Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Distúrbios da Audição - Disacusia – defeito na audição - Hipoacusia – diminuição na sensação auditiva - Hiperacusia – aumento da audição (psicogênica) - Surdez – audição socialmente incapacitante - Zumbido (Tinnitus) – ruído referido na cabeça ou nas orelhas - Surdo (não usar) = Deficiente auditivo AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO 1. Diapasão a) Teste de Rinne Avalia perda auditiva de condução - É realizado ao se colocar um diapasão vibrante no processo mastoide até que o som não seja mais ouvido pelo paciente. - Em seguida, após o paciente confirmar que não escutou mais o som, o diapasão é colocado imediatamente ao lado do ouvido a ser testado. Num exame normal, o som é audível quando o diapasão é colocado ao lado do ouvido. Interpretando o teste: Na orelha normal a condução aérea é melhor que a condução óssea . CA > CO Rinne positivo Na perda auditiva condutiva, a condução óssea é melhor que a aérea . CO > CA Rinne negativo Na perda auditiva neurossensorial, a condução óssea e a condução aérea são igualmente diminuídas, mantendo uma relativa diferença . CA > CO Rinne positivo . Em pacientes com perda auditiva neurossensorial, pode haver um teste de Rinne falso negativo. CO > CA, Rinne negativo b) Teste de Weber Avalia perda auditiva de condução unilateral e perda auditiva neurossensorial unilateral - Um diapasão é batido e o tronco do bastão é colocado no topo do crânio do paciente - em igual distância das orelhas do paciente, no meio de sua testa, ou acima do lábio superior sobre o dente. - O paciente é questionado a dizer em qual orelha o som é escutado com mais intensidade. Interpretando o teste: Perda auditiva condutiva: Ouve o som mais intensamente na orelha afetada. . O problema de condução mascara o barulho do ambiente da sala . A orelha interna funciona bem e recebe o som através dos ossos do crânio . Isso gera a percepção do som mais intenso na orelha afetada. Perda auditiva neurossensorial: Ouve o som mais intensamente na orelha não-afetada . A orelha afetada é menos efetiva em absorver o som mesmo que ele seja transmitido diretamente por condução para o ouvido interno Weber Lateraliza a Esquerda Weber Lateraliza a Direita Rinne em ambas orelhas CA>CO Perda neurossensorial na direita Perda neurossensorial na esquerda Rinne esquerda CO>CA Perda condutiva na esquerda Perda neurossensorial na esquerda (Rinne falso negativo) Rinne direita CO>CA Perda neurossensorial na direita (Rinne falso negativo) Perda condutiva na direita 2. Emissões Otoacústicas (“teste da orelhinha”) Tem como objetivo avaliar a audição e detectar precocemente alterações auditivas no RN. - Teste realizado em todos os RNs. 3. Audiometria tonal e vocal e Impedanciometria Objetivos - Estabelecer o mínimo de intensidade sonora capaz de provocar sensação auditiva - Detectar perda auditiva em crianças, adultos e idosos - Auxiliar no topodiagnóstico das lesões auditivas (OE, OM ou OI) - Fornecer dados para indicação de aparelhos de amplificação sonora individual - Determinar o tipo e o grau da perda auditiva OD OE Via Aérea O X Via Óssea < > Audiometria Tonal - Avalia o tipo da perda auditiva e grau da perda auditiva. a) Classificação do tipo de perda auditiva - A classificação do tipo de perda auditiva leva em consideração a comparação dos limiares entre a via aérea e a via óssea de cada orelha e, portanto, é imprescindível realizar a pesquisa dos limiares tonais por via aérea e óssea. . Condutiva / Sensorioneural / Mista / Central / Funcional b) Classificação da Perda Auditiva Quanto ao Grau Audiometria Vocal Avaliar a habilidade de perceber e reconhecer os sons da fala. Impedanciometria É uma forma de medida objetiva da integridade e função dos mecanismos periféricos da audição. a) Timpanometria Curva A Mobilidade normal do sistema tímpano-ossicular Curva B Ausência de mobilidade do sistema tímpano-ossicular. Curva C Pressão de ar da orelha média desviada para pressão negativa. b) Reflexo do Estapédio - Este reflexo tem a função de proteger a cóclea quando o ouvido é exposto a um som de intensidade muito elevada. Quando a via do reflexo é ativada o músculo do estapédio de ambas orelhas se contrai, enrijecendo a cadeia ossicular, o que leva a uma mudança na imitância. Esta via é composta pela cóclea, o VIII nervo, o núcleo coclear ventral, o complexo olivar superior, o núcleo motor do facial e o ramo motor do nervo facial. 4. Audiometria de Tronco Cerebral (BERA) Tem o objetivo de avaliar a audição periférica e a condução nervosa até o colículo inferior 5. Eletrococleografia CLASSIFICAÇÕES DAS PERDAS AUDITIVAS 1. Deficiência Auditiva Condutiva a) Etiologia - Malformações Congênitas - Corpo Estranho - Cerume - Perfuração ou Rigidez da membrana timpânica - Otoesclerose - Traumatismo Otológico - Otites b) Diagnóstico - Anamnese e exame físico - Diapasão: . Rinne negativo (CO>CA) . Weber lateralizado para a orelha pior - Audiometria e Impedanciometria: . Via óssea normal . Gap aéreo-ósseo maior que 15 Db . Discriminação normal. . Timpanometria tipo A, B ou C 2. Deficiência Auditiva Sensorioneural a) Etiologia- Meningites - Doença de Meniere - Ototoxicidade - Encefalites - Traumatismo - Doenças Metabólicas - PAIR (Trauma Sonoro) - Otoesclerose Coclear - Doenças Autoimunes - Neurinoma do Acústico - Presbiacusia: Audição do Idoso - Malformações Congênitas: . Síndromes . Infecções maternas (Rubéola,Toxoplasmose, etc), - Afecções Perinatais: . Hipóxia . Hiperbilirrubinemia . Pós-maturidade . Trauma de parto . UTI (medicamentos, ruído) - Viroses (Sarampo, Caxumba) b) Diagnóstico - Diapasão: . Rinne positivo . Weber lateraliza para o lado melhor - Audiometria e impedanciometria: . Ausência do Gap aéreo-ósseo . Má discriminação . Impedanciometria tipo A Neurinoma do Acústico Comprime o ponto neurocerebelar - Investigar sempre no paciente com perda auditiva sensorioneural unilateral. - Zumbidos unilaterais e vertigens frequentes. - Diagnóstico realizado através da Audiometria de Tronco Cerebral e da Ressonância Nuclear Magnética das Orelhas internas (c/ gadolínio). - Tratamento cirúrgico na maioria dos casos. 3. Deficiência Auditiva Mista - Apresenta características condutivas e neurossensoriais. - Exemplos: Otoesclerose, Otites Crônicas. Zumbido É um som percebido pelo paciente que não está sendo gerado pelo meio ambiente - Pode ser de origem vascular, tumoral (neurinoma), metabólica. - Desencadeado por drogas ototóxicas: Aminoglicosídeos, AAS, AINE, cafeína, etc. - Associado ao abuso de álcool, alimentos ricos em cafeína, chocolate, etc. - Quando pulsáteis pensar em origem vascular - Nas perdas sensorioneurais geralmente o zumbido é agudo - Tratamento: Vasodilatadores, sedativos, anticonvulsivantes, mascaramento - Prognóstico ruim. TRATAMENTO DAS DISACUSIAS - Cerume, Corpo estranho Remoção - Otoesclerose Estapedectomia - Perfurações timpânicas, malformações de Orelha Média Timpanoplastias - Perdas Auditivas Sensorioneurais . Próteses Auditivas (AAS) . Implantes Cocleares CONCLUSÕES DAS PERDAS AUDITIVAS - Prevenção: . Atendimento pré-natal . Assistência ao parto . Imunização . Cuidado com drogas ototóxicas . Cuidado com exposição a ruídos . Tratamento das doenças metabólicas . Tratamento das Otites - Diagnóstico Precoce: . Triagem Auditiva Neonatal (“Teste da Orelhinha”) . Triagem auditiva no Pré-escolar . Realização de Audiometria em: Exame periódico ocupacional Expostos à ototóxicos Crianças com atraso escolar, otites recorrentes, atraso na linguagem, desatentas, Idosos Distúrbios do Equilíbrio Responsáveis pelo equilíbrio: visão, propriocepção e labirinto Tontura: . Sensação errônea de deslocamento do próprio corpo em relação ao ambiente que o circunda ou deste ambiente em relação ao paciente.Vertigem: . É a tontura que assume características rotatórias. . Pode ser subjetiva ou objetiva. Outros tipos de tontura: . Sensação de afundamento ou de flutuação . Sensação de queda para um dos lados, para trás ou para frente . Sensação de cabeça oca . Sensação de oscilação de objetos . Conflito entre os responsáveis pelo equilíbrio do corpo (labirinto, visão e propriocepção) – acrofobia (medo de altura) e cinetose (enjoo do movimento). VESTIBULOPATIAS PERIFÉRICAS Distúrbios decorrentes do comprometimento do sistema vestibular periférico: . Órgão labiríntico e nervo vestibular até a sua entrada no tronco encefálico . Não inclui, portanto, os núcleos vestibulares no assoalho do IV ventrículo, inclusos nas vestibulopatias centrais juntamente com as vias e inter-relações vestibulares e/ou auditivas no sistema nervoso central. Principais doenças que afetam o sistema vestibular periférico: . Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB) . Hidropsia Endolinfática / Síndrome de Meniere . Labirintopatias Metabólicas e Hormonais . Cinetose . Neurite Vestibular . Arreflexia Vestibular Bilateral . Migrânia Vestibular (também afeta o SNC) . Fístulas Labirínticas . Ototoxicidade 1. Vertigem Postural Paroxística Benigna É caracterizada por crises de vertigem, desencadeadas por mudanças bruscas de posição da cabeça, associadas a nistagmo posicional paroxístico característico. . Os sintomas ocorrem pelo deslocamento de fragmentos de otólitos na endolinfa pela sua aderência à cúpula do canal semicircular. - VPPB é a causa mais comum de vertigem. - Idade mais frequente: 40 e 60 anos. Causas - Idiopática - Secundárias: . Traumatismo craniano . Neuronite vestibular . Doença de Meniere Diagnóstico - Clínico principalmente pela manobra de Dix-Hallpike . Movimentação da cabeça do paciente de forma a promover um deslocamento da endolinfa e, consequentemente, da cúpula do canal semicircular posterior. Na manobra de Dix-Hallpike, o paciente está inicialmente em posição sentada, com a cabeça rodada lateralmente (direita ou esquerda, conforme o lado a ser testado), em aproximadamente 45 graus. Com o examinador segurando a cabeça do paciente, promove-se um brusco e rápido movimento de deitar, em decúbito dorsal horizontal. Ao ser deitado, por não haver uma fixação horizontal da cabeça, esta fica pendente para trás, em aproximadamente 30 graus. O paciente fica imobilizado nessa posição, com os olhos abertos e olhar fixo. Nos portadores de VPPB, ocorre um evidente nistagmo, alguns segundos após o estímulo (com latência), que dura menos de 45 segundos (esgotável). Tratamento - Manobra de Epley: procedimento de reposição canalicular. Usada para deslocar os otólitos do canal semicircular posterior ou anterior para o utrículo, a sua devida localização 2. Hidropisia Endolinfática Tríade da Síndrome de Meniere: hipoacusia, tontura e zumbido unilateral. - 2a causa mais comum de vertigem - Possíveis etiologias: . Alterações metabólicas (glicemia, colesterol, triglicerídeos) . Sífilis . Doença de Menière Exames ComplementaresTratamento - Controle de Metabólitos (glicemia, colesterol e T3/T4) - Dieta Hipossódica + Diurético - Vasodilatadores (Betaistina, flunarizina) - Cirurgia Descompressão do Saco Endolinfático - Audiometria – perda auditiva flutuante, recrutamento. - Vectoeletronistagmografia - Eletrococleografia - Teste do Glicerol - Hemograma, glicemia de jejum, colesterol total e frações, TSH e T4 livre, VHS, VDRL, FTA-ABS 3. Cinetose Qualquer distúrbio causado por um movimento não habitual do corpo, como o enjoo que experimenta quem viaja de navio, avião etc. - Há um conflito de informações entre os três sistemas envolvidos no equilíbrio corporal (vestibular, visual e proprioceptivo) - Mais comum nas mulheres, rara antes dos 2 anos de idade e a partir da quinta década de vida Clínica - Tontura, palidez, sudorese, náusea, vômitos, salivação, bocejos e mal-estar generalizado originados pelo movimento Diagnóstico clínico Tratamento - Fixar os olhos durante os movimentos que provocam o mal-estar; exercício físico; reabilitação vestibular; medicação (Dramin, Domperidona) 4. Doenças Infecciosas - Labirintites, neuronites virais, bacterianas pós-IVAS ou OMA - Sintomas vestibulares intensos contínuos que duram cerca de 7 a 10 dias. 5. Ototoxicidade - Lesão coclear ou vestibular - Perda auditiva e/ou vertigens - Antibióticos (aminoglicosídeos – estreptomicina, gentamicina, tobramincina), AINES, diuréticos, salicilatos e aspirina, ACO TONTURAS DE ORIGEM CERVICAL 1. Insuficiência Vertebrobasilar Quadro clínico - Desequilíbrio constante - Tonturas súbitas ao rodar a cabeça - Escotomas - Diplopia - Perda transitória da visão - Queda sobre os joelhos sem perda dos sentidos (drop-attack) A artéria vertebral irriga o labirinto - Diminuição do fluxo sanguíneo das artérias vertebrais e basilar - Compressão extrínseca das artérias cervicais (contratura dos escalenos ou osteófitos) - Hipotensão ortostática - Rotação cervical - >50 anos, antecedentes cardiocirculatórios 2. Irritação da Cadeia Simpático-Cervical - Lesões de cervicoartroses estimulam a cadeia simpática cervical, o que leva a vasoconstricção das artérias cervicais 3. Disfunção Proprioceptiva - A sensibilidade proprioceptiva cervical é oriunda das cápsulas articulares das primeiras vértebras cervicais e dos músculos suboccipitais - Causas de disfunção proprioceptiva: processos inflamatórios, traumas, posturas viciosas, cervicoartroses e tensão muscular excessiva. Tratamento - Uso de drogas vasodilatadoras, antivertiginosas, sedativos e ansiolíticos. - Evitar álcool, cafeinados, alimentação irregular (hipoglicemia). - Tratar doenças de base – Diabetes, hipertensão, hipertireoidismo, anemias, etc. - Reabilitação vestibular (fisioterapia labiríntica). VERTIGEM DE ORIGEM CENTRAL São distúrbios caracterizados pelo processamento anormal pelo SNC de estímulos vestibulares periféricos normais. - As vestibulopatias centrais podem envolver disfunções ao nível dos núcleos vestibulares ou de outras estruturas em que os segundos neurônios dessa via fazem sinapse, tais como o cerebelo, a formação reticular ou mesmo o córtex cerebral. - Causas mais comuns de vertigem central: isquemias vasculares (predomínio daquelas que envolvem o sistema vertebrobasilar, portanto em tronco encefálico); enxaqueca; esclerose múltipla e tumores da região do ângulo pontocerebelar (mais comum schwannoma do nervo vestibular).
Compartilhar