Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Instagram: @bizupmmg E-mail: bizupmmg@hotmail.com Apostila @bizupmmg ( Edital Verticalizado PMMG 2019 ) Concurso PMMG / 2019 @bizupmmg “ Deus ajuda, quem senta e estuda ! ” Edital Verticalizado: SD Gustavo Silva Apostila: Marialice Rodrigues e CB Souza Junior TÓPICOS: Direito Penal:______________________________________________ 1. Princípios Constitucionais do Direito Penal. 2. Da aplicação da lei penal. 3. Do crime. 4. Da imputabilidade penal. 5. Das espécies de pena. 6. Infração penal: espécies. 7. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal. 8. Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. 9. Concurso de pessoas. 10. Crimes contra a pessoa. 11. Crimes contra o patrimônio. 12. Crimes contra a administração pública. Direito Constitucional:___________________________________________________ 1. Dos princípios fundamentais. 2. Dos direitos e garantias fundamentais (direitos e deveres individuais e coletivos). 3. Da organização do Estado (organização político-administrativa, União, Estados Federados, Municípios, Distrito Federal e Territórios, militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios). 4. Da organização dos poderes (poder legislativo, poder executivo, poder judiciário). 5. Da defesa do Estado e das Instituições Democráticas (estado de defesa e estado de sítio, Forças Armadas, segurança pública). 6. Da administração pública. Direito Penal Militar:_________________________________________________________________ 1. Aplicação da lei penal militar. 2. Do Crime. 3. Concurso de agentes. 4. Das penas principais. 5. Das Penas acessórias. 6. Ação penal. 7. Extinção da punibilidade. 8. Dos crimes militares em tempo de paz. 9. Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar. 10. Dos crimes contra o serviço e o dever militar. 11. Dos crimes contra a Administração Militar. Direitos Humanos:___________________________________________________________________ 1. DUDH Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU, em 10 de dezembro de 1948. 2. Convenção Americana Sobre Direitos Humanos. (Assinada na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos, San José, Costa Rica, em 22 de novembro de 1969) 3. CF - Constituição da República Federativa do Brasil: Art. 1º 3º ao 17 197 ao 232. 4. Preconceito de raça e de cor Lei nº 9.459, de 10 de março de 1997, define os crimes de preconceito de raça e de cor. 5. Tortura Lei nº 9.455, de 07 de abril de 1997, define os crimes de tortura e dá outras providências. 6. Proteção a vítima e testemunha Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas: Art. 1º ao 15. 7. Estatuto do Idoso Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, Estatuto do Idoso, Art. 1º ao 10, 15 ao 25, 33 ao 42 e 95 ao 118. 8. Orientação sexual Lei Estadual nº 14.170, de 15 de janeiro de 2002, determina a imposição de sanções a pessoa jurídica 49 por ato discriminatório praticado contra pessoa em virtude de sua orientação sexual. 9. Decreto nº 43.683, de 10 de dezembro de 2003, regulamenta a Lei Estadual nº 14.170 de 15/01/2002. 10.Feminicídio Lei nº 13.104, de 09 de março de 2015, altera o art. 121 do Decreto-Lei no 2.848, de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990,para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. 11.Igualdade Racial Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, Art. 1º ao 26. Legislação Extravagante:_____________________________________________________________ 1. DESARMAMENTO Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03). 2. PRECONCEITO RAÇA E COR Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei nº 7.716/89). 3. ECA Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90). 4. JECRIM Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95 e 10.259/2001). 5. LEI DE DROGAS Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Lei nº 11.343/06). 6. CEDM Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais – Lei Estadual 14.310/2002. 7. ABUSO DE AUTORIDADE Lei nº 4.898, de 09 de dezembro de 1965, Regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade. 8. CRIMES HEDIONDOS Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, dispõe sobre os crimes hediondos. 9. MARIA DA PENHA Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher: Art. 1º ao 7º, 10 ao 12, 22 ao 24 e 34 ao 45. Estatística:_________________________________________________________________________ • 1. Visão Conceitual Básica • 1.01. População ou Universo; • 1.02. Amostragem x Amostra; • 1.03. Experimento Aleatório; • 1.04. Amostragem Aleatória; • 1.05. Método Estatístico • 2. Variáveis Aleatórias • 2.01. A Variável Aleatória Discreta, • 2.02. A Variável Aleatória Contínua, • 2.03. A Variável Qualitativa. • 3. Normas de Apresentação Tabular • 3.01. Modelo de uma Tabela; • 3.02. Séries/Tabelas Estatísticas; • 3.03. Tipos de Séries Estatísticas; • 3.04. Estudo elementar de uma série temporal; • 3.05. As variações percentuais). • 4. Medidas de Tendência Central • 4.01. Média Aritmética, simples e ponderada; • 4.02. Propriedades da Média Aritmética; • 4.03. Vantagens da Média Aritmética; • 4.04. Desvantagens da Média Aritmética; • 4.05. Média Típica; • 4.06. Média Atípica; • 4.07. Mediana; • 4.08. Moda). • 5. Análise e Interpretação Matemática de Gráficos Estatísticos • 5.01. Gráfico de Colunas; • 5.02. Gráfico Pictórico; • 5.03. Gráfico de Setores; • 5.04. Gráfico de Linhas. Direito Penal Princípios Constitucionais Do Direito Penal. Tem por objetivo trazer uma visão geral e objetiva sobre os princípios de direito penal. Os princípios poderão estar explícitos ou implícitos na Constituição Federal. Os explícitos são os que estão escritos, expressos em lei, os implícitos, ainda que não expressos, figuram subentendidos no ordenamento jurídico. No direito penal brasileiro encontramos os seguintes princípios: Dignidade da Pessoa Humana Artigo 1º, inciso III da Constituição Federal. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: III – Dignidade da pessoa humana. Considerado o princípio vetor, o alicerce, a base de onde se emanam os demais princípios. A doutrina diverge quanto a Dignidade da Pessoa Humana ser um princípio, defendendo a idéia de que seria uma meta a ser alcançada no estado democrática de direito. Garantidor da defesa da dignidade do ser humano, protegendo o indivíduo de ações arbitrárias e indevidas do por parte do Estado. Limitador do poder do Estado ou daqueles que detém poder sobre outrem. Princípio da Legalidade Artigo 5º Inciso XXXIX da Constituição Federal – Garantia Individual Constitucional Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Artigo 1º do Código Penal Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pelaLei nº 7.209, de 11.7.1984) Estabelece que o Estado deva se submeter ao império da Lei. No direito Penal desdobra- se em outros dois princípios, o da Reserva Legal e o da Anterioridade. I. O postulado (sub-princípio) da Reserva Legal significa a necessidade de Lei Formal que determine o fato típico e a respectiva pena, destacando a formalidade legal prevista, só podendo ser criados pelo processo legislativo previsto na Constituição Federal. II. Princípio da Anterioridade – necessidade de uma lei anterior ao fato que se quer punir. “nullun crimem, nulla poena sine lege praevia” Princípio da Retroatividade da Lei mais Benéfica ou da Irretroatividade da Lei Penal Artigo 5º XXXIX da Constituição Federal XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Artigo 2º Parágrafo Único do Código Penal Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) A Lei penal não pode retroagir salvo quando para beneficiar o Réu. De regra a Lei Penal não retroagirá, porém quando a nova lei beneficiar o réu, mesmo que transitada em julgado sentença condenatória, poderá este ser beneficiado. Não podemos deixar de abordar o instituto da “abolitio criminis”, Art. 2º caput do Código Penal. Ocorre quando um fato deixa de ser crime em virtude de lei posterior. Nessa situação, o agente não poderá ser ou permanecer condenado, pois o fato, anteriormente praticado, deixou de ser crime. Apagam-se assim os efeitos penais, persistindo os civis (ex. dever de indenizar). Será possível combinar leis utilizando as partes mais benéficas (parte boa da lei revogada + parte boa da lei nova posterior) a determinado fato sob a égide do princípio da retroatividade da lei mais benéfica. Princípio da Personalidade ou (Princípio da Responsabilidade Pessoal, Princípio da Pessoalidade da Pena, da Intransmissibilidade) Artigo 5º Inciso XLV da Constituição Federal XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Significa que a lei não poderá ultrapassar a pessoa do condenado. Não podem os seus familiares, seus herdeiros responder por algo que não fizeram. Não se inserem neste princípio a indenização civil e o confisco de produto do crime. Princípio da Individualização da Pena Artigo 5º Inciso XLVI da Constituição Federal XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; A pena não deve ser padronizada, o que significa seguir os parâmetros da lei, mas considerando as circunstâncias individuais do agente bem como as do fato em si. Objetivamente cada um terá a pena exata que lhe cabe. Princípio da Humanidade (Princípio da Humanidade das Penas) Artigo 5º, Incisos III, XLVI, XLVII e XLIX da Constituição Federal. III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; Decorre também da Declaração dos Direitos do Homem - ONU (1948), do Pacto de San José da Costa Rica. O Direito Penal deve tratar com benignidade vislumbrando sempre a coletividade social. Seria inaceitável tratar de forma desumana o indivíduo mesmo quando tenha sido condenado por transgredir o ordenamento penal. Não se admitem penas cruéis como as penas de caráter perpétuo, de morte (salvo em caso de guerra declarada), de trabalhos forçados, de banimento ou toda e qualquer pena de castigos corporais. Qualquer pena que possa atingir a condição físico -psicológica do ser humano é inconstitucional. Este princípio não vem sendo cumprido na atualidade brasileira. O simples fato do não cumprimento da Lei de Execuções Penais demonstra esta realidade. A conseqüência é que o STF e o STJ têm mitigado, relativizado alguns institutos da LEP por não haver possibilidade de cumprimento. Exemplo é a possibilidade de prisão domiciliar na falta de albergue para cumprimento da sua pena no regime semi-aberto (Informativo nº 512 do STF- Não pode o Estado impor regime prisional mais rigoroso do que a pena permite). Princípio da Intervenção Mínima É princípio implícito também conhecido como da subsidiariedade ou da fragmentariedade. Alguns autores dizem que a Intervenção Mínima se subdivide em duas dimensões, a subsidiariedade e fragmentariedade. O Princípio da subsidiariedade traz a idéia de que o direito penal só deverá ser utilizado quando não houver alternativa, quando já tiverem se esgotado todas as outras hipóteses de solução, afirmando ser o direito penal a “ultima ratio” O Direito Penal não deve ser a primeira opção “prima ratio”, existem outros ramos do direito preparados para solucionar as lides, as desavenças, compondo-as sem maiores conseqüências. Na dimensão da Fragmentariedade interessa ao direito Penal punir as ações mais graves praticadas contra os bens jurídicos mais importantes, aquelas verdadeiramente lesivas a vida em sociedade. É constante nos julgados do STF e do STJ a utilização da Fragmentariedade como razão para a aplicação do Princípio da Insignificância. Princípio da Culpabilidade (Princípio da Responsabilidade Subjetiva). Artigo 18 do Código Penal. Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Ninguém poderá ser punido se não houver agido com dolo ou culpa. A responsabilidade no direito penal deverá ser subjetiva “nullun crimem cine culpa”. O parágrafo do Art. 18 do Código Penal ainda estabelece que, ninguém poderá ser punido se não agir com dolo, salvo se houver previsão expressa em lei. De regra só se pune aquele que agiu com dolo, a condenação por crime culposo é exceção e só cabe quando prevista em lei. É uma exigência do estado democrático de direito. Inadmitindo a responsabilidade penal objetiva (que dispensa o exame do elemento subjetivo, culpando o sujeito pelo mero nexo causal de sua conduta). Em hipóteses extremas previstas em lei se aceita a responsabilidade penal objetiva. Princípio da Taxatividade As leis Penais devem ser claras, precisas e bem elaboradas de forma que seus destinatários possam compreendê-las, Não podem aqueles que devem cumprir a Lei terem dúvidas pelo modo como foram elaboradas.Não se admite a criaçãode tipos que contenham conceitos vagos ou imprecisos. Impõe-se ao Poder Legislativo, na elaboração das leis, que redija tipos penais com a máxima precisão de seus elementos. É nitidamente decorrente da legalidade, logo, Constitucional Implícito. Princípio da Proporcionalidade (Princípio da Proibição do Excesso) Princípio implícito, embora não esteja expresso na constituição, está nos fundamentos da Constituição Federal que em seu artigo 1º, III como forma de garantir a dignidade da pessoa humana e também nos objetivos da República Federativa do § 2º do art. 5º . Por esse princípio, a aplicação de uma pena deve estar adequada, de acordo com a gravidade da infração penal. O “quantum” de pena deve ficar estabelecido de forma proporcional à gravidade do delito cometido. Não se pode aceitar o exagero, tampouco a generosidade da pena, ela deve ser proporcional. Princípio da Vedação da Punição pelo mesmo Fato Previsão implícita na Convenção Americana de Direitos Humanos. Conhecido como “ne bis in idem” e significa que ninguém deve ser processado e punido duas vezes pela mesma infração penal. Este princípio veda a dupla incriminação, assim, não se pode punir alguém duas vezes pelo mesmo fato. Encontra-se fundamento no artigo 8.º, 4 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos: “O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos”. Da aplicação da Lei Penal Anterioridade da Lei Art. 1º – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Comentário: O princípio da legalidade diz que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. É uma garantia constitucional do direito individual do cidadão perante o poder punitivo do Estado. Lei penal no tempo Art. 2º – Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Comentário: Aqui verificamos três princípios: Princípio da legalidade no sentido de anterioridade, princípio da irretroatividade, ou seja, não pune os atos ilícitos cometidos antes da lei e a retroatividade da lei mais benigna que determina que os efeitos benéficos e favoráveis de uma lei penal retroagem ilimitadamente e indiscriminadamente para todos os fatos anteriores à sua entrada em vigência. Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 3º – A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Comentário: É uma norma que tem tempo de vigência prefixado para atender um determina momento excepcional como uma guerra por exemplo. Pelo fenômeno da ultratividade, os fatos praticados dentro deste período (mesmo que já extintas) continuam a produzir efeitos. Os efeitos dos atos praticados não desaparecem com elas. Tempo do crime Art. 4º – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Comentário: O que importa é o momento da conduta do delito, pouco importando em que momento se deu o resultado. Exemplo: – Homem esfaqueado morre no hospital três dias depois. É considerado o momento em que foi esfaqueado e não o momento que morreu. Territorialidade Art. 5º – Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) §1º – Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) §2º – É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Comentário: Independentemente da nacionalidade do autor e da vítima do delito, aplica- se a lei brasileira ao crime praticado no território nacional. Com exceção de casos previstos em convenções ou tratados, tipo imunidades diplomáticas. O mar territorial compreende a faixa de 12 milhas náuticas medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro. Para as aeronaves se compreende como espaço aéreo nacional a coluna atmosférica, até o limite do mar territorial. Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Comentário: Teoria da Ubiquidade ou mista significa que o lugar do crime é tanto onde ocorre a conduta (dolosa ou culposa) e onde se se deu o resultado. Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 7º – Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I – os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) II – os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) §1º – Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 2º – Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) e) não tersido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) §3º – A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Comentário: Este dispositivo é sobre fatos que apesar de ocorrerem fora do território nacional o Brasil diz que tem direito de julgar, mesmo que já tenha sido julgado no outro país. As hipóteses do inciso I são conhecidas como extraterritorialidade incondicionada. Já as hipóteses do inciso II também punem os fatos ocorridos fora do Brasil, mas depende das condições previstas no §2.º do art. 7.º do Código Penal. É o que doutrina chama de extraterritorialidade condicionada. Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 8º – A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Comentário: Conforme o artigo anterior tem crimes que apesar de já terem sidos julgados no estrangeiro, serão processados novamente aqui no Brasil. Se tiver nova condenação aqui, a pena já cumprida no estrangeiro abaterá na pena daqui. Se forem idênticas as penas será abatida do que restar no Brasil. Se forem diversas – aquela cumprida no estrangeiro deve atenuar a pena imposta no Brasil. Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 9º – A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II – sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único – A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Comentário: Em determinadas hipóteses, o Brasil reconhece os efeitos da sentença proferida por outro país. Alguns desses efeitos são incondicionais, já que não dependem de qualquer provimento judicial para que se tornem efetivos. O objetivo da homologação da sentença é obrigar o condenado à reparação dos danos civis, restituições e outros efeitos civis, ou, ainda, quando se pretende sujeitar o condenado à imposição de medida de segurança. A homologação do inciso I (reparação de danos civis, etc)depende de requerimento da parte interessada e a do inciso II (imposição de medida de segurança), impõe a existência de tratado de extradição entre o Brasil e o país de origem da sentença ou requisição do Ministro da Justiça. Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 10 – O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Comentário: Os prazos começam sua contagem no mesmo dia em que os fatos aconteceram, independentemente de tratarem-se de dia útil ou feriado, encerrando-se também da mesma maneira. Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 11 – Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Comentário: As horas, os minutos e os segundos (frações de dias) não são considerados para efeito de contagem da pena, ou seja, considera apenas os dias descartando o momento do dia que ocorreu. Nas penas de multa, as frações de Reais (R$), seus centavos, também não são consideradas. Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 12 – As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Comentário: O Código Penal, no Brasil, não é o único que disciplina condutas delituosas. Outras leis (legislação especial: Lei de drogas, Código de Transito Brasileiro e etc.) podem descrever crimes e determinar penas. Se não dispuserem de modo diverso utiliza o princípio da especialidade, ou seja, se tem uma norma mais específica ela é que será aplicada. ____________________________________________________________________________ Do Crime Relação de Causalidade Art. 13. - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Superveniência de causa independiente 1o - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Relevância da omissão 2o - A omissão é penalmente relevante quando o emitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Comentário: O problema da teoria da equivalência dos antecedentes causais é que o regresso é infinito, aí surge a teoria da imputação objetiva, que é o freio. Por isso, para se saber se determinado aspecto é causa do resultado deve ser utilizado o processo de eliminação hipotética de Thyrén. Para chegar as causas efetivamente, deve-se somar a Teoria da equivalência dos antecedente causais ao processo da eliminação hipotética, que é: no campo mental da cogitação e suposições, o aplicador deve proceder a eliminação da conduta do sujeito ativo para concluir pela persistência ou desaparecimento do resultado. Persistindo o resultado não é causa, desaparecendo é causa. Sem precisar recorrer a análise do dolo ou culpa, limitam o nexo causal objetivo, outorgando-lhe um conteúdo jurídico e não meramente naturalístico. A verificação da causalidade natural seria apenas uma condição mínima, mas não suficiente para a atribuição de um resultado. A teoria da imputação representa um complemento à causalidade material, mas em breve ser-lhe-á o sucedâneo (Qualquer coisa que pode substituir outra) natural. A teoria da causalidade adequada - a causa é o antecedente não a penas im prescindível, mas também o m ais adequado para a produção do resultado . Isto significa que não devem ser considerados todos os antecedentes necessários e imprescindíveis à produção do resultado, mas aqueles que, além disso, forem úteis, ou seja, com probabilidade de produzir em o resultado, segundo uma valoração posterior do fato naturalístico. Art. 14. - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontadedo agente. Pena de Tentativa Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Comentário: O crime será consumado quando a conduta do autor se amoldar inteiramente ao tipo penal previsto em lei como criminoso. Será tentado quando a conduta dele não realizar inteiramente o tipo penal criminoso, sendo frustrada por circunstâncias alheias à sua vontade. A vontade do agente é importante na caracterização da tentativa, pois, se seu agir foi interrompido por sua própria iniciativa, a tentativa não se caracteriza, sendo o caso, então, de desistência voluntária ou de arrependimento eficaz. No crime culposo não se cogita a hipótese de tentativa. Para a punição da tentativa se considera a extensão da conduta do autor até o momento em que foi interrompida. Quanto m ais próxima da consumação, menor deve ser a redução (1/3). De outro lado, quanto mais longe a conduta do autor ficou da consumação delitiva, maior deve ser a redução da pena (2/3). O Juiz deve fixar a redução dentro desses limites, de modo justificado. Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15. - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Comentário: Aqui o delito não se realiza pela vontade do próprio autor, em hipóteses que se denominam desistência voluntária e arrependimento eficaz. A desistência voluntária, prevista na primeira parte do artigo ("... desiste de prosseguir na execução..."), ocorre no curso da ação criminosa promovida pelo delinquente. O arrependimento eficaz, mencionado na segunda parte do artigo 15 ("... impede que o resultado se produza..."), verifica-se em momento posterior aos atos de execução perpetrados pelo autor, mas antes de o delito se consumar. Nessas situações a desistência do autor não pode ser motivada por embaraços que encontrou no curso da ação criminosa, que, pelo impedimento que causariam à consumação do crime, fizeram-no desistir da conduta. Nesta situação deve se considerar a figura da tentativa, já que foram circunstâncias alheias à sua vontade que provocaram a desistência. Arrependimento posterior Art. 16. - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Comentário: Há cinco requisitos para o arrependimento. – Necessário o cumprimento de todos os requisitos. 1. Ser o crime é praticado sem violência ou grave ameaça. Ex.1. Furto (Art.155), Estelionato (Art.171). 2. Reparação do Dano. O que importa é o sentimento pessoal da vítima a reparação. 3. Voluntariedade. Aquele que não tem coação física. Posso devolver a coisa apenas para redução da pena. O CP não exige arrependimento moral e ético. 4. Ato Próprio. Quem precisa reparar dano é o agente. O importante é a vontade do agente em reparar o dano. Tem que partir do agente, não pode ser feito por outrem. Salvo em caso em que precise de um representante no exato momento da reparação dodano. 5. Momento. Momento da reparação é até o recebimento da denúncia.Ação penal é no momento em que o MP faz a denúncia ao Juiz e começa a ouvir testemunhas e analisará as provas. Se o agente restituir até o recebimento da denuncia, ele tem o direito (redução de 2/3 a 1/2). Como decido se a redução é de 1/3 ou 2/3, por isso vou analisar o motivo, se realmente ele se arrependeu moralmente, eticamente, religiosamente. Outra avaliação para a redução é o momento da reparação; ele pode devolver um dia depois do fato, um dia antes da denúncia ou no ultimo dia da denúncia. Essa será dosimetria. Crime impossível Art. 17. - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Comentário: Situações de Crime Impossível: 1. Meio absolutamente ineficaz – Meio, é entendido como forma escolhida para prática criminosa; Ineficaz é aquele que não é apto a alcançar o resultado pretendido. Exemplo 1. Não tem como matar alguém com tiros de bala de festim. Exemplo.2. Apertar o gatilho de uma arma sem munição, o agente não irá morrer. Consequência é que a conduta é considerada atípica. (ATENÇÃO AO CASO 3) Exemplo.3. Furto a estabelecimento comercial com vigilância. Quando a conduta do agente (agente conhecido pelos vigilantes) é sempre monitorada por câmeras e vigias, quando o agente sair do supermercado com o produto de furto e for pego pelos seguranças, não poderá ser caracterizado crime, segundo a doutrina, pois não havia chance do agente sair com o produto de furto do supermercado sem ser percebido, tal fato conhecido como: Objeto Absolutamente Improprio-. Quando o agente (não conhecido pelos vigilantes) por acaso foi abordado com o produto de furto, ele poderia ter consumado o crime e poderá ser caracterizado pela posse mansa e pacifica, responde por tentativa, – Objeto Relativamente Impróprio - diferente do caso anterior, que não responde. 2. Objeto absolutamente impróprio – Objeto é o elemento sobre o qual recai a conduta criminosa, ou contra o que se volta à conduta criminosa. Impróprio é aquele objeto que não carrega em si o bem jurídico tutelado. *Diferenciar objeto Absolutamente improprio e objeto Relativamente impróprio. Conduta é considerada atípica Exemplo.1. Atirar em um cadáver, não dá para lesionar a vida de quem não tem vida. Exemplo.2. Furtar lixo da lixeira de alguém. O lixo não tem valor material. Nos dois exemplos acima, é o caso de objeto absolutamente impróprio. 3. Agente provocador, ou flagrante provocado, ou flagrante forjado, ou flagrante preparado. – Situação na qual um individuo provoca a prática e um ilícito penal. Conduta é considerada atípica Exemplo.1 O policial descaracterizado pede para que o agente compre drogas ilícitas para ele, depois de insistir e de dar mais dinheiro para ele, pelo trabalho de buscar a droga ilícita, quando volta é preso em flagrante. Atenção Tem diferença! Crime Forjado, é quando um policial implanta droga no carro do agente. Art. 18. - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Comentário: DOLO Dolosamente quem pratica a ação consciente e voluntariamente. O dolo ele se divide em algumas espécies: Dolo direto: quando o evento corresponde à vontade do sujeito ativo, quando o agente quer o resultado. Dolo indireto: quando, apesar de querer o resultado, a vontade não se manifesta de modo único e seguro em direção a ele. O dolo indireto subdivide-se em: Dolo alternativo: quando o agente quer um dos eventos que sua ação pode causar. Exemplo: atirar para matar ou ferir Dolo eventual: o sujeito ativo prevê o resultado e, embora não seja este a razão de sua conduta, aceita-o. Comentário: CULPA A culpa pode então ser definida como a voluntária omissão de diligência em calcular as consequências possíveis e previsíveis do próprio fato. A essência da culpa esta toda nela prevista. Previsibilidade: Há previsibilidade quando o indivíduo, nas circunstâncias em que se encontrava, podia ter-se representado como possível a consequência de sua ação.Distingue-se da previsão, porque esta a contém. O previsto é sempre previsível. A previsão é o desenvolvimento natural da previsibilidade. Espécies de Culpa Culpa consciente: ou com previsão, o sujeito ativo prevê o resultado, porém espera que não se efetive. Culpa inconsciente: ou sem previsão, o sujeito ativo não prevê o resultado, por isso não pode esperar que se efetive. Culpa imprópria: é de evento voluntário. O agente quer o evento, porém sua vontade está lastreada por erro de fato vencível ou inescusável. O Preterdolo: No caso em que uma pessoa desfere em outra um soco, com intenção de machuca-la, se ela cair e, batendo com a cabeça na guia da calçada, fratura a base do crânio, vindo a falecer. Consequentemente, no crime preterdoloso, há dolo no antecedente e culpa no consequente. Há dolo porque há má fé do agente passivo. Há culpa porque há previsibilidade do efeito mais grave. Agravação pelo resultado Art. 19. - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. Comentário: EX. Lesão corporal seguida de morte. Resultado inicial é lesão corporal e o resultado final a morte. (Começo querendo bater, para machucar, mas não quero matar, apenas até desmaiar. A hora que eu acho que desmaiou eu paro, e quando da chegada da ambulância se viu que a vítima está morta). Resultado Antecedente (inicial) e Resultado Consequente (final). CRIME QUALIFICADO PELO RESULTADO Dolo Antecedente + Culpa Consequente à CRIME PRETERDOLOSO. Além do Dolo, ainda tem um resultado culposo qualificador. Crime Preterdoloso é espécie. (Lesão Corporal seguido de Morte). Quando falamos em CULPA, lembrar que o resultado consequente de Culpa, só poderá ser imputado ao agente se no mínimo o resultado for previsível (previsibilidade). à Lembra-se de Culpa Consciente. OBS: Não é possível, pelo art. 19, não pode se punir pelo resultado qualificador da responsabilidade penal objetiva. Apenas se pune pelo resultado qualificador de responsabilidade penal Subjetiva. Exemplo 1. O homem que espancou a mulher por ela ter chegado atrasada em casa, ela foi ao hospital, e lá se viu que além das lesões, ela teve um abordo, porém o marido não sabia que estava gravida. Ele responde por Dolo no Antecedente e Culpa no Consequente. Exemplo 2. – Art. 258 – Latrocínio – Roubo é doloso, porém o resultado morte pode ser doloso ou culposo. Dolo Antecedente + Dolo Consequente à Quando o agente pratica o roubou e por motivo qualquer, fútil, mata a vítima. / O Juiz aproxima a pena do máximo. (Art. 157, §3) Dolo Antecedente + Culpa Consequente à Quando o agente pratica o roubo e em troca de tiros com a Polícia e o policial atinge a vítima do roubo. / O Juiz aproxima a pena do mínimo. Erro sobre elementos do tipo Art. 20. - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Discriminantes putativas 1o - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Erro determinado por terceiro 2o - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Erro sobre a pessoa 3o - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Comentário: Ocorre quando, numa situação concreta, o autor do fato não acredita na existência de algum elemento do tipo que, na verdade, está presente. Caso reste verificado o efetivo engano, advindo de imprudência, negligência ou imperícia, afasta-se o dolo de sua conduta, remanescendo, contudo, a culpa. Neste caso, ele será punido como incurso na prática de crime culposo, caso haja previsão legal nesse sentido. De outro lado, ainda que não haja expressa menção no caput do artigo 20 do Código Penal, tem-se que a absoluta imprevisibilidade do erro é apta para exclui tanto o dolo como a culpa. Nesta hipótese, contudo, o erro deve ser reconhecido como inevitável. Ex: - TJRGS - VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS. PROVA. RECONHECIMENTO DE ERRO DE TIPO. INVIABILIDADE. DESCLASSIFICAÇÃO. LEI DE SOFTWARES. ILEGITIMIDADE ATIVA. INOCORRÊNCIA. Réu que expôs à venda DVDs de jogos de videogames falsificados, mídias que são abrangidas pela proteção da propriedade intelectual de programa de computador, prevista em Lei Especial, assim atraindo infração penal própria, que não aquela preconizada no artigo 184, 2º, do Código Penal. Hipótese, outrossim, de ação penal pública, tendo em vista a perda de arrecadação tributária representada pela conduta, segundo exceção constante do § 3º do artigo 12 da Lei 9608, no qual previsto o crime. A existência de outras pessoas perpetrando a mesma espécie de infração não traz consigo a descriminalização da conduta prevista em figura legal típica. Inviável o reconhecimento do erro de tipo na medida que a falsidade é visível a olho nu e que transparece até dos preços por que vendidos. Apelo parcialmente provido para desclassificar o delito. (TJRGS - Apelação Crime n.º 70037821550, 4.ª Câmara Criminal, rel. Des. Marcelo Bandeira Pereira, j. em 09/09/2010). As descriminantes putativas, por sua vez, nascem igualmente de um erro do autor. Em face destas, contudo, ele acredita estar diante de uma verdadeira legítima defesa, um estado de necessidade, etc., enfim, de uma autêntica descriminante. Mas, na verdade, sua percepção dos fatos é equivocada e a descriminante foi apenas imaginada por ele, pois, de fato, ela não existe. Nestas hipóteses, se as circunstâncias justificavam de modo absoluto o engano do autor, estará ele isento de pena. No entanto, tratando-se de erro inescusável, ele responderá por crime culposo, se houver previsão de alguma modalidade culposa do delito. Na hipótese do §2.º do artigo 20 do Código Penal transfere-se a responsabilidade do fato ao terceiro que provocou o erro. No entanto, ele só responderá pelo erro se teve condições de determiná-lo como tal, de forma dolosa ou culposa. A disciplina do §3.º do artigo 20 do Código Penal, por sua vez, estabelece que, na hipótese de erro sobre a pessoa ofendida, prevalece, para efeitos penais, as condições ou qualidades daquela que o autor pretendia lesar. Erro sobre a ilicitude do fato Art. 21. - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Comentário: O dispositivo em análise destaca já no início que o desconhecimento da lei é injustificável. Segue, assim, a regra do art. 3.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, de que ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece. O erro aqui previsto não repousa sobre os elementos do tipo penal, presentes na situação concreta, e tampouco há equívoco sobre alguma descriminante. O que se verifica é uma situação de fato na qual não é possível perceber o caráter ilícito da conduta, se tal ausência/impossibilidade de perceber o ilícito é inevitável, o autor ficará isento de pena, pois, pelas circunstâncias, ele acreditará que está agindo licitamente. Se ela for evitável, contudo, haverá apenasuma diminuição da pena, de 1/6 a 1/3, a critério do Juiz. O que a doutrina menciona é que, aqui, fica ausente a culpabilidade do autor, ou ela será reduzida. Como exemplo de erro de proibição, eis um acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul - APELAÇÃO-CRIME. ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR. ERRO DE PROIBIÇÃO. INOCORRÊNCIA. Como mecânico não é crível que o réu não soubesse que a adulteração de sinal identificador de veículo automotor necessita de autorização da autoridade competente. Condenação mantida.Erro de proibição afastado. Apelo improvido. Unânime. (TJRGS - Apelação Crime n.º 70040694531, 4.ª Câmara Criminal, rel. Des. Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, j. em 17/03/2011).) No caso, a defesa réu pode ter sustentado que a circunstância da adulteração de sinal identificador de veículo automotor não parecia ilícita aos olhos do réu, quiçá pelo seu cotidiano manuseio e reparo em veículos. No entanto, tal entendimento não foi acolhido pela Câmara Criminal. Coação irresistível e obediência hierárquica Art. 22. - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Comentário: Ou seja, a coação, quando irresistível, exclui o crime. Contudo, há que se delinear a diferenciação entre a coação moral e a coação física, uma vez que a atuação delas dá-se de modo diverso. Inicialmente, importa entender o que compõe o crime. Segundo a teoria finalista tripartida, o crime é composto pelos seguintes elementos: fato típico, ilicitude e culpabilidade. Decorrentemente, a falta de um desses elementos enseja a inexistência de crime. O fato típico é composto pela conduta, pelo resultado naturalístico, pelo nexo causal e pela tipicidade. Já o terceiro elemento do crime, a culpabilidade, é composto por: imputabilidade penal; potencial consciência da ilicitude da conduta praticada; exigibilidade de conduta diversa. A conduta, primeiro elemento do fato típico, é composta pela voluntariedade (domínio da vontade sobre a ação) e pela consciência da conduta praticada, o que nada mais é que “o comportamento humano consciente e voluntário, dirigido a um fim”.[1] A coação pode ser irresistível ou resistível. A irresistível divide-se em coação física irresistível e coação moral irresistível. A coação física irresistível (vis absoluta) dá-se por atrito motor, contato físico. A coação moral (vis compulsiva) ocorre em âmbito psicológico. A coação moral irresistível vicia a vontade do sujeito, não a elimina, portanto. Vontade viciada ainda é vontade, logo, não está excluída a voluntariedade. Diante da coação moral irresistível, o sujeito - mantendo o controle da sua vontade sobre a ação - pratica a conduta que lhe foi exigida pelo coator, mesmo sem ter o ânimo de praticá-la. Por exemplo, um sujeito imputável que abre a porta do cofre da empresa que gerencia e subtrai os bens ali guardados para atender exigência de sequestrador que mantém sua filha em cativeiro sob ameaça de morte possuía voluntariedade (embora não tivesse vontade), estava consciente de que abria o cofre de terceiro, subtraindo-lhe bens. Presentes a voluntariedade e a consciência, consubstanciada está a conduta. A sua conduta provocou um resultado - a subtração dos bens, havendo nexo causal entre este e aquela. Presente também a tipicidade, uma vez que o ato de subtrair coisa alheia móvel com abuso de confiança está previsto em lei como furto qualificado (art. 155, § 4º, II, do CP). Não havia no tempo da ação praticada qualquer causa que diminuísse ou suprimisse a imputabilidade penal do sujeito. Este sabia que subtrair bens de terceiros configurava crime (consciência da ilicitude). No entanto, a coação, ao viciar-lhe a vontade, suprimiu sua liberdade, não restando, portanto, exigibilidade de conduta diversa. Sem a exigibilidade de conduta diversa, não há culpabilidade; sem culpabilidade não há crime. Já a coação física irresistível elimina a deliberação volitiva, logo, a vontade é totalmente suprimida, restando abolida, por consequência, a voluntariedade, elemento da conduta, que, por sua vez, é elemento do fato típico. Desse modo, quando a coação irresistível for física, exclui-se o crime pela falta de fato típico. Concluindo, tanto a coação física irresistível quanto a coação moral irresistível são causas de exclusão do crime e, por consequência, da pena. No entanto, cada uma opera sob razões distintas. A coação moral elimina a culpabilidade; a coação física elimina o fato típico. É de se anotar que em ambos os casos o coator responderá pela conduta praticada pelo coagido, por ser autor mediato (aquele que pratica crimes por intermédio de terceira pessoa inculpável). Ressalta-se que o artigo considerou as duas espécies de coação irresistível. Se o coagido tivesse condição de resistir incidiria somente uma atenuante penal, a saber, a prevista no art. 65, III, c, do CP. Exclusão de ilicitude Art. 23. - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Estado de necessidade Art. 24. - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 1o - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 2o - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Comentário: Características elementares para a configuração do estado d e necessidade: a) Perigo atual: é o perigo presente, concreto, perceptível sensorialmente, isto é, aquele que está acontecendo, embora nã o precise ter atingindo o agente. b) Ameaça de direito próprio ou alheio: o termo d ir eito, nesse caso, está aplicado em sentido amplo, abrangendo qualquer be m jurídico, a vida, a liberdade, o patrimônio; a intervenção necessária poderá ocorrer tanto para salvar o be m jurídico próprio quanto de terceiro. c) Situação não causada voluntariamente pelo sujeito: não existe estado de necessidade se o su jeito procurar a situação de perigo; ao contrário, a situação de perigo que se lhe apresenta deve ser inevitável. d) Inexistência do dever legal de evitar ou enfrentar perigo: não existe, da mesma forma, o estado de necessidade se o sujeito tem, por força de lei, o dever de enfrentar o perigo (ex : não pode o capitão do navio salvar sua vida ás custas da vida d e um passageiro). e) Inevitabilidade da conduta lesiva: diante da probabilidade de dano, o agente não tem outro meio d e evitar o perigo ao be m jurídico próprio ou de terceiro a não ser praticando o fato necessário. f) Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado: impõe a proporcionalidade entre a gravidade do perigo e a gravidade da lesão causada. g) Conhecimento da situação de fato justificante: o sujeito deve ter conhecimento de que age p ara salvar interesse próprio ou de terceiro; a o contrario, o estado de necessidade nã o s e justifica O Estado de Necessidade define uma situação de perigo atual para um bem jurídico em que um agente deve lesar o interesse de outrem para afastar este perigo. Por exemplo: uma pessoa quefurta um automóvel para transportar uma pessoa urgentemente ferida para um hospital. Aqueles que possuem o dever de enfrentar o perigo (como policiais, bombeiros, militares, etc) não podem invocar o estado de necessidade para deixar de executar suas funções. Por exemplo, um policial que se recusa a perseguir um bandido por não querer ser alvejado por armas de fogo. Legítima defesa Art. 25. - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Quem age em legitima defesa está repelindo agressão, atual ou iminente, a direito s eu ou de outrem. Aqui é indispensável utilizar moderadamente d os meios necessários. Quando for possível, a legitima defesa deve ser procedida através da utilização do meio menos ofensivo. Além disso, deve gozar de inevitabilidade, ou se ja, tem que ser o ultimo recurso do agente na busca da preservação do bem jurídico. III. Estrito Cumprimento do Dever Legal. Não pratica crime quem faz exatamente o que a lei determina. Exemplo: Policial que usada força para prender indivíduo que tem mandado de prisão e m seu desfavor. Exercício regular de Direito: A norma concede um direito a pessoa. Logo não há de se responsabilizar alguém que pratico ação ou omissão amparada pela norma. Regime Fechado O regime fechado é aquele imposto numa determinada prisão onde existe rigorismo durante o cumprimento da pena. Os estabelecimentos prisionais que obedecem a esse regime são os presídios de segurança máxima, como as penitenciárias, CDP’s e RDD’s, onde estão os condenados por crimes gravíssimos. Regime Semiaberto O regime semiaberto é aquele cumprido em Colônias Penais Agrícolas. Tais estabelecimentos são locais onde condenados trabalham durante o dia em comum e se recolhem durante o período noturno, assim como nos feriados e finais de semana. Não existe rigorismo, apesar de existir segurança, a qual não é máxima, havendo até possibilidade de fuga do condenado. Todavia, no caso do condenado não fazer jus à confiança que o Estado deposita na sua pessoa durante o cumprimento de pena, se ele fugir ou tentar fuga ou, ainda, praticar alguma falta disciplinar grave, perderá essa regalia legal e será transferido para o regime mais grave, que é o fechado. Esse procedimento, durante o cumprimento da pena é chamado de regressão prisional. Regime Aberto O regime aberto é aquele em que o condenado não vai para a prisão, sendo ela substituída pela casa do albergado. A Casa do Albergado é uma casa comum onde o condenado deve permanecer aos feriados, sábados e domingos, bem como no período noturno, saindo para trabalhar no meio social, durante o dia (das 6 as 18h). É destinado àqueles que praticam condutas brandas. Pode também ser o condenado transferido para regime mais rigoroso, que pode ser o semiaberto ou fechado, no caso de cometimento de outro crime ou qualquer falta disciplinar grave. Neste caso, é possível a transferência direta do regime aberto para o fechado, não havendo necessidade de se passar primeiro pelo regime semiaberto. Observação .: Nos casos previstos em lei, o juiz pode decretar a pena em regime fechado, semiaberto ou aberto sem ter que justificar o porquê. Mas, na maioria dos casos, terá que justificar sua decisão baseados em fatos do processo. Da Imputabilidade Penal Imputabilidade É o conjunto de condições ( pessoas ) que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputadas a prática de um fato punível. Encontrado no artigo 26, Caput, do código penal, visa tratar dos inimputáveis. Imputável é o sujeito mentalmente são e desenvolvido, Capaz de entender o caráter lícito do fato e determinar-se de acordo com esse entendimento. Em princípio todos são imputáveis, exceto aqueles abrangidos pelas hipóteses de inimputabilidade enumeradas na lei que estas são as seguintes: Pode ser a inimputabilidade absoluta ou relativa Se absoluta, Significa que não importa as circunstâncias, o indivíduo definido como inimputável não poderá ser penalmente responsabilizado pelos seus atos. Se relativa, Indica que o sujeito pertencente a certas categorias definidas em lei poderá ou não ser penalmente responsabilizado por seus atos, dependendo da análise individual de cada caso na justiça, segundo a avaliação da capacidade do acusado, as circunstâncias atenuantes ou agravantes, as peculiaridades do caso e as provas existentes. A imputabilidade possui dois elementos: - intelectivo (capacidade de entender); - volitivo (capacidade de querer). Faltando um desses elementos, o agente não será imputável. Critérios par a a definição d a inimputabilidade: - Biológico: leva e m conta apenas o desenvolvimento mental do acusado (quer em face de problemas mentais ou da idade do agente). - Psicológico: considera apenas s e o agente, ao temp o da ação ou omissão, tinha a capacidade de entendimento e autodeterminação. - Biopsicológico: considera inimputável aquele que, em razão de sua condição mental ( causa), era, ao temp o da ação ou omissão, totalmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com tal entendimento (consequência). Distúrbios Mentais - Doença mental: É a perturbação mental d e qualquer ordem (exemplos: p s ic os e, esquizofrenia, paranoia, epilepsia e tc.). A dependência patológica de substância psicotrópica configura doença mental. - Desenvolvimento mental incompleto: É o desenvolvimento que a inda nã o se concluiu. É o caso d o menor de 18 anos e do silvícola inadaptado à sociedade. - Desenvolvimento mental retardado: É o caso dos oligofrênicos, que s e classificam em débeis mentais , imbecis e idiotas, dotados de reduzidíssima capacidade mental, e d os surdos -mudos que, em consequência da anomalia, não têm qualquer capacidade de entendimento e de autodeterminação. Adotou-se, quanto aos doentes mentais, o critério biopsicológico. Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Emoção e paixão Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou daomissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Das Espécies De Pena Conceito As penas no direito penal são punições definidas pelo legislador e normatizadas na parte especial do Código Penal. É necessário que haja a regulamentação para que a convivência em sociedade não ultrapasse os direitos e os limites dos cidadãos. Tem a finalidade de corrigir, de remediar o comportamento social. Dessa forma, a lei sem punição se torna ineficaz, sendo necessário que a lei estabeleça uma forma de punição para cada ato ilícito que possa ser praticado. De caráter preventivo, serve de exemplo para que outros não realizem aquele comportamento. São específicas ao tipo que se refere à lei e não pode ser aplicada, por exemplo, a pena de estelionato a quem pratica um roubo. O Código Penal não possui todas as condutas ilícitas nele inseridas, por isso são criadas leis que se fazem valer do código para aplicação de suas penas. A imposição da perda ou diminuição de um bem jurídico, tem previsão legal e sua aplicação é determinada pelo poder judiciário. A sanção penal tem finalidade, retributiva (imposição de privação da liberdade), preventiva (visa evitar a prática de crime) e ressocializadora (objetiva a readaptação social). Dessa forma, pelo conceito de pena delineado deve se concluir que a lei, sem punição se tornaria ineficaz, sendo imprescindível que se estabeleçam punições para os atos ilícitos praticados. As penas são específicas a tipificação penal, ou seja, a lei determina a cada tipo penal a sanção a ser aplicada. As penas em espécies se encontram regradas em nosso Código Penal e assim são consideradas: Artigo 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa. Penas Privativas de Liberdade A pena privativa de liberdade fazendo uma analogia ao próprio nome, deve ser considerada como limitadora da liberdade de ir e vir daquele que comete um ilícito penal. A referida pena deve ser cumprida em tese nos estabelecimentos prisionais (cadeias, penitenciárias de uma formar geral). As penas privativas de liberdade estão previstas, para os crimes ou delitos e são as de reclusão e detenção. Cumpre salientar que a lei das contravencoes penais também prevê pena privativa de liberdade que é a de prisão simples. As penas privativas de liberdade se dividem em: Artigo 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). (grifo nosso). Lei de Contravenção Penal: Decreto-Lei 3.688 de 03 de outubro de 1941: Artigo 5º- As penas principais são: I – prisão simples. II – multa. Penas Restritivas De Direito As penas restritivas de direitos são as sanções penais impostas em substituição à pena privativa de liberdade e consistente na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do condenado. Trata-se de espécie de pena alternativa. Irá ser aplicado aos crimes com menores grau de responsabilidade, com penas mais brandas. Artigo 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998) V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998) VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998) Pena de multa Pena de Multa ou pecuniária é a terceira das três espécies de sanções prevista no Código Penal, e consiste na imposição ao condenado da obrigação de pagar ao fundo penitenciário determinada quantia em dinheiro, calculada na forma de dias-multa. Ela atinge, o patrimônio de condenado. Artigo 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Infração Penal; Elementos Infração Penal Infração Penal é toda conduta previamente tipificada pela legislação como ilícita, imbuída de culpabilidade, isto é, praticada pelo agente com dolo ou, ao menos, culpa quando a Lei assim prever tal possibilidade. O Estado tem o poder/dever de proibir e impor uma sanção a quem a praticar. Elementos da infração penal Qualquer infração penal possui os seguintes elementos: Tipicidade: o fato (evento) deve ser enquadrado plenamente no tipo (modelo) descrito na legislação penal. Ilicitude: isto é, o fato (evento) deve ser contra o Direito. Por vezes, mesmo que uma pessoa cometa uma conduta típica, há na lei exceções permissivas para sua conduta, de modo que não há ilicitude da ação. Por exemplo: matar alguém como legítima defesa estrita, a lei considera que a conduta não é ilícita. As causas de exclusão de ilicitude são previstas no Artigo 23 do Código Penal onde está escrito: “Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato: I – em estado de necessidade; II – em legítima defesa; III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.” Culpabilidade: isto é, o fato (evento) deve ter sido praticado pelo agente ativo com intenção reprovável. Punibilidade: dispõe sobre a possibilidade jurídica de o Estado impor a sanção ao responsável pela infração penal. Assim, praticada a infração penal, nasce a punibilidade. Contudo, é importante destacar que esta possibilidade do Estado não é eterna, daí porque existem causas que extinguem a punibilidade, o direito de punir estatal (jus puniendi). São causas de extinção da punibilidade: morte do agente; anistia, graça ou indulto; abolitio criminis (lei deixa de considerar fato como criminoso); prescrição, decadência ou perempção; renúncia do direito de queixa; perdão do ofendido; retratação do agente e perdão judicial. Espécies de infração penal A legislação brasileira define duas espécies de infração pena: crime (ou delito) e contravenção. Crime: infração de maior potencial ofensivo, punida com pena de reclusão ou detenção, podendo incluir multa cumulativa ou alternativa. Crimes e tentativas de crimes são punidos (Código Penal Art. 14, II). Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Salvo disposiçãoem contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Contravenção: infração de menor potencial ofensivo, punida com prisão simples ou multa. A tentativa de contravenção, em geral, não é punida. Desta forma, infração penal não é sinônimo de crime. Os principais tipos de crime são: Crime comum: é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa. Crime próprio: é aquele que exige que o agente a cometê-lo possua condição especial que permita cometer o crime. Por exemplo, o Código Penal nos Art. 312 a 327 define os crimes praticados por funcionários públicos contra a Administração, o que exige que o sujeito ativo seja funcionário público. Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1.º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2.º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3.º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Inserção de dados falsos em sistema de informações Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: ) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Excesso de exação § 1.º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. § 2.º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1.º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2.º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Facilitação de contrabando ou descaminho Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.º 8.137, de 27.12.1990) Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei n.º 11.466, de 2007). Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Condescendência criminosa Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. Violência arbitrária Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. Abandono de função Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 1.º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 2.º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Violação de sigilo funcional Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. § 1.º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. § 2.º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Violação do sigilo de proposta
Compartilhar