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Maurício Veroneze Fundamentos de Custos Adaptada por Roberto de Oliveira Santanna e Revisada por Antonio Roberto Costa (junho/2012) É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Fundamentos de Custos, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidisciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 5 1 CONTABILIDADE DE CUSTOS .......................................................................................................... 7 1.1 Natureza, Importância e Finalidade .........................................................................................................................7 1.2 Conceito da Contabilidade de Custos .....................................................................................................................8 1.3 Surgimento da Contabilidade de Custos ...............................................................................................................8 1.4 Objetivos da Contabilidade de Custos .................................................................................................................10 1.5 Localização da Contabilidade de Custos .............................................................................................................10 1.6 Conceitos Básicos em Custos ...................................................................................................................................11 1.7 Princípios Contábeis Aplicados à Contabilidade de Custos .........................................................................13 1.8 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................13 1.9 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................14 2 CUSTOS DIRETOS ....................................................................................................................................17 2.1 Material Direto ...............................................................................................................................................................17 2.2 Custo do Material Direto Adquirido ......................................................................................................................18 2.3 Inventários Periódicos e Permanentes .................................................................................................................20 2.4 Métodos de Avaliação de Estoques .......................................................................................................................23 2.5 Mão de Obra Direta .....................................................................................................................................................25 2.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................26 2.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................27 3 CUSTOS INDIRETOS ..............................................................................................................................29 3.1 Rateio dos CIFs ...............................................................................................................................................................29 3.2 Departamentalização .................................................................................................................................................31 3.3 Centro de Custos ...........................................................................................................................................................32 3.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................33 3.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................33 4 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV) ..........................................................................35 4.1 Apuração do CPV ..........................................................................................................................................................35 4.2 Etapas na Apuração e Contabilização do CPV ...................................................................................................36 4.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................37 4.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................38 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................39 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ........................................41 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................45 SUMÁRIO Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 Caro(a) aluno(a), Esta apostila não aborda, evidentemente, todos os tópicos correlatos à Gestão de Custos, mesmo porque esse assunto é bastante extenso, mas deve ser interpretada como material introdutório no seu aprendizado. Deverá ser complementada pelas aulas web, pelas aulas via satélite, pelos materiais de apoio disponibilizados pelo professor e, para quem pretende se aprofundar no assunto, em livros e arti- gos sobre o tema. O objetivo desta é apresentar os conceitos básicos da Gestão de Custos, com foco nas possibi- lidades de tomadas de decisão advindas do conhecimento nesta área. O profissional que utilizar essa ferramenta na administração das empresas estará à frente da concorrência e poderá alavancar resultados significativos na organização. Em suma, objetivos gerais desta apostila são: proporcionar a você conhecimentos necessários para a avaliação dos estoques, apuração do custo dos produtos vendidos/serviços, bem como para sua contabili- zação, isto é, os mecanismos de contabilização do custo industrial; e, também, as noções sobre custo depar- tamental e padrão. Enfim, objetiva-se capacitar você a participar na elaboração de informações gerenciais de custo como ferramenta na tomada de decisões. A Contabilidade deCustos visa a atender a três objetivos básicos: 1. Determinação do lucro – utilizando os dados dos registros convencionais de contabilidade, ou compilando-os de maneira diferente para que sejam mais úteis à administração; 2. Controle das operações e dos estoques, estabelecimento dos padrões e orçamentos, compa- rações entre custo real e o custo orçado e ainda previsões; 3. Tomada de decisões – formação de preços, quantidade a ser produzida, que produto produ- zir, corte de produtos, comprar ou fabricar. Toda empresa necessita de tais informações e o sucesso ou fracasso delas está relacionado direta- mente com as informações que possui de seus produtos e da formação de seus custos. Além disso, tomar decisões que interferem na sobrevivência da empresa sem que haja um conjunto de informações que deem suporte ao gestor é como navegar no escuro sem instrumentação adequada. Assim, utilizando-se desta contribuição, espera-se favorecer as tomadas de decisão da empresa com objetivismo e segurança, sob a luz analítica da composição dos custos, com busca permanente de um po- sicionamento de mercado crescentemente positivo, conforme as expectativas previamente definidas por essas organizações, evidenciando que as que não adotarem estratégias para obtenção de vantagem com- petitiva estarão fadadas ao pouco sucesso ou, até mesmo, à extinção. Explore com muita acuidade cada tópico e tentem associar cada tema ao dia a dia das empresas. Desejo que muito aprenda e que realize um excelente módulo, aprofundando seus conhecimentos e que para você seja o despertar de um novo tempo. Um forte abraço e bons estudos! Prof. Maurício Veroneze INTRODUÇÃO Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 Veja meu(minha) aluno(a), O objetivo de toda e qualquer organização é, sempre que possível, maximizar o retorno sobre os ativos, que, como consequência positiva, garan- te também a sobrevivência da empresa, tentando sempre ampliar a diferença entre comprar e ven- der, utilizando conceitos metodológicos e científi- cos, culminando com o melhor resultado possível. AtençãoAtenção Este é o ponto de partida para uma gestão focando a sobrevivência da organização. A contabilidade de custos, hoje, possui um papel fundamental nas empresas, pois, com a ade- quada apuração, a análise e o controle dos custos unitários, o administrador do negócio pode tomar decisões importantes, que visem a buscar um me- lhor posicionamento de mercado, rentabilidade e posicionamento competitivo. Na guerra pela sobrevivência no mundo dos negócios, é imprescindível o gerenciamento dos custos, sendo que a importância desse estudo se aplica aos produtos industrializados, ao setor de serviços, ao comércio e demais atividades. Existem inúmeras finalidades para se estudar e acompanhar os custos dentro da empresa, entre- tanto, pode-se destacar as mais utilizadas nas em- presas, como descrito a seguir: d) apuração dos custos unitários; e) avaliação dos estoques; f ) primeiro passo para a formação de preço; g) rentabilidade de produto, setor, mercado etc. 1.1 Natureza, Importância e Finalidade CONTABILIDADE DE CUSTOS1 Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 Contabilidade de custos é o processo rea- lizado com o uso dos princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio, de tal maneira que, com as informações obtidas da área de produção e de vendas, seja pos- sível à administração utilizar as contas para definir os custos de produção e de distribuição, tanto por unidade quanto no total, para um ou para todos os produtos fabricados ou serviços prestados, bem como para os custos das outras diversas funções do negócio, com a finalidade de obter operação eficiente e lucrativa. 1.2 Conceito da Contabilidade de Custos Até a Revolução Industrial, praticamente só existia a Contabilidade Financeira, que, desenvol- vida na era mercantilista, estava bem estruturada para servir às empresas comerciais. Na época, para se apurar o resultado de cada período e o posterior Balanço Final, bastava a apura- ção dos estoques físicos, visto que, para a apuração monetária, o contador simplesmente identificava o valor pago dos itens em estoque, valorizando a mercadoria. Com a diferença entre o estoque final e o inicial, adicionando a este as compras realiza- das no período, apurava-se a variação do estoque, identificando, assim, o Custo das Mercadorias Ven- didas (CMV), na clássica disposição a seguir: 1.3 Surgimento da Contabilidade de Custos Estoque inicial (Ei) (200 unid. X $ 1,00) $ 200,00 (+) Compras (C) (400 unid. X $ 1,00) $ 400,00 (+) (-) Estoque final (Ef) (100 unid. X $ 1,00) $ 100,00 (-) (=) Custo da Mercadoria Vendida (CMV) (200 unid. X $ 1,00) $ 500,00 (=) Deduzindo esse total das receitas obtidas na venda dessas mercadorias, chegava-se ao lucro bruto, do qual bastava deduzir as despesas do período, determinando, assim, a também clássica Demonstração de Resultados da empresa comercial, como segue: Vendas $ 1.000,00 (-) Custo das Mercadorias Vendidas Estoque Inicial $ 200,00 (+) Compras $ 400,00 (-) Estoque Final $ 100,00 ($ 500,00) (=) Lucro Bruto $ 500,00 (-) Despesas Comercial $ 100,00 Administrativa $ 40,00 Financeira $ 10,00 ($ 150,00) (=) Resultado Líquido $ 350,00 Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 Assim, foi desenvolvida uma nova fórmula para a apuração dos custos industriais, que consiste no seguinte: Saiba maisSaiba mais Saiba maisSaiba mais Após a Revolução Industrial, no século XVIII, tornou-se mais complexa a função do Con- tador, que não dispunha agora tão facilmen- te dos dados para valorizar os estoques; seu valor de “Compras” na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção uti- lizados. Estoque inicial (Ei) (10 un. x $1,00) $ 10,00 (+) Compras/Consumo de Matérias-Primas (C) $ 60,00 (+) Mão de Obra Direta (MOD) $ 30,00 (+) Custos Indiretos de Fabricação (CIFs) $ 30,00 (+) Impostos (somente os não recuperáveis – Inr) $ 20,00 (=) Produto Acabado ou Elaboração (PA/Pel) (140 un. x $1,00) $ 140,00 (-) Estoque Final do Produto Acabado (Ef) ( 10 un. x $1,00) $ 10,00 (=) Custo do Produto Vendido (CPV) (140 un. x $1,00) $ 140,00 AtençãoAtenção Quando não há processo de fabricação, o custo é chamado Custo da Mercadoria Vendi- da (CMV); já quando há processo de fabrica- ção, o custo de venda é denominado Custo do Produto Vendido (CPV). Fórmula matemática → Ei + (C + MOD + CIF + Inr) - Ef = CPV PA/Pel Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 A Contabilidade de Custos atua sobre a em- presa, seus produtos, seus serviços, os componen- tes operacionais e administrativos que compõem sua estrutura funcional e objetiva (normalmente, setores ligados ao segmento industrial e ao seg- mento comercial, que, numa empresa típica, consti- tuem suas atividades substantivas), seus segmentos de distribuição, as atividades especiais (transporte dos funcionários e serviço médico) etc. Sobre pla- nos alternativos, o contador de custos ajuda o ad- ministrador a escolher a melhor alternativa, como, por exemplo: a) ter um centro de processamento de da- dos ou fazer o serviço fora da empresa, b) ter sua própria frota de caminhões para a entrega dos produtos ou arrendar esses serviços; c) ter sua própria rede de distribuidores ou cuidar para que a distribuição seja feita por dis tribuidores independentes; d) programas (programas de redução de custos, de alimentação, de treinamento) e promoções (comerciais, institucionais e até promoções para melhorar ou manter a imagem da em presa). A Contabilidade de Custos, para cada um des-ses segmentos, deve preocupar-se em estudá-los, para ser capaz de produzir informações gerenciais de custos mais úteis para os diversos Gerentes ou encarregados que se responsabilizam pelo desen- volvimento de cada um desses segmen tos. Cabe aqui um pequeno esclarecimento: apesar de in- cluirmos os seg mentos de distribuição dentro dos componentes operacionais, eles são apresentados de forma destacada para as finalidades do estudo da Con tabilidade de Custos, porque são de extrema influência para o resultado econômico, em virtude de seus problemas específicos ainda não solucio- nados inteiramente para as finalidades de informa- ções Gerenciais de cus tos. Esses setores merecem um estudo à parte, mesmo porque constituem, hoje, escolas de estu- dos avançados de custos, fazendo parte de uma dis- ciplina independente. Nos Estados Unidos, cada vez mais são produzidos estudos a respeito dos Custos de Distribuição. Nesse sentido, a Contabilidade de Custos de Distribuição abrange estudos sobre os segmentos comerciais das empresas, como a Pes- quisa de Mercado, a Promoção, a Propaganda, a Venda, o Crédito, a Ar mazenagem, o Transporte, o Faturamento, a Cobrança e o Serviço de Produtos. Apresentaremos, nesta apostila, as técnicas dos custos de distribui ção. A contabilidade de custos está localizada dentro do departamento de Contabilidade; no en- tanto, é fato que, devido à importância do assunto, algumas empresas dedicam um departamento ex- clusivo aos custos. Veja um organograma completo na Figura 1. DicionárioDicionário Organograma: é uma representação gráfica da estrutura hierárquica da empresa. 1.4 Objetivos da Contabilidade de Custos 1.5 Localização da Contabilidade de Custos Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 Figura 1 – Contabilidade de custos: organograma completo. AtençãoAtenção Isso não significa que tal posicionamento deva ser obrigatório nas organizações. De- penderá, evidentemente, dos recursos da empresa. 1.6 Conceitos Básicos em Custos Quadro 1 – Conceitos básicos em custos. Gasto Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. Exemplo: Investimento, Despesas e Custos. Investimento Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro período. Exemplo: compra de ativo imobilizado – máquinas, equipamentos, softwares, desenhos, móveis e utensílios. Despesa Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Exemplo: salário da administração; compra de material de escritório, água na administração; energia elétrica na administração; comissões de venda; propaganda e marketing; CPMF, IOF e IPTU; depreciação com o escritório administrativo. Custo Gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, sendo separado em Custo Direto (CD) e Custo Indireto de Fabricação (CIF). Exemplo: custos com consumo de matéria-prima/materiais, custo com mão de obra direta e indireta, custos indiretos de fabricação, como água utilizada na produção, energia utilizada na produção, salário do gerente de produção. Custo de Aquisição Valor de entrada pela aquisição ou produção de bens e serviços. Exemplo: valor da nota fiscal da compra de uma matéria-prima sem os impostos recuperáveis. Custo de Produção Inclui o custo de aquisição dos materiais, acrescido dos demais gastos incorridos na produção (mão de obra, energia, manutenção etc.). Exemplo: matéria-prima + mão de obra direta + mão de obra indireta + outros custos indiretos de produção + impostos não recuperáveis. Fórmula C+MOD+CIF+Inr = Custo de Produção Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 Fonte: Martins (2003, p. 24). Custo dos Produtos Vendidos Valor gasto e incorrido no processo de produção dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receita de venda de produtos. Exemplo: Ei + (C + MOD + CIF + Inr) – Ef = CPV Custo da Mercadoria Vendida Valor dos gastos incorridos no processo de aquisição dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receita de venda de mercadorias. Exemplo: Ei + C – Ef = CMV Custo do Serviço Prestado Valor dos gastos incorridos no processo de prestação dos serviços para que a empresa gerasse receita de prestação de serviços. Exemplo: matéria-prima + mão de obra direta + mão de obra indireta + outros custos indiretos de prestação de serviço + impostos. Fórmula C+MOD+CI +I = Custo de Serviço Perda Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Exemplo: compra de matérias-primas (100 unid.), sendo utilizadas 10 unid. para ajustar a máquina (perda). Preço Valor de saída pela venda de bens produzidos ou serviços prestados. Exemplo: Custo de produção $ 10,00 Impostos $ 5,00 Margem de lucro $ 2,00 Preço de venda $ 17,00 Receita Produto da multiplicação da quantidade de bens vendidos ou serviços prestados pelo respectivo preço unitário. Exemplo: Preço de venda $ 17,00 x 10 unid. vendidas = Receita de venda $ 170,00. Classificação dos Custos Custos diretos (estudo aprofundado no Capítulo 2) São custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço e valorizados com relativa facilidade. Dessa forma, não necessi- tam de critérios de rateios para serem alocados aos produtos fabricados ou serviços prestados, já facil- mente identificados. Exemplos: custos materiais (matéria-prima) e mão de obra direta. Custos indiretos (estudo aprofundado no Capítulo 3) São os custos que, por não serem perfeita- mente identificados nos produtos ou serviços, não podem ser apropriados de forma direta para as uni- dades específicas, ordens de serviços ou produtos, serviços executados etc. Necessitam, portanto, da utilização de algum critério de rateio para a sua alo- cação. Exemplos: custos com água, energia elétri- ca e salários do gerente de produção. Custos fixos São custos que permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, in- dependendo do volume de produção, ou seja, uma alteração no volume de produção para mais ou para menos não altera o valor total do custo. Exemplos: aluguel da fábrica e salário do gerente de produção. Custos variáveis São custos que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. Dessa maneira, o total dos custos variáveis cresce à medida que o volume de atividade da empresa aumenta. Na maioria das vezes, esse crescimento no total evolui na mesma proporção do acréscimo no volume pro- duzido. Exemplos: materiais/matéria-prima e mão de obra direta. AtençãoAtenção Custos variáveis: são custos que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. Custos fixos: são custos que permanecem constantes dentro de determinada capacida- de instalada. Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 Princípio do Custo como Base de Valor Os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada. Enunciado: “O custo de aquisição de um ati- vo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a entidade representa a base de valor para a conta- bilidade, expresso em termos de moeda de poder aquisitivo constante.” Princípio da Realização da Receita Reconhecimento da receita quando da trans- ferência do bem ou serviço para terceiros. Enunciado: “A receita é considerada realizada e, portanto, passível de registro pela Contabilidade, quando produtos ou serviços produzidos ou pres- tados pela entidade são transferidos para outra entidade ou pessoa física com a anuência destas e mediante pagamento ou compromisso de paga- mento especificado perante a entidadeprodutora.” Princípio da Competência Após o reconhecimento da receita, deduz-se dela todos os valores representativos dos esforços para a sua consecução. Enunciado: “Toda despesa diretamente deli- neável com as receitas reconhecidas em determi- nado período, com as mesmas deverá ser confron- tada; os consumos ou sacrifícios de ativos (atuais ou futuros), realizados em determinado período e que não puderam ser associados à receita do pe- ríodo nem às dos períodos futuros, deverão ser descarregados como despesa do período em que ocorrerem.” Neste capítulo foi abordado o papel da Contabilidade de Custos nas organizações, bem como sua natureza, conceitos, objetivos e localização. Além disso, também foram identificadas outras definições, como das despesas, perdas, gastos, de- sembolsos, que, por consequência, nos levaram às análises de estoque. Também foram abordados os principais conceitos introdutórios relacionados a custos, separando os custos em Diretos e Indiretos, os quais estão associados ao produto, e, posteriormente, os Custos Variáveis e Fixos, os quais estão associados aos volumes. Essa separação é muito importante para com- preender como estão sendo alocados os recursos da empresa. Por fim, evidenciamos os Princípios Aplicados à Contabilidade de Custos. Bom meu caro(a) aluno(a), agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem os conteúdos descritos anteriormente, elaborando com muita acuidade e atenção os exercícios propos- tos a seguir, lembrando que ao final desta apostila você encontrará as respectivas soluções, ok? Vamos lá então? 1.8 Resumo do Capítulo 1.7 Princípios Contábeis Aplicados à Contabilidade de Custos Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 1. Calcule o custo das mercadorias vendidas e o lucro bruto de uma empresa que apresenta os seguintes valores nas operações com mercadorias: Estoque inicial $ 1.200; Compras $ 1.500; Devolução de vendas $ 200; Estoque final $ 1.400; Devolução de compras $ 200; Vendas $ 2.600; Despesas administrativas $ 60; Despesas financeiras $ 40. a) $ 2.700 e $ 100. b) $ 1.500 e $ 900. c) $ 1.300 e $ 1.100. d) $ 1.100 e $ 1.300. e) $ 900 e $ 1.500. 2. Sendo o Estoque Inicial de Produtos Acabados de R$ 500,00; a Produção Acabada de R$ 800,00; e o Estoque Final de Produtos Acabados de R$ 600,00, o valor do Custo de Produtos Vendidos será de: a) R$ 1.900,00. b) R$ 1.100,00. c) R$ 700,00. d) R$ 900,00. 3. A indústria Megaton S.A. está produzindo 90.000 unidades de seu único produto, com um cus- to variável unitário de $ 84,00 e custo fixo unitário de $28,00, apurados pelo método de custeio por absorção. Para atender à demanda de 125.000 unidades feita pelo mercado consumidor, ela passou a produzir 140.000 unidades do seu produto, mantendo inalterável a sua estrutura atual de custos. Considerando tais informações, o valor do estoque da Megaton, ao final do novo período produtivo, será, em reais, de: a) 1.080.000,00. b) 1.260.000,00. c) 1.530.000,00. d) 1.562.400,00. e) 1.680.000,00. 1.9 Atividades Propostas Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 4. Uma empresa tem um Custo Fixo mensal predeterminado no montante de $ 297.000,00. No mês de julho de 20x3, produziu 99.000 unidades de seu produto, incorrendo em $ 693.000,00 de Custo Variável. Considerando, alternativamente, uma produção de 74.250 unidades, o Cus- to Unitário da produção seria de: a) $ 10,00. b) $ 11,00. c) $ 12,33. d) $ 13,33. e) $ 12,00. 5. Os ativos devem ser contabilizados por seu valor original de entrada. Esta é a definição do: a) princípio da consistência. b) princípio da materialidade. c) princípio do custo histórico como base de valor. d) princípio da receita realizada. e) princípio do conservadorismo. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Os Custos Diretos são custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou ser- viço e valorizados com relativa facilidade. Dessa forma, não necessitam de critérios de rateios para serem alocados aos produtos fabricados ou servi- ços prestados, já facilmente identificados. Os custos diretos, normalmente, são aplica- dos somente nas entidades industriais e prestado- ras de serviço, pois as empresas comerciais utilizam a compra e venda do produto pronto. Cabe lembrar que, sempre que produzimos algo, teremos uma parcela de Custos Diretos (CD) + Custos Indiretos de Fabricação ou Prestação de Serviços (CIFs) + Im- postos não recuperáveis (Inr). Os custos diretos mais comuns nas empresas estão distribuídos em: a) materiais utilizados diretamente na pro- dução (chamados matéria-prima); b) mão de obra direta. O material direto é todo material utilizado na fabricação de um produto, identificado de forma clara, o qual será transformado e/ou utilizado num novo produto. Exemplo 1: vários Materiais Diretos utilizados em um único produto. Ovos Leite Farinha Exemplo 2: vários produtos e um único material direto. Bolo de chocolate Bolo de morango Bolo de fubá Exemplo 3: único material direto e um único pro- duto. Bolo de chocolate = material direto (chocolate em pó) Saiba maisSaiba mais Saiba maisSaiba mais Podemos ter: (1) diversos tipos de materiais diretos dentro de um único produto; (2) um material direto utilizado em vários produtos; e (3) um material direto utilizado em um úni- co produto. 2.1 Material Direto CUSTOS DIRETOS2 Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 O custo do material direto é obtido através da multiplicação da quantidade consumida x o preço unitário do material. Exemplo: a) compra de borracha à vista (desconside- rando os impostos) b) 400 kg de borracha x $ 0,10 kg = custo de material direto $ 40,00 Esquema de contabilização D – Estoque de Material Direto/Matéria-Prima C – Caixa/Banco $ 40,00 Posteriormente, estudaremos a movimenta- ção e avaliação dos estoques de material direto, em que se podem apurar custos diferenciados depen- dendo do critério de avaliação, como PEPS (Primei- ra que Entra, Primeira que Sai), UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou média ponderada. Vamos fazer um estudo de caso: a empresa Bolos Gostosos Ltda. produziu, durante determina- do mês, em que não havia nenhum tipo de esto- que inicial, 1.000 bolos de chocolate e 500 bolos de morango. Para elaborar esses produtos, ela teve os seguintes gastos: Ingredientes utilizados para produzir os bolos Quais serão os custos totais dos materiais diretos? Primeiramente, é necessário obter o resultado da multiplicação dos materiais diretos individual- mente e, em seguida, somar a coluna de custo total. Bolo de chocolate Bolo de morango Produto Bolo chocolate Bolo morango Custo unitário Ovos 84 dz. 4 dz. $ 1,00 a dz. Leite condensado 1.000 lt. 500 lt. $ 1,25 a lt. Chocolate 100 kg - $ 2,50 o kg Morangos - 50 cx. $ 3,50 a cx. Produto Bolo chocolate Custo unitário Custo total Ovos 84 dz. $ 1,00 a dz. $ 84,00 Leite condensado 1.000 lt. $ 1,25 a lt. $ 1.250,00 Chocolate 100 kg $ 2,50 o kg $ 250,00 Morangos - $ 3,50 a cx. - Total $ 1.584,00 Produto Bolo morango Custo unitário Custo total Ovos 4 dz. $ 1,00 a dz. $ 4,00 Leite condensado 500 lt. $ 1,25 a lt. $ 625,00 Chocolate - $ 2,50 o kg - Morangos 50 cx. $ 3,50 a cx. $ 175,00 Total $ 804,00 2.2 Custo do Material Direto Adquirido Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 As respostas, após os cálculos, são: a) Bolo de Chocolate: Custo de Material Di- reto = $ 1.584,00; b) Bolo de Morango: Custo de Material Dire- to = $ 804,00. Impostos Recuperáveis Na compra de qualquer material/matéria-pri-ma, identificamos, nas notas fiscais, impostos, sen- do alguns recuperáveis e outros não. Os impostos recuperáveis são aqueles que não geram custos para a empresa, uma vez que são compensáveis com os impostos incidentes sobre a venda e, mes- mo que não haja venda suficiente para compensar, o montante gerado na compra permanece no ativo da empresa. Para efeito deste estudo, os impostos recupe- ráveis abordados serão o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), sendo os demais aplicados de forma semelhante a esse processo. Exemplo: Compra de Material 500 pç. Total da Nota Fiscal $ 1.120,00 ICMS 18% $ 180,00 IPI 12% $ 120,00 DicionárioDicionário Imposto: é a imposição de um encargo finan- ceiro ou outro tributo sobre o contribuinte (pessoa física ou jurídica) por um estado. Qual é o custo efetivo do produto adquirido? Na ficha de controle de estoque, ficará da seguinte forma: Estoque inicial Compras Estoque final Quant. Valor unit. Valor total Quant. Valor unit. Valor total Quant. Valor unit. Valor total - - - 500 pç. $ 2,00 $1.000,00 500 pç. $ 2,00 $ 1.000,00 Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 Inventários Periódicos O Sistema de Inventário Periódico consiste em um sistema simples de apuração do Custo de Produção, pois não exige controles minuciosos, nem a utilização de pessoal especializado. É chamado Periódico porque o inventário (ou contagem individual dos itens) dos Materiais, dos Produtos Acabados e dos Produtos em Elaboração necessários para se apurar o Custo de Produção e, também, o Custo dos Produtos Vendidos só é levan- tado no final de um período (ano, semestre ou, até, mês). É um sistema que apura o Custo Global de Produção de um determina do período. Esse perío- do pode ser um mês, bimestre, trimestre, semestre ou ano, conforme o interesse da empresa. Como é permitido pela legislação fiscal e por ser prático e simples o seu registro, esse sistema é o mais utiliza- do pelas pequenas e médias indústrias para apurar o Custo Global da produção de um exercício (ano). Por esse sistema, a empresa industrial conhe- cerá o Custo de Produção de seus produtos somen- te no final do período a que se propõe efetuar os refe ridos cálculos. Por outro lado, por esse sistema dispensar a utilização de profissio nais especializa- dos em Contabilidade de Custos, não permite que a empresa conheça o Custo Unitário de Produção, a não ser que trabalhe com um único produto, pois, nesse caso, todos os custos serão atribuídos a esse produto. Exemplo: a empresa Bolos Gostosos Ltda., em 31 de dezembro de 20x5, apresenta a seguinte situação em relação aos custos industriais do ano: Estoques inicias (=) Materiais diretos Chocolate em pó......................$50.000 Materiais indiretos Materiais de embalagens........$10.000 Bolos em produção final x5 Chocolate................................$20.000 Compras e produção (+) Materiais diretos Chocolate em pó......................$20.000 Materiais indiretos Materiais de embalagens........$20.000 Bolos em produção no ano x6 Chocolate................................$80.000 2.3 Inventários Periódicos e Permanentes Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Estoques finais apurados por contagens e valorados em 31.12.x6 Materiais diretos Chocolate em pó......................$20.000 Materiais indiretos Materiais de embalagens........$20.000 Bolos em produção no ano x6 Chocolate................................$ - Utilizando as Fórmulas Bolo de chocolate Materiais diretos Ei + C – Ef = Consumo de materiais (durante o ano) $ 50.000 + $ 20.000 – $ 20.000 = $ 50.000 Materiais indiretos Ei + C – Ef = Consumo de materiais (durante o ano) $ 10.000 + $ 20.000 – $ 20.000 = $ 10.000 Formação dos custos de produção considerando mão de obra de $ 30.000,00: Materiais diretos + Mão de obra direta + Materiais indiretos = Custo de produção $ 50.000 + $ 30.000 + $ 10.000 = $ 90.000 Custos de produtos vendidos Ei + Produção – Ef = Custo do produto vendido (durante 20x6) $ 20.000 + $ 90.000 – $ 0,00 = $ 110.000 Inventário Permanente O sistema de Inventário Permanente é um sistema de apuração do Custo Unitário dos produ- tos fabricados pela empresa. Esse sistema necessita de funcionários especializados, bem como da ado- ção de controles que permitam o conhecimento do Custo Unitário dos pro dutos no momento em que são produzidos, sendo normalmente utilizado por empresas indus triais de grande porte. É chamado Permanente porque os custos dos estoques necessários para a apuração do custo dos produtos fabricados e do custo dos produtos vendi dos são atualizados permanentemente (diá- rio, semanal, mensal). Também é conhecido como Sistema de Custo Integrado, pois os controles são apurados, principalmente, através das fichas de controle de estoques e de outros elementos ou instrumentos de controle que caracterizam tal sis- tema. Pelo sistema Permanente, os Custos de Pro- dução são atribuídos aos produtos de acor do com o processo de fabricação desenvolvido na empre- sa, que poderá ser: a) por ordem (fabricação sob encomenda); b) por processo (fabricação complexa). Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 Exemplo por meio de ficha de estoques: a) para matéria-prima, note que a coluna com a seta é chamada Consumo de Matéria-Prima (MP): b) para produto em elaboração, note que a coluna com a seta é chamada Produto Acabado (PA): c) para produto acabado, note que a coluna com a seta é chamada Venda do Produto ou Custo do Produto Vendido (CPV): Estoque inicial Compras Consumo de MP Estoque final Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ - - - 100 2,00 200,00 - - - 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 100 4,00 400,00 - - - 100 4,00 400,00 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 - - - 100 4,00 400,00 50 4,00 200,00 50 4,00 200,00 Estoque inicial Compras PA Estoque final Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ - - - 100 2,00 200,00 - - - 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 100 4,00 400,00 - - - 100 4,00 400,00 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 - - - 100 4,00 400,00 50 4,00 200,00 50 4,00 200,00 Estoque inicial Compras Vendas/CPV Estoque final Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ - - - 100 2,00 200,00 - - - 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 100 4,00 400,00 - - - 100 4,00 400,00 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 - - - 100 4,00 400,00 50 4,00 200,00 50 4,00 200,00 Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 PEPS/FIFO (First In First Out) Método utilizado para avaliação de estoque através do processo no qual o Primeiro produto que Entra no estoque é o Primeiro que Sai do es- toque. Veja exemplo no tópico Comparação entre os métodos de avaliação. UEPS/LIFO (Last In First Out) Proporcionalmente inverso ao PEPS, este mé- todo avalia o estoque através do processo no qual o Último produto que Entra no estoque é o Primeiro que Sai. Para efeitos fiscais, este método não é aceito pelo fisco no Brasil, devido à diminuição provisória do lucro da empresa; entretanto, podemos utilizá- -lo para efeito gerencial. Veja exemplo no tópico Comparação entre os métodos de avaliação. Média Ponderada Para este método, o estoque é avaliado atra- vés da divisão: custo final pela quantidade final do estoque. Veja exemplo no tópico Comparação en- tre os métodos de avaliação. Comparação entre os Métodos de AvaliaçãoA seguir, faremos a comparação entre os mé- todos PEPS, UEPS e média ponderada. Para tanto, foram identificados os seguintes lançamentos: a) compra de 100 unidades pelo preço de $2,00; b) compra de 200 unidades pelo preço de $4,00; c) venda de 150 unidades pelo preço de $10,00. PEPS Fórmula Quant. Valor Estoque inicial - - (+) Compras 200 600,00 (-) Estoque final 50 200,00 (=) Custo de venda 150 400,00 Estoque inicial Compras Vendas Estoque final Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ - - - 100 2,00 200,00 - - - 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 100 4,00 400,00 - - - 100 4,00 400,00 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 - - - 100 4,00 400,00 50 4,00 200,00 50 4,00 200,00 2.4 Métodos de Avaliação de Estoques Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 UEPS Fórmula Quant. Valor Estoque inicial - - (+) Compras 200 600,00 (-) Estoque final 50 100,00 (=) Custo de venda 150 500,00 Média ponderada Fórmula Quant. Valor Estoque inicial - - (+) Compras 200 600,00 (-) Estoque final 50 150,00 (=) Custo de venda 150 450,00 Comparação do resultado Estoque inicial Compras Vendas Estoque final Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ - - - 100 2,00 200,00 - - - 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 100 4,00 400,00 - - - 100 4,00 400,00 100 4,00 400,00 100 4,00 400,00 - - - 100 2,00 200,00 50 2,00 100,00 50 2,00 100,00 Estoque inicial Compras Vendas Estoque final Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ Quant. Un. Vr. $ - - - 100 2,00 200,00 - - - 100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 100 4,00 400,00 - - - 200 3,00 600,00 200 3,00 600,00 150 3,00 450,00 50 3,00 150,00 PEPS Média ponderada UEPS Receita $ 1.500,00 $ 1.500,00 $ 1.500,00 (-) Custo de venda $ 400,00 $ 450,00 $ 500,00 Lucro $ 1.100,00 $ 1.050,00 $ 1.000,00 Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 Conforme demonstrado, o método de avaliação PEPS aumenta o lucro da empresa, o UEPS diminui o lucro, logo não é aceito pelo fisco, e a Média Pondera- da é intermediária entre os dois métodos. AtençãoAtenção O método que NÃO é aceito pelo fisco é o UEPS, visto que, ao optar por este método, a empresa pagaria menos imposto em relação aos outros métodos que ela poderia adotar. A Mão de Obra Direta é todo o custo aplicado no produto de forma clara e facilmente identifica- da, podendo ser calculada através de horas traba- lhadas ou um montante em valor do salário da pes- soa que está na produção daquele produto. Para calcular o valor do custo utilizando ho- ras trabalhadas, é necessário estabelecer qual a forma de cálculo, podendo ser a taxa de horas pre- determinadas ou as horas reais, ambas aplicadas no produto. A taxa horária unitária em valor é ob- tida através de folha de pagamento ou recibo de pagamento de autônomo, de forma que o total do salário é dividido pela quantidade de horas traba- lhadas no mês do cálculo. Exemplo: salário mensal da cozinheira $ 500,00 / 220 horas trabalhadas no mês = $ 2,27. Conhecendo a taxa horária unitária em va- lor é necessário, então, escolher o tipo de taxa de horas que será utilizado na produção, podendo ser horas predeterminadas ou horas reais. Nesse con- texto, a taxa predeterminada é a quantidade de horas determinada por cálculos efetuados na pro- dução, sendo que, independentemente das horas reais gastas, a taxa será a mesma. A vantagem deste método é que ele é de fácil apuração, além de gerar o custo da mão de obra antes mesmo de ser produzido; já a desvantagem é que não apresentada fidelidade, pois poderá haver horas perdidas ou ganhas não apuradas. Exemplo – quantidade de bolos: 1ª produção 10 unidades 2ª produção 70 unidades Taxa horária unitária em valor = $ 2,27 Taxa predeterminada de 1 hora para cada unidade 1ª produção 10 unidades x 1 hora = 10 horas x $ 2,27 Taxa horária = $ 22,70 2ª produção 70 unidades x 1 hora = 70 horas x $ 2,27 Taxa horária = $ 158,90 Total = 80 horas x $ 2,27 Taxa horária = $ 181,60 2.5 Mão de Obra Direta Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 As horas efetivamente gastas, obtidas através de outros apontamentos, totalizam 60 horas, não sendo considerada a ociosidade ou ganho na pro- dução. Assim, o custo real seria: 60 horas x $ 2,27 = $ 136,20 (custo real da produção). Por sua vez, a taxa real é as horas gastas na produção, obtidas através de apontamentos em relatórios. A vantagem deste método é a precisão das horas, sendo a apuração do valor real; já a des- vantagem é o processo de controle interno rigoro- so, necessário para manter os apontamentos em ordem e, também, com a fidelidade necessária. Exemplo – relatório de apontamento de horas: Produção de 10 unidades de bolos 20 horas Produção de 70 unidades de bolos 40 horas Taxa horária unitária em valor $ 2,27 60 horas gastas x $ 2,27 taxa horária = 136,20 O método montante em valor talvez seja o menos utilizado nas empresas, pois é obtido através de um valor determinado, independente- mente das horas ou quantidades produzidas. Sua vantagem é a apuração simplista, entretanto, a desvantagem é a possibilidade de distorções gra- ves na apuração do custo de mão de obra. Exemplo – para produzir 10 unidades de bolos de chocolate, foram apurados os seguintes dados: Valor pago no mês para a produção $ 500,00 Custo da mão de obra = $ 500,00 Neste capítulo, foi abordado com mais profundidade os conceitos de Custos Diretos, complemen- tado com os conceitos de Material Direto e de como se contabiliza tais materiais. Mais adiante, abordamos os conceitos de Inventário Periódico e Permanente para apuração dos custos dos produtos, aplicações essas a serem adotadas pela empresa de acordo com suas exigências de controle. Na sequência, abordamos os métodos de apuração dos estoques e seus impactos na organização, com foco no estudo do PEPS, UEPS e Preço Médio. E, por fim, desenvolvemos estudos a respeito da Mão de Obra Direta no final deste capítulo. Bom meu(minha) caro(a) aluno(a), agora que terminamos mais este capítulo, vamos verificar o seu grau de aproveitamento do que foi descrito anteriormente, elaborando com muita acuidade e atenção os exercícios propostos a seguir, lembrando que ao final desta apostila você encontrará as respectivas soluções, ok? Bom trabalho. 2.6 Resumo do Capítulo Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 1. Uma empresa fabrica um produto que utiliza dois tipos de matérias-primas, pesando 2,50 kg, sendo 1,40 kg de Matéria-Prima A e 1,10 kg de Matéria-Prima B. O método utilizado pela em- presa para valorar seus estoques é o do Custo Médio Ponderado Móvel. Em agosto de 20x2, os custos unitários das requisições foram: Matéria-Prima A = $ 276,00/kg e Matéria-Prima B = $ 632,00/kg. Durante o processo de fabricação, existe uma perda de 8% na quantidade requi- sitada de matéria-prima. O Custo da Matéria-Prima para cada unidade do produto fabricado é de: a) $ 454,00. b) $ 587,83. c) $ 908,00. d) $ 1.175,65. e) $ 875,92. 2. Pelo sistema de controle de estoques UEPS, podemos dizer que: a) As últimas unidades, provavelmente adquiridas por um preço maior, serão as primeiras a se- rem baixadas, aumentando o custo, diminuindo o lucro e, consequentemente, os impostos. b) As últimas unidades, provavelmente adquiridas por um preço menor, serão as primeiras a serem baixadas, aumentando o custo, diminuindo o lucro e, consequentemente, os impos- tos. c) As primeiras unidades, provavelmente adquiridas por um preço maior, serão as primeiras a serem baixadas, diminuindo o custo, aumentando o lucro e, consequentemente, os impos- tos. d) As primeiras unidades, provavelmente adquiridas por um preço menor, serãoas primeiras a serem baixadas, aumentando o custo, diminuindo o lucro e, consequentemente, os im- postos. e) É o único método aceito pelo fisco. 2.7 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 Os custos indiretos são valores que não são identificados de forma clara e objetiva nos produ- tos a serem fabricados. Exemplo – conta de energia elétrica de $ 1.000,00: na produção de 50 bolos, sendo 10 de chocolate, 5 de morango, 5 de nozes e 10 de baunilha, devido à falta de um apontamento que mede a quantidade de horas que a batedeira trabalhou para cada bolo, temos um custo indireto, ou seja, não sabemos dizer com precisão se o bolo de chocolate gastou mais energia elétrica do que o bolo de nozes. Assim, todas as vezes que houver mais de um produto e um item de custo comum a todos, não sendo possível a apropriação em cada um, de forma direta, teremos os Custos Indiretos de Fa- bricação (CIFs) ou Custo Indireto de Serviço (CIS). Como fazer, então, para apropriar de forma objetiva nos diversos produtos os CIFs? A maneira mais utilizada é o método de rateio, que veremos no próximo item com mais detalhes. O método de rateio é a divisão de forma pro- porcional dos CIFs, às vezes de forma homogênea ou por critérios definidos pelo contabilista respon- sável pelos custos, junto à direção da empresa. 1) Exemplo de rateio pela simples divisão: Conta de energia elétrica $ 1.000,00 Produção 30 bolos (vamos dividir o valor em 4 pro- dutos): 10 de chocolate = $ 250,00 de CIF de energia 5 de morango = $ 250,00 de CIF de energia 5 de nozes = $ 250,00 de CIF de energia 10 de baunilha = $ 250,00 de CIF de energia Total do CIF $ 1.000,00 = Total da energia elétrica Será que 5 bolos gastam a mesma quantidade de energia que 10 bolos? 2) Exemplo de rateio pela quantidade produzi- da: Conta de energia elétrica $ 1.000,00 Produção 30 bolos Saiba maisSaiba mais Saiba maisSaiba mais Podemos fazer a distribuição desses custos de diversas maneiras, entretanto, por ser um critério subjetivo e impreciso, qualquer tipo escolhido poderá favorecer mais um produ- to e prejudicar outro, ou seja, não há um mé- todo mais correto, mas sim um que seja mais próximo da realidade possível. 3.1 Rateio dos CIFs CUSTOS INDIRETOS3 Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 2.1) Encontrar a proporção dos bolos produzi- dos: 10 de chocolate (10 bolos / 30 bolos = 0,33 ou 33%); 5 de morango (5 bolos / 30 bolos = 0,17 ou 17%); 5 de nozes (5 bolos / 30 bolos = 0,17 ou 17%); 10 de baunilha (10 bolos / 30 bolos = 0,33 ou 33%). 2.2) Utilizando esses percentuais, encontrar os custos rateados: 10 de chocolate = 33% x $ 1.000,00 = $ 330,00 de CIF energia elétrica 5 de morango = 17% x $ 1.000,00 = $ 170,00 de CIF energia elétrica 5 de nozes = 17% x $ 1.000,00 = $ 170,00 de CIF energia elétrica 10 de baunilha = 33% x $ 1.000,00 = $ 330,00 de CIF energia elétrica Total do CIF $ 1.000,00 = Total da energia elétrica 3) Exemplo de rateio pelas pás da batedeira: Conta de energia elétrica $ 1.000,00 Produção 30 bolos Batedeira para morango, chocolate e baunilha 2 pás Batedeira para nozes 4 pás 3.1) Encontrar a proporção pelas pás das bate- deiras: Chocolate (2 pás / 10 pás somando as 4 batedeiras = 0,20 ou 20%); Morango (2 pás / 10 pás somando as 4 batedeiras = 0,20 ou 20%); Nozes (4 pás / 10 pás somando as 4 batedeiras = 0,40 ou 40%); Baunilha (2 pás / 10 pás somando as 4 batedeiras = 0,20 ou 20%). 3.2) Utilizando esses percentuais, encontrar os custos rateados: 10 de chocolate = 20% x $ 1.000,00 = $ 200,00 de CIF energia elétrica 5 de morango = 20% x $ 1.000,00 = $ 200,00 de CIF energia elétrica 5 de nozes = 40% x $ 1.000,00 = $ 400,00 de CIF energia elétrica 10 de baunilha = 20% x $ 1.000,00 = $ 200,00 de CIF energia elétrica Total do CIF $ 1.000,00 = Total da energia elétrica DicionárioDicionário Rateio: é a distribuição dos custos pelos recur- sos envolvidos. 4) Comparação dos três métodos: Simples Quantidade Pás da batedeira Chocolate $ 250,00 $ 330,00 $ 200,00 Morango $ 250,00 $ 170,00 $ 200,00 Nozes $ 250,00 $ 170,00 $ 400,00 Baunilha $ 250,00 $ 330,00 $ 200,00 Total de energia $ 1.000,00 $ 1.000,00 $ 1.000,00 Podemos perceber, através da comparação, que os cálculos por quantidade de bolos e número que pás utilizadas não estão totalmente certos, nem totalmente errados. Para que se rateiem os Custos Indiretos de Fa- bricação gerados nos departamentos de serviços, vá- rios métodos podem ser adotados. Veja alguns deles: a) método direto: por este método, os cus- tos gerados nos departamentos de ser- viços são rateados diretamente para os departamentos produtivos benefi ciados pelos respectivos serviços. Assim, os de- partamentos de serviços não recebem custos de outros departamentos de ser- Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 viços, ainda que tenham sido beneficia- dos pelos serviços de alguns deles; b) método algébrico ou da reciprocida- de: por este método, reconhece-se a re- ciprocidade dos serviços prestados entre os departamentos. Recomenda-se evitar o seu uso, uma vez que ele incentiva a distribuição reflexiva. Assim, adotando este método, um departamento de ser- viços poderá receber, por trans ferência, parte do custo do próprio departamento que foi transferido para outro; c) método da hierarquização ou dos de- graus: consiste em fixar uma ordem de prioridade entre os departamentos de serviços; a partir dessa hierarquização, rateiam-se os custos gerados nos depar- tamentos de serviços entre eles. Por este método, o departamento que tiver seus custos transferidos não receberá custos de outros departamentos, ainda que te- nha sido beneficiado pelos serviços de alguns deles. Assim, o departamento que mais recebe custos por transferência é o que menos transfere. Adotaremos, no exemplo prático deste capí- tulo, o método da Hierarqui zação, que apresenta maior coerência na atribuição dos CIFs aos produ- tos. Exemplo: Acabamento Montagem Produção Almoxarifado Manutenção Aluguel 12.800,00 9.600,00 19.200,00 9.600,00 6.400,00 Energia Elétrica 3.000,00 5.000,00 3.500,00 4.500,00 2.000,00 Subtotal 15.800,00 14.600,00 22.700,00 14.100,00 8.400,00 Adm. Fábrica 1.260,00 2.520,00 2.100,00 2.100,00 420,00 Subtotal 17.060,00 17.120,00 24.800,00 16.200,00 8.820,00 Manutenção 3.528,00 2.646,00 1.764,00 882,00 (8.820,00) Subtotal 20.588,00 19.766,00 26.564,00 17.082,00 - Almoxarifado 5.978,70 6.832,80 4.270,50 (17.082,00) - Total dos CIFs 26.566,70 26.598,80 30.834,50 - - Departamento é a menor unidade adminis- trativa dentro de uma empresa industrial. Assim, a departamentalização consiste na apropriação dos CIFs desde os departamentos não produtivos até encerrar nos departamentos de produção, sendo eles distribuídos no produto. Exemplo: Água $ 1.000,00 Energia $ 500,00 a) Distribuir os custos de água: 10% admi- nistração, 50% montagem e 40% produ- ção; b) Distribuir os custos de energia: 30% ad- ministração, 20% montagem e 50% pro- dução; c) Do resultado, distribuir os custos da ad- ministração: 60% montagem e 40% pro- dução; d) Do resultado, distribuir 30% para bolo de chocolate e 70% para bolo de nozes. 3.2 Departamentalização Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 Produção Montagem Administração Total (a) Aluguel $400,00 $500,00 $100,00 $1.000,00 (b) Energia Elétrica $250,00 $100,00 $150,00 $500,00 Subtotal $650,00 $600,00 $250,00 $1.500,00 (c) Rateio da adm. Fábrica $100,00 $ 150,00 (-) $250,00 - Total dos CIFs Deptos. $750,00 $750,00 - $1.500,00 (d) Chocolate 30% $225,00 $225,00 - $450,00 (d) Nozes70% $525,00 $525,00 - $1.050,00 Total dos CIFs Produto $750,00 $750,00 - $1.500,00 AtençãoAtenção O valor dos custos indiretos totais sempre será o mesmo do começo ao fim do rateio e da distribuição; além disso, a linha de subto- tais ou totais deve ser igual quando somada na vertical ou na horizontal. O centro de custos é a menor unidade recep- tora de custos dentro de uma empresa; assim, po- demos dizer que um departamento é um centro de custos e, também, que dentro do departamento há diversos centros de custos. Exemplo: Departamento Financeiro Contabilidade Contas a pagar Contas a receber Tesouraria AtençãoAtenção Ao utilizar os rateios, deverá ser escolhido o método de distribuição de custos indiretos que mais se aproxime da realidade da em- presa, visto que qualquer método de rateio nunca é justo. 3.3 Centro de Custos Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 Neste capítulo, foram abordados com mais profundidade os Custos Indiretos. Com isso, evidencia- mos os conceitos e executamos cálculos correlacionados a RATEIOS e os diversos métodos de distribui- ção de custos aos produtos fabricados. Foram também abordados conceitos pertinentes à Departamentalização e a Centros de Custos, necessidade essa que favorece análises mais detalhadas do destino e uso dos recursos financeiros das organizações. Bom meu(minha) caro(a) aluno(a), chegamos ao final de mais um capítulo. Seguindo o padrão das propostas anteriores, no sentido de apurar o grau de seu aprendizado, elabore com muita acuidade e atenção os exercícios propostos a seguir, lembrando que ao final desta apostila você encontrará as res- pectivas soluções, ok? Bons estudos. 1. Quando as máquinas utilizadas na produção têm diferentes potências e são aplicadas, cada uma, na fabricação de cada produto, a melhor base para o rateio do custo variável e indireto de energia elétrica é: a) Potência das máquinas. b) Área ocupada. c) Valor de aquisição das máquinas. d) Número de unidades produzidas. e) Energia elétrica consumida. 2. Os custos indiretos de fabricação da Fábrica de Velas Chama Quente S.A. totalizaram R$ 12.500,00 em um determinado mês. Efetue o rateio aos produtos conforme o custo direto e determine o custo total da Vela de Metro. a) R$ 19.880,00. b) R$ 14.200,00. c) R$ 16.700,00. d) R$ 16.480,00. e) R$ 26.700,00. Produtos Custo direto Vela de metro R$ 14.200,00 Vela colorida R$ 6.250,00 Vela perfumada R$ 10.800,00 3.4 Resumo do Capítulo 3.5 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 O CPV é o resultado do estoque inicial + os custos utilizados em matérias-primas + os custos de mão de obra + os custos indiretos de fabricação + os impostos não recuperáveis – o estoque final. Para apurar o CPV, é necessário conhecer as etapas discutidas nos itens 1, 2 e 3; então, teremos a seguinte demonstração de CPV: Demonstração do custo dos produtos vendidos 1. Estoque inicial de matérias-primas 100 2. (+) Compras de matérias-primas 1.000 3. (=) CUSTO DAS MATÉRIAS-PRIMAS DISPONÍVEIS 1.100 4, (-) Estoque final de matérias-primas 300 5. (=) CUSTO DAS MATÉRIAS-PRIMAS APLICADAS 800 6. (+) Mão de obra direta 400 7. (=) CUSTO PRIMÁRIO 1.200 8. (+) Outros custos diretos 8.1 Materiais secundários 80 8.2 Materiais de embalagem 30 8.3 Outros materiais - 8.4 Gastos gerais de fabricação diretos 110 9. (=) CUSTOS DIRETOS DE FABRICAÇÃO 1.310 10. (+) Custos indiretos de fabricação 10.1 Materiais indiretos - 10.2 Mão de obra indireta 100 10.3 Gastos gerais de fabricação Indiretos 350 450 11. (=) CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO 1.760 12. (+) Estoque inicial de produtos em elaboração 80 13. (=) CUSTO DE PRODUÇÃO 1.840 4.1 Apuração do CPV CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV)4 Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 14. (-) Estoque final de produtos em elaboração 140 15. (=) CUSTO DA PRODUÇÃO ACABADA NO PERÍODO 1.700 16. (+) Estoque inicial de produtos acabados 500 17. (=) CUSTO DOS PRODUTOS DISPONÍVEIS PARA VENDA 2.200 18. (-) Estoque final de produtos acabados 300 19. (=) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS 1.900 Saiba maisSaiba mais Saiba maisSaiba mais O custo dos Produtos Vendidos se refere ao total dos custos que foram utilizados na pro- dução correspondente ao que foi vendido. A contabilização dos custos segue um es- quema simples: a) Separação entre custos e despesas; b) Apropriação dos Custos Diretos aos Pro- dutos; c) Rateio dos Custos Indiretos. Para o esquema a seguir, foram apurados, na contabilidade geral, os seguintes dados: a) gasto utilizado para aquisição de Insu- mos que serão utilizados na produção; b) salários pagos aos operários na produ- ção; c) salários pagos a funcionários não ligados diretamente à produção, rateado para o produto XYZ à base de 20%; d) ativação dos gastos na forma de estoque; e) venda de todas as unidades do Produto XYZ. DicionárioDicionário Contabilizar: usado pela Contabilidade para de- signar o ato de registro de um fato monetário. 4.2 Etapas na Apuração e Contabilização do CPV Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 Neste capítulo, foi abordado mais especificamente assuntos correlacionados ao Custo dos Produ- tos Vendidos (CPV), seu conceito e etapas na apuração e contabilização. Lembrando que os resultados apurados pelas empresas se originam dos conceitos evidenciados neste capítulo e são válidos para qualquer tipo de organização, ou seja, as de transformação, de revenda ou prestadoras de serviços. O que muda é somente as terminologias específicas de cada uma. Bom meu(minha) caro(a) aluno(a), terminamos mais este capítulo. Dessa forma, vamos verificar se você fixou bem os conteúdos descritos anteriormente. Para tal, elabore com muita acuidade e atenção os exercícios propostos a seguir, lembrando que ao final desta apostila você encontrará as respectivas soluções, ok? AtençãoAtenção Após a apuração do CPV, esta informação será utilizada para a apuração do lucro bruto do período. Dessa forma, as apurações das informações de custo tornam-se relevantes para as organizações. 4.3 Resumo do Capítulo Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 38 1. Desconsiderando a incidência de impostos, determine o valor das Vendas e do Custo de Mer- cadorias Vendidas, utilizando os seguintes saldos: Estoque Final $ 30.000,00 Lucro Bruto $ 90.000,00 Estoque Inicial $ 20.000,00 Compras $ 60.000,00 Fretes e Carretos nas Compras $ 5.000,00 a) $ 90.000,00 e $ 105.000,00. b) $ 120.000,00 e $ 115.000,00. c) $ 145.000,00 e $ 55.000,00. d) $ 175.000,00 e $ 50.000,00. e) $ 154.000,00 e $ 50.000,00. 2. Considere que uma empresa fabrica dois produtos (X e Y) e que, no mês 08/20x1, foram fabri- cados 800 unidades de X e 1.100 unidades de Y. Os custos incorridos foram: Custos Fixos R$ 20.000,00 no período; Custos Variáveis X R$ 200,00 por unidade; Custos Variáveis Y R$ 300,00 por unidade; Preços de Vendas Produtos X R$ 220,00 por unidade; Preços de Vendas Produtos Y R$ 350,00 por unidade; Despesas Fixas R$ 10.000,00 no período. Com esses dados, calcule o lucro Operacional da empresa, supondo que toda a produção tenha sido vendida. a) R$ 16.000,00. b) R$ 55.000,00. c) R$ 71.000,00. d) R$ 41.000,00. e) R$ 14.000,00. 4.4 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 39 Prezado(a) aluno(a), Como mencionado no início desta apostila, o objetivo desta foi o de apresentar os conceitos bási- cos da Gestão de Custos, com foco nas possibilidades de tomadas de decisão advindas do conhecimento nesta área; o que muito colabora com o profissionalque utilizar essa ferramenta na administração das empresas, pois ele poderá estar numa situação mais confortável à frente da concorrência e poderá ala- vancar resultados significativos na organização. Esses fatores, associados e sendo avaliados sob os aspectos de uma metodologia moderna de admi- nistração e controle, resultantes das observações e das constantes mudanças econômicas mundiais e suas correlações a fatores como globalização, tecnologia, produtividade, limitação de capacidade, dificuldades e incertezas sobre investimentos, permitirão ou ampliarão as possibilidades de sucesso da organização. Como você observou, hoje, não bastam controles por anotações em pedaços de papel como no passado, mesmo porque a concorrência é implacável. Como vimos, um controle adequado de custos e de estoques, e um Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) elaborado com clareza muito ajudarão o gestor em sua caminhada na busca pela excelên- cia e pelo sucesso. Espero, com isso, ter colaborado em agregar mais conhecimento a você e induzido você a se ques- tionar sobre qual é o verdadeiro papel do gestor nas modernas organizações. Lembro que mais informações que possam complementar os assuntos abordados poderão ser en- contradas nas referências citadas no final desta apostila. Desejo-lhe muito sucesso e ousadia para novas conquistas. Forte abraço, Prof. Maurício Veroneze CONSIDERAÇÕES FINAIS5 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 41 CAPÍTULO 1 1. Alternativa D. CMV = EI + Compras – Devolução de Compras – EF = 1.200 + 1.500 – 200 – 1.400 = 1.100 Lucro Bruto = Vendas – Devolução de Vendas – CMV = 2.600 – 200 – 1.100 = 1.300 Comentários: Observe que para obter o cálculo do Lucro Bruto, necessita-se antes obter o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). Como estudado na apostila, basta considerar as variações ocorridas no período, somando-as aos Estoques Iniciais e subtraindo o Estoque Final. 2. Alternativa C. EI + Produção Acabada – EF = CPV R$ 500,00 + R$ 800,00 – R$ 600,00 = R$ 700,00 Comentários: Este é mais um exercício para apuração dos Custos dos Produtos Vendidos. Chama-se Custo dos Produtos Vendidos porque tal resultado é originado da fabricação e não simplesmente da revenda de mercadorias, como no exercício anterior. O processo é o mesmo, ou seja, soma-se ao Estoque Inicial o valor apurado da Produção e subtrai-se o Estoque Final. 3. Alternativa C. Produção – 90.000 unidades Custo variável – $ 34,00 Custo fixo total = $ 28,00 x 90.000 unidades Custo fixo total = $ 2.520.000,00 Produção..............140.000 unidades Demanda..............125.000 unidades Estoque.................15.000 unidades Custo fixo = $ 2.520.000,00 / 140.000,00 unidades = $ 18,00 unidade RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 42 Estoque Custo fixo 15.000 unidades x $ 18,00 = $ 270.000,00 Custo variável 15.000 unidades x $ 84,00 = $ 1.260.000,00 Estoque......................................................... = $ 1.530.000,00 Comentários: Lembre-se: quando se tratar de Custo Unitário, os Variáveis não irão se alterar quando houver mudanças de volume, ou seja, será sempre o mesmo custo unitário, visto que eles são pro- porcionais às mudanças de volume. Quanto aos Custos Fixos, serão fixos os Custos Totais; portanto, necessitamos identificar qual o total de Custos fixos no período. Esse cálculo é feito considerando a multiplicação do Custo Fixo pelo vo- lume inicialmente produzido. Como o total de Custo Fixo não se altera, basta agora calcular o novo Custo Fixo por unidade, sendo que, para tal, basta dividir pelo novo volume. Pronto. Temos agora o Custo Unitário Variável e o Custo Unitário Fixo, que totalizados ou individua- lizados deverão ser multiplicados pela quantidade em estoque, de forma a identificarmos o total de recurso financeiro estocado. 4. Alternativa B. Custo fixo $ 297.000,00 Custo Variável Unitário (CVU) = $ 693.000,00 / 99.000 unidades = $ 7,00/unidade Custo Fixo Unitário (CFU) = $ 297.000,00 / 74.250 unidades = $ 4,00/unidade Custo Unitário Total = CVU + CFU CT = $ 7,00 + $ 4,00 CT = $ 11,00 Comentários: Este exercício segue os mesmos princípios do exercício anterior. A variação de volume causa impacto somente nos custos fixos unitários, exigindo novo cálculo para apurá-los. Os Custos Variáveis unitários serão os mesmos, pois independem de mudanças nos volumes produzidos, vis- to haver proporcionalidade. Portanto, basta somá-los. 5. Alternativa C. Princípio do custo como base de valor: os ativos são registrados contabilmente por seu valor origi- nal de entrada. Enunciado: “O custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá- -lo em condições de gerar benefícios para a entidade representa a base de valor para a contabilida- de, expresso em termos de moeda de poder aquisitivo constante.” Comentários: O fisco exige o uso desse princípio na contabilização das informações. Evidente que, para a tomada de decisão, esse procedimento não é o mais indicado. Necessita-se sempre da atua- lização ao preço de reposição, o que torna o custo mais realista e o resultado também. Fundamentos de Custos Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 43 CAPÍTULO 2 1. Alternativa D. Matéria-prima A = 1,40 kg * R$ 276,00 = R$ 386,40 Matéria-prima B = 1,10 kg * R$ 632,00 = R$ 695,20 Total de custo = R$ 386,40 + R$ 695,20 = R$ 1.081,60 Esse custo é 92% da Produção, pois haverá perda no processo de produção, então: Custo por unidade do produto = R$ 1.081,60 / 0,92 = R$ 1.175,65 Comentários: Caro(a) aluno(a), cuidado nesta questão. Observe que a perda ocorrerá durante o pro- cesso produtivo; portanto, as quantidades de consumo identificadas não se referem a 100% da necessidade proposta e sim, a 92% dela. Consequentemente, basta apurar tal número. 2. Alternativa A. Comentários: As últimas unidades normalmente são adquiridas por um preço maior, principalmen- te se os estoques se mantiverem por mais tempo nas prateleiras. Dessa forma, no método UEPS, serão estas as primeiras a serem baixadas, o que acarreta aumento do custo em relação aos valores mais antigos, se fossem utilizados. Por consequência, diminui o lucro e os impostos. CAPÍTULO 3 1. Alternativa A. Comentários: Como qualquer método de rateio não é justo, então, deverá ser adotado o que mais se aproxime da realidade da empresa. Nesse caso, a potência das máquinas deve, de fato, distribuir mais acertadamente o gasto com energia elétrica. 2. Alternativa A. Soma dos custos diretos = R$ 14.200 + R$ 6.250 + 10.800 = R$ 31.250 = 100% Vela de metro = R$ 14.200 / R$ 31.250 = 45,44 % ou 0,4544 Custo indireto do produto vela de metro = 0,4544 X R$ 12.500 = R$ 5.680 Custo total do produto vela de metro = R$ 14.200 + R$ 5.680 = R$ 19.880 Comentários: Este exercício utiliza a proporcionalidade para identificar a base de distribuição dos custos. Observe que o total de custos indiretos será distribuído aos produtos de acordo com a proporcionalidade dos custos diretos, os quais foram identificados aos produtos obedecendo ao próprio conceito deles. Maurício Veroneze Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 44 CAPÍTULO 4 1. Alternativa C. CMV = EI + Compras + Fretes – EF = 20.000 + 60.000 + 5.000– 30.000 = 55.000 Vendas = CMV + Lucro = 55.000 + 90.000 = 145.000 Comentários: Para a solução deste exercício, basta apenas seguir os conceitos de apuração de resul- tados, considerando todas as informações que temos à nossa disposição e, por diferença, chegare- mos ao total das Vendas e do CMV. 2. Alternativa D. Comentários: Observe que o enunciado menciona não haver estoques, pois toda a produção foi vendida. Com isso, basta elaborar os cálculos necessários, multiplicandoas quantidades de vendas por cada informação identificada como custo variável. Cuidado apenas com os Custos Fixos. Para a solução do exercício, foi dividido igualmente para os 02 (dois) produtos os valores de Custo e Des- pesas Fixas. Não seria necessária tal divisão, pois, como o enunciado solicita a apuração do Lucro Operacional da empresa, poderíamos subtrair então da Receita o total apurado de Custo Variável e o Total de Custos e Despesas Fixas. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 45 BEULKE, R. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva, 2005. FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. São Paulo: Atlas, 1995. IBRACON, C. R. C. Custo como ferramenta gerencial. São Paulo: Atlas, 1995. IUDÍCIBUS, S. Contabilidade gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995. LEONE, G. S. G. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1997. ______. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas, 2000. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003. NAKAGAWA, M. Custeio baseado em atividades. São Paulo: Atlas, 1994. PEREZ JUNIOR, J. H. et al. Gestão estratégica de custos. São Paulo: Atlas, 2005. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos fácil. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006. TAVARES, R. F. Curso de controladoria: análise gerencial de custos e formação de preços pricing. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1993. REFERÊNCIAS
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