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Regular Online CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Civil Professor: André Barros Aulas: 13 e 14 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 1. Adimplemento obrigacional DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 1. Adimplemento obrigacional: (pagamento) 1.1. Conceito: é o cumprimento de toda e qualquer forma/espécie de obrigação (seja de dar, fazer ou não fazer). Trata-se também de meio de extinção da obrigação; 1.2. Espécies: a. Pagamento direto: cumprimento exato da prestação; b. Meios indiretos de pagamento: Pagamento indireto Regras especiais de pagamento c. Extinção da obrigação sem pagamento: por exemplo, a prescrição; d. Execução forçada: da prestação ou perdas e danos em juízo; 1.3. Requisitos de validade do pagamento direto: dará eficácia à extinção da obrigação; a. Existência de obrigação válida: se a obrigação não for válida o pagamento será indevido (hipótese em que o sujeito nada devia, ou no caso de realizar pagamento em excesso); b. Cumprimento da prestação; c. Animus solvendi: manifestação de vontade; d. Sujeitos: ativo (quem paga/solvens/pagador) + passivo (quem recebe/accipiens/recebedor); Quem pode pagar? Devedor: pessoa vinculada a relação jurídica base (tem responsabilidade civil); Terceiro interessado: pessoa que tem interesse jurídico e patrimonial no cumprimento da obrigação (tem responsabilidade civil). Ocorrerá de maneira automática/ de pleno direito (força da lei) a sub-rogação legal/art. 346/CC (o terceiro assume os direitos do credor originário com todos os privilégios, direitos potestativos, ações e garantias); Página 2 de 4 Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Terceiro não interessado: trata-se de interesse meramente moral, ou seja, não há interesse jurídico e nem responsabilidade civil. Poderá pagar a dívida em nome do devedor, em nome próprio (haverá apenas direito de regresso), ou ainda, em nome próprio com cláusula expressa de sub-rogação (art. 347/CC); Art. 347. A sub-rogação é convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. Quem pode receber? Credor: titular do crédito na relação jurídica base. Se o credor for incapaz, o solvens deve reter o pagamento até encontrar o representante (pagamento feito ao incapaz será convalidado se provar que reverteu em benefício dele, ou se ratificado pelo representante); Representante legal: tutor e curador; Representante convencional: mandatário e procurador; Credor putativo: sinônimo de credor aparente. Trata-se daquele que aparenta ser o verdadeiro credor aos olhos de quem paga. Se o pagamento for feito de boa-fé, será considerado válido e a obrigação será considerada extinta (casos de firme crença/ignorância de que está realizando o pagamento de forma correta). Caso contrário, vale a máxima “quem paga mal paga 2x”; 1.4. Prova do pagamento direto: se dá pela quitação. Quitação é o instituto jurídico em que a pessoa que está recebendo reconhece o cumprimento da obrigação, exonerando, portanto, o devedor desta. O recibo é a materialização da quitação. Quitação não é ato solene. Pode ser dada por instrumento particular. O recibo pode ser sempre dado. Não será necessária escritura. 1.5. Objeto do pagamento direto: dívida pecuniária - em regra, deverá ser paga em moeda corrente e pelo valor nominal (Princípio do Nominalismo). O aumento progressivo pode ser dar pelo aumento real (quando Página 3 de 4 se estipula aumento nas prestações) ou pelo aumento nominal (aplicação de índices, sobretudo, de inflação/correção/atualização monetária); Em regra, não se pode convencionar em ouro/moeda estrangeira, nem como fator de indexação. Há exceções, como, por exemplo, casa de câmbio; 1.6. Lugar do pagamento direto: as partes, como regra, tem a liberdade de estipular o local do pagamento. Na omissão do contrato, a obrigação deverá ser cumprida no domicílio do devedor – trata-se da obrigação quesível/querable. Se a estipulação for para o domicilio do credor, ou outro, tratar-se-á de obrigação portável/protable. Se o contrato estipular dois ou mais locais para o pagamento, excepcionalmente, a escolha será do credor. Se o pagamento for realizado reiteradamente em local diverso do combinado, gerará para o devedor a surrectio, e para o credor a supressio. 1.7. Meios indiretos de pagamento: a. Pagamento indireto: toda situação de pagamento que depende de um acordo de vontade entre as partes. É sempre ato bilateral. Exemplo: todas as formas de novação, dação em pagamento e pagamento em sub-rogação convencional; b. Regras de especiais de pagamento: quando a lei impõe os efeitos. É sempre unilateral. Exemplo: pagamento em consignação e pagamento em sub-rogação legal. 1) Pagamento em Consignação: trata-se do depósito da coisa devida, efetuado pelo devedor ou terceiro, interessado ou não, com o objetivo de extinguir a obrigação. O terceiro não interessado só poderá consignar em nome do devedor. Art. 334/335 do CC/02: Rol exemplificativo: Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. Art. 335. A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Página 4 de 4 2) Imputação do pagamento: é a indicação de qual dívida está sendo paga quando, entre o mesmo credor e o mesmo devedor, existir mais uma obrigação a ser cumprida. Em regra, quem imputa é o devedor; 3) Dação em pagamento: é a entrega de coisa diversa daquela devida, com o consentimento do credor. 4) Novação: é a criação de uma obrigação nova com o objetivo de extinguir a obrigação anterior. Poderá ser subjetiva/pessoal ativa ou passiva (na ativa substitui-se o credor, na passiva substitui-se o devedor) ou objetiva/real (substitui a prestação/sempre em momento anterior ao pagamento);
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