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Direito Penal II 1 bimestre

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DIREITO PENAL
1
LESÕES CORPORAIS - ARTIGO 129 DO CÓDIGO PENAL
 Prof. Jesus Romão - Ano :- 2018
• LESÃO CORPORAL 
2
• Lesão corporal 
• Art. 129. 
• Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
• Pena – detenção, de três meses 
3
• Lesão corporal é a ofensa humana direcionada à integridade 
corporal ou à saúde de outra pessoa. 
• É prescindıv́el a produção de dores ou a irradiação de sangue do 
organismo do ofendido. A dor, por si só, não caracteriza lesão 
corporal.
• Não é necessário seja a vıt́ima portadora de saúde perfeita. 
• São exemplos de ofensa à integridade fıśica as fraturas, fissuras, 
escoriações, queimaduras e luxações, a equimose e o hematoma.
• O corte de cabelo ou da barba sem autorização da vıt́ima pode 
configurar, dependendo da motivação do agente, lesão corporal ou 
injúria real, se presente a intenção de humilhar a vıt́ima. 
• A pluralidade de lesões contra a mesma vıt́ima e no mesmo 
contexto temporal caracteriza crime único. 
4
• Núcleo do tipo:
• Verbo “ofender” – prejudicar alguém no tocante à sua 
integridade corporal ou à sua saúde
• Pode ser praticado por ação e, excepcionalmente, por 
omissão, quando presente o dever de agir para evitar o 
resultado (art. 13, § 2o, do CP).
• Admite qualquer meio de execução (crime de forma livre).
Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum).
 Se o agente for autoridade pública e praticar o delito no 
exercício das suas funções, responderá também por abuso de 
autoridade (Lei 4.898/1965, art. 3o, i)
5
• Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
• Em alguns casos o tipo penal exige uma situação 
diferenciada em relação à vıt́ima – na lesão corporal 
grave ou gravıśsima a vıt́ima deve ser mulher grávida 
(para possibilitar a aceleração do parto ou o aborto – CP, 
art. 129, § 1o, IV, e § 2o, V); 
• na lesão qualificada pela violência doméstica a vıt́ima 
precisa ser ascendente, descendente, irmã, cônjuge ou 
companheira do agressor.
6
• Consumaçaõ: 
• Consuma-se com a efetiva lesão à integridade corporal 
ou à saúde da vıt́ima (crime de dano).
• Tentativa: É possıv́el nas modalidades dolosas. 
• Incabıv́el na lesão culposa e na lesão corporal seguida de 
morte
• A tentativa de lesão corporal não se confunde com a 
contravenção penal de vias de fato (Decreto-lei 
3.688/1941, art. 21), em que a vontade do agente 
limita-se a agredir o ofendido, sem lesioná-lo.
7
• Açaõ Penal: 
• Na lesão corporal dolosa de natureza leve e na lesão 
corporal culposa a ação penal pública é condicionada à 
representação do ofendido (Lei 9.099/1995, art. 88). 
• As demais espécies de lesões corporais dolosas são 
crimes de ação penal pública incondicionada.
8
• Lei 9.099/1995:
• A lesão leve e a lesão culposa são infrações penais de menor 
potencial ofensivo. 
• Admitem transação penal e seu processo e julgamento 
seguem o rito sumarıśsimo (arts. 77 e seguintes da Lei 
9.099/1995). 
• As hipóteses do § 1o do art. 129 autorizam a suspensão 
condicional do processo (art. 89). 
• A lesão corporal gravıśsima e a lesão corporal seguida de 
morte são incompatıv́eis com as disposições da Lei 
9.099/1995.
9
• Princıṕio da insignificância ou criminalidade de bagatela:
• 
• É possıv́el sua incidência na lesão corporal dolosa de 
natureza leve e na lesão corporal culposa (CP, art. 129, caput, 
e § 6o), quando a conduta acarreta em ofensa ıńfima à 
integridade corporal ou à saúde da pessoa humana, 
acarretando na atipicidade do fato.
•␣ Autolesaõ: 
• Não se pune a autolesão (princıṕio da alteridade), salvo se 
caracterizar crime autônomo como a fraude para recebimento 
do valor de seguro (art. 171, § 2o, V, do CP) 
• ou a criação ou simulação de incapacidade fıśica (art. 184 do 
CPM – Decreto-lei 1.001/1969).
10
• Lesão corporal leve ou simples (art. 129, caput): 
• toda e qualquer lesão corporal dolosa que não seja grave, 
gravıśsima ou praticada com violência doméstica e familiar 
contra a mulher. 
• A prova da materialidade é feita com o exame de corpo de 
delito. 
• Para o oferecimento da denúncia é suficiente o boletim médico 
ou prova equivalente (art. 77, § 1o, Lei 9.099/1995). 
• Para a condenação exige-se a perıćia, sob pena de nulidade 
(CPP, art. 564, III, b). 
• Se os vestıǵios houverem desaparecido será aceito o exame 
de corpo de delito indireto (CPP, art. 167).
11
• Lesão corporal de natureza grave (art. 129, § 1o): 
• Trata-se de figura qualificada. A lesão corporal é considerada grave se dela 
resultar: 
• a) Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias (I) – 
• ocupação habitual é qualquer atividade, fıśica ou mental, do cotidiano da vıt́ima.
• Não precisa ser lucrativa. 
• E irrelevante a idade do ofendido. A atividade deve ser lıćita, sendo indiferente se 
moral ou imoral. 
• Subsiste a qualificadora quando a vıt́ima pode com sacrifıćio retornar às suas 
ocupações habituais. 
• Não incidirá a qualificadora na hipótese em que a vıt́ima puder desempenhar 
regularmente suas ocupações habituais, embora não o faça por vergonha.
12
• A incapacitação é objetiva, e não subjetiva. 
• Cuida-se de crime a prazo, pois somente se verifica depois do 
decurso do prazo estabelecido em lei. 
• São exigidos dois exames periciais: um inicial, realizado logo 
após o crime, para constatar a existência das lesões, e um 
complementar, efetuado após 30 dias, contados da data do 
crime, para comprovar a duração da incapacidade das 
ocupações habituais em razão dos ferimentos provocados 
pela conduta criminosa. 
• O exame complementar pode ser suprido por prova 
testemunhal (art. 168, § 3o, CPP);
13
• b) Perigo de vida (II) – 
• possibilidade grave, concreta e imediata de a vıt́ima 
morrer em consequência das lesões sofridas. 
• Trata-se de perigo concreto, comprovado por perıćia 
médica, que poderá ser substituıd́a por prova 
testemunhal quando os depoimentos emanarem de 
especialistas; 
14
• c) Debilidade permanente de membro, sentido ou funçaõ (III) – 
• debilidade é a diminuição ou o enfraquecimento da capacidade 
funcional. Há de ser permanente (duradoura e de recuperação 
incerta). 
• Não se exige perpetuidade.
• Membros são os braços, pernas, mãos e pés. 
• Os dedos integram os membros, e a perda ou a diminuição funcional 
de um ou mais dedos acarreta na debilidade permanente das mãos 
ou dos pés. Sentidos são: visão, audição, tato, olfato e paladar. 
• Função é a atividade inerente a um órgão ou aparelho do corpo 
humano.
• 
15
• Na hipótese de órgãos duplos a perda de um deles caracteriza 
lesão grave pela debilidade permanente e a perda de ambos 
configura lesão gravıśsima pela perda ou inutilização. 
• A perda de um ou mais dentes pode ou não caracterizar lesão 
corporal grave, dependendo da comprovação pericial acerca 
da debilidade ou não da função mastigatória, e, indiretamente, 
também da função digestiva.
• A recuperação do membro, sentido ou função por meio 
cirúrgico ou ortopédico não acarreta a exclusão da 
qualificadora, pois a vıt́ima não é obrigada a submeter-se a 
tais procedimentos;"
16
• D) Aceleraçaõ de parto (IV) – 
• é a antecipação do parto (parto prematuro) em decorrência da lesão 
corporal produzida na gestante. 
• A criança nasce viva e continua a viver. 
• Exige-se o conhecimento da gravidez da vıt́ima. 
• Se o agente a ignorava, responderá por lesão corporal leve, 
afastando-se a responsabilidade penalobjetiva. 
• Se o feto for expulso morto do ventre materno o crime será de lesão 
corporal gravıśsima em razão do aborto.
• Se a criança nascer viva, mas falecer logo em seguida ao 
nascimento, haverá lesão corporal gravıśsima em razão do aborto.
17
• Lesões corporais gravıśsimas (art. 129, § 2o): 
• É a segunda forma qualificada prevista no artigo. 
• A lesão corporal é considerada gravıśsima se dela resultar: 
• a) Incapacidade permanente para o trabalho (I) –
• é toda e qualquer incapacidade longa e duradoura, que não 
permita fixar seu limite temporal. 
• Relaciona-se com a atividade remunerada exercida pela 
vıt́ima, que resta prejudicada em seu aspecto financeiro em 
razão da conduta criminosa. 
• Trata-se de incapacidade genérica para o trabalho (a vıt́ima 
fica impossibilitada de exercer qualquer tipo de atividade 
laborativa), bastando seja parcial ou relativa
18
• b) Enfermidade incurável (II) – 
• alteração prejudicial da saúde por processo patológico, fıśico ou 
psıq́uico, que não pode ser eficazmente combatida com os recursos 
da medicina à época do crime. 
• Deve ser provada por exame pericial. 
• Também é considerada incurável a enfermidade que somente pode 
ser enfrentada por procedimento cirúrgico complexo ou mediante 
tratamentos experimentais ou penosos, pois a vıt́ima não pode ser 
obrigada a enfrentar tais situações.
• Não se aplica a qualificadora se houver tratamento ou cirurgia 
simples para solucionar o problema e a vıt́ima se recusar 
injustificadamente a adotá-lo. 
• Não se admite revisão criminal se, posteriormente à condenação 
definitiva por esse crime, surge na medicina um meio eficaz para 
curar a enfermidade; 
19
• c) Perda ou inutilizaçaõ de membro, sentido ou funçaõ (III) – 
• Perda é a destruição ou privação de membro, sentido ou função. 
• Pode concretizar-se por mutilação (eliminação direta pela conduta 
criminosa) ou por amputação (resulta da intervenção médico-cirúrgica 
realizada pela necessidade de salvar a vida do ofendido ou impedir 
consequências ainda mais danosas). 
• Inutilização, por sua vez, é a falta de aptidão do órgão para 
desempenhar sua função especıf́ica. 
• O membro ou órgão continua ligado ao corpo da vıt́ima, mas 
incapacitado para de- sempenhar as atividades que lhe são inerentes. 
• A perda de parte do movimento de um membro caracteriza lesão grave 
pela debilidade; a perda de todo o movimento tipifica lesão corporal 
gravıśsima pela inutilização.
• 
20
• Na hipótese de órgãos duplos a afetação de apenas um 
deles tipifica lesão corporal grave pela debilidade de 
sentido ou função. 
• Quando os dois órgãos forem prejudicados haverá lesão 
corporal gravıśsima, caracterizando perda ou inutilização.
• A correção corporal da vıt́ima por meios ortopédicos ou 
próteses não afasta a qualificadora, ao contrário do 
reimplante realizado com êxito;
21
• d) Deformidade permanente (IV) – 
• e o dano duradouro de alguma parte do corpo da vıt́ima, que não pode ser 
retificado por si próprio ao longo do tempo. 
• É suficiente a irreparabilidade por relevante intervalo temporal. 
• Prevalece o entendimento no sentido de ser esta qualificadora 
intimamente relacionada a questões estéticas, devendo ser visıv́el e 
causar impressão vexatória.
• Desaparece a qualificadora quando a deformidade for corrigida por 
cirurgia plástica, mas subsiste se a vıt́ima se recusa a realizá-la. 
• A correção da deformidade com o emprego de prótese não exclui a 
qualificadora. 
• De igual modo, a ocultação da deformidade pelos cabelos ou por 
aparelhos também não a afasta. 
• Esta circunstância qualificadora deve ser atestada por exame de corpo de 
delito;
22
• e) Aborto (V) – 
• a interrupção da gravidez, com a consequente morte do feto, deve 
ter sido provocada culposamente (crime preterdoloso); 
• se a morte do feto foi proposital, o sujeito deve responder por lesão 
corporal leve (ou grave ou gravıśsima), em concurso formal 
impróprio ou imperfeito com aborto sem o consentimento da 
gestante (CP, art. 125).
• É obrigatório o conhecimento do sujeito acerca da gravidez da 
vıt́ima, sob pena de responsabilidade penal objetiva. 
• Se o agente ignorava a gravidez da ofendida, a hipótese é de erro 
de tipo, com exclusão do dolo e da qualificadora.
• Pode haver ocorrência simultânea de duas ou mais modalidades de 
lesão corporal gravıśsima, configurando-se crime único.
23
• Pluralidade de lesões corporais graves ou gravıśsimas:
• Nada impede a ocorrência simultânea de duas ou mais 
modalidades de lesão corporal grave ou gravıśsima. 
• Configura-se crime único em face da unidade de ofensa ao 
bem jurıd́ico penalmente tutelado, mas tal circunstância 
deverá ser utilizada como circunstância judicial desfavorável 
ao réu na dosimetria da pena-base (CP, art. 59, caput). 
• Se o exame de corpo de delito indicar ter o ofendido 
suportado, como decorrência de uma mesma conduta 
criminosa, uma lesão corporal grave e uma lesão corporal 
gravıśsima, o sujeito responderá somente pelo crime mais 
grave.
24
• Causas de aumento da milícia ou grupo similar de 
extermínio
• O art. 129, § 7.º, do Código Penal prevê o aumento de 1/3 na 
pena, quando houver atuação de milícia ou grupo de 
extermínio.
• a causa de aumento relativa à lesão corporal somente terá 
aplicabilidade nos casos de desclassificação de tentativa de 
homicídio para lesão dolosa; 
• ou também nas situações de excesso em qualquer das 
excludentes de ilicitude, quando resulte lesão corporal dolosa, 
desde que advinda de milícia ou grupo de extermínio
25
• LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA
• “se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante 
valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, 
logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode 
reduzir a pena de um sexto a um terço”. 
• cuida-se de uma causa de diminuição de pena, mas que 
passou a ser chamada, por costume forense, de privilégio.
• Esta hipótese é aplicável às lesões graves, gravíssimas e 
seguida de morte. 
• À lesão simples, aplica-se o disposto no § 5.º. 
26
• Há também a hipótese de agir o agressor movido pela violenta 
emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima.
• É uma forma de descontrole emocional, reconhecida pelo 
legislador, pois o ser humano não é herói, desde que ela 
decorra da injusta provocação da vítima.
• Existe um curto lapso temporal para o agressor agir (logo em 
seguida), significando alguns minutos, quiçá horas. 
• A denominada injusta provocação deve ser lida como ilícita 
provocação, pois o termo injusto é muito aberto, sem 
possibilidade de conferir segurança à interpretação da lei 
penal (princípio da taxatividade).
27
• SUBSTITUIÇÃO DE PENA PARA A LESÃO SIMPLES
• 
• Está é a autêntica lesão corporal privilegiada, pois permite que o 
julgador troque a pena privativa de liberdade pela de multa (art. 129, 
§ 5.º). 
• é uma alteração da sanção penal para menor.
• afastando-se a sua incidência às lesões graves, resta a simples.
• Ocorrendo algum dos motivos elencados no § 4.º (relevante valor 
moral ou social; domínio de violenta emoção logo em seguida à 
injusta provocação da vítima) ou
• a situação descrita no inciso II do § 5.º (lesões recíprocas), o juiz 
pode afastar a pena privativa de liberdade e fixar somente multa. 
28
• LESÃO CULPOSA
• 
• Trata-se da figura típica do caput (“ofender a integridade corporal 
ou a saúde de outrem”), embora com outro
• elemento subjetivo: a culpa. 
• É tratado no art. 129, § 6.º, do Código Penal, em tipo aberto, que 
depende, pois, da interpretaçãodo juiz para poder ser aplicado.
• A culpa, conforme o art. 18, II, do Código Penal, é constituída de 
“imprudência, negligência ou imperícia”. 
• Portanto, lesionar alguém por imprudência, negligência ou 
imperícia concretiza este tipo penal incriminador.
29
• Não mais se aplica o tipo penal do art. 129, § 6.º, à lesão 
corporal cometida na direção de veículo automotor,
• pois o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), 
• no art. 303, estipulou um tipo incriminador específico
30
• Causas de aumento da milícia ou grupo similar de 
extermínio
• O art. 129, § 7.º, do Código Penal prevê o aumento de 1/3 na 
pena, quando houver atuação de milícia ou grupo de 
extermínio.
• desclassificação de tentativa de homicídio para lesão dolosa; 
31
• As mesmas causas de aumento previstas no art. 121, § 4.º, são 
remetidas para aplicação neste tipo penal (art. 129, § 7.º, CP). 
• sem apontar exceção, o § 7.º, do art. 129, manda aplicar, ainda, o 
aumento de 1/3 se preenchida a hipótese do § 6.º do art. 121. 
• Trata-se do delito cometido por milícia, grupos de segurança ou 
extermínio, que, por óbvio, não agem para provocar lesão culposa. 
• No entanto, pode-se imaginar que, após ter dado cabo da vítima, a 
milícia, em fuga, machuque, culposamente, uma vítima qualquer. 
• Nessa rara hipótese, aplicar-se-ia, também, o aumento de 1/3
32
• PERDÃO JUDICIAL
• 
• O § 8.º do art. 129 remete à aplicação na lesão culposa o 
disposto pelo art. 121, § 5.º, ambos do Código Penal.
33
• Lesão corporal e violência doméstica (art. 129, § 9o): 
• Trata-se de forma qualificada de lesão corporal que leva em conta o 
contexto em que é praticada. 
• A pena prevista ao caso, em razão da sua quantidade, somente deve ser 
aplicada na hipótese de lesão corporal leve.
• Se a lesão corporal for grave, gravıśsima ou seguida de morte, aplicar- 
se-á o art. 129 do CP. Pode ser praticada: 
• a) contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro: o 
parentesco pode ser civil ou natural (o art. 227, § 6o, da CF proıb́e 
qualquer discriminação entre os filhos havidos ou não do casamento). 
• Exige-se prova documental da relação de parentesco ou do vıńculo 
matrimonial. 
• A união estável pode ser comprovada por testemunhas ou outros meios de 
prova que não exclusivamente os documentos;
34
• Menciona o § 9.º do art. 129 apenas a palavra lesão, 
remetendo, naturalmente, para o caput o entendimento 
do que signifique, ou seja, “ofender a integridade corporal 
ou a saúde de outrem”. 
• A partir disso, inseriu: (Se a lesão) for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou 
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, 
ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações 
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade.
• Ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou 
companheiro são as mesmas pessoas inseridas na 
agravante do art. 61, II, e, do Código Penal. 
• Inseriu-se, a mais, o termo companheiro.
35
• Amílcar, durante uma briga, tenta chutar seu adversário, mas 
sem querer acerta a própria esposa, que buscava apartar a 
contenda. Atingida no ventre, a mulher sofre ruptura do baço e é 
submetida a uma cirurgia de emergência, na qual tem o órgão 
extraído de seu corpo, medida que garante sua sobrevivência. 
Considerando que Amílcar em momento algum agiu com animus 
necandi, o comportamento do autor caracteriza crime de lesão 
corporal:
• a) culposa.
• b) gravíssima com aumento de pena em virtude da relação 
conjugal entre autor e vítima.
• c) grave.
• d) gravíssima.
• e) grave com aumento de pena em virtude da relação conjugal 
entre autor e vítima.
36
• Houve um erro de execução. 
• O agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge 
pessoa diversa.
• É como se tivesse praticado o crime contra seu adversário. 
• Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o 
agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge 
pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra 
aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
• No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia 
ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
• 
• Art. 20 (...)
• § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não 
isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou 
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria 
praticar o crime.
37
• § 2° Se resulta:
• I - Incapacidade permanente para o trabalho;
• II - enfermidade incuravel;
• III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
• - Baço não é membro (de acordo com a divisão: Cabeça, Toráx 
e "membros"... ). 
• - Baço não é sentido (audição, visão, tato, paladar, olfato)
• - Baço é um órgão que exerce uma função, qual seja, Filtragem 
do sangue e auxilia o sistema de defesa do corpo. 
• Deste modo, apesar de o baço ser orgão ímpar, sua retirada não 
implica em perda da função (Gravíssima) de Filtragem do 
sangue e imunidade corporal, mas sim em debilidade 
permanente da função (Grave) de filtragem do sangue, 
podendo-se assim dizer que a o baço é um orgão "fungível", não 
havendo então que se falar em inutilização de membro ou 
função, mas sim de debilidade.
38
• Lesão corporal gravíssima. 
• Desclassificação do crime por decisão do E. Tribunal do Júri. Condenação 
proferida pelo Juiz singular pelo delito não doloso contra a vida 
remanescente.
• Preliminares rejeitadas, eis que não houve prejuízo.
• Perda do baço após cirurgia de esplenectomia, consequência do golpe de 
canivete deferido na vítima. 
• Não se tratando de órgão duplo, há perda ou inutilização de membro, 
sentido ou função, pelo que a lesão é tipificada como gravíssima. Penas 
que comportam redução. 
• Apelante que faz jus à base mínima e não pode ser prejudicado com 
causa de aumento criada por lei posterior aos fatos. Apelo parcialmente 
provido, rejeitadas as preliminares.
• (TJ-SP - APL: 90000056920028260624 SP 9000005-69.2002.8.26.0624, 
Relator: Diniz Fernando, Data de Julgamento: 15/06/2015, 2ª Câmara de 
Direito Criminal, Data de Publicação: 17/06/2015)
39
• Sobre os crimes contra a pessoa,
• a) o comportamento da vítima é incapaz de influenciar a pena 
no crime de lesão corporal.
• b) o princípio da insignificância não se aplica ao crime de 
lesão corporal, pois sua desclassificação incide na 
contravenção de vias de fato.
• c) a ofensa à saúde de outrem, por ser crime de perigo, não 
depende da produção do resultado para a configuração da 
tipicidade.
• d) a lesão corporal culposa na direção de veículo automotor 
impede a substituição da pena privativa de liberdade por pena 
restritiva de direitos.
• e) a prática de lesão corporal leve em situação de lesões 
recíprocas pode ensejar a substituição da pena de detenção 
pela de multa.
40
• A - Errado. O comportamento da vítima pode, sim, influenciar na pena cominada à 
lesão corporal. Há diminuição da pena se a lesão ocorre sob domínio de violenta 
emoção logo após injusta provocação da vítima (lesão privilegiada). Cabe, ainda, 
substituição da PPL por pena de multa se a lesão é leve e resulta de lesões 
recíprocas (a vítima é também agressora).
• 
• B - Errada. O princípio da insiginificância é aplicado em lesões levíssimas.
• 
• C - Errada. A ofensa à saúde de outrem é crime de dano, e não de perigo.
• 
• D - Errada. O crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, 
desde que preenchidos os requisitos do artigo 44 do CP, admite substituição da 
PPL por PRD.
• CTB - Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de seis meses a dois anos esuspensão ou proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
• CPB - Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as 
privativas de liberdade, quando: I - aplicada pena privativa de liberdade não 
superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça 
à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo.
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• 
• E - Correta. 
• O §5º do artigo 129 admite substituição da PPL por pena 
de multa quando a lesão corporal é leve e resulta de 
circunstância privilegiadora ou lesões recíproca
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• De acordo com o Código Penal (CP), a lesão corporal 
será classificada como
• a) grave, caso resulte em enfermidade incurável.
• b) gravíssima, caso provoque debilidade permanente de 
membro, de sentido ou de função da vítima.
• c) grave, caso provoque dano estético definitivo na 
vítima.
• d) gravíssima, caso a vítima fique permanentemente 
incapacitada para o trabalho.
• e) gravíssima, caso provoque a aceleração do parto da 
vítima.
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• Grave: PIDA
• P- perigo de Vida;
• I - incapacidade p/ ocupações habituais por + de 30 dias;
• D - debilidade permanente de mebro, sentido ou função;
• A - aceleração para o parto.
• GRAVISSÍMA: PEIDA
• P - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
• E - enfermidade incurável;
• I - incapacidade permanente para o trabalho;
• D - deformidade permanente;
• A - aborto.
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• Dois veículos chocaram-se em um cruzamento. Em razão da 
colisão, um dos motoristas fraturou um braço, o que o 
impossibilitou de trabalhar por seis meses. O outro motorista 
teve uma luxação no joelho direito. O fato foi apurado pela 
delegacia local, restando cabalmente provado que os 
motoristas de ambos os carros concorreram para a colisão, 
pois um, em face da ausência de manutenção, estava sem 
freio, e o outro havia avançado o sinal e estava em velocidade 
acima da permitida. Assim, conclui-se que se trata de hipótese 
de:
• a) autoria colateral.
• b) compensação de culpa.
• c) lesão corporal culposa, preceituada no artigo 129, § 6º do 
CP.
• d) aberratio delicti .
• e) culpa consciente.
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• Quando mais de um agente realiza uma conduta sem que 
exista liame subjetivo entre eles, fica configurada a 
autoria colateral (ex.: A e B matam simultaneamente a 
vítima, sem que um conheça a conduta do outro). 
• Ante a falta de unidade de desígnios, cada um 
responderá pelo crime que cometeu, ou seja, no caso do 
enunciado da questão, cada um responderá pela lesão 
corporal que reciprocamente cometeu no outro, sendo 
importante registrar que nosso ordenamento jurídico não 
contempla a possibilidade de compensação de culpas.
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• Autoria colateral em crimes culposos 
• exemplos: 
• Exemplo 1 (crimes culposos paralelos): 'A' e 'B', pedreiros, deixam um viga de 
concreto cair do alto da construção e matam um pedestre. Cada um cometeu um 
homicídio culposo. 
• Exemplo 2 (crimes culposos recíprocos): '!\ e 'B', cada um dirigindo seu veículo 
imprudentemente, se envolvem em acidente e causam lesões corporais 
recíprocas. 
• Cada um responde pelo seu crime.
• Exemplo 3 (crimes culposos paralelos): 'N atropela culposamente 'B', 
derrubando-o ao solo. 'C', em seguida, causa a morte de 'B' por imprudência. 
• Cada um responderá pelo seu próprio delito. 
• pode ocorrer ainda autoria colateral incerta nos crimes culposos. 
• Exemplo: duas pessoas estão imprudentemente rolando pedras do alto de uma 
colina. Uma das pedras mata um pedestre e não se descobre de quem partiu a 
pedra. 
• Nenhum dos dois responderá por homicídio culposo (in dubio pro reo)
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