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AT 1 DINÂMICA DAS RELAÇÕES HUMANAS E LIDERANÇA 2 32 S U M Á R IO 2 3 APRESENTAÇÃO 5 INTODRUÇÃO 7 UNIDADE 1 - Relações humanas: um breve histórico 13 UNIDADE 2 - A dinâmica de viver em equipe 16 UNIDADE 3 - Teoria Comportamental 20 UNIDADE 4 - A administração dinâmica na perspectiva das relações humanas 21 UNIDADE 5 - O ambiente de trabalho nas organizações 22 5.1 Qualidade de Vida No Trabalho 26 UNIDADE 6 - O treinamento: elemento primordial nas relações humanas 29 UNIDADE 7 - Motivação: uma ferramenta fundamental em relação humana 34 UNIDADE 8 - A imagem da organização através de um relacionamento positivo 34 8.1 A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO 36 UNIDADE 9 - Abordagens sobre as teorias de liderança 36 9.1 Teoria dos traços da personalidade 37 9.2 Teorias comportamentais ou estilos de liderança 38 9.3 Teoria de contingência ou de situações de liderança 38 9.4 Teorias Neocarismáticas 39 UNIDADE 10 - Liderança carismática 40 10.1 Liderança Transformacional e Transacional 41 10.2 Liderança Visionária 42 10.3 Características e habilidades de um Líder 43 10.4 O Líder e a Inteligência Emocional 43 10.5 O líder e a equipe 44 10.6 O Líder e a ética 44 10.7 O líder e a visão Multicultural 45 10.8 Administração x Liderança 50 CONCLUSÃO 51 REFERÊNCIAS 2 333 APRESENTAÇÃO Caro estudante, bem-vindo à Disci- plina Dinâmica das Relações Humanas e Liderança. Você tem um importante instrumento de pesquisa em sua casa, ou onde quer que esteja. Esta pratici- dade de estudar em casa, no escritório ou em outro qualquer ambiente de es- tudo escolhido por você é uma oportu- nidade única. O ensino a distância deixou de ser um sonho e tornou-se uma realidade, trazendo possibilidades de um estudo significativo, sério e prazeroso, sem contar com a flexibilidade de horário e de lugar que você mesmo escolhe de acordo com as suas necessidades e preferências. Vale salientar, que o ensino a dis- tância tem muitos pontos significati- vos para o aluno, mas não pode ficar esquecido que, do mesmo modo que traz muitas facilidades, traz também muitas responsabilidades para você. Mas trata-se de uma responsabili- dade ‘boa’ porque está incutido nesta modalidade de ensino, e que nós da instituição nos preocupamos com os nossos alunos, mostrando a todos a autonomia de cada um, a mudança de hábito, o modo de pensar a Educação e, sobretudo, mostrar que o ensino a distância faz com que o próprio aluno seja um gestor de seus estudos e re- flexões, seja o planejador e executor de suas atividades que farão parte de agora em diante de sua rotina. O ensino a distância faz com que o aluno se torne o seu próprio líder sobre as multiplicidades que engendram a questão da produção do conhecimen- to e responsável pelo seu crescimento pessoal e profissional. Este módulo apresenta as questões que envolvem o relacionamento huma- no, bem como sua dinamicidade. Sabe- mos que a humanidade tomou rumos inesperados nestas últimas décadas, o que tornou a convivência em socie- dade mais conflituosa. As pessoas, por diversos fatores, andam angustiadas, estressadas e frustradas. Para superar e conseguir viver em equipe, é preciso ir em busca de co- nhecimentos em relação ao ser huma- no como o seu comportamento, a sua personalidade e até mesmo o autoco- nhecimento. Sócrates dizia: “Conhece- -te a ti mesmo”, resumindo assim toda sabedoria para um bom relacionamen- to mais afetuoso, duradouro e respei- toso. Buscar conhecer a si mesmo e aos outros é a base para poder viver bem e ter uma boa relação humana. Não te- mos a eternidade para aprender a con- viver, por isso, precisamos aproveitar as oportunidades que a vida nos ofe- rece. Quando perdemos uma oportunida- de de crescimento ela não foi desper- diçada porque outra pessoa irá apro- veitá-la. Da mesma forma acontece com todas as oportunidades na vida, se você não quiser lançar mão delas outras pessoas o farão. 4 54 Então, pense nisso, deseje, peça e re- ceba a chave de todo o sucesso pessoal e profissional: o conhecimento, a sabedo- ria e o amor. Estude bastante e um grande abraço! Profa . Ms. Rosana Cristina Ferreira Silva. “Tudo o que somos é a base do que pen- samos. Se uma pessoa fala ou age com mau pensamento, o sofrimento a segue como as rodas seguem os pés do boi, que puxa o carro. Se uma pessoa fala ou age com pensamento puro, a felicidade a se- gue, como a sombra que nunca a aban- dona”. Buda 4 55 INTODRUÇÃO Percebe-se que as organizações empresariais necessitam de ferramen- tas que buscam facilitar a relação hu- mana entre seus colaboradores, por isso muitas empresas vêem desenvol- vendo a capacidade de seus gestores para viver e trabalhar em equipe de forma dinâmica e harmoniosa. Deste modo, nota-se uma ansie- dade tanto das empresas quanto dos profissionais pela busca de conheci- mento do ser humano em toda a sua plenitude para melhor entender como se deve vivenciar as várias situações que o ambiente empresarial vem pas- sando. Consequentemente, ao passar a ter um mínimo de entendimento so- bre o modo de pensar e de perceber do homem, uma equipe consegue ter melhores relações humanas dentro da empresa onde atua, em sua própria casa, e na sociedade como um todo. Pensar a relação humana na atu- alidade é um desafio para todo pro- fissional e, a prática de trabalho diá- ria dentro das organizações não fica à margem dessa questão. Enquanto profissionais, independentemente da área que atuam, é necessário estar a todo momento refletindo sobre a prá- tica, focalizando a tarefa que se pro- põem em realizar e sobretudo pensar na formação da competência humana para saber lidar com o outro, con-viver com o outro. Entende-se que esse é o papel na formação profissional, pois, não trata- -se de trabalhar com o conhecimento técnico isoladamente e/ou trabalhar com uma operação meramente mecâ- nica, mas trabalhar estas atividades articulando-as ao desenvolvimento dos recursos internos do profissional como ser humano. Pensando desta maneira, a Gestão, especialmente quando refere-se às relações humanas, tornou-se um tema bastante debatido e estudado nas uni- versidades e empresas, baseados na crença das pessoas terem se tornado com o passar do tempo, a mola-mestra alvo da gestão e sucesso das organiza- ções. Hoje, as empresas preocupam-se cada vez mais em proporcionar um am- biente de trabalho harmonioso, dinâ- mico, interessante e participativo, que dê aos funcionários maior motivação em trabalhar, procurando reconhecer o potencial de liderança de cada um e manter uma relação de trabalho com uma equipe unida, uma vez que, para conseguir sobressair em um mercado cada vez mais competitivo, a empresa precisa de uma equipe que torce para o mesmo time. As organizações hoje, para conse- guirem sobreviver, têm que deixar de dar ênfase ao trabalho individualizado, e ficou arcaica a ideia de que somente o dirigente é a única fonte de solução para os problemas. Passou-se a admitir que uma organi- zação funciona através da cooperação, profissionalismo, competência, habi- lidade em lidar com pessoas difíceis e 6 76 com o aprendizado contínuo para a so- lução dos problemas de todos os fun- cionários e sobretudo da organização. É preciso, portanto, de uma equipe sintonizada, formada por pessoas ca- pazes de liderar, pois a liderança é um caso especial de influência, que faz com que uma pessoa ou grupo, faz o que o líder quer que seja feito de acor- do com as necessidades da empresa e exigências do mercado. É preciso ter o interesse em desco- brir mais sobre o comportamento das pessoas no dia-a-dia de uma empresa, faz-se necessário entender a influên- cia de um líder no ambiente organi- zacionalpara junto com a sua equipe encontrar soluções para os problemas diários. Os gestores, independentemente do ramo que atuam, devem estar pre- ocupados em gerenciar o comporta- mento das pessoas no trabalho com o intuito de melhorar as relações huma- nas. O cenário atual está passando por mudanças cada vez mais rápidas, o que pode causar nas pessoas certa frus- tração, à medida que não conseguem acompanhar as mudanças. Desta for- ma, o ambiente de trabalho necessita de pessoas que estejam aptas a muda- rem de acordo com as necessidades, precisa de pessoas que estão sempre em busca de novas formas de conheci- mento, para assim assumir uma melhor gestão de relações humanas e atua- rem em equipe. Portanto, espera-se que esse mó- dulo possa trazer reflexões e análises sobre a questão da dinâmica da rela- ção humana dentro das organizações e quais são as interferências e influên- cias que podem contribuir com os tra- balhadores e com as empresa que se preocupam com um cenário de traba- lho dinâmico, harmonioso e sobretudo saudável para todos. 6 77 UNIDADE 1 - Relações humanas: um breve histórico A origem dos estudos sobre as re- lações humanas nasceu nos Estados Unidos através de várias experiências desenvolvidas por Elton Mayo e seus co- laboradores. Foi basicamente um movi- mento de reação e de oposição à Teoria Clássica da Administração, fazendo sur- gir a Teoria das Relações Humanas. Tudo isso foi conhecido também como a Escola das Relações Humanas, trata- -se de um conjunto de teorias adminis- trativas que foram impulsionadas com a Grande Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929. Tais teorias criaram muitas expectati- vas na area da administração, pois senti- ram a necessidade de conhecer as ativi- dades e sentimentos dos trabalhadores e estudar a formação de grupos, isto é, de equipes. Com estes novos estudos, o foco mu- dou de Homo economicus, ou seja, o ho- mem trabalhador e passou a ser visto como homos social, o homem que vive em sociedade. Desde então, o homem começa a pen- sar na sua participação em tomadas de decisões e na disponibilização das infor- mações para si. Para Marx (1987), o homem é no sen- tido mais literal, um zoon politikon, isto foi dito por Aristóteles que quer diser um ser social, animal social. Então trata-se que o homem não é só um animal social, mas uma animal que só pode isolar-se em sociedade. Em outras palavras, mesmo em total isolamento, o homem é um ser de relações. As relações que o homem trava no mundo com o mundo (pessoais, impes- soais, corpóreas e incorpóreas) apre- sentam uma ordem de tal característica que as distinguem totalmente dos puros contatos, típicos da outra esfera animal. Entendemos que, para o homem, o mun- do é uma realidade objetiva, indepen- dente dele, possível de ser conhecida. É fundamental, contudo, partirmos de que o homem, ser de relações e não só de contatos, não apenas está no mundo, mas com o mundo. Estar com o mundo resulta de sua abertura à realidade, que o faz ser o ente de relações que é (FREI- RE, citado por SILVA, 2006, p. 20, 21). A origem da Teoria das Relações Hu- manas são: A necessidade de humanizar e de- mocratizar a administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano; O desenvolvimento das chamadas Ci- ências Humanas, principalmente a psico- logia e a sociologia; As ideias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram capitais para o huma- nismo na administração; As conclusões da Experiência em Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 8 9 1932, sob a coordenação de Elton Mayo; Com as conclusões iniciais tomadas a partir da Experiência de Hawthorne, no- vas variáveis são acrescentadas ao dicio- nário da administração: a integração social e comportamen- to social dos empregados; as necessidades psicológicas e so- ciais e a atenção para novas formas de recompensa e sanções não-materiais; o estudo de grupos informais e da chamada organização formal; o despertar para as relações huma- nas dentro das organizações; a ênfase nos aspectos emocionais e não-racionais do comportamento das pessoas; a importância do conteúdo dos car- gos e tarefas para as pessoas; Hoje, faz-se necessário que as orga- nizações atendam às mudanças que vêm ocorrendo em um contexto mundial com o intuito de melhorar como um todo, es- pecialmente quando se trata de pesso- as, sejam elas fornecedores, clientes, colaboradores, gestores, entre outros. Para Boog (1995), existe o paradigma denominado mecanicista que é reducio- nal e radical. A partir do século XX, ori- ginou-se um novo modelo denominado holístico, não é dominante, é crescente e abrange todas as áreas da atuação hu- mana, como pode ser observado no Qua- dro 1. Neste sentido, como estão expres- sas no quadro 1, as relações Humanas é a expressão que se usa no setor empre- sarial para designar os resultados da co- municação entre as pessoas, bem como as suas consequências, a cooperação, a convivência em equipe, assim, as pesso- as não são engrenagens, elas são a mola mestra de qualquer organização. As organizações estão cada vez mais preocupadas em otimizar as relações humanas, por isso prefere uma aborda- gem personalizada ao invés de pacotes prontos para contribuir para o desenvol- vimento organizacional das empresas. Devem, portanto, adotar um paradigma holístico. Vale lembrar que muitas dinâmicas e / ou ferramentas são utilizadas para me- lhorar as relações humanas, mas nem sempre o mesmo modelo utilizado por uma empresa dá certo em outras, mas uma coisa é inevitável: quando uma em- presa opta por um modelo de gestão onde há a valorização humana, o sucesso será uma consequência. Diante disso, é necessário que cada organização pense em seu contexto, co- nheça o seu recurso humano, saiba lo- calizar quais sãos as suas dificuldades e sobretudo saiba reconhecer a importân- cia de otimizar as relações humanas no trabalho com o intuito de despertar na equipe a motivação no trabalho, o senso de cooperação e de crescimento mútuo, onde todos podem ganhar e alcançar o sucesso. 8 9 Quadro 1 – Paradigma Mecanicista versus paradigma holístico. Fonte: Boog in Rosini (2003), p. 1000. 10 11 1.1 O Que São Relações Humanas Pode-se dizer que as Relações Huma- nas acontecem através das interações entre as pessoas no cotidiano. É na família que acontece os primeiros fenômenos das relações humanas, pois é neste cenário que, desde criança o ser humano aprende regras de convivência, a viver com o outro. Depois da família, as Relações Huma- nas acontecem em vários grupos sociais como a escola, grupos de amigos, turma da aula de violão – por exemplo – e por fim, em equipes de trabalho. (SÁ, 2001). As Relações Humanas trata-se de um processo de relacionamentos entre as pessoas, podendo definir o tipo de per- sonalidade a ser desenvolvido dentro de cada grupo. Trata-se de um modo peculiar de formação de personalidade, uma vez que as pessoas que fazem parte do grupo podem ser muito diferentes entre si. São muitos os fatores que possibilitam este molde de personalidade, tais como: características psicológicas de cada pessoa; crenças religiosas de cada uma; histórico de vida de cada indivíduo; visão de mundo em várias esferas, como a Política; fatores sociais; questões econômicas, entre outras. As redes de interação oferecem múlti- plas variações de personalidade das pes- soas. Neste sentido, o indivíduo precisa ter muita habilidade e conhecimento para saber lidar com a diversidade de ideias, pois cada ser humano temo seu ponto de vista, e cada ponto de vista tem ângulos diferentes. E é isto que faz com que o ser humano seja um ser tão magnífico, secre- to e fascinante. Há um trecho na Bíblia que diz: “onde um ou mais estiver reunido em meu nome, lá Eu estarei”, no caso das Relações Huma- nas, onde mais de uma pessoa estiver num mesmo ambiente, há um relacionamento, há um processo de Relações humanas. Para um bom relacionamento humano, é necessário saber lidar com o outro. (SÁ, 2001). Para isso, existem algumas carac- terísticas imprescindíveis que não podem faltar a um profissional dentro do seu am- biente de trabalho: saber falar com as pessoas; ter interesse pelos outros, pelos seus sentimentos; saber sorrir; ser cordial; ter generosidade em elogiar; saber como e quando criticar; preocupar-se e respeitar a opinião alheia; fazer bem aquilo que se propõe a fa- zer, quer seja no seu trabalho, quer seja em seu lazer; ser um ouvinte eficiente; saber criticar suas próprias ideias e convicções; ter uma visão de mundo ampliada; buscar ter sempre maior conheci- 10 11 mento do ser humano como um todo; entender que não existe ninguém igual a você, por isso, não pode-se exigir que pensem ou que sejam iguais a você. As Relações Humanas têm como pro- posta os seguintes objetivos: Desenvolver habilidades para traba- lho em equipe, integrando teoria e prática de Dinâmica de Grupo; Aumentar a sensibilidade dos parti- cipantes em relação às próprias ações e como essas afetam os demais; Aumentar a sensibilidade em relação às ações dos demais e como essas afetam a si próprio. Aumentar a habilidade como facilita- dores de grupos de discussão, em termos de tarefa e processo; Possibilitar aos participantes um autoconhecimento em termos de cresci- mento e desenvolvimento psicossocial. Quando o sujeito atravessa a barreira que o separa de si mesmo, pode-se dizer que está começando a comunicar-se com o seu self e é a partir deste instante que ele passa a aceitar a si mesmo. Quando o indivíduo reconhece a si mesmo e se acei- ta, acaba por ser, naturalmente, mais sin- cero em suas relações, torna-se então co- erente em seus atos. (ROGERS, 1970). Em um processo terapêutico centrado na pessoa do eu acontece algo que tem demasiada importância para as futuras relações do profissional, quando este se modifica, torna-se um ser em transfor- mação constante e a partir daí este indiví- duo passará a envolver todos ao seu redor neste processo, porque suas relações tor- nam-se mais facilitadoras e produtivas, enriquecendo-o. (ROGERS, 1970). Quando a pessoa sabe o valor que tem, esta passa a ter uma vida moral satisfei- ta, sente prazer em viver, em trabalhar, do mesmo modo terá relações mais empáti- cas, mais duradouras, principalmente por ser mais coerentes nestas relações huma- nas. Pode-se perceber que pessoas incoe- rentes sentem-se mais angustiadas, re- ceosas, pois não conseguem expressar seus sentimentos, ou melhor, acabam passando uma imagem distorcida de si mesmo. Pessoas que costumam mentir têm tendência a se sentirem sós, dificul- tando vários aspectos de suas próprias vi- das. (ROGERS, 1970). A pessoa emocionalmente descontro- lada tem dificuldades em se comunicar, porque rompeu a comunicação consigo mesma e como resultado dessa ruptura a comunicação e a relação com os outros in- divíduos pelos quais convivem ficam pre- judicadas automaticamente, e em muitos casos pode tornar-se um problema irre- versível. No ser humano neurótico, a parte dele próprio que se chama de inconsciente, e que é recalcada ou rejeitada da consci- ência, sofre uma obstrução que impede a comunicação com a parte consciente ou dirigente do indivíduo. (ROGERS, 1970). De acordo com Silva (2006), com base na teoria freudiana, é possível elencar pelo menos algumas características bási- cas de pessoas com o ego atuando de for- ma equilibrada como: viver de acordo com a realidade, sem 12 1312 deixar-se levar por impulsos, temores ou fantasias; ser capaz de reconhecer os próprios sentimentos e emoções no momento em que estiverem ocorrendo; estar adaptado profissionalmente e conseguir realizar o trabalho cotidiano, sem sentir-se excessivamente fatigado ou tenso; ser capaz de realmente descansar e distrair-se nos períodos de lazer. É de suma importância para as relações humanas que a pessoa tenha um equilí- brio emocional, caso contrário, esta passa a ser um indivíduo neurótico que tem difi- culdades de se relacionar, principalmente porque tem distorções na comunicação e no relacionamento com os outros, pas- sando então por um sofrimento dentro de si e nas suas relações. Em muitos casos a maior barreira que impede de manter boas relações huma- nas em uma organização são os julgamen- tos prévios, principalmente quando estes (pré) conceitos são pejorativos que se fazem das afirmações de pessoas com as quais se relaciona. Pode-se dizer que sem perceber isso pode acontecer natural- mente, isto é, inconscientemente. O gran- de problema é que isso pode interferir nos relacionamentos, pois passa-se uma ima- gem negativa de si mesmo. Sendo assim, faz-se necessário que cada um se torne um agente de transformação de si e de sua própria realidade (ROGERS, 1970). Para que uma relação humana, qualquer uma, possa ser fundamentada em relações harmoniosas, solidárias e de cooperação, são necessários vários fatores, tais como: colocar-se no lugar do outro, entender como o outro enxerga a vida e os conflitos profissionais e pessoais, ter personalidade forte e corajososa; nas relações humanas deve-se saber observar, ouvir; buscar compreender o que o outro tem a dizer. Confrontar seus próprios julgamen- tos precipitados e saber agir com empatia e compreensão; precisa deixar de lado a “fachada” e comunicar-se verdadeiramente com o ou- tro; compreender a totalidade humana e buscar a transformação. Diante disso, pode-se perceber que to- das as relações humanas possuem falhas, conflitos e equívocos, mas podem ser me- lhoradas a partir do momento que cada membro da equipe busque mais conheci- mento de tudo o que já foi mencionado. (ROGERS, 1970). Vale salientar que, quanto mais o indi- viduo for coerente, mais este consegue se expressar com consciência, solidariedade, afetividade, com segurança e sobretudo com amor. Portanto, qualquer relação hu- mana deveria buscar o crescimento mú- tuo de cada profissional que faz parte de uma equipe, e descobrir mais sobre o com- portamento de si mesmo e do outro. 12 1313 UNIDADE 2 - A dinâmica de viver em equipe É uma tendência mundial a realização de atividades em equipe, acrescida da própria característica do homem em estabelecer-se como um ser que acrescenta, que faz o grupo crescer, que busca dinamizar as atividades, que pensa no seu crescimento e também no crescimento da organização a que pertence. Esta nova tendência das organizações faz com que se pense de que forma, os profissio- nais têm se posicionado frente às experiên- cias de vivenciar a equipe, e não apenas viver em equipe. Deste modo, é relevante o estu- do da utilização de uma dinâmica em equipe, pois este pode ser considerado um meio que sinaliza a necessidade do ser humano em buscar a compreensão dos movimentos pre- sentes no interior de suas equipes, de forma a contribuir para o aperfeiçoamento e melho- ria das relações humanas (OSÓRIO, 1986). O papel do profissional que tem como prin- cipal habilidade a liderança é de suma impor- tância, pois ele pode mudar de acordo com as situações transformando-se em facilitador. Para a empresa, é necessário ter líderes que encorajem o grupo, que motivem e sobre- tudo que propiciemo crescimento mútuo, o trabalho em equipe e estimulem a liderança entre si mesmos. Buscando melhor entendimento, nota-se que é preciso perceber as facetas do compor- tamento humano, possibilitando a todos que fazem parte da equipe apreender os limites e possibilidades de atuação dentro do grupo de trabalho para que se possa usufruir dessas experiências de forma ativa. Isso significa dizer que se é possível “viver” a equipe, é também possível dar, receber e trocar ideias e sentimentos. Viver a equipe significa saber lidar com a diversidade, com a falta de algo pronto e acabado, com a pos- sibilidade do conflito e do confronto, permite lidar com a união, colaboração, cooperação e a criação humana. As atividades em equipe realizadas pelos profissionais dentro das organizações com- preendem desde as tarefas desenvolvidas pela equipe de produção à equipe de alta ge- rência que necessitam de orientações de su- porte emocional, ou que estejam aprenden- do a adaptar-se às novas situações de vida dentro de uma equipe de trabalho (MUNARI, 1995). A maioria dos profissionais detém-se na apresentação das experiências vivenciadas. Este fato se dá uma vez que muitos dos co- laboradores desenvolvem suas atividades de modo empírico, ou seja, aprendendo a fazer com a própria experiência. Observando a figura 1, percebe-se que é muito importante os profissionais e a empresa tomar conhecimento do novo pa- radigma holístico: a capacidade de montar uma equipe em forma de teia, pois é de suma importância que a equipe se comu- nique de forma adequada e em formato de teia, onde todos ficam interligados. Dependendo do objetivo que.se pre- tende com a utilização da equipe como es- tratégia (socialização, mudança de com- portamento, treino de relações humanas ou ainda a psicoterapia), vários aspectos deverão ser considerados. 14 15 Figura 1 – Modelo de relacionamento em equipe Fonte: Philip Anderson, Gestão do Conhecimento, 2000, p. 193. 14 15 O profissional deve estar ciente daquilo que poderá encontrar dentro de uma or- ganização empresarial, conhecer os mo- vimentos humanos e as formas mais co- muns de lidar com elas. Está implícito que dentro de uma equi- pe de trabalho é preciso mobilizar sen- timentos, emoções e comportamentos cujo manejo pode apresentar dificuldade ao profissional, pois muitas pessoas são imprevisíveis, cada ser humano tem a sua história, cultura, visão de mundo, crenças, etc. Os profissionais que ignoram, ou que não dão a essa questão a devida relevân- cia, podem correr riscos, abordando ina- dequadamente várias situações adversas dentro da sua equipe de trabalho. Assim, é preciso considerar que é de suma importância e como parte integran- te da formação de todo profissional a au- to-reflexão, o conhecimento do ser huma- no e o seu entendimento. Faz-se necessário que o profissional conheça as questões sociais que interfe- rem direta ou indiretamente no compor- tamento das pessoas, para que se perce- ba que dentro da equipe não há um único modelo de conduta humana e sim uma multiplicidade de comportamentos seme- lhantes e diferentes entre si. Somente com muita habilidade e co- nhecimento se consegue viver bem den- tro de uma equipe, manter uma boa Rela- ção Humana e sobressair-se com sucesso e com êxito dentro de uma organização. As relações humanas podem se tor- nar conflituosas e, por isso, é preciso buscar “soluções” que resolvam ou amenizam uma determinada situação. Em momentos de conflitos, o homem pode lançar mão de sua criatividade e intelectualidade para administrar o problema. Não há forma de conviver sem relacionar-se com o outro e com o mundo, se ele está no mundo. (SILVA, 2006, p.20). É justamente fundamentada nestes pressupostos que se apresenta a preo- cupação, enquanto profissionais, para o desempenho dos trabalhos em equipe, al- mejando pelo menos despertar para uma questão emergente que é saber viver em equipe. 16 1716 A Teoria Comportamental surgiu em 1947 nos Estados Unidos, dentro de uma funda- mentação democrática e marca a influência das ciências do comportamento do ser huma- no na administração. Para muitos, represen- ta a aplicação da Psicologia Organizacional à Administração. Esta teoria se assenta em novas proposi- ções acerca da motivação humana, notada- mente as contribuições de McGregor, Maslow e Herzberg. O administrador precisa conhe- cer os mecanismos motivacionais para poder dirigir adequadamente as pessoas, além de si mesmo. Outro aspecto importante da Teoria Com- portamental é o Processo Decisorial. Todo indivíduo é um tomador de decisão, basean- do-se nas informações que recebe do seu ambiente, processando-as de acordo com suas convicções e assumindo atitudes, opi- niões e pontos de vista em todas as circuns- tâncias. A organização neste sentido é vista como um sistema de decisões. A ideia de um tomador de decisões, dentro de uma racionalidade limitada pela escassez de informações que pode obter e se proces- sar, conduz ao conceito do homem adminis- trativo/gestor, que se comporta buscando soluções satisfatórias e não soluções ótimas. Nas organizações existem sempre con- flitos entre os objetivos individuais e os ob- jetivos organizacionais. À medida em que as organizações pressionam para alcançar os seus objetivos, elas privam os indivíduos da satisfação de seus objetivos pessoais, e vice- -versa. Vale salientear que, é importante saber como o ser humano pensa com o intuito de traduzir o seu pensamento em fatores ex- ternos como o próprio comportamento, de tal forma que colaboradores e organização possam conseguir alcançar os seus objetivos sem atrapalhar o outro. Para melhor analisar esta questão, o Myers - Briggs Type Indicator – MBTI – é o instrumento de avaliação de personalidade mais amplamente utilizado no mundo. Este modelo foi projetado por uma equipe composta por mãe e filha, Isabel Myers e sua mãe Katherine Cook Briggs. Segundo Leo- nard & Straus (2000) o MBTI se baseia no tra- balho de Carl Jung. As pesquisadoras desenvolveram o ins- trumento na Segunda Guerra Mundial, a par- tir da hipótese de que a compreensão das preferências da personalidade talvez ajudas- se os civis que estavam ingressando na força de trabalho pela primeira vez a encontrar o emprego certo para o esforço de guerra. De acordo com muitas pesquisas, acredi- ta-se que mais de 2,5 milhões de pessoas em todo mundo já passaram por este teste anali- sando o seu comportamento e os seus traços de personalidade. De acordo com o MBTI, existem as siglas que têm seus prórpios significados com a fi- nalidade de melhorar a compreensão do pro- cesso de avaliação: 1º Quadro e 2º Quadro UNIDADE 3 - Teoria Comportamental I – introvertidos; E – extrovertidos; S – sensitivos; T – pensativos; F – sentimentais; J – julgadores; P – perceptivos; 16 1717 Quadro 2 – Matriz de personalidades do MBTI Fonte: Leonard & Straus (2000), p. 130 18 19 Quadro 3 – Matriz de personalidades do MBTI Fonte: Leonard & Straus (2000), p. 131 18 19 De acordo com o quadro 2 é possível fa- zer uma análise do projeto MBTI, e enten- der como fazer um teste para saber em qual destes o profissional se enquadra. Estes quadros revelam como a pessoa se orienta em relação ao mundo exterior, ou seja, ao ambiente externo. É relevante este estudo para conhecer melhor o ser humano para se obter melhores relações de trabalho. O comportamento organizacional na teoria administrativa é a reciprocidade entre os indivíduos e organizações e suas relações de intercâmbio são importantes para o estudo das empresas. O administrador/gestor precisa conhe- cer os mecanismos motivacionais para poder dirigir-se às pessoas.Maslow apre- sentou a teoria da motivação, segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência: Necessidades Fisiológicos Necessidades de Segurança Necessidades Sociais Necessidades de Estima Necessidades de Auto-realização Existe muita crítica a respeito da Teoria Comportamental na Administração como uma tentativa de ampliar suas contribui- ções e minimizar as suas limitações. 20 212020 UNIDADE 4 - A administração dinâmica na perspectiva das relações humanas Administrar é dirigir uma organização utilizando técnicas de gestão para que alcance seus objetivos de forma efi- ciente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental, de tal forma que as Relações Humanas no ambiente de tra- balho sejam otimizadas e não conflitu- osas. Lacombe (2003) diz que a essência do trabalho do administrador é obter resultados por meio das pessoas que ele coordena. A partir desse raciocínio de Lacombe, tem o papel do “Gestor Ad- ministrativo” que com sua capacidade de gestão com as pessoas, consegue obter os resultados esperados. Drucker (1998) diz que admi- nistrar é manter as organizações coesas, fazendo-as funcionar. As principais funções administrativas são: Fixar objetivos (planejar) Analisar: conhecer os proble- mas. Solucionar problemas Organizar e alocar recursos (recur- sos financeiros e tecnológicos e as pes- soas). Comunicar, dirigir e motivar as pes- soas (liderar) Negociar Tomar as decisões. Mensurar e avaliar (controlar). Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador - POCCC.: Planejar, Organizar, Controlar, Coordenar e Comandar Destas funções a que sofreu maior evolução foi o “comandar” que hoje cha- ma-se de Liderança. Diante do exposto, pode-se perceber que ao longo do tempo, a questão da administração passou por muitas mu- danças e alcançõu niveis desejáveis de melhoramento, uma vez que percebe- -se que o administrador competente é aquele que deixa de comandar para tor- nar-se um líder. 20 212121 O ambiente externo pode refletir no ser humano. Assim, pode-se observar a manei- ra como as pessoas se comportam quando estão dentro de algum ambiente, podem ob- servar a limpeza, o clima, a decoração, se as pessoas estão bem vestidas ou não. Uma pessoa não age da mesma maneira quando vai à praia ou em uma igreja, um clu- be. Nem da mesma maneira, comporta-se dentro do ambiente de trabalho. Deste modo, pode-se perceber que o ambiente favorece a mudança de algum tipo de comportamento, isso não quer dizer que a personalidade da pessoa muda, mas pode ser influenciada pelo ambiente externo e outros fatores como: cultural, religioso, político, familiar, visão de mundo, entre outros. Assim, percebe-se que não somente o tipo do ambiente pode influenciar no com- portamento, tantos outros fatores também influenciam. Portanto, pode-se supor que o ambien- te de trabalho também deve influenciar no comportamento das pessoas e, por conse- guinte influenciar nas relações interpessoais e supostamente nos resultados das empre- sas em todos os sentidos. Pode-se observar historicamente uma grande evolução no ambiente de trabalho desde a revolução industrial até o final do século XX e em muitos casos não entender quais serão as perspectivas para o século XXI devido ao aceleramento das mudanças im- postas pela própria sociedade. Deve-se lembrar que vive-se no século XXI e é hora de questionar alguns paradigmas quanto aos ambientes de trabalho. Sabe-se que muitos já pensaram nisto, porém há mui- tos trabalhos significativos neste campo a serem realizados. Ao se pensar nisto, é preciso elaborar um projeto de pesquisa onde se possa buscar demonstrar que muitos aspectos e formas no ambiente de trabalho já podem e devem ir modificando-se, o ideal poderia ser o am- biente de trabalho tornar-se a extensão da própria casa. O ambiente de trabalho tam- bém pode influenciar nos relacionamentos humanos na empresa. Não se podem exigir resultados de uma equipe se esta não tiver um mínimo de como- didade e de condições para realizar suas ne- cessidades básicas. Acredita-se que quanto melhor estas necessidades forem mais bem atendidas tanto melhor será o desempenho de uma equipe. O ambiente de trabalho é constituído de duas partes distintas como a física e a social: instalações, móveis, decoração as pessoas que o habitam UNIDADE 5 - O ambiente de trabalho nas organizações 22 23 ...influem no conforto social. Eviden- temente, se tais elementos forem precá- rios, ninguém trabalhará com moral ele- vado. Conforme a natureza do trabalho, exigir-se-á uma luminosidade, uma tem- peratura, um grau de umidade diferente, o que também deverá estar de acordo com a região onde se trabalha e a época do ano. (MAGALHÃES, 1990, p. 51). De acordo com essas premissas, pode-se sugerir que quanto mais a equipe de traba- lho tiver um bom relacionamento humano, tiver suas necessidades de trabalho atendi- das e estiverem motivados para exercerem com mais vontade no trabalho, melhor será o resultado final da organização empresarial. Resumindo: colaborador satisfeito, sucesso organizacional garantido. 5.1 Qualidade de Vida No Trabalho As pessoas têm sua própria personalidade, mas também são produtos do meio em que vivem, têm emoções, sentimentos e agem de acordo com o conjunto que as cercam sejam o espaço físico ou social. A valorização do ser humano, a preocu- pação com sentimentos e emoções, e com a qualidade de vida são fatores que fazem a diferença. O trabalho é a forma como o ho- mem, por um lado, interage e transforma o meio ambiente, assegurando a sobrevivên- cia, e, por outro, estabelece relações inter- pessoais, que teoricamente serviriam para reforçar a sua identidade e o senso de con- tribuição. (BOM SUCESSO, 1997, p.36). Cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar a vida e assim tam- bém o trabalho é visto de sua forma especial. Há pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que se interessam em aprender constantemente, outras não, enfim as pessoas tem objetivos diferencia- dos e nesta situação muitas vezes priorizam o que melhor lhes convém e às vezes estará em conflito com a própria empresa. O auto conhecimento e o conhecimen- to do outro são componentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no trabalho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades mais observadas, destacam-se: falta de objeti- vos pessoais, dificuldade em priorizar, di- ficuldade em ouvir. (BOM SUCESSO, 1997, p.38) É bom lembrar também que o ser humano é individual, é único e que, portanto também reage de forma única e individual a situações semelhantes. No cenário idealizado de pleno empre- go, mesmo de ótimas condições finan- ceiras, conforto e segurança, alguns tra- balhadores ainda estarão tomados pelo sofrimento emocional. Outros, necessi- tados, cavando o alimento diário com es- forço excessivo, ainda assim se declaram felizes, esperançosos. (BOM SUCESSO, 1997, p.176). No atual contexto de competitividade em vários setores empresariais, os profissionais de uma equipe não podem ficar esperando o cliente solicitar os seus serviços, é pre- ciso que o profissional da área busque de 22 23 maneira adequada os clientes. São vários os trabalhos desenvolvidos pelos profissionais que desejam trabalhar em um ambiente de trabalho com qualida- de. Eles podem liderar projetos inovado- res, atuar como conselheiros de carreira de gerentes e executivos, representar a empresa em negociações, aportar novas tecnologias e processos, avaliardesem- penho, treinar funcionários, entre outras funções. De acordo com Oliveira (2006), po- de-se dizer que as principais partes da conceituação de profissionais aberto às mudanças de uma equipe abordam os se- guintes aspectos (OLIVEIRA, 2006): A. Processo interativo: relacionam a questão do processo e da interação. O processo é o conjunto estruturado de atividades sequenciais que apresentam uma relação lógica entre si, com a finali- dade de atender e, preferencialmente, suplantar as expectativas e necessida- des dos clientes internos e externos da empresa. Quanto à interação, pode-se dizer que trata-se de uma ação recíproca que é exercida entre duas ou mais pessoas ou áreas ou atividades da empresa. Portan- to, de acordo com Oliveira (2006), o pro- cesso interativo é o conjunto estruturado de atividades sequenciais que desenvol- vem ação recíproca, lógica e evolutiva, vi- sando atender e, preferencialmente, su- plantar as expectativas e necessidades dos clientes. B. Agente de mudanças externo: trata-se do profissional capaz de desen- volver comportamentos, atitudes e pro- cessos que possibilitem à empresa tran- sacionar proativa e interativamente com os diversos fatores do ambiente empre- sarial. O agente de mudanças pode ser inter- no e externo à empresa, de acordo com as necessidades das organizações. O primei- ro é aquele que, embora esteja fora do sistema considerado, faz parte do quadro de profissionais da empresa. O agente de mudanças externo é aque- le que não só está fora do sistema consi- derado, mas também da empresa como um todo. Ele é contratado por um período predeterminado, para consolidar um pro- jeto ou auxiliar a empresa na resolução de problemas ou na mudança de uma situa- ção (OLIVEIRA, 2006). As funções desempenhadas pelo pro- fissional dentro de uma empresa estão em constante movimento, já que são in- fluenciadas por diversos fatores, como o desenvolvimento tecnológico, a com- petitividade e as exigências de mercado. Hoje, as palavras-de-ordem dentro das organizações são: mudança e gestão do conhecimento. Nesse contexto, o papel do pedagogo é fundamental, pois todo processo de mudança exige uma ação educacional e gerir o conhecimento é uma tarefa, antes de tudo, de modificação de valores organizacionais. C. Responsabilidade de auxiliar as pessoas: o profissional deve atuar como parceiro dos executivos e profissionais da empresa. 24 25 Este auxílio deve, salvo raras exceções, estar direcionado a proporcionar metodo- logias, técnicas e processos que deter- minem a sustentação para os executivos das empresas tomarem decisões com qualidade. Portanto, não se espera que o consultor conheça o negocio da empresa em sua plenitude, pois isto, espera-se, é uma prerrogativa de seus executivos. Se todos quiserem conhecer o negocio da empresa-cliente de forma plena, nin- guém contribuirá com metodologias, técnicas e processos, que são a principal responsabilidade do consultor, principal- mente quando se aborda a administração da empresa (OLIVEIRA, 2006, p. 08). O diferencial é a maneira como consegue solucionar determinados problemas. D. Tomada de decisões: a decisão é a es- colha entre vários caminhos alternativos que levam a determinado resultado. A decisão é uma parte do processo decisório, o qual tem as seguintes partes: o dado que é o elemento identificado; o tratamento do processo que é a transformação do insumo (dado) em re- sultado; a alternativa que é a ação que pode levar ao mesmo resultado; o recurso que é a identificação das alocações que são repre- sentadas por equipamentos, materiais, fi- nanceiros, pessoas; e resultado que é o pro- duto final do processo decisório. Dentro deste tópico, pode-se citar a ques- tão do controle e da avaliação que são consi- deradas funções do processo administrativo que, mediante a comparação com padrões previamente estabelecidos, procuram me- dir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a finalidade de realimentar os to- madores de decisão, de forma que possam corrigir e reforçar esse desempenho (OLIVEI- RA, 2006). A responsabilidade pela Qualidade de Vida no ambiente de trabalho é uma responsabi- lidade de todos e reflete diretamente nas Relações Humanas das equipes dentro das organizações. Normalmente procura-se pas- sar a responsabilidade para a outra pessoa, porém é importante lembrar que todos são produtos do meio, mas também tem influên- cia no meio. Além de constituir responsabilidade da empresa, qualidade de vida é uma con- quista pessoal. O auto conhecimento e a descoberta do papel de cada um nas orga- nizações, da postura facilitadora, empre- endedora, passiva ou ativa, transforma- dora ou conformista é responsabilidade de todos.(BOM SUCESSO, 1997, p.47). O objetivo de um arranjo funcional é ga- rantir conforto, bem-estar, satisfação e se- gurança para os funcionários e garantir aos clientes melhores condições de visualizar os produtos. Esses fatores em si não promovem a satisfação, mas a sua ausência a inibe. Por outro lado, fatores como oportunidade de auto-realização, reconhecimento pela qualidade e dedicação no trabalho, a atra- tividade do próprio trabalho em si e a pos- sibilidade de desenvolvimento pessoal e profissional do trabalhador são motiva- dores em essência. Recebem o nome de fatores de motivação. (MOREIRA, 2000, p.287). É de suma importância que o profissional trabalhe em um ambiente saudável e agra- dável. O espaço físico deve oferecer flexi- bilidade na disposição dos materiais e bom 24 25 aproveitamento do espaço, à empresa fica a responsabilidade em propiciar aumento dos níveis de qualidade, produtividade e elimina- ção dos desperdícios. 26 272626 UNIDADE 6 - O treinamento: elemento primordial nas relações humanas O treinamento profissional repre- senta atualmente uma atitude primor- dial para o sucesso de uma empresa, de cada funcionário e relaciona-se estrei- tamente com um bom relacionamento interpessoal. Assim, destaca-se que a questão do treinamento é de suma im- portância, especialmente para as Rela- ções Humanas. Diante do exposto, há uma neces- sidade da empresa rever o interesse do trabalhador e da própria sociedade em relação à educação para o trabalho. Como requisito fundamental, a educa- ção não pode ser vista apenas dentro das empresas, é preciso, portanto, am- pliar a visão que se tem da educação na perspectiva das Relações humanas no trabalho. O treinamento, enquanto educação, interessa a toda a sociedade e pode resgatar a cidadania dos trabalhadores. Mas isso exige que a educação para o trabalho seja como um todo, desde as bases pedagógicas e conteúdos até seu modelo organizacional. É preciso uma parceria entre os dife- rentes agentes sociais — governo, em- presas, trabalhadores, não-trabalhado- res; de tal forma que possa beneficiar não apenas os trabalhadores de setores modernos, de ponta, mas toda a socie- dade e estabelecer uma relação huma- na fundamentada na dignidade, na co- operação, na solidariedade e no espírito de cidadania, enquanto promoção do ser humano. O treinamento, como processo de aperfeiçoamento permanente, não pode se limitar às atividades formais em sala de aula. A ênfase do proces- so de formação profissional é trans- mitir conhecimentos e habilidades tanto em sala de aula como no am- biente de trabalho. Nesse sentido, o treinamento é uma função intrínseca do processo de trabalho e do desen- volvimento da empresa, ao contrá- rio do sistema formal, o treinamen- to dinâmico deve constituir-se num instrumento de gestão de RH onde predomine as necessidades de for- mação especifica para o trabalho, atendendo às diferenças e potencia- lidades do treinamento (CARVALHO, 2001, p. 12).Neste sentido, segundo Oliveira (1993) exige-se um novo perfil de com- petências no mercado de trabalho, e a questão da educação e da formação profissional precisa corresponder às exigências dos campos de atuação en- tre instituições educacionais e de for- mação profissional. Trabalho e cidadania, competência e consciência, não podem ser vistos como dimensões distintas, mas sim como de- senvolvimento integral do indivíduo que, ao mesmo tempo, é trabalhador e cidadão, competente e consciente, vale reportar-se que estas bases são, impre- terivelmente as mesmas bases de uma 26 272727 relação humana verdadeira. Em países de escolarização precária, como o Brasil, há muitos adultos mal- -preparados, que dificilmente terão chance ou interesse em voltar à escola. Para esses, é preciso encontrar a fór- mula de conciliação sistemática entre qualificações tácitas, dominadas a par- tir da experiência prática, com o apren- dizado de conteúdos conceituais e abs- tratos, cada vez mais demandados para o trabalho formal e informal (OLIVEIRA, 1993). É preciso pensar em uma estratégia de educação permanente, por meio de programas modulares, que permitam múltiplas entradas e saídas no proces- so escolar, garantindo, em cada etapa, o domínio de qualificações com corres- pondência no mercado de trabalho e para conseguir então adentrar em uma equipe de trabalho. A busca de novas metodologias, tan- to para jovens como para adultos, colo- ca em xeque a própria cultura organi- zacional e pedagógica da maior parte das instituições educacionais e de for- mação profissional, fruto, em grande parte, das teses da organização cientí- fica. Perfil inovador, crítico, ousado e com iniciativa dificilmente pode ser formado pela velha escola de organização e ad- ministração. O mais importante cabe articular toda estratégia de educação e forma- ção em uma política de emprego. O resgate da qualificação, expresso no crescente interesse e investimento das empresas em preparação de seus em- pregados, suscita, de imediato, a dúvi- da quanto aos excluídos, tanto os que “sobram” da modernização como os que sequer começaram a trabalhar (OLIVEI- RA, 1993). Vive-se numa época marcada pela competitividade e por exigências de profissionalismo e qualidade crescen- tes que impõe às empresas um trei- namento como uma necessidade e, consequentemente, a avaliação da pro- dutividade, do desempenho e do trei- namento (FEUILLETTE, 1991). A função da avaliação das ações de treinamento é, primeiramente, ga- rantir que o esforço despendido de todos os que atuam nelas, em maté- ria de tempo, de energia e dinheiro, oferece à empresa um significativo retorno. Esse retorno pode dar-se de diferentes maneiras: maior profissio- nalismo por parte dos assalariados, um revigoramento da motivação, uma comunicação mais eficaz; em re- sumo, uma melhoria da rentabilidade e da produtividade a curto, médio e longo prazos (FEUILLETTE, 1991, p. 134). De acordo com Feuillette (1991), é preciso transformar o treinamento em um investimento que vise a melhor produtividade da organização por meio da elevação do nível profissional e de crescimento pessoal dos trabalhadores e efetiva melhora das Relações Huma- nas. 28 29 Existem quatro níveis em avaliação de treinamento que, se aplicados em sequên- cia, são a única forma eficaz de avaliação de resultados. Sendo assim, cada nível tem sua importância apesar de que à medida em que se passa de um nível para o se- guinte, o processo se torna cada vez mais complexo e aumenta também o dispêndio de tempo, mas em compensação provê in- formações cada vez mais valiosas (KIRKPA- TRICK, 1994). Desta forma, nenhum nível deve ser menosprezado, mesmo que o responsável pelo treinamento o considere de menor importância. Os níveis que o autor fala são: o Nível 1 trata da reação positiva ao trei- namento, é importante tanto para os ins- trutores de treinamento internos quanto para os que oferecem programas abertos ao público, pois o futuro do programa de- pende desta reação. Além disso, se os participantes não re- agem de forma favorável, provavelmen- te não estarão motivados a aprender. A reação positiva e satisfação, podem não assegurar o aprendizado, mas a reação ne- gativa, insatisfação, certamente reduz a possibilidade de aprendizado. O Nível 2 diz respeito à aprendizagem, e isso só pode ocorrer com mudança na for- ma de perceber a realidade, no aumento de conhecimentos e no aumento de habi- lidades. O Nível 3 é a questão do comportamen- to, ou seja, a pessoa precisa querer mudar, precisa saber o quê e o como mudar, pre- cisa trabalhar num ambiente com o clima correto e sobretudo a pessoa precisa ser premiada pela mudança. Finalmente o Nível 4 se refere aos re- sultados alcançados porque os funcioná- rios participaram do treinamento. Os re- sultados incluem aumento de produção, melhoria da qualidade, redução de custo, redução de acidentes, aumento de ven- das, redução de rotatividade de pessoal, aumento do lucro ou do retorno do inves- timento. É importante reconhecer que re- sultados como estes são a razão de ser dos programas de treinamento. De qualquer forma o objetivo final do treinamento deve ser estabelecido nestes termos. Alguns programas têm isto em mente de uma forma diferente. Por exemplo, o maior objetivo do conhecido programa “Di- versidade na Força de Trabalho” é mudar a atitude dos supervisores e gerentes em relação às minorias em seus departamen- tos. É preciso tratar com justiça os funcio- nários independente de raça ou credo, não discriminando por preconceito. Estes resultados não tangíveis, não podem ser mensurados em termos de dólares, mas espera-se que como consequência resul- tados tangíveis sejam atingidos. Da mesma forma, é difícil se não for impossível, medir o resultado final de programas com tópicos como liderança, comunicação, motivação, gerenciamen- to de tempo, decisão, ou estilo gerencial (KIRKPATRICK, 1994). A avaliação do desempenho das ações de treinamento deve fazer com que se possa evidenciar os eventuais distancia- mentos entre os objetivos fixados e os re- sultados obtidos, a fim de agilizar as ações corretivas. 28 28 2929 Uma questão que afeta o equilíbrio in- terno de um sistema organizacional é o grau de satisfação e motivaçäo das pes- soas que ali trabalham. Existem fatores que levam um organismo a se comportar ou a agir de modo a atingir um objetivo ou alguma satisfação. Sendo assim, pode-se dizer que moti- vação é a força propulsora ou desejo que estão por trás de todas as ações de um organismo, manifestando-se direta ou indiretamente nas Relações Humanas. Pode-se ressaltar que a motivação é o processo responsável pela intensidade, direção,e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de um deter- minado objetivo. A motivação é baseada em emoções, especificamente, pela busca por experi- ências emocionais positivas e por evitar as negativas, onde positivo e negativo são definidos pelo estado individual do cérebro, e não por normas sociais: uma pessoa pode ser direcionada até à auto- -mutilação ou à violência caso o seu cére- bro esteja condicionado a criar uma rea- ção positiva a essas ações. Podem ser influenciados por impulsos psicológicos ou por estímulos externos. Com exceção de poucos atos reflexos, todo comportamento humano tem uma finalidade, consciente ou não. De acor- do com Bueno (1994), as pessoas agem em função de motivos. Basicamente, tais motivos podem ser resumidos como uma permanente procura de situações que tragam estados de maior satisfação ou menor satisfação. Os problemas ligados à percepção, dão-nos explicação sobre processos inconscientes, isto é, sem interven- ção da vontademas podemos agir conscientemente de forma arriscada e realizar atos de acordo com os moti- vos. As necessidades (fisiológicas, se- guranças, sociais, status e realização) não têm caráter consciente; as neces- sidades não são excludentes, o que significa que convivemos com todas elas; procuramos satisfazer, simulta- neamente, o maior número de neces- sidades possível, porém, quando isso não é possível, somos levados a satis- fazer aquela que, em dado momento, a situação nos permita (BUENO, 1994, p. 524). Neste sentido, pode ser que uma pes- soa sente-se levada a fazer algo para evitar uma punição ou para conquistar uma recompensa. Porém, em ambos os casos, a iniciativa para a realização da ta- refa não partiu da própria pessoa, mas de um terceiro, que a estimulou de alguma forma para que ela se movimentasse em direção ao objetivo pretendido. A pessoa não teria caminhado em direção ao ob- jetivo caso não houvesse a punição ou a recompensa. Assim, percebe-se nitida- mente como as Relações Humanas são influenciadas por fatores comportamen- tais dos membros de uma equipe. UNIDADE 7 - Motivação: uma ferramenta fundamental em relação humana 30 31 Gráfico 1 – Instrumento para medir as preferências cognitivas Fonte: Leonard & Straus (2000), GESTÃO DO CONHECI- MENTO, p. 132 30 31 Gráfico 2 – Instrumento para medir as preferências cognitivas Fonte: Leonard & Straus (2000), GESTÃO DO CONHECI- MENTO, p. 133 32 33 Os gráficos 1 e 2 representam como as diferentes preferências podem se combinar ou não em quatro quadrantes distintos. Per- cebe-se como é possível utilizar este instru- mento para analisar equipes com diferentes preferências cognitivas, e que de certa forma podem balancear as Relações Humanas. De acordo com os resultados do gráfico, pode-se avaliar que uma equipe totalmente homogênea deixa a desejar, pois falta a esta equipe o senso emotivo que dá vida à organi- zação. e que uma equipe heterogênea abran- ge a todas as esferas que uma organização necessita, pessoas motivadas, que buscam solucionar problemas, holista, planejador e espiritual. Na análise do comportamento, problemas de motivação vêm sendo explicados a partir do conceito de “reforçamento” (MICHAEL, 1993). O problema do “querer” (não querer fazer algo) muitas vezes tem suas raízes na falta de reforçamento disponível para que o comportamento ocorra. Entretanto, o conceito de reforçamento não dá conta de explicar todos os problemas relacionados à motivação. Muitas vezes o problema não está na falta de consequências para o comportamento, mas na ineficácia de tais consequências. De acordo com Michael (1993) existem muitos fatores que podem ser considerados elementos motivadores para o funcionário. Pode-se elencar ainda a questão da auto- nomia, proporcionada de ações, os desafios propostos, a perspectiva de carreira, a pos- sibilidade de liderar pessoas, a responsabili- dade na formação de profissionais, a possibi- lidade de aprendizado contínuo e respeito à ética profissional. Assim, podem ser relacionados os se- guintes fatores de motivação em ordem de importância: Possibilidade de aprendizado contínuo; Desafios propostos; Perspectiva de carreira; Autonomia nas ações; Realização; Reconhecimento; Respeito à ética profissional; Dinheiro; Possibilidade de liderar pessoas; Responsabilidade de formação de pro- fissionais; As empresas têm mecanismos que podem possibilitar ao profissional atingir tais expec- tativas. Muitos desses instrumentos partem de políticas de RH até movimentações cultu- rais na corporação com o intuito de melhorar as Relações Humanas. Assim, para proporcio- nar a almejada autonomia nas ações, é impor- tante que a cultura organizacional transmita a cada funcionário não somente a delegação de poder, mas, principalmente, o sentimento de que ele é o dono de sua atividade, respon- sável pelas consequências decorrentes das ações, sejam elas positivas ou negativas. A motivação se refere ao comporta- mento que é causado por necessidades dentro do indivíduo e que é dirigido em direção aos objetivos que possam satis- fazer essas necessidades. (CHIAVENA- TO, 2000, p.161) É sabido que o ser humano é fruto do meio em que vive e que é gerido por necessidades básicas que os podem motivar ou não, são elas: necessidades fisiológicas como: alimen- tação, sono, atividades física, satisfação se- xual etc; necessidades psicológicas: como se- gurança íntima, participação, autoconfiança 32 33 e afeição; necessidades de auto-realização: como impulso para realizar o próprio poten- cial, estar em contínuo autodesenvolvimen- to. O homem é considerado um animal do- tado de necessidades que se alternam ou se sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade surge outra em seu lugar e, assim por diante, contínua e infinitamente. As necessidades moti- vam o comportamento humano dando- -lhe direção e conteúdo. (CHIAVENATO, 2000, p.128). Como se pode verificar supõe-se que os relacionamentos interpessoais dependerão das realizações e satisfações das necessida- des individuais, mas também se pode verifi- car que muitas vezes os homens se compor- tam de forma dualista. O homem se caracteriza por um padrão dual de comportamento: tanto pode coo- perar como pode competir com os outros. Coopera quando os seus objetivos indi- viduais somente podem ser alcançados através do esforço comum coletivo. Com- pete quando seus objetivos são disputa- dos e pretendidos por outros. (CHIAVENA- TO, 2000, p.128). Todas estas necessidades não satisfei- tas também são motivadoras de compor- tamento, podendo levar a: desorganização de comportamento; agressividade; reações emocionais; alienação e apatia nas Relações Humanas. 34 353434 UNIDADE 8 - A imagem da organização através de um relacionamento positivo Muitas pesquisas na área de adminis- tração comprovam que o processo de construção da imagem de uma empre- sa deve ser positiva. Embora este seja um fator subjetivo, isto é, de dentro das pessoas que constituem a empre- sa, e não de fora. Ela se forma nos pen- samentos e nos sentimentos dos seus dirigentes, dos seus funcionários, dos seus fornecedores, dos seus clientes e daí se amplia para o público. O caminho mais rápido na construção da imagem positiva da empresa, desde o início das suas atividades, é o traba- lho de relações humanas com alta qua- lidade, junto ao seu público interno di- rigentes, funcionários, fornecedores e clientes. Viver em equipe não é fácil. Mais di- fícil é trabalhar com pessoas estranhas, que não aceitam a opinião alheia, que não aceitam as mudanças, que não res- peita o ponto de vista do outro, entre outros. Viver em grupo diário com esse tipo de pessoa requer muita habilidade, conhecimento, sobretudo muita prepa- ração para isso. Em muitos casos, os jovens profissio- nais ingressam no ambiente de trabalho sem saber como lidar apropriadamente com as relações humanas neste novo contexto. Muitas questões devem ser discutidas, como: Como deve-se proceder quando chega um novo profissional; O que se deve fazer para que o novo profissional se torne amigo de todos os integrantes da equipe; Como buscar uma promoção; O que fazer e como evitar os confli- tos, brigas e divergências no ambiente de trabalho; Como se deve dirigir uma equipe com dinamicidade. Muitos são os problemas nas relações humanas em diversos grupos sociais que passam por diversas transforma- ções na sua evolução. A cada mudança surgem problemas de relações huma- nas. Diante disso, faz-se necessário procurar os diferentes tipos de proble- mas, analisando as causas que os pro- vocam. Desta forma, a equipe poderá evitar muitos problemas e conviver emum ambiente de trabalho mais saudável com qualidade de vida. 8.1 A importância da comu- nicação Ferramenta da imagem positiva em Relações Humanas A boa Comunicação nas relações humanas é de suma importância para qualquer organização empresarial. Pois o ser humano está a todo instante fa- lando, gesticulando ou fazendo mímica para o seu interlocutor, isto é, está es- tabelecendo comunicações a todo mo- mento. Ao analisar o processo de comuni- cação, é fácil constatar que o proces- so deve começar pelo receptor. Este é o elemento principal no processo, uma 34 353535 vez que o objetivo da comunicação é o entendimento da mensagem. Por isso, pelo receptor facilita a decodificação ao usar os apelos e termos de acordo com o público-alvo. No entanto, quando se comunica alguma coisa para várias pessoas ao mesmo tempo, a mensagem pode ser distorcida devido às diferen- tes capacidades de entendimento. (LAS CASAS, 2006, p. 147). De acordo com Las Casas (2006) é preciso dizer que as comunicações es- tão sujeitas a uma grande variedade de distorções que podem fazer com que raramente uma mensagem seja recebi- da tal como seu emissor realizou, pro- vocando problemas nas relações huma- nas. Para estabelecer boa comunicação é preciso primeiramente conhecer o mecanismo de uma comunicação den- tro de uma organização. Figura 2 – Processo de comunicação Fonte: Reproduzido pela autora da apostila a partir do modelo apresentado por Las Casas (2006, p. 146). Quando os componentes da equipe en- tendem como funciona o processo de comu- nicação, as relações humanas podem tor- nar-se mais harmoniosas e a comunicação entre os membros da equipe passam a ser menos distorcidas e mais eficientes. 36 37 3636 UNIDADE 9 - Abordagens sobre as teorias de liderança A liderança pode ser entendida como um processo, um conceito de liderar. É considerada a arte de influenciar pes- soas a fazer algo de boa vontade em prol do bem comum. Deste modo, há al- guns aspectos, teorias e conceitos so- bre liderança que devem ser aprofun- dados. Neste sentido, percebe-se que todos vêem os lideres como indivíduos que inspiram seus seguidores por meio de suas palavras, ideias e comportamen- tos. Sendo assim, cada estilo de lide- rança segue um modelo comportamen- tal diferente entre si, mas cada um tem seus pontos fracos e fortes (ROBBINS, 2005). Com a teoria das relações humanas, passou-se a constatar a enorme in- fluência da liderança informal sobre o comportamento das pessoas. A teoria sobre a liderança pode ser classificada em três grandes grupos: Teoria dos Traços da personalida- de; Teorias comportamentais ou esti- los de liderança; Teoria de Contingência ou de Situa- ções de liderança. Teorias Neocarismáticas. 9.1 Teoria dos traços da per- sonalidade Segundo Robbins (2005) trata-se das características pessoais do líder. Segun- do Certo (2003, p. 312), são caracterís- ticas de lideres bem-sucedidos: Inteligência, capacidade de julga- mento; Maturidade emocional e estabilida- de; Confiabilidade, persistência e im- pulso para realização contínua; Habilidade de participar socialmen- te e de se adaptar a vários grupos; Desejo de status e posição sócio-e- conômico As abordagens de traços (ou ho- mens grandiosos) argumentam que as características do líder têm um im- pacto importante sobre os resultados da liderança (SCHERMERHORN, et al., 2002). As características são consideradas relativamente inatas e difíceis de mu- dar. As características geralmente são usadas em conjunto com o comporta- mento do líder na abordagem da con- tingência situacional ou nas de nova liderança. São especialmente adequa- das para a escolha de um líder (SCHER- MERHORN, et al., p. 236, 2002). De acordo com Schermerhorn et al (2002), certas características, como por exemplo a altura, integridade, inte- ligência, entre outras, são relacionadas com o sucesso e, uma vez identificadas, podem ser usadas para escolher o líder, 36 373737 mas, segundo os autores, pode haver uma avaliação inadequada o que re- sultará em uma má escolha do líder, no entanto, os traços podem fornecer uma base para analisar algumas caracterís- ticas que, somada a outros aspectos de liderança são fundamentais. 9.2 Teorias comportamen- tais ou estilos de liderança Nesta abordagem, a liderança é cen- tral para o desempenho e a manuten- ção dos recursos humanos. Neste caso, em vez de lidar com características sub- jacentes de traços, são considerados os comportamentos ou as ações. Nessa perspectiva, existem dois programas de pesquisa feitos nas Universidades de Michigan e do Estado de Ohio (SCHER- MERHORN, et al., 2002). Dentro dessa teoria se encontram as características de liderança entre líde- res democráticos e líderes autocráti- cos. Segundo Wagner III (1999) o líder democrático busca compartilhar suas decisões e atividades com os outros membros do grupo. Pode-se dizer que ele possui outra visão do ser humano e de si. Caso acredite que todos devam participar do planejamento e execução da tarefa, pode-se supor que não acre- dita ser o dono da verdade e que todos possuem condições de agir com auto- nomia e responsabilidade. Sua atenção está voltada principalmente para as re- lações interpessoais e vê seu poder ba- seado na credibilidade que o grupo lhe atribui. O líder autocrático é mais conhecido como chefe, autoritário. Seria aque- le condutor que define o que e como deve ser feito. Pode-se supor que se é ele quem define tudo, este acredita ser a sua opinião sempre a mais correta e ainda serem seus subordinados pouco merecedores de confiança. Fica claro que a atenção principal deste líder está voltada para as tarefas e não para as relações humanas de seu grupo. Baseia seu poder geralmente na posição e no cargo que ocupa. Percebe-se que pode ocorrer uma mescla de estilos na mesma pessoa o que pode tornar-se muito benéfico. Não há como definir que apenas um estilo como sendo o mais adequado, já que existem inúmeras situações pelas quais um grupo pode estar passando e que exigirá uma forma ou outra de liderança (ROBBINS, 2005). Fatores como a maturidade dos membros do grupo, o relacionamento grupal, as crenças e valores pessoais, as diferentes tarefas que serão cum- pridas e os prazos para execução, entre outros, deverão certamente influenciar no comportamento do líder. Diante desta constatação Ken Blan- chard e Paul Hersey (1969), sistemati- zaram a teoria da liderança situacional. Com este raciocínio, pode-se analisar as diferentes situações com que acontece diariamente e consequentemente, os estilos mais adequados para lidar com cada uma delas. De acordo com Robbins (2005) per- cebe-se que a maioria dos indivíduos possuem raramente um estilo único de líder, que seja sempre autocrático ou sempre democrático. Ou ainda que, embora seja predominantemente de- 38 3938 mocrático, não possa também possuir uma grande atenção para a tarefa. Sen- do assim, segue-se uma abordagem das diferentes perspectivas dos estilos de liderança. 9.3 Teoria de contingência ou de situações de liderança Pode-se dizer que existe um modelo de liderança para cada tipo de situação. Porém um dos estilos de liderança mais eficazes é o contigencial que é aquele que, dependendo da situação, combi- na traços e teorias comportamentais/ funcionais, ou seja, é aquele líder que apresenta a capacidade de adaptar seu estilo às exigências apresentadas em uma determinada situação (ROBBINS, 2005). 9.4 Teorias Neocarismáticas As teorias tradicionais de liderança discutidas foram baseadas nos efeitos que podem ser identificados e medidos com facilidade, mas nem sempre isso é possível.A teoria da nova liderança analisa e busca compreender as causas e não os efeitos, avaliando responsabi- lidades e as qualidades pessoais envol- vidas. Essa teoria traz muitas contribui- ções para a liderança (SCHERMERHORN, et al., 2002). 38 3939 A teoria da liderança carismática diz que os seguidores do líder atribuem a ele capacidades heróicas ou extraordinárias de liderança quando observam determi- nados comportamentos. Os carismáticos têm uma visão, estão dispostos a correr riscos por esta visão, são sensíveis tanto às limitações ambien- tais como às necessidades de seus lidera- dos e exibem comportamentos diferen- tes dos comuns. Os lideres carismáticos se iniciam como líder articulando uma visão atrativa. O lí- der comunica suas expectativas de alto desempenho e expressa confiança de que seus liderados vão conseguir alcan- çá-las. Então o líder comunica, através de palavras e ações, um novo sistema de valores, oferecendo um novo sistema de valores a ser seguido pelos liderados. O líder carismático submete-se a auto- -sacrifícios e se engaja em comportamen- tos não convencionais para demonstrar coragem e convicção em relação à sua vi- são. A liderança carismática está correla- cionada a altos índices de desempenho e satisfação entre os liderados. Muitos especialistas acreditam que as pessoas podem ser treinadas para ter um comportamento carismático e, dessa for- ma, gozar dos benefícios de um “líder ca- rismático”. O carisma parece ser mais apropriado quando a tarefa dos liderados possui um componente ideológico ou quando o am- biente envolve um alto grau de incerteza ou tensão. Isso explica por que, geral- mente, o líder carismático surge na polí- tica, na religião ou em tempos de guerras, ou quando uma empresa está iniciando sua vida ou enfrentando uma crise. A liderança carismática e suas implica- ções na organização passam a despertar interesses em pesquisadores de todo o mundo, já que este tema, até então, des- pertava mais interesse em pesquisado- res que se dedicavam ao estudo político e a cultos religiosos. Muitos pesquisadores levantam que uma das características dos líderes é o carisma e para melhor explicar a lide- rança carismática propõe uma teoria em que além de demonstrar certos graus em que um líder pode ser considerado ca- rismático, entusiasma e atrai através do consciente ou do inconsciente, dos valo- res e sentimentos. Para Maximiano (2004, pág 303), a liderança carismática, inspiradora ou transformadora são nomes usados aos líderes que oferecem como recompensa a própria realização da tarefa. Um líder é carismático quando oferece recompen- sas de conteúdo moral e tem seguidores fiéis (em contraposição aos mercenários). O líder carismático faz seus seguidores superarem seus próprios interesses e trabalharem excepcionalmente para rea- lizar a missão, meta ou causa. Para alcançar esse grau de comprome- timento e realização, os lideres dão total atenção para as necessidades e poten- cialidades dos seus seguidores. Os líderes carismáticos afetam profundamente as UNIDADE 10 - - Liderança carismática 40 41 emoções de seus seguidores, encorajan- do-os e dando-lhes inspiração para que eles vejam os problemas de maneira dife- rente, dêem o Maximo de si e apresentem novas ideias. A liderança carismática consiste em estabelecer valores e apresentem novas ideias. A liderança carismática consiste em estabelecer valores e padrões e criar os meios para guiar os esforços coletivos para a criação das metas. O líder carismático é capaz de incen- tivar os seguidores superar seu desem- penho passado e seu interesse pessoal, criando um sentido de comprometimento em relação aos objetivos. O carisma, ou capacidade de influência do líder, apela às emoções dos seguidores e estimula sua identificação com o líder. 10.1 Liderança Transforma- cional e Transacional O líder transacional conduz ou motiva seus seguidores na direção das metas es- tabelecidas por meio do esclarecimento dos papeis e das exigências das tarefas. O líder transformacional inspira seus se- guidores a transcender seus próprios in- teresses para o bem da organização, e é capaz de causar um efeito profundo e ex- traordinário sobre seus seguidores. O líder transformacional tenta mani- festar em seus seguidores a capacidade de questionar não apenas as visões já es- tabelecidas, mas até aquelas colocadas pelo próprio líder. Liderança Transformacional influência idealizada (carisma), con- fiança, lealdade, respeito; liderança inspiracional , ativando ne- cessidades de elevada ordem; estimulação intelectual; consideração individualizada. Liderança Transacional recompensa contingente da obedi- ência; trocas recíprocas; gestão por exceção ativa (monito- rização do desempenho e correção); gestão por exceção passiva (aguarda que ocorram para depois os corrigir) liderança laisser-faire . Assim como a liderança transforma- cional tornou-se um tema, também, bastante interessante para os pesqui- sadores. “Os lideres transformacionais trabalham na conscientização dos seus seguidores, aumentam sua motivação, despertando necessidades de melhoria”, segundo Burns (1978, pág. 20), fazendo, então, com que seus seguidores passem a se identificar com eles e assim sigam seus comandos. As visões ou intenções de um líder são tão fortes que atraem as pessoas para elas. A intensidade é como se fosse mag- nética. A visão apreende. Inicialmente, apreende o líder, e a administração da tensão também possibilita aos outros entrarem na onda. A visão anima, inspira e transforma o propósito em ação. Os líderes enfren- tam o desafio de sobrepor a resistência à mudança e muitas vezes intermediar as necessidades, além de “reger” o compor- tamento das pessoas na organização. Chopra levanta a questão de como uma pessoa comum se torna um líder. Assume 40 41 que liderança é um conceito misterioso e ilusório e que de uma pessoa comum, a sociedade cria um Napoleão ou um Gan- dhi. Além da Liderança Carismática e da Transformacional, tradicionalmente são destacados os seguintes estilos de Liderança: Autocrático, Liberal, Situa- cional e Democrático, sendo o último um dos mais indicados na moderna gestão de pessoas, por sua atuação vinculada à linha humanista. É preciso deixar claro que se entende por Líder Democrático, basta ver o uso que se faz desse termo. É costume en- tender por Democrático, aquele que tem um comportamento firme, imparcial, que visa a capacitar e enaltecer o desempe- nho do subordinado. Mas na verdade, é aquele que estabelece objetivos e metas claras e cobra resultados na quantidade e na hora certa. No conceito de Liderança Situacional, o líder é aquele que lida com cada cola- borador de acordo com sua experiência, sua maturidade psicológica e profissio- nal. Para ele, cada pessoa é um caso. Cada pessoa tem sua escala de necessi- dades próprias e sua curva de amadure- cimento. Como ser um Líder Situacional perante todas as dificuldades do dia-a-dia e como relacionar e interagir essas questões com as Necessidades de Maslow, uma vez que o ser-humano necessita ser aceito social- mente, manter auto-estima, sentir-se seguro no ambiente de trabalho, conse- guir realização pessoal e profissional. Ainda, segundo Maximiano (2004, pág 304), o líder transacional, ou negocia- dor, apela aos interesses, especialmente às necessidades primárias dos seguido- res. O líder promete recompensas para conseguir que os seguidores (ou subordi- nados) trabalhem para realizar as metas. O líder transacional oferece recompensas materiais ou psicológicas, conseguindo em troca um compromisso de tipo calcu- lista. Algumas recompensas materiais que
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