Buscar

Sistema de Saúde no Brasil TEMA 01 A 04


Prévia do material em texto

Sistema de Saúde no Brasil
 Tema 01
Nesta aula, você estudará as origens do sistema de saúde brasileiro, levando em consideração os fatores que originaram a reforma do sistema de saúde, bem como identificará os marcos históricos da criação do Sistema Único de Saúde, mediante o conhecimento do significado da criação do SUS e o que isto representa para o sistema de saúde atual. Você será capaz de compreender como aconteceu a evolução na assistência à saúde no Brasil, e os acontecimentos políticos que influenciaram na evolução da assistência à saúde do cidadão brasileiro.
A História do Sistema de Saúde no Brasil A preocupação com a saúde data desde os primórdios da humanidade. Na antiguidade havia uma preocupação com a alma do enfermo e não com seu corpo, no qual o hospital tinha a função de uma “casa para hospedar” que abrigava, na maioria das vezes, os doentes sem chances de cura, recebendo o nome de “casa da morte”. A partir de 400 e 500 a.C., na Grécia, as práticas médicas e religiosas começam a se mesclar e no século II a.C., os hospitais passam a receber as pessoas com ferimentos das guerras. No Brasil, à época da Colonização, a assistência à saúde acontecia de acordo com a cultura local. Recorria-se a curandeiros e pajés que utilizavam ervas e plantas no tratamento das doenças, ou aos barbeiros que conheciam algumas das técnicas da medicina européia. A medicina erudita era praticada somente por médicos, cirurgiões e boticários e estava disponível apenas nas grandes cidades. As pessoas que não tinham acesso aos grandes centros eram atendidas por curandeiros, parteiras, sangradores, e aplicadores de ventosas. Ainda no período colonial, em 1543, foi fundada a primeira Santa Casa no Brasil, em Santos/SP e oferecia: assistência à saúde, promovida e sustentada pela sociedade, assistência privada para os que possuíam recursos e assistência Nesta aula, você estudará as origens do sistema de saúde brasileiro, levando em consideração os fatores que originaram a reforma do sistema de saúde, bem como identificará os marcos históricos da criação do Sistema Único de Saúde, mediante o conhecimento do significado da criação do SUS e o que isto representa para o sistema de saúde atual. Você será capaz de compreender como aconteceu a evolução na assistência à saúde no Brasil, e os acontecimentos políticos que influenciaram na evolução da assistência à saúde do cidadão brasileiro. CONVITEÀLEITURA PORDENTRODOTEMA 4 gratuita para os mais pobres. A manutenção da instituição era feita através de doações e legados testamentários, feitos por pessoas ou entidades. No século XIX percebeu-se a necessidade de limpeza e maior atenção à saúde na corte e arredores, devido à vinda da família real para o Brasil, o que favoreceu a vinda de médicos e a inauguração da primeira faculdade de medicina na Bahia. Posteriormente, criaram-se hospitais públicos com a finalidade de assistir a população com doenças consideradas perigosas para a sociedade da época, como o Hospital Psiquiátrico D. Pedro II. Fundou-se o Colégio Médico - Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador, em 1808, por Dom João VI e, também, a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro, anexa ao Real Hospital Militar. À época do Império ocorreu a centralização do poder imperial, com a diminuição da autonomia municipal. Surgiram epidemias, tais como, febre amarela e varíola. A atuação do Estado na assistência médica na época dava-se através da internação de doentes graves em lazaretos e enfermarias (improvisadas em tempos de epidemia) e internação dos loucos no Hospício de Pedro II. Pela Constituição de 1891, já no período republicano, cabia aos estados a responsabilidade pelas ações de saúde, de saneamento e de educação. Em 1896 foi criada a Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), vinculada ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Instituto Soroterápico Federal - Instituto Oswaldo Cruz (1908) - Fundação Oswaldo Cruz (1970). Nesta mesma época alguns marcos foram de grande importância para o contexto da saúde no Brasil, tais como a criação do Instituto Butantan, em São Paulo (1900), o saneamento da cidade do Rio de Janeiro, e o médico sanitarista Oswaldo Cruz assumindo a Diretoria Geral de Saúde Pública (1903) e promovendo a erradicação das três principais doenças infecciosas no Rio de Janeiro: • Febre Amarela: campanha contra os mosquitos, impedindo a contaminação com o isolamento dos doentes em hospitais, destruição dos focos dos mosquitos e forte vigilância sobre os casos isolados ou importados. • Peste: combatida pelo extermínio dos ratos e pela utilização de soro e vacina nas áreas de maior risco (produção pelo Instituto de Manguinhos). • Varíola: controlada pela ampliação dos níveis de vacinação da população (instituição da obrigatoriedade em 1904). As revoltas populares clamavam por uma assistência a saúde mais efetiva, o que levou, em 1923, por meio da Lei Eloy Chaves, serem instituídas as CAPs (Caixas de Aposentadorias e Pensões). PORDENTRODOTEMA 5 Para atender todas as categorias do operariado urbano, as CAPs foram substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), organizados por categoria profissional. Apenas em 1960 foi criado o Funrural para atender aos trabalhadores rurais. Na Era Vargas, muitos acontecimentos importantes marcaram a história da saúde no Brasil, como a criação do Ministério da Saúde em 1953, a reorganização dos serviços nacionais no Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) em 1956, a implementação da campanha nacional contra a lepra e das campanhas de controle e erradicação de doenças, como malária (1958–1964). Nesta época também foi realizada a 3ª Conferência Nacional de Saúde. À época do Governo Militar, houve a unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966. Com isso, a saúde pública foi relegada ao segundo plano (ineficiente). Este foi o período de maior expansão da assistência médica, financiada pela Previdência Social (1970), serviços médicos prestados pelas empresas privadas e pagos por Unidade de Serviço (US), considerado fonte de corrupção. A construção ou a reforma de inúmeras clínicas e hospitais privados com recursos da Previdência Social, associada ao enfoque na medicina curativa, foi concomitante à grande expansão das faculdades particulares de medicina por todo País. O INPS financiou a fundo perdido as empresas privadas que desejassem construir seus hospitais (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005). Na década de 1970, após a crise do capitalismo mundial, surgiu o movimento da “Reforma Sanitária”, no qual sanitaristas protestavam em consequência da grande exclusão social que ocorria na época. Na mesma década foi fundado o Previ Saúde, depois o INAMPS, IAPAS e LBA. A criação do SUS serviu como instrumento para a geração de novos programas e políticas assistenciais e cuidados com a saúde. Devido a esse cenário, em 1986, a reforma sanitária foi apresentada como principal projeto na VIII Conferência Nacional de Saúde, em Brasília, e deu origem ao SUDS – Sistema Unificado Descentralizado de Saúde, que recebeu as unidades do Inamps e era mantido mediante convênios firmados entre a União e estados e entre estados e municípios. Em 1988 foi promulgada a Constituição Federal, determinando em seu artigo 196 que: A saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. PORDENTRODOTEMA 6 Assista a série: História Recente do Brasil - Saúde Pública (Parte 1-7) Link: . Acesso em: 06/04/2014. Tempo: 9:27 • O vídeo, com duração de 9 min e 27 seg, descreve as transformações políticas, econômicas, demográficas e sociais que o Brasil passou nos últimos 40 anos e destaca que a reforma sanitária brasileira foi impulsionada pela sociedade civil, e não pelo governo, por partidos políticos ou por organizações internacionais.Leia a Lei nº 8.080, de 1990 (Lei Orgânica de Saúde) Link: . Acesso em: 06 abr. 2014. • Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde. Aprofunde o tema acessando: BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A Gestão do SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2015. 133 p. Link: . Acesso em: 25 maio. 2016. • A publicação contempla toda a mudança ocorrida no sistema de saúde até hoje, com temas que foram prioridades do CONASS nos últimos quatro anos. 
Questão 1 Leia o artigo 196 da Constituição de 1988 e reflita sobre a garantia de que todo cidadão brasileiro tem direito à saúde. Observe que, de acordo com o relatório final da 8ª Conferência Nacional de Saúde, a definição de saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. Após refletir sobre o tema, responda à seguinte questão: Você se considera com saúde? Se sua resposta for negativa, determine as condições que impedem que você se sinta com saúde.
Resposta: Resposta individual na qual o aluno deverá refletir sobre a amplitude do conceito saúde e as dificuldades de se manter com saúde.
Questão 2 No Brasil colonial a assistência à saúde acontecia de acordo com a cultura local. Como a população da época resolvia seus problemas de saúde?
 a) Recorria-se a médicos vindos da Europa que faziam uso de ervas e plantas no tratamento das doenças ou aos barbeiros que conheciam algumas das técnicas da medicina europeia. 
b) Recorria-se a curandeiros e pajés que se utilizavam de ervas e plantas no tratamento das doenças ou aos barbeiros que conheciam algumas das técnicas da medicina europeia.
 c) Recorria-se aos escravos que se utilizavam de ervas e plantas no tratamento das doenças ou aos pajés que conheciam algumas das técnicas da medicina europeia.
 d) Recorria-se a pessoas da corte que vinham da Europa e que utilizavam medicamentos no tratamento das doenças ou aos barbeiros que conheciam algumas das técnicas da medicina européia. e) Nenhuma das afirmações anteriores está correta.
Resposta: Alternativa B. No Brasil, à época da Colonização, a assistência à saúde acontecia de acordo com a cultura local. A medicina erudita era praticada somente por médicos, cirurgiões e boticários e estava disponível apenas nas grandes cidades. As pessoas que não tinham acesso aos grandes centros eram atendidas por curandeiros, parteiras, sangradores, e aplicadores de ventosas.
Questão 3 Em 1543 foi fundada a primeira Santa Casa no Brasil, em Santos/SP e oferecia assistência à saúde, promovida e sustentada pela sociedade, assistência privada para os que possuíam recursos, e assistência gratuita para os mais pobres. A respeito da evolução da saúde pública no Brasil, assinale a alternativa correta.
 a) Na década de 80 recorria-se a curandeiros e pajés que utilizavam ervas e plantas no tratamento das doenças ou aos barbeiros que conheciam algumas das técnicas da medicina europeia.
 b) Na década de 70 curandeiros, parteiras, sangradores, aplicadores de ventosas atendiam a população, pois só haviam hospitais particulares.
 c) A manutenção da Santa Casa de Santos-SP, quando foi inaugurada, era feita por doações e legados testamentários, feitos por pessoas ou entidades. 
d) Medicina Erudita: feita por curandeiros, parteiras, pajés. 
e) Na época da colonização, a assistência à saúde era cobrada, não havendo atendimento público. 
Resposta: Alternativa C. No período colonial, em 1543, foi fundada a primeira Santa Casa no Brasil, em Santos/SP e oferecia: assistência à saúde, promovida e sustentada pela sociedade, assistência privada para os que possuíam recursos, e assistência gratuita para os mais pobres. A manutenção da instituição era feita através de doações e legados testamentários, feitos por pessoas ou entidade
Questão 4 As revoltas populares solicitavam por uma assistência a saúde mais efetiva, o que levou, em 1923, por meio da Lei Eloy Chaves, serem instituídas as CAPs . O que eram as CAPs, e quem eram os favorecidos?
Resposta: Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP’s). A primeira CAP a ser criada foi a dos ferroviários, o que pode ser explicado pela importância que este setor desempenhava na economia do país naquela época e pela capacidade de mobilização que a categoria dos ferroviários possuía
 Questão 5 No início do século XIX, a falta de um modelo sanitário para o país deixava as cidades brasileiras a mercê das epidemias. No início desse século, a cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro sanitário caótico caracterizado pela presença de diversas doenças graves que acometiam a população. Iniciou-se, então, o Movimento Campanhista. Quais doenças este Movimento pretendia erradicar? 
Resposta:Febre Amarela: campanha contra os mosquitos, impedindo a contaminação com o isolamento dos doentes em hospitais, destruição dos focos dos mosquitos e forte vigilância sobre os casos isolados ou importados.
 Peste: combatida pelo extermínio dos ratos e pela utilização de soro e vacina nas áreas de maior risco (produção pelo Instituto de Manguinhos). 
Varíola: controlada pela ampliação dos níveis de vacinação da população (instituição da obrigatoriedade em 1904).
Neste tema, você observou que houve uma importante evolução nos conceitos de saúde ao longo dos anos, o que contribuiu para a reformulação do sistema de saúde brasileiro. Você analisou que durante um longo período de tempo, a população brasileira não teve acesso aos serviços públicos de saúde. Você viu também que o principal marco da criação do SUS foi a VIII Conferência Nacional de Saúde, que apresentou a Reforma Sanitária como seu principal projeto político. Além disso, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, estabeleceu a saúde como “um direito do povo e dever do Estado”, apresentando o SUS como sua política de ação, baseado juridicamente nas Leis nº 8.080 e nº 8.142. Com isso, pôde concluir a importância de seus princípios doutrinários e organizacionais para direcionar seu funcionamento. Você pôde relacionar que a falta de acesso aos serviços de saúde, a gestão desorganizada e a falta dos recursos foram fatores determinantes para a reformulação do sistema de saúde brasileiro.
Medicina erudita: práticas médicas realizadas na época colonial, somente por médicos, cirurgiões e boticários e estava disponível apenas nas grandes cidades. 
Assistência à saúde: o campo da assistência à saúde encerra um conjunto de ações levadas a efeito pelo SUS, em todos os níveis de governo, para o atendimento das demandas pessoais, individuais e coletivas e que é prestada no âmbito ambulatorial e hospitalar, bem como em outros espaços, como o domiciliar.
CAPs (Caixas de Aposentadorias e Pensões): a previdência social no Brasil deu seus primeiros passos com a Lei Elói Chaves, de 1923, que criou as Caixas de Aposentadorias e pensões (CAPs), as quais eram geralmente organizadas por empresas e empregados. As CAPs operavam em regime de capitalização, porém eram estruturalmente frágeis por possuírem um número pequeno de contribuintes e seguirem hipóteses demográficas de parâmetros duvidosos. Outro fator de fragilidade era o elevado número de fraudes na concessão de benefícios.
Reforma Sanitária: o termo “Reforma Sanitária” foi usado pela primeira vez no país em função da reforma sanitária italiana. A expressão ficou esquecida por um tempo até ser recuperada nos debates prévios à 8ª Conferência Nacional de Saúde, quando foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde.
Tema 02 A Indústria Farmacêutica no Brasil e as Organizações Sociais de Saúde Autoria: Mirna Coelho de Barros
Neste tema você irá estudar sobre o surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS), seus princípios e diretrizes que norteiam as ações de saúde no Brasil. Você aprenderá o que são Medicamentos Genéricos, Medicamentos Similares e MIPS, aonde são encontradose quais são as diferenças entre eles. Você estudará também o surgimento dos hospitais e das indústrias hospitalares no Brasil. Além disso, neste tema você entenderá qual é o papel dos gestores do SUS, bem como suas funções no âmbito da saúde, e entenderá as formas de gestão pública e privada.
A Indústria Farmacêutica no Brasil e as Organizações Sociais de Saúde Como tentativa de solucionar as dificuldades encontradas na assistência à saúde, foi criada a mais importante política de saúde do Brasil, o SUS (Sistema Único de Saúde). Sua criação ocorreu mediante a publicação da Lei Orgânica nº 8.080 e da Lei Complementar nº 8.142 que formam o arcabouço jurídico do SUS, apresentando seus princípios doutrinários e organizacionais: universalidade, equidade e integralidade, bem como a importância da participação social. Como objetivos do SUS, a Lei nº 8.080 define: • A identificação e divulgação dos fat 4 PORDENTRODOTEMA A criação do Sistema Único de Saúde (SUS), pela Constituição Federal de 1988, conforma o modelo público de ações e serviços de saúde no Brasil. A ação representou um importante ponto na evolução institucional do país e determinou um novo arcabouço jurídico-institucional no campo das políticas públicas em saúde (NORONHA et al., 2008). Contudo, o desenvolvimento do SUS também traz enormes desafios ao país, entre os quais se destaca a necessária ampliação de financiamento das ações e serviços do sistema para garantir a continuidade da política de inclusão social. É muito importante que você faça uma reflexão sobre o papel dos gestores do SUS. Os trabalhadores e usuários do sistema público de saúde, em seu cotidiano, se deparam com problemas de organização, funcionamento e qualidade dos serviços que prejudicam o acesso e o atendimento às necessidades de saúde da população. A clara e correta definição das responsabilidades pela gestão e implementação das políticas do SUS são importantes para garantir condições adequadas à concretização da saúde como um direito de cidadania, como refere a Constituição Federal de 1988. A Lei Orgânica de Saúde (LOS) (BRASIL, 1990) define que a direção do SUS é única em cada esfera de governo e estabelece, como órgãos responsáveis pelo desenvolvimento das funções de competência do Poder Executivo na área da saúde, o Ministério da Saúde no âmbito nacional e as secretarias de saúde ou órgãos equivalentes nos âmbitos estaduais e municipais. Assim, são reconhecidos como ”gestores do SUS” o ministro da Saúde e os secretários estaduais e municipais de Saúde. As funções do gestor do SUS podem ser definidas como um conjunto articulado de saberes e práticas de gestão necessários para a implementação de políticas na área da saúde, que devem ser exercidas de forma coerente aos princípios do sistema público de saúde e da gestão pública. Funções gestoras na saúde: • Formulação de políticas/planejamento. • Financiamento. • Regulação, coordenação, controle e avaliação (do sistema/rede, prestadores públicos e privados). • Prestação direta de serviços de saúde. 5 PORDENTRODOTEMA Os princípios doutrinários fixados pela Constituição de 1988 (universalidade, integralidade e equidade) orientam as ações para a prática da gestão do SUS, em conformidade aos itens relacionados como funções gestoras. A universalidade garante o direito à saúde, independentemente da capacidade contributiva ou de qualquer forma de pagamento. A integralidade da assistência à saúde deve promover ações que envolvam todos os níveis de complexidade e necessidades, desde a promoção e prevenção em saúde até os tratamentos mais complexos. A equidade consiste em dar prioridade àqueles com piores condições sociais e de saúde. Os princípios organizativos representam a forma de organização e operacionalização do sistema. A partir dos princípios doutrinários, os princípios organizativos definem as estratégias e os meios para concretizar os valores fundamentais do SUS. Os princípios organizativos também podem ser chamados de diretrizes do SUS e se referem aos processos que irão concretizar seus objetivos últimos. São eles: a descentralização, a regionalização e a participação social. A descentralização de ações e serviços de saúde identifica as peculiaridades e diversidades locais para se criar ou adaptar as estratégias para a resolução dos problemas, oferecendo também a ênfase à responsabilidade municipal. A regionalização e a hierarquia de serviços assistenciais objetivam a organização do acesso aos serviços e a otimização os recursos e equipamentos de saúde. A participação da comunidade é imprescindível na formulação e acompanhamento das políticas do SUS, como garantia para seu devido cumprimento. O exercício e a participação da iniciativa privada na saúde são previstos por lei, no artigo 199 da Lei nº 8.080. O mercado farmacêutico no Brasil vem crescendo a passos largos, e atualmente verifica-se que a biotecnologia é um mercado em expansão. O Brasil tem um mercado potencial de 180 milhões de pessoas, o que torna o nosso país atraente para os laboratórios internacionais. É importante frisar que ainda há mercado para ser explorado no ramo farmacêutico. Um braço da indústria farmacêutica são os medicamentos Genéricos. O acesso a medicamentos hoje em nosso país é caro, o que gera um problema que se agrava no Brasil, pois a maior parcela da população não possui renda para adquirir os medicamentos de alto custo. Os genéricos foram lançados em 2000 e já respondem por cerca de 12% das unidades comercializadas no país; pesquisas mostram que esse número continua crescendo. 6 PORDENTRODOTEMA Parte deste crescimento ocorre na credibilidade que esses medicamentos vêm ganhando; as autoridades brasileiras têm extremo rigor ao definir os marcos legais para a produção e comercialização dessa classe de medicamentos. Os genéricos são cópias fiéis de medicamentos de marcas cujas patentes já expiraram. A semelhança entre eles é garantida por testes em laboratórios e em seres humanos que asseguram que os genéricos têm o mesmo princípio ativo (AMORIM; PERRILO, 2006, p. 30). Eles são mais baratos, pois não precisam de patentes. Todos os genéricos são controlados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem ser identificados em sua embalagem. A legislação brasileira determina que os genéricos só podem ser vendidos pelo nome do princípio ativo, jamais podem exibir o nome fantasia em sua embalagem. Além dos genéricos e dos medicamentos originais, existem os medicamentos similares. Os similares também são cópias dos medicamentos originais, mas que não tiveram de ser submetidos à equivalência farmacêutica. Isso significa que não dispõem da garantia de eficácia e, por esse motivo, não podem ser substituídos pelos prescritos pelo médico. Existem também os medicamentos classificados como MIP (Medicamento Isento de Prescrição), que são aqueles que podem ser comprados sem receita médica, cuja aquisição é decidida pelo próprio consumidor. São medicamentos que têm sua venda autorizada pelo governo e controlada pelo GITE (Grupo de Indicações Terapêuticas Específicas). Os MIPs surgiram na década de 1960 devido à necessidade do mercado, em que as pessoas não tinham tempo nem recursos para ir a uma consulta médica. Paralelamente a esse conceito, o sistema de saúde economizou grandes valores com a diminuição de consultas. Os MIPs, assim como os genéricos, vêm mostrando uma tendência de crescimento contínuo desde seu surgimento; seus preços crescem menos que o dos produtos prescritos, principalmente por causa da concorrência e devido à regulamentação. Um medicamento só pode ser vendido sem prescrição após 5 (cinco) anos de vendas sob prescrição, período esse em que podem ser observados os efeitos colaterais das medicações. Devido à falta de acompanhamento público adequado à saúde, os princípios do SUS não estavam sendo cumpridos. Uma alternativa para esse problema surgiu em 1998, com a criação das Organizações Sociais de Saúde (OSS). São entidades privadas sem fins lucrativos, de reconhecida expertise em gestão de saúde, que gerenciam hospitaise ambulatórios públicos, com recurso e controle do Estado (AMORIM; PERILLO, 2006). As OSS foram formalizadas pela Lei complementar nº 846, de 4 de junho de 1998. 7 PORDENTRODOTEMA Segundo Meirelles (2002, p. 360-361), [...] o objetivo declarado pelos autores da reforma administrativa com a criação da figura das Organizações Sociais, foi encontrar um instrumento que permitisse a transferência para elas de certas atividades exercidas pelo poder público e que melhor o seriam pelo setor privado, sem necessidade de concessão ou permissão. Tratase de uma nova forma de parceria, com a valorização do chamado terceiro setor, ou seja, serviços de interesse público, mas que não necessitam ser prestados pelos órgãos e entidades governamentais. Entre os aspectos mais importantes da Lei Complementar nº 846, pode-se destacar: • A criação de um Contrato de Gestão, caracterizado como um acordo firmado entre o poder público e a entidade qualificada como OSS, que permite a definição das metas e do tipo de assistência à saúde a ser desenvolvido pelo serviço. • A existência de uma comissão de avaliação dos Contratos de Gestão, com representantes do Conselho Estadual de Saúde e da Comissão de Saúde e Higiene da Assembleia Legislativa e por profissionais especializados indicados pela Secretaria de Estado da Saúde, responsável por analisar os resultados obtidos com a execução do contrato. • A determinação que os hospitais gerenciados pelas Organizações Sociais de Saúde atendam exclusivamente aos pacientes do SUS. • A exigência de que a entidade tenha experiência de pelo menos cinco anos na administração de serviços próprios de saúde (SÃO PAULO, 2012). Em 2006, 19 hospitais e 3 laboratórios estavam sob a administração das OSS (AMORIM; PERILLI, 2006). Atualmente, 37 hospitais, 38 ambulatórios, 1 centro de referência, 2 farmácias e 3 laboratórios de análises clínicas são administrados por esta forma de gerenciamento (SÃO PAULO, 2012). Os hospitais gerenciados pelas OSS têm algumas autonomias que as unidades gerenciadas pelo governo não têm. De acordo com Gomes (s.d. apud OLIVO, 2005, p. 27) as Organizações Sociais têm autonomia para gerenciar os recursos e articular o processo de trabalho. Se um médico não apresenta desempenho satisfatório, por exemplo, pode ser substituído. Essa autonomia também se reflete na compra de materiais e equipamentos. Sem a necessidade de licitações, os procedimentos se tornam mais ágeis e produzem resultados em prazos mais curtos. 8 Olivo (2005, p. 26) destaca que podem as Organizações Sociais comprar material sem a necessidade de licitação, uma vez que não integram a Administração Pública. [...] No entanto, isso não significa que as Organizações Sociais possam aplicar os recursos públicos da forma como lhes convier. Conforme destaca o art. 4º, VIII, da Lei nº 9.637 de 1998, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser atribuições privativas do Conselho de Administração, dentre outras: VIII – aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o regulamento próprio contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação de obras, serviços, compras e alienações [...] (OLIVO, 2005, p. 26-27). Ao firmar um contrato entre a OSS e o Estado, existem algumas exigências que precisam ser cumpridas: • Pontualidade, exatidão e confiabilidade dos lados e informações geradas. • Constante acompanhamento do desempenho do prestador. • Avaliação quantitativa e qualitativa contínuas. • Relação transparente e de confiança entre as partes. • Qualificação e constante aprimoramento dos profissionais participantes do processo. Segundo Amorim e Perillo (2006), no final de 2001, a Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo deliberou pela implantação do sistema de custos hospitalares em alguns hospitais administrados pelas OSS. Essas unidades foram orientadas sobre a obrigatoriedade da implantação e sobre a emissão sistemática desses dados à Coordenadoria de Serviços de Saúde (CSS), órgão que compila e analisa as informações enviadas pelas unidades de saúde administradas pelas OSS. PORDENTRODOTEMA 9 Com o gerenciamento dos hospitais da rede pública sendo conduzido por uma empresa do terceiro setor, as decisões da saúde pública dos brasileiros foram descentralizadas, mas o processo de repasse de verba não o foi. A Norma Operacional Básica (NOB) do SUS marca tanto os primeiros passos de uma descentralização como estabelece formas rígidas de manutenção das estruturas de financiamento em estrutura federal. Segundo Amorim e Perillo (2006, p. 77), a NOB é a portaria do Governo Federal que define os objetivos e as diretrizes estratégicas para o processo de descentralização e de relações entre as esferas de governo. Essa portaria é extremamente necessária, visto que cada vez mais a administração hospitalar tende à descentralização.
Questão 1 A partir das definições legais estabelecidas pela Constituição Federal de 1988 e da Lei Orgânica de Saúde, se iniciou o processo de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), sempre de uma forma negociada com as representações dos Secretários Estaduais e Municipais de Saúde. Esse processo tem sido orientado pelas Normas Operacionais do SUS, instituídas por meio de portarias ministeriais. O que são Normas Operacionais, e quais as suas finalidades? 
Resposta: Normas Operacionais são instrumentos que orientam o processo de implantação do SUS. - Definem as competências de cada esfera de governo. - Definem as condições necessárias para que estados e municípios possam assumir as responsabilidades dentro do SUS. - Definem estratégias que reorientam a operacionalidade do Sistema. - Realizam avaliação periódica de implantação e desempenho do SUS.
Questão 2 Os termos gestão e administração referem-se ao ato de governar pessoas, organizações e instituições, política, portanto. Gestão diz respeito à capacidade de dirigir, isto é, confunde-se com o exercício do poder.
 A respeito da gestão na esfera federal, marque V para verdadeiro e F para falso, e assinale a alternativa que corresponde a sequência encontrada. 
(V ) Gestor é o Ministro da Saúde.
(V ) Formulação de políticas nacionais de saúde, planejamento, normalização, avaliação e controle do SUS em nível nacional.
(V ) Financiamento das ações e serviços de saúde por meio de aplicação e transferências intergovernamentais de recursos públicos arrecadados.
(F ) Formulação da política estadual de saúde, coordenação, planejamento, regulação complementar e controle do SUS em nível Estadual. 
(A) V, V, F, F
(B) F, V, F, V
(C) V, V, V, F
(D) F, V, V, V 
(E) F, V, V, F
Resposta: Alternativa C. A formulação da política estadual de saúde, bem como a coordenação, planejamento, regulação complementar e controle do SUS em nível Estadual é realizada pelo Gestor Estadual, e não Federal.
Questão 3 As Organizações Sociais de Saúde (OSS) são instituições do setor privado, sem fins lucrativos. Sobre as OSS, assinale V para verdadeiro e F para falso.
(V ) Atuam em parceria formal com o Estado e colaboram de forma complementar para a consolidação do Sistema Único de Saúde, conforme previsto em sua lei orgânica - Lei nº 8080/90.
(F ) As OSS foram formalizadas pela Lei Complementar n°846, de 19 de junho de 2000.
(V ) As Organizações Sociais têm autonomia para gerenciar os recursos e articular o processo de trabalho. 
(V ) Essa autonomia também se reflete na compra de materiais e equipamentos – sem a necessidade de licitações, os procedimentos se tornam mais ágeis e produzem resultados em prazos mais curtos.
Resposta: V, F, V, V. As OSS foram formalizadas pela Lei complementar n. 846, de 4 de junho de 1998.
Questão 4 O SUS foi criado pela Constituição Federal de 1988, regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/1990, e pela Lei nº 8.142/1990, que, dentre outros, trata da participação comunitária na gestão do SUS. Como se dá a participação social no SUS? Como a sociedade participa na elaboração das políticas de saúde no Brasil?
Resposta: Participação da sociedade: Conselhos de Saúde (presentesnos três níveis de gestão). A sociedade participa na definição das políticas públicas de saúde, no planejamento e no controle da execução das ações e serviços de saúde.
Questão 5 Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo. Quais as competências gerais e o papel dos gestores do SUS? 
Resposta: O Gestor tem a responsabilidade de comandar o sistema de saúde – municipal, estadual ou nacional. Exerce as tarefas de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria.
Neste tema, você compreendeu a história do sistema de saúde no Brasil, com foco no sistema atual – o SUS. Foram apresentados alguns dos tipos de medicamentos existentes, como os genéricos, similares, assim como suas diferenças. Você estudou a criação do SUS pela Constituição Federal de 1988 conforme o modelo público de ações e serviços de saúde no Brasil. Viu também que o desenvolvimento do SUS traz enormes desafios ao país, relacionados à sua gestão. Percebeu que as funções do gestor do SUS correspondem a um conjunto articulado de saberes e práticas de conhecimentos, que devem ser exercidos de forma coerente com os princípios do sistema público de saúde e da gestão pública, e que os princípios idealizadores e organizacionais do SUS orientam o gestor nas práticas de suas atribuições da gestão. Você também pôde identificar as regras existentes para que uma OSS possa estabelecer um contrato com o Governo. E, finalmente, pôde compreender, apesar da descentralização administrativa da unidade de saúde, que o setor financeiro continua vinculado à administração pública.
Medicamentos Genéricos: O medicamento genérico é aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, mesma via de administração e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança que o medicamento de referência no país podendo, com este, ser intercambiável. Medicamentos Similares: Medicamento similar é o medicamento autorizado a ser produzido após prazo da patente de fabricação do medicamento de referência ou inovador ter vencido, com o mesmo princípio ativo, concentração, forma farmacêutica, via de administração (injetável, oral, tópico etc.), posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Brasil ou órgão de federal responsável pela vigilância sanitária. Medicamentos similares são representados através de sua própria marca comercial, diferente dos medicamentos genéricos que são representados pelo princípio ativo. 
Regulação: tem como objetivo principal promover a equidade do acesso, garantindo a integralidade da assistência e permitindo ajustar a oferta assistencial disponível às necessidades imediatas do cidadão, de forma equânime, ordenada, oportuna e racional. Controle e Avaliação: o controle e avaliação a serem exercidos pelos gestores do SUS compreendem o conhecimento global dos estabelecimentos de saúde localizados em seu território, o cadastramento de serviços, a condução de processos de compra e contratualização de serviços de acordo com as necessidades identificadas e legislação específica, o acompanhamento do faturamento, quantidade e qualidade dos serviços prestados, entre outras atribuições.
Tema 03 Saúde Suplementar e Experiências de Gestão.
Nesta aula você estudará a saúde suplementar, conhecerá o seu conceito, e o seu histórico no Brasil. Identificará os serviços presentes neste sistema de apoio e as necessidades desse sistema no dia a dia da população. Você descobrirá como a Saúde Suplementar está presente na realidade brasileira e quais são os direitos e deveres dos clientes conveniados. Conhecerá também a importância da Agência Nacional de Saúde na regulação da saúde suplementar, entenderá os modelos de gestão de pessoas e as principais expectativas das pessoas em suas relações com as organizações e com seu trabalho.
Saúde Suplementar e Experiências de Gestão Devido à sua grande abrangência na prestação de serviços, o SUS tornou-se um dos sistemas de saúde pública de maior cobertura do mundo, o que resultou na organização de uma ampla rede de serviços e ações. O chamado “mercado de saúde” encontrou a possibilidade de oferecer serviços de saúde aos cidadãos que tenham mínima condição de pagar para ter o direito de usufruir de serviços de saúde, bem como todos os procedimentos ligados a intervenções e prescrições médicas, criando-se assim, o “terceiro setor”, ou a chamada, Saúde Suplementar. Desta forma, o terceiro setor tornou-se um aliado de grande peso para o SUS. Segundo a Constituição Brasileira, em seu artigo 199, ”a assistência à saúde é livre à iniciativa privada”. No seu parágrafo 1º, diz que ”as instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos”. Entende-se por saúde suplementar o conjunto de instituições e serviços privados que, na ausência ou ineficiência dos serviços equivalentes na rede pública, poderão, mediante convênio junto ao SUS, sob regulamentação da gestão 4 PORDENTRODOTEMA pública, disponibilizar seus serviços à população, de forma gratuita, sendo os valores dos devidos serviços cobertos pelos cofres públicos. Os atores desse campo da saúde suplementar, segundo Amorim e Perillo (2006, p. 86) são: • As operadoras, que podem ser divididas em medicina de grupo, seguradoras, filantropia, autogestão e cooperativas. • Os prestadores de serviços, que incluem, principalmente, os hospitais, os laboratórios de diagnose e os fornecedores de materiais e medicamentos. • A classe médica. • Os beneficiários ou usuários. A assistência privada tem por princípio ser complemento ou diferencial do modelo sustentado pelo estado. Considerando ser o sistema de saúde único, a saúde suplementar/privada passa a ser regulada pela Lei nº 9.656, de 1998. Observa resoluções do Conselho Nacional de Saúde Suplementar (CONSU) (multiministerial) e 5 1. O preço do plano tem de ser adequado à realidade do mercado. 2. No preço deve estar incluso o cálculo atuarial, com base nos custos assistenciais previstos, os riscos e a probabilidade de ocorrência ou prevalência da doença na massa de usuários. 3. Os aspectos contratuais da cobertura da assistência, assim como o reajuste anual de preços que são determinados pela ANS. Esses pontos são importantes para que a operadora possa oferecer um bom atendimento à população e para que os usuários conheçam um pouco da origem da formação de custos relativos à assistência. Além das cooperativas, existem outros modelos de Saúde Suplementar. Gestão de Pessoas Desde a Revolução Industrial até os dias de hoje, a gestão de pessoas permanece como um desafio. A concorrência entre corporações tem exigido que as empresas desenvolvam um diferencial competitivo. O diferencial competitivo e o diferencial de caráter mais permanente é a competência individual e organizacional. Para Dutra (2002), a gestão de pessoas é um conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e os indivíduos, para que ambos possam realizá-las ao longo do tempo. Nesse conceito, as principais mudanças nas empresas têm sido: • Trabalhos flexíveis e adaptáveis, gerando pessoas em constante adaptação. • Processos decisórios e ágeis, focados nas exigências de mercado. • Velocidade para entrar e sair do mercado local e global, demandando pessoas atualizadas. • Alto grau de competitividade, contribuindo para o contínuo aprimoramento e aperfeiçoamento. • Ainda nesse conceito, as principais expectativas das pessoas em sua relação com as organizações e com seu trabalho são: • Pessoas mais conscientes, mobilizadas pela autonomia e liberdade nas escolhas de carreiras. • Pessoas atentas às suas integridades física, psíquica e social, refletindo na sua relação com a empresa. • Pessoas com expectativa de vida maior, ampliandoseu tempo de vida profissional. PORDENTRODOTEMA 6 • Pessoas demandando oportunidades e desafios para sua contínua atualização. Os modelos de gestão de pessoas, segundo Fischer (2002), são classificados em quatro categorias principais, que correspondem a diferentes períodos históricos: • Gestão de pessoas articulado. • Gestão de comportamento. • Gestão estratégica. • Vantagem competitiva. O hospital é uma empresa de prestação de serviços, onde a busca pela melhoria da saúde é a qualidade percebida pelo paciente e seus familiares. É nesse cenário que se deve integrar os conceitos de competência e organização, para um vitorioso desafio na gestão de pessoas. 
Questão 1 A assistência privada tem como princípio ser complemento ou diferencial do modelo sustentado pelo estado (SUS). Na sua concepção, o que é saúde suplementar? 
Resposta: Entende-se por saúde suplementar o conjunto de instituições e serviços privados que, na ausência ou ineficiência dos serviços equivalentes na rede pública, poderão mediante convênio junto ao SUS, sob regulamentação da gestão pública, disponibilizar seus serviços à população, de forma gratuita, sendo os valores dos devidos serviços cobertos pelos cofres públicos.
Questão 2 A criação do Sistema Único de Saúde ocorreu em 1988, com a Constituição Federal do Brasil. Posteriormente, a Lei nº 9.656, sancionada em 3 de junho de 1998, marcou o início da regulamentação dos planos particulares de assistência à saúde. Elabore um pequeno texto sobre a necessidade da intervenção do Estado para a ampliação do acesso à população aos planos de saúde e seus serviços e ações como complementaridade ao SUS.
Resposta: Com a criação do SUS em 1988, que descentralizou o financiamento da prestação dos serviços de saúde, favorecendo as empresas particulares prestadoras de serviços médicos, passou-se a vender serviços para a rede pública de assistência à saúde.
Questão 3 A Primeira Cooperativa médica o Brasil foi:
 a) Santa Coop.
 b) CoopMed.
 c) Unicooper. 
d) Unimed.
 e) Coopanest. 
Resposta: Alternativa D. Justificativa: Criada para ser uma alternativa contra as medicinas de grupo baseadas no capital, a primeira cooperativa nasceu com a fundação da Unimed Santos (SP) pelo Dr. Edmundo Castilho, em 1967, logo seguida da fundação da Unimed Campinas.
Questão 4 Considere os seguintes itens:
 I. Pano de Saúde 
II. SUS
 III. Medicina de Grupo
 IV. ANS 
V. Filantropia 
Das Entidades apontadas, quais fazem parte do sistema de Saúde Suplementar do Brasil? 
a) I, II, III, IV e V. 
b) I, III e V. 
c) I, III, IV e V.
d) Apenas a II.
e) Nenhuma das alternativas.
Resposta: Alternativa C. Justificativa: As relações entre o sistema público e o setor privado de saúde no Brasil são muitas e remontam ao período anterior à criação do SUS, implantado em uma situação de preponderância do setor privado e de crise da previdência. Hoje o sistema funciona numa relação entre a vertente estatal, constituída por hospitais, redes de atenção básica, programas de saúde familiar, etc. e por uma vertente privada, contratada ou conveniada, constituída pelos serviços particulares, como hospitais, clínicas, laboratórios e consultórios, e pelos serviços prestados por planos e seguros de saúde, a chamada saúde suplementar.
Questão 5 Cite ao menos três “atores” da Saúde Suplementar. Dê o conceito de cada um deles.
Resposta: Planos de Saúde: é um produto oferecido para pessoas que buscam proteção para sua saúde. A medicina diagnóstica parte da consulta médica, ou do atendimento médico, voltada à identificação de uma eventual doença. Um conjunto de dados, formado a partir de sinais e sintomas, do histórico clínico, do exame físico e dos exames complementares (laboratoriais, entre outros), é analisado pelo profissional de saúde e sintetizado em uma ou mais doenças. A partir dessa síntese, é feito o planejamento para a eventual intervenção (o tratamento) e/ou uma previsão da evolução - prognóstico. Atenção Domiciliar à Saúde: são os atendimentos médicos em domicílio
Neste tema, você viu que a criação do SUS pela Constituição Federal de 1988 contemplou a participação da saúde privada para completar os serviços de saúde no Brasil e que a este grupo de instituições suplementares prestadoras de serviços de saúde chamou-se terceiro setor. Você também estudou que os atores desse campo da saúde suplementar são as operadoras, os prestadores de serviços, a classe médica, os beneficiários e o governo (serviços oferecidos e a ANS). Você viu que alguns fatos históricos contextualizaram as influências de poder entre os componentes do setor de saúde suplementar no Brasil, como por exemplo, o processo de industrialização nos anos de 1950. Finalmente, estudou que a gestão de pessoas é um conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e os indivíduos, para que ambos possam promover a melhoria contínua das relações no ambiente de trabalho e obter sucesso na prestação de serviços aos usuários.
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS): autarquia sob regime especial, vinculada ao MS, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro, prazo de duração indeterminado e atuação em todo território nacional, como órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades que garantem a assistência suplementar à saúde. 
Convênios: os convênios são projetos financiados pelo Ministério da Saúde, voltados para construções, reformas, aquisição de equipamentos, unidades móveis e/ou manutenção de hospitais. Esses convênios são firmados entre o ministério e entidades, fundações, hospitais, instituições filantrópicas, universidades, prefeituras e órgãos federais. Podem originar-se de Emenda Parlamentar ou de programas específicos do Ministério da Saúde.
Cooperativas médicas: os médicos (e outros profissionais de saúde) cooperados são, simultaneamente, sócios das cooperativas e prestadores de serviços. Nas cooperativas médicas, a vinculação dos usuários também se faz mediante pré-pagamento a planos individuais, familiares e empresariais.
Tema 04 Sistema de Saúde no Brasil: História, Estrutura e Problemas
Neste tema, você estudará sobre as origens da atenção à saúde no Brasil, bem como a evolução do SUS, desde a sua concepção até a sua implantação. Você identificará o atual modelo de assistência à saúde no Brasil, suas limitações e as perspectivas para o funcionamento do SUS, levando em consideração a importância da utilização racional dos recursos financeiros e financiamentos deste sistema. Você verá as atuais possibilidades, potencialidades e fragilidades do SUS diante de novos e constantes desafios que surgem.
Sistema de Saúde no Brasil: História, Estrutura e Problemas A evolução histórica das políticas de saúde no Brasil está relacionada diretamente com a evolução política, social e econômica da sociedade brasileira. A saúde nunca ocupou lugar central dentro da política brasileira, sendo sempre deixada na periferia do sistema. As ações de saúde propostas pelo governo têm procurado incorporar os problemas de saúde que atingem grupos sociais importantes de regiões socioeconômicas. A conquista dos direitos sociais, tais como saúde e previdência, tem sido resultado do poder de luta, de organização e de reivindicação dos trabalhadores brasileiros e, nunca uma dádiva do estado, como alguns governos querem fazer 4 Com a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, as questões de saúde passaram a ser levadas em consideração, instituindo-se o saneamento da capital, Rio de Janeiro, implantando o controle de navios e a preocupação com a saúde de portos, bem como a construção de novas estradas. Apesar disso, o controle sanitário era mínimo. À época da República Velha, 1889-1930, houve o predomínio das doenças transmissíveis: febre amarela, varíola, tuberculose, sífilis, e endemias rurais. O período do início do século XX até 1920 foi conhecido como Sanitarismo Campanhista, caracterizado por um modelo de inspiração militar que consistia no estilo repressivo de intervenção médica. Possuíacaráter coletivo, em que toda a população foi obrigada a aderir aos novos modelos de saúde. Período marcado por ações como saneamento dos espaços (portos) e controle das doenças que prejudicassem as exportações (peste, cólera e varíola). Oswaldo Cruz adotou o modelo das campanhas sanitárias destinados a combater endemias urbanas vacinação antivariólica, o que gerou protestos e a Revolta da Vacina. A Lei Eloy Chaves, em 1923, instituiu as CAP’s (Caixas de Aposentadorias e Pensões), que foi o marco inicial da Previdência Social no Brasil, garantindo aos trabalhadores beneficiados aposentadoria, pensão e assistência médica. Na Era Vargas, 1930-1964, houve o predomínio das doenças da pobreza (DIP) e aparecimento das doenças da modernidade. Houve, então, a criação dos IAP’s (Institutos de Aposentadorias e Pensões) em que os trabalhadores eram diferenciados por categorias: marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), transportes e cargas (IAPETEC), servidores do estado (IPASE). Todos os beneficiários tinham direito a aposentadoria, pensão e assistência médica. Na época do Regime Militar, em 1977, houve a criação do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), consequentemente, uma privatização das ações curativas. O pagamento era realizado por quantidade de atos médicos, quase inexistia controle ou regulação. Em 1983, foram criadas as Ações Integradas de Saúde, as AIS, que evoluíram para o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) em 1987, após as deliberações, em 1986, da VIII Conferência Nacional de Saúde. Os secretários estaduais de saúde criaram em fevereiro de 1982, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), cuja trajetória confunde-se com a do próprio SUS, o qual tem sido ator importante na consolidação das políticas públicas de saúde no Brasil (BRASIL, 2009). A partir da criação do SUS, iniciou-se o desafio de sua implementação, particularmente no que diz respeito ao processo de descentralização e definição do papel de cada esfera de governo (BRASIL, 2009). PORDENTRODOTEMA 5 O desafio de implantar no Brasil um sistema de saúde com caráter universal e que garanta a integralidade da atenção não se encerra nas dificuldades do financiamento. As soluções necessárias ao enfrentamento dos desafios da Gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito local, estadual e nacional e da Gerência dos estabelecimentos públicos de saúde têm se mostrado de enorme complexidade e ainda se encontram em patamar muito inferior ao desejável (BRASIL, 2009). Em dezembro de 2011, foi publicado o Decreto nº 7.508/2011, que regulamentou a Lei nº 8.080/1990, que explicita conceitos, princípios e diretrizes do SUS, que passou a exigir uma nova dinâmica na organização e gestão do sistema de saúde, sendo a principal delas o aprofundamento das relações interfederativas e a instituição de novos instrumentos, documentos e dinâmicas na gestão compartilhada do SUS (BRASIL, 2011). O contrato organizativo da ação pública, como um instrumento da gestão compartilhada, tem a função de definir entre os entes federativos as suas responsabilidades no SUS, permitindo, a partir de uma região de saúde, uma organização dotada de unicidade conceitual, com diretrizes, metas e indicadores, todos claramente explicitados e que devem ser cumpridos dentro de prazos estabelecidos. Tudo isso pactuado com clareza e dentro das práticas federativas que devem ser adotadas num Estado Federativo. O contrato garantirá uma gestão compartilhada dotada de segurança jurídica, transparência e solidariedade entre os entes federativos, que são elementos necessários para a garantia da efetividade do direito à saúde da população brasileira, o centro do SUS (BRASIL, 2012). Os gestores federais, estaduais e municipais perceberam a necessidade de pactuar também metas e objetivos sanitários a serem alcançados, assim como da necessidade de envolver a sociedade na defesa do SUS. Com isso, organizou-se um Pacto pela Saúde, com capacidade de responder aos desafios atuais da gestão e organização do sistema, para dar respostas concretas às necessidades de saúde da população brasileira, e tornar a saúde uma política de Estado mais do que uma política de governo (BRASIL, 2009). A finalidade desse processo de pactuação era a qualificação da gestão pública do SUS, buscando maior efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas. Os primeiros resultados obtidos constam da Portaria GM/MS n. 399, publicada em 22 de fevereiro de 2006, com a definição das diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde, com três dimensões: o Pacto em Defesa do SUS; o Pacto pela Vida e o Pacto de Gestão (BRASIL, 2009). Em dezembro de 2011, foi publicado o Decreto nº 7.508/2011, que regulamentou a Lei nº 8.080/1990, que explicita conceitos, princípios e diretrizes do SUS passou a exigir uma nova dinâmica na organização e gestão do sistema de PORDENTRODOTEMA 6 saúde, sendo a principal delas o aprofundamento das relações interfederativas e a instituição de novos instrumentos, documentos e dinâmicas na gestão compartilhada do SUS (BRASIL, 2011). Entre os dias 29 e 31 de maio de 2012, foi realizado em Brasília (DF), o IV Encontro Nacional das Comissões Intergestores, que teve como proposta aprimorar os processos de trabalho e a responsabilização dos entes federados, quanto à negociação e pactuação, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Foi discutido no evento os atuais processos organizativos do SUS, seus avanços e desafios à luz do Decreto nº 7.508/2011 e da Lei nº 12.466/2011, visando o fortalecimento e a qualificação das Comissões Intergestores. Alguns dos resultados das discussões de grupo, disponíveis no site do Ministério da Saúde, são apresentados a seguir: 1. Alta rotatividade dos gestores com descontinuidade na discussão da gestão e dificuldade de fixação dos profissionais para operacionalização das políticas públicas de saúde. 2. Fortalecer o COSEMS e as CIR e, consequentemente, a CIB. 3. Quebrar paradigmas, oportunizando a reestruturação das comissões intergestores, em que CIB e CIR deixem de ser espaços cartoriais e burocráticos, para tornarem-se lócus qualificados de negociação técnico-político. 4. Fomentar que a agenda das Comissões Intergestores reflita o exercício da responsabilidade solidária, com fortalecimento da governança regional e interestaduais, tendo como foco o monitoramento das ações pactuadas. 5. Minimizar os conflitos e possíveis disputas existentes entre a CIB e as CIR, e ainda identificar e minimizar a interferência dos conflitos políticos regionais que possam dificultar o processo organizativo do SUS. 6. Compreender os papéis dos entes federados na implementação do Decreto nº 7508/2011 e da Lei nº 12.466/2011, a partir do qual as Comissões precisam identificar suas deficiências para a implementação e consolidação dos seus objetivos. 7. Financiar as regionais de saúde e as Comissões Intergestores de modo a garantir condições de infraestrutura: técnica e administrativa. Traçar perfil, quantificar e qualificar a força de trabalho para atuarem nas secretarias executivas das Comissões Intergestores. 8. Construir consensos na definição dos desenhos das regiões de saúde para atender ao Decreto nº 7508/2011, induzindo cada vez mais a mudança do modelo de atenção com foco na atenção primária de saúde como ordenadora da rede assistencial. PORDENTRODOTEMA 7 9. Fazer cumprir a agenda política das Comissões Intergestores em ano eleitoral. 10. Estabelecer diálogo permanente com os Conselhos de Saúde. 11. Efetivar uma política mais clara para as ações de média e alta complexidade, ampliando e implantando uma rede com 100% de cobertura. 12. Conhecer, compreender e divulgar o objeto do COAP, definindo estratégias específicas para sua assinatura. 13. Definir estratégias de convencimento dos gestores para resolver possíveis situações de recusa em assinar o COAP. O SUS, por meio de sua composição de gestão tripartite, é um campo permanente de conflitos, negociações e pactuações, e a prática na sua implementação tem apontado para aintegração necessária da esfera da política, do planejamento e da operacionalização desse sistema (BRASIL, 2009). Segundo Matus (1985 apud BRASIL, 2009), a tomada de decisões é responsabilidade do gestor, de quem governa, e quem governa e tem a capacidade de decidir devendo planejar permanentemente.
Questão 1 As revoltas populares solicitavam uma assistência à saúde mais efetiva, o que levou, em 1923, por meio da Lei Eloy Chaves, a serem instituídas as CAP’s. O que eram as CAP’s, e quem eram os favorecidos? Instruções: Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. 
Resposta: Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP’s). A primeira CAP criada foi a dos ferroviários, o que pode ser explicado pela importância que esse setor desempenhava na economia do país naquela época e pela capacidade de mobilização que a categoria dos ferroviários possuía.
 Questão 2 O período Colonial foi caracterizado pela deficiência de medicamentos e profissionais médicos, além da precária técnica que imperava nos hospitais, considerados verdadeiros depósitos de doentes. A respeito da saúde na época Colonial, assinale V para verdadeiro, e F para falso.
(V ) O nosso indígena era, via de regra, sadio e quando adoecia era atendido pelo pajé, que conhecia as virtudes da flora nativa.
(V ) Com a colonização, os brancos trouxeram consigo os germes de suas doenças, contaminando nossos indígenas, principalmente através da varíola e do sarampo. Mais tarde, foi a vez do negro trazer novas doenças como a filariose e a febre amarela. 
(V ) Recorria-se a curandeiros e pajés que utilizavam ervas e plantas no tratamento das doenças ou aos barbeiros que conheciam algumas das técnicas da medicina europeia.
(F ) Vieram muitos médicos da Europa para o Brasil, em busca de um amplo campo de trabalho que se iniciava com a colonização. Marque a alternativa correta:
a) V, V, F, V
b) V, F, F, V
c) F, F, V, F 
d) V, V, V, F
e) F, F, V, V 
Resposta: Alternativa D. Justificativa: Nesta época, não havia médicos no Brasil, e os cuidados de saúde eram feitos através de curandeiros, barbeiros e boticários.
Questão 3 Em face da “questão social” no período entre 1964 e 1974, o Estado utilizou para sua intervenção, a repressão e a assistência, sendo a política assistencial ampliada, burocratizada e modernizada pelo Estado, com a finalidade de aumentar o poder de regulação sobre a sociedade, suavizar as tensões sociais e conseguir legitimidade para o regime. A respeito da saúde no governo militar, marque V para verdadeiro, e F para falso.
(V ) Unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) e Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966. 
(F ) A Saúde Pública tornou-se modelo no Brasil, sendo eficiente.
(V ) Período de maior expansão da assistência médica, financiada pela Previdência Social (1970), serviços médicos prestados pelas empresas privadas e pagos por Unidade de Serviço (US) (fonte de corrupção).
(V ) A construção ou a reforma de inúmeras clínicas e hospitais privados com recursos da Previdência Social. Assinale a alternativa correta: 
a) F, V, F, V 
b) V, F, V, V 
c) V, V, F, V 
d) V, F, F, V 
e) F, V, V, V
Resposta: Alternativa B. Justificativa: A saúde pública não era exemplo, nem referência nesta época.
Questão 4 O planejamento é objeto de grande parte do arcabouço legal do SUS, quer indicando processos e métodos de formulação, quer como requisito para fins de repasse de recursos e de controle e auditoria. No âmbito do Ministério da Saúde, o planejamento responde às exigências constitucionais e legais, entre as quais figuram a elaboração de Planos Plurianuais (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) (BRASIL, 2011). Quais são os objetivos do sistema de planejamento do SUS? 
Resposta: Os objetivos do Sistema de Planejamento do SUS são: • Pactuar diretrizes gerais para o processo de planejamento no âmbito do SUS e os instrumentos a serem adotados pelas três esferas de gestão.
 • Formular metodologias e modelos básicos dos instrumentos de planejamento, monitoramento e avaliação que traduzam as diretrizes do SUS, com capacidade de adaptação às particularidades de cada esfera administrativa. 
• Implementar e difundir uma cultura de planejamento que integre e qualifique as ações do SUS entre as três esferas de governo e subsidiar a tomada de decisão por parte de seus gestores. 
• Desenvolver e implementar uma rede de cooperação entre os três entes federados, que permita um amplo compartilhamento de informações e experiências. 
• Apoiar e participar da avaliação periódica relativa à situação de saúde da população e ao funcionamento do SUS, provendo os gestores de informações que permitam o seu aperfeiçoamento e/ou redirecionamento.
 • Promover a capacitação contínua dos profissionais que atuam no contexto do planejamento do SUS. 
• Monitorar e avaliar o processo de planejamento, as ações implementadas e os resultados alcançados, a fim de fortalecer o Sistema e de contribuir para a transparência do processo de gestão do SUS.
Questão 5 A ditadura militar significou, para a totalidade da sociedade brasileira, a afirmação de uma tendência de desenvolvimento econômico-social e político que modelou um país novo. Os grandes problemas estruturais não foram resolvidos, mas aprofundados, tornando-se mais complexos e com uma dimensão ampla e dramática. Cite pelo menos três ocorrências na saúde na época do governo militar.
Resposta:
• Unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) e Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966.
• Saúde Pública relegada ao segundo plano (ineficiente). 
• Período de maior expansão da assistência médica, financiada pela Previdência Social (1970), serviços médicos prestados pelas empresas privadas e pagos por Unidade de Serviço (US) (fonte de corrupção).
• A construção ou a reforma de inúmeras clínicas e hospitais privados com recursos da Previdência Social, associada ao enfoque na medicina curativa, foi concomitante à grande expansão das faculdades particulares de medicina por todo País. O INPS financiou a fundo perdido as empresas privadas que desejassem construir seus hospitais (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005)
Neste tema, você estudou a evolução nos conceitos de saúde ao longo dos anos, o que contribuiu para a reformulação do sistema de saúde brasileiro, uma vez que, por um longo período, a população brasileira não teve acesso aos serviços públicos de saúde. Você conheceu as situações que determinaram o surgimento dos serviços particulares e de grupo no setor da saúde no Brasil. Viu também que o marco principal da criação do SUS foi a VIII Conferência Nacional de Saúde, que apresentou a Reforma Sanitária como seu principal projeto político. Você aprendeu que a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, estabeleceu a saúde como direito do povo e dever do Estado, apresentando o SUS como sua política de ação, baseado juridicamente nas Leis nº 8.080 e nº 8.142. Com este tema você analisou que a falta de acesso aos serviços de saúde, a gestão desorganizada e a falta dos recursos foram fatores determinantes para a reformulação do sistema de saúde brasileiro.
Ações de Saúde: consistem em políticas, planos e programas de saúde pública com ações voltadas evitar que as pessoas se exponham a fatores condicionantes e determinantes de doenças, a exemplo dos programas de educação em saúde que se propõem a ensinar a população a cuidar de sua saúde. 
Controle Sanitário: conjunto de ações no âmbito das práticas de saúde coletiva, capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, visando garantir a qualidade do processo de produção, distribuição e consumo de bens e serviços relacionados à saúde, e das condições de vida e trabalho dos cidadãos.
Doenças Transmissíveis: doenças causadas por um agente biológico (por exemplo: vírus, bactéria ou parasita),em contraste com causa física (por exemplo: queimadura ou intoxicação química)

Mais conteúdos dessa disciplina