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1 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira RESUMO N1 IESC III </3 Abordagem familiar Família é um grupo de pessoas que convivem, tem laços intensos de a proximidade e compartilham sentimentos de identidade e pertencimento, que de alguma forma, influenciarão em suas vidas. DEFINIÇÕES LITERAIS CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: base da sociedade, reconhece união estável, e entende que a entidade familiar pode ser formada por qualquer um dos pais, seus descendentes estabelecendo os direitos e deveres IGUAIS quando exercidos por homens e mulheres. IBGE: conjunto de pessoas ligadas por laços parentescos, dependência doméstica ou normas de convivência, residente na mesma unidade domiciliar, ou pessoa que mora sozinha em uma unidade domicilias MUDANÇAS QUE OCORRERAM NAS DEFINIÇÕES DE FAMÍLIA DURANTE OS ANOS o Mudanças sócio-político-culturais: auxiliam na reflexão sobre definições de “o que é família?” nos diferentes momentos da história o Mudança no papel social da mulher: fez com que repercutisse no relacionamento dos membros do sistema familiar, já que antigamente o padrão de família era: mão, pai e filhos... o Mudança na opção de ter ou não filhos: não ter ou adiar a chegada dos descendentes também auxiliou na mudança da estrutura familiar vista como “certa” A abordagem familiar têm caráter essencial no trabalho da Atenção Primária em Saúde, sendo que, o conhecimento dos membros das famílias e seus problemas de saúde muito importantes para um trabalho exemplar. Assim, o modelo de gestão de atenção primária para cuidados crônicos é o seguinte: (Pirâmide do cuidado) TRADUÇÃO DA PIRÂMIDE PARA LEIGOS QUE NEM EU: 1° NÍVEL (AUTOCUIDADO APOIADO): grau em que o médico tem que explicar para que o paciente entenda o porquê dele estar utilizando certa medicação/MEV etc... Ou seja, o paciente é protagonista do próprio tratamento, sendo apoiado pela equipe de saúde. (70%-80% das pessoas com condições simples) 2 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira 2° NÍVEL (GESTÃO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE): encaminhamento para alguma especialidade ou uso de uma equipe multiprofissional. (20%-30% das pessoas com situação complexa) 3° NÍVEL (GESTÃO DE CASO): Há necessidade de utilização de multiespecialidades tanto como multiprofissionais, quando a atenção secundária e terciária do SUS. (1%-5% das pessoas em condições altamente complexas) OBS: a abordagem familiar tem 5 passos (importante para questões que possam surgir sobre as atividade de campo): 1. APRESENTAÇÃO (quebrar o gelo): tira aquela impressão de superioridade e criar uma boa relação médico- paciente, havendo uma consulta melhor. 2. APROXIMAÇÃO (entender funções): entender o papel e função de cada membro, seus níveis de autonomia e como lidam com problemas. Nessa etapa também é importante conhecer o ciclo de vida, tipo de família, dinâmica familiar e como é o dia a dia da família e o grau de intimidade entre os membros. (O importante é buscar pontos de aproximação e estar atento a todo o processo de comunicação verbal e não-verbal –para iniciar o processo de conexão e geração de hipóteses.) 3. ENTENDIMENTO DA SITUAÇÃO: entender a real situação e problemática que está acometendo a família e seus indivíduos. 4. DISCUSSÃO: Entender a comunicação do paciente, encorajar a família a conversar, questionar os problemas (e se eles já existiam antes e o que o paciente acha deles). 5. ESTABELECIMENTO DE UM PLANO TERAPÊUTICO: contribuir quando necessário com informações médicas. A abordagem familiar começa entendendo os tipos existentes de famílias, sua dinâmica, ciclo de vida, estrutura e inter-relações. LINHA DE TEMPO FAMILIAR Serve para correlacionar eventos que possam ter colaborado para o adoecimento do paciente alvo ou família. Ex.: 3 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira OBS: Tratando de atenção centrada na família, seja pra estudo ou para aplicação de um projeto terapêutico, é necessário considerar o indivíduo e sua família como um sistema aplicando clínicas específicas em três dimensões: A família deve ser observada detalhadamente sempre que o modelo biomédico tradicional mostrar-se inadequado/insuficiente, em que a utilização excessiva dos serviços de saúde/consultas frequentes de membros diferentes, em que haver doenças relacionadas a estilo de vida/ambiente, dificuldade no controle de doenças crônicas e em que houver sintomas inespecíficos em pessoas com grande frequência de consultas –sem doenças orgânicas. AS FERRAMENTAS DE COMPREENSÃO E AVALIAÇÃO FAMILIAS SÃO: GENOGRAMA, ECOMAPA, F.I.R.O, P.R.A.C.T.I.C.E e APGAR FAMILIAR GENOGRAMA o O QUE É? PARA QUE SERVE? É reconhecido como instrumento para mapear e ampliar o conhecimento sobre a família e para que os profissionais de saúde consigam realizar intervenções (projeto terapêutico), ou seja, é uma representação gráfica de uma família que deve abranger no mínimo 3 gerações, qualidades das relações e informações médicas e psicossociais que se ligam incluindo (hereditariedade e riscos que possam oferecer aos membros atuais). o COMO FAZER? -Primeiro se estuda, pelo menos, 3 gerações. -Arquitetar as gerações, suas dinâmicas e questões de saúde em símbolos 4 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira -Registrar elementos básicos o ELEMENTOS BÁSICOS -Calcula-se as datas dos ocorridos -Título e data do genograma -Legenda dos símbolos clássicos e dos variáveis -As pessoas da família devem apresentar: idade, data de nascimento e óbito, aborte ou natimorto, casamento/união/separação e causa de morte. - presença de doenças graves e datas de diagnostico ou problemas significativos. o VARIEDADE DE DADOS: -Relação intergerações -Relações interpessoais -Função de cada um na família -Apelidos - ... 5 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira ECOMAPA ou ECOGRAMA o O QUE É? PRA QUE SERVE? É uma forma de registro gráfico de rede social da família e seus membros tem boa relação com “terceiros” – vizinhos, UFS, trabalho, escola, rede de apoio, lazer associação do bairro etc. – para entender as relações interpessoais que possam induzir algum agravo. É um gráfico COMPLEMENTAR ao genograma o QUAIS OS LIPOS DE LIGAÇÃO? 1. Força da ligação: fraca, tênue/incerta, forte 2. Impacto de ligação: sem impacto, requerendo esforço/energia, fornecendo apoio/energia 3. Qualidade da ligação: estressante ou não 6 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira OBS: a diferença entre genograma e ecograma: o genograma identifica as relações e ligações dento do sistema familiar, e o ECOGRAMA identifica as relações e ligações da família com o meio em que vivem. 7 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira APGAR FAMILIAR o APGAR da família é uma sigla de Adaptability (adaptação), Partnership (companheirismo), Growth (Desenvolvimento), Affection (Afeto), e Rescurces (Recursos) e busca uma reflexão sobre o clima emocional da família (soma pontos e avalia a função familiar). P.R.A.C.T.I.C.E o O QUE É? PRA QUE SERVE? É focado na resolução de problemas (mais difíceis) que permite uma aproximação com várias interfaces que criam problema para famílias analisadas. F.I.R.O o O QUE É? PARA QUE SERVE? (Fundamental interpersonal Relations Orientation) é baseado no modelo de Orientações Fundamentais nas Relações Interpessoais. 1. Inclusão -estrutura= as pessoas que moram na casa e suas respectivas funções 8 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira -conectividade= refere-se aos laços de interação entre os membros da família. -Modo de compartilhar=refere-se às associações interativas com o senso especial de identidade da família como um grupo. 2. Controle -Na família, refere-se a influência e poder exercido por diferentes membros da família, de maneira geral irão existir 3 tipos de controle: dominante,reativo e colaborativo. 3. Intimidade -refere-se as interações pessoais que envolvem troca com alto grau de fraqueza, expressão emocional e vulnerabilidade mutua entre os membros da família. TIPOS DE FAMÍLIAS ou ESTILO FAMILIAR o NUCLEAR ou BIPARENTAL: Família composta por um casal HETEROSSEXUAL (pai e mãe) e seus filhos BIOLÓGICOS. Composta por apenas duas gerações. –antigamente era considerado o modelo legítimo de família. o ALARGADA ou EXTENSA: Coabitam ascendentes, descendentes e/ou colaterais por consanguinidade ou não. É uma família formada por 3 ou 4 gerações –pais, filhos, avós, netos... o MONOPARENTAL ou UNIPARENTAL: Famílias chefiadas só por um dos pais em determinado momento, devido a divórcio, viuvez, separação com o conjugue em cumprimento de pena de prisão/desaparecimento/algo que impeça a convivência do casal por um período superior a 3 meses. o RECONSTRUÍDA: São famílias reconstruídas pós divórcio/separação, formadas por pessoas (apenas um ou o casal) que foram casadas anteriormente com ou sem filhos de outra relação. o ADOTIVAS: formadas por uma pessoa que, independente do motivo, acolhe novos membros –geralmente crianças – que podem ser multiculturais ou birraciais. o ADOTIVAS TEMPORÁRIAS: são famílias nucleares/extensas/qualquer outra que adquire um novo membro, temporariamente. Ex.: intercambio. o HOMOSSEXUAIS ou HOMOAFETIVAS: casais homossexuais com ou sem filhos vivendo maritalmente, possuindo ou não crianças (adotivas ou consanguíneas). o UNICELULAR ou UNIPESSOAL ou UNITÁRIA: formada por apenas um indivíduo independente da relação conjugal ou se alguém vai passar o dia com ela. o ANAPARENTAL: Pessoas com vínculos parentais, sem possuir vínculo de ascendência ou descendência, moram juntos por algum motivo, possuindo rotinas e dinâmicas podendo apresentar afinidades sociais, econômicas, etc. EX.: dois irmãos, primos... o FAMÍLIA POLIGÂMICA: união conjugal de uma pessoa com mais de outra. - poliginia: um homem e várias mulheres. -poliandria: uma mulher com vários homens. 9 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira o COMUNITÁRIA: compostas por pessoas e seus eventuais descendentes, coabitando na mesma casa ou casas próximas. EX.: alteias, comunidades religiosas, ciganos... CICLO DE VIDA – DESENVOLVIMENTO FAMILIAR o O QUE É? PRA QUE SERVE? É uma visão antecipada dos problemas – “topografia” da situação vivida pelo paciente –. Serve para Identificar a fase da família em um dado momento, propondo ajuda neste período e, através da longitudinalidade observa a mudança e a reorganização passagem de uma fase a outra. o ESTAGIOS DO CICLO DE VIDA: habitual x famílias populares HABITUAL: POSSUI 8 FASES I (ADULTO JOVEM INDEPENDENTE): desenvolvimento de relações emocionais/financeiras consigo mesmo CARACTERÍSTICAS Autonomia, responsabilização emocional e financeira Síndrome dos filhos cangurus: a pessoa, apesar de viver a vida profissional, ainda permanece na casa dos pais. Investimentos profissionais TAREFAS Diferenciação de identidade em relação à família de origem Desenvolvimento de relações intimas com adultos iguais II (CASAMENTO): COMPROMETIMENTO COM UM NOVO SISTEMA FAMILIAR CARACTERÍSTICAS Um novo casal inicia a vida a dois Há renegociação das relações com seus pais e amigos novos e antigos. (Ex.: educação de filhos, resp. financeiras, etc.) Comprometimento com um novo sistema familiar TAREFAS Conhecimento recíproco dos relacionados Construção de regras próprias de funcionamento Formação do sistema conjugal e realinhamento dos outros relacionamentos. Maior autonomia em relação à família de origem e da tomada de decisões sobre filhos, educação e gravidez, divisão de vários papéis do casal de modo equilibrado III:NASCIMENTO DO 1° FILHO: aceitação de novos membros na família: GRAVIDEZ CARACTERÍSTICAS: Aceitação de novos membros na família (sanguíneos ou adotivos) Gravidez (demanda transformações e novos acordos. A relação do casal pode alterar-se – um está mais sensível e introspectivo, demandando maus apoio e atenção; a outra metade pode não entender a necessidade de demanda e afastar-se.) Nascimento (função materna, que também pode haver novas alterações no relacionamento – uma metade sobrecarregada e a outra pode afastar-se mais.) TAREFA Inclusão de um novo membro Divisão de papeis, sendo o materno sobrecarregado (acréscimo da educação da criança) Realinhamento dos relacionamentos familiares, ampliando os papais de pais e avós (família ampliada). 10 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira IV: FAMÍLIAS COM FILHOS PEQUENOS: OUTROS FILHOS CARACTERÍSTICA Outros filhos: preparar a família para a chegada de novos membros Antecipação de possíveis conflitos/dificuldade entre filhos novos e antigos Novos contatos com a sociedade (cada vez mais íntimos) Crescente autonomia dos filhos TAREFAS Novos ajustes das relações e do espaço Redivisão de tarefas – educação dos filhos, financeiras e domésticas Pape materno em ajuste constante, desenvolvimento das crianças e de uma vida satisfatória ao todo. V: FAMÍLIAS COM FILHOS ADOLESCENTES: FILHOS ADOLESCENTES, PAIS NA MEIA IDADE E AVÓS NA VELHICE CARACTERÍSTICAS Toda família vive em crise (mãe sobrecarregada e pai autoritário) Avós como rede de apoio Flexibilidade das regras Limites mais permeáveis ao exterior Adolescente com maior autonomia dentro e fora do sistema TAREFAS Adolescente: encontrando sua liberdade Pais: equilibram a liberdade dos filhos considerando a individualidade dos filhos. Os pais também estarão se preparando para esse processo de independência dos filhos. Avós: em momento de fragilidade – já que vivem a velhice –, sendo os cuidados serão voltados para eles também. Filhos: maior independência. VI: LANÇANDO OS FILHOS E SEGUINDO EM FRENTE: ACEITAR SAÍDAS E ENTRADAS NA FAMÍLIA CARACTERÍSTICAS Filhos começam a sair de casa e deixam para trás os pais – que voltam a estar sozinhos um com o outro-. Possível morte dos avós Crise de meia idade TAREFAS Aceitar que a família terá membros saindo e entrando (saídas dos filhos e aparecimentos de noras, netos, genros...) Renegociação do sistema conjugal como um casal Planejamento financeiro para aposentadoria VII: APOSENTADORIA: CARACTERÍSTICAS Novas relações com filhos Tornam-se avós Realinhamento do convívio mais intenso pelo maior tempo disponível (com objetivos diferentes) TAREFAS: Chegou o fim do salário regular, então deverá haver ajustes financeiros em relação a renda mensal Aumento dos gastos com: medicações e necessidade de conforto, saúde e bem-estar. VIII: FAMÍLIAS NO ESTAGIO TARDIO: VELHICE CARACTERÍSTICAS Aceitação da mudança de papeis entre as gerações 11 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira Papel central na geração do meio A família deve abri espaço para sabedoria dos mais velhos, porém sem basear-se apenas nela. TAREFAS A família se mantem mesmo com o declínio fisiológico dos que antes eram a base de tudo. Sabendo lidar com a perda de habilidades e maior dependência. Saber lidar com perdas (amigos, familiares, parceiros) e com a proximidade da morte. FAMÍLIA POPULAR: POSSUI 3 FASES I: FAMÍLIA COMPOSA PO JOVEM ADULTO CARACTERÍSTICA Adolescentes levados a buscar formas de ganhar dinheiro fora de casa ou formas exploradas de ajuda (tornando-se sozinhos e crescendo por conta própria, ou seja, sem que outro adulto se responsabilize por ele por volta de 10 anos de idade) II: FAMILIA COM FILHOS PEQUENOS Ocupa boa parte do ciclo, incluindo 3 ou 4 gerações na mesma casa. As tarefas dessa fase misturam-se:sistema conjugal, assumir papeis paternos e reorganizar os papeis com a família de origem III: FAMÍLIA NO ESTÁGIO TARDIO Nas famílias populares é mais difícil acontecer o ninho vazio, já que os idosos ainda são membros ativos nos papeis dentro da família (seja de sustentar e educar gerações mais novas). Mulheres tornam-se avós precocemente –mesmo ainda consolidando vida reprodutiva e afetiva. Fase crescente. o QUAL O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA? Trabalham detectando se há situações de negligencia à saúde com algum membro, assim ajudando a promover a corresponsabilidade da família nos cuidados. Ajudam também na identificação dos mecanismos de resolução de problemas e auxiliando (assim, identificando situações de risco à saúde). o FUNCIONLIDADE FAMILIAR: Famílias funcionais x disfuncionais moderadas x disfuncionais graves FAMÍLIAS FUNCIONAIS: aquelas em que há coesão familiar, mas também espaço individual, flexibilidade, comunicação clara e direta, afetividade expressa, capacidade de resolução de problemas, intimidade pessoal, aliança parental forte e família intrapsíquica extensa. 1.COESÃO FAMILIAR COM ESPAÇO INDIVIDUAL: Fronteira claras e flexíveis entre membros, permitindo comunicação com diferenciação dos diferentes elementos. 2. FLEXIBILIDADE: Permite modificação de regras quando necessário. 3.COMUNICAÇÃO CLARA E DIRETA: Nas famílias funcionais há poucos segredos, ou seja, as pessoas falam que querem dizer. 4.AFETIVIDADE EXPRESSA: Verbalização se sentimentos positivos e negativos. 12 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira 5.CAPACIDADE DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 6. INTIMIDADE PESSOAL: Aliança parental forte, já que é importante para manejo de regras quando há filhos. 7.FAMÍLIA INTRAPSÍQUICA EXTENSA: a família se estende de maneira saudável OBS1: são famílias capazes de criar filhos saudáveis, autônomos e com desenvolvimento afetivo. Abrange um casal que divide o poder de decisões, com decisões consensuais e negociadas, tem relações intimas e afetuosas (casal com boa satisfação sexual), respeitam os sentimentos e opiniões dos filhos, reconhecem os problemas e enfrentam precocemente e as crises acontecem sem respostas patológicas. FAMILIAS MODERADAMENTE DISFUNCIONAIS: aquelas que apresentam aglutinação, rigidez, comunicação pouco clara, pouca negociação, afetividade escondida, resolução difícil de problemas, distancia interpessoal, relação parental difícil e corte emocional com a família de origem. 1. AGLUTINAÇÃO: Fronteiras não nítidas entre os membros, sem autonomia. 2. RIGIDEZ: Apresentam dificuldade em modificar regras 3. COMUNICAÇÃO POUCO CLARA: Tem segredos e não verbalizam emoções e exprimem através do corpo –apresentam problemas psicossomáticos, ou seja, problemas físicos e emocionais. 4. POUCA NEGOCIAÇÃO 5. AFETIVIDADE ESCONDIDA 6. RESOLUÇÃO DIFÍCIL DE PROBLEMAS 7. DISTANCIA INTERPESSOAL 8. RELAÇÃO PARENTAL DIFÍCIL: Geram tensões latentes ou simétricas conflito 9. CORTE EMOCIONAL COM A FAMÍLIA DE ORIGEM: Não tem boa convivência com familiares fora do ciclo. OBS2: A relação do casal é cheia de desapontamentos, culpas, pouca intimidade, relação sexual pouco satisfatória; entretanto, a família tem grande valor para eles. São capazes de criar filhos saudáveis, autônomos, mas com dificuldade afetiva. O vínculo mais forte não é entre o casal, em crises podem desenvolver respostas disfuncionais 13 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira FAMÍLIA GRAVEMENTE DISFUNCIONAL: apresentam degradação, regras caóticas ou inexistentes, comunicação distorcida, inexistência de negociação, afetividade negativa ou ausente, resolução de problemas impossível, grande distância interpessoal, cisão parental e corte emocional total com a família extensa e ausência de capacidade de brincar. 1.DEGRADAÇÃO: Com fronteiras rígidas entre os seus membros implicando falta de união no sistema familiar, em caso de doença, é mais difícil mobilizar a família no apoio a pessoa doente. 2. REGRAS CAÓTICAS OU INEXISTENTE: O que torna estas famílias altamente patogênicas 3.COMUNICAÇÃO DISTORCIDA: Com segredos, curtos circuitos é paradoxo. 4.INEXISTÊNCIA DE NEGOCIAÇÃO 5.AFETIVIDADE NEGATIVA OU AUSENTE 6.RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS IMPOSSÍVEL 7. GRANDE DISTANCIA INTERPESSOAL 8. CISÃO PARENTAL 9. CORTE EMOCIONAL TOTAL COM A FAMÍLIA EXTENSA 10. AUSÊNCIA DE CAPACIDADE DE BRINCAR OBS3:Ainda pode-se classificar em famílias com padrão dominante e controlador (O casal não tem intimidade, com coligação do membro submisso com pessoas de fora. Filhos apresentam comprometimento da autonomia, afetividade e dependência do membro dominador. A estrutura familiar é rígida, sem flexibilidade, poder concentrado e decisões não compartilhadas. Resultam em uma resposta patológica e produzem crianças rebeldes, problemáticas e adultos frágeis com tendência a depressão), famílias com padrão de conflito disfuncionais (casal incapaz de dividir o poder, sem intimidade e com colisões internas e externas frequentes, apresentando relações extraconjugais. Os filhos são “puxados” de um lado para o outro, e com comprometimento grave de afetividade e intimidade. São famílias que originam pacientes psiquiátricos, crianças com distúrbios de conduta e adultos depressivos) e famílias caóticas (não cumprem tarefas básicas, perdem a individualidade, apresentam comunicação gravemente comprometida e criam doenças mentais severas, desvalorizadas pela família) HUMANIZAÇÃO: Política nacional de humanização da atenção e gestão do SUS(PNH) A humanização do SUS foi criada em 2003 e é garantir que o atendimento individual e de todos os profissionais sejam satisfatórios ao paciente. Ela é realizada a partir do método da tríplice inclusão: gestão, cuidado e formação. 1. Gestão: coparticipação das ações 14 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira 2. Cuidado: corresponsabilidade entre profissionais e usuários 3. Formação: qualificação dos recursos humanos OBS: O método da tríplice inclusão é a garantia dos direitos do usuário, buscando um atendimento acolhedor, redução de filas e tempo de espera, amplificação de acesso, valorização do trabalho da equipe e gestão participativa nas equipes o PARA QUE SERVE A HUMANIZAÇÃO DO SUS? Serve para traduzir os princípios do SUS na pratica, construir trocas solidárias entre produção de saúde e de sujeito (ou seja, para haver produção de saúde é necessário que vários sujeitos se envolvam: usuário, movimentos sociais, gestores, trabalhadores da área da saúde, etc.), contagiando a rede SUS. A humanização é baseada em saber escutar o que o paciente tem a dizer, e apresenta três princípios: 1. Transversalidade (aumento do grau de comunicação entra e intergrupos): reconhecer que as diferentes áreas da saúde estão conectadas e se complementam, ou seja, trabalhar em equipe é fundamental. 2. Indissociabilidade entre atenção e gestão: a equipe e usuários devem buscar saber como funciona a gestão dos serviços e rede de saúde, para assim, ajudar ativamente no processo de decisões que influenciam o coletivo. Sempre objetivando a integralidade do cuidado e dos processos de trabalho. 3. Protagonismo, corresponsabilidade entre sujeito e coletivo: o indivíduo e a família devem ser protagonistas do seu próprio cuidado, em sus diferentes realidades sociais O PNH abrange 7 diretrizes para a ambiência: clinica ampliada, congestão, acolhimento, valorização do trabalho e trabalhador, defesa dos direitos do usuário, fomento das grupalidades (coletivo e rede) e construção da memória do SUS que dá certo Obs: Ambiência é a construção de espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis. CLÍNICA AMPLIADA o O QUE É? PARA QUE SERVE? É o olhar ao paciente, que não deve ser responsabilidadeapenas de um profissional, e sim e toda a equipe de saúde/interdisciplinar. Não apenas focando na doença e sim tendo um olhar em outras perspectivas –social, econômico, cultura, etc. Ir além do modelo biomédico –. ACOLHIMENTO o O QUE É? PARA QUE SERVE? É o processo constituído por práticas de produção e promoção à saúde que implica responsabilização do trabalhador pelo usuário (da chegada à saída). Seja ouvindo queixas, considerando suas preocupações e angústias, fazendo uso de uma escuta qualificada para analisar a demanda, seja colocando limites necessários, garantindo atenção integral/resolutiva/responsável através do acionamento e articulação das redes internas e externas de serviço. O acolhimento é de extrema importância já que, normalmente, ao passar pelo SUS, o paciente se depara com: longas esperas, alta tensão de conflitos com trabalhadores, baixa capacidade de respostas de rede básica e alta concentração na UPA, além de insatisfação dos trabalhadores com seu próprio trabalho. 15 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira o A QUAL IDEIA SE REFERE? O acolhimento como mecanismo de ampliação/facilitação do acesso O acolhimento como postura, atitude e tecnologia de cuidado O acolhimento como dispositivo de reorganização do processo de trabalho em equipe o COMO POR EM PRÁTICA? 1. Postura diante do usuário e suas necessidades: Identifica riscos e vulnerabilidades, qualifica a relação do trabalhador com o usuário (vínculo) e humaniza o atendimento. 2. Dispositivo para organizar o processo de trabalho: Organização dos serviços, pontua problemas e oferece soluções a partir da identificação da demanda e desloca o eixo principal do médico para uma equipe multiprofissional Assim, a pratica se faz a partir da escuta + pactuação entre demanda e possibilidade de resposta: ESCOLHER ESCUTAR ANALISAR A DEMANDA DAR RESPOSTA ADEQUADA FLUXOGRAMA ANALISADOR o O QUE É? PARA QUE SERVE? É um diagrama em que desenha-se um certo modo de organizar os processos de trabalho que se vinculam entre si, entorno de um servo fluxo de funcionamento. Ele possibilita analisar o fluxo de atendimento do usuário nos serviços de saúde –em que o fluxo é comandado pela oferta, ordem de chegada/fichas, ou pela demanda, necessidade das pessoas que buscam o serviço –. CLÍNICA AMPLIADA E PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR(PTS) o O QUE É? PARA QUE SERVE? É uma diretriz presente no PNH e o PTS é um dispositivo do PNH COM intuito de produzir mudanças nos modos de agir e cuidar. CLÍNICA AMPLIADA é um compromisso radical com o sujeito doente, visto de modo singular, além de ser a responsabilidade sobre esses usuários com ajuda da intersetorialidade, ou seja, os setores de ajudando e reconhecendo limites dos conhecimentos dos profissionais de saúde e suas tecnologias por esses empregadas, buscando diferentes conhecimentos em diversos âmbitos do local. 16 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira Reconhecer a clínica de todos os profissionais Meio pelo qual trabalhadores e gestores de saúde possam enxergar e atuar na clínica de forma única, reconhecendo e utilizando o potencial de cada setor. O trabalho em equipe visando o reconhecimento do sujeito/usuário. A clínica ampliada exige dos profissionais analise dos próprios valores os valores da sociedade, sendo que, o que pode ser ótimo e correto para o profissional as vezes pode estar contribuindo para o adoecimento do paciente. Assim, a clínica correta é aquela em que os profissionais acham o diferencial de cada paciente em cada diagnostico e não o que os assemelha. PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas para um sujeito/coletivo, resultado de uma discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar –geralmente para casos mais complexos –. 1. Projeto: esforço momentâneo para criar um produto 2. Terapêutico: tratamento/cuidado 3. Singular: único. Ou seja, é um planejamento momentâneo com intuito de tratamento de contexto único, sendo o resultado ideal é a saúde integral e qualidade de vida de um determinado grupo ou população. O PTS é um dispositivo para disparar processos de mudança nas práticas de saúde. Surge a partir da escuta da pessoa –valores, desejos e vínculos discussões da equipe + participação da pessoa/grupo profissionais participantes, independendo da formação elaboração entre diversos níveis de atenção e setores O PTS desafia o sistema biomédico tradicional a mudar, mostrando a necessidade de uma articulação interprofissional maior –momento de discussões, encontro, troca de ideias e reflexões – e trabalha com a ideia de horizontalização dos poderes e conhecimentos. O PTS divide-se em 4 momentos: 1. Diagnóstico: capta como o sujeito singular se produz diante dos problemas –doenças, desejos, interesses, trabalho, cultura, rede social e família. Identifica aspectos orgânicos/psíquicos e sociais Identifica redes de apoio familiar e da comunidade Identifica pessoas e outros setores que podem contribuir com as metas a serem definidas Identifica vulnerabilidade e potencialidades 17 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira 2. Definição de metas: tudo deve ser organizado e ter participação do usuário Traçar metas de curtomédiolongo prazo Além de negociar com o paciente e com as pessoas que ele tem vínculo 3. Divisão de responsabilidades: Essa fase é basicamente a divisão do que cada parte do PTS é responsável de garantir. Definir a função de cada profissional dentro do PTS Responsabilizar o sujeito pelo seu PTS Definir a participação dos familiares e comunidade no PTS do sujeito alvo Definir o profissional responsável pelo monitoramento das ações 4. Reavaliação: Identificar resultados alcançados Avaliar estratégias utilizadas Definir novos rumos para o PTS (ROTEIRO DE PTS) 18 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira OBS1: Os usuários a serem escolhidos para o PTS na ABS devem ser os com situações mais graves ou difíceis e qualquer membro da ABS pode propor o PTS. Quanto maior o tempo de tratamento, maior a necessidade de acompanhamento na parte de adesão ao tratamento pelo sujeito –já que maior será o desafio de lidar com o usuário. OBS2: Nos casos que “prognóstico amplo”, ou seja, ainda há ampla possibilidades de tratamentos o investimento da equipe no PTS faz extrema diferença. OBS3: Nos casos de “prognóstico fechado” ou seja. Quando há pouca variedade de tratamento, o PTS atua com a ideia de diminuir o sofrimento e melhorar a qualidade de vida do paciente. Atenção Domiciliar o O QUE É? PARA QUE SERVE? Atenção domiciliar (AD) é uma modalidade da atenção à saúde, integrada às Redes De Atenção à Saúde (RAS), sendo m conjunto de ações de prevenção e tratamento de doenças, além de reabilitação, paliação e prevenção à saúde prestadas a domicilio. A AD tem o objetivo de promover, restaurar e manter conforto, funções e saúde de pessoas em nível máximo, incluindo cuidados para uma morte digna. Os Serviços de Assistência Domiciliar (SADs) são classificados como preventivos, terapêuticos, reabilitadores, de acompanhamento por longo tempo e de cuidados paliativos. É um serviço de URGÊNCIA, substituto ou complementar à internação hospitalar (programa melhor em casa do Ministério da Saúde) –funcionam a partir de equipes multiprofissionais de atenção domiciliar(EMAD) e equipes multiprofissionais de apoio(EMAP). SADs tem função de: Redução da demanda por atendimento hospitalar; Redução do período de internação dos usuários; Humanização da AS ampliando a autonomia dos usuários; Desinstitucionalização e otimização dos recursos financeiros e estruturais da RAS OBS: A AD tem mais números de satisfação que internações hospitalares justamente por ser um serviço humanizadocentrado no acolhimento e afetividade com o enfermo Visitas domiciliares (VDs) Pode ser realizada como fim e/ou com o meio de muitas situações, ambas oportunizam, em todas as situações, uma possibilidade incentiva a promoção e prevenção da saúde. As VDs são importantes na descoberta, na abordagem de problemas, no diagnóstico, na busca ativa, na prevenção de agravos e na promoção da saúde. Ou seja, importante para rastreio de novos problemas e tratamento. o MODALIDADES DA AD: A atenção domiciliar divide-se em 3 modalidades, sendo: AD1, AD2 e AD3, que variam de acordo com a necessidade de saúde das pessoas –utilizando densidade tecnológica e de carga horária. 1. AD1 (AD de baixa complexidade) 2. AD2 (AD de média complexidade) 3. AD3 (AD de alta complexidade) 19 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira AD2 e AD3 são complementares à APS, buscando: afecções agudas ou crônicas (cuidados intensificados e sequenciais), afecções crônico-degenerativas (algo com comprometimento causado por doenças, demandando um atendimento semanal), cuidados paliativos (controle de dor, no mínimo semanal), bebês prematuros e baixo peso com necessidades de ganho ponderal. Ou seja, situações crônicas ou agudas que precisam de acompanhamento semanal. AD1 é ligada a situações crônicas compensadas ou agravamentos que precisam de cuidado contínuo mas com menor intensidade de tempo/equipamento. OBS1: Atenção domiciliar (é o atendimento ou cuidado domiciliar): São atividades realizadas no domicílio programadas e continuadas, conforme a necessidade. Envolve práticas políticas econômicas e sociais (afeto) que influenciam o processo de saúde-doença. Além disso, tem caráter ambulatorial e suas ações são preventivas e curativo-assistenciais. Assistência domiciliar (cuidado domiciliar): Todo e qualquer atendimento em domicílio. Não leva em conta a complexidade ou o objetivo do atendimento. Atendimento domiciliar – Atuação profissional no domicílio. Que é operacionalizada por meio da visita ou da internação domiciliar. Envolve atividades que vão de educação e prevenção a recuperação e manutenção da saúdes das pessoas e seus familiares no contexto de suas residências. (ESTÁ LIGADA A SITUAÇÕES AGUDAS – Pode abranger ou não cuidados multiprofissionais sendo semelhante a um consultório em casa) – É uma atenção pontual e temporária. Visita domiciliar – Prioriza o diagnóstico da realidade do indivíduo e as ações educativas. (É programada e utilizada para subsidiar intervenções ou planejamento de ações). Internação domiciliar (mais específica) – Envolver a utilização de aparato tecnológico em domicílio. NÃO substitui a hospitalar, mas pode ser uma continuidade desta de forma temporária. OBS2: Acompanhamento domiciliar – Cuidados no domicílio para pessoas que necessitam de contatos frequentes e programáveis com a equipe (p. ex. doentes crônicos com dependência física, idosos com dificuldade de locomoção ou morando sozinhos etc.). 20 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira Vigilância domiciliar – Ações voltadas na promoção, prevenção, educação e busca ativa da população nas áreas de abrangência das UBS. (P. ex. visita a puérperas, busca de recém nascidos, abordagem familiar para diagnóstico e tratamento). VISITA DOMICILIAR o O QUE É? PRA QUE SERVE? A VD é um instrumento da AD e intervenção quando planejada e sistematizada e divide-se em dois tipos: VD fim (com objetivos específicos a atuação) e VD meio (busca ativa, promoção e prevenção da saúde). 1. VD FIM: na propaganda política, na internação domiciliar, na atuação domiciliar terapêutica, na visita a pacientes acamados, na atenção ao parto 2. VD MEIO: Busca ativa em demanda reprimida, educação para saúde mais individualizado, estimulando o cuidado à saúde e estabelecer canais permanentes de comunicação. A VD apresenta 3 princípios: observação (atenção aos detalhes dos fatos e relatos apresentados durante a Visita), entrevista (dialogo com finalidade e não apenas com conversas empíricas) e relato oral/história (espaço onde as pessoas revelam como dão sentido às suas vidas, dentro dos limites e da liberdade que lhe são concedidos.). 1. OBSERVAÇÃO: observa-se contexto social, econômico e cultural, além de, condições de moradia e saneamento, a relação entre os familiares (entre si e entre os profissionais de saúde), acessibilidade a UFS, situação de vulnerabilidade e fatores de risco à saúde. Possibilita perceber como a família vive. 2. ENTREVISTA: número, gênero, idade, se há crianças, gestantes, idosos, situação de cartão de vacina, coleta de lixo, patologias... 3. HISTÓRIA/RELATO ORAL: ou vir inquietações da família utilizando as habilidades de comunicação enquanto mostra-se receptivo à escuta. Resulta em maior confiança/fortalecimento do vínculo profissionais-usuários o COMO COMEÇAR? A partir de uma anamnese inicial com o cuidador/família pode estabelecer o espaço de tempo em que deverá ser realizado a visita com o profissional mais qualificado para a situação (normalmente família e cuidadores são avisados sobre a visita, mas em casos de violência, não avisar é uma opção). OBS1 (VD rural): é necessário saber que há muitos empecilhos devido ao menor acesso às redes de atenção à saúde –devido ao menor acesso às RAS – assim, o planejamento prévio é mais intenso. Assim sendo, o Ministério da saúde criou alguns meios de chegar nessas pessoas, como: unidades de saúde fluviais (para comunidades mais isoladas), motorista como um membro essencial da equipe (para evitar acidentes de trabalho e exposição a fatores insalubres do setor saúde). OBS2 (óbito no domicílio): se for uma escolha do paciente e da família, a equipe de profissionais na saúde devem apoiar para que isso ocorra da melhor maneira e de forma menos dolorosa possível. OBS3 (situação de rua): a equipe deve reconhecer os espaços provisórios de domicílio a partir de uma busca ativa como estratégia de estudo/cuidado em saúde sobre reconhecimento a vulnerabilidade da população atingida. OBS4 (territórios de conflito e violência urbana): foi aplicado um metodologia de ACESSO MAIS SEGURO (AMS), em que propõe uma série de ações medidas para estar preparado e responder aos desafios e prioridades específicas do contexto a parte da avaliação permanente de rosco e do estabelecimento de medidas e procedimentos que reduzem os riscos do dia a dia. 21 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira EDUCAÇÃO CONTINUADA o O QUE É? PARA QUE SERVE? A educação continuada está inserida dentro do meio da EDUCAÇÃO EM SAÚDE, em que a constituição federal de 1988 diz que o SUS tem o dever de ordenar a formação e educação em saúde. O Ministério da Saúde tem desenvolvido estratégias/políticas de adequação/formação e qualificação dos trabalhadores, pautados nas necessidades da população referente a saúde. Serve basicamente para que o profissional viva atualizado e que em grupo agregue em uma equipe multiprofissional ou individualmente procurando sempre praticar técnicas críticas, éticas e humanísticas, visando o bem-estar do paciente e manter-se atualizado. O papel da equipe multiprofissional é apoiar a ABS no Brasil ampliando ofertas de saúde na rede de serviços. Matriciamento é um modo de produzir saúde em que as equipes complementam sua atividade (criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica.) EX.: telessaúde, EPS em movimento... EDUCAÇÃO CONTINUADA x EDUCAÇÃO PERMANENTE (Voltados para profissionais de saúde) 1.EDUCAÇÃO CONTINUADA: é centrada no desenvolvimento de grupos e categorias profissionais que utiliza a metodologia tradicional, buscando melhorias PERMANENTES na qualidade do cuidado à saúde, praticar técnicas críticas, éticas e humanistas visando o bem-estar do paciente. Utiliza de ferramentas, como: atividades de ensino após a graduaçãocomo curso de caráter seriado... Atividades que tem período de formação definido (cursos e especializações) para profissionais de ramos específicos. 2.EDUCAÇÃO PERMANENTE: é um processo constante de promoção e desenvolvimento integral e contextualizado na equipe, centrando-se nas circunstancias e problemas de seu processo de trabalho (de modo crítico e criativo). Utiliza-se da problematização como método transformador das práticas através da reflexão Aprendizagem na pratica (reuniões de equipes, avaliações mensais...ex.: trabalhador com menos pratica acompanha um mais experiente) POLÍTICA NACIONAL DE EDUCÇÃO PERMANENTE: reafirma os princípios de educação permanente em saúde como norteadores para construção dos planos regionais de educação permanente e das ações educativas na saúde. Coloca a questão de que: as demandas para formação dos profissionais de saúde no sistema único de saúde não sejam pautadas em motivos individuais e sim coletivos (mudanças tecnicopolíticas já que desenvolve mudanças nas relações). MÉTODO CLINICO CENTRADO NA PESSOA 22 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira o O QUE É? PARA QUE SERVE? Trata-se do método em que tratar o paciente como um todo e não apenas a doença que acontece nele. Diferente do modelo tradicional, que liga-se principalmente à diagnóstico e tratamento, o MCCP relaciona-se com a prevenção e promoção (buscando melhorar o atendimento sobre a situação completa do paciente e não apenas a doença) o COMO FUNCIONA? Já que o MCCP abrange entender saúde, doença e as experiências da pessoa com a doença (entender a pessoa como um todo), buscando um plano em conjunto para o manejo dos problemas –através a intensificação da relação médico/paciente. 4 passos do MCCP: 1. Explorar a saúde, a doença e a experiência da doença (olhar além da doença): Buscando escutar a pessoa, entender a percepção dela sobre os problemas que ela tem e as expectativas sobre o que deve ser feito. 2. Entender a pessoa como um todo: Conhecer o indivíduo, a família e o contexto, principalmente no âmbito familiar, trabalho, crenças e ciclo de vida do paciente. 3. Elaborar um projeto comum de manejo para os problemas: Adequar opções terapêuticas para as situações do paciente e buscar uma decisão conjunta, não somente o médico prescrever o que deve ser feito. 4. Intensificar a relação entre médico-paciente: Intensificar a relação médico-paciente que melhor vai ser o resultado esperado do manejo do paciente. o QUAIS OS RESULTADOS ALCANÇADOS? Quando adotado, o MCCP abrange: maior satisfação pessoal, melhora de adesão aos tratamentos, redução das preocupações e sintomas, diminuição na atualização dos serviços de saúde e melhora à saúde mental do paciente. Há evidencias de que o MCCP resulta em menor reclamação por negligência médica, maior satisfação do profissional e maior satisfação dos doentes (já que tem essa ideia de troca de conhecimentos). o QUAIS AS ETAPAS DA COMUNICAÇÃO EM SAÚDE NO MCCP? Comunicação em saúde é o domínio das técnicas necessárias para atender e informar os paciente, familiares e comunidade em relação à atenção integral à saúde e para o exercício adequado em equipe multiprofissional. Assim, ela apresenta etapas: 23 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira Fazer recomendações personalizadas Seja flexível Siga as fases do SOAP Perguntar se o paciente entendeu o que ocorreu na consulta, se tem dúvidas Evitar dar falsas esperanças 24 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira Dentro do MCCP há tipos de abordagem que baseiam-se em abordagens com: Linguagem verbal: falada ou escrita Linguagem não verbal: gestos, expressões, orientações do corpo, posturas, reações, organização de objetos no espaço... Pontos de tensão: comunicação de notícias difíceis (PROTOCOLO SPIKES). Nesse caso de pontos de tensão, é necessário considerar o que, como e quando falar (e se o paciente quer saber). O protocolo SPIKES é utilizado como forma de orientação ao membro da equipe que irá comunicar uma noticia ruim. OBS: Doença Crônica não Transmissíveis (DCNT) o O QUE É? O QUE CAUSA? Abrange doenças crônicas, como: Hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade, etc. (que podem causar até 70% dos óbitos). Nesses casos, para reduzir as mortes por DCNT é a expansão da cobertura da APS, que geralmente estão relacionadas a desigualdade socioeconômica (acesso aos bens e serviços, além de baixa escolaridade, altos níveis de tabagismo, etilismo, sedentarismo e alimentação inadequada), o que torna possível a prevenção. 25 Isabelle Soares Gonçalves de Oliveira o COMO AJUDAR COM DCNT? Os métodos de ação contra as DCNT é basicamente: 1. Aleitamento materno (a criança tem menos chances de desenvolver problemas futuramente); 2. Apoiar ações de promoção e prevenção à saúde; 3. Academia de saúde (incentivo a atividades físicas); 4. Guia alimentar; 5. Expansão da APS (inclusive a capacitação dos profissionais); 6. Expansão da Atenção farmacêutica; 7. Proibição de cigarro; Sobre metas, elas baseiam-se na diminuição na diminuição da capacidade do indivíduo de adquirir problemas de saúde, como: Eixos para buscar reduzir as DCNT: Vigilância, informação e monitoramento. (Monitorar os fatores de risco e a mortalidade e morbidade –ins. Da doença na população – das doenças) Promoção da saúde: Induzir a atividade física com academias de saúde, calçadas e etc. Alimentação saudável (ensinamento, prática e redução de propagandas de alimentos não saudáveis); Diminuição do tabagismo e etilismo Promover envelhecimento natural induzindo a comunidade a praticar atividades físicas e etc. Cuidados Integrais: Linha de cuidados para a DCNT; Capacitação e telemedicina; Medicamentos gratuitos; Programas de saúde como: Saúde Toda Hora, AD e urgência. FIM </3
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