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RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 1 1 PLANO DE ENSINO OBJETIVOS GERAIS: 1. COMPREENDER o que é responsabilidade civil, seus pressupostos e suas espécies 2. ENTENDER a responsabilidade civil subjetiva e objetiva; 3. CONHECER a culpa provada e a culpa p r e s u m i d a p a r a o s c a s o s d e responsabilidade civil subjetiva, bem como a t e o r i a d o r i s c o p a r a o s c a s o s d e responsabilidade civil objetiva; 2 PLANO DE ENSINO OBJETIVOS GERAIS: 4. ESTUDAR as excludentes de ilicitude e excludentes de nexo causal; 5. COMPREENDER o dano material e dano moral; 6. APRENDER a configuração, a prova e o arbitramento do dano moral; 7. ESTUDAR a responsabilidade civil pelo fato de outrem e pelo fato da coisa; 8. DESENVOLVER a responsabilidade civil do Estado; 3 Evolução Histórica da Responsabilidade 1. Direito Primitivo = VINGANÇA COLETIVA 2. VINGANÇA PRIVADA = LEI DE TALIÃO 3. DIREITO ROMANO = DESENVOLVIMENTO DA CULPA • se pune a culpa por danos injustamente provocados, independente da existencia de obrigação anterior (resp. aquiliana) 4. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA 5. CONCEITO 4 OBRIGAÇÃO x RESPONSABILIDADE § CONCEITO DE OBRIGAÇÃO Ø DEVER JURÍDICO ORIGINÁRIO. Ø Vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento de determinada prestação. Ø ORIGEM: Contratos / Manifestação de vontade Ø CUMPRIDA DE LIVRE E ESPONTANEA VONTADE! § OBRIGAÇÃO COM RESPONSABILIDADE § Ex: Devedor de aluguel de imóvel residencial. § OBRIGAÇÃO SEM RESPONSABILIDADE § Ex: Dívida de jogo. 5 OBRIGAÇÃO x RESPONSABILIDADE § CONCEITO DE RESPONSABILIDADE Ø DEVER JURÍDICO SUCESSIVO. Ø Surge do descumprimento de uma relação obrigacional. Ø ORIGEM: Violação de uma obrigação. Ø Cumprida por determinação legal. § RESPONSABILIDADE SEM OBRIGAÇÃO § Ex: Fiador § Não possui obrigação originária, mas quando há o inadimplemento possui responsabilidade. 6 TEORIA DO DANO § CONCEITO DE DANO ð LESÃO A UM BEM JURÍDICO § TIPOS DE DANO q PATRIMONIAL o Pessoa é ofendida em seus atributos financeiros. q MORAL o Lesão à dignidade da pessoa humana o Pessoa é ofendida no seu ânimo psíquico, moral e intelectual, seja por ofensa à sua honra, na sua privacidade, intimidade, imagem, nome ou em seu próprio corpo físico, e poderá estender-se ao dano patrimonial se a ofensa de alguma forma impedir ou dificultar atividade profissional da vítima. RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 2 7 PERDAS E DANOS • Dano patrimonial = GÊNERO • Espécies: • Danos emergentes = Prejuízos efetivamente sofridos pela vítima em razão da lesão. • Lucros cessantes = Tudo aquilo que o lesado razoavelmente deixou de auferir em razão da lesão. v CUIDADO ESPECIAL • Nem sempre se pode pleitear as duas espécies de danos. • Fixação do lucro cessante: RAZOAVELMENTE = CERTAMENTE Art. 402. CC. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. DANOS EMERGENTES E LUCROS CESSANTES NO HOMICÍDIO • SE A VÍTIMA FALECE E É ARRIMO DE FAMÍLIA A FALECE PODERÃO SER PLEITEADOS: q DANOS EMERGENTES Ø Despesas hospitalares antes da morte Ø Despesas com funeral q LUCROS CESSANTES Ø ALIMENTOS PELO ATO ILÍCITO • Pensionamento • 2/3 dos ganhos do falecido • Porque 1/3 eram gastos com ele 8 • Quem recebe: DEPENDENTES ECONÔMICOS o Viúva = enquanto for viva, e não contrair casamento ou união estável. (ATÉ A DATA EM QUE A VÍTIMA COMPLETARIA 72 ANOS DE IDADE) o Filhos dependentes = até os 25 anos de idade. • PERGUNTA: Mas e se o morto era um senhor de idade de 78 anos que vendia balas para sustentar sua família? Cabe lucros cessantes? SIM!!!! MESMO JÁ TENDO PASSADO DA IDADE!!!! Art. 948. CC No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. 9 10 • Jurisprudência para morto com mais de 70 anos: Ø Tende a fixar os lucros cessantes em 5 anos! Outra Hipótese: • MORTO É UM MENINO DE 12 ANOS, cabe lucros cessantes? • Resposta imaginada = Não, pois ele não produzia renda que ajudasse na manutenção de sua família. • STF = SIM!!! • Se esse menino não era trabalhador, mas era originário de uma família pobre = PRESUNÇÃO DE QUE ELE VIRIA A AJUDAR A FAMÍLIA NO FUTURO!!!! 11 Ø FIXA-SE VERBA COM BASE NO SALÁRIO MÍNIMO. Ø PRAZO = DOS 14 AOS 25 ANOS DE IDADE. o 14 anos é a idade mínima para exercer atividade laboral, segundo a Constituição. o 25 anos = idade que se tornaria independente. Ø BENEFICIÁRIOS = PAIS DA CRIANÇA. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: • PJ CAUSOU O DANO = É possível que os beneficiários peçam uma CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL para o pagamento dos lucros cessantes no prazo determinado. • SEGURANÇA = MESMO SE A EMPRESA QUEBRAR, O PATRIMONIO JÁ ESTÁ SEPARADO PARA PAGAR. • Requisito = POSSIBILIDADE ECONÔMICA DO DEVEDOR! • Verba se submete a regra do REBUS SIC STANTIBUS = Se houver melhoria da condição econômica do ofensor ou se houver queda da situação econômica da vítima ou dos seus familiares MAGISTRADO PODE REVER VALOR DA VERBA!!! Art. 950. CC. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. 12 RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 3 • SITUAÇÃO HIPOTÉTICA • Candidato a magistratura federal, no momento de fazer prova oral para aprovação no concurso, é atropelado e quebra perna, ficando impossibilitado de comparecer à prova! → DÚDIVA → Os advogados podem pleitear tudo que o candidato receberia como juiz federal nos próximos anos? SOLUÇÃO – TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE • Não pode pedir lucros cessantes = Ninguém garante o cargo de juiz. • CHANCE = ERA CERTA! • CHANCE = Tem valor econômico! • Valor da indenização = ? 13 SITUAÇÃO REAL • SHOW DO MILHÃO • Baiana Ana estava na última pergunta q Possibilidades: o Não responde = fica com os 500 mil o Responde e acerta = ganha 1 milhão o Responde e erra = perde tudo. • Última pergunta: • Na Constituição Federal, qual percentual de terras pertence aos indígenas? o A) 8% o B) 12% o C) 18% o D) 32% 14 • RESPOSTA DA ANA: q Não sei e foi embora com 500 mil reais. • PROBLEMA • Chegou em casa e viu que a pergunta foi mal formulada. • A Constituição na fala sobre o percentual de terras indígenas. • AJUIZOU AÇÃO DE INDENIZAÇÃO PEDINDO OS OUTROS 500 MIL REAIS! • Juiz Monocrático = Concedeu os 500 mil • TJ da Bahia = Concedeu os 500 mil • STJ = DECIDIU PELA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE. 15 • STJ o Disse que nada garantiria que ela ganharia tudo, pois não era certo que ela acertaria! o NÃO É LUCROS CESSANTES! o MAS perdeu uma chance de ganhar os 500 mil. o PERCENTUAL DE CHANCE DE GANHAR = 25% o SBT condenado em 25% de 500 mil: 125 mil reais 16 17 • Nãoé tudo ou nada! Depende do caso concreto! É necessário examinar cada dano!!! TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE DE SOBREVIVÊNCIA § ERRO MÉDICO CLÁSSICO § Deixou um instrumento dentro do paciente = TODO O DESDOBRAMENTO FOI CULPA DO MÉDICO. § Não cabe perda de uma chance! § ERRO MÉDICO § PESSOA COM PNEUMONIA = mal diagnosticada, confusão com gripe = MORTE!!! § Perda da chance de cura!!! § INDENIZAÇÃO POR PERDA DA CHANCE DE CURA!!! 18 1998 - A Suprema Corte francesa entendeu que: • Sra. Perruche = foi impedida de exercer sua escolha de interromper a gravidez a fim de evitar o nascimento de uma criança deficiente. • Nicolas = teve negado o seu “direito de não nascer”, o qual, no entender da Cour de Cassation, seria para ele mais vantajoso. Como consequência lógica da decisão, decorre que, a morte seria preferível a uma vida de qualidade muito reduzida. • Em virtude da inquietude generalizada que o acórdão despertou, e para evitar a consolidação de uma “jurisprudência Perruche”, diversos projetos de lei foram apresentados à Assembleia Nacional com a finalidade de impedir a sua reiteração. • RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 4 19 • 2000 LEI FOI CRIADA: • DETERMINANDO QUE NÃO SE PODE PEDIR APLICAÇÃO DA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE PELO FATO DA EXISTÊNCIA DE UMA VIDA!!! • BRASIL • Início de aplicação dessa teoria!!! • Ainda há confusão entre lucros e teoria da chance! • Casos de Bioética = IMPOSSÍVEL! 20 RESPONSABILIDADE CIVIL – Aula 02 – DANO MORAL • Figura polêmica da jurisprudência brasileira • CONCEITO Ø LESÃO À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Ø Mágoa, depressão, dor = consequências • DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Ø Todos ser humano deve ser respeitado em sua existência. Ø Vulnerabilidade: “O ser humano é um fim em si mesmo” Kant 21 DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Divide-se em 4 princípios: q Direito de Liberdade q Direito de Igualdade q Direito de Solidariedade q Direito a Integridade Psicofísica § Termos técnicos para Danos Patrimoniais § INDENIZAÇÃO § RESSARCIMENTO § O DANO PATRIMONIAL É ELIMINÁVEL, VOLTA-SE AO STATUS QUO ANTERIOR AO DANO. DANO MORAL 22 DANO MORAL É INDENIZÁVEL? § Não há como se ressarcir um dano moral!!!! § DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NÃO TEM PREÇO!!! § Termos técnicos para Danos Morais § COMPENSAÇÃO § SATISFAÇÃO § O VALOR FIXADO É APENAS UMA COMPENSAÇÃO PELO DANO MORAL, NÃO HÁ RETORNO AO STATUS QUO ANTERIOR!!! § Valor fixado = Apenas vai anestesiar o dano sofrido à dignidade - Caio Mário 23 § Termos GENÉRICO para Danos Morais E Patrimoniais § REPARAÇÃO DANO PATRIMONIAL x DANO MORAL KANT - Existem 2 tipos de bens na natureza: q Bens que tem preço - substituíveis o DANO PATRIMONIAL q Bens que não tem preço – insubstituíveis, pois TEM ESPECIAL DIGNIDADE!!! o DANO MORAL 24 O DESCUMPRIMENTO DE UMA OBRIGAÇÃO GERA DANO MORAL? • REGRA - Não!!!! • Porque o simples descumprimento de um contrato gera um dano patrimonial passível de reparação! • Não gera lesão à dignidade da pessoa humana! • Solução: • Dano Emergente • Lucros cessantes RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 5 25 JURISPRUDÊNCIA ATUAL • REGRA – descumprimento do contrato não gera lesão moral. • Compra e venda de celular com defeito → dano somente patrimonial • Exceção – Questões patr imoniais exorbitam a ordem econômica e ofendem a dignidade da pessoa humana • Plano de saúde nega colocação de stent cardíaco. → dano à dignidade PODE SER PEDIDO DANO MORAL E PATRIMONIAL PELO MESMO FATO? SIM!!! STJ Súmula nº 37 - 12/03/1992 - DJ 17.03.1992 Indenizações - Danos - Material e Moral - Mesmo Fato - Cumulação São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. 26 PODE SER PEDIDO DANO MORAL E PATRIMONIAL e DANO ESTÉTICO PELO MESMO FATO? • Dano estético = atinge a aparência da pessoa! Desequilíbrio Físico • REGRA – NÃO SERIA POSSÍVEL, POIS SERIA LESÃO À INTEGRIDADE PSICOFÍSICA. • MUDANÇA JURISPRUDÊNCIAL→ Caso Lars Grael q Dano Estético = perdeu a perna (dano externo) q Dano Moral = dano psíquico (dano interno) q Dano Patrimonial = Emergentes _+ Lucro cessantes 27 PODE SER PEDIDO DANO MORAL DE DANO REALIZADO À PESSOA JURÍDICA? REGRA = SIM!!! • Justificativa do Pedido = PJ não chora, não sente dor, não tem HONRA SUBJETIVA. 28 STJ Súmula nº 227 - 08/09/1999 - DJ 20.10.1999 Pessoa Jurídica - Dano Moral A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 29 • PJ POSSUI HONRA OBJETIVA = PERDE A CREDIBILIDADE / REPUTAÇÃO! • Discordância • Corrente que acredita que NÃO!!!! • Dano Moral = lesão à dignidade da pessoa humana • PJ = não tem dignidade + direitos da personalidade • NESSA TESE = NÃO TEM DIREITO A DANO MORAL • Reparação por DANO PATRIMONIAL!!!!!! • PJ = protegida pelo artigo 170 da CR – valores econômicos, não somente humanos. • Sócio de PJ pode sofrer dano moral! TEORIA DOS QUATRO PASSOS DA EVOLUÇÃO DO DANO MORAL → 1º PASSO • CR 1988 – STF reconhece existência e autonomia do dano moral 30 Art. 5º - V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 6 → 2º PASSO • Súmula 227 STJ - Admite-se que PJ pode reivindicar dano moral → 3º PASSO • DANO MORAL REFLEXO ou DANO MORAL POR RICOCHETE (dano moral de outrém) • Ex: Biografia do Garrincha • Anatomia Interna / Vida Sexual • Filhas se sentiram ofendidas • Legitimidade ativa aceita, mesmo ele estando morto!!! = violação da memória do morto!!! 31 • Ajuízam em nome próprio??? • SIM!!!! → Lesados indiretos!!!! → 4º PASSO • DANO MORAL COLETIVO – Bem jurídico difuso ofendido • VIOLAÇÃO DE DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO (SOLIDARIEDADE – FRATERNIDADE) • Ex: Dano Ambiental = vazamento de óleo • MP pede reparação à PJ • Valor a favor de TODA A COLETIVIDADE! 32 Art. 12. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. • Pra onde vai a verba de condenação do dano moral coletivo? • Ex de dano moral coletivo • Grupo de pessoas “trabalhando” em condições análogas à de escravos. • Lesão a todos!!! • Verba vai para o FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador ART. 13. LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. DANO MORAL COLETIVO NO CDC • Dano Moral • TUDO QUE É LIGADO À DIGNIDADE É DANO MORAL • DISSABORES SIMPLES, NÃO SERÃO DANO MORAL • SEPARAÇÃO PARA A VALORIZAÇÃO E NÃO BANALIZAÇÃO!!! Art. 6º. CDC. São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; 35 RESPONSABILIDADE CIVIL • CONSEQUÊNCIA JURÍDICA E/OU PATRIMONIAL DO DESCUMPRIMENTO DE UMA OBRIGAÇÃO. • A Responsabilidade Civil deriva da transgressão de uma norma jurídica pré-existente (civil), legal ou contratual, resultandono dever de indenizar ao causador do dano. • “o dever jurídico sucessivo que decorre da violação de dever jurídico originário” Sérgio Cavalieri Filho • DEVER JURÍDICO ORÍGINÁRIO x SUCESSIVO Ø ORIGINÁRIO = Obrigação Ø SUCESSIVO = Responsabilidade Art. 389. CC. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. 36 RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 7 Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. 37 38 RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA • Só se pode falar de Responsabilidade Subjetiva quando houver nexo de causalidade entre a conduta e o dano verificado. • Na Responsabilidade Subjetiva deve haver culpa para que haja a obrigação de indenizar. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA • Existe independentemente da ideia de culpa, ou seja, basta a ocorrência de um dano para que nasça a obrigação de indenizar. • Quando isso ocorre disse que a responsabilidade é objetiva ou legal. ATO ILÍCITO § Ato ilícito é ato antijurídico, culpável, que gera dano. Art. 186. CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, COMETE ATO ILÍCITO. Art. 927. CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, FICA OBRIGADO A REPARÁ-LO. 39 40 ORIGEM: § PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO ROMANO § VIVER HONESTAMENTE § NÃO PREJUDICAR NINGUÉM § DÊ A CADA UM O QUE LHE É DEVIDO • CAUSOU DANO J Descumpriu uma obrigação legal J RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL J RESPONSABILIDADE CIVIL AQUILIANA • Lex aquilia ATO ILÍCITO EM SENTIDO AMPLO § Indica apenas a ilicitude do ato, a CONDUTA HUMANA ANTIJURÍDICA, contrária ao Direito, sem qualquer referência ao elemento subjetivo ou psicológico. § Tal como o ato ilícito, é também uma manifestação de vontade, uma conduta humana voluntária, só que é contrária à ordem jurídica. Art. 187. CC. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. ð Situação de ABUSO DE DIREITO 41 ATO ILÍCITO EM SENTIDO ESTRITO § É o conjunto de pressupostos da responsabilidade – ou, se preferirmos, da obrigação de indenizar. § Na verdade, a responsabilidade civil é um fenômeno complexo, oriundo de requisitos diversos intimamente unidos; surge e se caracteriza uma vez que seus elementos se integram. 42 Art. 186. CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntár ia , negl igência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, COMETE ATO ILÍCITO. RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 8 OBS: § Na definição do art. 186, que trata do ATO ILÍCITO, o legislador explicitamente consagrou uma ilicitude subjetiva (baseada na culpa ou dolo). § Todavia, ao definir o ABUSO DE DIREITO, consagrou um elemento meramente teleológico ou finalístico: abuso haverá, simplesmente, quando o titular do direito desvirtuar a sua finalidade, independentemente da intenção (dolo) ou da culpa. § EQUÍVOCO = previsão do § 2º do art. 1228 do CC que, ao definir o ato emulativo (abuso do direito de propriedade), faz referência ao elemento intencional, desprezado pelo artigo 187. 43 ñDesprezar a parte final do dispositivo acima. ñ Hipóteses de Ilicitude Objetiva: q Art. 187 CC q § único do Art. 927 CC. 44 Art. 1228. §2º. CC. São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. NÃO SÃO ATOS ILÍCITOS Art. 188. CC. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será leg í t imo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 45 46 Pergunta da OAB Prova OAB/MG Exame de Ordem - Abril/2008 Exemplo de ato ilícito em sentido amplo, em que pode haver consequências independentemente de culpa é: a) o abuso de direito e o enriquecimento sem causa. b) todo caso de responsabilidade objetiva. c) todo caso em que ocorra força maior ou caso fortuito. d) a hipótese de estado de necessidade. 47 ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL • CONDUTA HUMANA • Conduta humana voluntária, positiva ou n e g a t i v a , p r i m e i r o e l e m e n t o d a responsabilidade civil, traduz aquele c o m p o r t a m e n t o m a r c a d o p e l a voluntariedade. • Porém, pode haver responsabilidade civil por ato lícito. 48 • NEXO CAUSAL • Responsabilidade civil, traduz o liame ou vínculo que une o agente ao resultado danoso: se o sujeito não deu causa ao p r e j u í z o , n ã o h á p o r q u e s e r responsabilizado. → CAUSA → Qual teoria do nexo causal foi adotada pelo CC? → Teoria da Causalidade Direta e Imediata → antecedente que determina o resultado como consequência sua, direta e imediata. RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 9 49 • DANO / PREJUÍZO • O dano pode ser presumido, implícito, mas deve existir! • É o mais importante elemento da responsabilidade civil. • O dano traduz a violação a um interesse jurídico material ou moral. → R e q u i s i t o s d o d a n o indenizável: → Lesão a interesse juridicamente tutelado → Certeza do dano → Subsistência do dano 50 • CULPA • Não está presente na responsabilidade objetiva. • na culpa stricto sensu não existe a intenção de lesar. • A conduta é voluntária, já o resultado alcançado não. • O agente não deseja o resultado, mas acaba por atingi-lo ao agir sem o dever de cuidado. • A inobservância do dever de cuidado revela- se pela imprudência, negligência ou imperícia. 51 QUESTÕES ESPECIAIS • O QUE SE ENTENDE POR DANO INDIRETO? • Alguns autores, a exemplo de Fernando Gaburri, endentem que danos indiretos são aqueles inseridos em uma “cadeia de prejuízos, ou seja, a mesma vítima, além de sofrer o dano primário, experimenta danos indiretos ou sucessivos. ð Ex.: comprei um animal doente, que morreu posteriormente, mas antes infectou outros 3 animais. O primeiro é dano direto; os 3, dano indireto. 52 QUESTÕES ESPECIAIS • O QUE SE ENTENDE POR DANO REFLEXO/ EM RICOCHETE? • Neste caso, existe mais de uma vítima do comportamento danoso: além da vítima direta, há, também, uma outra vítima a ela ligada, que sofre o reflexo do dano. ð Ex.: Biografia do Garrincha que difama a sua memória. ð Filhas sofrem dano reflexo / em ricochete. 53 QUESTÕESESPECIAIS • O QUE SE ENTENDE POR DANO IN RE IPSA? • É aquele que não depende de prova em juízo. ð Ex.: negativação do nome do devedor. Súmula 403 STJ Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. 54 Web aula 1 1. Joaquim moveu ação indenizatória por danos morais em face de Alexandre por ter este mantido relação amorosa com Priscila, sua esposa (do autor). Alega que em razão desse relacionamento acabou se separando da sua esposa, o que lhe causou grande abalo psicológico e humilhação. • Terá Alexandre o dever de indenizar? • O que você alegaria como advogado de defesa de Alexandre? RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 10 55 Web aula 1 2. (OAB/Exame Unificado – 2010.3) Ricardo, buscando evitar um atropelamento, realiza uma manobra e atinge o muro de uma casa, causando um grave prejuízo. Em relação a situação acima é correto afirmar: A) não responderá pela reparação do dano, pois agiu em estado de necessidade. B) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em estado de necessidade. C) praticou um ato ilícito e deverá reparar o dano. D) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em legítima defesa. RESPONSABILIDADE CIVIL – Aula 04 – RESPONSABILIDADE PELO ATO LÍCITO • Ocorre quando o indivíduo age de forma lícita, mas acaba causando dano a outrem. Ø Legítima defesa agressiva • Pessoa que suportou o dano não era responsável pela situação de perigo • Ex: Dirigindo um carro de bêbado na rua, acaba atingindo carro da pessoa do lado. Art. 188. CC. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 56 • POSSÍVEL O DIREITO DE REGRESSO!!! II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 57 Art. 930. CC. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 58 CULPA • DESCUMPRIMENTO DE UM DEVER IMPOSTO PELA NORMA JURÍDICA. • Para o direito Civil: • Dolo • Negligência • Imprudência • Imperícia • A CULPA NÃO É SEMPRE UM ELEMENTO DA RESPONSABILIDADE CIVIL! • S O M E N T E N A R E S P O N S A B I L I D A D E SUBJETIVA!!! Geram a necessidade de reparar o DANO TEORIA DA CULPA § A teoria da culpa, também chamada de RESPONSABILIDADE SUBJETIVA, é a regra geral de nossa legislação pátria, onde se faz necessária a existência da culpa para gerar o dever de indenizar. § Com base no Direito Romano, precursor do nosso Direito, e através do Direito Francês, que recepcionou a responsabilidade civil fundada na culpa, o Brasil adotou a teoria geral da responsabilidade civil subjetiva – teoria da culpa. 59 § Necessitamos, para que haja o dever de indenizar, de 4 PRESSUPOSTOS: q CONDUTA HUMANA (ação ou omissão); q NEXO CAUSAL; q DANO e a q CULPA. § Cabe à vítima provar: § o DANO EXPERIMENTADO, § e que este DANO PARTIU DE UMA AÇÃO OU OMISSÃO § CULPOSA do agente. 60 RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 11 § Quanto ao agente, poderá se eximir do dever de indenizar, se provar a inexistência de um dos pressupostos, ou através das excludentes. § Se provar que foi prudente, diligente e observou as leis vigentes, inexistirá o elemento CULPA. § Se o prejuízo suportado pela vítima não se relaciona com seu ato, inexistirá o elemento NEXO CAUSAL. § E se não ocorreu nenhum prejuízo para a vítima, quer patrimonial quer moral, inexistirá o elemento DANO. 61 § É preciso provar a conduta culposa (culpa) do agente para que haja o dever de indenizar, que se origina do ato ilícito. § A CULPA AQUI REFERIDA É A VOLUNTARIEDADE DE CONDUTA DO AGENTE. § Para se caracterizar o ATO ILÍCITO , necessitamos de dois pressupostos: § a imputabilidade do agente, que é o elemento subjetivo, e a § conduta culposa, que é o elemento objetivo. 62 TEORIA DO RISCO § Situação de RESPONSABILIDADE SEM CULPA! § Nos casos de responsabilidade objetiva, não se exige prova de culpa do agente para que seja obrigado a reparar o dano. § Em alguns, a culpa é presumida pela lei. § CULPA DE TODO PRESCINDÍVEL è porque a RESPONSABILIDADE SE F U N D A N O R I S C O ( o b j e t i v a propriamente dita ou pura). 63 § A culpa será dispensada para ser analisada, ocorrendo somente nos casos previstos em lei, como assinalado pelo artigo 927, em seu parágrafo único. Art. 927. CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 64 § Portanto, A CULPA SERÁ OBJETIVA QUANDO PROCLAMADA POR LEI. § Nesse sentido, poderemos enumerar alguns casos em que ela será considerada como objetiva: q PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO Art. 37. § 6º, CR - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 65 • A Administração Pública (como o Com. da Aeronáutica) exerce suas funções e serviços de modo: Ø Centralizado – exercendo autoridade na totalidade das tarefas e fases das funções; Ø Descentralizado - delegando tarefas e funções para: § Autarquias - com transferência de titularidade por lei § Fundações – com transferência de titularidade por lei § Entidades Paraestatais – com transf. de titularidade por lei § Particulares – transferência de execução por Ato Administrativo 66 RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 12 • Nos casos onde não existe titularidade o abuso ou falta do servidor ou por ele delegado não exclui a responsabilidade da Administração Pública. • A Adm. Pública possui o direito de voltar-se contra o servidor ou delegado através de “Ação Regressiva” transmissível a sucessores. • A Ação Regressiva é “prerrogat iva” indisponível da Administração Pública (Lei 8112/90 – art. 122, par. 3º), portanto necessária. 67 • A Administração Pública responde civilmente pelos seus atos independentemente de culpa (Resp. Objetiva). • O Servidor (ou delegado) responde civilmente por culpa ( imper íc ia , neg l igênc ia ou imprudência) (Resp. Subjetiva) • Se no Processo Administrativo houver evidências de culpa do servidor (ou delegado), estas se fazem prova no Processo de Responsabilidade Civil. • Pode haver Processo Penal paralelo contra o servidor se o fato revestir-se de ato lesivo. 68 q PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO • Exemplo: Produtor, Fabricantes e Construtores Art. 12. CDC. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamentode seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. 69 q PESSOAS FÍSICAS OU NATURAIS RESPONSABILIDADE PELO FATO DE TERCEIRO • TEORIA DA CULPA PRESUMIDA • REGRA = Para se estabelecer responsabilidade civil, é preciso estabelecer que a conduta do agente foi causa do resultado danoso. Art. 931. CC. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. 70 • EXCEÇÃO = É possível a imputação da responsabilidade sem que aquele que foi obrigado a indenizar tenha praticado a conduta causadora do dano. • Situações Pontuais: q Responsabilidade por fato de outrem; q Responsabilidade por fato dos animais; q Responsabilidade por fato da coisa. 71 RESP. POR FATO DE OUTREM • A lei institui casos em que a pessoa responde sem ter causado dano. Art. 932. CC. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 72 RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 13 RESP. POR FATO DOS ANIMAIS • O dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por este causado. • Interessante notar que o Código adotou a responsabilidade objetiva pelo fato de animais. • Atualmente, só é possível a exclusão da responsabilidade em razão da culpa exclusiva da vítima ou força maior, não sendo possível alegar isenção de culpa 73 Art. 936. CC. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. RESP. POR FATO DOS ANIMAIS • Apesar de não prevista uma cláusula geral de responsabilidade pelo fato da coisa em nosso Código, tanto doutrina quanto jurisprudência a admitem. • Reg is t re -se a impropr iedade da nomenclatura apontada por alguns autores. • A razão de ser é que o dano não é causado pela coisa, mas pela sua má utilização, uma vez que aquela não é capaz de fatos. 74 RESP. POR FATO DA COISA • Apesar de não prevista uma cláusula geral de responsabilidade pelo fato da coisa em nosso Código, tanto doutrina quanto jurisprudência a admitem. • Reg is t re -se a impropr iedade da nomenclatura apontada por alguns autores. • A razão de ser é que o dano não é causado pela coisa, mas pela sua má utilização, uma vez que aquela não é capaz de fatos. 75 RESP. POR FATO DA COISA • A responsabilidade pelo fato da coisa, fundada na teoria da guarda, estabelece que quem detém o comando (guarda), isto é, quem tem o poder de direção sobre a coisa, deve responsabilizar-se também pelos danos que o seu uso venha a provocar, pois tais danos derivam, em última análise, da falta de devida vigilância sobre a coisa. • Para estabelecer a responsabilidade por fato da coisa, então, é imprescindível determinar quem tinha o poder de direção. 76 Art. 937. CC. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 77 • Art. 937 CC = Alguns autores alegam que a responsabilidade do proprietário é objetiva, entretanto, o texto da lei faz alusão expressa à falta de reparos. • Art. 938 CC = Estabelece que aquele que habitar prédio responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem. q LEIS DE ACIDENTE DE TRABALHO • Lei nº 8.213/91 – equipara ao acidente propriamente dito a doença profissional e a do trabalho (art. 20). • – Doença profissional – decorrente da atividade em si. • – Doença do trabalho – decorrente das condições em que a atividade é exercida. Art. 19 da Lei nº 8.213/91: “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei (produtor rural, arrendatário, garimpeiro, pescador artesanal, etc.), provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. 78 RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 14 Antes do CC/2002 – CDC (Lei nº 8.078/90), por analogia, MAS faltava de disposição legal expressa no âmbito trabalhista. CC/2002 – art. 927, parágrafo único: “Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. Teoria do risco da atividade – perigo imposto a terceiros, decorrente da atividade exercida com regularidade, potencialmente danosa. 79 Atividade de risco “é aquela que tem pela sua característica uma peculiaridade que desde já pressupõe a ocorrência de acidentes; é a atividade que apresenta intrínseca ao seu conteúdo um perigo potencialmente causador de dano a alguém”. Raimundo Simão de Melo • Atividade de risco – perigo mais acentuado, no caso trabalhista, para o empregado. * REGRA GERAL – responsabilidade subjetiva, com base na culpa (art. 7º, inciso XXVIII, da CF/88), * EXCEÇÃO –atividade de risco para o empregado – responsabilidade objetiva, (art. 927, parágrafo único, do CC/2002). 80 * CR/88 – art. 225, § 3º – responsabilidade objetiva, como regra supra-legal, um princípio maior – interpretação sistemática e mais harmônica do art. 7º, inciso XXVIII, para teoria do risco da atividade. Art. 7º, XXVIII, CR. XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; Art. 225. §3º. CR. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 81 RESP. NAS RELAÇÕES DE CONSUMO 82 Elementos: Ø Ato (vício); Ø Dano; Ø Nexo de causalidade; Ø Nexo de imputação. Fundamentos: Ø Risco da empresa (responsabilidade civil objetiva) Ø Culpa (responsabilidade civil subjetiva) REGIME JURÍDICO VIGENTE n Constituição da República garantia fundamental (art. 5º, XXXII) princípio geral da atividade econômica (art. 170, V) n Código Civil probidade, boa-fé, contrato de adesão, risco do negócio contrato de transporte, penhor legal e depósito necessário n Legislação aeronáutica Código Brasileiro de Aeronáutica: contrato e responsabilidade Condições Gerais de Transporte: direitos e deveres n Código de Defesa do Consumidor dever de informação e de assistência responsabilidade objetiva e solidária CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR n Fornecedor produção, montagem, criação, transformação distribuição e comercialização serviço mediante remuneração n Consumidor destinatário final de produto ouserviço n Direitos básicos • proteção da vida e segurança • informação adequada e clara qualidade, composição, preço, pagamento, validade, riscos • modificações contratuais • prevenção e reparação de danos materiais e morais RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 15 TEORIA DA QUALIDADE: Ø proteção à saúde: víc ios de qualidade por insegurança. Ø proteção ao patrimônio: vícios de qualidade por inadequação e o vício de quantidade. ESPÉCIES DE RISCO Ø Periculosidade inerente: produtos ou serviços que trazem em si um risco intrínseco, ligado à sua qualidade ou modo de funcionamento. Sua presença não é considerada vício ou defeito. Ø Periculosidade adquirida: tem origem na fabricação, concepção, comercial ização, decorrendo de vícios materiais intrínsecos e ou da falta de instrução ou informação. RESPONSABILIDADE POR VÍCIO Art. 3° CDC. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Sujeito passivo (agente responsável) Ø Todos os fornecedores, solidariamente VÍCIO DO PRODUTO Ø Disparidade ou ausência de informação Art. 18. CDC. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. VÍCIO DO PRODUTO Ø Impropriedade do produto (art. 18, §6°); §6º. São impróprios ao uso e consumo: I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. VÍCIO DO PRODUTO Ø Disparidade ou ausência de informação Art. 19. CDC. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - o abatimento proporcional do preço; II - complementação do peso ou medida; III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 16 VÍCIO DO SERVIÇO Ø Impropriedade do serviço (art. 20, §2°); Ø Disparidade informativa sobre o serviço (art. 20, caput); Ø Vício de qualidade por inadequação (art. 20, caput). Art. 20. CDC. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: VÍCIO DO SERVIÇO Ø Impropriedade do serviço (art. 20, §2°); Ø Disparidade informativa sobre o serviço (art. 20, caput); Ø Vício de qualidade por inadequação (art. 20, caput). I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. VÍCIO DO SERVIÇO Ø Impropriedade do serviço (art. 20, §2°); Art. 20. CDC. §1°. A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor. §2°. São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade. REPARAÇÃO POR VÍCIO DO PRODUTO Ø Substituição do produto (art. 18, § 1°, I); Ø Abatimento no preço (art. 18, § 1°, III); Ø Restituição da quantia paga (art. 18, § 1°, II); Ø Complementação do peso ou medida (art. 19). REPARAÇÃO POR VÍCIO DO SERVIÇO • Reexecução do serviço (art. 20, I); • Restituição da quantia paga (art. 20, II); • Abatimento proporcional no preço (art. 20, III). RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC n OBJETIVA (arts. 12, 13 e 14) • produto/serviço inseguro • informações insuficientes sobre riscos • comerciante, por não identificação do produtor • inexistência de defeito, culpa de terceiros ou consumidor n SOLIDÁRIA • ofensa com mais de um autor (art. 7º, § único) • vícios de qualidade ou quantidade produtos (arts. 18/19) • dano com mais de um responsável (art. 25, § 1º) • atos de prepostos ou representantes autônomos (art. 34) RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 17 EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE Ø TAXATIVIDADE e INCIDÊNCIA Art. 12. §3°. CDC. O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE Ø TAXATIVIDADE e INCIDÊNCIA Ø CASO FORTUIRO ou FORÇA MAIOR - CC Art. 14. §3°. CDC. O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROFISSIONAL LIBERAL Responsabilidade Subjetiva Art. 14, § 4º, do CDC A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. Elementos da Responsabilidade • Fornecimento de produto ou serviço; • Nexo; • Dano; • Culpa - negligência ou imprudência. Quem é o profissional liberal? Não confundir: • Autônomo • Profissional liberal RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 18 Caracterização • habilitação; • sujeição a um colegiado, ordem, conselho ou associação; • autonomia técnica; • submissão a normas éticas e a punições disciplinares; • regulamentação; • presunção de onerosidade. Médico • Lei 3.268, de 30 de setembro de 1957. • Decreto 44.045, de 19 de julho de 1958. Recurso especial. Erro médico. Cirurgião plástico. Profissional liberal. Aplicação do Código de Defesa do Consumidor. Precedentes. Prescrição consumerista. (BRASIL. STJ. 3ª. T. REsp 731.078/SP, Rel. Min. Castro Filho, j. em 13/12/2005) Advogado • Lei 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da OAB). Prestação de serviços advocatícios. Código de Defesa do Consumidor.Aplicabilidade. I - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos serviços prestados por profissionais liberais, com as ressalvas nele contidas. (BRASIL. STJ.3ª.T. REsp 364.168/SE, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro. J. em 20/04/2004) ESTATUTO DA OAB, ART. 34: VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional; IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado a seu patrocínio; XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia; XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto mandado, sem expressa autorização do constituinte; XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele; XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional. ESTATUTO DA OAB, ART. 34: Dentista • Resolução 151, de 16/6/1983 (Código de Ética Odontológica) • Dentista, cirurgião- dentista ou odontólogo; • Técnico em prótese dentaria; • Demais profissionais para- odontológicos; Responsabilidade civil. Cirurgião-dentista. Inversão do ônus da prova. Responsabilidade dos profissionais liberais. (BRASIL. STJ. 3ª. T. REsp 122.505/SP, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, j. em 04/06/1998) RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 19 Farmacêutico • Portaria 26, de 25 de julho de 1974. (aviação de receitas) • Resolução 309, de 21/05/1997 do Conselho Federal de Famácia. (responsabilidade pela qualidade dos laboratórios) Engenharia e Arquitetura • Lei 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Responde solidariamente pelos danos causados em razão da construção o engenheiro que negligencia em relação à sua atividade profissional. (BRASIL. TJSP. 12ª. Câm. In RT 584/92) Fisioterapia e Terapia Ocupacional • Fisioterapeuta: retaura; desenvolve ou conserva a c a p a c i d a d e f i s i c a d o paciente; • Terapeuta ocupacional: retaura; desenvolve ou conserva a capacidade mental do paciente; Responsabilização: 1. Erro na aplicação da técnica adequada ao paciente 2. Desrespeito às restrições determinadas pelo médico ou paciente q Decreto-lei 938, de 13 de outubro de 1969. Nutricionista • Lei 5.276, de 24 de abril de 1967. Psicólogo • Lei 4.119, de 27 de agosto de 1962. Contabilista • Decreto-lei 9.295, de 24 de maio de 1964. Abrange o profissional de nível médio (técnico em contabilidade) e superior (contador) RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 20 Corretor Conflito. Ação de cobrança. Corretagem. Justiça do trabalho. O corretor de i m ó v e l q u e , s e m s u b o r d i n a ç ã o e eventualmente, aproxima compradores e vendedores, atua como profissional liberal. (BRASIL. STJ. 2ª. Seção, CC 70.349/MG, Rel. Min. H u m b e r t o G o m e s d e Barros, j. em 27/06/2007) q Lei 6.530/78 q Decreto 81.871/78 Art. 723 do CC: O corretor é obrigado a executar a mediação com a diligência e prudência que o negócio requer, prestando ao cliente, espontaneamente, todas a s i n f o r m a ç õ e s s o b r e o andamento dos negócios; deve, ainda, sob pena de responder por perdas e danos, prestar ao cliente todos os esclarecimentos que estiverem ao seu alcance, acerca da segurança ou r isco do negócio, das alterações de valores e do mais que possa i n f l u i r n o s r e s u l t a d o s d a incumbência. Porque o regime diferenciado? • É consenso que o profissional liberal é caracterizado por realizar trabalho predominantemente intelectual. (SAAD, Comentários ao CDC., 5ª ed., p. 94). • Por isso, a natureza dos serviços prestados é intuitu personae. (DENARI, apud GRINOVER et alli, Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. 7ª. ed., p. 179) Classificação das obrigações • Meio • Resultado • Garantia Responsabilidade Diferenciada • A responsabilidade do profissional liberal é subjetiva; • A responsabilidade do estabelecimento é objetiva. Hospitais, clínicas e laboratórios Responsabilidade civil. Exames médicos realizados em laboratório. Falso diagnóstico de HIV positivo. Paciente grávida na época da realização do exame. Sentença de improcedência. Reforma. Relação de consumo. Defeito na prestação de serviço. Responsabilidade objetiva. Danos morais configurados. Grave abalo à intimidade psíquica. Diferenciação entre obrigação de meio e de resultado. Atividade médica empresarial que pode ser vista como obrigação de resultado. A atuação de hospitais, clínicas e laboratórios em determinados serviços enseja uma expectativa particular na parte, de precisão do serviço prestado. (BRASIL. TJRJ. 9ª. Câm. Civ. Ap. 2008.001.44864. DES. Carlos Santos de Oliveira J. em 07/10/2008.) Indenização: 15 mil reais Plano de saúde Civil e processual. Ação indenizatória. Ressarcimento de despesas médico-hospitalares. Plano de saúde. Alegação de erro de diagnóstico no atendimento pela rede credenciada. Cirurgia de urgência realizada em nosocômio diverso. Cobertura negada. Extinção do processo por ilegitimidade passiva ad causam. Incorreção. Procedimento da lide. I. A prestadora de serviços de plano de saúde é responsável, concorrentemente, pela qualidade do atendimento oferecido ao contratante em hospitais e por médicos por ela credenciados, aos quais aquele teve de obrigatoriamente se socorrer sob pena de não fruir da cobertura respectiva. (BRASIL. STJ. 4ª T. REsp 164084/SP, Rel. Min. Aldir Passarinho Jr., j. em 17/02/2000) RESPONSABILIDADE CIVIL Profa. Renata Furtado de Barros 21 Cirurgião e Anestesista DIREITO CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ERRO MÉDICO. OPERAÇÃO GINECOLÓGICA. MORTE DA PACIENTE. VERIFICAÇÃO DE CONDUTA CULPOSA DO MÉDICO- CIRURGIÃO. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVA. SUMÚLA 7/STJ. DANOS MORAIS. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO. CONTROLE PELO STJ. I – Dos elementos trazidos aos autos, concluiu o acórdão recorrido pela responsabilidade exclusiva do anestesista, que liberou, precocemente, a vítima para o quarto, antes de sua total recuperação, vindo ela a sofrer parada cárdio-respiratória no corredor do hospital, fato que a levou a óbito, após passar três anos em coma. A pretensão de responsabilizar, solidariamente, o médico cirurgião pelo ocorrido importa, necessariamente, em reexame do acervo fático-probatório da causa, o que é vedado em âmbito de especial, a teor do enunciado 7 da Súmula desta Corte. (BRASIL. 3ª. T. REsp 880.349/MG. Rel. Min. Castro Filho, j. em 26/06/2007) Indenização 25 salários para cada autor.
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