Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO Luciano Sampaio Guimarães – Medicina UFPE 144 Composto pelo pênis, testículos, próstata, epidídimo, ducto deferente, glândula seminal, glândula bulbouretral e escroto. Localiza-se na cavidade pélvica, na pelve verdadeira (menor), acima do diafragma pélvico. O diafragma pélvico é formado pelo m. levantador do ânus (partes: puborretal, pubococcígeo, íliococcígeo) e m. coccígeo. Períneo é o conjunto de tecidos moles que fecham a pelve inferiormente, está situado abaixo do diafragma pélvico. A região perineal vai da sínfise púbica ao cóccix (anterior – posterior) e do túber isquiático de cada lado, formando um losango. É dividido em anterior e posterior por uma linha imaginária que passa no corpo perineal, sendo a anterior o trígono urogenital e a posterior o trígono anal. A escavação retovesical é o ponto mais profundo da cavidade abdominal no homem, está entre o reto e a bexiga. Uma implicação clínica é que uma hemorragia na cavidade abdominal pode fazer com que haja acúmulo de sangue nesse ponto por ação da gravidade. ESCROTO É formado por um excesso de pele fina e a túnica dartos, camada de musculatura lisa. Saco cutâneo fibromuscular, pele fina, pigmentada e enrugada. Há uma tela subcutânea entre as duas. O escroto envolve os testículos e o epidídimo e, por estar fora da cavidade abdominal, está exposto a uma temperatura mais baixa que a temperatura corporal, viabilizando a espermatogênese. Seu estado de contração é determinado de acordo com a temperatura. Um lado é mais baixo que o outro devido ao maior tamanho do funículo espermático, isso evita lesão, que ocorreria caso estivessem no mesmo nível. Morfologia: a rafe do escroto é uma cicatriz do local onde se fundiram as duas pregas genitais. O septo do escroto é uma separação de tecido conjuntivo formada a partir disso, emitido pela túnica dartos, responsável por separá-lo em 2 lojas testiculares. Entre o escroto e os testículos há envoltórios que não fazem parte do escroto, sendo as camadas, abaixo da túnica dartos, da mais externa para mais interna: Fáscia Espermática Externa: deriva do músculo oblíquo externo do abdome; Túnica Cremastérica: deriva do músculo oblíquo interno do abdome; Fáscia Espermática Interna: deriva do músculo transverso do abdome; Túnica Vaginal – lâmina parietal (periórquio) e lâmina visceral (epiórquio) O músculo cremaster deriva do músculo oblíquo interno do abdome. Entre os dois folhetos da túnica vaginal, existe um espaço seroso, a cavidade serosa do testículo, um “prolongamento” da cavidade peritoneal que, após a descida dos testículos, perde a conexão com a cavidade peritoneal. Pode acontecer um acúmulo de fluido transparente entre esses dois folhetos, causando hidrocele. VASCULARIZAÇÃO e INERVAÇÃO Art. pudenda interna emite os ramos escrotais posteriores; Art. pudenda externa emite os ramos escrotais anteriores. Drenagem venosa pelas veias de mesmo nome ou direto para a veia femoral. Drenagem linfática para os linfonodos inguinais superficiais. Inervação sensitiva pelos nervos escrotais posteriores (ramos dos n. perineais, que são ramos do n. pudendo) e pelos nervos escrotais anteriores (ramos do n. ílioinguinal, que também inerva o m. cremaster) TESTÍCULOS São considerados órgãos internos devido a sua origem embriológica na cavidade abdominal. É o órgão produtor das células germinativas masculinas e dos hormônios andrógenos. Sustentado pelo funículo espermático, que passa pelo canal inguinal, delimitado pelos anéis inguinais superficial e profundo. Morfologia: forma oval, a consistência é de túrgida a elástica, sofrendo variações ao longo da vida. Achatado lateralmente, os polos superiores são voltados anterior e lateralmente. O polo inferior é voltado posterior e medialmente. As superfícies laterais (medial: plana e lateral: convexa). O testículo esquerdo é maior do que o direito, além de estar em um nível mais abaixo, sendo uma característica adaptativa para diminuir o atrito através da redução da área de contato. É envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo, a túnica albugínea, que emite um espessamento projetando-se para o interior do testículo, o mediastino testicular, situado posteromedialmente, onde existe o hilo do testículo, o local onde passam vasos e nervos. Septos do testículo, originados do mediastino testicular em disposição radial, por onde passam vasos e nervos, subdividem o órgão em lóbulos do testículo. Esses lóbulos contêm os túbulos seminíferos contorcidos, produtores de espermatozoides, que estão conectados à rede testicular por meio dos túbulos seminíferos retos. Da rede testicular, partem os dúctulos eferentes do testículo, que desembocam na cabeça do epidídimo. Localização: fora da cavidade abdominal, envolto por um saco de pele e músculo liso, o escroto. Na região posteromedial e parte da região superior, há o epidídimo contornando o testículo externamente à túnica albugínea. Vascularização/Inervação Artérias testiculares direita e esquerda (gonadais), se originam da parte abdominal da aorta. Drenagem venosa pelo plexo pampiniforme, drena para as veias testiculares direita e esquerda. A v. testicular direita desemboca na v. cava inferior em ângulo agudo e a v. testicular esquerda desemboca na v. renal esquerda em ângulo reto. Drenagem linfática para os linfonodos lombares direitos e esquerdos. Inervação pelo plexo renal e pelo plexo testicular. VARICOCELE: dilatação das veias do plexo pampiniforme (deficiência nas válvulas), mais frequente no lado esquerdo devido às condições de drenagem desfavoráveis: a v. testicular esquerda desemboca na v. renal esquerda, que pode ser comprimida pela art. mesentérica superior. CRIPTORQUIDIA: atraso da descida dos testículos ANORQUIDIA: não há descida dos testículos MONORQUIDIA: descida de só 1 testículo TESTÍCULO ECTÓPICO: descida para local inadequado HÉRNIA INGUINAL: protrusão de vísceras para fora da cavidade abdominal. A indireta ocorre por meio do anel inguinal profundo, a direta ocorre por meio do canal inguinal. Gerada por uma falha na obliteração, ainda existindo comunicação com a cavidade peritoneal. Os testículos relacionam-se com o epidídimo através do ligamento superior do epidídimo e ligamento inferior do epidídimo, existindo o seio do epidídimo entre eles. Um resquício do ducto paramesonéfrico/ducto de Müller é o apêndice testicular. O gubernáculo é um cordão fibroso que liga os testículos fetais ao escroto, atravessando os anéis inguinais, governando sua descida. Seu resquício está no polo inferior do testículo, o ligamento escrotal, unindo o testículo e o epidídimo à face profunda do escroto. EPIDÍDIMO É o órgão de armazenamento e maturação dos espermatozoides. Morfologia: longo ducto intensamente enovelado, especialmente na porção do corpo e da cauda. A cabeça é formada principalmente pelos dúctulos eferentes do testículo. Esses dúctulos se anastomosam/desembocam no ducto do epidídimo, que possui 5-6m e se continua com o ducto deferente. Localização: encontra-se posteromedialmente ao testículo, externamente à túnica albugínea, sua cabeça estando posicionada no polo superior do testículo. Vascularização: ramos da artéria testicular e da artéria do ducto deferente suprem o epidídimo. Drenagem venosa pelo plexo pampiniforme. Drenagem linfática pelos linfonodos lombares Inervação por fibras que se originam do gânglio celíaco e do plexo hipogástrico inferior. O apêndice do epidídimo é um remanescente do ducto mesonéfrico/ducto de Wolff na cabeça do epidídimo. DUCTO DEFERENTE É uma bomba aspirante-premente: gera dilatação e encurtamento do tubo para fazer uma pressão negativa capaz de aspirar os espermatozoides. Depois, realiza forte contração em direção à uretra, fazendo o transporte dos espermatozoides durante a ejaculação. É o que une o ducto do epidídimo e a porção prostática da uretra masculina. Localização: origina-se na cauda do epidídimo (escroto) e segue no interior do funículoespermático (região anterior do períneo), por dentro do canal inguinal. Na cavidade pélvica, é recoberto pelo peritônio urogenital ao seguir ao longo da região lateral da bexiga, se aproximando posteriormente, onde forma uma dilatação, a ampola do ducto deferente, que se continua com o ducto ejaculatório. Divisão: Parte Epidídimo-Testicular (escrotal) Parte Funicular: situada ao longo do funículo espermático Parte Inguinal: passando pelo canal inguinal Parte Pélvica Por sua porção escrotal, antes de entrar no canal inguinal, ser de fácil acesso, é o alvo de vasectomia. Vascularização: Art. do ducto deferente (ramo da art. umbilical) Art. vesical inferior e art. retal media (ramos da art. ilíaca interna) Drenagem venosa pelo plexo pampiniforme, plexo vesical e plexo prostático. Drenagem linfática pelos linfonodos ilíacos internos e linfonodos lombares. Inervação pelo plexo hipogástrico inferior. O funículo espermático é formado pelo ducto deferente e por vasos e nervos que descem para o escroto. GLÂNDULAS SEMINAIS Produz uma secreção viscosa e alcalina contendo frutose, fonte de energia para nutrição e motilidade dos espermatozoides. Morfologia: dividida em cúpula, corpo, base e colo. Localização: laterais às ampolas dos ductos, mediais aos ureteres e posterior à bexiga urinária. Sua cúpula é voltada súpero-posteriormente, é recoberta pelo peritônio urogenital. Vascularização: art. vesical inferior (ramo da art. ilíaca interna) e art. do ducto deferente Drenagem venosa pelo plexo vesical e pelo plexo prostático. Drenagem linfática pelos linfonodos ilíacos internos. Ducto Ejaculatório: porção final comum do ducto deferente com o ducto excretor da glândula seminal. Existe dos dois lados, atravessa a próstata e desemboca na porção prostática da uretra, a nível de colículo seminal. PRÓSTATA Glândula exócrina produtora de uma secreção leitosa e fluida para os movimentos dos espermatozoides. Morfologia: forma de castanha, achatada dorsalmente, os lobos direito e esquerdo são unidos anteriormente pelo istmo da próstata (ou lobo anterior – não tem glândula) e posteriormente pelo lobo médio. Os lobos laterais são separados posteriormente pelo sulco mediano posterior. Há também o lobo posterior. O colículo seminal contém o utrículo prostático, o “útero masculino”, além dos dois óstios onde desembocam os ductos ejaculatórios. Faces Anterior ou púbica Posterior ou retal Inferolaterais Localização: na pelve, entre o colo da bexiga e o diafragma pélvico¹ (assoalho), apoiada no m. transverso profundo do períneo², parte do diafragma urogenital. Posteriormente, limita-se com o reto, por meio do qual é palpável. OBS: ¹verde; ²roxo Fixação: anteriormente, reforçada pelos ligamentos puboprostáticos (medial e lateral) com o m. puboprostático, sendo fixada à sínfise púbica. Zonas Externa ou Periférica Interna ou Central Periuretral (de transição) Fibromuscular (anterior, não há glândulas) Vascularização e Inervação: Ramos prostáticos da art. vesical inferior e art. retal média (ramos da art. ilíaca interna) Drenagem venosa pelo plexo vesical e pelo plexo prostático. Drenagem linfática para os linfonodos ilíacos internos. Inervação pelo plexo hipogástrico inferior. Enfoque Clínico: hiperplasia da zona periuretral e da zona interna em homem mais velhos gera estreitamento da uretra, fazendo com que parte da urina fique retida (urina residual). Há hipertrofia compensatória da musculatura da bexiga, gerando a bexiga trabeculada. GLÂNDULAS BULBOURETRAIS Produzem uma secreção responsável por lubrificar a uretra e neutralizar o pH da urina para passagem do ejaculado. Morfologia e Localização: são arredondadas e localizam-se na região do m. transverso profundo do períneo (diafragma urogenital), a nível de uretra membranosa. Seu ducto desemboca na fossa bulbar da uretra esponjosa. Vascularização: ramos da art. pudenda interna (ramo da ilíaca interna), drenagem venosa pelas veias de mesmo nome. Drenagem linfática pelos linfonodos inguinais superficiais e inguinais profundos. Inervação pelo plexo hipogástrico inferior, simpática promove contração do músculo liso durante a ejaculação e parassimpática promove produção da secreção. PÊNIS Órgão copulador masculino, dividido em raiz do pênis, porção fixa e proximal, e corpo do pênis, porção livre, pendular, móvel. Possui face dorsal, face ventral ou uretral e faces laterais. Os corpos cavernosos convergem distalmente e divergem na raiz, formando os ramos do pênis, que se prendem aos ramos ísquiopúbicos. O corpo esponjoso possui duas dilatações, a proximal, na raiz, consiste no bulbo do pênis, que tem relações com o diafragma urogenital, e a distal, no corpo, é a glande do pênis, possui formato de pirâmide/cone (não existe cabeça). O centro tendíneo do períneo gera estabilidade, é onde a musculatura do períneo converge para se fixar. O corpo do pênis é recoberto por uma pele delgada, móvel e de reserva, o prepúcio. O frênulo do prepúcio, uma faixa de pele que se projeta para a face ventral (inferior) do pênis, impede a retração excessiva do prepúcio. Esmegma é o muco produzido pelas glândulas penianas (de Tyson), que se acumula na cavidade prepucial. Fimose: anel prepucial muito pequeno, impedindo retração do prepúcio. Na parafimose, ele pode ser retraído, mas fica preso atrás da coroa da glande. A coroa da glande é a margem que “separa” a glande do corpo, onde existe o sulco balanoprepucial (ou sulco coronário ou colo da glande). Fixação: a raiz está suspensa nos ramos inferiores do púbis, na sínfise púbica e na parede do abdome por meio de ligamentos, dentre os quais: Ligamento fundiforme do pênis: origina-se na linha alba e envolve o corpo do pênis Ligamento suspensor do pênis: origina-se da sínfise púbica até o dorso do pênis. Os músculos: m. ísquiocavernoso (nos ramos) e m. bulboesponjoso (no bulbo) também participam da fixação do pênis. Os corpos cavernosos são separados pelo septo do pênis e cada um é composto por espaços ocos. O corpo esponjoso envolve a uretra. Fáscias/Envoltórios - pele fina e sem pelos - fáscia superficial do pênis: apesar de ser a tela subcutânea, não há gordura. É contínua com a túnica dartos do escroto e é composta de músculo liso. - fáscia profunda do pênis: envolve os três corpos em conjunto - túnica albugínea: envolve cada corpo cavernoso individualmente Vascularização: ramos da art. pudenda interna que existem bilateralmente (ramo da ilíaca interna) - art. do bulbo do pênis (amarelo) - art. uretral (verde) - art. dorsais do pênis (azul) - art. profundas do pênis (vermelho) As art. profundas do pênis penetram os corpos cavernosos e emitem arteríolas chamadas helicinas, que vão para dentro das cavernas e são responsáveis pela ereção. Drenagem venosa pela veia dorsal profunda do pênis, drena os corpos cavernosos (→ plexo prostático → v. pudenda interna) e pela veia dorsal superficial do pênis, drena pele e tela subcutânea (→ v. pudenda externa → v. pudenda interna). Drenagem linfática pelos linfonodos inguinais superficiais. Inervação somática pelo n. dorsal do pênis (ramo do n. pudendo) Parassimpática pelos n. esplâncnicos pélvicos e simpática pelos n. esplâncnicos sacrais. OBS: SLIDE DE JACIEL – DRENAGEM LINFÁTICA Pênis e Escroto: inguinais superficiais G. Bulbouretrais: inguinais superficiais e profundos Ducto Deferente: ilíacos internos e lombares Glândulas Seminais: ilíacos internos Próstata: ilíacos internos e sacrais Testículos e Epidídimo: lombares
Compartilhar