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“[...] Deixou de vigorar essa afirmação de que notícia é o que alguém não quer que seja, para ser apenas o que alguém deseja que se conheça. [...]”
 (Pascual Serrano) 
 
 Entender a teoria do agendamento consiste, primeiramente, em compreender todo o processo tendencioso impregnado nos meios de comunicação. Hoje a informação não circula como antes, tornou-se uma prática comercial, empresarial, pautada no interesse de pequenos grupos que controlam as redações (entre seus outros vários ramos de negócios) e “injetam” na sociedade, sinuosamente, suas ideologias e conceitos.
 Não é difícil compreender que só tomamos conhecimento daquilo que nos é próximo, perceptível e de alguma forma mostrado; para tal conhecimento é necessário que haja uma “apresentação”: Imaginemos que dentre milhões de pessoas, consigamos, ainda assim, encontrar justo o que nos é afim, interessante. Com a notícia não funciona diferente, não é por acaso que em meio ao turbilhão de informações (superinformação) acerca das pessoas, há quem se depare –comunmente – justo com as mesmas notícias em 3, 4, 5... Todos os jornais; mesmo que não seja o nosso interesse, passa a ser e nos invade como conceito real. É evidente que o processo de superinformação satura tanto que acaba por ditar, a partir da própria informação, o que está dentro e fora da pauta, o que é importante ou não, e por muitas vezes emite de forma errônea esse juízo de valor, sucumbindo justamente a informação realmente necessária. Expõe-se então a notícia rentável, que gera lucros, que não denigre a imagem de quem custeia os gastos das publicações, e assim facilita a acepção de ideias às vezes não tão concisas e factuais. 
 Apesar de tanto aprendermos sobre a neutralidade e imparcialidade, a realidade nos mostra uma versão bem diferente. Os jornais não são mais vendidos à população e sim a mesma vendida aos jornais e seus anunciantes, uma clara demonstração de que a notícia e a informação frequentemente perdem espaço para a rentabilidade ou até mesmo para outra notícia que foi determinada dentro dos parâmetros do interesse, dos nossos supostos interesses, dando a entender que nossas temáticas cotidianas, desde a conversa informal até a reunião, estão inteligivelmente traçadas dentro das pautas. 
 Para que essas notícias ganhem a devida “importância” é fundamental que atendam às expectativas dos investidores, dos grandes grupos e nosso suposto interesse; que nutram a fonte principal de receita do jornal: a publicidade; que venha moldada: a busca pela veracidade informacional já não é mais tão importante, as notícias chegam ,seguem o seu rumo a partir das principais cadeias informacionais e estão prontas para serem repassadas; e que não firam nenhum grupo político ou empresarial, pois a comunicação “desmedida” sobre essa elite majoritária gera revolta e medidas disciplinares.
 O poder de influência dos meios de comunicação se destaca pela capacidade de interferência na sociedade. Evidente que essa interferência ocorrerá a partir de uma seleção minuciosa e detalhada baseada na linha editorial de cada veículo, podendo destoar nos seguintes aspectos:
Acumulação: Capacidade da mídia de manter e criar relevância para um tema;
 Consonância: Semelhanças nos processos produtivos da informação;
Onipresença: O fato de a imprensa estar em todos os lugares, sob o consentimento do público. 
 Os primeiros esboços referentes à teoria do agendamento surgiram, em 1922,na obra “Public opinion” (Walter Lippmann), deixando bem claro que a opinião pública é direcionada pela mídia e seus grupos administrativos. Em 1970, os pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw resultaram na hipótese do agendamento, a partir de estudos sobre os efeitos dos meios de comunicação na sociedade. Com base no surgimento da hipótese ficava claro que os meios de comunicação possuíam uma espécie de maquete, uma pré-formatação da realidade, que emergia a necessidade de se tornar real.
 As influências nas discussões sociais são heterogêneas tanto pela forma que são abordadas, quanto pela relevância; sabe-se que o agendamento possui maior influência e evidência nos âmbitos político e econômico.
 A teoria do agendamento nos leva a crer que a mídia não mais retrata a realidade, a cria e direciona todos os propósitos relacionados a ela. Tendo em vista que a teoria tem suas pesquisas relacionadas à opinião e ao costume dos meios de comunicação, ainda, caracteriza-se como duvidosa.
 O agendamento interessa, sobretudo, a nós (leia-se população, cidadãos), sendo hipótese ou tese. A informação só é constituída pela população e inevitavelmente por sua gama de interesses; é importante que se retrate a realidade e a perpasse, não a crie.

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