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Flexibilização do Trabalho e Direitos Humanos

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O que mais me chamou atenção no artigo foi a parte, em que foi mencionado que “O suprimento de contratadas da Ásia foi benéfico de diversas formas, mas também levanta questões sensíveis sobre exploração de trabalhadores e direitos humanos. No início dos anos 1990, diversos jornalistas e grupos fiscalizadores do setor relataram revelações sobre as fábricas asiáticas de calçado esportivo, descrevendo desagradáveis condições de trabalho e milhares de trabalhadores labutando por longas horas em troca de salários extremamente baixos”
Mais adiante ainda foi dito que “Enquanto a Nike e a Reebok negavam as acusações, o suprimento internacional suscitou um questionamento básico: Como podem as empresas tirar total vantagem do baixo custo da mão-de-obra e dos benefícios de relações contratuais flexíveis e ao mesmo tempo respeitar os direitos dos trabalhadores em países em desenvolvimento?”
Diante de tal questionamento é que vou desenvolver a resenha, tendo em vista a contemporaneidade do assunto e a relação do tema com o ramo do direito do trabalho, principalmente no que se diz à flexibilização do trabalho inserido no fenômeno da globalização.
Em busca do avanço tecnológico, do ilimitado acesso às informações, da alta concorrência de mercado, da ciência em crescimento constante, das economias cada vez mais poderosas, das mudanças culturais e a busca veemente pelo capital, é que surgiu o fenômeno denominado globalização.
Diante de tal cenário, o direito do trabalho surgiu como grande defensor da individualidade do trabalhador, bem como toda a classe na sua coletividade, intervindo nas relações contratuais com entes privados em meio ao grande sistema capitalista e patrimonialista que é o mercado, garantindo e preservando os direitos fundamentais.
A constatação da plena desigualdade de poder entre empregado e empregador era inviável a instituição da negociação livre e individual, como ocorria corriqueiramente no início dos anos 1990, com os contratos de trabalho feitos na Ásia, pelas empresas Nike e Reebok, nas quais não havia como discutir política salarial sem que houvesse exposição do trabalhador a condições vulneráveis de trabalho. Desta forma, a busca pela isonomia jurídica como forma compensadora da desigualdade social e econômica, a valorização do trabalho humano e a busca veemente de condições basilares e dignas para os trabalhadores, foram primordiais para a criação do Direito do Trabalho.
Diante de tal cenário, surge, o modelo da flexibilização como uma forma de aumentar o número de empregos e a diminuição dos encargos nas empresas, fazendo com que haja certo impulso na produtividade e automaticamente uma amenização nas crises econômicas que atingem tanto o Estado quanto instituições privadas aliadas à necessidade de acolher as práticas trabalhistas das multinacionais, o que de fato deve ser observado pelas multinacionais mencionadas no artigo, quais sejam, Nike e Reebok. 
Deve-se ainda, pontuar que com o avanço acelerado da tecnologia, com crises econômicas e políticas cada vez mais frequentes e o alto índice de desemprego, a flexibilização, é uma ferramenta muito importante para diminuir os gastos sem que haja uma dispensa em massa de trabalhadores. Desta maneira, se houver a instituição do sistema de flexibilização com cautela e responsabilidade, mínimos serão os impactos sobre os trabalhadores, e, ainda sim, garantir o mínimo de condição digna e favorável a estes. Como podemos observar, esse instituto vem abrindo caminhos positivos ao setor produtivo no mercado mundial com grande aumento de poder e lucros. Em contrapartida, os trabalhadores estão sendo explorados e sobrecarregados para garantir essa ascensão econômica, podendo até mesmo falar em retrocesso dos benefícios do trabalhador à época da Revolução Industrial. Desta forma, deve-se conferir ao Estado o papel de desenvolver mecanismos de proteção aos mais vulneráveis, sob pena de estar compactuando com a exploração do mais forte sobre o mais fracos. Ou seja, Estado não pode resguardar de garantir os direitos consagrados universalmente, mas fazer com que estes sejam acrescidos de demais direitos e garantias condizentes com a dignidade humana.
Por isso, as normas protecionistas devem sempre buscar a possibilidade de expressar a vontade dos trabalhadores de forma livre sem que haja o predomínio do empregador. Nesse sentido, faz necessária a atuação dos sindicatos com seriedade em defesa dos interesses das classes representantes, sendo o sindicato um intermediário entre seus representados e o Estado na defesa dos interesses de seus filiados. Outras alternativas dadas pela flexibilização que atendem a diversas situações dos empregadores, de forma a reduzir os gastos, acelerar a produção e manter os empregos são a redução salarial e a flexibilização da jornada de trabalho, de modo a garantir os direitos humanos dos trabalhadores.

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