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* * DPOC Fisioterapia Pneumológica I Ft. Esp. Bárbara Schiavon Bortolin Anhanguera Educacional S/A Faculdade Anhanguera de Rio Claro * * GAVA, M. V.; PICANÇO, P. S. A. Fisioterapia Pneumológica. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2007. TARANTINO, A. B. Doenças pulmonares. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. TECKLIN, J. S.; IRWIN, S. Fisioterapia Cardiopulmonar. 3ª ed. Barueri: Manole, 2003. SCANLAN, G. L.; WILKINS, R. L.; STOLLER, J. K. Fundamentos da Terapia Respiratória de EGAN. 7ª ed. São Paulo: Manole, 2000. SARMENTO, G. J. Fisioterapia Respiratória no Paciente Crítico. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2007. * * Introdução DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica Um dos maiores problemas de saúde pública Grande morbidade e mortalidade Terceira causa de morte por volta de 2020 6 milhões de pessoas no Brasil 12% diagnosticados 18% recebem tratamento * * Definição Doença caracterizada por limitação do fluxo aéreo Não totalmente reversível Progressiva Resposta inflamatória anormal à partículas e gases Combinação de enfisema com bronquite Difícil separar um do outro Predominância variável na população * * Definição Enfisema pulmonar Alteração parênquima Alargamento anormal e permanente dos espaços aéreos distais Destruição de alvéolos sem fibrose Bronquite crônica Alterações brônquicas devido processo inflamatório Presença constante ou aumento recorrente de secreção com expectoração 3 meses por ano, por 2 anos consecutivos * * Fisiopatologia * * Fisiopatologia Uma das principais causas é a fumaça do cigarro, que pode gerar inflamação, lesando os pulmões O tabagismo leva ao DPOC por desequilíbrio dos sistemas enzimáticos e limitação do fluxo aéreo Deficiência do transporte mucociliar, aumento de secreção e estreitamento brônquico Destruição de parênquima por desequilíbrio de proteases e antiproteases * * Fisiopatologia A elastina é destruída pela ação proteolítica da elastase A elastase é transportada por neutrófilos e liberada após a morte ou fagocitose O cigarro aumenta a quantidade de elastase e estimula produção de protease Cigarro: aumenta elastase, inativa inibidores da elastase e bloqueia neoformação de elastina * * Fisiopatologia Inflamação crônica aumenta macrófagos, linfócitos T e neutrófilos Liberação de mediadores que lesão estruturas pulmonares e sustentam inflamação neurofílica Desequilíbrio entre proteinases e antiproteinases e o estresse oxidativo podem causar DPOC Alterações nas vias aéreas centrais, vias aéreas periféricas, parênquima pulmonar e vascularização * * Fisiopatologia Vias aéreas centrais Penetram a superfície epitelial Expansão das glândulas mucosas secretoras Aumento no número de células caliciformes Hipersecreção mucosa Vias aéreas periféricas Inflamação crônica Repetidos ciclos de lesão e recuperação da parede Remodelação estrutural Aumento do colágeno e formação de tecido cicatricial Estreitamento do lúmen e obstrução fixa das vias aéreas * * Fisiopatologia Parênquima pulmonar Dilatação e destruição dos bronquíolos respiratórios Casos mais leves: regiões mais superiores Destruição do leito capilar Vascularização Espessamento da parede dos vasos Primeiro camada íntima, depois músculo liso e infiltração da parede Com o avanço da inflamação, aumento da produção dos proteoglicanos e colágeno * * Fatores de risco Tabagismo Poluição atmosférica Exposição ocupacional Poluição intradomiciliar Deficiência alfa-1-antitripsina Hiperresponsividade brônquica Alcoolismo Sexo/idade/raça * * Sinais e sintomas Hipersecreção Disfunção ciliar Limitação do fluxo aéreo Hiperinsuflação pulmonar Anormalidades na troca gasosa Hipertensão pulmonar Cor pulmonale * * Sinais e sintomas Hiperinsuflação leva a dispnéia Desequilíbrio entre necessidade ventilatória aumentada e limitação da capacidade respiratória Agrava-se com atividade física Piora progressiva da qualidade de vida * * Sinais e sintomas Necessidade ventilatória aumentada Anormalidades ventilação-perfusão Aumento da relação espaço morto/volume corrente Hipoxemia arterial Aumento comando neural (hipercapnia e hipoxemia) Limitação da capacidade respiratória Aumento do trabalho respiratório (obstrução) fadiga músculos respiratórios Hiperinsuflação desvantagem mecânica * * Sinais e sintomas Perda do condicionamento muscular Limitação ventilatória Limitação cardiovascualr e nutricional Fatores psicológicos Doenças associadas Inatividade do paciente * * DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA DESNUTRIÇÃO LIMITAÇÃO CARDIOVASCULAR FATORES PSICOLÓGICOS LIMITAÇÃO VENTILATÓRIA ANAEROBIOSE A ESFORÇOS MEDO DA DISPNÉIA DIMINUIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA DESCONDICIONAMENTO MUSCULAR CADA VEZ MAIOR * * Sinais e sintomas Redução da capacidade das trocas gasosas Hipoxemia e hipercapnia Obstrução da vias aéreas e destruição de parênquima Hipertensão pulmonar Cor pulmonale Mal prognóstico Falência cardíaca direita Descondicionamento físico * * Sinais e sintomas Disfunção musculoesquelética Alteração da estrutura e função muscular Hipóxia tecidual Modificação da bioenergética Estresse oxidativo Radicais livres exógenos Fadiga muscular Ativação proteólise muscular * * Sinais e sintomas Disfunção musculoesquelética Diminuição da massa muscular Fraqueza músculos periféricos Diminuição da força e endurance Limitação fluxo expiratório Fraqueza MMII maior que MMSS Fraqueza maior em músculos proximais dos MMSS Causas: hipóxia, hipercapnia, inflamação, má nutrição crônica, diminuição da massa de proteínas * * Sinais e sintomas Sobrevida curta Declínio função pulmonar Volume expiratório no primeiro segundo (VEF1) cai a menos de 0,75L, mortalidade atinge 30% em uma ano Depressão e ansiedade Problemas físicos, psicológicos e sociais Doença sistêmica Incapacidade Perda produtividade Piora qualidade de vida * * Sinais e sintomas DPOC moderada-grave Limitação de trabalho Limitação exercícios Limitação hobbies DPOC avançada Limitação AVDs Restrição social * * Clínica Queixa principal: falta de ar Nem sempre acompanhada de tosse produtiva Primeiro sinal: dispnéia Ler em voz alta, caminhar mais acelerado Não piora com decúbito Dois tipos de DPOC Magro, tipo PP – Pink Puffer (soprador rosado) Gordo, tipo BB – Blue Bloater (pletórico cianótico) * * PP BB * * PP BB * * PP BB * * “DOM QUIXOTE E SANCHO PANÇA” PP BB * * Exame físico - Inspeção PP Longilíneo e magro 50 a 70 anos Emagrecimento acentuado Face angustiada Pele corada Inclina tronco para frente e apoia as mãos Lábios semicerrados Em pé, ombros elevados e braços afastados do tórax * * Exame físico - Inspeção BB Brevilíneo 40 a 50 anos Foras das crises, capacidade física normal Nos surtos, mantêm-se no leito, recostado e com cabeceira elevada Sonolento Cianótico Dispnéia moderada * * Exame físico - Palpação PP Mobilidade quase total Frêmito diminuído ou quase abolido BB Alteração discreta, dados próximos do normal * * Exame físico - Percussão PP Hipersonoridade difusa BB Fora das crises, os dados são irrelevantes * * Exame físico - Ausculta PP Em pé ou sentado: estertores crepitantes Diminuição murmúrio Com redução da luz: roncos, sibilos e estertores bolhosos BB Respiração ruidosa Murmúrio audível Nos surtos: sibilos e estertores finos * * Diagnóstico História de exposição a fatores de risco + limitação de fluxo aéreo não totalmente reversível Com ou sem presença de sintomas Avaliação espirométrica para avaliar obstrução Calcular CVF e VEF1 Diminuição no VEF1 e na relação VEF1/CVF Determina gravidade da doença * * Diagnóstico Outros exames Raio X tórax: diagnóstico diferencial Gasometria arterial: repercussõessobre as trocas gasosas Tomografia computadorizada: duvida diagnóstica ou indicação cirurgia redutora Deficiência alfa-1-antitripsina: pacientes com menos de 45 anos ou com forte história familiar Teste de reversibilidade com broncodilatador e glicocorticoide: resposta a drogas e orientação sobre tratamento * * * * * * * * Tratamento Generalidades ABANDONAR TABAGISMO Evitar ambientes poluídos Evitar mudanças bruscas de temperatura Precaver-se de infecções Fármacos Controle dos sintomas Redução frequência e gravidade das exacerbações Aumento no desempenho nas AVDs e atividade física * * Fármacos na DPOC estável Broncodilatadores Beta2-agonistas (salbutamol, fenoterol, terbutalina) Anticolinérgicos (brometo de ipatrópio) Metilxantinas (aminofilina, teofilina) Inibidores da fosfodiesterase Corticóides * * Outros fármacos Vacinas contra influenza Agentes antioxidantes Não usar Antibioticoterapia profilática Agentes mucolíticos Antitussígenos Estimulantes respiratórios Imunorreguladores * * TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO * * Tratamento fisioterapêutico Objetivo: melhor comportamento funcional De acordo com quadro clínico Exercícios de Desinsuflação pulmonar Manobras de higiene brônquica Treinamento muscular respiratório Ventilação mecânica não-invasiva (VMNI) Atividade física * * Tratamento fisioterapêutico Na presença de secreções, submeter indivíduos à desobstrução brônquica Diminuir quantidade e viscosidade das secreções Respeitar quadro de dispnéia Diversas técnicas podem ser empregadas Utilizar tosse ou huffing Huffing: estabiliza vias aéreas * * Tratamento fisioterapêutico Na presença de sibilos, proceder desinsuflação pulmonar Utilizar técnicas que auxiliem na expiração e mobilização da caixa torácica Evitar fluxo turbulento e colapso alveolar (frenolabial) Alongamento de musculatura acessória * * Tratamento fisioterapêutico Pode-se utilizar inaloterapia Indicação de oxigenoterapia para manutenção de SaO2 > 90% RPPI Higiene brônquica e otimização da ventilação alveolar Pode-se associar outras técnicas de higiene ou expansão pulmonar * * Tratamento fisioterapêutico VMNI Exacerbações da doença com hipoventilação alveolar com acidemia Exacerbações com hipoxemia grave não corrigida pelo O2 suplementar Reduz necessidade de intubação, tempo permanência em UTI e mortalidade Melhora da troca gasosa, diminuição da dispneia e diminuição do trabalho respiratório * * Tratamento fisioterapêutico Treinamento de músculos respiratórios Quando músculos respiratórios agravam a dispnéia Específico com aparelhos de carga linear ou alinear Inespecífico com hiperventilação durante atividade física Treinamento MMII Melhora da endurance nos programas de reabilitação Treinamento MMSS Melhora da força e endurance Diminui a demanda ventilatória * * Tratamento fisioterapêutico Intervenção educacional Administração da doença e da qualidade de vida Informações sobre doença, treinamento, estratégias respiratórias, dieta e nutrição, drogas, conservação de energia, manejo dos sintomas, uso seguro oxigênio, etc Benefícios e conceitos de intervenção precoce Mensuração da dispnéia
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