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Lombalgias e estabilidade segmentar Causas comuns e prevenção

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1 
 
Lombalgias e estabilidade segmentar: Causas comuns e prevenção. 
 
Rosilândia da Silva Nunes 
rose.nunes1978@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Meija 
Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia – Faculdade FASAM 
 
Resumo 
 
A estabilidade segmentar visa à estabilização de um segmento do corpo. Ela depende da 
interação entre três sistemas: passivo ativo e neural. A interação entre os sistemas garante 
uma grande gama de possibilidades de movimentos, sem que a estabilidade seja comprometida, 
cabendo aos músculos garantir o sucesso desse processo independente da distribuição e 
magnitude da carga externa até um limite biológico. Distúrbios no sistema de controle podem 
comprometer a capacidade de manter uma estabilidade suficiente, assim a estabilidade que 
vem da rigidez, é perdida com danos nos tecidos, e toda a amplitude de movimento pode ser 
comprometida por padrões motores perturbados. Alguns eventos como a gestação, 
sedentarismo e baixa aptidão muscular podem ter grandes efeitos sobre a prevalência de 
lombalgias. Este trabalho visa uma análise sistematizada da estabilização segmentar e 
lombalgias, alicerçada em informações encontradas em livros, jornais, revistas, redes 
eletrônicas principalmente em sites oficiais e plataformas de pesquisa de literatura científica, 
buscando a compreensão de conceitos fundamentais ligados ao conhecimento das ferramentas 
e técnicas utilizadas tratamentos e prevenção de patologias relacionadas a falhas na 
estabilização segmentar, ressaltando o exercício físico e seu papel no tratamento dos 
distúrbios. 
 
Palavras-chave: Estabilização Segmentar; Lombalgias; Exercícios. 
 
1. Introdução 
 
Uma importante função mecânica da coluna lombar é apoiar a parte superior do corpo, 
transmitindo compressão e cisalhamento para a parte inferior do corpo durante a realização de 
atividades diárias. Para possibilitar a transmissão bem sucedida destas forças, a estabilidade 
mecânica do sistema vertebral deve ser assegurada. 
A prevalência ao longo da vida de lombalgias não específicas ou mecânico-postural (mais 
comum) é estimada em 60-70% em países industrializados, sendo uma das causas mais 
frequentes de atendimento médico e a segunda causa de afastamento do trabalho. Episódios de 
lombalgia aguda (LBP) resolvem-se em apenas duas a quatro semanas para 90% dos pacientes. 
No entanto, após o primeiro episódio da LBP, a recorrência da dor lombar ocorre em 60-80% 
dos pacientes (TOLEDO et al. 2010). 
Ao longo da última década, uma série de estudos têm relatado uma disfunção entre a ativação 
voluntária dos músculos do tronco com lombalgia recorrente ou crônica. Quando comparado o 
início da ativação muscular abdominal durante os movimentos rápidos do braço ou da perna de 
indivíduos saudáveis e com lombalgia, constatou-se que a ativação muscular abdominal de 
lombálgicos é tardia, ou seja, a função de antecipação involuntário foi comprometida. Não só a 
função de antecipação, mas também a capacidade de ativar-se voluntariamente durante 
exercícios padronizados (MANNION et al. 2012). 
É grande a diversidade de distúrbios clínicos relacionados à presença de dor lombar. Segundo 
Toscano (2001) vida sedentária é reconhecida, mais fortemente, como sendo importante fator 
contribuinte na ausência de saúde e morte precoce, neste sentido, o sedentarismo contribui para 
a falta de tônus muscular que pode contribuir com o aparecimento e prevalência de lombalgias. 
2 
 
Lombalgias também são frequentemente atribuídas à fadiga e às deficiências musculares 
proporcionadas em posturas inadequadas e repetitivas, como determinadas atividades 
ocupacionais, sobretudo aquelas em que o trabalhador permanece sentado em condições 
antiergonômicas por tempo prolongado (BARROS, 2011). A lombalgia também é amplamente 
relatada no período gestacional. Estima-se que que lombalgias sejam prevalentes em metade 
das gestantes, principalmente a partir do terceiro trimestre, e a frequência é mais elevada quando 
a mulher apresenta essa queixa antes da gravidez, podendo perdurar no período pós-parto. Em 
estudos realizados em algumas maternidades do Brasil, a prevalência encontrada foi de 48 a 
83% (MADEIRA et al. 2013). 
Devido a lombalgia representar uma ameaça para a estabilidade segmentar da coluna, 
predispondo indivíduos a contínuos episódios de dor, exercícios específicos de estabilização da 
coluna, visando a restauração desses vários aspectos da função dos músculos do tronco 
profundo tornaram-se um conceito popular em fisioterapia. 
 
2. Estabilização segmentar: Um breve histórico 
 
O termo estabilização lombar começou a ser cunhado por Barr (1951), que atribuiu a origem 
de dores lombares ao desgaste do disco vertebral. Este desgaste ocasiona a perda de altura do 
disco que diminui a restrição de estabilizadores passivos, resultando nas lombalgias. Embora o 
uso de exercícios terapêuticos para a dor lombar tenha sido descrito na literatura no início de 
1950, um modelo matemático da função muscular da coluna só foi discutido em 1977, quando 
Farfan e Gracovetsky calcularam através de um modelo matemático a função muscular ao redor 
da coluna lombar de um levantador de peso. Com base neste modelo, foi sugerido que as 
estruturas passivas da coluna lombar são melhores adaptadas para resistir à compressão do que 
à forças de cisalhamento segmentares. A resistência as forças de cisalhamento ocorre pela 
contração da parede abdominal e músculos extensores das costas que fornecem estabilidade a 
coluna lombar sob carga (BEAZELL, 2010). 
No ano de 1982, a International Society of the Study of the Lumbar Spine (Sociedade 
Internacional de Estudos para a Coluna Lombar) realizou uma conferência sobre a instabilidade 
lombar, que incluiu uma série de especialistas de medicina e fisioterapia. O conceito de cascata 
degenerativa da coluna vertebral foi apresentado pela primeira vez nesta conferência. Também 
foi proposto que a instabilidade, do ponto de vista biomecânico, fosse definida como uma perda 
de rigidez da coluna vertebral. Sendo a rigidez, por sua vez, definida como a quantidade de 
movimento no interior de um sistema em relação a uma carga aplicada à estrutura. Isso iria 
permitir a comparação de respostas diferentes em segmentos da coluna adjacentes para 
aplicações de cargas semelhantes, que, nessa conjectura, pode ser difícil para um estudo in vivo 
(BEAZELL, 2010). 
Estudando as causas de degenerações dos segmentos da coluna em cadáveres com lesões leves 
e moderados Gertzbein (1976) reuniram evidências de que apenas 33% dessas lesões foram 
causadas por movimentos excessivos de flexão e extensão. Sendo a irregularidade dos 
movimentos o principal responsável pelas lesões do tipo, que ocasionaram mudanças no eixo 
de rotação em movimentos de flexão e extensão. 
Ainda na década de 70, Paris (1976) publicou um manual de avaliação subjetiva da 
instabilidade, na perspectiva de um fisioterapeuta, onde foi proposto uma distinção entre 
instabilidade lombar e hipermobilidade, que ele definiu como o movimento excessivo de uma 
articulação determinada pela idade e atividade do sujeito. Neste mesmo trabalho Paris, propôs 
que a análise de análise de raios-X, que até então não eram úteis na identificação da 
instabilidade, fosse utilizada na identificação de hipermobilidade. Ele descreveu a 
hipermobilidade como uma medida quantitativa e instabilidade como uma medida qualitativa. 
3 
 
No ano 1992 o conceito de estabilidade da coluna vertebral foi revisto em dois artigos por 
Panjabi (1992A e 1992B). O autor discutiu a ideia de que a estabilidade de várias articulações 
do corpo é mantido por uma combinação do sistema estrutural (passiva), sistema muscular 
(ativo)e o sistema de controle neural. A interação entre esses sistemas é necessário para o 
controle neuromuscular dos segmentos da coluna e a perturbação desta interação pode levar a 
uma falta de controle segmentar. 
 
3. Conceitos fundamentais 
 
3.1 Estabilidade segmentar 
 
A estabilidade segmentar visa à estabilização de um segmento do corpo e depende da interação 
entre três sistemas: passivo ativo e neural. O sistema passivo compõe-se das vértebras, discos 
intervertebrais, articulações e ligamentos, que fornecem a maior parte da estabilidade pela 
limitação passiva no final do movimento. O segundo, ativo, constitui-se dos músculos e 
tendões, que fornecem suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas 
no dia-a-dia. Em situações normais, apenas uma pequena quantidade de coativação muscular, 
cerca de 10% da contração máxima, é necessária para a estabilidade. Em um segmento lesado 
pela frouxidão ligamentar ou pela lesão discal, um pouco mais de coativação pode ser 
necessária. O último sistema, o neural, é composto pelos sistemas nervosos central e periférico, 
que coordenam a atividade muscular em resposta a forças esperadas ou não, fornecendo assim 
estabilidade dinâmica. Esse sistema deve ativar os músculos corretos no tempo certo, para 
proteger a coluna de lesões e permitir o movimento (FRANÇA et al. 2008). 
 
3.2 Mecânica da estabilidade segmentar 
 
Do ponto de vista mecânico o sistema espinhal é altamente complexo, contendo um grande 
número de componentes, passivos e ativos. Na verdade, mesmo se os componentes ativos (os 
músculos) fossem trocadas por componentes passivos, o número total de elementos excederia 
consideravelmente o mínimo necessário para manter o equilíbrio estático. Ou seja, o sistema é 
estaticamente indeterminado. Neste sentido os músculos, dentro dos limites fisiológicos, 
permitem uma ampla gama de postura, independente da distribuição e magnitude da carga 
externa. Essa amplidão dificulta o processo de entendimento da distribuição das forças ao longo 
dos diferentes elementos (BERGMARK, 1989). 
Um ponto de vista particularmente útil sobre os princípios das distribuições de força, parece ser 
a distinção entre um sistema de músculos local e um global, que estão envolvidos no equilíbrio 
da coluna lombar. O sistema local é constituído por músculos com inserção, origem (ou ambos) 
em vértebras lombares, enquanto que o sistema global é constituído por músculos com origem 
na pelve e inserções na caixa torácica. Dada a postura da coluna lombar, a distribuição de força 
ao longo do sistema local parece ser essencialmente independente da carga exterior do corpo, 
embora a magnitude da força seja dependente da magnitude da carga (FRANÇA et al. 2008). 
Diferentes distribuições da carga externa no corpo são atendidas por diferentes distribuições de 
forças no sistema global. Assim, a grosso modo, o sistema global parece cuidar de diferentes 
distribuições de forças externas sobre o corpo, ao passo que o sistema local executa uma ação, 
que é essencialmente em determinado local, ou seja, a postura da coluna lombar (BERGMARK, 
1989). 
 
 
 
 
4 
 
3.2.1 Papel dos músculos na estabilidade 
 
No sistema global os grandes músculos produtores de torque, atuam no tronco e na coluna 
estando indiretamente ligados a ela. Sendo eles o reto abdominal, o oblíquo externo e a parte 
torácica do iliocostal lombar. Estes fornecem estabilidade ao tronco, não sendo capazes de 
influenciar diretamente a coluna. O sistema local é formado por músculos ligados diretamente 
à vértebra e responsáveis pela estabilidade e controle segmentar. Os músculos que compõe este 
sistema são o multífido lombar, o transverso do abdome e as fibras posteriores do oblíquo 
interno (figura 1). O quadrado lombar também tem funções estabilizadoras (FRANÇA et al. 
2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Alguns grupos musculares envolvidos da estabilidade segmentar. 
 
O reto abdominal possui um papel chave na postura do indivíduo. Sendo também importante 
na respiração. São dois músculos paralelos, separados por uma faixa de tecido conjuntivo 
chamada de linha alba. Ocorre verticalmente em ambos lados da parede anterior do abdome 
humano e se estende da sínfise púbica inferiormente e ao processo xifoide e cartilagens costais 
inferiores superiormente. Conferem estabilidade e são responsáveis por uma boa parte do 
trabalho relacionado a carga. Em sujeitos lombálgicos, o reto abdominal raramente precede o 
movimento do ombro, deixando a entender que exista uma diferença de função entre os 
abdominais superficiais e profundos (HARKAPAA et al, 1991). 
Por ter origem na borda das oito costelas inferiores no lado do tórax interdigitando-se com o 
músculo serrátil anterior; e inserção na metade anterior da crista do ílio, ligamento inguinal, 
crista do púbis e fáscia do músculo reto do abdômen na frente inferior; o músculo oblíquo 
externo do abdome tem a função de fazer a flexão lombar. Do lado direito, faz a flexão lateral 
lombar para a direita e rotação para a esquerda. Do lado esquerdo, a flexão lateral lombar é para 
a esquerda e a rotação para a direita. Este músculo é mais superficial e para sua palpação, basta 
localizá-lo no lado lateral do abdômen, esquerdo ou direito. Trabalhando em cada lado do 
abdome, os músculos oblíquos externos do abdome ajudam na rotação do tronco quando 
trabalhar independentemente um do outro. Trabalhando juntos, ajudam o músculo reto do 
abdome na sua ação descrita. O músculo oblíquo externo esquerdo do abdome entra em 
contração vigorosa nos exercícios abdominais durante o sentar quando o tronco gira para a 
direita, como ao tocar o cotovelo esquerdo no joelho direito. Girar para a esquerda põem em 
ação o oblíquo externo direito (THOMPSON, 1997). 
 
Fonte: www.pilatesclinicofuncional.com.br 
 
 
 
 
5 
 
O iliocostal lombar insere-se, por seis ou sete tendões achatados, nas regiões inferiores dos 
ângulos das seis ou sete costelas inferiores. Ele é um dos músculos extensores dorsais que 
mantem a postura ereta. Junto ao quadrado lombar e ao epiespinoso, formando os músculos 
eretores da espinha. O músculo eretor da espinha é ativo durante a flexão da coluna vertebral, 
tendo como função principal nesse movimento controlar a descida do tronco, realizando uma 
contração excêntrica (ALLEN,1948). 
O multifídio lombar pode fornecer rigidez e controle de movimento em pequenos feixes 
dirigidos do sacro à C2, com máximo desenvolvimento na lombar. Ele contribui com 2/3 do 
acréscimo da rigidez segmentar resultante da contração. Assim, qualquer lesão no segmento 
pode comprometer a estabilidade. Após um primeiro episódio de lombalgia unilateral ocorre 
uma disfunção do multifídio lombar, que também pode apresentar uma ligeira atrofia no local 
de dor, mas sua recuperação não ocorre espontaneamente na remissão da dor, podendo ser esta 
uma explicação para a alta taxa de recidivas em lombalgias, comprometendo a estabilidade. A 
recuperação do volume muscular pode ser obtida com exercícios específicos (FRANÇA et al. 
2008). 
O transverso do abdome é um músculo profundo localizado abaixo do reto do abdome e dos 
oblíquos externos e internos na região do abdome. Tendo como inserção superior, a face externa 
e inferior da 5º à 7º cartilagens costais e processo xifóide e como inserção inferior o corpo do 
púbis e sínfise púbica. A ativação desse músculo durante exercícios, confere-lhe um papel 
fundamental na coluna, estabilizando-a e dando suporte para toda a biomecânica da postura 
humana, prevenindo a aparição de lesões na coluna (CALLAGHAN, 1995). Ele atua 
primariamente na manutenção dapressão intra-abdominal, conferindo tensão à vértebra lombar 
por meio da fáscia toracolombar. Há evidencias de que o TA e os músculos profundos lombares 
são preferencialmente afetados na presença de lombalgia, dor lombar crônica e instabilidade. 
Ele se ativa antes do deltóide na flexão, extensão e abdução do ombro em indivíduos sem 
lombalgia, demonstrando a antecipação desse músculo na região lombar para os movimentos 
do membro superior. Em sujeitos lombálgicos, sua ativação é mais lenta que o deltoide nos 
mesmos movimentos (FRANÇA et al. 2008). 
O oblíquo interno é um músculo de forma triangular e menor e mais delgado que o externo que 
o cobre. Se origina do ligamento inguinal e internamente a crista ilíaca. Os dois terços abaixo 
da inserção deste músculo é encontrado comumente, inseridos com as fibras do oblíquo externo 
e abaixo do transverso abdominal, na linha alba. O terço superior insere-se por dentro das 
últimas seis costelas (THOMPSON, 1997). 
O músculo quadrado lombar atua como estabilizador lateral lombar da coluna (FRANÇA et al. 
2008). 
 
3.2.2 Ativação dos músculos na estabilidade 
 
O quantitativo de ativação muscular necessário para garantir a estabilidade depende da tarefa. 
Geralmente, para a maioria das tarefas da vida diária, os baixos níveis de atividade da parede 
abdominal é suficiente, assim, os músculos extensores (incluindo quadrado lombar e dorsal) e 
do abdômen (reto abdominal, oblíquos e transverso abdominal) garantirão a estabilidade. Mas 
se um conjunto perder a rigidez passiva devido a danos, uma maior cocontração será necessária 
para compensar a deficiência (JANEVIC et al, 1999). 
Vários grupos clínicos focam a ação de um ou dois músculos no aumento da estabilidade. 
Contudo, a ação de determinados músculos podem ajudar ou ser prejudicial no equilíbrio da 
rigidez necessária para garantir a estabilidade em tarefas que exigem mudança. Os grupos 
musculares enfatizados por esses grupos clínicos, tem sido o multífido e transverso abdominal. 
Esses músculos contribuem de forma ideal, uma vez que eles também podem impor uma carga 
de compressão da coluna vertebral no momento da contração (MCGILL et al. 2003). 
6 
 
3.3 Instabilidade 
 
Instabilidade pode ser definida como diminuição na capacidade de estabilizar os sistemas da 
coluna para manter as zonas neutras dentro de limites fisiológicos, sem deformidade, sem 
déficit neurológico ou sem dor incapacitante. A instabilidade lombar tem sido sugerida como 
causa de desordens funcionais e tensões, assim como dor. A instabilidade poderia ser o 
resultado de uma lesão tecidual, tornando o segmento mais instável, com força ou resistência 
(endurance) insuficientes, ou fraco controle muscular (FRANÇA et al. 2008). 
A coluna vertebral é inerentemente instável. Um papel crítico da musculatura é enrijecer a 
coluna em todos os modos possíveis de instabilidade em todos os movimentos de rotação e de 
translação de cada articulação intervertebral (MCGILL et al. 2003). Devido a ampla gama de 
exigências físicas, questões sobre qual o melhor equilíbrio entre estabilidade e mobilidade ainda 
estão sendo respondidas. Vários grupos já começaram a difícil tarefa de investigar elementos 
críticos do controle motor necessário para manter a estabilidade ou resistir a eventos instáveis. 
Gardner-Morse (1995), iniciaram investigações intuindo prever padrões de deformação da 
coluna. Eles procuraram a rigidez muscular crítica ou proporcionalidade que chamaram de 
constante 'q' que garantiria uma coluna estável (MCGILL et al. 2003). 
Obviamente uma rigidez insuficiente torna a articulação instável, mas uma grande coativação 
impõe enormes cargas sobre as articulações e evita movimento, penalizando-a. Entende-se por 
estabilidade suficiente, como a quantidade de rigidez muscular necessária para a estabilidade, 
mais uma modesta quantidade de estabilidade extra para formar uma margem de segurança. 
Granata e Marras (2000) demonstraram que a coativação simultânea de diversos grupos 
musculares para gerar a rigidez da coluna não ocorre de forma instantânea. Curiosamente, o 
rápido aumento da rigidez articular ocorre com o emprego de uma força mediana. Grandes 
forças musculares raramente são necessárias para garantir a estabilidade. 
Cholewicki (1996) demonstrou que a estabilidade da coluna lombar é alcançada com uma 
postura neutra, com níveis modestos de coativação dos músculos da parede abdominal e 
paravertebrais. Isso significa que as pessoas, de lombálgicos à atletas, devem ser capazes de 
manter uma estabilidade em todas as atividades com baixa, mas contínua, ativação muscular. 
Assim, a manutenção de uma margem de segurança na estabilidade ao executar tarefas, 
particularmente as tarefas da vida diária, não é comprometida pela falta de força, mas de 
resistência. Contudo, músculos devidamente trabalhados podem reduzir o risco de futuros 
problemas nas costas. 
Distúrbios no sistema de controle após lesão podem comprometer a capacidade de manter uma 
estabilidade suficiente. Em resumo, a estabilidade vem de rigidez, rigidez passiva se perde com 
danos nos tecidos, e rigidez ativa durante toda a amplitude de movimento pode ser 
comprometida por padrões motores perturbados após lesão (MCGILL et al. 2003). 
 
4. Metodologia 
 
A análise da importância da estabilização segmentar foi realizada de forma sistematizada, 
alicerçada em informações encontradas em livros, jornais, revistas, redes eletrônicas 
principalmente em sites oficiais e plataformas de pesquisa de literatura científica. A construção 
iniciou-se com a busca de definições e teorizações que deem suporte a compreensão de 
conceitos fundamentais ligados ao conhecimento das ferramentas e técnicas utilizadas 
tratamentos e prevenção de patologias relacionadas a falhas na estabilização segmentar. 
Partindo da premissa de que ações corretivas não constituem a melhor abordagem na promoção 
da saúde e do vigor físico, analisou-se o uso das técnicas estudadas visando à prevenção e 
fortalecimento da musculatura envolvida no processo e posteriormente enfatizaram-se 
abordagens corretivas. 
7 
 
A descrição dos resultados alcançados foi sistematizada, intuindo levar o leitor a compreensão 
de aspectos fundamentais relacionado a saúde. Antes de alcançar o objetivo final deste estudo, 
será apresentado ao leitor dados e informações pertinentes ao tema abordado, que o levará a 
uma análise crítica e independente permitindo um processo de formação de conhecimento 
sólido. 
 
5. Lombalgias e a estabilidade segmentar 
 
A lombalgia é definida como toda e qualquer condição de dor ou rigidez, localizada na região 
inferior do dorso, situada entre o último arco costal e a prega glútea, podendo apresentar ou não 
irradiação para um, ou ambos os membros inferiores. Esta pode manifestar-se de três formas, 
sendo elas: dor lombar, dor pélvica posterior ou dor combinada. É importante a diferenciação 
entre dor lombar e dor na região da cintura pélvica, por apresentarem etiologias diferentes e 
necessitarem de estratégias de tratamento específicas (MADEIRA et al. 2013). 
Segundo Van (2006), a disfunção muscular ao longo do tempo pode levar a lombalgia crônica 
via lesão adicional de mecanoreceptores localizados nos tecidos passivos posteriores a coluna 
e, por conseguinte, inflamação do tecido neural. Os músculo transverso do abdome e multífido 
lombar foram relacionados a dores lombares, tal relação foi estabelecida por Cornwalla et al 
(2006) que injetou solução salina hipertônica (5%) no nível do processo espinhoso de L5 em 
indivíduos que não apresentavam quadro de dor, na tentativa de estimular dor induzida 
experimentalmente. Constataram que todos os pacientes relataram dor lombar apósa 
estimulação do ramo medial dorsal, afirmando que os multífidos lombares podem ser fonte de 
lombalgia. Lee et al, (2011) associaram a cronicidade da dor lombar com alterações na área de 
secção transversa dos músculos paravertebrais (Multífidos e Eretores Espinhais) e Psoas. 
Através da ressonância magnética observaram que o corte transversal do músculo Eretor 
Espinhal e a proporção dele para os músculos lombares a nível de L5 pode ser considerado 
fatores de cronicidade da dor lombar. Portanto o músculo Multífido Lombar está fortemente 
associado com quadros de lombalgias, porém não é o único fator (Muniz and Rodrigues 2013). 
 
5.1 Lombalgias e sedentarismo 
 
Apesar de numerosas causas e fatores de risco que estão relacionados com a lombalgia, vários 
pesquisadores a caracterizam como uma doença de pessoas com vida sedentária; a inatividade 
física estaria relacionada direta ou indiretamente com dores na coluna; a maior parte da tenção 
dirige-se a considerá-la um subproduto da combinação da aptidão músculo-esquelética 
deficiente e uma ocupação que force essa região. 
O excesso de gordura no abdômen dos indivíduos com sobrepeso é apontado como fator de 
risco para o de- senvolvimento de lombalgia por deslocar o centro de gravidade corporal 
(BARROS et al. 2011). 
Algumas indicações são de que baixos níveis de aptidão músculo-esquelética são fatores 
premonitórios da lombalgia recorrente, com o fortalecimento dos grupos musculares que 
protegem a coluna; apesar de não se poder prevenir futuras lombalgias, seguramente o número 
de episódios será menor. Indivíduos com lombalgia recorrente, que visitaram o médico pelo 
menos uma vez, 93,7% eram caracterizados como sedentários. (TOSCANO, 2001). 
 
5.2 Lombalgia ocupacional 
 
A lombalgia é frequente na população economicamente ativa, podendo estar associada à 
determinadas atividades ocupacionais em que o trabalhador permanece sentado em condições 
antiergonômicas por tempo prolongado. O homem moderno permanece, em média, um terço 
8 
 
da sua vida na postura sentada, o que pode acarretar alterações biomecânicas, como 
desequilíbrio muscular entre força extensora e flexora do tronco e diminuição da estabilidade e 
mobilidade do complexo lombo-pelve-quadril, responsáveis pelo desenvolvimento de dores na 
porção inferior da coluna. A ausência de momentos de repouso pode agravar o quadro clínico 
dos funcionários portadores de lombalgia, interferindo diretamente na execução das atividades 
de vida diária e profissional. Considerando que o trabalho executado na postura sentada parece 
atuar como fator nocivo, provocando um desequilíbrio mecânico dos componentes da coluna, 
seria interessante a realização de medidas preventivas para minimizar o quadro 
sintomatológico; e, principalmente, evitar o risco de surgimento de distúrbios 
musculoesqueléticos nos indivíduos saudáveis. É importante o reconhecimento do ambiente de 
trabalho antes da implantação de qualquer programa de intervenção, seja ele preventivo e/ou 
terapêutico, além do acompanhamento regular dos projetos executados para estimular 
mudanças de comportamento em longo prazo (BARROS et al. 2011). 
 
5.3 Lombalgias durante a gravidez 
 
A lombalgia é bem comum durante a gestação, contudo, sua etiologia ainda é desconhecida e a 
fisiopatologia, mal compreendida. A etiologia da lombalgia na gestação é multifatorial e que a 
gestação por si só pode contribuir para agravar quadros dolorosos prévios ou para o 
desencadeamento dos casos que se iniciam nesse período, porém a escassez de estudos sobre 
outros determinantes perpetua a lombalgia como evento próprio da gestação, diminuindo as 
possibilidades de que sejam adotadas medidas eficazes de alívio (FERREIRA, 2001). Uma 
hipótese bem aceita é que estas dores estão associadas a alterações hormonais e biomecânicas, 
que ocorrem durante a gestação. Assim, o aumento na flexibilidade e extensibilidade articular 
é promovida principalmente pela ação do hormônio relaxina, o crescimento e anteriorização do 
útero dentro da cavidade abdominal, somados ao aumento de peso e tamanho das mamas, que 
ocasionarão o deslocamento do centro de gravidade da gestante, no sentido posteroanterior, 
intensificando a curvatura lombar (FERREIRA, 2001). Todas essas alterações resultam em uma 
sobrecarga na musculatura lombar, levando à tensão e ao desenvolvimento de lombalgia. 
Alguns estudos, porém, não encontraram associação entre altas concentrações de relaxina e dor 
lombar (MADEIRA et al. 2013). 
Madeira et al, (2013) relata que a prevalência de dor lombar nas gestantes está em torno de 
73%, com as seguintes características: em pontada com irradiação para nádegas, abdome, coxa 
e perna, de frequência diária, duração em torno de uma hora, iniciando geralmente no período 
noturno, onde a dor também era mais intensa. Apresentava melhora com o repouso e piora com 
posição ortostática ou sentada por longo tempo e atividades domésticas. O grau de incapacidade 
chega a ser moderado e, neste estudo, a presença de infecção urinária e os maiores escores de 
incapacidade foram associados a maior intensidade de lombalgia. 
Apesar de ser um sintoma bastante comum durante a gestação, apresentando alta prevalência e 
ser tema de estudo em diversos países, o que tem se observado é que esse problema tem sido 
negligenciado, sendo considerada por muitos profissionais da área da saúde como um 
desconforto comum na gestação, que não necessita de medidas de prevenção ou de alívio. 
Existem medidas preventivas à serem adotadas antes e durante a gestação, que deveriam ser 
difundidas por todos os que trabalham com a saúde da mulher. No entanto, percebemos que o 
maior empecilho para a indicação dessas medidas é o fato dos próprios profissionais de saúde 
não considerarem esta queixa importante (FERREIRA, 2001). 
 
 
 
 
9 
 
6. Resultados e Discussão 
 
A contração de músculos como o transverso do abdômen melhora a estabilização da região 
lombo-pélvica. Esta contração ocorre antes de um movimento e independe da direção do 
movimento realizado. Porém, o início da contração do transverso abdominal está 
significativamente retardada em pacientes com dor lombar, sendo necessária maior perturbação 
para iniciar sua ativação, resultando em um déficit de controle motor e estabilização muscular 
ineficiente da coluna vertebral (TOLEDO et al., 2010 apud HODGES, 2001). 
Evidências encontradas em revisões sistemáticas sugerem que exercícios de estabilização 
segmentar que promovem cocontracão dos músculos transverso do abdômen e multífido são 
eficazes para reduzir a dor e a incapacidade em lombalgias crônicas e para aumentar o retorno 
às atividades diárias normais e ao trabalho. Exercícios de estabilização parecem também ser 
mais eficazes do que o exercício de fortalecimento tradicional em dores lombares crônicas 
(FERREIRA et al, 2006; VAN et al., 2000; KASAI et al., 2006). A dor e a incapacidade 
funcional podem ser significativamente reduzidas com exercícios de estabilização segmentar. 
Toledo et al, (2010) realizaram um tratamento de estabilização segmentar em pacientes com 
idade média de 20,66 anos (18-32 anos) que apresentaram dor lombar crônica inespecífica. Este 
consistiu em duas sessões semanais com duração aproximadamente de 35 minutos durante o 
período de seis semanas, com o terapeuta dando estímulos auditivos e táteis para a realização 
correta dos exercícios. O protocolo de tratamento consistiu em seis etapas progressivas de 
exercícios, realizando a contração isométrica do transverso do abdômen e multífido, assim 
como a contração da musculatura do assoalho pélvico seguindo as seguintes orientações do 
terapeuta: puxe o ar - solte - prenda a respiração; vagarosamentepuxe sua barriga para dentro 
e segure; puxe para cima e para dentro seu esfíncter. 
Cada exercício foi realizado em 12 repetições mantendo a contração durante 10 segundos. Os 
pacientes foram também orientados a realizar os exercícios diariamente em suas residências. 
- Etapa 1 (1º semana): sem carga, estático, sem equilíbrio/perturbação 
Em supino, com os joelhos flexionados em adução, ativação do músculo transverso do 
abdômen. 
Em prono, joelhos estendidos e braços ao longo do corpo, ativação do músculo multífido. 
- Etapa 2 (2º semana): sem carga, com movimento, sem equilíbrio/perturbação 
Em supino, joelhos flexionados, movimentos com o membro inferior (deslizamento do 
calcanhar). 
Em supino, movimentos alternados dos membros, elevação unilateral do membro superior e 
flexão do membro inferior contralateral (dead bug). 
- Etapa 3 (3º semana): sem carga, com movimento, com equilíbrio/perturbação 
Ponte, com os pés apoiados no solo e joelhos flexionados, elevar a pelve mantendo a contração 
da musculatura profunda do tronco. 
Posição de gatos com movimentos alternados em diagonal dos membros superiores (flexão) e 
inferior (extensão). 
- Etapa 4 (4º semana): com carga, sem movimento, sem equilíbrio/perturbação 
Sentado, realiza rolamento pélvico (empinar os glúteos sem empinar o tórax) e contração da 
musculatura profunda do tronco. 
Em pé estático, realiza a contração do transverso do abdômen e multífido. 
- Etapa 5 (5º e 6º semana): core training – exercícios mais intensos ativando toda a musculatura 
que envolve a coluna vertebral, promovendo assim maior estabilidade 
Ponte unilateral: elevação da pelve associada à elevação de um membro inferior que é mantido 
em extensão, mantendo a contração do transverso do abdômen e multífido. 
Ponte lateral: em decúbito lateral, realiza elevação lateral da pelve com apoio nos pés e 
cotovelo, mantendo a contração do transverso do abdômen e multífido. 
10 
 
Prancha: em decúbito ventral, realiza elevação da pelve com apoio nos pés e cotovelo, 
mantendo a contração do transverso do abdômen e multífido. 
Este programa de exercícios de estabilização segmentar com frequência de duas vezes semanais 
foi efetivo na redução da dor e na incapacidade funcional na dor lombar mecânico-postural em 
mulheres, demonstrando assim ser um método eficaz de tratamento de lombalgias. 
 
8. Conclusões 
 
A obtenção de equilíbrio nas estruturas que compõem a pilastra de sustentação humana (coluna 
vertebral), evitando quadros dolorosos a ela relacionados, não se constitui em tarefa fácil, 
devido principalmente às constantes mudanças de posturas realizadas diariamente pelo homem, 
expondo sua estrutura morfofuncional a uma série de agravos. Muitos são os fatores que podem 
influenciar no aparecimento e prevalência de lombalgias. 
Por ser a lombalgia uma síndrome de característica multicausal, seu tratamento ideal demonstra 
ser complexo, apresentando grande variedade de opiniões entre os profissionais de saúde. 
Quando a etiologia é associada a fatores mecânicos, pudemos constatar certa unanimidade entre 
os especialistas na eficácia da prática de exercícios de fortalecimento e alongamento do 
aparelho locomotor, mas a indicação de um programa de exercícios ainda é restrita e pouco 
difundida. 
A lombalgia gestacional tem sua origem principalmente na pela ação hormonal, ou à frouxidão 
de colágeno mais pronunciada. Durante este período também há alterações no centro de 
gravidade da gestante, devido ao crescimento do volume de sua barriga. Esse sintoma necessita 
de tratamento específico, dadas as implicações negativas que podem causar na vida da mulher 
no período gestacional e puerpério. 
Neste trabalho constatamos a eficácia da estabilização segmentar nas lombalgias e, 
principalmente, na prevenção de sua recidiva, por atuar diretamente no controle motor, 
devolvendo a função protetora dos músculos profundos. Contudo, mesmo que vários estudos 
tenham comprovado a eficácia do uso de exercícios no tratamento desta enfermidade, a adoção 
de hábitos preventivos é o melhor caminho para a manutenção da saúde. Assim faz-se 
necessária a elaboração de programas educativos de prevenção e recorrência da lombalgia 
através da atividade física, que deve ser direcionada no sentido de desencadear conhecimentos, 
atitudes e comportamentos compatíveis com uma dinâmica social fisicamente ativa e 
desenvolvida no quotidiano, independente da sua área de atuação. 
 
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