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09/04/2015 1 Desinfecção e Desinfetantes Prof. Tiago Marques dos Santos tiagorural@gmail.com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Curso de Zootecnia Desinfecção e desinfetantes ‐ Introdução Princípios básicos: • Limpeza e desinfecção; • Microrganismos patogênicos; • Baixa concentração no ambiente; • Diminuição de doenças. Deve ser abrangente e rotineiro Determinação dos níveis de risco de ocorrência de doenças em sistemas de exploração animal. Medidas higiênicas • Pessoas: banho e troca de roupa; • Controle de entrada de veículos em granjas; • Quarentena; • Destino adequado de animais mortos; • Destino adequado dos dejetos; • Outros manejos: matrizes pré‐parto, recém‐nascidos. Benefícios da desinfecção Diminui: • Doenças; • Animais refugos; • Despesas com medicamentos; • Despesas com mão‐de‐obra. Aumenta: • Produtividade. 09/04/2015 2 Desinfecção: • Controlar ou eliminar microrganismos patogênicos localizados no ambiente, utilizando processos químicos ou físicos. Desinfetante: • Substância química ou processo físico que elimina as formas vegetativas, mas não necessariamente as esporuladas de microrganismos patogênicos. Geralmente aplicados em objetos inanimados. Conceitos Germicida (microbicida): • Substância química ou processo físico capaz de destruir todos os microrganismos, inclusive a forma de resistência (esporos). Esporos de Clostridium tetani Esporos de Bacillus sp. Conceitos Antisséptico: • Substância capaz de impedir, pela inativação ou destruição, a proliferação de microrganismos. Antissepsia: • É o emprego de substâncias antissépticas. Normalmente utilizado em objetos animados. desinfecção. Conceitos Assepsia: • Conjunto das medidas adotadas para evitar a chegada de microrganismos a local que não os contenha; – Ausência de germes, ou de impurezas. Asséptico: • Relativo à assepsia; • Isento de germes patogênicos. Conceitos 09/04/2015 3 Sanitizante: • reduz o número de microrganismos até um nível seguro; • O termo se refere a condição de limpeza; • Não é necessário que seja germicida. Geralmente aplicado em alimentos. Conceitos Higienização de ovos Escolha do desinfetante Características desejáveis: • Germicida; • Amplo espectro; • Baixo custo; • Atóxico para o homem e animais; • Estável: matéria orgânica, pH, luz; • Solúvel em água; Características desejáveis: • Não conferir odor e/ou sabor aos alimentos; • Ter poder residual; • Fácil aplicação; • Ação rápida; • Não ser corrosivo; • Ser biodegradável. Escolha do desinfetante Principais métodos de desinfecção (técnicas) • Pedilúvio; • Rodolúvio; • Imersão (água em ebulição ou solução desinfetante); • Pulverização; • Aspersão; • Fumigação. 09/04/2015 4 Pedilúvio Desinfetante Desinfetante Rodolúvio Pré e Pós Dipping Desinfecção de Umbigo Imersão Pulverização EPI – equipamento de proteção individual 09/04/2015 5 Aspersão Método utilizado em galpão de criação de frangos Fumigação • Aplicação de substâncias gasosas capazes de destruir microrganismos; • É eficaz somente em construções que podem ser fechadas completamente. • Por exemplo: Incubatório. Eficácia dos desinfetantes • Concentração ou diluição do produto; • Tempo de atuação ou exposição; • Temperatura: a temperatura alta acelera o processo de desinfecção; • Presença de matéria orgânica; • Material a ser desinfetado: quanto mais poroso o material, menor a eficácia do desinfetante; • Sensibilidade e quantidade de microrganismos presentes no material ou ambiente a ser desinfetado; • Educação sanitária dos usuários. Importância da limpeza prévia • Remover matéria orgânica. Matéria orgânica Ex: sangue, pus, fezes, gordura. Diminui a ação dos desinfetantes. • Interferência: ‐ Reação química entre o desinfetante e o material orgânico: forma um complexo que é menos germicida ou não germicida; ‐Material orgânico: “capa”de proteção – barreira física. 09/04/2015 6 Limpeza prévia • Varredura (limpeza seca); • Remover fezes do piso (esterco), restos de alimentos dos comedouros e gordura; • Lavagem: água e sabão (detergente); • Desinfecção; • Vazio sanitário. Esquema “All in, All out” “Todos dentro, todos fora” 1º dia limpeza 2º dia desinfecção 3º dia (10 dias) Vazio Sanitário (Vazio das Instalações) Colocação de nova cama e equipamentos Pulverizar/Aspersão com formol 5% ou outro desinfetante e manter fechado por 24h Entrada de novo lote Saída do lote O período de “vazio das instalações” depende das características da doença que se queira prevenir ou controlar. Após a saída do lote de frangos para o abatedouro, remove‐se a cama e procede‐se a limpeza e a desinfecção do galpão. Após o vazio das instalações: entrada de um novo lote de pintinhos. Rodízio de desinfetantes • Objetivo: garantir eficiência na desinfecção e controle de resistência dos microrganismos. • Não se deve misturar, ou combinar desinfetantes: – Neutralização do poder desinfetante; – Reação química produzindo subprodutos tóxicos; – Risco de acelerar a resistência de determinados microrganismos . 09/04/2015 7 Desinfecção por agentes físicos Calor e radiações: • Calor: – Vapor à pressão ou ebulição; – Compostagem sólida (dejetos, carcaças); – Pasteurização; – Incineração ; – Vassoura de fogo. • Luz solar: – Raios ultravioleta Lâmpada de raios ultravioleta Mecanismos de ação dos desinfetantes • Coagulação de proteínas: calor, luz, formol, ácido fênico e álcool; • Oxidação: água oxigenada, iodo, cloro e permanganato; • pH: ácidos e bases fortes. Desinfecção por agentes químicos Fenóis: • Fenol ou ácido carbólico (primeiro anti‐séptico usado em cirurgias assépticas) – o fenol puro não é mais utilizado (toxidez, forte odor, absorvido por alimentos). • Cresol: creolina (10% de cresóis), lisol (50% de cresóis): usado na desinfecção de pisos, esgotos e instalações sanitárias; • Fenóis halogenados (hexaclorofeno): usados na destruição de Mycobacterium sp. Joseph Lister (1867)– o pai da cirurgia anti‐séptica, introduziu o ácido carbólico (fenol) na sala de operações de um hospital em Londres. Iniciou‐se a ciência da desinfecção (Bier, 1984). Desinfecção por agentes químicos 09/04/2015 8 Alcalinos (pH > 9 inibe o crescimento e desenvolvimento da maioria das bactérias – não destrói esporos). • Soda cáustica; • Carbonato de sódio ou “soda de lavar”; – Instalações e objetos: solução a 4%. • Cal (óxido de cálcio ou cal viva). – Baixo custo; – Instalações: pó e solução em água; – Pedilúvio (pessoas); – Leite de cal: 9kg de cal + 2,5 litros de água. Desinfecção por agentes químicos Aldeídos: • Formaldeído ou Formol; – Formalina ou formol: uso em pedilúvio p/ovinos e bovinos no controle de afecções do casco. Uso em instalações: 4 – 10%; – Fumigação: incubadoras, câmaras assépticas (ambientes fechados). O gás deve atuar por 8 a 10 horas. Desinfecção por agentes químicos Aldeídos: • Glutaraldeido: – Menos tóxico que o formol; – É ativo na presença de matéria orgânica; – É biodegradável. Usos: – Instalações; – Instrumentos cirúrgicos; – Equipamentos; – Salas de incubação de ovos. Desinfecção por agentes químicos Halogênios e seus derivados (germicida): • Iodo e Iodóforos (Iodophor): – Umbigo de recém‐ nascidos; – Instalações; – Tetos: prevenção e controle de mastite (antes e após a ordenha). Desinfecção por agentes químicos 09/04/2015 9 Halogênios e seus derivados • Cloro: – Inorgânicos (Hipocloritos e gás); – Orgânicos(cloraminas). Desinfecção por agentes químicos Fonte: Andrade, 1988. Apresentação: Pó e granulados. Fonte: Andrade, 1988. Cloro: • Indicação (Usos): – Tetos: prevenção e controle de mastite (antes da ordenha); – Equipamentos e utensílios de ordenha; – Tratamento da Água e em Indústria de Laticínios. Desinfecção por agentes químicos 09/04/2015 10 Clorexidina (Biguanidas): • Composto sintético. • Indicação (usos): – Tetos: controle de mastite (após a ordenha); – Equipamentos e utensílios. Desinfecção por agentes químicos Concentrações recomendadas para anti‐sepsia pré‐ordenha (“pré‐dipping”) e pós‐ordenha (“pós‐dipping”). Desinfetantes Cloro (%) Iodo (%) Corexidina (%) Pré‐dipping 0,8 a 1,2 0,1 Pós‐dipping 4 0,5 a 1,0 0,5 a 1,0 Fonte: Ribeiro, A.R. Desinfecção e desinfetante no prée pós‐dipping. In: III Encontro de Pesquisadores em Mastites, FMVZ, UNESP, Botucatu‐SP , 1999. p. 63‐69. Compostos de amônia quaternária: • Cloreto de benzalcônio e cloreto de benzetônio: – Baixa toxicidade, ação bactericida, boa estabilidade e pode ser utilizado na água de bebida dos animais. Desinfecção por agentes químicos Álcoois • Etanol (álcool etílico): – Usos: Anti‐séptico para pele e material clínico‐cirúrgico. Desinfecção por agentes químicos Anti-sepsia do teto: coleta de leite para exame microbiológico. 09/04/2015 11 Substâncias oxidantes: • Água oxigenada (H2O2); – Anti‐séptico e limpeza de feridas. • Permanganato de potássio. Compostos orgânicos naturais: • Extrato de sementes cítricas (Citrex®, Kilol®): pode ser aplicado por nebulização ou aspersão, não irritante para a pele e mucosas, tem poder germicida, é biodegradável, não altera o sabor dos alimentos. Não pode ser utilizado na água de bebida dos ruminantes (pH de 2 a 3). Desinfecção por agentes químicos +: Atividade do desinfetante −: Ausência de aƟvidade ±: Atividade limitada a condições especiais. Fonte: Código Zoosanitário Internacional –O.I.E. ‐1986. Propriedades dos desinfetantes Uso dos desinfetantes +: Atividade do desinfetante −: Ausência de aƟvidade ±: Atividade limitada a condições especiais. Fonte: Código Zoosanitário Internacional –O.I.E. ‐1986. 09/04/2015 12 • A utilização de desinfetantes desempenha uma função‐chave na rentabilidade de um sistema produtivo, contribuindo para a produção de alimentos de alto padrão e para a obtenção de um status sanitário adequado do rebanho, uma vez que a contaminação ambiental e o risco de doenças infecciosas são uma constante nas criações de animais. Considerações finais
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