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curso 11146 aula 10 identidade dos seres vivos v1

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Aula 10 - Identidade dos Seres Vivos
Biologia p/ ENEM 2016
Professor: Daniel dos Reis Lopes
Biologia para o ENEM 
Prof. Daniel Reis ʹ Aula 10 
 
 
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AULA 10: Fisiologia Humana: Sistema Nervoso, 
Sensorial, Endócrino e Reprodutor. Embriologia 
Humana. Evolução Humana. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Sistema Nervoso 01 
2. Sistema Sensorial 07 
3. Sistema Endócrino 13 
4. Sistema Reprodutor 20 
5. Embriologia Humana 29 
6. Evolução Humana 35 
7. Questões Resolvidas 45 
8. Bibliografia consultada 51 
 
1. Sistema Nervoso 
 
O sistema nervoso é característica exclusiva dos animais e sua 
estrutura reflete não só o modo de vida como também o tipo de simetria do 
organismo. Por exemplo, animais de simetria radial, como as anêmonas, 
possuem um sistema nervoso difuso, ou seja, espalhado uniformemente 
pelo corpo, uma vez que seu modo de vida com pouca ou nenhuma 
mobilidade faz com que ele receba estímulos ambientais de todas as 
direções. Animais que se locomovem ativamente, geralmente apresentam 
simetria bilateral, e com isso vem a cefalização, como já comentamos na 
aula 08. Isso leva à concentração das estruturas sensoriais e dos órgãos do 
sistema nervoso na porção anterior do corpo. 
É através desse sistema que os animais interpretam e reagem a 
estímulos ambientais. Ele coordena as diversas funções do organismo, 
contribuindo sobremaneira para a sua homeostase. 
A célula típica do sistema nervoso é o neurônio. Neurônios são bem 
característicos por sua forma diferenciada e eles são capazes de transmitir 
os impulsos elétricos que carregam as informações necessárias para as 
atividades do organismo. O neurônio apresenta um corpo celular, onde 
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está o núcleo e as demais organelas citoplasmáticas; os dendritos que 
levam o impulso nervoso até o corpo celular; e o axônio, que leva o impulso 
nervoso do corpo celular em direção ao próximo neurônio. Assim, a 
informação sempre é conduzida no sentido dendritos Æ corpo celular Æ 
axônio. Os axônios dos vertebrados são envolvidos externamente por 
células (oligodendrócitos) que produzem a bainha de mielina (ou estrato 
mielínico). A mielina é uma substância isolante elétrica que faz com que o 
LPSXOVR�QHUYRVR�RFRUUD�PXLWR�PDLV�UDSLGDPHQWH��XPD�YH]�TXH�HOH�³VDOWD´�
de região desmielinizada em região desmielinizada (nódulos de Ranvier). 
 
Fig. 01: Anatomia geral de um neurônio. 
 
Entre um neurônio e outro existe um espaço chamado fenda 
sináptica, onde a natureza do impulso nervoso é química e não elétrica. 
Nessa região o axônio libera substâncias chamadas neurotransmissores, 
que são captadas por receptores presentes nos dendritos ou no próprio 
corpo celular do neurônio seguinte. Exemplos de neurotransmissores são a 
dopamina, a serotonina, a adrenalina e a acetilcolina. Quando o impulso 
nervoso é transmitido para uma célula muscular, as sinapses são chamadas 
junções neuromusculares ou mioneurais. 
 
 
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Fig. 02: Sinapse. 
 
O sistema nervoso é dividido, anatomicamente, em Sistema Nervoso 
Central (SNC), composto pelo encéfalo e pela medula espinal, e em 
Sistema Nervoso Periférico (SNP), composto pelos nervos e gânglios 
nervosos. 
 
Fig. 03: Visão geral do sistema nervoso humano. 
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O sistema nervoso central é protegido por ossos (crânio e vértebras) e 
por três membranas formadas por tecido conjuntivo propriamente dito: as 
meninges. Entre as meninges, a mais externa e situada junto aos ossos é 
a dura-máter. A mais interna e ligada diretamente ao encéfalo e à medula 
se chama pia-máter. Entre as duas fica a aracnoide. No espaço entre a 
aracnoide e a pia-máter, fica o líquido cefalorraquidiano, que atua como um 
amortecedor contra danos mecânicos ao SNC. O encéfalo é o centro de 
controle nervoso do nosso corpo e é formado, entre outras partes, pelo 
cérebro, cerebelo e bulbo. Suas regiões interagem para responder aos mais 
diversos estímulos ambientais e coordenar as funções corporais. O grande 
número de dobras presentes no córtex cerebral humano está associado à 
nossa grande capacidade de raciocínio e inteligência. Diferentes partes do 
cérebro são responsáveis por diferentes atividades como a memória, a fala, 
a consciência, os atos voluntários e as emoções. A medula espinal, 
localizada no interior da coluna vertebral, é o grande eixo a partir do qual 
distribuem-se os nervos que captam e levam informações de e para todo o 
corpo. 
 
Fig. 04: Encéfalo 
 
A medula apresenta certa capacidade de processamento de 
informações independente do encéfalo. Por exemplo, quando encostamos 
em uma superfície muito quente, temos o reflexo imediato de afastar a 
mão. Isso é realizado sem que tenhamos consciência, justamente porque o 
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processamento da informação acontece na medula e desencadeia o 
chamado arco-reflexo. Nesse caso, o neurônio sensitivo leva a informação 
até a medula, que a interpreta, e envia um estímulo através do neurônio 
motor para que o músculo se contraia e você afaste a mão da situação de 
perigo. Outro exemplo de arco-reflexo é o reflexo patelar, que ocorre 
quando o médico bate com um martelinho no seu joelho e, 
involuntariamente, sua perna se move. 
 
Fig. 05: Reflexo patelar: um exemplo de arco-reflexo. 
 
O sistema nervoso periférico é responsável por conectar o sistema 
nervoso central a todas as partes do corpo. Ele é composto pelos nervos, 
que podem ter origem no crânio (nervos cranianos) ou na medula espinal 
(nervos espinais). Cada nervo é formado pelo agrupamento de dezenas até 
centenas de axônios envolvidos por tecido conjuntivo. Os gânglios nervosos 
são dilatações onde se localizam os corpos celulares dos neurônios cujos 
prolongamentos formam os nervos. Caso ocorra uma lesão na medula 
espinal, o fluxo de informações nervosas daquela região para baixo ficará 
interrompido e isso pode levar à paraplegia (paralisia dos membros 
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inferiores) ou à tetraplegia (paralisia dos membros superiores e inferiores). 
O que vai determinar isso é a intensidade do dano à medula e o seu local. 
Funcionalmente, o sistema nervoso periférico é dividido em Sistema 
Nervoso Periférico Somático e Sistema Nervoso Periférico 
Autônomo. 
O sistema nervoso periférico somático é formado pelos nervos 
responsáveis pelas respostas voluntárias do corpo e por certas respostas 
involuntárias como os arcos-reflexos. De maneira geral, o sistema nervoso 
somático controla a vida de relação com o ambiente. 
O sistema nervoso periférico autônomo (ou visceral) é composto por 
nervos e gânglios nervosos responsáveis pelas atividades involuntárias do 
organismo e, junto com os hormônios, controla a homeostase. Por exemplo, 
a atividade cardíaca, a atividade secretora de glândulas, os movimentos 
respiratórios e o peristaltismo são controlados pelo sistema nervosoautônomo. Ele é dividido ainda em dois grupos de nervos: aqueles que 
estimulam o órgão alvo e aqueles que inibem a atividade do órgão em 
questão. Temos então o sistema nervoso periférico autônomo simpático e 
o sistema nervoso periférico autônomo parassimpático. De maneira geral, 
o sistema nervoso simpático prepara o animal para uma situação de perigo. 
Assim, ele aumenta a atividade respiratória e cardíaca, dilata as pupilas, 
joga glicose no sangue, libera adrenalina, desvia o fluxo sanguíneo para 
músculos e cérebro e inibe a atividade do sistema digestório. O sistema 
nervoso parassimpático atua de forma inversa ao simpático, diminuindo a 
atividade cardiopulmonar, estimulando os movimentos peristálticos e 
fazendo o animal voltar à situação normal com baixo gasto energético. 
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Fig. 06: Sistema nervoso periférico autônomo. 
 
2. Sistema Sensorial 
 
Os receptores sensoriais e os órgãos dos sentidos formam o nosso 
sistema sensorial. Eles recebem estímulos ambientais externos e internos e 
os transmitem ao sistema nervoso, que se encarrega de interpretá-los e 
desencadear a resposta adequada. Esses estímulos podem ser luminosos, 
mecânicos, sonoros, químicos ou térmicos. Os receptores sensoriais 
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internos atuam também na percepção de fome e sede, recebendo 
informações sobre o pH do sangue, a pressão arterial, entre outras. 
 
OLHO 
O olho é o órgão responsável pelo sentido da visão. Cada globo ocular 
situa-se no interior de uma órbita e possui músculos responsáveis pela sua 
movimentação. A parte branca do olho é a esclera, que é uma camada 
protetora de tecido conjuntivo. Na região mais anterior do olho, a esclera é 
transparente e forma a córnea. É através dela que a luz entra no olho. 
Após a córnea existe um anel capaz de aumentar e diminuir o tamanho de 
sua abertura. Esse anel é a íris, é nela que ficam os pigmentos que dão cor 
aos olhos e sua abertura é a pupila. Quanto mais dilatada a pupila, mais 
luz entra no olho. O controle da íris é realizado pelo sistema nervoso 
autônomo. Após passar pela pupila, a luz atinge uma lente, anteriormente 
chamada de cristalino. Essa lente é responsável por focar a imagem e 
projetá-la na retina, situada no fundo do olho. 
 
Fig. 07: Olho humano 
 
A retina contém células sensíveis à luz chamadas cones e bastonetes. 
Os cones precisam de mais luz para serem estimulados, mas em 
compensação fornecem imagens mais nítidas e coloridas do que os 
bastonetes. Existem três tipos de cones em seres humanos e cada um é 
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mais sensível a uma faixa de comprimentos de onda de luz. Um é mais 
sensível ao vermelho, outro ao verde e outro ao azul. A combinação dessas 
cores forma as demais cores que enxergamos. Os bastonetes, por outro 
lado, conseguem ser estimulados em condições de menor luminosidade, e 
é por isso que em ambientes mais escuros conseguimos distinguir as formas 
dos objetos, mas não as suas cores. Tanto bastonetes quanto cones 
possuem substâncias derivadas da vitamina A. Portanto, a deficiência dessa 
vitamina pode levar inclusive à cegueira. 
 
Fig. 08: A retina recebe e processa a informação visual. 
 
Os estímulos captados pelas células da retina são passados aos 
neurônios que formam o nervo óptico e conduzidos ao encéfalo. 
 
ORELHA 
Responsável pela audição, a orelha é dividida em externa, média e 
interna. A orelha externa é constituída pelo pavilhão auditivo e pelo 
canal auditivo. A forma do pavilhão auditivo está relacionada à captação 
e ao direcionamento do som. O canal auditivo é protegido por uma camada 
de cera, que retém as impurezas e impede que elas cheguem à orelha 
média. 
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A orelha média é formada pelo tímpano e por três minúsculos ossos: 
o martelo, a bigorna e o estribo. As ondas sonoras que chegam pelo 
canal auditivo fazem vibrar a membrana timpânica e essas vibrações são 
propagadas pelos 3 ossos da orelha média. É nessa porção da orelha que 
existe um canal chamado tuba auditiva, que faz a conexão entre essa 
região e a garganta. Isso é importante para que, durante variações de 
pressão atmosférica, o ar possa se deslocar para dentro e para fora da 
orelha média de modo a acomodar corretamente a membrana timpânica. É 
por isso que ouvimos certos estalos quando subimos uma serra de carro, 
por exemplo. Devido à tuba auditiva é que, frequentemente, infecções de 
garganta passam para a orelha e vice-versa. 
 
Fig. 09: Visão geral da orelha 
 
Após ser transmitido pelos 3 ossos da orelha média, o estímulo sonoro 
passa para a cóclea, que compõe a orelha interna. No interior da cóclea 
existe um líquido que, ao vibrar, causa a deformação de uma membrana 
que contém células ciliadas. Essas deformações produzem estímulos 
nervosos que são enviados ao cérebro e interpretados como sons. A 
exposição prolongada a sons altos leva ao desgaste dos cílios presentes 
nessas células da orelha média e isso leva à perda da capacidade auditiva. 
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Fig. 10: Detalhe do interior da cóclea onde os estímulos sonoros são convertidos em impulsos 
nervosos. 
 
A orelha interna também desempenha papel importante na 
manutenção do equilíbrio corporal. Em outra região da orelha interna ± o 
labirinto ± também preenchida por um líquido, existem células ciliadas que 
são capazes de detectar a orientação corporal. Isso também é auxiliado pela 
presença de pequenas partículas de carbonato de cálcio chamadas otólitos, 
que se movimentam no líquido do interior do labirinto e, estimulam as 
células ciliadas, fornecendo informações sobre a posição do corpo. Doenças 
que atacam o labirinto podem causar tonturas, vertigens, enjoos e 
zumbidos. 
 
OLFATO E PALADAR 
Os receptores olfatórios e gustatórios são capazes de perceber 
estímulos químicos de diferentes substâncias. A diferença básica entre o 
olfato e o paladar é que os receptores do primeiro podem ser estimulados 
por partículas emitidas por objetos distantes viajando pelo ar, enquanto que 
os receptores gustatórios precisam estar em contato direto com o objeto 
para serem estimulados. 
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Nossos receptores olfatórios situam-se na parte superior de nossas 
cavidades nasais, onde há células ciliadas capazes de detectarem os 
estímulos químicos presentes no ar e transmiti-los como impulsos nervosos 
ao bulbo olfatório. 
 
Fig. 11: Os receptores olfatórios localizam-se nas cavidades nasais. 
 
Já os nossos receptores gustatórios se localizam na língua, formando 
as papilas gustatórias, dotadas de células capazes de detectar e reconhecer 
diversas partículas e perceber quatro tipos de sensações: doce, salgada, 
azeda e amarga. 
 
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Fig. 12: Os receptores gustatórios localizam-se na língua. 
 
3 Sistema Endócrino 
 
Quando estudamos o tecido epitelial glandular, vimos que as glândulas 
podem ser de três tipos: exócrinas, endócrinas ou mistas. As glândulas 
endócrinas são aquelas que lançam suas secreções chamadas hormônios 
na corrente sanguínea, enquanto que as glândulas exócrinas lançam suas 
secreções em cavidades corporais ou para fora do corpo. Glândulas mistas 
possuem uma porção endócrina e outra exócrina, sendo o pâncreas o único 
representante no corpo humano. 
A endocrinologia estuda justamente essas glândulas endócrinas e suas 
secreções, os hormônios. Hormônios são substâncias presentes em 
pequena quantidade no nosso corpo, mas que são cruciais para o 
funcionamento do corpo humano pois atuam como mensageiros químicos. 
Eles são produzidos e liberados por determinadas células, caem na corrente 
sanguínea, e vão atuar sobre outras células (células-alvo), modificando o 
seu funcionamento. Os hormônios só atuarão sobre as células que 
possuírem receptores específicos para eles. Quimicamente, a maior parte 
dos hormônios é de natureza proteica, sendo alguns de natureza lipídica 
como os esteroides. 
O mecanismo de feedback ou retroalimentação é responsável pela 
regulação da produção e liberação de muitos hormônios. Como os 
hormônios atuam sobre outras células, muitas vezes induzindo a produção 
de outras substâncias, o acúmulo desses produtos na circulação faz com 
que a glândula seja inibida (feedback negativo) e deixe de produzir o 
hormônio em questão. Por exemplo: a hipófise libera um hormônio 
chamado tireotrófico que atua sobre a glândula hipófise estimulando a 
produção dos hormônios T3 e T4. O aumento de T3 e T4 no sangue causa 
a inibição da liberação de hormônio tireotrófico pela hipófise. Já a 
diminuição de T3 e T4 no sangue causa o efeito inverso e mais hormônio 
tireotrófico é liberado. Vamos ver agora quais são as principais glândulas 
do corpo humano e que hormônios elas produzem. 
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Fig. 13: Localização das principais glândulas endócrinas do ser humano. 
 
HIPÓFISE 
A hipófise ou pituitária é uma glândula de grande importância no corpo 
humano pois ela libera hormônios que controlam as atividades de várias 
outras glândulas. Situada na base do cérebro, se divide em dois lobos. O 
anterior é a adenoipófise e o posterior é a neuroipófise. 
A neuroipófise, na realidade, secreta hormônios produzidos no 
hipotálamo, sendo eles a ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH). 
A ocitocina tem como células-alvo as do útero, onde ela estimula as 
contrações necessárias para o parto, e as das glândulas mamárias, onde 
ela provoca a liberação do leite quando o bebê suga a mama. Quanto mais 
o bebê sugar, mais ocitocina será produzida, tratando-se assim de um 
feedback positivo. Já o ADH, como vimos anteriormente, atua nos túbulos 
renais, aumentando a reabsorção de água. 
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A adenoipófise recebe estímulos do hipotálamo e é responsável pela 
liberação dos hormônios tróficos, que controlam outras glândulas. São eles: 
hormônio tireotrófico (TSH), que estimula a glândula tireoide; 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que atua sobre o córtex das 
glândulas suprarrenais; hormônio folículo-estimulante (FSH) e 
hormônio luteinizante, que atuam sobre os testículos e os ovários. Além 
dos hormônios tróficos, a adenoipófise também produz o hormônio do 
crescimento (GH), que promove o crescimento das cartilagens, dos ossos 
e da maioria dos tecidos; e a prolactina que estimula a produção de leite 
nas mulheres. 
 
GLÂNDULA PINEAL 
Localizada próximo ao centro do cérebro dos mamíferos, seu hormônio 
é a melatonina. A melatonina só é produzida na ausência de luz e, por 
isso, a duração dos dias tem influência direta atividade da glândula pineal. 
Ela está relacionada, portanto, ao chamado relógio biológico, ao sono do 
ser humano e ao ritmo circadiano, que compreende períodos de cerca de 
um dia de duração. 
 
TIREOIDE 
A glândula tireóidea localiza-se na região da garganta, onde fica a 
proeminência laríngea, também conhecida como pomo de adão. Ela produz 
dois hormônios derivados do aminoácido tirosina chamados 
triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Ambos atuam estimulando os 
processos metabólicos, aumentando o fluxo de sangue para os tecidos, a 
respiração celular, os movimentos respiratórios e a frequência cardíaca. 
Os hormônios T3 e T4 possuem iodo em sua composição e, portanto, 
a deficiência desse elemento na alimentação, pode levar à diminuição na 
sua produção. Isso leva ao hipotireoidismo, caracterizado pela apatia, 
sonolência, ganho de peso e baixa tolerância ao frio. Além disso, como uma 
tentativa de reverter essa situação, a tireoide torna-se aumentada, 
provocando um inchaço no pescoço chamado bócio endêmico ou 
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carencial. A obrigatoriedade da comercialização de sal de cozinha contendo 
iodo visa justamente a prevenir a ocorrência desse tipo de bócio. 
 
Fig. 14: Mulher com bócio carencial, decorrente da baixa ingestão de iodo. 
 
Por outro lado, diferentes fatores podem levar a tireoide a produzir T3 
e T4 em excesso. Nesse caso, temos o hipertireoidismo, que provoca 
perda de peso, sudorese intensa, pressão alta e a chamada exoftalmia, 
quando os olhos da pessoa ficam arregalados, saltando das órbitas. Além 
disso, o hipertireoidismo também pode levar ao bócio. 
Além do T3 e do T4, a tireoide também produz a calcitonina, que 
diminui a quantidade de cálcio no sangue e o deposita nos ossos. 
 
PARATIREOIDES 
As glândulas paratireoideas são quatro e situam-se por trás da tireoide. 
Produzem o paratormônio, que tem função contrária à da calcitonina. O 
paratormônio responde à diminuição da quantidade de íons cálcio no sangue 
e promove a sua retirada dos ossos para reposição no sangue. 
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Fig. 15: À esquerda visão anterior da tireoide em posição no corpo. À direita visão posterior da 
tireoide, evidenciando as paratireoides. 
 
PÂNCREAS 
Como comentamos anteriormente, o pâncreas é uma glândula mista. 
Sua porção exócrina lança suas enzimas digestivas no duodeno. Já as 
ilhotas pancreáticas, sua porção endócrina, são responsáveis pela produção 
de dois hormônios importantíssimos na regulação do equilíbrio glicêmico do 
organismo. Um desses hormônios é a insulina, produzida nas células beta 
do pâncreas, e que facilita a entrada da glicose nas células para ser usada 
na respiração celular. Com isso, a insulina promove a diminuição da 
quantidade de glicose no sangue. Além disso, ela estimula a conversão de 
glicose em glicogênio no fígado e inibe a gliconeogênese (transformação de 
aminoácidos e lipídeos em glicose). O outro hormônio produzido pelo 
pâncreas é o glucagon, liberado pelas células alfa e que provoca efeito 
contrário ao da insulina. Ele promove o aumento da glicemia, pois estimula 
a glicogenólise (conversão de glicogênio em glicose). 
 
Fig. 16: Visão geral do pâncreas e um corte transversal evidenciando as ilhotas pancreáticas. 
 
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Refeições ricas em carboidratos provocam rápido aumento na glicemia 
de um indivíduo. Caso a pessoa não seja capaz de produzir insulina em 
quantidades suficientes ou suas células tenham perdido a sensibilidade a 
esse hormônio, a glicose vai se acumular no sangue gerando um quadro de 
hiperglicemia característico do indivíduo que possui diabetes melito. No 
caso da diabetes tipo I (insulinodependente), o indivíduo não produz ou 
produz insuficientemente a insulina. No caso da diabetes tipo II, as células 
do indivíduo perdem a sensibilidade à insulina e passam a apresentar 
dificuldades para absorver glicose. Isso está associado ao sedentarismo, à 
má alimentação e à obesidade. Os rins do diabético não conseguem 
reabsorver toda a glicose circulante e parte dela acaba saindo na urina. Com 
isso, ela acaba puxando muita água por osmose, o que gera desidratação. 
Além disso, a pessoa tem sede e fome excessivas, também pelo fato de não 
conseguir absorver a glicose e, por ter que obter energia a partir de lipídeos, 
acaba perdendo muito peso. Quando não tratada a diabetes pode levar à 
cegueira, problemas cardíacos, renais e até à morte. 
 
SUPRARRENAIS 
As suprarrenais ou adrenais estão situadas sobre os rins. Elas 
apresentam duas regiões distintas, o córtex e a medula, que produzem 
diferentes hormônios. 
Os hormônios do córtex são os corticosteroides, divididos em 
mineralocorticoides e glicocorticoides, todos derivados do colesterol. Entre 
os mineralocorticoides citamos a aldosterona, que aumenta a reabsorção 
de íons sódio pelos rins e, consequentemente, a retenção de água, o que 
leva ao aumento da pressão sanguínea. Entre os glicocorticoides, o mais 
importante é o cortisol. Ele estimula a gliconeogênese (conversão de 
aminoácidos e lipídeos em glicose), aumentando a disponibilidade de glicose 
no sangue, o que ajuda o indivíduo a suportar períodos sem comida e 
estressantes. Outro efeito dos glicocorticoides é diminuir a permeabilidade 
dos capilares sanguíneos, gerando um efeito anti-inflamatório. 
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Fig. 17: Glândulas suprarrenais e seus hormônios. 
 
A medula das suprarrenais produz dois hormônios: a adrenalina (ou 
epinefrina) e a noradrenalina (ou norepinefrina). A noradrenalina tem 
como principal função manter a pressão sanguínea em níveis normais. Já a 
adrenalina tem papel importante em situações de estresse que podem 
incluir momentos de perigo ou de grande emoção. Nesses casos, o sistema 
nervoso simpático estimula a suprarrenal a liberar esse hormônio, que 
causa o aumento do ritmo cardíaco, o aumento da pressão arterial e a 
vasoconstrição periférica, que leva à concentração do sangue nos músculos 
e órgãos internos, preparando o indivíduo para uma resposta imediata. 
 
GÔNADAS 
As glândulas sexuais serão melhor estudadas no próximo capítulo 
dessa aula, mas vamos comentar o papel endócrino desses órgãos. O 
principal hormônio produzido pelos testículos é a testosterona. Ela é 
responsável pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos 
caracteres sexuais secundários, como o engrossamento da voz, o 
desenvolvimento muscular e ósseo e a quantidade e distribuição de pelos 
no corpo. Além disso, ela promove o impulso sexual. Como a testosterona 
promove o aumento da síntese proteica nos músculos, existem pessoas que 
consomem versões sintéticas desse hormônio no intuito de aumentar 
rapidamente sua musculatura. Esses produtos são conhecidos como 
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esteroides anabolizantes e são extremamente perigosos quando 
utilizados sem acompanhamento médico. Eles podem levar a problemas nos 
rins, no fígado, no coração e a distúrbios comportamentais como 
agressividade e depressão. Além disso, sua utilização pode causar a 
esterilidade, por atrofiar os testículos, a impotência sexual e o 
desenvolvimento de mamas em homens. Em mulheres pode levar ao 
aparecimento excessivo de pelos no corpo, perda de cabelo e diminuição 
dos seios. 
Os principais hormônios produzidos pelos ovários são o estrogênio e 
a progesterona. O estrogênio promove o amadurecimento dos órgãos 
genitais femininos, as características sexuais secundárias femininas como o 
acúmulo de gordura em partes específicas do corpo, o alargamento dos 
quadris e o desenvolvimento das glândulas mamárias. A progesterona atua 
na preparação e na manutenção da parede uterina para receber o embrião. 
 
4 Sistema Reprodutor 
 
Os seres vivos apresentam dois tipos básicos de reprodução: a 
assexuada e a sexuada. A principal diferença entre elas é que na primeira 
não há mistura de material genético entre indivíduos diferentes, o que 
ocorre na segunda. Além disso, a reprodução assexuada gera indivíduos 
geneticamente iguais àquele que os originou. Já a reprodução sexuada gera 
descendentes diferentes dos originais (variabilidade genética) e isso é um 
mecanismo extremamente importante para os processos evolutivos. 
A reprodução assexuada nos seres unicelulares ocorre por divisão 
binária ou bipartição. Já nos animais pluricelulares, pode ocorrer a 
fragmentação ou laceração, em que o corpo se parte em dois ou mais 
pedaços e cada pedaço dá origem a um novo indivíduo. Outra forma de 
reprodução assexuada em animais pluricelulares é o brotamento, em que, 
a partir do indivíduo original, começa a surgir um novo indivíduo que, 
posteriormente, se separa. 
A reprodução sexuada envolve, geralmente, a formação de gametas e 
a fecundação, ou seja, o encontro dos gametas. Gametas são células 
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haploides produzidas por meiose, nos animais, no processo chamado 
gametogênese. A gametogênese ocorre nas glândulas sexuais ou 
gônadas. Os espermatozoides (gametas masculinos) são produzidos nos 
testículos enquanto que os óvulos (gametas femininos) são produzidos nos 
ovários. 
Existe um tipo especial de reprodução em que, apesar de envolver a 
produção de gametas, não há a necessidade de dois indivíduos para que ela 
ocorra. A partenogênese está presente em vários animais como insetos, 
crustáceos e até mesmo répteis. Nela as fêmeas produzem gametas 
femininos que se desenvolvem sem a necessidade de um espermatozoide. 
Essa reprodução é considerada, portanto, assexuada. 
 
SISTEMA REPRODUTOR HUMANO 
As glândulas sexuais masculinas são um par de testículos, que se 
acomodam no interior da bolsa escrotal. Sua posição fora da cavidade 
abdominal é fundamental para a correta produção de espermatozoides, pois 
esse processo ocorre normalmente em temperaturas mais baixas do que no 
interior da cavidade abdominal. No interior dos testículos existe grande 
quantidade de túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são 
produzidos a partir da puberdade. Desse local, os espermatozoides são 
conduzidos ao epidídimo, onde adquirem mobilidade e ficam armazenados 
até o momento da ejaculação. De cada epidídimo parte um ducto 
deferente, que passa por trás da bexiga urinária. São esses dois canais 
que são cortados na cirurgia de vasectomia. Os dois ductos deferentes se 
fundem em um ducto ejaculatório, onde são lançadas as secreções das 
glândulas seminais e da próstata. O sêmen, compostopor 
espermatozoides e secreções das glândulas anexas é liberado pela uretra 
durante a ejaculação. Existe ainda outro par de glândulas chamadas 
bulbouretrais, que produzem uma secreção liberada na uretra durante a 
excitação sexual e que lubrifica e limpa o canal uretral. O pênis, por onde 
passa a uretra, é o órgão copulador masculino. Ele possui três cilindros de 
tecido erétil que, durante a excitação sexual, se enchem de sangue e 
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promovem a ereção do órgão, possibilitando a relação sexual. 
 
 
Fig. 18: Sistema reprodutor masculino 
 
A espermatogênese ocorre no interior dos testículos e se inicia com 
células diploides chamadas espermatogônias. A partir da puberdade, elas 
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se multiplicam com maior intensidade e parte delas cresce e transforma-se 
em espermatócitos primários. É aí que a meiose produz, para cada 
espermatócito primário, quatro espermátides haploides. Cada espermátide 
se transforma em um espermatozoide flagelado. 
Dois hormônios hipofisários são responsáveis pelo desenvolvimento 
das características sexuais masculinas: o hormônio folículo estimulante 
(FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Ambos agem sobre as células do 
testículo, a partir da puberdade, estimulando a espermatogênese e também 
a produção de testosterona, que é um outro hormônio, responsável pelas 
características masculinas como distribuição e quantidade de pelos, 
desenvolvimento muscular, ósseo, e o tom da voz. 
 
Fig. 19: Espermatogênese 
 
As glândulas sexuais femininas são um par de ovários. É dentro deles 
que ocorre a ovulogênese e também a produção de hormônios sexuais. Para 
cada ovário existe uma tuba uterina, que é para onde os gametas 
femininos liberados na ovulação são conduzidos. A tuba uterina faz a 
conexão entre o ovário e o útero. O útero é um órgão muscular e oco, 
dentro do qual o embrião se desenvolve durante a gravidez. A vagina liga 
o colo do útero até a parte externa da genitália feminina. É por ela que o 
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bebê sai no momento do parto e é também por ela que o pênis entra 
durante a relação sexual. A vulva recebe a abertura do canal vaginal e 
também a abertura da uretra, que na mulher tem papel apenas relacionado 
ao sistema urinário. 
 
 
Fig. 10: Sistema reprodutor feminino 
 
A ovulogênese difere em alguns aspectos da espermatogênese. 
Primeiro, para cada célula diploide original, apenas um óvulo será formado. 
Segundo, ela não ocorre de forma contínua, e sim com a produção e 
liberação de apenas um ovócito secundário por mês. O que acontece é que 
durante o desenvolvimento embrionário de uma menina, células diploides 
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chamadas ovogônias sofrem mitoses até o terceiro mês de gestação. A 
partir daí elas crescem, iniciam a meiose, que fica paralisada na prófase I e 
passam a ser chamadas de ovócitos primários. Assim, a menina já nasce 
com todos os ovócitos primários que ela utilizará durante sua vida. Cada 
ovócito primário é envolvido por células foliculares formando o chamado 
folículo ovariano. A partir da puberdade, o hormônio folículo 
estimulante (FSH) liberado pela hipófise estimula o desenvolvimento de 
alguns folículos ovarianos, mas, normalmente, apenas um termina a 
primeira divisão meiótica, gerando um ovócito secundário, que estaciona 
na metáfase II, e um glóbulo polar que degenera. A ovulação então é a 
liberação de um ovócito secundário da parede ovariana, devido ao 
rompimento do seu respectivo folículo. Se não houver fecundação, o ovócito 
secundário morre aproximadamente 24 horas depois da ovulação. Em caso 
contrário, a fecundação faz com que o ovócito secundário termine a 
segunda divisão meiótica gerando um óvulo e outro glóbulo polar que 
também degenera. As células foliculares que permanecem no ovário 
formam o corpo lúteo, que terá função importante caso ocorra a 
fecundação. 
 
Fig. 21: Ciclo ovariano 
 
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Fig. 22: Comparação entre a espermatogênese e a ovulogênese. 
 
Como vimos, uma vez por mês (aproximadamente a cada 28 dias), um 
ovócito secundário é liberado pelo ovário. Normalmente, os ovários direito 
e esquerdo alternam os meses de ovulação. Isso é coordenado por dois 
hormônios hipofisários: o FSH e o LH. Esses hormônios também preparam 
o útero para receber um embrião, em caso de haver fecundação. Se não 
houver, o ovócito secundário vai degenerar e o endométrio uterino 
desenvolvido vai se soltar e sair através da vagina durante a menstruação. 
Isso é uma versão extremamente resumida do que chamamos de ciclo 
menstrual. Vamos ver isso mais detalhadamente agora. 
O ciclo menstrual envolve hormônios produzidos na hipófise (FSH e LH) 
e hormônios produzidos nos ovários (estrogênio e progesterona). 
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Normalmente ele leva 28 dias entre o início de uma menstruação e o de 
outra. Na primeira metade do ciclo, o aumento nos níveis circulantes de 
FSH faz com que o folículo se desenvolva, produzindo estrogênio. O 
estrogênio estimula o crescimento do endométrio, porção mais interna do 
útero, como preparação para receber o embrião. Aproximadamente 14 dias 
após o início do ciclo, por ação do LH, o folículo maduro se rompe e libera 
o ovócito secundário na tuba uterina. As células foliculares remanescentes, 
estimuladas pelo LH, passam a produzir progesterona, hormônio que 
mantém o endométrio espesso e vascularizado durante 14 dias. Se não 
houver fecundação, essas células foliculares que recebem o nome de corpo 
lúteo, degeneram e interrompem a produção de progesterona, fazendo com 
que o endométrio descame e seja liberado na menstruação. Por outro lado, 
se houver fecundação, a placenta produz o hormônio chamado 
gonadotrofina coriônica (hCG), que impede a degeneração do corpo lúteo e 
consequentemente o mantém produzindo progesterona. Isso faz com que 
não ocorra a descamação do endométrio, o que levaria à morte do embrião. 
A ação do corpo lúteo dura até o terceiro mês de gestação, quando a própria 
placenta passa a produzir progesterona e estrogênio. 
Assim, se a ovulação ocorre mais ou menos no 14º dia do ciclo 
menstrual, existe um período em que a mulher tem muito maiores chances 
de engravidar que é o chamado período fértil. Ele compreende três dias 
antes e três dias depois da ovulação. Isso porque tanto o ovócito secundário 
quanto os espermatozoides não resistem por muito tempo se não houver a 
fecundação. 
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Fig. 23: Ciclo ovariano e uterino. 
 
A fecundação é o encontro do espermatozoide com o ovócito 
secundário. Ela ocorre, normalmente, no primeiro terço da tuba uterina. 
Vários espermatozoides podem chegar a ter contato com a parte externado ovócito. Lembre-se que ele é revestido por células foliculares e também 
por uma camada gelatinosa de glicoproteínas. O primeiro espermatozoide 
a vencer essas barreiras e se fundir com a membrana plasmática do ovócito 
desencadeia diversas reações que impedem que outros espermatozoides o 
façam. Nesse momento o ovócito secundário termina a segunda divisão 
meiótica e ocorre a cariogamia, ou seja, a fusão dos núcleos dos dois 
gametas, formando o zigoto diploide. O espermatozoide contribui então 
com o material genético e com os centríolos para a formação do zigoto. Já 
o ovócito contribui com todas as outras organelas e, obviamente, seu 
material genético. Assim, como as mitocôndrias do zigoto são provenientes 
apenas do ovócito, sabemos que o DNA mitocondrial é transmitido apenas 
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pela linhagem materna e isso tem sido muito utilizado para fins de 
identificação de indivíduos. 
 
5 Desenvolvimento Embrionário 
 
O desenvolvimento do embrião pode ocorrer no interior do organismo 
materno ou não. Nesse sentido, animais que apresentam fecundação 
externa terão, consequentemente, seu desenvolvimento embrionário no 
ambiente externo e recebem o nome de ovulíparos. É o caso de alguns 
peixes, anfíbios e muitos invertebrados. Já os ovíparos são aqueles que 
apresentam fecundação interna, mas o ovo é eliminado pela fêmea no 
ambiente e garante o desenvolvimento embrionário pela presença de 
substâncias de reserva. É o caso das aves, muitos invertebrados e a maioria 
dos répteis. Os animais ovovivíparos são aqueles em que o embrião se 
desenvolve às custas das reservas nutritivas presentes no ovo, mas esse 
ovo fica retido no interior do organismo materno. Alguns peixes, 
invertebrados e répteis o fazem. Por fim, os vivíparos são aqueles em que 
o desenvolvimento do embrião ocorre no interior do organismo materno do 
qual depende nutricionalmente. A maioria dos mamíferos são vivíparos, 
incluindo os seres humanos. 
Os animais com desenvolvimento direto nascem na forma de uma 
miniatura do adulto. Isso exige grande quantidade de reservas nutritivas 
em seus ovos ou a viviparidade. Já os animais com desenvolvimento 
indireto eclodem dos ovos como larvas, formas mais simples do que os 
adultos. Esse tipo de desenvolvimento exige ovos com menor quantidade 
de reservas nutritivas. As larvas então se alimentam e sofrem metamorfose 
para se transformar nas formas adultas. Anfíbios e muitos invertebrados 
apresentam esse tipo de desenvolvimento. 
O desenvolvimento embrionário do anfioxo é, normalmente, utilizado 
como modelo para estudar o desenvolvimento dos cordados, de maneira 
geral. Nele, após a fecundação, o zigoto começa a sofrer diversas divisões 
mitóticas até dar origem a uma pequena bola maciça de células chamada 
mórula. A continuidade das divisões mitóticas na mórula gera uma bola 
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oca e formada por uma única camada de células chamada blástula. A 
blástula sofre uma invaginação e origina a gástrula. Nesse momento o 
embrião apresenta 2 camadas de células (ectoderme e endoderme) e uma 
cavidade interna chamada arquêntero, com uma abertura chamada 
blastóporo. 
 
Fig. 24: Gastrulação de um ouriço-do-mar, um animal deuterostomado. 
 
 
A partir da endoderme surge, nos cordados e demais animais 
triblásticos, uma terceira camada de células chamada mesoderme. No 
interior da mesoderme forma-se a cavidade do celoma e, em posição 
dorsal, surge a notocorda e o tubo neural. Nesse momento, o embrião é 
chamado de nêurula e os órgãos começam a ser formados 
(organogênese). O tubo neural dará origem ao sistema nervoso. As três 
camadas iniciais de células do embrião são chamadas folhetos 
embrionários, e dão origem a todas as estruturas do corpo do animal, 
conforme quadro abaixo. 
Folheto Embrionário Principais estruturas formadas 
Ectoderme 
Epiderme, glândulas exócrinas, sistema 
nervoso, esmalte dos dentes, revestimento 
da boca, do nariz e do ânus, cristalino, retina 
e córnea. 
Mesoderme 
Músculos, tecidos conjuntivos, sistema 
cardiovascular, linfático, urogenital. 
Endoderme 
Revestimento do tubo digestório e do sistema 
respiratório, fígado, pâncreas. 
 
O embrião humano chega ao útero cerca de três a quatro dias após a 
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fecundação. Em torno de sete a oito dias ele já atingiu o estado de blástula, 
que nos mamíferos leva o nome de blastocisto. Nesse momento ocorre a 
implantação do embrião no útero, fenômeno chamado nidação. A partir daí 
começa a chamada gravidez ou gestação, que dura aproximadamente 9 
meses. O blastocisto é composto por células que darão origem ao embrião 
propriamente dito e aos tecidos extraembrionários como os que compõem 
o saco vitelínico, o cório, o âmnio, o alantoide e a placenta. 
 
Fig. 25: Formação do blastocisto em mamíferos. 
 
Nos mamíferos placentários, como os seres humanos, o saco vitelínico 
e o alantoide são reduzidos, uma vez que a nutrição, a respiração e a 
excreção do embrião são realizadas pela placenta. A placenta liga-se ao 
embrião pelo cordão umbilical, onde se encontram vasos sanguíneos que 
levam nutrientes e gás oxigênio para o indivíduo em formação, ao mesmo 
tempo em que retiram dele gás carbônico e excretas. 
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Fig. 26: Etapas iniciais do desenvolvimento embrionário humano. 
 
 
Fig. 27: É através da placenta que o embrião recebe gás oxigênio e nutrientes, bem como elimina 
gás carbônico e excretas. 
 
 
 
 
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O quadro abaixo lista os eventos mais marcantes no desenvolvimento 
embrionário humano. 
 
Idade do 
Embrião 
Evento 
24 horas Primeira divisão do zigoto, com formação de duas células. 
3 dias Chegada do embrião à cavidade uterina. 
7 dias Implantação do embrião no útero. 
2,5 semanas 
Organogênese em curso. Início da formação da notocorda 
e do músculo cardíaco; formação das primeiras células 
sanguíneas, do saco vitelínico e do cório. 
3,5 semanas 
Formação do tubo nervoso. Primórdios de olhos e orelhas 
já são visíveis; diferenciação do tubo digestório, com 
formação das fendas na faringe e início de 
desenvolvimento do fígado e do sistema respiratório; o 
coração começa a bater. 
4 semanas 
Aparecimento de brotos dos braços e pernas; formação 
das três partes básicas do encéfalo. 
2 meses 
Início dos movimentos. Já é possível identificar a presença 
de testículos ou ovários; tem início a ossificação; os 
principais vasos sanguíneos assumem sua posição 
definitiva. 
3 meses 
O sexo já pode ser identificado externamente; a notocorda 
degenera. 
4 meses A face do embrião assume aparência humana. 
3º trimestre 
Os neurônios tornam-se mielinizados; ocorre grande 
crescimento do corpo. 
266º dia Nascimento. 
 
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Fig. 28: Desenvolvimento fetal humano. 
 
Normalmente, nos seres humanos, emcada gestação forma-se um 
único embrião. No entanto, existem casos em que mais de um embrião 
pode ser formado, dando origem a gêmeos. Pode acontecer de a mulher 
liberar dois ou mais ovócitos em um ciclo menstrual. Assim, se eles forem 
fecundados, mais de um zigoto se formará e consequentemente mais de 
uma criança nascerá. Nessa situação, falamos em gêmeos dizigóticos e 
eles são tão semelhantes quanto dois irmãos que tenham nascido 
separadamente. Como são zigotos diferentes, os gêmeos podem ser, 
inclusive, de sexos opostos. Em outros casos, pode acontecer de um zigoto 
se dividir e dar origem a mais de um indivíduo. Esses indivíduos serão, 
portanto, idênticos geneticamente, e são chamados de gêmeos 
monozigóticos. Caso essa divisão do zigoto não ocorra completamente, 
os indivíduos podem ficar ligados por alguma parte do corpo, formando os 
chamados gêmeos unidos. 
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Fig. 29: Formação de gêmeos monozigóticos. 
 
 
6. Evolução Humana 
 
Vimos anteriormente que a vida no planeta Terra surgiu entre 
aproximadamente 3,5 e 4,5 bilhões de anos atrás. Desde então nosso 
planeta sofreu grandes modificações climáticas e também na posição dos 
continentes. A tectônica de placas explica a movimentação das massas 
continentais e isso é fundamental para compreendermos a distribuição 
espacial dos grupos de seres vivos. Ao longo desses bilhões de anos, vários 
episódios de extinções em massa varreram incontáveis espécies das quais 
nunca teremos conhecimento. A mais famosa dessas extinções foi a que 
ocorreu no fim do período Cretáceo (65 milhões de anos) e causou o 
desaparecimento dos dinossauros. Estima-se que cerca de 85% das 
espécies foram extintas nesse evento que teve como principal causa a 
queda de um asteroide com cerca de 10 km de diâmetro na superfície 
terrestre. Graças a essa extinção, e com o desaparecimento de grandes 
predadores, os mamíferos, que haviam surgido no fim do Triássico, 
puderam se diversificar e ocupar os nichos ecológicos deixados vagos pelas 
espécies extintas. 
Os seres humanos estão incluídos entre os primatas, uma ordem de 
mamíferos da qual também pertencem os lêmures, társios, Macacos do 
Novo Mundo, Macacos do Velho Mundo, gibões, orangotangos, gorilas e 
chimpanzés. 
 
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O SER HUMANO NÃO EVOLUIU DO MACACO 
Pois é, amigos. Ao contrário do que muitos pensam, o ser humano não 
evoluiu do macaco. O que acontece é que as duas espécies de chimpanzés 
(Pan troglodytes e Pan paniscus) são os seres atuais mais próximos 
evolutivamente dos seres humanos. Isso não quer dizer que evoluímos dos 
chimpanzés e sim que compartilhamos um ancestral com eles mais recente 
do que com qualquer outro ser ainda existente no nosso planeta. Esse 
ancestral viveu há cerca de 5 a 7 milhões de anos e de lá até o surgimento 
das espécies atuais, várias outras formas surgiram e foram extintas. 
 
Fig. 30: Filogenia dos primatas 
 
Apesar de apresentarmos grandes semelhanças anatômicas, 
fisiológicas e moleculares com os chimpanzés, várias características nos 
diferenciam deles, entre as quais destacamos: a proporção entre braços e 
pernas, o grau de mobilidade do polegar, a distribuição de pelos corporais, 
a dentição e, principalmente, o tamanho do cérebro que é muito maior na 
nossa espécie. Nosso grande volume cerebral reflete nossa capacidade de 
raciocínio, manuseio de ferramentas e objetos, previsão de eventos futuros, 
emoções, entre outras coisas, que nos distinguem não só dos chimpanzés, 
mas também de todos os outros seres vivos. Outra característica 
tipicamente humana é sua capacidade de apoiar e locomover apenas sobre 
os membros posteriores, ou seja, em uma postura bípede. Outros primatas 
antropoides como gorilas e chimpanzés só conseguem andar sobre dois pés 
por períodos curtos. As vantagens do bipedalismo incluem ter as mãos livres 
para carregar filhos, alimentos e objetos; observar presas e predadores à 
distância; locomover-se com menor gasto de energia; e diminuir a absorção 
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de calor do chão. 
A transição de uma postura quadrúpede para bípede tem ligação, 
provavelmente, com as mudanças climáticas ocorridas na África, onde os 
ancestrais dos seres humanos surgiram. A gradativa mudança de ambientes 
dominados por florestas para savanas acabou por selecionar indivíduos 
mais aptos a se locomover em campos abertos e com características 
favoráveis a suportar temperaturas mais altas, como uma menor cobertura 
de pelos no corpo. 
 
Fig. 31: Diferenças no esqueleto de um gorila e um ser humano bípede. 
 
Outra importante diferença entre os seres humanos e os demais 
primatas é que os polegares de nossas mãos são mais longos, fortes e 
móveis. Assim, muitos primatas conseguem ter o que chamamos de pegada 
de potência, mas apenas os seres humanos têm uma pegada de precisão 
utilizando o polegar e as pontas dos outros dedos para executar 
movimentos finos e delicados. 
 
Fig. 32: Seres humanos são capazes de utilizar objetos com precisão. 
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Após a separação das linhagens que deram origem aos chimpanzés e 
aos seres humanos, várias outras espécies surgiram e fazem parte de nossa 
ancestralidade. Ainda existe muito por descobrir e, à medida que novos 
fósseis vão sendo encontrados, mais peças são adicionadas a esse quebra-
cabeças. Vamos conhecer os principais candidatos a nossos ancestrais. 
Restos de crânios fossilizados de um hominídeo com cerca de 7 milhões 
de anos foram encontrados no Chade (região central da África) em 2003. 
Eles foram classificados como Sahelanthropus tchadensis e acredita-se que 
ele possa ser o mais antigo ancestral da linhagem humana, tendo surgido 
logo após a divergência com a linhagem dos chimpanzés. No entanto, não 
há consenso acerca disso e outra possibilidade é que S. tchadensis seja 
ancestral tanto dos seres humanos quanto dos chimpanzés. 
 
Fig. 33: Crânio fossilizado de S. tchadensis 
 
Outro possível ancestral de nossa espécie é o Orrorin tugenensis, que 
viveu no leste africano há cerca de 6 milhões de anos. Seus fósseis indicam 
que ele tinha uma postura ereta e o andar bípede. No entanto, outras 
características apontam para um hábito arborícola. O Ardipithecus ramidus, 
um pouco mais recente do que o Orrorin (entre 5,8 e 5,2 milhões de anos 
atrás) também apresentava características morfológicas de um primata 
bípede, mas de hábitos predominantemente arborícolas. 
Os australopitecos são o grupo mais bem documentado de hominídeos 
primitivos devido à grande quantidade de fósseis descobertos. Viveram na 
África entre cerca de 4 e 1,2 milhões de anos atrás e apresentam várias 
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espécies dentro do gênero Australopithecus. Seus fósseis revelam uma 
tendência a apresentar dentes menores (mais semelhantes aos humanos) 
e uma postura mais ereta, porém sem aumento significativo no tamanho 
cerebral. Respondendo às mudanças ambientais que causaram a retração 
das florestastropicais, esses hominídeos se adaptaram gradativamente a 
deixar as copas das árvores, desenvolvendo uma postura ereta que os 
possibilitava encontrar presas e fugir de predadores nas savanas, conforme 
já discutimos anteriormente. Uma das espécies de Australopithecus, 
provavelmente, deu origem ao gênero Homo, no qual estamos incluídos. 
 
Fig. 34: À esquerda, reconstituição de uma fêmea de Australopithecus afarensis. À direita, crânio 
fossilizado de Australopithecus africanus. 
 
Nossa espécie, Homo sapiens, é a única sobrevivente do gênero Homo. 
A característica mais marcante desse grupo é o grande tamanho cerebral, 
mas o uso de ferramentas também parece ser determinante em sua 
classificação. O mais antigo representante do gênero é o Homo habilis, que 
significa ³homem habilidoso´ em referência às ferramentas de pedra 
encontradas junto aos fósseis. Há cerca de 1,8 milhões de anos, surgiu o 
Homo erectus, de maior estatura e postura mais ereta do que o H. habilis. 
Seu cérebro também era significativamente maior, seus dentes menores e, 
restos de alimentos encontrados queimados junto a seus fósseis, revelam 
que eles não somente utilizavam ferramentas como podem ter sido os 
primeiros hominídeos a cozinhar. O H. erectus é considerado como ancestral 
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dos neandertais e do ser humano moderno. 
 
Fig. 35: Crânio de hominídeos extintos. À esquerda Homo habilis e à direita Homo erectus. 
 
O Homo neanderthalensis é a espécie extinta mais próxima 
evolutivamente ao H. sapiens. Sua origem remonta a cerca de 200 a 300 
mil anos e sua extinção ocorreu há cerca de 28 mil anos. Viveram na África, 
Oriente Médio, Europa e Ásia. Comparativamente aos humanos modernos, 
tinham um corpo mais baixo, compacto e com ossos mais largos e 
musculatura mais desenvolvida. Essa menor relação superfície-volume gera 
menor perda de calor, o que os relaciona com a vida em altas latitudes 
(clima mais frio). É possível que tenha havido intercruzamento entre eles e 
H. sapiens e que, por isso, nossa espécie carregue até hoje parte do DNA 
neandertal. Evidências fósseis indicam também que esses hominídeos 
poderiam ter pensamento simbólico com cerimônias fúnebres e tenham 
inclusive sido capazes de falar. 
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Fig. 36: Linha do tempo para algumas espécies de hominídeos. Da esquerda para a direita há uma 
tendência ao abandono de hábitos arborícolas e ao predomínio do andar bípede. 
 
SOMOS TODOS AFRICANOS 
Nossa espécie surgiu na África há cerca de 200 mil anos. Assim, não 
importa se seus antepassados recentes viveram na Europa ou na Ásia. No 
fim das contas, todos nós descendemos de humanos africanos. De lá, eles 
começaram sua jornada para outros continentes há cerca de 80 a 60 mil 
anos, quando provavelmente encontraram neandertais fora da África e 
intercruzaram com eles. À medida que pequenos grupos iam se 
aventurando cada vez mais longe em busca de alimento, nossa espécie foi 
conquistando áreas cada vez mais distantes do planeta e, ao mesmo tempo, 
sofrendo modificações morfológicas, fisiológicas e comportamentais. As 
mutações presentes nos diferentes grupos étnicos atuais nos permitem 
traçar as rotas de migração de nossos ancestrais. Assim, sabemos que há 
cerca de 15 mil anos, nossos antepassados atravessaram uma ligação 
atualmente submersa entre a Sibéria e a América do Norte, o que os 
possibilitou chegar até a América do Sul em alguns milhares de anos. Como 
registros pré-históricos do ser humano, temos não só os fósseis, mas 
também diversas ferramentas e ainda as chamadas pinturas rupestres. O 
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surgimento da agricultura há cerca de 12 mil anos possibilitou finalmente o 
surgimento das primeiras civilizações humanas. 
 
Fig. 37: Mapa de dispersão humana. Os números indicam a idade aproximada do evento. 
 
 
E assim terminamos o módulo Identidade dos Seres Vivos. Nas 
próximas duas aulas falaremos sobre Genética. Bom estudo a todos 
e até a próxima! 
 
7. QUESTÕES COMENTADAS 
 
01. (ENEM 1998, Amarela, Q09) Matéria publicada em jornal diário 
GLVFXWH�R�XVR�GH�DQDEROL]DQWHV��DSHOLGDGRV�GH�³ERPEDV´��SRU�SUDWLFDQWHV�GH�
musculDomR��6HJXQGR�R�MRUQDO��³RV�DQDEROL]DQWHV�VmR�KRUP{QLRV�TXH�GmR�
uma força extra aos músculos. Quem toma consegue ganhar massa 
muscular mais rápido que normalmente. Isso porque uma pessoa pode 
crescer até certo ponto, segundo sua herança genética e 
independHQWHPHQWH� GR� TXDQWR� HOD� VH� H[HUFLWH´�� 8P� SURIHVVRU� GH�
PXVFXODomR�� GL]�� ³&RPHFHL� D� WRPDU� ERPED� SRU� FRQWD� SUySULD�� )LFDYD�
nervoso e tremia. Fiquei impotente durante uns seis meses. Mas como sou 
OXWDGRU�GH�YDOH�WXGR��WHQKR�TXH�WRPDU´� 
A respeito desta matéria, dois amigos fizeram os seguintes comentários: 
I. o maior perigo da auto-medicação é seu fator anabolizante, que leva à 
impotência sexual. 
II. o crescimento corporal depende tanto dos fatores hereditários quanto do 
tipo de alimentação da pessoa, se pratica ou não esportes, se dorme as 8 
horas diárias. 
III. os anabolizantes devem ter mexido com o sistema circulatório do 
professor de musculação, pois ele até ficou impotente. 
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IV. os anabolizantes são mais perigosos para os homens, pois as mulheres, 
além de não correrem o risco da impotência, são protegidas pelos 
hormônios femininos. 
Tomando como referência as informações da matéria do jornal e o que se 
conhece da fisiologia humana, pode-se considerar que estão corretos os 
comentários: 
(A) I, II, III e IV. 
(B) I, II e IV, apenas. 
(C) III e IV, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
(E) I, II e III, apenas. 
 
O assunto na aula de Biologia era a evolução do Homem. Foi apresentada 
aos alunos uma árvore filogenética, igual à mostrada na ilustração, que 
relacionava primatas atuais e seus ancestrais. (Use-a para responder as 
questões 02, 03 e 04) 
 
02. (ENEM 1998, Amarela, Q25) Após observar o material fornecido pelo 
professor, os alunos emitiram várias opiniões, a saber: 
I. os macacos antropóides (orangotango, gorila e chimpanzé e gibão) 
surgiram na Terra mais ou menos contemporaneamente ao Homem. 
II. alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos macacos 
antropóides. 
III. na história evolutiva, os homens e os macacos antropóides tiveram um 
ancestral comum. 
IV. não existe relação de parentesco genético entre macacos antropóides e 
homens. 
Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que: 
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a) todas as afirmativas estão corretas. 
b) apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
c) apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
d) apenas a afirmativa II está correta. 
e) apenas a afirmativa IV está correta. 
 
03. (ENEM 1998, Amarela, Q26) Foram feitas comparações entre DNA e 
proteínas da espécie humana com DNA e proteínas de diversos primatas. 
Observando a árvore filogenética, você espera que os dados bioquímicos 
tenham apontado, entre os primatas atuais, como nosso parente mais 
próximo o: 
a) Australopithecus. 
b) Chimpanzé. 
c) Ramapithecus. 
d) Gorila. 
e) Orangotango.04. (ENEM ± 1998 Amarela Q27) Se fosse possível a uma máquina do 
tempo percorrer a evolução dos primatas em sentido contrário, 
aproximadamente quantos milhões de anos precisaríamos retroceder, de 
acordo com a árvore filogenética apresentada, para encontrar o ancestral 
comum do homem e dos macacos antropóides (gibão, orangotango, gorila 
e chimpanzé)? 
a) 5 
b) 10 
c) 15 
d) 30 
e) 60 
 
05. (ENEM ± 2000 Amarela Q62) O metabolismo dos carboidratos é 
fundamental para o ser humano, pois a partir desses compostos orgânicos 
obtém-se grande parte da energia para as funções vitais. Por outro lado, 
desequilíbrios nesse processo podem provocar hiperglicemia ou diabetes. 
O caminho do açúcar no organismo inicia-se com a ingestão de carboidratos 
TXH��FKHJDQGR�DR�LQWHVWLQR��VRIUHP�D�DomR�GH�HQ]LPDV��³TXHEUDQGR-VH´�HP�
moléculas menores (glicose, por exemplo) que serão absorvidas. 
A insulina, hormônio produzido no pâncreas, é responsável por facilitar a 
entrada da glicose nas células. Se uma pessoa produz pouca insulina, ou se 
sua ação está diminuída, dificilmente a glicose pode entrar na célula e ser 
consumida. 
Com base nessas informações, pode-se concluir que: 
(A) o papel realizado pelas enzimas pode ser diretamente substituído pelo 
hormônio insulina. 
(B) a insulina produzida pelo pâncreas tem um papel enzimático sobre as 
moléculas de açúcar. 
(C) o acúmulo de glicose no sangue é provocado pelo aumento da ação da 
insulina, levando o indivíduo a um quadro clínico de hiperglicemia. 
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(D) a diminuição da insulina circulante provoca um acúmulo de glicose no 
sangue. 
(E) o principal papel da insulina é manter o nível de glicose suficientemente 
alto, evitando, assim, um quadro clínico de diabetes. 
 
06. (ENEM 2009, Azul, Q11) Para que todos os órgãos do corpo humano 
funcionem em boas condições, é necessário que a temperatura do corpo 
fique sempre entre 36ºC e 37ºC. Para manter-se dentro dessa faixa, em 
dias de muito calor ou durante intensos exercícios físicos, uma série de 
mecanismos fisiológicos é acionada. 
Pode-se citar como o principal responsável pela manutenção da 
temperatura corporal humana o sistema 
(A) digestório, pois produz enzimas que atuam na quebra de alimentos 
calóricos. 
(B) imunológico, pois suas células agem no sangue, diminuindo a condução 
do calor. 
(C) nervoso, pois promove a sudorese, que permite perda de calor por meio 
da evaporação da água. 
(D) reprodutor, pois secreta hormônios que alteram a temperatura, 
principalmente durante a menopausa. 
(E) endócrino, pois fabrica anticorpos que, por sua vez, atuam na variação 
do diâmetro dos vasos periféricos. 
 
07. (ENEM 2009, Azul, Q37) Sabe-se que o olho humano não consegue 
diferenciar componentes de cores e vê apenas a cor resultante, 
diferentemente do ouvido, que consegue distinguir, por exemplo, dois 
instrumentos diferentes tocados simultaneamente. Os raios luminosos do 
espectro visível, que têm comprimento de onda entre 380nm e 780nm, 
incidem na córnea, passam pelo cristalino e são projetados na retina. Na 
retina, encontram-se dois tipos de fotorreceptores, os cones e os 
bastonetes, que convertem a cor e a intensidade da luz recebida em 
impulsos nervosos. Os cones distinguem as cores primárias: vermelho, 
verde e azul, e os bastonetes diferenciam apenas níveis de intensidade, 
sem separar comprimentos de onda. Os impulsos nervosos produzidos são 
enviados ao cérebro por meio do nervo óptico, para que se dê a percepção 
da imagem. 
Um indivíduo que, por alguma deficiência, não consegue captar as 
informações transmitidas pelos cones, perceberá um objeto branco, 
iluminado apenas por luz vermelha, como 
(A) um objeto indefinido, pois as células que captam a luz estão inativas. 
(B) um objeto rosa, pois haverá mistura da luz vermelha com o branco do 
objeto. 
(C) um objeto verde, pois o olho não consegue diferenciar componentes de 
cores. 
(D) um objeto cinza, pois os bastonetes captam luminosidade, porém não 
diferenciam cor. 
(E) um objeto vermelho, pois a retina capta a luz refletida pelo objeto, 
transformando-a em vermelho. 
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08. (ENEM 2010, Azul, Q88) Diversos comportamentos e funções 
fisiológicas do nosso corpo são periódicos, sendo assim, são classificados 
como ritmo biológico. Quando o ritmo biológico responde a um período 
aproximado de 24 horas, ele é denominado ritmo circadiano. Esse ritmo 
diário é mantido pelas pistas ambientais de claro-escuro e determina 
comportamentos como o ciclo do sono-vigília e o da alimentação. Uma 
pessoa, em condições normais, acorda às 8h e vai dormir às 21h, mantendo 
seu ciclo de sono dentro do ritmo dia e noite. Imagine que essa mesma 
pessoa tenha sido mantida numa sala totalmente escura por mais de quinze 
dias. Ao sair de lá, ela dormia às 18h e acordava às 3h da manhã. Além 
disso, dormia mais vezes durante o dia, por curtos períodos de tempo, e 
havia perdido a noção da contagem dos dias, pois, quando saiu, achou que 
havia passado muito mais tempo no escuro. 
BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia. São Paulo: Atheneu, 2000 (adaptado). 
 
Em função das características observadas, conclui-se que a pessoa 
(A) apresentou aumento do seu período de sono contínuo e passou a dormir 
durante o dia, pois seu ritmo biológico foi alterado apenas no período 
noturno. 
(B) apresentou pouca alteração do seu ritmo circadiano, sendo que sua 
noção de tempo foi alterada somente pela sua falta de atenção à passagem 
do tempo. 
(C) estava com seu ritmo já alterado antes de entrar na sala, o que significa 
que apenas progrediu para um estado mais avançado de perda do ritmo 
biológico no escuro. 
(D) teve seu ritmo biológico alterado devido à ausência de luz e de contato 
com o mundo externo, no qual a noção de tempo de um dia é modulada 
pela presença ou ausência do sol. 
(E) deveria não ter apresentado nenhuma mudança do seu período de sono 
porque, na realidade, continua com o seu ritmo normal, independentemente 
do ambiente em que seja colocada. 
 
09. (ENEM 2010, 2ª Aplicação, Azul, Q69) A perda de pelos foi uma 
adaptação às mudanças ambientais, que forçaram nossos ancestrais a 
deixar a vida sedentária e viajar enormes distâncias à procura de água e 
comida. Junto com o surgimento de membros mais alongados e com a 
substituição de glândulas apócrinas (produtoras de suor oleoso e de lenta 
evaporação) por glândulas écrinas (suor aquoso e de rápida evaporação), 
a menor quantidade de pelos teria favorecido a manutenção de uma 
temperatura corporal saudável nos trópicos castigados por calor sufocante, 
em que viveram nossos ancestrais. 
Scientific American. Brasil, mar. 2010 (adaptado). 
De que maneira o tamanho dos membros humanos poderia estar associado 
à regulação da temperatura corporal? 
(A) Membros mais longos apresentam maior relação superfície/volume, 
facilitando a perda de maior quantidade de calor. 
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(B) Membros mais curtos têm ossos mais espessos, que protegem vasos 
sanguíneos contra a perda de calor. 
(C) Membros mais curtos desenvolvem mais o panículo adiposo, sendo 
capazes de reter maior quantidade de calor. 
(D) Membros mais longos possuem pele mais fina e com menos pelos, 
facilitando a perda de maior quantidade de calor. 
(E) Membros mais longos têm maior massa muscular, capazes de produzir 
e dissipar maior quantidade de calor. 
 
10. (ENEM 2010, 2ª Aplicação, Azul, Q78)A cafeína atua no cérebro, 
bloqueando a ação natural de um componente químico associado ao sono, 
a adenosina. Para uma célula nervosa, a cafeína se parece com a adenosina 
e combina-se com seus receptores. No entanto, ela não diminui a atividade 
das células da mesma forma. Então, ao invés de diminuir a atividade por 
causa do nível de adenosina, as células aumentam sua atividade, fazendo 
com que os vasos sanguíneos do cérebro se contraiam, uma vez que a 
cafeína bloqueia a capacidade da adenosina de dilatá-los. Com a cafeína 
bloqueando a adenosina, aumenta a excitação dos neurônios, induzindo a 
hipófise a liberar hormônios que ordenam às suprarrenais que produzam 
adrenalina, considerada o hormônio do alerta. 
Disponível em: http://ciencia.hsw.uol.com.br. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado). 
 
Infere-se do texto que o objetivo da adição de cafeína em alguns 
medicamentos contra a dor de cabeça é 
(A) contrair os vasos sanguíneos do cérebro, diminuindo a compressão 
sobre as terminações nervosas. 
(B) aumentar a produção de adrenalina, proporcionando uma sensação de 
analgesia. 
(C) aumentar os níveis de adenosina, diminuindo a atividade das células 
nervosas do cérebro. 
(D) induzir a hipófise a liberar hormônios, estimulando a produção de 
adrenalina. 
(E) excitar os neurônios, aumentando a transmissão de impulsos nervosos. 
 
11. (ENEM 2012, Branco, Q90) A condição física apresentada pelo 
personagem da tirinha é um fator de risco que pode desencadear doenças 
como 
 
(A) anemia. 
(B) beribéri. 
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(C) diabetes. 
(D) escorbuto. 
(E) fenilcetonúria. 
 
12. (ENEM 2013, Branco, Q61) A pílula anticoncepcional é um dos 
métodos contraceptivos de maior segurança, sendo constituída 
basicamente de dois hormônios sintéticos semelhantes aos hormônios 
produzidos pelo organismo feminino, o estrogênio (E) e a progesterona (P). 
Em um experimento médico, foi analisado o sangue de uma mulher que 
ingeriu ininterruptamente um comprimido desse medicamento por dia 
durante seis meses. Qual gráfico representa a concentração sanguínea 
desses hormônios durante o período do experimento? 
 
 
13. (ENEM 2015, Azul, Q54) Um importante princípio da biologia, 
relacionado à transmissão de caracteres e à embriogênese humana, foi 
quebrado com a descoberta do microquimerismo fetal. Microquimerismo é 
o nome dado ao fenômeno biológico referente a uma pequena população 
de células ou DNA presente em um indivíduo, mas derivada de um 
organismo geneticamente distinto. Investigando-se a presença do 
cromossomo Y, foi revelado que diversos tecidos de mulheres continham 
células masculinas. A análise do histórico médico revelou uma correlação 
extremamente curiosa: apenas as mulheres que antes tiveram filhos 
homens apresentaram microquimerismo masculino. Essa correlação levou 
à interpretação de que existe uma troca natural entre células do feto e 
maternas durante a gravidez. 
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MUOTRI, A. Você não é só você: carregamos células maternas na maioria de nossos 
órgãos. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado). 
 
O princípio contestado com essa descoberta, relacionado ao 
desenvolvimento do corpo humano, é o de que 
(A) o fenótipo das nossas células pode mudar por influência do meio 
ambiente. 
(B) a dominância genética determina a expressão de alguns genes. 
(C) as mutações genéticas introduzem variabilidade no genoma. 
(D) as mitocôndrias e o seu DNA provêm do gameta materno. 
(E) as nossas células corporais provêm de um único zigoto. 
 
14. (ENEM 2015, Azul, Q85) Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (Ibn 
al-Haytham; 965-1040 d.C.) escreveu sua principal obra, o Livro da Óptica, 
que, com base em experimentos, explicava o funcionamento da visão e 
outros aspectos da ótica, por exemplo, o funcionamento da câmara escura. 
O livro foi traduzido e incorporado aos conhecimentos científicos ocidentais 
pelos europeus. Na figura, retirada dessa obra, é representada a imagem 
invertida de edificações em um tecido utilizado como anteparo. 
 
Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho humano, o tecido 
corresponde ao(à) 
(A) íris. 
(B) retina. 
(C) pupila. 
(D) córnea. 
(E) cristalino. 
 
COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES 
01. Vamos analisar as afirmativas: I ± a auto-medicação serve para 
qualquer tipo de medicamento, não só os com efeitos anabolizantes. 
ERRADA II ± existe um fator genético e outro comportamental que, 
combinados, promovem o crescimento corporal. CORRETA. III ± a ereção 
do pênis depende do bombeamento de sangue para os tecidos eréteis. 
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CORRETA IV ± Anabolizantes são tão perigosos para os homens quanto para 
as mulheres. ERRADA Alternativa D. 
02. Pela interpretação dessa árvore filogenética é fácil descobrir que 
alternativas são verdadeiras ou não. Veja que os macacos antropoides e o 
ser humano estão mais ou menos na mesma linha horizontal, que 
representa o tempo (afirmativa I correta). Não é possível afirmar que uma 
espécie extinta descenda de uma espécie atual (afirmativa II errada). Se 
continuarmos os ramos dos macacos antropoides e do homem, voltando no 
tempo, encontraremos um ponto de encontro recente que corresponde ao 
ancestral comum deles (afirmativa III certa) e isso, além de representar 
uma relação de parentesco entre esses grupos, representa também a 
proximidade entre eles (afirmativa IV errada). Alternativa B. 
03. 8P� GHWDOKH� LPSRUWDQWH� QR� HQXQFLDGR� p� ³SULPDWDV� DWXDLV´�� /RJR�� DR�
analisarmos a árvore filogenética, o grupo atual que tem o ancestral comum 
mais recente compartilhado com os seres humanos é o dos chimpanzés. É 
só continuar a linha do Homem e ver qual é o primeiro encontro com outro 
ramo. Alternativa B. 
04. Mais uma vez, é só continuar a linha correspondente ao ramo do 
Homem até encontrar o primeiro nó que engloba todos os macacos 
antropoides. Esse encontro ocorre há aproximadamente 15 milhões de 
anos. Alternativa C. 
05. A insulina promove a entrada de glicose nas células e, 
consequentemente, sua diminuição no sangue. Assim, se a quantidade de 
insulina circulante diminuir, menos glicose entrará nas células, se 
acumulando no sangue. Alternativa D. 
06. O controle da temperatura corporal é realizado pelo hipotálamo, região 
do encéfalo e pertencente ao sistema nervoso. O estímulo da sudorese faz 
com que as glândulas sudoríparas produzam suor, que resfria a superfície 
do corpo através da sua evaporação. Alternativa C. 
07. Os bastonetes são células sensíveis à presença de luz mas não são 
capazes de distinguir cores. Logo, um objeto branco iluminado com luz 
vermelha seria percebido como um objeto cinza por essas células. 
Alternativa D. 
08. A letra A afirma que o período de sono contínuo da pessoa aumentou, 
mas sua duração diminuiu. Seu ritmo circadiano foi bastante alterado, uma 
vez que seu período de sono mudou bastante. O enunciado diz que a pessoa 
estava em condições normais antes de entrar na sala, o que descarta a 
alternativa C. A letra E também está errada pois sabemos que o ritmo 
circadiano está relacionado à produção de melatonina, que só ocorre na 
ausência de luz. Logo, se a pessoa ficar o tempo todo no escuro, o corpo 
não saberá a duração dos dias e perderá a noção de tempo. Alternativa 
D. 
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