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modelo de trabalho caps

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Este Projeto de Intervenção é uma exigência da disciplina do Estágio Supervisionado II onde será trabalhada a demanda identificada durante o período de observação realizado no estágio supervisionado I. 
O Estágio supervisionado proporciona o contato com o fazer profissional, a compreensão do processo de trabalho do Assistente Social, a aquisição de um censo crítico diante das demandas apresentadas e a oportunidade de fazer a reflexão entre teoria e a prática. 
O projeto de Intervenção será desenvolvido no Centro de Atenção Psicossocial, Caps Ad, de Pedra Azul, MG, situado a Rua Colatino Antunes Nº 162 Centro.
O Caps Ad de Pedra Azul é um serviço de média complexidade, uma vez que funcionam 10:00 horas de segunda a sexta-feira. Atende população adulta que sofre com transtornos mentais severos e persistentes, com grave comprometimento psíquico. O objetivo do Caps Ad é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos. O Caps Ad proporciona uma melhor qualidade de vida aos usuários através da reintegração e ressocialização a partir da participação das oficinas terapêuticas e principalmente as oficinas geradoras de renda. O Caps Ad tem como parceria os familiares, mas que tem momentos que ficam ausentes a exemplo das reuniões de família que acontece mensalmente. 
O Centro de Atenção Psicossocial – Caps Ad, que tem como umas das normas que os familiares sejam parceiros da instituição junto ao tratamento dos usuários, que estejam presentes, comungando dos mesmos objetivos que são a estabilidade do usuário, fortalecimento dos laços afetivos com os familiares. E o que venho percebendo que é uma ação que não vem dando certo; este ano segundo informações dos técnicos que são responsáveis pelos encontros de família ainda não foi realizada nenhuma reunião de família. E no levantamento realizado através da aplicação de um questionário é que a maioria das pessoas que responderam é que não tinha informações a respeito. Então a proposta de intervenção é retomar o grupo de família para atender uma das normas institucional. 
JUSTIFICATIVA 
A construção do projeto de intervenção vem se dando a partir das observações feitas durante o estágio supervisionado I onde foi detectada uma demanda relevante que é uma exigência desta etapa do estágio. 
O Movimento da Reforma Psiquiátrica vem discutindo sobre a priorização da família na participação das discussões que envolvem o Portador de transtorno mental a fim de que se tenha um novo olhar acerca da loucura. Mesmo sendo de extrema importância a participação da família no processo de acompanhamento, tratamento e cuidados ao usuário com transtorno mental, é preciso reconhecer que esta também tem suas fragilidades, pois se encontra em uma situação complexa, responsável por uma pessoa que possui necessidades e comportamentos até então desconhecidos, não tendo, muitas vezes, o preparo e apoio suficientes para lidar com esta tarefa, é um desafio para a família, pois tem momentos que precisa lidar com a crise, agressividade, a resistência ao tratamento além da discriminação e o preconceito. 
Percebi através das atividades que participei, dentre estas; as reuniões de família, e em conversas com a equipe técnica que demonstra uma grande preocupação com o pequeno número de participantes da reunião de família. 
Num universo de 254 usuários que tem freqüência assídua participante da reunião são no máximo 15 pessoas; normalmente comparecem sempre as mesmas pessoas e segundo consta no livro de assinatura da reunião e em conversas com outros membros da equipe, é que já incrementaram com dinâmica, apresentando novas temáticas para discussões, a equipe já solicitou deles sugestões que gostariam de discutir, houve rotatividades dos profissionais e com tudo isso há uma baixa adesão dos familiares. O Caps Ad trabalha em parceria com os familiares, pois muitos não sabem e nem estão preparados para lidar com a doença e quando da admissão dos usuários no serviço eles são orientados e informados sobre esta parceria, da necessidade desta proximidade ou do fortalecimento desse vínculo. O que se percebe é que o familiar não está preparado para lidar com o transtorno mental, quando o usuário apresenta uma melhora eles tem esperança na cura e não estão preparados para uma recaída, não sabe nada da doença mental estão totalmente desinformado, muitos ainda não aceitam que tem uma pessoa com a doença mental. Ao buscarmos conhecer a realidade vivida por familiares de portadores de sofrimento psíquico, pudemos encontrar em suas falas a importância da família no acompanhamento do portador de sofrimento psíquico, as formas de lidar com o adoecimento e a rejeição que enfrentam dentro da própria família e da sociedade que ainda não conseguem aceitar aquele que tem um comportamento diferente. 
Souza e Scatena (2005) apontaram para a necessidade de pensar a família e a assistência em suas múltiplas dimensões, a fim de identificar possibilidades de intervenção e de ajuda, buscando efetivá-la como parceira e alvo do cuidado. Para tanto, ela precisa conhecer os vários aspectos relacionados ao transtorno e à terapêutica medicamentosa do paciente, como sinais e sintomas indicativos de recorrência e recaída, nome dos medicamentos prescritos, dose, efeitos terapêuticos e adversos dos mesmos, entre outros. 
Uma das funções do Caps Ad é proporcionar aos familiares um espaço de acolhida, de escuta, permite trocas de forma compartilhada que é justamente o grupo de família; é um espaço de trocas de experiências onde os participantes se identificam com os problemas dos outros, podendo refletir sua própria realidade. A possibilidade de ouvir as dificuldades advindas da convivência diária proporciona a identificação e permite um alívio para a sensação de isolamento, muito presente nas famílias. 
 OBJETIVO GERAL 
Retomar o encontro de familia e mostrar a importância da participação no tratamento dos pacientes portadores de Transtornos Mentais no Centro de Atenção Psicossocial de Pedra Azul.
3-2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Sensibilizar os familiares sobre a necessidade da parceria do familiar e instituição; 
• Possibilitar discussões entre os familiares no sentido de trocar experiências; 
• Propor atividades de acordo com a realidade dos familiares para uma maior aproximação destes com a equipe técnica e entender o processo da doença. 
• Promover momentos de interação entre familiar e usuário para o enfrentamento das questões do dia a dia. 
4- PÚBLICO ALVO 
Constituem o público alvo deste projeto os familiares, usuários e equipe técnica do CAPS III de Alagoinhas. 
5- METAS A ATINGIR 
É percebido que a maioria dos familiares dos pacientes portadores de transtornos mentais que convivem diariamente com eles nota-se um distanciamento, as vezes utilizam termos pejorativos, não tem paciência e outros motivos que afastam de um convívio mais afetuoso, harmonioso; são situações que aparecem no cotidiano institucional, então a reunião é uma forma privilegiada de participação da família. 
Sendo assim pretende-se obter a participação de 60% dos familiares nos encontros de família que será realizada mensalmente. Sendo 40% dos familiares dos usuários intensivos, 10% dos usuários semi intensivos e 10% dos não intensivos. 
6- METODOLOGIA 
Após o levantamento da pesquisa junto aos familiares ficou constatado que eles não tinham informações a respeito das reuniões de família então a partir desta constatação é que foi pensado em desenvolver este trabalho. Será realizado quatro encontros semanais com familiares das três modalidade de atendimentos intensivos, semi intensivo e os não intensivos para sensibilizá-los quanto a importância da parceria dos familiares e caps. Será confeccionado os convites eserão entregues pelos usuários e outros aos próprios familiares nos dias da consulta médica. Na primeira semana serão trabalhados com os familiares dos usuários não intensivos que são aqueles que vão as consultas e ou atividades terapêuticas três vezes no mês. Será feito um momento de reflexão com a leitura de um texto. “Não é Comigo”. E logo após a abertura será abordado sobre a necessidade dos familiares estarem mais próximos do caps, entendendo o processo da doença, do tratamento;serão esclarecidos sobre a proposta de trabalho que a instituição oferece; divulgação das atividades ofertadas aos usuários e falar sobre a instituição. Todas as atividades serão planejadas pela estagiária e pela assistente social, mas a abordagem será realizada pela assistente social. Na segunda semana a reunião será com os familiares dos usuários não intensivos e será utilizada a mesma dinâmica e a terceira semana com os usuários não intensivos. Foi pensado em dividir os encontros por modalidade pela especificidade de cada caso. No ultimo encontro será realizado com todos para formalização da retomada do grupo e será divulgada a data das próximas reuniões, exibição de filme “Meu Nome é Rádio”. E o fechamento com um lanche e a avaliação da atividade. 
7- RECURSOS HUMANOS 
7.1 HUMANOS 
01 assistente social, 01 estagiária, 01 assistente administrativo. 
7.2 MATERIAIS 
Para desenvolvimento do projeto serão utilizados papel ofício, caneta, computador, lanche e telefone que serão fornecidas pela própria instituição ( Caps). 
8- PARCEIROS 
A secretária Municipal de Saúde de Alagoinhas e a Instituição CAPS. 
9- AVALIAÇÃO 
Os procedimentos que serão utilizados para a obtenção dos resultados deste projeto será através de dois instrumentais: aplicação de questionário e também será passada lista de frequência para comprovação dos participantes. 
10- CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 
Atividade Período 
Levantamento da Problemática 
01 a 30 de Julho/2012 
Elaboração do Projeto 
Sensibilização dos usuários e Familiares e divulgação do Projeto 
Execução do Projeto 01 a 30 de agosto/2012 
Abertura/ leitura de texto/exposição dos objetivos do trabalho/divulgação da proposta do trabalho no CAPS/Modalidade Intensivo 
01semana de agosto/2012 
Abertura/ leitura de texto/exposição dos objetivos do trabalho/divulgação da proposta do trabalho no CAPS/Modalidade Semi Intensivo 02 semana de agosto/ 2012 
Abertura/ leitura de texto/exposição dos objetivos do trabalho/divulgação da proposta do trabalho no CAPS/Modalidade Não Intensivo 03 semana de agosto/2012 
Avaliação do projeto 04 semana de agosto/2012 
11- BIBLIOGRAFIA REFERENCIADA 
CÓDICO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. Ed 3 Brasília, 1997. 
COLVERO, L.A; COSTARDI IDE, C.A.C.; ROLIM, M. A família e doença mental: a 
difícil convivência com a diferença. RevEscEnferm USP, v.38, n.2, p.197-205,2004. 
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2008. 
JURUENA, M.F. Terapia cognitiva: abordagem para o transtorno afetivo bipolar. 
Rev. Psiq. Clín., v.28, n.6, p.322-30, 2001. 
Lei 10.216/2001 de Garantia de direitos aos portadores de transtornos mentais. 
MANUAL DE ESTÁGIO, UNITINS. Serviço Social 2007. 
PARÂMETRO PARA ATUAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS NA SAÚDE. CEFES, Brasília, 2009 
PORTARIA 336/GM de 19 de fevereiro de 2002. Ministério da Saúde. Lei nº 10.216 de 06 de abril de 2001- dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial e saúde mental. 
Projeto Técnico de Implantação do Centro de Atenção Psicossocial de Alagoinhas. Alagoinhas-Ba 2001. 
ROSA, Lúcia. Transtorno Mental e o Cuidado na Família. São Paulo: Cortez, 2003. 
SAÚDE MENTAL NO SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial. Série F. Comunicação e Educação em Saúde- Brasília-DF, 2004. 
SOUZA, R.S; SCATENA, M.C.M. Produção de sentidos acerca da família que 
convive com o doente mental. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 
Ribeirão Preto, v.13, n.2, p.173-9, Ribeirão Preto, 2005.

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