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7 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Introdução Debateremos ao longo das nossas aulas as hipóteses de terminação do contrato de trabalho, sistemas indenizatórios, aviso prévio e estabilidades. Nesta primeira aula vamos debater sobre o término do contrato de trabalho dentro de sua conceituação e evolução histórica. Objetivo: Analisar os princípios aplicáveis às hipóteses e a terminação do contrato de trabalho. 8 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Conteúdo Terminologia São utilizadas várias nomenclaturas para tratar da extinção do contrato de trabalho. A utilização dessas terminologias varia de acordo com os operadores do direito. Sendo assim, conheça alguns juristas e as nomenclaturas mais utilizadas por eles: Extinção Délio Maranhão, Hugo Gueiros, Gabriel Saad, José Rodrigues Pinto e Russomano, utilizam a palavra. Cessação Evaristo Moraes, Sergio Pinto Martins e Otávio Bueno Magano preferem a expressão. Terminação Por outro lado, Isis de Almeida e Sussekind adotam a mesma expressão utilizada na OIT (Organização Internacional do Trabalho). Alguns juristas utilizam nomenclaturas diferentes para cada hipótese de ruptura contratual: Orlando Gomes Utiliza a seguinte divisão de nomenclaturas: • Resolução – quando determinada por decisão judicial; • Resilição ou rescisão – considera sinônimas as expressões – extinções unilaterais ou bilaterais (dispensa, despedida e distrato) e despedida por justa causa; • Caducidade – morte do empregado, força maior e condição resolutiva. 9 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Disponível em: <http://ilustresdabahia.blogspot.com.br>. Acesso em: 10 jun. 2014. Arnaldo Sussekind Prefere a seguinte divisão: • Resolução – quando determinada ou autorizada judicialmente, nulidade do contrato e força maior; • Resilição – extinções unilaterais ou bilaterais sem justa causa; • Rescisão – extinções com justa causa; • Extinção – implemento de condição resolutiva ou termo, extinção da empresa, morte do empregador, aposentadoria ou morte do empregado. Disponível em: http://www.tst.jus.br Acesso em: 10 jun. 2014. Vólia Bonfim Sob a argumentação de que as outras nomenclaturas não abrangem todas as hipóteses de terminações do contrato, Vólia Bonfim utiliza as seguintes: • Resilição – distrato, despedida e demissão; • Resolução – justa causa, rescisão indireta e culpa recíproca; • Rescisão – nulidade do contrato; • Força maior – impossibilidade de execução do contrato; • Morte – do empregador pessoa física ou do empregado; • Extinção da empresa, fechamento, cessação da atividade e falência; • Aposentadoria compulsória e espontânea (esta apenas nos casos em que extingue); • Ope judicis – por terminação judicial – artigo 496, CLT; • Suspensão disciplinar por mais de 30 (trinta) dias consecutivos – artigo 474, CLT. Disponível em: http://www.tst.jus.br Acesso em: 10 jun. 2014. 1 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Ao longo desta aula vamos estudar separadamente cada uma das hipóteses de terminação do contrato de trabalho e suas consequências para empregado e empregador. Extinção contratual – princípios aplicáveis Há vários princípios aplicáveis ao Direito Material do Trabalho, tais como: Imperatividade das Normas Trabalhistas Significa que as normas trabalhistas devem prevalecer nas relações de emprego, sendo vedada, em regra, a declaração bilateral de vontade, por parte do empregado e empregador, que tenha objetivo de afastar as partes das normas trabalhistas. Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas O que versa sobre a impossibilidade do empregado renunciar, voluntariamente, vantagens que lhe são garantidas pela lei trabalhista. Essa impossibilidade protege o trabalhador contra possíveis pressões que os empregadores possam vir a exercer através de ameaças, como a rescisão do contrato, por exemplo. Inalterabilidade Contratual O que tem como objetivo proteger os trabalhadores contra alterações no contrato de trabalho, feitas pelo empregador, e que possam suprimir ou reduzir os direitos e vantagens deste. Primazia da realidade Estabelece que os fatos prevalecem sobre a forma, ou seja, havendo desacordo entre a realidade e aquilo que está documentado, deverá prevalecer a realidade. Esse princípio tem grande importância para o Direito do Trabalho, uma vez que é possível a existência de contrato de trabalho tácito, ou seja, que só pode ser verificado com a prática do trabalho, sem uma documentação formal. 10 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Todavia, quando falamos em terminação do contrato de trabalho os princípios que mais atuam são o da continuidade da relação de emprego, o princípio das presunções favoráveis ao trabalhador e o princípio da norma mais favorável. Em razão disso, vamos nos ater com maior profundidade a eles. Princípio da continuidade da relação de emprego Esse princípio determina que os contratos de trabalho são válidos por tempo indeterminado. Essa é mais uma garantia do trabalhador em relação a seu emprego e encontra amparo tanto constitucional quanto do TST. Constituição Federal de 1988 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; Súmula nº 212 do TST - Ônus da Prova - Término do Contrato de Trabalho - Princípio da Continuidade. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Esse princípio gera presunções favoráveis ao trabalhador, tendo em vista que torna regra geral os contratos de duração indeterminada no tempo, mantendo como exceções no Direito do Trabalho os contratos a termo (cujo término já é prefixado desde a data de seu próprio nascimento). Princípio das presunções favoráveis ao trabalhador Este princípio classifica como indeterminado a duração da relação de emprego, caso o tempo não esteja indicado no contrato. Embora a lei autorize que o 11 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA contrato de trabalho seja escrito ou verbal em seus artigos 442 e 443 da Consolidação das Leis do Trabalho, a presunção nos contratos verbais é de que serão por prazo indeterminado. No instante do término contratual, as verbas rescisórias dos contratos indeterminados são muito mais diversificadas e vantajosas do que as características aos contratos a termo. O princípio também comparece para fazer presumida a continuidade da relação empregatícia, caso não comprovado (ou incontroverso) seu rompimento. A presunção sempre será de que houve extinção sem justo motivo e por prazo indeterminado, sendo do empregador o ônus de comprovar o contrário. Princípio da norma mais favorável É um dos princípios que mais buscam atender ao objetivo central do direito do trabalho, que é: elevar as condições de pactuação da força de trabalho no mercado. Neste princípio, caso o operador do Direito esteja diante de regras ou diplomas jurídicos conflitantes, deverá considerar aquela que melhor se ajuste aos objetivos centrais do ramo protecionista. Por fim, ele induzna criação de normas que permitam o cumprimento dos fins sociais do Direito do Trabalho. Este princípio leva à presunção de que os contratos são por prazo indeterminado na hipótese de discussão, por ser uma regra mais favorável, bem como existindo discussão sobre a terminação de que este se deu sem justo motivo. Restrições à extinção contratual O princípio da continuidade da relação de emprego, como já falado, conduz à interpretação de que o Direito do Trabalho objetiva e incentiva a preservação do vínculo empregatício, tendo em vista que não interessa ao Estado o desemprego, o qual não possibilita desenvolvimento social e econômico de um país. 12 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Tais objetivos na manutenção do vínculo empregatício ensejam em critérios de restrições à extinção contratual, quais sejam: as restrições dos contratos a termo, os institutos da estabilidade e garantia de emprego, as proteções jurídicas nos casos de interrupção e suspensão contratual e, por fim, a exigência de motivação jurídica minimamente razoável para as dispensas de empregados por seus empregadores. Restrições a contrato a termo A nossa legislação estabelece no artigo 443, parágrafo 2º, alíneas “a”, “b” e “c” da CLT, e através de leis específicas – tais como a Lei do Empregado Temporário (nº 6.019/74), a Lei de Incentivo aos Novos Empregos (nº 9.601/98), a Lei do Contrato de Aprendizagem (artigos 428 até 433 da CLT) –, algumas das hipóteses em que se possibilita a contratação de empregados por prazo determinado. Desse modo, pode-se concluir que a regra geral é que os contratos são por prazos indeterminados e, com isso, as indenizações devidas obedecem a outro critério e acarretam a diminuição das terminações contratuais, posto que as partes não têm termo prefixado para o final do contrato de trabalho. Estabilidade e garantias de emprego O segundo incentivo à permanência do vínculo de emprego é a existência de situações em que o trabalhador permanece com estabilidade ou garantia de emprego. Nesse período a terminação somente poderá ocorrer por justa causa do obreiro, o que limita o poder potestativo do empregador. Iremos estudar profundamente todos as hipóteses de estabilidade e garantia de emprego e seus reflexos nos contratos de trabalho em uma próxima aula. 13 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Interrupção e suspensão do contrato de trabalho Há situações previstas em lei em que o contrato de trabalho permanece em interrupção ou suspensão. Em ambas as hipóteses, durante esse período o empregado não presta serviços ao empregador. Na interrupção se mantém as obrigações contratuais de pagamento, tendo como exemplo as férias, os primeiros quinze dias de afastamento por doença ou acidente de trabalho, dentre outras hipóteses. Já na suspensão não há trabalho, mas também não há pagamento, e visualizamos, por exemplo, no período de percepção de auxílio-doença, faltas injustificadas, dentre outras hipóteses. Extinção contratual – evolução jurídica na Brasil O Direito do Trabalho brasileiro, desde a instauração do modelo justrabalhista, nas décadas de 1930 e 1940, apresentou algumas alterações significativas no que tange ao tratamento jurídico da extinção do contrato de trabalho. A diferenciação de tratamento jurídico, neste aspecto, permite, assim, vislumbrar- se três períodos básicos no sistema brasileiro: 1. O antigo modelo jurídico celetista; 2. O modelo liberalista inaugurado pelo FGTS, mas que conviveu, até a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil em 1988, com o velho sistema; Atenção As duas figuras, ao produzir efeitos no curso do contrato de trabalho, inviabilizam, em princípio, ao menos nos contratos por prazo indeterminado, a extinção do contrato de trabalho por ato do empregador (art. 471, CLT). 14 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA 3. E finalmente, a fase jurídica regulada pela Carta da República de 1988. Antigo modelo celetista O modelo celestista previa a combinação de duas sistemáticas: A presença de indenizações crescentes em virtude do tempo de serviço do empregado, em situações de dispensas imotivadas, antes de completados os dez anos de contrato de trabalho, previstas nos artigos 477 e 478, CLT; A presença da estabilidade no emprego, após dez anos de serviço junto ao mesmo empregador, valendo ressaltar que esse prazo foi minimizado para nove anos por meio da Súmula nº 26, TST c/c artigo 492 da CLT. Esse sistema não impedia a dispensa antes de completados dez anos, e, posteriormente, nove anos, por entendimento sumulado pelo TST, mas estabelecia um aumento no valor da indenização que era computado pelos anos de serviço naquele contrato de trabalho. Transcorrido o período e adquirida a estabilidade, o poder de demissão encontrava um óbice enorme, tendo em vista que somente era possível a dispensa mediante falta grave praticada pelo empregado. Esta deveria ser apurada judicialmente através da ação de inquérito para apuração de falta grave, conforme dispõem os artigos 492 até 500, CLT c/c artigo 853, CLT. Praticada a falta grave, o empregador poderia suspender o empregado e ingressar com ação judicial na Justiça do Trabalho no prazo decadencial de 30 (trinta) dias para que fosse apurado se realmente a falta era justificadora da terminação motivada do contrato de trabalho por culpa do empregado. O ônus da prova era do empregador e, se a ação fosse julgada improcedente, o empregado seria reintegrado e receberia salários do período de afastamento. Na hipótese de absoluta impossibilidade de reintegração seria cabível a indenização compensatória, que seria prevista na sentença judicial. 15 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Constata-se claramente que o legislador não tinha o menor interesse na ruptura contratual e estabeleceu vários critérios para que ela se concretizasse. Tal modelo possibilitou o início da industrialização do nosso país, tendo em vista que serviu como estímulo para que a população fosse para a cidade e deixasse o campo. Vigorou como sistema único até 1966 e, como opção do trabalhador, até 1988. Operários, Tarsila do Amaral (1933) Disponível em: http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br Acesso em: 10 jun. 2014. O FGTS e a liberação do mercado de trabalho Em 1966 foi criada a Lei do FGTS, ou seja, Lei nº 5107/66, com início de vigência em 01.01.1967, que estabelecia o FGTS como uma faculdade do empregado. Constata-se que passaram a vigorar em nosso país dois sistemas jurídicos distintos, ou seja, a opção ao FGTS ou a aquisição da estabilidade decenal. Discussões sobre o tema serão feitas posteriormente, mas o certo é que com a promulgação da Carta da República em 1988, extinguiu-se a opção ao FGTS, tendo em vista que todos os trabalhadores passaram a ter direito a ele. Ressalvados os direitos adquiridos, culminou na extinção da possibilidade de aquisição da estabilidade decenal. Atividade proposta Leia o caso concreto para discussão em sala. Não deixe de responder às seguintes questões: Mário foi admitido para prestar serviços na Empresa ABC Ltda. Ocorre, todavia, que no ato da contratação, foi determinado que ele constituísse uma pessoa jurídica, com o objetivo de desvirtuar o pacto laboral, em fraude à lei trabalhista, conforme dispõe o artigo 9º, da CLT. Todos os requisitos 16 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA necessários para a configuração do vínculo empregatícioestavam presentes, embora Mário tivesse se submetido à exigência do tomador de serviços para obtenção do trabalho. O trabalhador ingressou com ação judicial para reconhecimento do vínculo de emprego e posterior pagamento das verbas pela extinção do contrato de trabalho pela demissão sem justa causa. A prestação de serviços mediante constituição de empresa pelo autor resulta insignificante para o enquadramento jurídico do caso em tela, uma vez comprovada, além dos demais pressupostos para a caracterização do liame empregatício, a subordinação jurídica do obreiro à reclamada. Em contestação a ré alegou que jamais houve relação de emprego e que Mário era pessoa jurídica e com ela havia um contrato civil de prestação de serviços. Mário logrou êxito em sua ação trabalhista, em virtude da inquestionável presença dos elementos da relação de emprego, pela remuneração paga e diante da natureza dos serviços prestados, contínuos e diretamente ligados às precípuas atividades econômicas da empresa, faz jus o obreiro ao direito vindicado. Diante do exposto, pergunta- se: Diante do exposto, pergunta-se: a) No caso concreto, contrato de trabalho reconhecido será por prazo determinado ou indeterminado? Qual é o princípio do direito do trabalho aplicável ao caso concreto? b) À luz do entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho, a quem incumbe provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento? Fundamente. 17 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Referências CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do trabalho. 8. ed. Niterói: Impetus, 2013. GODINHO, Maurício Delgado. Curso de direito do trabalho. Rio de Janeiro: LTR, 2013. OLIVEIRA, Aristeu de. Manual de prática trabalhista. 47. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Exercícios de fixação Questão 1 Princípios de uma ciência são as proposições básicas fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturações subsequentes - são os alicerces da ciência. Citando Miguel Reale, “princípios são verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da praxis”. Considere as seguintes proposições e responda: I. Para o jurista Américo Plá Rodriguez o princípio da irrenunciabilidade se limita a obstar a privação voluntária de direitos em caráter amplo e abstrato (e.g., a renúncia geral ao direito de gozar férias), e não a privação voluntária de direitos em caráter restrito e concreto (e.g., a renúncia às férias adquiridas entre os anos de 2005 e 2006). II. No tocante ao princípio da primazia da realidade, Plá Rodriguez sustentava que o contrato de trabalho só teria relevância (ou mesmo existência) no plano juslaboral quando houvesse manifestação fenomenológica do fator trabalho, ou seja, quando a obrigação de trabalhar fosse efetivamente cumprida. No entanto, autores contemporâneos, mormente a doutrina portuguesa, defendem que o princípio em comento deve se imiscuir na dimensão do pactuado (negociações preliminares, contratos preliminares de trabalho etc.), independentemente da efetiva manifestação fenomenológica do trabalho. 18 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA III. Diferentemente da doutrina contemporânea majoritária, o jurista Américo Plá Rodriguez pugnava pela aplicação da regra do in dúbio pro operário no campo probatório, em casos de autêntica dúvida. IV. À luz da doutrina de Américo Plá Rodriguez, para aferir quais são as condições mais benéficas que devem ser respeitadas no decorrer do contrato de trabalho, com o escopo de concretizar o princípio da condição mais benéfica, deve-se usar o critério da razoabilidade. Assim, se os fatos demonstram que se tratava de um benefício meramente transitório, uma vez finda a situação que o originou, pode ser tornado sem efeito. Por outro lado, se é um benefício que se prolongou além da circunstância que lhe deu origem, ou que não esteja ligado a nenhuma situação transitória especial, deve-se concluir que constitui condição mais benéfica, que deve ser respeitada. V. Os princípios clássicos do Direito do Trabalho, segundo Américo Plá Rodriguez, aplicam-se apenas para o Direito Individual do Trabalho, e não para o Direito Coletivo do Trabalho. a) Todas as assertivas são corretas b) Apenas as assertivas II, III e IV são corretas c) Apenas as assertivas III e IV são corretas d) Apenas a assertivas II, III e V são corretas e) Apenas a assertiva V é correta Questão 2 Considere as seguintes proposições e assinale a alternativa correta: I. O Direito do Trabalho destaca-se por seu caráter teleológico, incorporando em seu conjunto de princípios, regras e institutos um valor finalístico essencial, objetivando a melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica, por isso requer uma interpretação filológica, a teor do art. 8º da CLT. II. A Escola Exegética, que propõe um sistema dogmático, surgiu na França no século XIX, e parte do pressuposto de que o intérprete é escravo da lei. Apesar do método gramatical ser incompatível com a pluralidade de normas do Direito do Trabalho, e principalmente com o seu caráter teleológico, o jurista Friedrich 19 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Muller utilizou suas premissas para construir seu método normativo- estruturante. III. O Direito do Trabalho não se submete ao princípio jurídico geral que rege o conflito das normas jurídicas no tempo, qual seja: a norma jurídica emergente terá simples efeito imediato, respeitando, assim, o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Tal ilação encontra respaldo no próprio princípio da proteção presente no art. 7º, caput, da Constituição Federal. Assim, se a norma justrabalhista emergente for mais benéfica do que a que estava em vigor, ela poderá retroagir, beneficiando relações trabalhistas pretéritas. IV. Na heterointegração o operador jurídico maneja norma supletiva situada fora do universo normativo principal do Direito. As fontes subsidiárias arroladas pelos artigos 126, do CPC, e 8º da CLT são exemplos dessas normas supletivas. a) Todas as assertivas são incorretas b) Apenas as assertivas I e III são corretas c) Apenas as assertivas II e IV são corretas d) Apenas a assertiva III é correta e) Apenas a assertiva IV é correta Questão 3 O Direito do Trabalho tem princípios próprios, resultantes da especificidade do trabalho humano e da evolução socioeconômica, na busca de maior dignidade para o trabalhador e para o resultado da mão de obra empregada. Com relação a esse assunto, julgue os itens seguintes como verdadeiro ou falso: ( ) O princípio do protecionismo e o princípio da primazia da realidade são inerentes ao Direito do Trabalho. ( ) Vigora, no Direito do Trabalho, o princípio do ato jurídico perfeito para preservar o contrato firmado entre o trabalhador e o empregador, não resultando força normativa de alteração posterior do contrato, que é, assim, mantido incólume. a) V, F b) V, V 20 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA c) F, V d) F, F Questão 4 Determinado princípio geral do direito do trabalho prioriza a verdade real diante da verdade formal. Assim, entre os documentos que disponham sobre a relação de emprego e o modo efetivo como, concretamente, os fatos ocorreram, deve- se reconhecer estes em detrimento daqueles. Trata-se do princípio:a) Da norma mais favorável. b) Continuidade da relação de emprego. c) Da primazia da realidade. d) Da boa-fé entre os contratantes. e) A condição mais benéfica. Questão 5 Dispõe o art. 444 da CLT: " As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes". Tal preceito encerra um princípio do direito civil aplicável no âmbito trabalhista, no caso: a) o princípio do pacta sunt servanda. b) o princípio da autonomia da vontade. c) o princípio rebus sic stantibus. d) o princípio do conglobamento. 21 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA Potestativo: Diz-se que um ato é potestativo quando seu cumprimento depende da vontade exclusiva de uma das partes contratuais, sendo, portanto, uma condição do contrato. Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 - B Justificativa: I. Incorreta. Para Américo Plá Rodriguez o princípio da irrenunciabilidade não se limita a obstar a privação voluntária de direitos em caráter amplo e abstrato, mas também a privação voluntária de direitos em caráter restrito e concreto. O item em análise traduz a opinião de Hernainz Marquez, um jurista espanhol que muito contribui para a teorização dos princípios trabalhistas. II. Correta. Essa proposição traduz a crítica da doutrina contemporânea concernente ao alcance do princípio da primazia da realidade. III. Correta. Essa posição está expressa no seu livro Princípios de Direito do Trabalho. IV. Correta. É o entendimento de Américo Plá Rodriguez. V. Incorreta. O jurista entende que podem ser aplicados os princípios defendidos por ele ao Direito Coletivo do Trabalho, entretanto, com algumas especificações. Questão 2 - E Justificativa: I. Incorreta. Apesar da assertiva definir o caráter teleológico do Direito do Trabalho, mencionado inclusive dispositivo da CLT que enfatiza uma interpretação teleológica, ela defende para o Direito do Trabalho uma interpretação gramatical ou filológica. 22 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA II. Incorreta. A assertiva conceituou de maneira correta a Escola Exegética e a sua incompatibilidade com o Direito do Trabalho. Todavia, no método normativo-estruturante, Muller defende que a norma jurídica não se confunde com o texto normativo, por isso ele afirmava que o texto é apenas a “ponta do iceberg”. III. Incorreta. A norma justrabalhista também possui efeito apenas imediato. Apenas por exceção, e desde que fixada no texto constitucional, é que uma regra jurídica poderá reger situações passadas já definitivamente constituídas. IV. Correta. A assertiva traduz a própria ideia da heterointegração. Questão 3 - A Justificativa: A) Verdadeiro: O princípio protetor é considerado pela doutrina como corolário dos demais princípios que regem o Direito do Trabalho, e o princípio da primazia da realidade é fundamental para dar cumprimento ao princípio protetor, pois valoriza o dia a dia da relação de trabalho, isto é, as situações fáticas, e não propriamente a forma e condições pactuadas pelas partes no contrato de trabalho. B) Falso: No contrato de trabalho, pela sua natureza de direito privado, prevalece a autonomia da vontade das partes, conforme dispõem os artigos 442 e 444 da CLT, desde que não contrarie normas mínimas de ordem pública, ou seja, prescritas pelo Estado, de efeito geral e abstrato, lato sensu, sob pena de nulidade do ato praticado pelo empregador, mesmo que ratificado pelo empregado (art. 9º da CLT). Portanto, além das normas mínimas de ordem pública, prevalecem as normas gerais e abstratas que buscam melhores condições de trabalho, mas de efeito restrito, beneficiando apenas determinados grupos, que sejam elaboradas pelos próprios interessados e não pelo Poder Legislativo, como as convenções e acordos coletivos. Prevalece, também, a sentença normativa, a qual vigora provisoriamente por um determinado lapso temporal (artigos 611, 612, 614 da CLT), até que outra a substitua. Assim, após o seu período de vigência os direito e garantias até então concedidos por essas normas poderão ser alterados ou retirados por norma ulterior, da mesma natureza jurídica, que 23 TERMINAÇÃO CONTR. E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA também será por prazo determinado. Por isso, o princípio do ato jurídico perfeito não é absoluto para preservar o contrato de trabalho (artigo 868, parágrafo único da CLT c/c Súmula nº 277 do TST). Questão 4 - C Questão 5 - B Introdução Conteúdo Terminologia Extinção Cessação Terminação ruptura contratual: Arnaldo Sussekind Vólia Bonfim Ao longo desta aula vamos estudar separadamente cada uma das hipóteses de terminação do contrato de trabalho e suas consequências para empregado e empregador. Extinção contratual – princípios aplicáveis Imperatividade das Normas Trabalhistas Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas Inalterabilidade Contratual Primazia da realidade Princípio da continuidade da relação de emprego Constituição Federal de 1988 Princípio das presunções favoráveis ao trabalhador Princípio da norma mais favorável Restrições à extinção contratual Restrições a contrato a termo Estabilidade e garantias de emprego Interrupção e suspensão do contrato de trabalho Extinção contratual – evolução jurídica na Brasil Antigo modelo celetista O FGTS e a liberação do mercado de trabalho Atividade proposta Referências Exercícios de fixação Questão 1 Considere as seguintes proposições e responda: Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Aula 1 Exercícios de fixação Introdução Conteúdo Extinção dos contratos por tempo determinado Extinção Normal Características Exemplo Extinção Anormal Característica Exemplo Atividade proposta Atividade proposta Contratos por prazo determinado Rescisão de contrato por parte do empregador Serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: Atividade proposta Aprenda Mais Referências Exercícios de fixação Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Aula 2 Exercícios de fixação Introdução Conteúdo Culpa recíproca São requisitos da culpa recíproca: Culpa recíproca: legislação x direitos Legislação Direito Força maior Extinção de estabelecimento x força maior Aposentadoria Extinção da empresa Rescisão por extinção DIREITO DO EMPREGADO NA RESCISÃO: Morte do empregador Atividade proposta Atividade proposta Referências Exercícios de fixação Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Introdução Conteúdo Demissão por justa causa Conceito Atividade proposta Do desaparecimento dos sujeitos Da dispensa por justa causa Sistemas da justa causa GENÉRICO TAXATIVO MISTO SUBJETIVOS OBJETIVOS Pressupostos Ausência de perdão tácito Comunicação da dispensa Rescisão indireta Exemplo Rescisão de Contrato de Trabalho Da dispensa por justa causa Referências Exercícios de fixação Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Aula 4 Exercícios de fixação Introdução Conteúdo Pagamento de rescisórios Atividade proposta Homologação Multas Suspensão Contratual: Prazo para pagamentos Prazo para pagamento das verbas rescisórias – art. 477 e o art. 467 da CLT Formas de pagamentos Estatais: exclusão da pena do art. 477 e 467 da CLT A quem se aplica o Art. 467 Aplicação de Ofício pelo Juiz Referências Exercícios de fixação Questão 1 A respeito do pagamentodas verbas rescisórias, assinale a alternativa correta. Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Aula 5 Exercícios de fixação Atividade Proposta Aula 6: Aviso prévio Introdução Conteúdo Aviso Prévio Natureza jurídica Aviso prévio proporcional, prazo e retratação, e renúncia Aviso prévio proporcional Prazo e retratação Renúncia Efeitos II – O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no saldo da conta vinculada na data do efetivo pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a projeção do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão legal. Finalidade Base de cálculo do aviso prévio Cabimento Pergunta-se: Contrato a termo, estabilidade e contribuições previdenciárias Referências Exercícios de fixação Questão 1 Questão 2 Questão 4 Questão 5 Atividades Propostas Aula 6 Exercícios de fixação Introdução Conteúdo Estabilidade e garantia do emprego Atividade proposta Aprenda Mais Referências Exercícios de fixação Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Aula 7 Exercícios de fixação Introdução Conteúdo Fundo de garantia por tempo de serviço - FGTS O que é o FGTS? Natureza jurídica Arnaldo Süssekind Fábio Leopoldo de Oliveira Amauri Mascaro Nascimento Délio Maranhão Marthins Catharino Sérgio Pinto Martins O novo prazo prescricional de cobrança de verbas de FGTS Prescrição do FGTS PROCEDIMENTOS PARA SAQUE DO FGTS: Expurgo inflacionário Expurgo Inflacionário Aprenda Mais Material complementar: Acórdão: TST - Sex, 13 Set 2013 09:27:00) - Processo: RR-14740 58.1996.5.01.0063: Referências Exercícios de fixação Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Aula 8 Exercícios de fixação
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