controle. Focaremos apenas a função planejamento na aula de hoje. ORGANIZAÇÃO significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer relações entre eles e suas atribuições. É o processo de agrupar o trabalho a ser realizado; de definir responsabilidades e autoridades e estabelecer as relações entre os grupos de modo a possibilitar que as pessoas trabalhem eficazmente para atingir os objetivos. DIREÇÃO é a função administrativa que se refere ao relacionamento interpessoal do administrador com os seus subordinados. Para que o planejamento e organização possam ser eficazes, eles precisam ser complementados pela orientação e apoio às pessoas, através de uma adequada comunicação, liderança e motivação. Está diretamente relacionada com a atuação sobre as pessoas na organização. Por fim, a função administrativa de CONTROLE pode ser considerada a forma como os objetivos devem ser alcançados através da atividade das pessoas que compõem a organização. O controle serve para que todas as coisas Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 6 funcionem da forma como foi prevista, verificando se a execução está de acordo com o que foi planejado: quanto mais completos, definidos e coordenados forem os planos, mais fácil será o seu controle. PROCESSO DE PLANEJAMENTO Incialmente, estudaremos os conceitos sobre estratégia para você compreender melhor o estudo do planejamento estratégico. Estratégiaé a orientação e o alcance de uma organização a longo prazo que conquista vantagens num ambiente inconstante por meio da configuração de recursos e competências com o intuito de atender às expectativas dos stakeholders (esse termo significa partes interessadas pela gestão da organização como, por exemplo, os funcionários, gerentes, proprietários, fornecedores, concorrentes, entre outros). Consideramos a estratégia como uma escolha de um curso de ação para uma posição diferente no futuro que poderá oferecer ganhos e vantagens em relação à situação presente. A elaboração das estratégias é resultado da prática do pensamento estratégico exercida pelo estrategista, um tipo de reflexão sofisticada e complexa que envolve imaginação, discernimento, intuição, iniciativa, força mental e impulso para o empreendimento. No quadro abaixo apresento algumas definições de autores clássicos sobre estratégia que são muito cobradas em questões de concursos. Ansoff – “Estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão em condições de desconhecimento parcial. As decisões estratégicas dizem respeito à relação entre a empresa e o seu ecossistema”. Chandler – “Estratégia é a determinação dos objetivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adoção das ações adequadas e afetação de recursos para atingir esses objetivos”. Mitzberg – “Estratégia é uma força mediadora entre a organização e o seu meio envolvente: um padrão no processo de tomada de decisões organizacionais para fazer face ao meio envolvente”. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 7 Porter – “Estratégia competitiva são as ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento”. Observe que, de todas as definições apresentadas, Porter se diferencia por fazer relação com a indústria, área importante em que a concorrência ocorre. É importante também conhecer quais são os componentes da estratégia segundo a visão de Porter. Em seu artigo “O que é estratégia?”, o autor apresenta três componentes que definem a estratégia segundo o posicionamento da organização: Posicionamento – a estratégia é a criação de uma posição única e valiosa, que envolve um conjunto diferente de atividades. Opções excludentes (trade-off) – a estratégia requer que sejam feitas opções para competir, ou seja, deve-se escolher o que não deve ser feito. Sinergia – a estratégia implica em criar uma sinergia entre as atividades da organização. Outros autores também propõem um conceito diferente para estratégia. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel afirmam que não é fácil oferecer uma definição para estratégia e, por isso, trabalham com cinco diferentes definições (conhecida como cinco Ps da estratégia): estratégia como plano, estratégia como padrão, estratégia como posição, estratégia como perspectiva e estratégia como pretexto. A primeira delas define a estratégia como plano, algum tipo de curso de ação conscientemente pretendido, uma diretriz para lidar com uma situação, uma direção, um curso de ação para o futuro. Trata-se da estratégia planejada. A segunda definição apresentada pelos autores mostra a estratégia como padrão, uma coerência em comportamento ao longo do tempo, um olhar para o comportamento passado. É a chamada estratégia realizada. Estratégias planejadas e estratégias realizadas são duas maneiras diferentes de abordagem que não são incompatíveis, mas complementares. Por um lado, uma perspectiva histórica é útil Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 8 quando se busca entender os caminhos efetivamente percorridos, independentemente da existência de intenções e planos previamente estabelecidos. Por outro lado, uma concepção da estratégia voltada apenas para o passado não é suficiente do ponto de vista da gestão. Enxergar o futuro dos negócios é uma das tarefas que reconhecidamente cabe aos gestores, gerando um plano explícito ou não. A terceira definição é a estratégia como posição, um meio de localizar uma organização no ambiente, como a localização de determinados produtos em determinados mercados. Já a quarta definição mostra a estratégia como perspectiva, a maneira fundamental de uma organização fazer as coisas. Finalmente, a última definição é a estratégia como pretexto, um truque, uma manobra específica para superar um oponente ou concorrente. Cada definição da estratégia nos apresenta fundamentos importantes que colaboram e facilitam nossa compreensão deste termo dentro da administração. Com as definições do termo estratégia propostas por Mintzberg surge um facilitador para uma melhor visualização dentro da organização dos pontos relevantes para sua elaboração e realização. Esses autores também identificam que as intenções plenamente realizadas podem ser chamadas de estratégias deliberadas. As não realizadas são as estratégias não alcançadas. Chamamos de estratégias emergentes aquelas que acontecem sem pretensão. As estratégias emergentes são ações praticadas na dinâmica das organizações sem terem sido expressamente planejadas. Posteriormente, caso obtenham êxito, passam a integrar o esforço de planejamento da instituição. A figura a seguir apresenta o caminho percorrido por uma estratégia pretendida e os pontos que ocorrem as interferências do ambiente. A estratégia efetivamente realizada é fruto de estratégias pretendidas, deliberadas, emergentes e não realizadas. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 11 Segundo o autor, uma diferença básica entre o planejamento a longo prazo (às vezes chamado de planejamento empresarial) e o planejamento estratégico envolve suas respectivas visões do futuro. No PLANEJAMENTO A LONGO PRAZO, acredita-se que o futuro possa ser previsto a partir da extrapolação do crescimento passado. A alta administração tipicamente supõe que o desempenho futuro possa e deva ser melhor do que o passado, e negocia metas correspondentemente mais elevadas com os executivos de níveis inferiores. O processo tipicamente produz metas otimistas que não condizem completamente com a realidade. Em empresas bem administradas, os resultados ficam acima da projeção, mas sofrem o efeito típico da variação irregular. Em empresas mal administradas, o desempenho efetivo também so fre esse efeito, mas fica abaixo da projeção. No PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, não se espera necessariamente que o futuro represente um progresso em relação ao passado, e tampouco se acredita que seja extrapolável. Portanto, como primeira medida, é feita uma analise das perspectivas da empresa, identificando-se tendências, ameaças, oportunidades, e descontinuidades singulares que possam alterar as tendências históricas. Para finalizar essa parte introdutória, também é fundamental compreender que os conceitos sobre gestão estratégica e o planejamento estratégico são muitas vezes usados como sinônimos, mas há diferenças entre eles. Segundo o autor Eliezer Arantes, há diferença entre gestão estratégica e o planejamento estratégico tradicional. Oconceito de gestão estratégica é muito mais amplo do que o planejamento estratégico. Engloba desde as avaliações de diagnósticos e de prontidão, a estruturação do processo de planejar e formular um propósito compartilhado para a organização, a escolha de estratégias, a fixação de metas e desafios, até a atribuição de responsabilidades para o detalhamento dos planos e projetos e para produzir e acompanhar as etapas de sua implantação. Assim, a GESTÃO ESTRATÉGICA é um processo sistemático, planejado, administrado e executado pela alta direção da organização, envolvendo todos os gerentes e responsáveis, que busca assegurar a continuidade, a sobrevivência e o crescimento da organização, através da contínua adequação de suas estratégias, capacitação, estrutura e infraestrutura às mudanças, tendências e descontinuidades observadas ou previsíveis no ambiente externo da organização. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 15 empresa, bem como busca determinado resultado – objetivos -, desenvolvendo uma função específica e importante nas empresas. Outro aspecto a ser abordado é o ambiente do sistema. AMBIENTE é o conjunto de todos os fatores que, dentro de um limite específico, se possa conceber como tendo alguma influência sobre a operação do sistema, o qual corresponde ao foco do estudo. Há uma premissa de que o sistema, ou o que se está sendo estudado, é sempre a empresa como um todo. Nesse ponto, apresentam-se algumas considerações sobre os sistemas abertos, como, por exemplo, são as empresas que estão em permanente intercâmbio com seu ambiente e caracterizam-se por equilíbrio dinâmico. Dois conceitos, segundo Von Bertalanffy, facilitam o entendimento das empresas como sistema aberto, e sua interação com o ambiente: Equifinalidade – segundo a qual um mesmo estado final pode ser alcançado, partindo de diferentes condições iniciais e por maneiras diferentes; e Entropia negativa - mostra o empenho dos sistemas em se organizarem para a sobrevivência, por meio de maior ordenação. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL. O planejamento é feito através de planos que podem incluir períodos de longo a curto prazo, como podem envolver a organização inteira, uma divisão ou departamento ou ainda uma tarefa. O planejamento é uma função administrativa que se distribui entre todos os níveis organizacionais, embora apresentando características diferentes em cada nível. Na consideração dos níveis organizacionais, podem-se distinguir três tipos de planejamento: Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 17 OPERACIONAL – É elaborado pelos níveis organizacionais inferiores para o curto prazo, com foco nas atividades do dia a dia da empresa. Preocupa-se com “o que fazer” e com o “como fazer” as atividades cotidianas da organização. É um processo de menor amplitude, em que o foco é trabalhar junto aos funcionários não administrativos, implementando os planos específicos definidos no planejamento tático. Os planos operacionais cuidam da administração da rotina para assegurar que todos executem as tarefas de acordo com os procedimentos estabelecidos pela organização a fim de que esta possa alcançar os seus objetivos. Outro aspecto levantado por Oliveira, é que o planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacional inferiores, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução dos objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia predeterminada, bem como as políticas orientativas para o processo decisório da empresa. O autor afirma que cada um dos planejamentos operacionais deve conter com detalhes: • os recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação; • os procedimentos básicos serem adotados; • os produtos ou resultados finais esperados; • os prazos estabelecidos; e • os responsáveis por sua execução e implantação. De acordo com Oliveira, é possível verificar que o planejamento estratégico em relação ao tático é: • De prazo mais longo, pois considera um conjunto de planejamento tático, e sua soma deve provocar um período de tempo maior para sua conclusão; • De amplitude maior, pois considera a empresa como um todo, enquanto o planejamento tático considera apenas uma parte dela; • De risco maior, por sua maior amplitude e maior prazo de execução em relação ao planejamento tático; Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 21 Coalizão - Combinação de duas ou mais empresas que se juntam para atingir um objetivo. Duas ou mais empresas agem como uma só, com relação a determinados objetivos, quando há necessidade de mais apoio ou de recursos que uma só empresa não teria condições de assegurar isoladamente. Competição - É a rivalidade entre duas ou mais empresas por um terceiro grupo. Se tratar de duas ou mais indústrias concorrentes, o terceiro grupo pode ser o comprador, o fornecedor, o potencial de força de trabalho ou outros. Inclui a concorrência tanto na busca de recursos quanto na busca de clientes ou compradores. As estratégias competitivas são formuladas para aumentar a competitividade da empresa em relação aos concorrentes. Elas podem buscar a manutenção e defesa do mercado, o aumento na participação de mercado ou novos mercados, ou tudo isso conjuntamente. As estratégias competitivas básicas são: Estratégia Defensiva - possuem domínio definido de produto/mercado que pretendem manter ou defender da ação de concorrentes. Não buscam novas oportunidades ou experimentam mudanças. Procura a previsibilidade no domínio, para voltar-se introversivamente para a eficiência de suas operações. Estratégia Ofensiva - buscam novas oportunidades de mercado. Criadoras de mudanças e incertezas no ambiente, afetando os concorrentes. A preocupação com mudança, não exploram o máximo de rendimento de suas operações, tornando-se pouco eficientes. Estratégia Analítica - adotadas por empresas que operam em dois tipos de domínio. Um estável e outro mutável. Essa dualidade não permite que a empresa atinja nem a eficiência nem a eficácia. Estratégia Reativa - enquanto as três estratégias anteriores as proativas, esta é uma estratégia reativa. Reage com atraso às ocorrências no ambiente, tornando-se incapaz de articular uma resposta empresarial integrada, pronta e eficaz. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 23 Estabelecimento da missão da empresa Estabelecimento dos propósitos atuais e potenciais Estruturação e debate de cenários Estabelecimento de macroestratégias e macropolíticas FASE III – Instrumentos prescritivos e quantitativos Subdivide-se nas etapas: Instrumentos prescritivos – proporcionam a explicação do que se deve ser feito pela empresa para que se direcione ao alcance dos propósitos estabelecidos dentro de sua missão. Estabelecimento de objetivos, desafios e metas Estabelecimento de estratégia e políticas Estabelecimento de projetos e planos de ação Instrumentos quantitativos – consistem nas projeções econômico- financeiras do planejamento orçamentário, devidamente associados à estrutura organizacional da empresa, necessárias ao desenvolvimento dos planos de ação, projetos e atividades previstas FASE IV – Controle e avaliação Verifica-se como a empresa está indo. É a ação necessária para assegurar a realização dos objetivos, metas, estratégias e projetos estabelecidos. Subdivide-se nas etapas: Avaliação de desempenho Comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos Análise dos desvios Tomada de ação corretiva Acompanhamento para avaliar a eficiência da ação de natureza corretiva Adição de informações ao processo de planejamento, para desenvolver os ciclos futuros de atividade administrativa Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 24 Já segundo o autor Maximiano, um processo de planejamento estratégico é uma sequência de análises e decisões que compreende as etapas: 1) Análise da situação estratégica presente na organização – Onde estamos? Como chegamos aqui? 2) Análise do ambiente externo – Quais são as oportunidades e ameaças do ambiente? 3) Análise do ambiente interno – Quais os pontos fortes e fracos dos sistemas internos da organização? 4) Definição do plano estratégico - Para onde devemos ir? O que devemos fazer para alcançar os objetivos? O processo de planejamento estratégico tem a finalidade de mapear o caminho a ser seguido até se definirem os resultados e se conduzirem os esforços para a concretização desses resultados através da gestão estratégica. MISSÃO, VISÃO E VALORES ORGANIZACIONAIS A primeira atividade do processo de planejamento estratégico, segundo os autores Idalberto Chiavenato e Arão Sapino, consiste em refletir sobre a intenção estratégica da organização em torno de algumas questões centrais e básicas apresentados nos itens 1 a 6 a seguir. Para facilitar sua compreensão, acrescentei a missão, visão e objetivos estabelecidos no planejamento estratégico da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Maranhão. É importante destacar essas orientações estratégicas foram formuladas para o período de 2008 a 2010 e as informações foram retiradas do portal do Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar de ser antiga, vale como exemplificação dos conceitos. 1) MISSÃO ORGANIZACIONAL – é a declaração do propósito e do alcance da organização em termos de produto e de mercado. Deve partir do pressuposto de que a organização como um todo se compromete com essa missão. Ela corresponde à causa pela qual se deve lutar, a razão de ser da organização. Qual é o negócio da organização? Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 27 negócios mostra a percepção das necessidades do mercado e os métodos pelos quais a organização pode satisfazê-las. Em seguida ocorre a GESTÃO DO CONHECIMENTO ESTRATÉGICO. Nesse momento é realizado o diagnóstico estratégico externo, diagnóstico estratégico interno e construção de cenários (previsões que estimulam a percepção de possíveis problemas para ensaiar possíveis respostas). O diagnóstico externo procura antecipar as oportunidades e ameaças do ambiente externo da organização. Já o diagnóstico interno visa avaliar a situação interna da organização, suas forças e fraquezas. Na terceira parte ocorre a FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA com a determinação dos fatores críticos de sucesso, definição dos modelos de apoio à decisão e das políticas de relacionamento. Esta é definida como um curso de ação com vistas a garantir que a organização alcance seus objetivos. Formular estratégias é projetar e selecionar estratégias que levem à realização dos objetivos organizacionais. O enfoque central está em como lidar satisfatoriamente com a concorrência. Assim que o ambiente tenha sido analisado e a diretriz organizacional estipulada, a administração é capaz de traçar cursos alternativos de ação em um esforço conhecido para assegurar o sucesso da organização. O processo de planejamento estratégico requer a construção de modelos a fim de chegar à fase de tomada de decisão. Após a elaboração de cenários de futuros plausíveis, a organização deve decidir o que representa ameaça ou oportunidade e cruzar essas decisões para avaliar quais seriam seus pontos fortes e fracos. Além disso, é importante identificar fatores críticos de sucesso que são as atividades chave do negócio que precisam ser bem feitas para que a organização possa atingir os seus objetivos. Outra determinação importante na formulação estratégica é desenvolver a fidelidade dos clientes mais valiosos e aumentar a lucratividade, essa é a base da política de relacionamento. Segundo o autor Chiavenato, há quatro passos chave para implementar uma política de relacionamento: Identificação dos clientes – conhecer os clientes no maior detalhe possível. Diferenciação dos clientes – em termos gerais, os clientes podem se diferenciar sob duas maneiras, eles representam níveis distintos de valor e têm necessidades diferentes. A partir do momento que os Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 28 clientes são identificados, diferenciá-los ajudará a focar os esforços de forma a gerar maior vantagem com os clientes mais valiosos. Interação com clientes – a eficácia da interação com clientes gera informações relevantes periodicamente que forneçam uma melhor visualização das necessidades do cliente ou um quadro mais preciso do seu valor. Personalização do comportamento da organização – para envolver um cliente em um relacionamento de aprendizado, a organização deve adaptar aspectos de seu comportamento para atender às necessidades específicas do cliente. Na IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA ocorre a operacionalização da estratégia pelo cascateamento dos objetivos estratégicos e globais em objetivos táticos e operacionais, governança corporativa e liderança estratégica e monitoração do desempenho organizacional. É importante que haja a participação de todos os envolvidos, principalmente da alta cúpula e das lideranças para que o processo consiga alcançar sua plenitude. A governança corporativa significa o relacionamento entre os investidores utilizado para determinar e controlar a direção estratégica e o desempenho de organizações. Possui o objetivo de garantir que os interesses dos gerentes e executivos de alto nível estejam alinhados com os dos acionistas da empresa. Na implementação das ações planejadas, colocam-se em ação as estratégias desenvolvidas logicamente que emergiram de etapas anteriores ao processo de administração estratégica. Sem a implementação efetiva da estratégia, as organizações são incapazes de obter os benefícios da realização de uma análise organizacional, do estabelecimento de uma diretriz organizacional e da formulação da estratégia organizacional. É necessário destacar que o processo de implementação dos planos estratégicos prevê as seguintes etapas: Estabelecer senso de urgência – antecipando-se às críticas ou às oportunidades potenciais e estabelecendoprazos para a realização dos objetivos definidos. Formar uma forte coalizão – incentivando os grupos de colaboradores e parceiros a atuarem como equipe, e não como grupo, e com autoridade para liderarem a mudança. Criar uma clara visão – criando uma visão de negócios que direcione o esforço de mudança, elaborando estratégias para a Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 30 ANÁLISE COMPETITIVA E ESTRATÉGIAS GENÉRICAS Podemos considerar a estratégia competitiva como a busca por uma posição competitiva favorável em uma indústria meio à concorrência. A estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência da indústria. MODELO DAS FORÇAS COMPETITIVAS DE PORTER Porter afirma que a geração de margem de uma organização depende da configuração das forças competitivas do setor. Para ele, a concorrência reduz a taxa de retorno sobre o capital investido num determinado setor. A taxa competitiva mais elevada motiva que surjam novos entrantes ou a ampliação da capacidade de atuação das empresas já instaladas no mercado. Dessa forma, a concorrência é proporcional ao retorno esperado do setor, fazendo com que as cinco forças competitivas identificadas por Porter determinem a intensidade da competitividade no setor e, consequentemente, a sua atratividade. Essas forças estão representadas na figura a seguir. Apresentam as situações que determinam a rivalidade dos setores considerando cada força competitiva. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 32 Acesso aos canais de distribuição - feito a partir de meios eficazes de distribuição dos produtos, e que inclui um forte relacionamento com distribuidores cuja finalidade é de gerar custos de mudanças para estes. 2. PODER DE BARGANHA DOS FORNECEDORES - Um grupo de fornecedores é considerado poderoso, com poder de barganha, quando: É constituído por um pequeno número de grandes organizações fornecedoras altamente concentradas. Não há produtos substitutos satisfatórios para o setor. As organizações não são consideradas clientes importantes para o grupo fornecedor. Os artigos do fornecedor são essenciais ao êxito do comprador no mercado. Os fornecedores representam uma ameaça de integrar-se para assumir a frente no setor dos compradores (um produtor de roupas pode optar por operar seus próprios canais de varejo). 3. PODER DE BARGANHA DOS COMPRADORES - o cliente ou grupo de compradores tem poder de barganha quando: Está adquirindo grande parte do total da produção do setor. O produto adquirido responde por uma parcela significativa dos custos do comprador. Os produtos da indústria não são diferenciados ou padronizados. O comprador pode apresentar uma ameaça concreta de integração para trás. A indústria automobilística está oferecendo um serviço de vendas nacionais on-line para oferecer serviços adicionais ao cliente. 4. AMEAÇA DE PRODUTOS SUBSTITUTOS - Produtos substitutos são os diferentes bens ou serviços que vêm de fora do setor e que desempenham as mesmas funções de um produto fabricado no setor. É o caso de recipientes plásticos no lugar de potes de vidro, sacos de papel em vez de sacos plásticos, chá substituindo café, entre outros. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 33 5. INTENSIDADE DA RIVALIDADE ENTRE OS CONCORRENTES - Em cada setor, há organizações que concorrem ativamente para alcançar competitividade estratégica. Os fatores influenciadores da intensidade da rivalidade entre as organizações são: Concorrentes numerosos ou igualmente equilibrados. Crescimento lento do setor. Custos fixos elevados. Capacidade aumentada em grandes incrementos. Concorrentes divergentes em termos de metas e estratégias. Apostas estratégicas elevadas. Barreiras de saída elevadas envolvendo ativos especializados (vinculados a um negócio específico), custos fixos de saída (como custos trabalhistas), inter-relacionamentos estratégicos (relações de dependência recíproca entre um negócio e outras partes das operações, como operações compartilhadas), barreiras emocionais (como lealdade aos funcionários) e limitações sociais e governamentais (preocupação com demissões). A análise das cinco forças de Porter deve indicar algumas conclusões, como por exemplo: Em quais indústrias entrar (ou sair)? – os gerentes devem investir em indústrias onde as cinco forças trabalham a seu favor e evitar ou reduzir o investimento em mercados onde as forças sejam fortemente contrárias. Qual influência pode ser exercida? – As organizações podem, por exemplo, criar barreiras de entrada ao aumentar o gasto em publicidade a fim de aumentar a lealdade do cliente. Podem adquirir concorrentes para diminuir a rivalidade e aumentar o poder sobre fornecedores ou compradores. Como os competidores são afetados de maneiras diferentes? – Se as barreiras ficam mais altas, por exemplo, pelo aumento dos gastos em P&D ou em publicidade, os atores menores na indústria talvez não sejam capazes de seguir os maiores e acabam postos para fora. É fundamental destacar que, embora tenha sua origem no setor privado, a análise das cinco forças pode também proporcionar conclusões importantes para o setor público. As forças podem ser usadas, por exemplo, para ajustar a Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 34 oferta de serviços ou o foco em assuntos estratégicos. Dessa forma, pode valer a pena transferir a iniciativa administrativa de uma área com serviços demasiados para outra com menos rivalidade, na qual as organizações possam realizar algo de maior relevo. Da mesma forma, as estratégias podem ser usadas para diminuir a dependência de fornecedores muito poderosos e dispendiosos, como as empresas de energia ou as profissões altamente especializadas. ESTRATÉGIAS GENÉRICAS DE PORTER Segundo Porter, embora uma empresa possa ter inúmeros pontos fortes e pontos fracos em comparação com seus concorrentes, existem dois tipos básicos de vantagem competitiva que uma empresa pode possuir: baixo custo e diferenciação. Os dois tipos básicos listados anteriormente, combinados com o escopo de atividades para as quais uma empresa procura obtê-los levam a três estratégias genéricas para alcançar o desempenho acima da média de uma indústria. Para Porter, as estratégias podem ser classificadas nas categorias: DIFERENCIAÇÃO – Desenvolvimento de produtos ou serviços únicos, com base na lealdade à marca e do cliente. Consiste em procurar projetar uma forte identidade própria para o serviço ou produto, que o torne nitidamente distinto dos produtos e serviços concorrentes. Isso significa enfatizar uma ou mais vantagens competitivas, como qualidade, serviço, prestígio para o consumidor, entre outros. LIDERANÇA DO CUSTO – busca liderança por meio do custo, o objetivo não é diferenciar-se dos concorrentes, mas oferecer um produtoou serviço mais barato. Esta estratégia visa ser o produtor de baixo custo da indústria, realizada através do ganho de experiência, do investimento em instalações para produção em grande escala, do uso de economias de escala e da monitoração cuidadosa dos custos operacionais totais. FOCO (enfoque) – a estratégia do foco, também chamada estratégia da concentração ou do nicho, consiste em escolher um nicho ou segmento do mercado e concentrar-se nele. Quando adota a estratégia do foco, a empresa procura dominar os recursos Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 36 Destaca-se que a vantagem competitiva existe quando as empresas conseguem defender-se contra as forças competitivas, manter seus clientes e crescer. Isto pode ser conseguido oferecendo-se bons produtos a preços baixos ou usando a diferenciação e, assim, oferecendo um produto melhor, pelo qual o consumidor estará disposto a pagar um preço melhor. A noção que fundamenta o conceito de estratégias genéricas é que vantagem competitiva está no âmago de qualquer estratégia e para obtê-la é preciso que uma empresa faça uma escolha. Se uma empresa deseja obter uma vantagem competitiva, ela deve fazer uma escolha sobre o tipo de vantagem competitiva que busca obter e sobre o escopo dentro do qual irá alcançá-la. CADEIA DE VALOR DE PORTER A cadeia de valor desagrega uma empresa nas suas atividades de relevância estratégica para que se possa compreender o comportamento dos custos e potenciais de diferenciação. Segundo Porter, toda empresa consiste em uma síntese de atividades executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar um produto. Porter identificou nove atividades criadoras de valor que consistem em cinco atividades principais (primárias) e quatro de suporte (apoio). As atividades primárias estão diretamente envolvidas no fluxo de produtos até o cliente e incluem logística de entrada (recebimento, armazenagem, entre outros), operações (ou transformações), logística de saída (processamento de pedidos, distribuição física, etc.), marketing e vendas de serviços (instalações, reparos, etc.). Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 40 VACA LEITEIRA - os lucros e a geração de caixa são altos. Como o crescimento do mercado é baixo, não são necessários grandes investimentos. Pode ser a base de uma empresa, já que a empresa detém uma quota de mercado considerável. ABACAXI - também conhecido como “cão” ou “vira-lata”, é a situação em que o crescimento é baixo e a participação de mercado é baixa. É uma das piores situações que uma empresa ou produto pode enfrentar. Nesta situação, se os produtos não estão gerando lucro, o melhor é descontinuá-los. Atenção! Muitos produtos apresentam momentos diferentes durante o ciclo de vida e, por isso, mudam de posição na matriz BCG. Normalmente iniciam-se como pontos de interrogação e, se aumentarem a participação de mercado, passarão a ser considerados estrelas. À medida que o crescimento de mercado se torna mais lento, passarão a ser classificados como vacas leiteiras (altos lucros) e o investimento alocado a esses produtos irá diminuir, pois o excesso de caixa será utilizado em outros produtos estrelas ou pontos de interrogação. Por fim, muitos produtos ao final do seu ciclo de vida tornam-se abacaxis. SISTEMA DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO ORGANIZACIONAL. Os indicadores são instrumentos de gestão essenciais nas atividades de monitoramento e avaliação das organizações, assim como seus projetos, programas e políticas, pois permitem acompanhar o alcance das metas, identificar avanços, melhorias de qualidade, correção de problemas, necessidades de mudança, entre outros. Os indicadores de desempenho possuem um papel fundamental, pois fornecem dados para a análise de processos e implementação de melhorias e são instrumentos que guia o processo na direção estabelecida pelo planejamento estratégico. Porém, o planejamento estratégico e indicadores de desempenho utilizados de forma isolada podem não prover melhorias se esses não estiverem alinhados. Observa-se que o planejamento estratégico de forma isolada não é eficaz para a melhoria da competitividade das empresas, e que um sistema de avaliação de desempenho é fundamental para gerenciamento e melhoria de Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 41 processos. Um sistema de avaliação de desempenho consiste em um conjunto de indicadores de desempenho organizados de forma a permitir o gerenciamento dos processos de forma integrada, alinhados com os objetivos estratégicos da organização. Assim sendo, pode-se dizer que os indicadores possuem, minimamente, duas funções básicas: a primeira é descrever por meio da geração de informações o estado real dos acontecimentos e o seu comportamento; a segunda é de caráter valorativo que consiste em analisar as informações presentes com base nas anteriores de forma a realizar proposições valorativas. De forma geral, os indicadores não são simplesmente números, ou seja, são atribuições de valor a objetivos, acontecimentos ou situações, de acordo com regras, que possam ser aplicados critérios de avaliação, como, por exemplo, eficácia, efetividade e eficiência. Uma combinação dos elementos da cadeia de valor com as dimensões do desempenho permite identificar seis categorias básicas de indicadores de desempenho: Efetividade são os impactos gerados pelos produtos/serviços, processos ou projetos. A efetividade está vinculada ao grau de satisfação ou ainda ao valor agregado, a transformação produzida no contexto em geral. Esta classe de indicadores, mais difícil de ser mensurada (dada a natureza dos dados e o caráter temporal), está relacionada com a missão da instituição. Por exemplo, se uma campanha de vacinação realmente imunizar e diminuiu a incidência de determinada doença entre as crianças, a campanha foi efetiva. Indicadores de efetividade podem ser encontrados na dimensão estratégica do Plano Plurianual (PPA); Eficácia é a quantidade e qualidade de produtos e serviços entregues ao usuário (beneficiário direto dos produtos e serviços da organização). Por exemplo, se, na mesma campanha citada, a meta de vacinação é imunizar 100.000 crianças e este número foi alcançado ou superado, a campanha foi eficaz. Indicadores de eficácia podem ser definidos a partir da Carta de Serviços do órgão; Eficiência é a relação entre os produtos/serviços gerados (outputs) com os insumos utilizados, relacionando o que foi entregue e o que foi consumido de recursos, usualmente sob a forma de custos ou produtividade. Por exemplo: uma campanha de vacinação é mais eficiente quanto menor for o custo, ou seja, quanto menor for o custo da campanha, mantendo-se os objetivos propostos. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 42 Execução refere-se à realização dos processos, projetos e planos de ação conforme estabelecidos. Excelência éa conformidade a critérios e padrões de qualidade/excelência para a realização dos processos, atividades e projetos na busca da melhor execução e economicidade; sendo um elemento transversal. Economicidade está alinhada ao conceito de obtenção e uso de recursos com o menor ônus possível, dentro dos requisitos e da quantidade exigidas pelo input, gerindo adequadamente os recursos financeiros e físicos. Indicadores de economicidade podem ser encontrados nas unidades de suprimentos. Dessa forma, podemos considerar que os principais objetivos dos indicadores são: Mensurar os resultados e gerir o desempenho; Embasar a análise crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada decisão; Contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais; Facilitar o planejamento e o controle do desempenho; e Viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização e do desempenho de diversas organizações atuantes em áreas ou ambientes semelhantes. Os indicadores devem ser especificados por meio de métricas estatísticas, comumente formados por porcentagem, média, número bruto, proporção e índice. Os componentes básicos de um indicador são: MEDIDA - grandeza qualitativa ou quantitativa que permite classificar as características, resultados e consequências dos produtos, processos ou sistemas; FÓRMULA - padrão matemático que expressa à forma de realização do cálculo; ÍNDICE (NÚMERO) - valor de um indicador em determinado momento; PADRÃO DE COMPARAÇÃO - índice arbitrário e aceitável para uma avaliação comparativa de padrão de cumprimento; Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 43 METAS ESTRATÉGICAS - índice (número) orientado por um indicador em relação a um padrão de comparação a ser alcançado durante certo período. A meta é uma expressão numérica que representa o estado futuro de desempenho desejado. Todos os indicadores de desempenho devem ter metas, podendo ser definida mais de uma meta por indicador. As metas têm como objetivo serem suficientes para assegurar a efetiva implementação da estratégia. Na identificação e seleção de um indicador é importante considerar um conjunto de critérios básicos, para garantir a sua posterior operacionalização. Os critérios centrais para um indicador são: Seletividade ou importância - fornece informações sobre as principais variáveis estratégicas e prioridades definidas de ações, produtos ou impactos esperados; Simplicidade, clareza, inteligibilidade e comunicabilidade - os indicadores devem ser simples e compreensíveis, capazes de levar a mensagem e o significado. Os nomes e expressões devem ser facilmente compreendidos e conhecidos por todos os públicos interessados; Representatividade, confiabilidade e sensibilidade - capacidade de demonstrar a mais importante e crítica etapa de um processo, projeto etc. Os dados devem ser precisos, capazes de responder aos objetivos e coletados na fonte de dados correta e devem refletir tempestivamente os efeitos decorrentes das intervenções; Investigativos - os dados devem ser fáceis de analisar, sejam estes para registro ou para reter informações e permitir juízos de valor; Comparabilidade - os indicadores devem ser facilmente comparáveis com as referências internas ou externas, bem como séries históricas de acontecimentos; Estabilidade - procedimentos gerados de forma sistemática e constante, sem muitas alterações e complexidades, uma vez que é relevante manter o padrão e permitir a série-histórica; Custo-efetividade - projetado para ser factível e economicamente viável. Os benefícios em relação aos custos devem satisfazer todos os outros demais níveis. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 44 Nem todas as informações devem ser mensuradas, é preciso avaliar os benefícios gerados em detrimento do ônus despendido. Além disso, é necessário identificar se a escolha do indicador atende às expectativas de seus públicos de interesse, como os órgãos setoriais, órgãos centrais, órgãos de controle e outros possíveis interessados, de modo a assegurar a relevância do indicador proposto. A formulação de indicadores pode ser realizada por um conjunto de passos necessários para assegurar que os princípios da qualidade e do sistema de medição do desempenho estejam em conformidade com o desejado pela organização. Os passos são: Identificação do nível, dimensão, subdimensão e objetos de mensuração; Estabelecimento dos indicadores de desempenho; Validação preliminar dos indicadores com as partes interessadas; Construção de fórmulas, estabelecimento de metas e notas; Definição de responsáveis pela apuração dos indicadores; Geração de sistemas de coleta de dados; Ponderação e validação final dos indicadores com as partes interessadas; Mensuração dos resultados pretendidos; Análise e interpretação dos indicadores; e Comunicação do desempenho e gerir mudança. Alguns trechos foram retirados do Guia Referencial para Medição do Desempenho da Gestão disponibilizado pelo Ministério do Planejamento. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 45 BALANCED SCORECARD Um sistema contemporâneo de gestão, chamado Balanced Scorecard (BSC), foi proposto por Kaplan e Norton. Representa uma modalidade de gestão centrada no futuro da organização e nos caminhos a serem seguidos, o que a transforma em um sistema de gestão estratégica. O BSC é uma metodologia baseada no equilíbrio organizacional e se fundamenta no balanceamento entre quatro diferentes perspectivas de objetivos: Perspectiva FINANCEIRA – como a organização é vista pelos acionistas, proprietários e investidores. Essa perspectiva visa verificar se a estratégia organizacional está contribuindo para os resultados. Exemplos: retorno sobre o investimento, receita operacional, valor econômico agregado, entre outros. Perspectiva do CLIENTE – como a organização é vista pelo cliente e como atendê-lo da melhor maneira possível. Verifica se os serviços prestados estão de acordo com a missão da empresa. Exemplos: satisfação do cliente, retenção de clientes, aquisição de novos clientes, lucratividade dos clientes, participação em contas nos segmentos-alvo, entre outros. Perspectiva dos PROCESSOS INTERNOS – os executivos identificam os processos críticos nos quais a empresa deve alcançar a excelência. Esses processos permitem que as unidades de negócios ofereçam as propostas de valor capazes de atrair e reter clientes em segmentos-alvo de mercado, satisfaça às expectativas que os acionistas têm de excelentes retornos financeiros. Esse modelo inclui processos como inovação, operações e serviço de pós-venda. Perspectiva do APRENDIZADO E CRESCIMENTO – Qual a capacidade da organização para a melhoria contínua, aprendendo e se desenvolvendo para garantir o crescimento. Considera as pessoas em termos de capacidades, competências, motivação, alinhamento e estrutura organizacional em termos de investimentos no seu futuro. Exemplos: satisfação, retenção, treinamento e habilidades dos funcionários. Segundo Kaplan e Norton, o sistema de gestão de desempenhoBSC proporciona uma visão abrangente do desempenho da empresa, pois contempla tanto indicadores financeiros quanto não financeiros. Isso facilita o acompanhamento dos resultados, objetivando alcançar as metas traçadas. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 47 indicadores não financeiros, como a qualidade do produto ou serviço, direcionam os indicadores financeiros, como a de rentabilidade. É muito importante compreender que todo indicador selecionado para um BSC deve fazer parte de uma cadeia de relações de causa e efeito que termina em objetivos financeiros e representa um tema estratégico para a unidade de negócios. Etapas de elaboração do BSC: 1) Definição da estratégia – determinação dos objetivos de longo prazo da empresa. Nesta etapa a empresa realiza o diagnóstico de seus ambientes externos e internos e avalia suas vantagens e desvantagens competitivas. Como resultado, define seus objetivos e as estratégias para atingi-los. Em seguida a estratégia deverá ser descrita e comunicada para a organização de maneira significativa através de um mapa estratégico. 2) Montagem do mapa da estratégia – significa desdobrar a estratégia nas perspectivas básicas (financeira, cliente, processos internos, inovação). O Balanced Scorecard inclui Mapas Estratégicos, recurso gráfico para ajudar a comunicar uma visão unificada da estratégia. Eles ajudam as pessoas a entenderem a lógica e a inteligência da estratégia e como os diferentes objetivos se relacionam. Os mapas estratégicos fornecem a cada unidade e indivíduo uma visão de como seus objetivos, projetos e realizações contribuem para o sucesso da estratégia global da empresa. 3) Montagem do BSC – traduz a estratégia em termos operacionais para que ela seja executada adequadamente. Nesta etapa os objetivos estratégicos são desdobrados em objetivos e planos de ação ao longo da cadeia de comando da organização. O mapa estratégico fornece a representação visual para a integração dos objetivos da organização nas quatro perspectivas do BSC. Ilustra as relações de causa e efeito que conectam os resultados almejados na perspectiva do cliente e na perspectiva financeira ao desempenho notável nos processos internos críticos. Esses processos críticos criam e cumprem a proposição de valor da organização para os clientes-alvo e também promovem os objetivos de produtividade da organização na perspectiva financeira. Além disso, o mapa estratégico identifica as competências específicas dos ativos intangíveis da organização – capital humano, capital da informação e capital da organização – necessários para o desempenho excepcional nos processos internos críticos. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 53 A empresa também pode ter uma grande oportunidade no mercado e estar sujeita às limitações devido às fraquezas internas. Um bom exemplo é quando um cliente contrata a organização para fornecer grande quantidade de produtos (oportunidade), mas a empresa possui fraquezas em relação ao maquinário visto que não possui equipamento capaz de produzir toda a demanda. (CESPE/ TJ – RR/ ADMINISTRADOR/ 2012) Acerca dos planejamentos estratégico, tático e operacional bem como da estrutura e do controle organizacionais, julgue os itens seguintes. A participação da organização no mercado bem como a dos clientes e dos produtos e serviços no seu faturamento são elementos importantes para a construção de uma análise de desempenho organizacional e permitem identificar os pontos fortes e fracos da organização, o que contribui para a construção de uma matriz SWOT. Comentários: Inicialmente a banca publicou o gabarito CERTO e, após recursos, considerou a questão ERRADA. Segue a justificativa publicada para a alteração do gabarito: “Ao contrário do afirmado no item, a identificação de pontos fracos e fortes da organização não é atributo dos elementos importantes para a construção de análise de desempenho organizacional, motivo suficiente para alteração do gabarito do item.” Gabarito: ERRADO REDES E ALIANÇAS As modernas organizações estão sofrendo uma total ruptura com relação aos velhos padrões tradicionais. A organização tradicional representada pelo organograma tradicional está passando por mudanças. Cada vez mais, as organizações estão focalizando suas energias, tempos e recursos naquilo que tem mais valor: o seu ativo intangível que lhes proporciona inteligência competitiva. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 54 A flexibilidade busca que a organização realize ajustes internos (na estrutura organizacional, na tecnologia, entre outros) em função das mudanças ambientais e no contexto em que se situa. Os fortalecimentos organizacionais e mudanças na estrutura têm ocorrido com algumas características: As organizações estão operando cada vez mais em redes (networks). Nesses mecanismos de rede, pequenos núcleos de grandes cérebros criarão negócios de grande porte através de sua capacidade de concentração, formação de empresas em rede e desenvolvimento de marca. O ativo intangível dessas redes será uma parcela cada vez menor do valor global do negócio estruturado. Para Casarotto e Pires, redes de empresas são a formação de alianças entre empresas como forma de diminuir os risco e, ganhar sinergia e juntar esforços em funções em que se necessita de uma escala maior e mais capacidade inovativa para sua viabilidade competitiva. Segundo Labombe, aliança pode ser definida como uma associação, de curta ou longa duração, entre duas ou mais empresas com interesses comuns. Em uma aliança, as empresas cooperam em função de uma necessidade mútua e compartilham habilidades e riscos de atingir um fim comum. Já aliança estratégica é a associação com uma estratégia de negócios, que dá forma e estrutura à aliança. Possui uma visão que orienta sua gestão e conta com uma infraestrutura interna que a sustenta. Quais são as características a que deve satisfazer uma aliança estratégica? As alianças estratégicas devem possuir três características necessárias e suficientes: As duas ou mais firmas que se unem para alcançar um conjunto de resultados permanecem independentes após a formação da aliança. As empresas associadas partilham os benefícios da aliança e do controle sobre o desempenho das tarefas designadas. As empresas associadas contribuem numa base contínua em uma ou mais áreas chave estratégicas, por exemplo, tecnologia e produtos. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 55 Destacam-se três tipos de alianças em função dos tipos de negócios: Alianças entre as empresas e seus fornecedores ou distribuidores Alianças entre competidores do mesmo país ou de outro Alianças entre empresas com negócios pouco relacionados e operando, às vezes, em países diferentes Seguem as principais armadilhas no gerenciamento das alianças: Abordagem ad hoc – eternaimprovisação é o comportamento mais comum entre as empresas. Confiança em poucos representantes – o conhecimento aprendido sobre a formação de alianças fica concentrado nas mãos de um ou dois especialistas, chamados durante as negociações para agir como depositários das informações sobre a aliança. Síndrome da torre de marfim – criação de uma comunicação de “pensadores” de alianças, vêem a administração das alianças como uma arte acadêmica, que só pode ser dominada por especialistas. Complexo do não foi inventado aqui – incapacidade de manter a mente aberta e aprender com os outros. As empresas que conseguem formar alianças com sucesso fazem avaliações periódicas de suas capacidades e prioridades. Estrutura padrão – incapacidade de escolher a estrutura certa. É preciso saber adaptar a estrutura de gerenciamento de alianças a cada empresa, pois as questões críticas, os desafios e os níveis de liberdade diferem muito de uma para outra. Após toda essa análise sobre alianças, ressalto que a flexibilidade é uma de suas maiores propriedades, já que algumas podem auto arranjar-se de acordo com as suas necessidades. Outras vantagens se destacam como a diluição do risco e compartilhamento de recursos para se evitar a duplicação de esforços e maior acesso ao Know-how e às informações por meio de relações de colaboração. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 56 ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS A Administração por Objetivos (APO) ou Administração por Resultados, surgiu em 1954 quando o autor Peter Drucker publicou um livro o assunto. Com a APO, a ênfase, antes voltada para as atividades-meio, foi deslocada para os objetivos ou finalidades da empresa. A administração por objetivos é um processo pelo qual gerentes e subordinados identificam objetivos comuns, definem as áreas de responsabilidade de cada um em termos de resultados esperados e utilizam esses objetivos como guias para sua atividade. Funciona como uma abordagem amigável, democrática e participativa, pois é um método no qual as metas são definidas em conjunto pelo gerente e subordinado, as responsabilidades são especificadas para cada um em função dos resultados esperados, que passam a constituir os padrões de desempenho sob os quais ambos serão avaliados. A administração por objetivos (APO) trabalha da seguinte forma: Gerente e subordinado se reúnem e formulam de forma consensual os objetivos de desempenho para o subordinado. O gerente se compromete a proporcionar apoio e recursos necessários e cobra os resultados dos subordinados. O subordinado passa a trabalhar para desempenhar metas. Periodicamente, gerente e subordinado se reúnem e avaliam os resultados. A partir da avaliação conjunta, os objetivos são reavaliados ou redimensionados, bem como os meios e os recursos necessários. O mais importante que você precisa conhecer sobre APO são as seguintes características: Estabelecimento conjunto de objetivos entre o gerente e o subordinado Estabelecimento de objetivos para cada departamento ou posição Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 57 São determinadas as metas que o gerente e o subordinado deverão alcançar. Os objetivos deverão ser quantificados e com prazos definidos. Interligação entre os vários objetivos departamentais Os objetivos entre os diferentes departamentos devem ser correlacionados. Ênfase na mensuração e no controle de resultados Após a definição dos objetivos, gerentes e subordinados definem planos táticos e operacionais para alcançá-los. Em todos os planos táticos e operacionais, a APO enfatiza a quantificação, a mensuração e o controle. Contínua avaliação, revisão e reciclagem dos planos Os processos são avaliados e revistos a fim de que providências sejam tomadas e novos objetivos sejam fixados para o período seguinte. Participação atuante das gerências e dos subordinados Apoio intensivo do staff O staff é responsável pela coordenação e integração dos esforços. Segundo Chiavenato, na Administração por Objetivos, todas as gerências de uma organização estabelecem metas para suas administrações no início de cada período em consonância com as metas gerais da organização. Um objetivo é um enunciado escrito sobre resultados a serem alcançados num período determinado. O objetivo deve ser quantificado, difícil, relevante e comparável. A importância dos objetivos pode ser avaliada pelos seguintes aspectos: Os objetivos proporcionam uma diretriz ou uma finalidade comum. Permitem o trabalho em equipe e eliminam as tendências egocêntricas de grupos existentes na organização. Melhoram as possibilidades de previsão do futuro. A organização deve dirigir o seu destino, em vez de submeter-se a fatalidades ou ao acaso. Quando os recursos são escassos, os objetivos ajudam a orientar e prever a sua distribuição criteriosa. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 59 Chiavenato também define decisão que é o processo de análise e escolha entre as alternativas disponíveis de cursos de ação que a pessoa deverá seguir. Segundo o autor, toda decisão envolve seis elementos: Tomador de decisão – pessoa responsável por tomar a decisão Objetivos que pretende alcançar Preferências – são os critérios usados na escolha Estratégias – é o curso de ação que o tomador escolhe para atingir seus objetivos Situação – são os aspectos do ambiente que envolve o tomador de decisão, alguns deles fora do seu controle e que afeta sua escolha Resultado – consequência de uma dada estratégia Já as decisões estratégicas envolvem a definição do negócio, sua alteração ou, pelo menos, uma mudança no rumo dos negócios. São consideradas decisões com impactos a longo prazo e grande dificuldade de serem desfeitas. Segundo Maximiano, Herbert Simon, nos anos 60, fez uma contribuição de grande importância para o trabalho dos gerentes. De acordo com Simon, administrar é sinônimo de tomar decisões. Essencialmente, toda ação gerencial tem natureza decisória. O processo de tomar decisões é composto por três fases e cada fase é um processo decisório em si, assim como a implementação das decisões. Intelecção ou prospecção - análise de um problema ou situação que requer solução. Concepção - criação de alternativas de solução para o problema ou situação. Decisão - julgamento e escolha de uma alternativa. Idealmente, as decisões gerenciais, de acordo com Simon, têm sua base na teoria econômica tradicional, que pressupõe a maximização dos ganhos por meio da racionalidade. Ou seja, os gerentes (e as pessoas, de forma geral) procuram agir segundo o modelo do homem econômico, que consegue lidar com toda a complexidade do mundo e reduzi-la a variáveis controladas. O homem econômico seleciona o melhor curso de ação, dentre todas as possibilidades, de modo a aproveitar todas as vantagens. O modelo simplifica pensamento e ação, já que a racionalidade tem limites e não é possível Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativoe Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 61 sempre que o estoque de material disponível atingir um nível mínimo. Essas decisões são consideradas programadas porque não há necessidade de fazer repetidamente novas avaliações sobre o que deve ser feito. Por outro lado, nas decisões não programadas ocorrem quando não existem regras de decisões porque a situação é inesperada ou incerta, e faltam aos administradores as informações necessárias para elaborar regras que a comtemplem. Destaco como exemplo a decisão da organização em investir em um novo tipo de tecnologia. Diferentemente de Herbert, Maximiano classifica as decisões em: Programadas: aplicam-se a problemas repetitivos; Não programadas: aplicam-se a problemas que não são familiares; Estratégicas: escolhem objetivos para a organização; Administrativas: colocam decisões estratégicas em prática; Operacionais: definem meios e recursos; Individuais: são tomadas unilateralmente; Coletivas: são tomadas em grupo; Satisfatórias: qualquer alternativa serve; Maximizadas: procuram o melhor resultado possível; Otimizadas: equilibram vantagens e desvantagens de diversas alternativas. De acordo com Heller, as decisões ainda podem ser classificadas quanto às suas características: Irreversível: a decisão não tem volta como, por exemplo, a assinatura de um contrato de compra e venda de uma empresa; Reversível: a decisão pode sofrer mudança radical, seja antes, durante ou após a chegada a uma conclusão; Experimental: a decisão só é considerada final quando surgem os primeiros resultados satisfatórios; Tentativa e Erro: mudanças de planos passam a ocorrer se fatos concretos levam a alterações de curso; Por Etapas: após os passos iniciais, as decisões são tomadas, uma após a outra, em etapas previamente determinadas; Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 62 Cautelosa: enfatiza os eventuais problemas futuros; os responsáveis pela decisão privilegiam a segurança; Condicional: uma decisão em aberto, que admite alterações caso surja esta ou aquela circunstância prevista; Tática: a decisão é adiada até que surjam as circunstâncias ideais para que ela tenha o efeito esperado. Para muitas decisões, é possível estruturar um processo decisório que orienta a forma de se chegar à melhor alternativa. Existem muitos estudos definindo as etapas do processo decisório estruturado. Podemos enumerar as seguintes etapas desse processo: Identificação de sintomas e sinais que indicam existência de problemas a ser resolvido ou oportunidade a ser aproveitada. Análise do tipo de problema ou da oportunidade existente – identificação das verdadeiras causas do problema ou oportunidade e das dificuldades que impedem a obtenção de resultados melhores. Identificação de soluções alternativas – pesquisa das possibilidades para eliminar as causas do problema ou das dificuldades para aproveitar as oportunidades existentes. O brainstorming pode ser considerado uma das formas de pesquisar soluções. É a técnica em que um grupo de pessoas reunidas em círculo, ou em volta de uma mesa, gera tantas alternativas quantas forem possíveis, sem crítica prévia à sua validade, pois uma alternativa fora da realidade pode lembrar a outras pessoas do grupo alternativas que não teriam vindo à tona. Análise das soluções alternativas e considerações sobre as suas consequências – o administrador deve saber avaliar dentre as alternativas quais as que proporcionam maiores vantagens ou benefícios, ao menor custo e com riscos aceitáveis. Avaliação das alternativas e escolha da mais adequada – deve-se analisar não só os custos e benefícios de cada alternativa a ser adotada, como também os seguintes aspectos: os riscos previsíveis, os benefícios e os custos não financeiros, o momento certo e as limitações de recursos e a possibilidade de uso desses recursos para solucionar outros problemas ou aproveitar outras situações mais vantajosas. Comunicação da decisão escolhida. Acompanhamento das ações necessárias à implantação da decisão e, se for o caso, tomada de ações corretivas. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 63 Há cinco tipos de ações e técnicas de análise e solução de problemas: Ação provisória – propicia ao administrador tempo para descobrir a causa de um problema. Ação adaptativa – permite ao administrador aceitar os efeitos toleráveis de um problema ou os de uma causa que não pode ser erradicada. Ação corretiva – elimina a causa conhecida do problema. Ação preventiva – elimina a possível causa de um problema ou reduz sua probabilidade. Ação contingente – proporciona providências para compensar ou minimizar os efeitos de um problema potencial sério. Além disso, destacam-se alguns erros frequentes e fatores que afetam a tomada de decisão: Precipitação Cegueira estrutural – partir para resolver o problema errado, porque foi criada uma estrutura mental para decisões, com pouco pensamento, que faz com que se descartem as melhores opções ou objetivos importantes. Falta de referências de controle – incapacidade de conscientemente definir o problema de mais de uma forma ou ser indevidamente influenciado pelos outros. Excesso de confiança no julgamento – não coletar informações importantes por acreditar de forma segura nas suas hipóteses e opiniões. Uso de atalhos míopes – confiar de forma inapropriada em métodos empíricos. Agir sem sistematização – acreditar que é possível memorizar todas as informações e precipitar a decisão. Condução inadequada de um grupo – supor que com muitas pessoas capazes envolvidas, escolhas boas são inevitáveis. Auto engano sobre o feedback – incapacidade de interpretar as evidências de acontecimentos passados pelo que elas realmente significam, geralmente para proteger o ego. Não acompanhar os resultados da decisão Falta de auditoria do processo decisório – não criar uma abordagem organizada para compreender suas próprias decisões. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 01 – Processo Administrativo e Processo de Planejamento Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 66 Lista de Questões Comentadas QUESTÕES CESPE 1. (CESPE/ SEGER – ES/ ANALISTA DO EXECUTIVO – ADMINISTRAÇÃO/ 2013) O tipo de planejamento que faz parte do processo de desdobramento do plano estratégico de uma organização, determinando ações especializadas de produção, recursos humanos, financeiros e de marketing, é o A intermitente. B gerencial. C operacional. D tático. E singular. Comentários: Questão correta! No nível estratégico, temos o planejamento estratégico. No nível tático, destacam-se planejamentos de produção, recursos humanos, financeiros e de marketing. Já os desdobramentos do planejamento de produção em planejamentos operacionais, geram planos como, por exemplo, planos de produção, plano de manutenção, plano de abastecimento, entre outros. Gabarito: letra D 2. (CESPE/ ANP/ ANALISTA ADMINISTRATIVO – ÁREA I/ 2013) Com relação às características do planejamento, julgue os itens seguintes. O planejamento permite aos gestores saberem o que o futuro reserva
Compartilhar