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1 Biologia Molecular O Dogma Central da Biologia Molecular foi postulado por Francis Crick em 1958. Ele explica como ocorre o fluxo de informações do código genético. Esse modelo mostra principalmente que uma sequência de um ácido nucleico pode formar uma proteína, entretanto o contrário não é possível. Segundo esse dogma, o fluxo da informação genética segue o seguinte sentido: DNA → RNA→ PROTEÍNAS. 2 NUCLEOTÍDEO A Estrutura do DNA 3 Transcrição do RNA Tradução 4 Diagnóstico Molecular PCR • Método de amplificação (de criação de múltiplas cópias) de DNA (ácido desoxirribonucleico) sem o uso de um organismo vivo, por exemplo, Escherichia coli (bactéria) ou leveduras. • Inventada em 1983 por Kary Mullis, a PCR é uma das técnicas mais comuns utilizadas em laboratórios de pesquisas médicas e biológicas para diversas tarefas. APLICAÇÕES DA PCR • o sequenciamento de genes, • diagnóstico de doenças hereditárias, • identificação de "impressão digital" genética (usado em testes de paternidade e na medicina forense), • detecção de diagnóstico de doenças infecciosas e • criação de organismos transgênicos. Técnicas de Amplificação de Ácidos Nucléicos 5 Ensaios de hibridização de ácidos nucléicos • PCR nsaios padrão Sonda marcada em solução DNA alvo não marcado ligado a suporte sólido Dot-blot Qualquer DNA ou RNA marcados, mas usualmente um oligonucleotídeo Populações complexas de DNA ou RNA, sem prévio fracionamento por tamanho, mas pipetadas diretamente sobre a membrana, formando pequenos pontos (dots) Southern blot Qualquer Geralmente DNA genômico complexo (mas podem ser clones individuais de DNA), digerido com enzimas de restrição, fracionado por tamanho (em eletroforese), e transferido para membrana Northern blot Qualquer População complexa de RNA (p. ex.: RNA celular total ou mRNA), fracionada por tamanho (em eletroforese) e transferida para uma membrana Hibridização in situ de cromossomo Geralmente um clone genômico marcado DNA nos cromossomos (em geral em metáfase) de células lisadas numa lâmina de microscópio Hibridização in situ de tecido Geralmente uma ribo-sonda anti-sense (isto é, complementar à fita de RNA do tecido) ou ainda um oligonucleotídeo RNA dentro de células de tecidos, em secções fixadas numa lâmina de microscópio Blot de colônia Qualquer Colônias de bactérias ou células, obtidas por plaqueamento em ágar, e transferidas para uma membrana Blot de plaque viral (ou fágica) Qualquer Plaques de lise fágica em tapete de bactérias formado em placa de ágar nutriente, transferidas para membrana. Ensaio de hibridização de grid de colônias Qualquer Clones de bactérias transferidos por robô, de forma geometricamente ordenada, em membrana. Pode ser feito manualmente, em escala menor. Ensaios reversos DNA alvo marcado em solução Sondas não marcadas ligadas a suporte sólido Dot-blot reverso DNA complexo Oligonucleotideos pipetados em pontos sobre uma membrane DNA microarray DNA complexo Clones de DNA aplicados em micro-pontos sobre uma membrana com auxílio de um robô Microarray de oligonucleotídeos DNA complexo Oligonucleotideos sintetizados diretamente sobre lâmina de vidro, e, micro-pontos ordenados. Teste de paternidade Um dos resultados mais interessantes do Projeto Genoma humano foi a descoberta de que aproximadamente 99,9% do genoma humano é comum entre qq indivíduo. 0,1% 3 milhões de pb polimorfismo resulta na variabilidade individualidade 6 Individualidade única • Determinação da paternidade • Identificação de criminosos • Aconselhamento genético Uso de MARCADORES GENÉTICOS denominados STR (pequenas repetições em tandem – microssatélites) 7 PCR na Investigação de Paternidade • A exame de paternidade é realizada através da análise do DNA contido no sangue, colhidos da mãe, filho e suposto pai. • São analisados uma bateria de marcadores polimórficos do tipo STRs (small tandem repeats) que estão distribuídos por todo genoma humano. • Os STRs são formados por pequenos motivos (de 1 a 8 nucleotídeos) repetidos sequencialmente e são encontrados em regiões não codificantes por todo o genoma. • Para elucidar uma investigação de paternidade leva-se em conta um mínimo de 12 locos de microssatélites (STRs) 8 • A técnica utilizada é a PCR (Reação em Cadeia de Polimerase) que amplifica o DNA e obtém padrões específicos (alelos) que são comparados entre mãe, filho e suposto pai. Atualmente, estão disponíveis kits comerciais para a realização de PCR multiplex com alvos STR. • Cada um de nós carrega, em princípio, dois alelos para quaisquer destas repetições, uma vinda do genoma de nossas mães e outra de nossos pais. • Quando transmitimos à progênie estas "marcas", uma delas apenas passará à F1, que receberá a outra do outro parceiro (ou parceira) do cruzamento. • Então, estudando estas regiões, que são polimórficas em tamanho, poderemos inferir hereditariedade e individualidade. Próxima figura, http://www.bioteach.ubc.ca/MolecularBiology/, mostra como poderiam aparecer estes fragmentos de restrição reconhecidos por uma sonda, numa análise de relação de parentesco. • O RFLP para paternidade gera um número de bandas grande (simplificado na figura), fruto da digestão do DNA genômico do indivíduo com enzimas de restrição e do reconhecimento de múltiplos fragmentos pela sonda dirigida contra a região repetida de interesse. • Neste esquema as cores das bandas maternas e paternas correspondem às cores de seus ovócito e espermatozóide. • D1, filha do casal, tem 2 bandas maternas, sendo as restantes necessariamente paternas. • D2, filha de um primeiro casamento da mãe, tem 3 bandas maternas mas as bandas paternas (em vermelho) não coincidem todas elas com as esperadas no atual marido (uma pequena diferença de migração é suficiente para diferenciar duas bandas). • S1, filho do casal, tem duas bandas maternas e as 3 esperadas bandas paternas. • S2, filho adotivo, tem bandas que não correspondem nem à mãe nem ao pai (embora possa haver algumas coincidências). Na prática, o RFLP não tem cores distintas para as bandas materna e paterna, o que faz com que a distinção seja baseada exclusivamente na posição da banda no gel (migração). • RFLP real. Veja a distorção das faixas (lanes) de eletroforese, tornando difícil identificar com precisão a posição relativa de uma banda e outra entre colunas não adjacentes. Cálculos de Paternidade • Para alcançar um resultado confiável, é necessário realizar uma análise estatística. • O índice de paternidade (IP) resume a informação fornecida pelo exame. • Nesse índice, é calculada a probabilidade do suposto pai ser o pai biológico da criança, contra a probabilidade de qualquer outro indivíduo ser o pai. • Para tal, considera-se que, em uma população em equilíbrio de Hardy- Weinberg, a probabilidade de que um homem qualquer transmita um alelo específico para a criança em questão é igual à frequência deste alelo na população. 9 Cálculos de Paternidade • O cálculo do IP deve ser realizado para cada um dos loci utilizados individualmente. • O produto dos IPs estudados irá gerar o Índice de Paternidade Cumulativo (IPC). • O IPC indica se a hipótese de que o suposto pai é o pai biológico está mais próxima de ser verdade do que a hipótese de que qualquer outro homem o seja. • Teste deve seguir padrões da Sociedade Internacional de Genética Forense, alcançando grau de precisão de 99,99999999% Cálculos de Paternidade Coleta de material biológico para o teste de paternidade • Perícia sem a presença do suposto pai (exumação) • Perícia de Paternidade Pré-natal MITO • O exame de DNA tem de ser feito no sangue? • Cortei o cabelo dele para fazer o exame de DNA 10 EMPACOTAMENTO DO DNA Existem quatro níveis decompactação da cromatina: Estrutura primária • Associação da dupla hélice do DNA com um grupo específico de histonas. Duas cópias de cada uma das quatro histonas (H2A, H2B, H3, H4) constituem um octâmero, em torno do qual um segmento de dupla hélice de DNA se enrola, como uma linha em torno de um carretel. • O octâmero circundado por duas voltas de DNA constitui um nucleossomo. Cerca de 140 bases de DNA estão associadas a cada centro de histonas. Este primeiro nível de compactação reduz o tamanho da molécula de DNA em 6 a 7 vezes. Solenóides A histona H1 tem papel na organização da cromatina ocupando lugar na região entre os nucleossomos, forçando o material a outro tipo de compactação, em estruturas secundárias helicóides, denominadas solenóides. O solenóide corresponde à compactação de 6 a 7 nucleossomos. Essa nova fibra é a unidade fundamental da organização da cromatina. O solenóide é capaz de condensar aproximadamente 1200 bases de DNA 11 Alças Com a formação do solenóide, tem lugar a ação de proteínas não-histônicas, que formam estruturas em alças ou domínios. As alças podem ser o início de espessamentos parecidos com nós, denominados cromômeros. À medida que os cromossomos se condensam mais, os cromômeros adjacentes fundem-se em estruturas maiores, que depois se tornam às bandas cromossômicas. Cromossomos Encontramos essas formas na metáfase, quando há a maior condensação da cromatina. É o enrolamento final, do qual participa a topoisomerase II. Forma do Cromossomo • Estudado durante a divisão celular • Cada cromossomo é constituído por duas CROMÁTIDES • Ligadas pelo CENTRÔMERO (divide em braço curto e longo) Cromossoma. (1) Cromatídeo. Cada um dos dois braços idênticos de um cromossoma depois da fase S. (2) Centrómero. O ponto de ligação de dois cromatídeos, onde se ligam os microtúbulos. (3) Braço curto. (4) Braço longo. Classificação dos Cromossomos 12 Tipos de Cromatina • Eucromatina, que consiste em DNA ativo, ou seja, que se pode expressar como proteínas • Heterocromatina, que consiste em DNA inativo devido ao fato de estar condensada e que parece ter funções estruturais durante o ciclo celular. Tipos de Cromatina Heterocromatina constitutiva • nunca se expressa como proteínas, • nunca é transcrita em RNA e que se encontra localizada à volta do centrômero (contém geralmente sequências repetitivas). • Sendo, então, a porção permanentemente condensada da cromatina em todas as células de um organismo; Heterocromatina facultativa • se expressa, ou seja, pode ser transcrita em RNA. • É a parte da heterocromatina que, num organismo, pode estar condensada em algumas células e em outras não. • O melhor exemplo de heterocromatica facultativa é o cromossomo X dos mamíferos fêmeas. A condensação de um dos cromossomos X das fêmeas ocorre aleatoriamente. Assim, em algumas células teremos o cromossomo X paterno ativo e o cromossomo X materno inativo e vice-versa. Tipos de Cromossomos • Autossomos ou somáticos • Alossomos ou sexuais 13 Cromatina Sexual ou Corpusculo de Barr • Encontrado em indivíduos do sexo feminino, genótipo XX dos genes sexuais, visível nas células somáticas durante a intérfase. • É compensação natural para a dupla carga genética dos indivíduos femininos da espécie humana. Um dos cromossomos X fica espiralizado, ou seja, inativo, fazendo com que só um dos alelos x se manifeste. • Essa espiralização é aleatória nas células do organismo, porém o cromossomo X que por acaso possuir alguma anomalia será preferencialmente inativado. • Nos indivíduos masculinos da espécie humana, genótipo XY, não há corpúsculo de Barr ou cromatina sexual, pois somente se manifesta em cromossomo X. Cromatina Sexual ou Corpusculo de Barr • A importância da cromatina sexual está no fato de através dela diferenciarmos as células masculinas das femininas e também identificarmos a ocorrência de síndromes ou anomalias cromossômicas sexuais. • Descoberta na década de 40, nas células somáticas em intérfase, aparece, junto à face interna da membrana nuclear, uma pequena mancha de cromatina (heterocromatina), porção que não desespiraliza e cora-se, mais intensamente. 14 Cromatina Sexual ou Corpusculo de Barr • A cromatina sexual pode ser observada em células da mucosa bucal e outros tecidos. Nos leucócitos ela aparece como um pequeno lóbulo arredondado, semelhante a uma raquete, preso ao núcleo. • A determinação do sexo nuclear (presença do corpúsculo de Barr) tem sido utilizada em jogos olímpicos, quando há dúvidas quanto ao sexo do indivíduo. Referências GRIFFITHS, Anthony JF et al.. Introdução à genética. Guanabara Koogan, 2008. KARP, Gerald. Biologia celular e molecular. Editora Manole Ltda, 2005. MAYR, Ernst. O desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e herança. Ed. UnB, 1998.
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