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Resumo Empresarial Alexandre Gianluca 2

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DIREITO COMERCIAL – ALEXANDRE GIALLUCA
Manual de direito comercial – Fábio Ulhôa Coelho
Titulo de crédito – Luiz Emygdio Franco da Rosa Jr.
Curso de direito empresarial – Marlon Tomazette (Vol. 2)
AULA 01 – 18/02/14
CAPÍTULO 1. TÍTULO DE CRÉDITO (TC)
1. Legislação aplicável
Letra de câmbio ou nota promissória – decreto 57663/66 (Lei uniforme de Genebra)
Duplicata – 5474/68
Cheque – lei 7357/85
CC – é aplicado subsidiariamente por conta do art. 903, CC. Só será aplicado quando a lei especial não tratar do assunto.
2. Princípios cambiários 
Princípio da cartularidade
Princípio da literalidade
Princípio da autonomia 
	Abstração – alguns entendem este como subprincípio da autonomia, e outros entendem que a própria autonomia é o princípio da abstração. 
2.1. Princípio da cartularidade
O crédito deve ser materializado/representado em um documento (título).
Para a transferência do crédito é necessário a transferência do documento (título).
Não há que se falar em exigibilidade do crédito sem a apresentação do título. É a regra geral. 
	Atributo do TC: executividade, ou seja, o TC é, a princípio, um titulo executivo extrajudicial (art. 585, I, CPC). 
	Medida excepcional que a jurisprudência vem admitindo: se o cheque estiver fazendo parte de uma ação penal ou de um inquérito, poderá ajuizar execução com a cópia autenticada do documento, caso contrário, NÃO PODERÁ entrar com ação de execução com uma cópia autenticada, tendo em vista o princípio da cartularidade.
	Relativização/mitigação à cartularidade: duplicata virtual.
	Hoje existe a possibilidade do TC eletrônico, ex.: duplicata virtual (esta duplicata tem validade? Sim, art. 889, §3º, CC, é admitido o título eletrônico. E como essa duplicata será executada? Enunciado 461 e 462, CNJ).
	Petrobras tem contrato de fornecimento com o posto de gasolina, e ai ela tem credito para receber, e ai ela emitiu uma duplicata virtual, e ai ela contrata o serviço de cobrança de um banco (BB). Ela preenche um formulário oficial do Bacen, a ser preenchido eletronicamente. O BB emitiu um boleto bancário (serve como um comunicado de cobrança). O posto de gasolina não pagou o boleto, e ai o que a Petrobrás faz? Ela vai e protesta essa duplicata, e ai utiliza a lei 9492/97 (a lei de protesto), em seu art. 8º, parágrafo único – como não tem a duplicata no papel preenche-se os dados e faz o protesto por indicação, da indicações dessa duplicata, ex.: dia do vencimento, valor, etc. a finalidade do protesto aqui é comprovar que o posto está em mora. E ai a Petrobras junta o comprovante de entrega da mercadoria junto com o protesto para que o posto não venha dizer que não recebeu, e que houve enriquecimento ilícito, e também junta o boleto para mostrar que foi feita a cobrança. 
	O posto no 1º grau disse que não poderia ser executada por conta do princípio da cartularidade, e o juiz reconheceu. A Petrobras recorreu para o TJ, e este reformou a decisão, mitigando a cartularidade e admitindo a duplicata virtual. Por isso o enunciado 461 fala em protesto por indicação.
	O posto recorre ao STJ e este, no informativo 0467, de março de 2011 se manifesta: REsp 1.024.691-PR, dizendo que o boleto bancário é titulo de crédito. Para Gialluca o STJ errou, pois o boleto não tem assinatura, e não vale como TC.
“EXECUÇÃO. DUPLICATA VIRTUAL. BOLETO BANCÁRIO.
As duplicatas virtuais – emitidas por meio magnético ou de geração eletrônica – podem ser protestadas por indicação (art. 13 da Lei n. 5.474/1968), não se exigindo, para o ajuizamento da execução judicial, a exibição do título. Logo, se o boleto bancário que serviu de indicativo para o protesto retratar fielmente os elementos da duplicata virtual, estiver acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias ou da prestação dos serviços e não tiver seu aceite justificadamente recusado pelo sacado, poderá suprir a ausência física do título cambiário eletrônico e, em princípio, constituir título executivo extrajudicial. Assim, a Turma negou provimento ao recurso. REsp 1.024.691-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/3/2011.”
2.2. Princípio da literalidade
	Só tem eficácia para o direito cambiário o que está literalmente escrito no TC. Só se considera e tem eficácia o que consta neste TC. Não tem relativização. 
	Todavia, o credor de boa-fé pode preencher o titulo para protestá-lo. 
Súmula 387, STF – “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto”.
OBS.: A literalidade assegura certeza quanto à natureza, conteúdo e modalidade de prestação prometida ou ordenada. Impede que meros ajustes verbais possam influir no exercício do direito ali mencionado. 
2.3. Prinipio da autonomia
	As relações jurídico-cambiais são autônomas e independentes entre si.
OBS.: O vício em uma das relações não compromete as demais.
Ex.: João emite nota promissória em favor de Maria. Maria transfere/endossa o título para Adrian. Adrian pede um avalista. Gialluca é o avalista. Entretanto, Maria é incapaz, e no dia do vencimento Adrian apresenta para receber e não recebe e executa Gialluca. Ai Gialluca diz que não vai pagar porque Maria é incapaz, e ai é nulo. Mas em virtude do princípio da autonomia, uma relação não depende da outra, cada relação dessa é independente. O vício nessa relação não compromete as demais relações, então João e Gialluca não podem se esquivar do pagamento.
	Qualquer pessoa de boa-fé que adquira a condição de credora de TC, adquire um direito novo como se fosse um credor originário, não ocupando a posição do antigo credor. Tal princípio é uma garantia de negociabilidade do título, na medida em que a pessoa que o adquire não precisa saber se o credor anterior teria ou não direito de receber o valor do título. O possuidor de boa-fé exercita um direito próprio que não pode ser restringido ou destruído pelas relações ocorridas entre os possuidores anteriores e o devedor. 
Ex.: Nestor quer vender o celular a Cleber por 200,00, e na hora de pagar Cleber emite uma nota promissória. Cleber é o devedor da nota, e Nestor o credor. Essa nota vence em 20/04/14. Cleber vai usar o telefone e vê que nada funciona, e diz que não vai pagar a Nestor. Nestor transfere a nota para Gialluca, terceiro de boa-fé, e este cobra a Cleber, esta relação não está viciada e não pode se opor exceções pessoais a este terceiro que estava de boa-fé. 
	O princípio da autonomia se desdobra na inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de boa-fé. 
Quando Cleber emite a NP, a causa que da origem a emissão dessa nota foi a compra/venda do celular, chamada de causa subjacente ou causa debendi, ou seja, a causa que deu origem a emissão de um título.
	No caso há uma NP e uma CD, quando Nestor coloca em circulação o título (transfere para Gialluca), e ao fazer isso a NP se desprende da causa que deu origem, pois o que se transfere a Gialluca é apenas a NP e não a compra e venda, e isso é chamado de abstração.
	Abstração é quando o título se desprende da causa que lhe deu origem. Ocorre quando o título, por meio de circulação, se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem (causa subjacente). 
OBS.: O que autoriza a execução é exclusivamente o título e não a causa que o gerou. 
	Ao se falar em abstração há autonomia, pois ele se desvincula da causa. Por isso, Fábio Ulhoa diz que é decorrência da autonomia, sendo um subprincípio desta. 
	Nos concursos têm vindo questões igualando autonomia e abstração. 
Súmula 233, STJ – contrato de abertura de crédito NÃO É TÍTULO EXECUTIVO. 
Súmula 247, STJ – contrato de abertura de crédito + demonstrativo de debito, poderá entrar com ação monitória.
Súmula 258, STJ – NP vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia. E ai o devedor poderá alegar as mesmas alegações para qualquer credor, não importa quem ele seja, já que o título perdeu sua autonomia. Logo, a autonomia não é princípio absoluto, ele pode ser mitigado. 
3. Conceito de TC
	É comum o examinador perguntar, na prova oral,qual é o conceito de Cesare Vivante de TC. É ele:
	TC é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado. 
	Documento necessário – cártula.
	Direto literal – só o que está escrito no título. 
	Art. 887, CC – adota praticamente esse mesmo conceito. 
4. Características
	É uma obrigação quesível, pois cabe ao credor dirigir-se ao devedor para exigir o pagamento no lugar nele mencionado. 
	Pode ser uma obrigação pro solvendo ou uma obrigação pro soluto 
	O que diferencia a nota promissória emitida em caráter pro soluto da NP pro solvendo. Aponte os efeitos de cada uma delas, em decorrência da falta de pagamento, quando emitidas em razão de compra e venda imóvel. 
	Quando o titulo é pro solvendo significa para pagamento.
	Quando o título em pro soluto significa em pagamento, ou seja, ele é o próprio pagamento da relação causal. 
Ex.: compra e venda de apartamento que custa 500.000,00, pagou 200 e emite NP no valor de 300.000,00 (essa NP é pro solvendo, ela é para pagamento, a relação causal – compra e venda de imóvel – só será quitada depois do pagamento do título). A construtora poderá executar a nota, caso eu não pague. Mas ela poderá também optar pela rescisão do contrato.
E a se NP for pro soluto, a entrega da nota já é o pagamento da relação causal. Ela provoca a chamado novação (extinção da dívida anterior criando-se uma nova dívida). A relação causal de compra e venda é quitada com a entrega do título. 
Na pro solvendo não gera novação, a quitação de faz com o pagamento do titulo. Aqui caberá a rescisão da relação causal.
Gera novação e a quitação se faz com a própria entrega do titulo. Se a nota não for paga a construtora poderá executar a NP, mas não poderá rescindir o contrato. 
Pro solvendo: não provoca a novação da relação causal. No exemplo dado, a quitação do contrato de compra e venda so ocorrerá quando for realizado o pagamento do título (NP). Portanto, a entrega do titulo não temo condão de extinguir a obrigação do pagamento do preço pelo comprador. Opções do vendedor: a execução do titulo ou rescisão do contrato de compra e venda.
Pro soluto: tem natureza pro soluto quando emitido e entregue ao credor visando a extinção da obrigação (relação causal) que a gerou. Neste caso, o TC provoca a novação, extinguindo a relação causal originária. Cabe ao devedor do título apenas o pagamento deste, vez que o contrato de compra e venda foi quitado com a entrega da NP. Opção do credor: neste caso, a única opção é a execução do título. Não se pode pedir a rescisão do contrato porque este já está quitado. 
	Tem que se pensar sempre no que é mais vantajoso para o credor, neste caso, é o pro solvendo. Assim, há uma presunção de que os títulos são pro solvendo. Para que seja pro soluto tem que vir expresso no título, em virtude do princípio da literalidade. 
	AULA 02 – 19/02/14
5. Classificação 
5.1. Quanto a sua estrutura
Ordem de pagamento – temos três intervenientes:
Da a ordem
Recebe a ordem
Tomador/beneficiário 
Ex.: Cheque, duplicata, letra de câmbio.
Promessa de pagamento – temos dois intervenientes:
Promitente
Tomador/beneficiário
Ex.: Nota promissória. 
5.2. Quanto ao modelo
Vinculado – é aquele cuja forma/formatação deve ser respeitada, pois está prevista em legislação. Ex.: cheque e duplicata.
Livre – é aquele cuja forma/formatação não está perviamente exigida na lei. Ex.: letra de câmbio e nota promissória. 
5.3. Quanto às hipóteses de emissão 
Causal – precisa de uma causa específica para sua emissão. Ex.: duplicata, pois só pode ser emitida em caso de compra e venda mercantil ou no caso de prestação de serviço.
Não-causal – não é preciso uma causa específica para emissão. Ex.: cheque, nota promissória. 
OBS.: Abstração: Título + relação causal, mas quando o título circula, o título se desprende da causa de origem e passa a viver sozinho. A abstração não acontece com a duplicata, pois ela precisa de uma causa específica para emissão, e quando circula o título circula também a relação causal. Deste modo, ao transferi-la para um terceiro, vai o título e juntamente a relação causal. Por isso, se diz que um título não causal é também chamado de abstrato. 
	Duplicata fria é aquela que foi emitida sem que houvesse a efetiva compra e venda ou prestação de serviços. 
5.4. Quanto a sua circulação
Ao portador – é aquele que não identifica o beneficiário. A circulação de um título ao portador se dá com a mera entrega/tradição.
Nominativo – é aquele que identifica o beneficiário. Pode ser à ordem (endosso + tradição) e não à ordem (cessão + tradição).
	Se for à ordem vai circular por meio de endosso, se for não à ordem circula por meio de cessão civil. Quem transfere por endosso responde pela solvência, ou seja, responde pelo pagamento. O por cessão civil não responde pela solvência, ou seja, não responde pelo pagamento. 
	Há presunção de que os títulos nominativos são à ordem (pois é melhor para o credor, e aqui sempre tem que ver o que é melhor para ele). Para ser não à ordem tem que vir a cláusula expressa de “não à ordem” expressa no título. 
OBS.: A lei 8021/90 não admite mais títulos ao portador, exceto se houver previsão expressa em lei especial, é o que diz o art. 907, CC. Ele será nulo. Ex.: Lei 9069/65, art. 69.
Cespe/TRF/AGU: título nominativo (estão previstos no art. 921 e ss, CC). Aqui nominativo é aquele cujo nome do beneficiário está constando no registro do emitente, e não no título. Para emitir o titulo tem que ter um livro que vai registrar todos os títulos que forem emitidos, é o chamado livro de registro do emitente, e então, ao invés de colocar o nome do beneficiário no título, o nome do beneficiário fica no livro. Se o beneficiário quiser transferir o título tem que mudar no livro, e ai se faz um termo de transferência. É algo que não tem nenhuma aplicação no dia a dia, ninguém usa e só serve para cair em concurso. Essas bancas, ao se referirem a nominativo, se referem ao nominativo do CC, e o “nominativo” da classificação acima vista é chamado de nominal. 
6. Letra de câmbio
6.1. Conceito
	É um título de crédito decorrente de relações de crédito, entre duas ou mais pessoas, pelo qual a designada “sacador” dá a ordem de pagamento pura e simples, a outrem, denominado “sacado”, a seu favor ou de terceira pessoa (tomador ou beneficiário), no valor e nas condições dela constantes. Ex1.: LFG dá a ordem para que Gialluca pague a ele. Ex2.: Sabbag deve a Gialluca, ai Gialluca diz para Sabbag pagar logo a LFG.
Dá a ordem – sacador – LFG (ou no outro exemplo Gialluca)
Recebe a ordem – sacado – Gialluca (Sabbag) 
Tomador/beneficiário – LFG (LFG)
6.2. Saque: é o ato de criação/emissão do título. 
6.3. Aceite: é o ato de concordância com a ordem de pagamento dada. 
Ex.: Pagar no dia 25/04/14 o valor de R$ 10.000,00. Ai LFG apresenta o título a Sabbag, e este concorda com o pagamento, e ai dá o aceite.
	Quem pode dar o aceite? APENAS o sacado, é ato PRIVATIVO dele. 
	Como se dá o aceite? A simples assinatura do sacado no anverso (frente) do título é suficiente. Ou no verso, e ai tem que assinar e colocar uma expressão que demonstre o aceite, que concorda com a ordem de pagamento (aceito, concordo). 
	Após o aceite, o sacado torna-se devedor principal do título. O sacado só vai ser devedor principal do título após o aceite. 
Ex.: Sabbag deu o aceite, ai ele passa a ser o devedor principal desse título. Gialluca é o coobrigado/codevedor/corresponsável. Se Sabbag não pagar, LFG cobrará de quem? Art. 47, dec. 57.663/66. Poderá ajuizar ação contra Sabbag, contra Gialluca ou contra os dois. Mas Gialluca tem regresso, pois o devedor principal é Sabbag. Se LFG entrar contra Sabbag, este terá que pagar e não cabe direito regressivo. 
	O aceite é facultativo, ninguém é obrigado a dar aceite. No ex. Sabbag dá o aceite se quiser.
	É possível a recusa do aceite, e isso provoca o vencimento antecipado do título. Ex.: hoje o LFG apresenta para Sabbag o título, e este recusa o aceite, e ai o vencimentopassa a ser hoje, 19/02/14. 
	No caso da recusa do aceite, o sacador passa a ser o devedor principal do título. Ex.: Gialluca. 
	Pode colocar a cláusula não aceitável, e, com ela, o título não pode ser apresentado para aceite, somente para pagamento, assim, ele só será apresentado na data do vencimento (25/04/14). Esta cláusula busca impedir o vencimento antecipado do título. 
	Poderá acontecer o aceite parcial, e este poderá ser:
Aceite limitativo – está relacionado ao valor. Sabbag aceita apenas 3.000,00. 
Aceite modificativo – modifica as condições do título. Sabbag diz que aceita pagar no dia 29/06/14. 
	O aceitante fica vinculado aos termos do seu aceite. Segundo a doutrina majoritária, nos dois aceites acontecerá o vencimento antecipado do título. 
6.4. Requisitos 
	Está no decreto.
Essenciais: art. 1º. 
A palavra letra inserida no título;
Ordem de pagamento pura e simples;
Nome do sacado;
Nome do tomador/beneficiário;
Data da emissão;
Assinatura do emitente. 
Não essenciais/supríveis
Vencimento do título. Se não vier data de vencimento, há presunção que ela é avista.
Lugar de pagamento do título. Se não vier o lugar, presume-se que seja no domicilio do sacado.
Lugar de emissão do título. Se não vier, presume-se que seja no domicílio do sacador. 
	Sabbag deu aceite e virou principal, ai LFG pode esperar o vencimento para receber ou transferir o título, e ai o transfere para Cléber, como titulo é nominativo (e presunção de que é a ordem) ele é transmitido pelo endosso.
6.5. Endosso
a) Conceito: é o ato pelo qual o credor de um título de crédito à ordem transmite o direito ao valor constante no título a outra pessoa, sendo acompanhado da tradição da cártula, que transfere a posse dessa. 
b) Efeitos: transferência da titularidade do crédito do endossante para o endossatário (endossante transfere, endossatário recebe) e tonar o endossante codevedor do título. 
CC, art. 914: diz outra coisa. E ai qual se aplica? O CC só será aplicado quando a lei especial não tratar do assunto, portanto, não aplica esse artigo para a letra de cambio, já que tem lei disciplinando.
c) Como se dá o endosso: verso – simples assinatura; anverso – precisa de assinatura e uma expressão identificadora do ato (ex.: endosso a ..., pague-se a ...). 
d) Em preto ou em branco – quando se identifica o endossatário é em preto, caso não se identifique será em branco. 
e) É possível o endosso parcial? Não, neste caso ele é nulo, não se admite. Art. 12 do decreto. 
f) Endosso póstumo ou tardio: 
O endosso dado depois do vencimento continua tendo efeito de endosso. O título vence, depois disso é possível o endosso, ainda? Ele continua tendo efeito de endosso. 
Depois de vencido e protestado ou expirado o prazo de protesto – neste caso, ele terá efeito de cessão civil. Este é que é o endosso póstumo. 
g) Endosso sem data: 
Presunção: foi dado antes de expirado o prazo de protesto!
h) Endossante pode proibir novo endosso? 
Cláusula proibitiva de novo endosso: esta cláusula está no art. 25 do decreto. O endossante é codevedor do endossatário, mas não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada. 
i) Endosso impróprio: não há transferência do crédito. Sua finalidade é legitimar a posse de terceiro. 
Modalidades:
Endosso mandato 
Tem a figura do endossante-mandante e o endossatário-mandatário. Há uma relação de mandato. Usa-se a seguinte expressão: Endosso por procuração ou endosso para cobrança.
OBS.: No contrato de mandato no CC, uma das causas de extinção é a morte de uma das partes (art. 682). Art. 18 do decreto: o mandato não se extingue por morte ou incapacidade do mandatário, morte do endossatário não implica em extinção (??) art. 18: não haverá extinção no caso de morte do endossatário.
Quem reponde por protesto indevido é o endossante-mandante, ai veio a súmula 476, STJ e diz que se o endossante-mandatário extrapolar os poderes de mandatário irá responder por danos. 
Endosso caução/pignoratício 
O titulo de credito é um bem móvel, e se quiser dar ele como garantia é por meio do penhor, e ai coloca “endosso em garantia ou endosso em caução”, e fica lá para cumprimento da obrigação principal. 
	AULA 03 – 26/02/14
6.6. Aval
a) Conceito
	É o ato cambial pelo qual uma pessoa física ou jurídica (avalista) se compromete a pagar título de crédito, nas mesmas condições que um devedor ou codevedor do título (avalizado). 
	O avalista é o garantidor e o avalizado é o devedor ou codevedor. 
	Gialluca (sacador) dá uma ordem para Cleber (sacado) pagar a LFG (tomador), ai esse passa para Marinela (avalizada), que por sua vez passa para Pablo. Pablo diz que só aceita se tiver um avalista, e ai Neymar é colocado como avalista. Se Cleber não pagar ele vai poder cobrar a Neymar.
	Finalidade: reforço de pagamento. 
b) Equivalência obrigacional
	A responsabilidade do avalista está diretamente relacionada à responsabilidade do avalizado, pois o avalista obriga-se da mesma maneira que o avalizado. Assim, as ações e o prazo prescricional que o credor tem contra o avalizado terá também contra o avalista. De igual modo, caso o avalista pague o título terá os mesmos direitos de regresso que o seu avalizado. 
Pablo é o credor, ele pode acionar judicialmente Marinela? Sim. Então ele pode entrar contra o avalista da Marinela.
	Qual o prazo para executar o avalista? Depende de quanto é o de Marinela, pois será o mesmo que o avalizado. 
	Se Pablo aciona Marinela, ela é obrigada a pagar? Sim , pois quem endossa tem que pagar, mas ela não é devedora principal, e ai ela vai poder acionar judicialmente Cleber ou LFG. Eles são equivalentes, é a equivalência obrigacional.
c) Como se dá aval
	Endosso: pode ser no verso (assinatura) do titulo ou no anverso (assinatura + expressão identificadora). 
	Aval: pode ser no anverso (assinatura) ou verso (assinatura + expressão identificadora). É o contrário do anterior. Expressão: por aval a ..., avalizo a ... .
d) Formas de aval
	Assim como o endosso, pode ser em preto ou em branco. 
	“Avalizo a Marinela”. Então, o avalizado é Marinela. Este é o aval em preto, pois há identificação do avalizado. 
	“Avalizo a ...”. Não há identificação do avalizado, logo, é aval em branco. Neymar veio e assinou na frente e não identificou ninguém. 
	Se Neymar der uma simples assinatura na frente do título. É em branco. Neste caso, quem é o avalizado? Todos? O sacado (Cleber)? Nenhum deles, art. 31, parte final, do decreto 57663 , logo, no aval em branco o avalizado será o sacador (é quem criou a ordem de pagamento – Gialluca). 
e) Aval parcial 
	Se o valor do título é de R$ 10.000, Neymar pode garantir R$ 3.500? Art. 30 diz que o aval pode ser total ou parcial, portanto, poderá. 
OBS.: art. 897, parágrafo único, CC traz uma regra totalmente diferente. Segundo o legislador não é possível o aval parcial, portanto, de acordo com o CC é vedado o aval parcial.
f) Aval posterior ao vencimento
	Foi visto que no caso do endosso póstumo, ele passa a ser cessão civil.
	Já o aval nunca vai mudar, ele sempre terá o efeito de aval.
g) Aval simultâneo
	São os avais dados por dois ou mais avalistas ao mesmo avalizado. 
	Ex.: Marinela é avalizada, o avalista dela é Neymar, só que ela consegue mais um avalista que é CR, e ai poderá cobrar a totalidade de qualquer um deles.
h) Aval sucessivo 
	Ocorre quando um avalista garante outro avalista. Um avalista se torna avalista dos outros.
	Ex.: Marinela está sendo avalizada pelo Neymar, só que ele arruma outro avalista, que é o CR. CR passa a ser avalista do Neymar. CR é avalista do avalista, ele não está assumindo a obrigação de Marinela e sim de Neymar. 
OBS.: Súmula 189, STF:
	Marinela, que é avalizada, e há uma assinatura de Neymar e de CR, mas nenhum dos dois diz quem está garantindo, são avais em branco e superpostos. Avais em branco e superpostos são considerados sucessivos ou simultâneos? Não é sucessivo, afinal quem está sendo garantido é Gialluca, o aval é simultâneo, pois ambos garantemGialluca (CR não garante Neymar). É o que está na sumula 189, STF: “Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos”.
i) Aval ≠ Fiança
	AVAL
	FIANÇA
	Só pode ser dada em TC;
É uma relação tipicamente cambial (perdura enquanto aquele título tem força executiva). Se o título está prescrito ele perde sua natureza cambial, e ai desaparecem as relações cambiais,e não se fala mais em aval quando o título está prescrito. Posso ajuizar monitória contra avalista? Não, pois o título está prescrito. Não cabe monitoria contra avalista. Execução pode, mas monitoria não; 
É autônomo;
OBS.: Em caso de morte, falência ou incapacidade do avalizado, o avalista continua responsável.
Não tem beneficio de ordem;
	Só pode ser dado em contrato;
É acessória; 
Tem benefício de ordem;
Se Marinela é avalizada e Neymar avalista, o credor já pode diretamente executar o Neymar, pois o aval não tem benefício de ordem. Já no caso da fiança há benefício de ordem, e ai a ordem tem que ser seguida. 
OBS.: Art. 1647, III, CC – é necessário a outorga do cônjuge (todavia, no regime da separação absoluta não se aplica essa regra). Logo, tanto para aval quanto para fiança tem que ter autorização do cônjuge, observando-se a exceção da separação absoluta. 
6.7. Modalidades de vencimento da letra de câmbio 
À vista – é aquele exigível de imediato, pode ser cobrado a qualquer tempo;
Data certa – é aquele título que tem a data fixada, ex.: 17/11/14;
A certo termo de vista – é o numero “x” de dias contados a partir de um marco inicial; começa a contar esse numero “x” de dias da data do aceite.
A certo termo de data – é o numero “x” de dias contados de um marco inicial; começa a contar da data de emissão. 
Dica: 
7. Nota promissória
7.1. Conceito 	
	É TC pelo qual uma pessoa, denominada “emitente” ou “subscritor”, faz a outra pessoa, designada “beneficiário”, uma promessa pura e simples de pagamento de quantia determinada.
Promitente (emitente/subscritor) – ele faz promessa de pagamento para o tomador beneficiário. 
Tomador (beneficiário) 
7.2. Requisitos essenciais 
A denominação “nota promissória” inserida no título;
Promessa pura e simples de pagamento de quantia determinada;
Nome do beneficiário;
Data de emissão;
Assinatura do emitente. 
	Se faltar alguns desses, não teremos nota promissória. 
	Requisitos supríveis: 
Vencimento do título (se não tiver data de vencimento, presume-se que é à vista);
Lugar de emissão (presume-se que foi emitido do domicílio do emitente); 
Lugar de pagamento (presume-se domicílio do emitente).
7.3. Legislação aplicável
Decreto 57663/66 - 
Art. 75 ao 78 – tratam da nota promissória. 
Art. 77 – devemos aplicar o que for compatível com a letra de câmbio. 
Não tem estrutura de ordem de pagamento. O aceite é ato privativo do sacado, mas aqui não há sacado, eu não dou ordem para ninguém pagar, eu mesma pago. 
7.4. Aceite
	Tem o emitente da nota e a figura do tomador. É quem emitiu a nota e o beneficiário da nota. Não tem que se falar em aceite. A nota promissória, portanto, não admite a figura do aceite. 
	Quando o sacado dá o aceite na letra de cambio, ele se torna o devedor principal do titulo, como aqui não há aceite e nem sacado, só há emitente e tomador, então, qual é o devedor principal do título? É o emitente. 
7.5. Devedor principal
	É o emitente, também chamado de subscritor. 
7.6. Endosso
	Pode endossar, e aqui aplicamos as mesmas regras da letra de câmbio. 
7.7. Aval
	Aplicamos as mesmas regras da letra de câmbio. 
OBS.: Com relação ao aval em branco na LC o avalizado é o sacador. Aqui não tem sacador, então o avalizado é o emitente subscritor do título. 
7.8. Vencimento 
À vista 
Data certa
Certo termo de vista – a princípio, pensa-se que não existe essa modalidade, já que não existe a figura do aceite, e é o que alguns autores afirmam, entretanto, há a regra do art. 78 que reza “o termo de vista conta-se da data do visto pelo subscritor”. Assim, vai contar da data do visto, mas na pratica é uma hipótese muito rara.
Certo termo de data
8. Prazo prescricional 
	Será o mesmo prazo para LC e NP.
	Há três prazos:
Devedor principal e seu avalista – 3 anos contados do vencimento do título. 
Codevedor e seu avalista – 1 ano contado do protesto. 
Ocorre nos casos acima a equivalência obrigacional.
Direito de regresso – 6 meses contados do pagamento ou de quando demandado. 
	E se o titulo estiver prescrito? Ai já não será mais execução e sim ação monitória. Atualmente temos a súmula 504, STJ, do ano de 2014, será o prazo de cinco anos contado do vencimento. 
	Súmula 504: “O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título”.
	Art. 206, parágrafo 5º, I, CC - 
9. Duplicata	
	Lei 5474/68
9.1. Conceito 
	Duplicata é TC causal, à ordem, extraído por vendedor ou prestador de serviço, que visa documentar o saque fundado sobre crédito decorrente de compra e venda mercantil ou prestação de serviços, e que tem como seu pressuposto a extração da fatura. 
Causal – tem que ter uma causa específica para a sua emissão. Neste caso, é a compra e venda mercantil ou a prestação de serviço. Nenhuma outra situação autoriza a emissão de duplicata. 
À ordem – tem o sacador (dá a ordem), o sacado (recebe a ordem) e o tomador beneficiário. 
	Se há compra e venda ou prestação de serviço, é obrigatória a emissão da fatura, mas a emissão da duplicata não é obrigatória. Da fatura poderá ser extraída uma duplicata. 
	Este título duplica as informações constantes da fatura, por isso se chama duplicata.
Sacador – vendedor
Sacado – comprador
Tomador/beneficiário - vendedor
9.2. Requisitos
Conter a palavra “duplicata” no título;
Número da fatura;
Data de emissão; 
Data de vencimento (ou o título é à vista ou tem data certa);
Importância a pagar;
Nome e domicílio do vendedor e comprador;
Cláusula à ordem (tem que ter uma ordem de pagamento);
Precisa de praça de pagamento;
Assinatura do emitente. 
	Não tem requisito suprível. 
9.3. Aceite
	Tem aceite e ele é obrigatório, regra geral. 
	Se o comprador recusar o aceite ele passa a ser um nada na relação, ele não terá nenhuma obrigação. O aceite é obrigatório, pois caso contrário poderá haver locupletamento ilícito. 
9.4. Hipóteses legais que permitem a recusa do aceite
	Art. 8º c/c art. 21:
Em caso de avaria/não recebimento da mercadoria/não prestação do serviço.
Vício/defeito de quantidade ou qualidade. 
Divergências quanto ao prazo/preço e condições de pagamento. 
9.5. Processamento 
	A duplicada foi emitida e será remetida para o sacado. Tem 30 dias para fazer a remessa para o sacado. Quando o sacado recebe a duplicata, ele tem 10 dias para fazer a devolução para o sacador, ele dá o aceite e devolve. 
Emissão pelo sacador 30 dias remessa para sacado 10 dias devolução para o sacador 
9.6. Espécies de protesto
Devolveu o titulo no prazo legal, porém, não deu o aceite (protesto por falta de aceite);
Deveria ter devolvido e não devolveu (protesto por falta de devolução);
Protesto por falta de pagamento. 
9.7. Endosso de duplicata 
	Triplicata – é a segunda via de uma duplicata. 
	Tenho uma fatura que é reproduzida na duplicata, se eu perder a duplicata posso emitir uma segunda via? Sim, e ela se chamara triplicata.
	Art. 25. – são as mesmas regras da letra de câmbio.
9.8. Aval – são as mesmas regras da letra de câmbio.
9.9. Vencimento
À vista
Data certa
9.10. Prazo prescricional
Devedor principal e seu avalista – 3 anos contado do vencimento. 
Codevedor e seu avalista – 1 ano contado do protesto.
Direito de regresso – 1 ano do pagamento ou de quando demandado. 
9.11. Execução 
	Pode executar duplicata com aceite? Sim, art. 15, caput, basta a duplicata.
	E a duplicata sem aceite? Pode executar? Art. 15, II, é preciso a duplicata, o protesto e o comprovante da entrega da mercadoriaou da prestação do serviço (isso comprovará que não houve enriquecimento ilícito). 
	14/03/14
DIREITO SOCIETÁRIO
1. Introdução
	Temos hoje dois tipos de sociedade: as sociedades não-personificadas e as sociedades personificadas. A primeira não tem personalidade jurídica, a segunda tem personalidade jurídica. 
	Efeitos da personalização: 
Ela tem titularidade negocial, ou seja, capacidade de realizar negócios jurídicos. Pode por ex. fazer contrato de locação, fazer empréstimo bancário, realizar leasing.
Também tem a titularidade processual, no sentido de que ela pode demandar e ser demandada. 
Tem autonomia patrimonial, ou seja, tem patrimônio distinto do patrimônio dos sócios.
 	Inicio da personalização: art. 985, CC – Ela adquire personalidade jurídica quando faz o registro do ato constitutivo no órgão próprio. É ai que se dá o inicio da personalização. 
	Término da personalização: se dá com o procedimento dissolutório, que pode ter natureza judicial ou extrajudicial. Esse procedimento possui três fases: dissolução, liquidação e partilha. 
2. Sociedades não personificadas:
	Existem dois tipos:
Sociedade em comum; 
Sociedade em conta de participação.
2.1. Sociedade em comum 
a) Art. 986, CC – é a sociedade que não foi levada a registro. 
b) Responsabilidade dos sócios – ilimitada, ele responde com seu patrimônio pessoal pelas dívidas da sociedade. E para que isso não aconteça, ele terá que providenciar o registro. 
OBS.: art. 990, CC: responsabilidade solidária e ilimitada.
Benefício de ordem – está no art. 1024, CC, segundo ele, quando uma sociedade tem dívidas, e tem o sócio A e B, ai em primeiro lugar as dívidas devem recair sobre os bens da sociedade, se estes não forem suficientes para saldar a dívida, ai recairá sobre os bens pessoais do sócio, neste segundo momento. Há uma ordem a ser seguida: primeiro os bens da sociedade e depois os bens dos sócios. 
Regra: Como há uma ordem a ser seguida, não se pode falar em responsabilidade solidária, e sim em subsidiária, pois os sócios vão responder com seus bens depois da dívida recair sobre os bens da sociedade. 
Quando vai atrás dos bens do sócio, e um tem 20% e outro 80%, ai entre esses sócios é que a responsabilidade é solidária. A responsabilidade solidária a que se refere o artigo é entre os sócios. 
Exceção: Aquele que contratou pela sociedade terá responsabilidade solidária (ex.:o sócio que emitiu uma NF em nome dele mesmo) e responde juntamente com a sociedade desde o começo da relação, não tendo em seu favor o benefício de ordem. 
c) Patrimônio especial: art. 988, CC
	Sociedade em comum não tem autonomia patrimonial.
Ex.: sócio A colocou bens na sociedade (sofá, mesa, cadeira, estantes) e B colocou equipamentos (computador, impressora, wifi). Estes bens não são da sociedade, são de titularidade comum dos sócios, eles são cotitulares dos bens, os sócios que é que terão a propriedade desses bens. 
	1º bens da sociedade
	2º bens do sócio
	Mas se a sociedade não tem bens, como fica o pagamento das dívidas? Ela não tem a titularidade dos bens, mas os bens estão sendo utilizados pela sociedade, e ai se estes bens não forem suficientes passa para o sócio A e sócio B, mas isso num segundo momento, pois primeiro são os bens destinados à sociedade. 
d) Prova da existência da sociedade
	Ela será feita pelo sócio ou por um terceiro. O sócio só pode provar por escrito. O terceiro pode provar por qualquer meio de prova, o mais comum é a prova testemunhal. 
e) Caso seja levada a registro
	Ela passa a ser personificada, a ter personalidade jurídica. 
2.2. Sociedade em conta de participação
a) Estrutura: art. 991, CC
	Tem duas categorias de sócio: ostensivo e participante. 
	O ostensivo vai exercer o objeto social, ele tem responsabilidade exclusiva e ele vai agir em seu nome individual. O participante vai apenas participar dos resultados. 
	Ex.: construtora Alpha Ltda adquire um terreno para levantar um flat (flat Morumbi), e eu vou comprar uma unidade nesse flat. O ostensivo é a construtora e o participante será eu. E ai erguem a sociedade flat Morumbi SCP. 
	Objeto social (atividade a ser explorada por essa sociedade): construção do flat. Este é o propósito específico (sociedade de propósito específico – propósito: construção do flat), todavia, o tipo societário é sociedade em conta de participação. A sociedade de propósito específico não é um novo tipo societário, isso é só uma finalidade da sociedade.
	Quem vai exercer o objeto social? 
	A responsabilidade é do sócio ostensivo, é da construtora neste caso. 
	A sociedade em conta de participação não tem personalidade jurídica, logo, não pode contratar em nome de flat Morumbi. Nesse caso tudo que ser faz é em nome do sócio ostensivo. 
b) Responsabilidade perante terceiro 
	Somente o sócio ostensivo é que responde perante terceiro. A responsabilidade dele será ilimitada. 
	Sócio participante não responde perante terceiro. 
c) Sócios
	Em ambos os casos pode ter mais de um. No ostensivo pode ser 1 ou mais PF ou PJ, e o participante também, 1 ou mais e PJ ou PF.
d) Legitimidade processual: É o sócio ostensivo, ele será autor ou réu de uma ação. 
e) Prova da sociedade: É admitido qualquer meio de prova.
f) Caso seja levada a registro
	Art. 993, CC: traz uma exceção. Ainda que se faça o registro, a sociedade continua sendo não personificada. Na prática ninguém faz o registro, então, não se consegue saber a composição dos sócios. Assim, quem aparece na relação contratual é o sócio ostensivo, não tem como se chegar ao participante, e por isso, ele é chamado de sócio oculto, pois não aparece na relação. 
3. Sociedades personificadas
	Elas possuem personalidade jurídica.
3.1. Quadro geral
Quanto ao objeto, natureza da atividade, ela pode ser:
Sociedade empresária – deve adotar tipos societários (art. 983, CC), pode ser:
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
Sociedade em comandita por ações estas duas só podem ser empresárias, não podem ter natureza simples 
Sociedade anônima		 (art. 982, parágrafo único, CC)
Sociedade limitada
Sociedade simples 
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
Sociedade limitada
Cooperativa 
Sociedade simples (é um tipo societário, art. 997, CC)
OBS.: Sociedade simples pode ser um tipo societário ou um tipo de natureza de sociedade personificada.
	As regras gerais do direito societário estão contidas nos artigos da sociedade simples (art. 996, 1040, 1053, CC).
	Sociedade empresária tem que ser registrada na Junta Comercial. 
	Sociedade simples tem que ser registrada no Registro Civil de Pessoa Jurídica (cartório). Art. 1150, CC. 
Exceções: 1) Sociedade de advogado – tem natureza simples, é sociedade simples, do tipo simples, mas que é registrada na OAB. 2) Cooperativa tem natureza simples, mas é registrada na Junta Comercial Lei 8934/94 – registro público das empresas mercantis (art. 32, II, a – trata da competência da JCom para registro de cooperativa). 
3.2. Classificação
a) Sociedade com:
Responsabilidade ilimitada – o sócio responderá com seu patrimônio pessoal por dívidas da sociedade. Ex.: Sociedade em nome coletivo.
Responsabilidade limitada – o sócio não responde por dívidas da sociedade. Ex.: S/A ou LTDA.
Responsabilidade mista – tem sócio com responsabilidade limitada e ilimitada. Ex.: Sociedade em comandita simples. 
Critério: responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais. 
b) Sociedade de pessoas ou sociedade de capital 
Critério: leva-se em conta o grau de dependência da sociedade em relação às qualidades subjetivas do sócio. 
	 Sociedade de pessoas é aquela em que o sucesso da sociedade depende das características subjetivas do sócio. Ex.: escritório de advocacia. 
	De capital é aquela que o sucesso não depende das características subjetivas do sócio, o que importa é o capital investido na sociedade. 
	Exclusão do sócio por incapacidade, é possível? Art. 1030, CC – sim, mas esta regra só se aplica para a sociedade de pessoas,afinal, nesta, a capacidade do sócio faz diferença no tocante ao desenvolvimento da sociedade. 
c) Sociedade contratual ou sociedade institucional 
Critério: regime de constituição e dissolução do vínculo societário. 
	Na sociedade contratual o ato constitutivo é um contrato social, ex.: LTDA, sociedade simples. Incide no contrato os interesses particulares dos sócios, os princípios contratuais.
	A sociedade institucional tem um estatuto social. No estatuto social prevalece a lei 6404/76, prevalece a vontade do legislador, da lei. Ex.: S/A e comandita por ações.
d) Sociedade nacional ou sociedade estrangeira
Critério: nacionalidade da sociedade. 
	Sociedade com um sócio argentino e outro paraguaio. Eles montam uma sociedade no Brasil, ela é nacional ou estrangeira? Art. 1126, CC.
“Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração”.
	A sede é no Brasil? Sim. Está organizada de acordo com a lei brasileira? Sim. Então, é nacional, não importa a nacionalidade dos sócios. Se faltar algum desses requisitos será estrangeira.
	A sociedade estrangeira precisa de autorização do poder executivo federal (art. 1134, CC). Todavia, nada impede que a sociedade estrangeira seja sócia de sociedade anônima brasileira.
	Ex.: a Henz é estrangeira, mas ela é sócia, porque comprou 80% da Quero alimentos LTDA. 
	Enunciado 486, CJF: 486) Art. 1.134: A sociedade estrangeira pode, independentemente de autorização
do Poder Executivo, ser sócia em sociedades de outros tipos além das
anônimas.
	08/04/14
4. Requisitos específicos das sociedades contratuais
a) Ato constitutivo 
Instrumento particular, conhecido como minuta de contrato. Este é o mais utilizado no dia a dia.
Instrumento público, que é a escritura pública.
	Em todos eles é indispensável o visto de advogado. Se não contiver, será nulo. Art. 1º, §2º, do estatuto da OAB. Esta regra tem exceção? Sim, quando se tratar de microempresa ou de empresa de pequeno porte (LC 123/06, art. 9º, §2º faz a dispensa). 
b) Pluralidade de sócio
	Tem que ter dois ou mais sócios para montar sociedade contratual.
c) Contribuição dos sócios para a formação do capital social
d) Distribuição de resultados 
e) “Affectio societatis”
	É a disposição dos sócios em formar e manter a sociedade uns com os outros (Fábio Ulhôa Coelho). 
5. Sociedade simples
Constituição
Instrumento particular ou público que deve ser levado para registro no prazo de 30 dias. Ele será feito no cartório (Registro Civil de Pessoa Jurídica).
	E qual a ideia desse prazo? 
	Tem a assinatura e ai terá 30 dias para fazer o registro no RCPJ (art. 998, CC).
Ex.: fiz o registro dentro do prazo, então ele terá efeito ex tunc, e desde o início da assinatura vai aplicar para essa sociedade as regras do tipo societário simples. 
Ex.: fiz o registro 120 dias depois do prazo, então ele terá efeito ex nunc, e ai apenas do registro para frente que se aplica as regras da sociedade simples. E dali para trás não se aplica as regras de sociedade simples, e sim as regras de sociedade em comum, que é aquele tipo societário que não foi levado ao registro. 
	É preciso a pluralidade de sócios, dois ou mais sócios, e no momento da constituição ela tem que ser necessariamente pluripessoal. 
	A sociedade simples não pode ser unipessoal? Na constituição não. Porém, depois de constituída, é admitida a unipessoalidade temporária. Ou seja, é incidental, pois ocorre depois da constituição. O prazo é de 180 dias (art. 1033, IV, CC), durante esse tempo é possível a sociedade de um só sócio. E se ultrapassar esse prazo? Ou se transforma em EIRELI ou terá que encerrar as atividades com a dissolução total. 
Cotas sociais
	Natureza jurídica: é um direito de duplo aspecto (Rubens Requião), pois quem tem cotas sociais possui direito patrimonial e direito pessoal. 
	É patrimonial porque a cota assegura direito de percepção de lucros. E se eu quiser alienar minhas cotas elas terão valor de alienação. E também nos casos de liquidação final, se sobrar dinheiro, ele será dividido entre os sócios. 
	Como direito pessoal, a cota proporciona status de sócio, e pode votar, fiscalizar os atos da sociedade, pode ter preferência caso o sócio resolva vender as suas cotas, etc. 
	Quem pode ser sócio de uma sociedade simples? 
PF e PJ;
Incapaz? Art. 974, §3º, CC – RE 82433/SP: há quem diga que se trata do empresário individual, não tem nada haver com a sociedade, o §3º traz requisitos cumulativos para que o incapaz possa ser sócio da sociedade: 
Devidamente assistido ou representado;
Não pode exercer a administração; 
O capital social deve estar totalmente integralizado. Todos os sócios que compõem a sociedade devem ter pago suas cotas naquela sociedade.
É possível sociedade entre cônjuges? 
Sim, a lei admite, mas há ressalva, o art. 977, CC diz que tem dois casos em que não se admitirá a sociedade entre cônjuges: no caso de comunhão universal de bens e no caso de separação obrigatória. 
	E como ficam as sociedades constituídas antes do novo CC? Elas permanecem como estão, tendo em vista o ato jurídico perfeito e o direito adquirido. 
	Formas de integralização: 
Ponte – 40% com dinheiro 
Fla – 30% com créditos, ex.: uma duplicata
SP – 20% com bens, e pode ser móveis e imóveis
Cor – 10% com prestação de serviço 
	Quando o sócio se compromete a pagar X%, isso se chama subscrição.
	Quando o sócio efetivamente paga, se chama integralização. 
	Se o imóvel está no nome do SP e ele o transfere para a sociedade, esta é que será a titular desse imóvel. Ao transferir há o ITBI, nesse caso específico é preciso pagar o ITBI? Art. 156, II e §2º, CF, não tem que pagar, o ITBI não vai incidir. 
	É possível a integralização com prestação de serviço? Art. 1006, CC, sim, é perfeitamente possível. Isso é possível apenas para cooperativa e sociedade simples. 
	A prestação de serviço tem que ser apenas para a sociedade, tem que trabalhar exclusivamente para aquele projeto na sociedade, sob pena de ser privado dos lucros ou excluído da sociedade. Tem que se dedicar, focar na sociedade, trabalhar focando nela. 
	Sócio remisso: é o sócio inadimplente, é aquele que não pagou total ou parcialmente suas cotas sociais. O que os demais sócios podem fazer com esse sócio remisso? Art. 1004, parágrafo único, CC nos dá as seguintes opções: indenização, redução da quota, exclusão do sócio remisso. 
	Cessão de cotas: art. 1003, CC, é preciso a unanimidade. Quando se faz cessão de cotas tem que observar a regra do art. 1003, parágrafo único, que fala da responsabilidade por dívida, cujo prazo é de 2 anos contados da averbação da modificação do sócio. 
	Sócio que entra na sociedade: Adquirente = responde por todas as dívidas já existentes, art. 1025, CC. 
	Responsabilidade do sócio: quem define a responsabilidade é o contrato social, pode ser: limitada ou ilimitada, e neste último caso se é solidária ou subsidiária. 
	E se o contrato for omisso? Como fica a responsabilidade dos sócios? Art. 1023, CC = “sócios respondem” (ilimitada), “pelo saldo” (subsidiária); salvo cláusula de responsabilidade solidaria expressa. Enunciado 479 nesse mesmo sentido. LOGO, se for omisso, a responsabilidade será ilimitada subsidiária. 
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária.
	Direitos dos sócios: 
Participação nos lucros sociais 
Lucro é a remuneração decorrente do investimento feito pelo sócio, é diferente de prolabore. Quem trabalha em prol da sociedade, quem realiza um trabalho nela tem direito ao prolabore, pelo seu labor. 
Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.
	Se a estipulação contratual excluir a participação nos lucros e perdas – será nula!
	O rateio dos lucros é essência da sociedade, assim como o risco do negócio. Por isso que dizem que sociedadeé feito casamento, é na alegria e na tristeza, na divisão dos lucros e no risco do negócio. 
	Regra geral = O rateio é proporcional às quotas sociais.
	Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas.
Enunciado 425, CJF – também nesse mesmo sentido. 
ASSIM, o contrato pode sim prever a distribuição de lucros, inclusive a distribuição desproporcional às quotas sociais. O que não pode fazer é excluir.
Direito de retirada/recesso:
Retirada é a possibilidade que o sócio tem de se retirar da sociedade, de sair. 
Regra geral = art. 1029, CC: Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa.
Prazo determinado – ex.: monto uma barraca de cachorro quente na festa do peão. Só pode sair da sociedade se houver justa causa. Essa justa causa terá que ser provada judicialmente. Se não tiver justa causa, não pode sair da sociedade.
Prazo indeterminado – não pode exigir que o sócio seja perpétuo, não precisa de justa causa, não precisa provar nada, mas tem que notificar aos sócios com antecedência, para que haja uma mudança saudável sem que cause muitos problemas à sociedade. Este prazo é de no mínimo 60 dias.
Participação das deliberações sociais: 
A participação será na assembleia ou em reunião. 
As decisões são tomadas pela maioria do capital social. Ex.: Pont – 51% SIM, Fla 29% NAO, Cor 20% NÃO = prevalece a decisão do sim, da maioria do capital social. 
Ex.: Pont – 50%; Fla 30%; Cor 20% = aqui há o empate 50% sim e 50% não. Temos que usar o primeiro critério de desempate, que é o numero de sócio: 2 não, prevalece o não. Ai o Pon faz uma manobra e fica com 49% e dá 1% para Pal, nesse caso empata de novo, e aqui o segundo critério de desempate é a decisão judicial (art. 1010, §2, CC)
Art. 1010, CC: Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.
§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do capital.
§ 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz.
§ 3o Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto.
	Exceções: são duas
Modificação do contrato social, art. 999, CC – tem que ter unanimidade;
Art. 1015, caput: maioria de sócios Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir. OBS.: não é a maioria do capital social.
Administração 
Quem pode ser o administrador de uma sociedade simples? Somente sócio pode ser administrador, é privativo de sócio.
PJ pode ser administradora? Não, conforme o art. 997, VI, somente pessoa física pode ser administradora.
Nomeação – pode ser dada no contrato social ou em ato separado. Ex de ato separado: ata de assembleia. E em caso de omissão? Se o contrato social não diz nada? Ex.: A tem 80%, B 15% e C 5%, quem será o administrador? Art. 1013, CC – todos os sócios vão administrar, não é o sócio majoritário! 
Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios.
Poderes – art. 1018 e 1019, CC
	
	Contrato social 
	Ato em separado 
	Administrador sócio 
	Poderes irrevogáveis 
	Poderes revogáveis
	Administrador não sócio 
	Poderes revogáveis 
	Poderes revogáveis
Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios.
Parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio. 
	10/04/14
Administração
e) Responsabilidade do administrador:
	O administrador representa a vontade da pessoa jurídica, ex.: faz compra e venda, convoca assembleia, assina cheque, etc. 
	Regra geral: responsabilidade da sociedade, é a PJ que vai responder pelos atos praticados pelo administrador, a sociedade é quem responderá. A responsabilidade é única e exclusiva da sociedade. 
	Todavia, existem situações especiais em que o administrador responderá junto, de forma solidária, com a sociedade. Os dois respondem ao mesmo tempo. Ocorrerá quando o administrador agir com culpa no desempenho de suas funções. Art. 1016, CC
	Também existe a hipótese de apenas o administrador responder, a PJ não responderá em nada. Esta situação só ocorrerá quando o administrador agir com excesso, e tem que ocorrer uma das seguintes hipóteses do art. 1015, CC: 
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade;
	A sociedade simples tem seu contrato social, com as regras da sociedade. 
Ex.: No CS está previsto que um cheque tem que ser assinado por duas pessoas e ai o administrador emite um apenas com a assinatura dele. 
Ex.: Colocar a empresa como se fosse fiadora do contrato de locação, e o CS não permitia isso. 
II - provando-se que era conhecida do terceiro;
	Este caso é mais raro de acontecer, bastante raro mesmo.
	No inciso I o contrato limita os poderes, neste II o contrato é omisso em relação a isso. Mas a sociedade pode provar que aquele o terceiro tinha conhecimento de que a sociedade não tinha poderes para realizar determinado ato. 
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.
Evidentemente estranha aos negócios da sociedade – ex.: uma padaria que comercializa e fabrica pães e comercializa isso, então, qualquer coisa que seja estranha a esse negocio 
Ex.: prestadora de serviço de informática, onde o administrador chega querendo vender plano de saúde. Essa sociedade não vende plano de saúde ela presta serviço informático, isso não tem nada haver com o objeto da sociedade. 
	Este inciso III é chamado de teoria “ultra vires” por parte da doutrina. 
	Já outra parte entende que esta teoria seria para o parágrafo único como um todo, aplicando-se aos 3 incisos. 
	Isso significa além das forças, ou seja, além dos poderes. O administrador está agindo além dos poderes que lhe foram atribuídos. 
	Segundo esta teoria, se o administrador celebra contrato assumindo obrigações em nome da sociedade, em operações que não estão em consonância com o seu objeto social, presume-se que houve excesso de poderes. Nesse caso, o fato não é imputável à sociedade, ela não responderá por esse ato de excesso, o administrador é quem responde por ter agido com excesso. 
	Esta teoria foi criada na Inglaterra, mas hoje ela não é mais aplicada lá. A doutrina critica a introdução desta teoria no ordenamento jurídico, ela ocorreu a partir da vigência do CC de 2002. 
	Antes de 2002 se usava a teoria da aparência. Esta teoria afirma a validade dos atos praticados em nome da sociedade, ainda que, a possibilidade da prática desses atos não esteja prevista em contrato, desde que, perante terceiros que contratem com a sociedade, exista uma aparência de que as pessoas que praticaram o ato em nome da sociedade detinham poderes para tanto. Esta teoria busca proteger a boa-fé do terceiro. 
	A JURISPRUDÊNCIA VEM ACOLHENDO DECISÕES QUE OLHAM PARA A BOA-FÉ, PREVALECENDO A TEORIA DA APARÊNCIA SOBRE A “ULTRA VIRES”. 
	Enunciado 11, I Jornada de direitocomercial: 11. A regra do art. 1.015, parágrafo único, do Código Civil deve ser aplicada à luz da teoria da aparência e do primado da boa-fé objetiva, de modo a prestigiar a segurança do tráfego negocial. As sociedades se obrigam perante terceiros de boa-fé.
5.6. Dissolução
	Ela poderá ser parcial ou total. 
	Será parcial quando um ou mais sócios saem da sociedade, mas esta é mantida, ela continua em atividade, não provoca a extinção da sociedade. 
	Na dissolução total a sociedade é extinta. Ela encerra suas atividades. 
	Hipóteses de dissolução parcial: 
a) Vontade do sócio 
b) Direito de retirada – o sócio quer sair e os outros não querem que ele saia, ai ele terá que exercer esse direito de retirada.
c) Morte de sócio – se João morreu, era sócio, o seu herdeiro vai assumir seu lugar? Regra geral não é assim , vai apurar a cota do sócio e fazer o inventário, art. 1028, CC (portanto, regra: liquidação da cota).
d) Falência do sócio 
e) Liquidação da cota a pedido do credor
f) Exclusão do sócio – art. 1030, CC. Falta grave ou incapacidade superveniente permitem a exclusão do sócio da sociedade. Trata-se de uma forma de exclusão judicial. 
OBS.: Nesses casos poderá ter a ação de apuração de haveres pelo sócio, se ele sair da sociedade e não receber. E como se dá isso? Tem que observar o contrato social, se ele for omisso aplica a regra do art. 1031, CC, fazendo-se o balanço patrimonial especial. Nesse balanço vai ser apurado qual que é o valor patrimonial da sociedade. 	
	Hipóteses de dissolução total 
a) Vontade dos sócios; 
b) Decurso do prazo – no caso de sociedades por prazo determinado. Caso os sócios desejem continuar com as atividades e a sociedade é possível. Vencido o prazo e as atividades continuem há presunção que os sócios desejam continuar, tornando-se sociedade por prazo indeterminado. 
c) Falência da sociedade
d) Unipessoalidade por mais de 180 dias;
e) Inexequibilidade do objeto social – significa a ausência de mercado. Ex.: fábrica de máquina de datilografia. 
f) Anulação do ato constitutivo;
g) Extinção de autorização para funcionamento – art. 1033, V, CC. 
	Para a dissolução total os administradores devem providenciar a liquidação da sociedade, ou seja, vencer os bens da sociedade e recebe dinheiro. Esse dinheiro será utilizado para pagamento dos credores daquela sociedade. O MP não participa de dissolução de sociedade nenhuma, com exceção da letra “g”, art. 1037, CC. O MP promoverá a liquidação quando os administradores não o fizerem no prazo de 30 dias, o MP vai lá representar as vontades dos credores. 
6. Sociedade limitada
6.1. Legislação aplicável: o CC tem um capítulo próprio, arts. 1052 e ss. 
	No caso de omissão do capítulo, aplicam-se as regras de sociedade simples (art. 1053, caput).
	O CC autoriza cláusula contratual prevendo de forma expressa a regência supletiva das normas de S.A. Neste caso obedece ao que se está disposto no contrato. 
	Destarte, aplicam-se as regras de sociedade simples quando houver omissão do capítulo de sociedade limitada e omissão do contrato social.
6.2. Responsabilidade do sócio: art. 1052, CC
	A responsabilidade do sócio está restrita ao valor de suas cotas, mas todos os sócios respondem de forma solidária pelo que falta para a integralização do capital social. 
Capital social: R$ 100.000,00
Pont: 40%		40%
Fla: 30%			30%
SP: 20%			20%
Cor: 10%		10%
Subscrição 		Integralização 
	Se eles integralizaram o capital social, acabou a responsabilidade deles. 
	Divida com banco de 180.000,00. O banco executa e tem 100.000,00 do capital social. Poderá o banco cobrar 80.000,00 dos sócios? Não, pois quando contratou com a SL ele sabia que o sócio tem a responsabilidade restrita ao valor de sua cota. O banco fica no prejuízo. 
	Todavia, se o sócio assina como fiador/avalista ele será executado. 
	E se um sócio não integraliza o capital? Ex.: Fla não integraliza, o CS é de 70.000,00, então o banco pode cobrar? Pode. Cobrará só do Fla? Em princípio cobrará dele, mas se ele não pagar todos responderão solidariamente pelo que falta para integralizar o CS. Atenção! É só o que falta para integralizar, não pode cobrar os 80.000,00 que faltam da dívida.
Exceções: os sócios respondem de forma ilimitada, vai responder com o patrimônio pessoal por dívida da sociedade
a) Ausência de registro;
b) Dívida trabalhista;
c) Desconsideração da personalidade jurídica;
d) Violação do art. 977, CC (sociedade entre cônjuges);
e) Dissolução irregular (hipótese vinculada a execução fiscal) – súmula 435, STJ: "Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente". 
	Sócio gerente é o sócio que figura na condição de administrador da sociedade.
f) Dívida tributária – art. 135, III, CTN. Quem responde é o administrador e não o sócio, poderá até ser o sócio, se ele for o administrador. 
	Sonegação x Inadimplência 
	Na sonegação a sociedade tem o dinheiro, mas não paga porque faz outra coisa com este dinheiro. Neste caso o administrador responde. 
	Na inadimplência a sociedade não tem recursos para o pagamento do tributo.
6.3. 
Sociedade ltda simples – consultoria, escritório de engenharia/arquitetos. Geralmente são profissionais intelectuais. Registra-se no cartório. 
Sociedade ltda Empresária – lanchonete, agência de turismo, loja de roupa, Wallmart, Casas Bahia, Sony. Registra-se na junta comercial.
6.4. Quotas sociais 
a) As quotas sociais podem ser iguais ou desiguais (art. 1055, CC). 
Ex.: capital social 10.000,00
Fred tem 30% e Ana 70%
Cotas iguais: pega o capital e divide por 10.000 cotas. E dá 1 real por cota. Fred tem 3000 cotas no valor de 1 real e Ana tem 7000 cotas no valor de 1 real. As cotas são iguais no que tange ao valor.
Cotas desiguais: Fred tem 1 cota no valor de R$ 3000, e Ana tem 1 cota no valor de R$ 7000. 
b) Formas de integralização 
Pont: 40%				paga em dinheiro (dinheiro)
Fla: 30%					paga com uma duplicata que vence em 90 dias (crédito)
SP: 20%					cosméticos (bens)
Cor: 10%				prestação de serviços não pode!!!!! 
Subscrição = comprometimento		Integralização = pagamento 
Não pode integralizar com prestação de serviços 
c) Quem pode ser sócio de ltda? 
Pessoa física, pessoa jurídica;
Incapaz, se preenchidos os requisitos do art. 974, §3º.
Cônjuges, desde que observada a regra do art. 977, CC.
d) Cessão de quotas sociais 
	Inicialmente, quem define é o contrato social. 
	E na omissão do contrato? 
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social.
	Sou sócio e estou transferindo para quem é sócio, não preciso da autorização de ninguém. Se transfiro para um terceiro, só será possível se não tiver oposição de mais de ¼ do capital social.
e) Penhora de cotas sociais
	É possível? STJ: é possível sim! 
	Art. 591, CPP – responde com todos os seus bens, então se ele tem cotas de sociedade limitada isso compõe seus bens. 
	649, CPC – bens absolutamente impenhoráveis, e cotas não está ai. 
	655, VI CPC – 
	Com base nesses artigos o STJ diz ser possível a penhora de cotas. Pode se pedir o lucro decorrente da cota. 
6.5. Administração
a) Nomeação do administrador 
	Ou no contrato social ou em ato separado (ex.: ata de assembleia). Art. 1060, CC. 
b) Administradora (art. 1061, CC)
	o não sócio poder não ser aprovado não administrador 
	O capital social está totalmente integralizado? 2/3 do capital social. E se não estiver totalmente integralizado? Precisaremos de unaminimidade.
c) Responsabilidade
	Quem responde pelos atos do administrador é a sociedade. 
	E se houver excesso? Aplica regra de sociedade simples ou anônima? Se houver aplicação subsidiária das regras de sociedade simples aplicará a teoria ultra vires. Se for sociedade anônima,ainda que o administrador tenha agido com excesso a sociedade responderá (art. 158, LSA – lei 6404).
6.6. Deliberações sociais
a) Reunião/ Assembleia 
OBS.: O art. 1072, §1º - A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for superior a dez.
	Se tem 11 ou mais sócios é obrigatória assembleia. 
b) Convocação – por edital de convocação. Geralmente se publica em jornais de grande circulação, mas isso é caro, e ao tem sido feito convocação por e-mail. 
§ 2o Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no § 3o do art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.
	Portanto, é possível a convocação por e-mail. 
	Se os sócios não puderem comparecer a reunião e já mandarem seus votos pelo e-mail, é possível? 
§ 3o A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas.
c) Tomadas de decisões 
	Por maioria do capital social.
	E no caso de empate? Vai para os critérios: 1º número de sócios; 2º decisão judicial. 
Exceções: 
a) Art. 1061, CC – administrador não sócio 
b) Modificação do contrato social – só pode mudar o CS se obtiver ¾ do capital social (art. 1071, V e art. 1076, I, CC). 
	23/05/14
FALÊNCIA: LEI 11.101/05
1. Cenário
	Uma empresa tem vários credores, está devendo, e não tem patrimônio. 
	O credor tem as seguintes opções: ação de cobrança, ação de execução ou ação monitoria contra o devedor. Neste caso ocorrerá a satisfação apenas do autor da ação.
	O devedor tem a opção de falência, se o juiz decreta a falência, todos os seus bens serão arrecadados e vendidos. O dinheiro obtido com a venda será utilizado para o pagamento de todos os credores do falido, e não apenas daquele que ajuizou a ação. Por isso muitos chamam a falência de execução coletiva ou execução concursal. 
	Mas há uma ordem a ser seguida para realizar este pagamento. 
2. Conceito de Ricardo Negrão: 
	Falência é um processo de execução coletiva, do qual todo o patrimônio de um empresário (PF ou PJ), declarado falido, é arrecadado e vendido para pagamento da universalidade de credores. É um processo judicial complexo que compreende a arrecadação de bens, sua administração e conservação, bem como a verificação e o acertamento de créditos, para posterior liquidação dos bens e rateio entre os credores. Compreende também a punição de atos criminosos praticado pelo devedor falido.
3. Incidência da lei 11.101/05
	Esta lei trata da falência, da recuperação judicial e da recuperação extrajudicial. 
	Só pode sofrer a incidência da lei a figura do empresário individual, a sociedade empresária e a EIRELI. 
	Os excluídos dessa lei estão no art.2º. Os casos do inciso I são os totalmente excluídos, os do inciso II são os parcialmente excluídos. 
 Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista; Em hipótese alguma encontraremos falência desses entes. 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
	Ex.: empresa de arrendamento mercantil (leasing), administradora de cartão de crédito (equiparada à instituição financeira). 
	Parcialmente – a princípio ninguém pode pedir falência, mas todos os entes do inciso II podem passar pela liquidação extrajudicial, onde será nomeado um liquidante, que poderá pedir a falência destes entes (ex.: o caso do banco Santos). 
	Conclusão: A princípio nenhum dos entes do inciso II podem sofrer pedido de falência. Todavia, podem sofrer uma liquidação extrajudicial, na qual será nomeado um liquidante, que por sua vez, poderá pedir a falência destes entes. 
4. Processo falimentar
	O processo possui três fases: 
1. Fase pré-falimentar – ela se inicia com o ajuizamento do pedido de falência, e o término dela se dá com a sentença declaratória de falência. 
2. Fase falimentar – inicia-se com a sentença declaratória de falência, e termina com a sentença de encerramento, ela Põe fim ao processo falimentar. 
	Na falência, teremos a inabilitação da atividade empresarial.
3. Fase de reabilitação – o início se dá com a sentença de extinção das obrigações do falido. 
5. Legitimidade processual
5.1. Legitimidade ativa: quem pode figurar como autor de uma ação de falência = art. 97
a) Autofalência
	A própria sociedade empresária pede a falência. 
	Está expressamente prevista no art. 105. 
	Requisitos: estar em crise econômico-financeira, e julgar não atender aos requisitos da recuperação judicial. Primeiramente, tem que se buscar a preservação da empresa, mantendo-a em atividade, daí busca-se a recuperação judicial, e só no caso desta não ser aplicável será aplicada a falência. Neste caso, deverá o devedor pedir a falência. 
	E se não pedir? A lei não prevê nenhuma sanção.
b) Sócio ou acionista
	Será pedida por um dos sócios da sociedade empresária que não pediu a falência. 
c) Qualquer credor 
	Basta ser credor, logo, pode ser qualquer um, não há distinção de credor, qualquer que seja ele poderá pedir. 
OBS1: Se o credor for empresário individual, sociedade empresária ou EIRELI só poderá ajuizar pedido de falência se estiver devidamente registrado na junta comercial. Se não tiver o registro não JCOm não poderá pedir a falência de terceiro. 
OBS2: Sociedade em comum pode pedir autofalência? Sociedade em comum é aquela do art. 986, ou seja, aquela que não foi devidamente registrada. Sim, com base no art. 105, IV, da lei de falência, pois neste rol de documentos requeridos a lei reza “se não houver contrato ou estatuto”, e, tendo isso em vista, é porque não há registro. 
OBS3: Se o credor não tem domicílio no país, ele vai ter que prestar caução. 
Art. 101 – Se o juiz verificar que o autor da ação agiu com dolo, o juiz, na sentença de improcedência, condenará o autor a pagar perdas e danos em favor do réu.
	Quais são os princípios norteadores do processo falimentar? Art. 75, parágrafo único: celeridade e economia processual. 
OBS4: O MP pode pedir falência? 
	RJ – obra do professor Sergio Campino: admite a possibilidade do MP pedir falência, na hipótese de descumprimento de TAC. É prevista uma obrigação pecuniária no TAC, esse descumprimento gerou essa obrigação pecuniária (multa).
OBS5: Fazenda Pública pode ajuizar pedido de falência? 
Corrente 1 – sim. A lei de falência não exclui expressamente qualquer credor especifico de seu regime. A certidão de dívida ativa não poderia ser contestada, mas atualmente, é possível o protesto de cda. É corrente minoritária.
Corrente 2 – Não. Deve prevalecer o princípio da preservação da empresa sobre o interesse arrecadatório do Estado. Retira o contraditório do devedor. A falência não é o instrumento hábil para julgar a legitimidade do credito tributário. É majoritária e adotada por Gialucca, pelo STF e STJ e pelo enunciado 56 da I JDComercial. REsp 363206/MG. 
d) Falência do espólio de empresário individual 
	Legitimidade ativa: cônjuge sobrevivente, herdeiro ou inventariante. 
5.2. Legitimidade passiva: o réu na ação de falência 
	Empresário individual, sociedade empresária e EIRELI. 
	Lembrar dos excluídos do art. 2º. 
6. Juízo competente
	Num primeiro momento, sempre será da justiça comum estadual. 
	Mesmo que seja uma empresa pública federal, ainda assim será da justiça comum estadual. 
	Art. 109, CF: Aos juízes federais compete processar e julgar, e no inciso I, ele exclui explicitamente a falência. 
	Informativo 519, STJ: Direito processual civil. Competência da justiça estadual para apreciar ações envolvendo sociedade de economia mista em liquidação extrajudicial, sob a intervenção do BACEN.[1: Compete à Justiça Estadual, e não à Justiça Federal, processar e julgar ação proposta em face de sociedade de economia mista, ainda que se trate de instituição financeiraem regime de liquidação extrajudicial, sob intervenção do Banco Central. Com efeito, inexiste previsão no art. 109 da CF que atribua a competência à Justiça Federal para processar e julgar causas envolvendo sociedades de economia mista. Ademais, o referido dispositivo constitucional é explícito ao excluir da competência da Justiça Federal as causas relativas à falência — cujo raciocínio é extensível aos procedimentos concursais administrativos, tais como a intervenção e a liquidação extrajudicial —, o que aponta inequivocamente para a competência da Justiça Estadual, a qual ostenta caráter residual. Precedentes citados: REsp 459.352-RJ, Terceira Turma, DJe 31/10/2012, e REsp 1.162.469-PR, Terceira Turma, DJe 9/5/2012. REsp 1.093.819-TO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 19/3/2013.]
	Art. 3º: é o local do principal estabelecimento. Se a sede for fora do Brasil, é no local da filial.
	E se existirem varias filiais no Brasil?
Corrente 1 – é o da sede contratual ou estatutária. É aquela que consta no estatuto social.
Corrente 2 – é a sede administrativa, ou seja, o centro vital das atividades, local onde a atividade se mantém centralizada.
Corrente 3 – critério econômico. Seria onde existe o maior complexo de bens. 
	A majoritária é a corrente 2, sendo, inclusive, a posição do STJ (CC 37.736)
7. Insolvência 
	A insolvência pode ser confessada (autofalência – art. 105) ou presumida. 
	Presumida: art. 94, I, II ou III. Qualquer uma dessas configura uma presunção do estado de insolvência. 
I – Impontualidade injustificada: 
“sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;”
	Elementos:
Deixar de pagar no vencimento;
Sem relevante razão de direito, ou seja, sem justificativa (ex.: título já pago);
Titulo executivo: extrajudicial (ex.: duplicata, cheque) ou judicial (sentença condenatória que transitou em julgado na justiça do trabalho);
OBS.: Súmula 248, STJ – Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência.
O título tem que ter sido protestado. É um protesto especial para fins falimentares, previsto no art. 94, §3º. Lei de protesto: lei 9492/97, art. 14. Além da entrega no endereço (comprovação de entrega no endereço) tem que ter o nome (identificação) da pessoa que recebeu a intimação (súmula 361, STJ: A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu);
Valor: acima de 40 SM. 
Litisconsórcio entre credores é perfeitamente possível (art. 94, §1º). 
	Quem vai ajuizar ação de falência não precisa ser necessariamente o credor cujo crédito está vencido. O credor cujo credito ainda não venceu poderá ajuizar ação de falência, pois a ideia é o reconhecimento do estado de insolvência, então, se o devedor não pagou o credito de outrem, há uma presunção de que ele está insolvente. 
II – Execução frustrada:
“executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;”
	Ocorre quando o devedor esta sendo executado, e não paga, não deposita e não há no processo bens suficientes à penhora no processo. O devedor já está sofrendo uma execução, e nesta não houve pagamento da dívida. A execução está frustrada. 
	Aqui poderá ocorrer por qualquer quantia, qualquer valor. 
III – Atos de falência: 
“pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:”
	São diversos os atos enumerados na lei. Tem que fazer prova
a) Liquidação precipitada – o empresário se desfaz de seus bens sem reposição.
g) Descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação judicial 
	Após a sentença concessiva de recuperação judicial o juiz acompanha o cumprimento do plano de recuperação durante dois anos. Após esse prazo o processo de recuperação é extinto. Se o plano de recuperação judicial for de 5 anos, por ex., continuando após a extinção do processo de recuperação judicial, cabe ao credor acompanhar o cumprimento do plano após o prazo de 2 anos. 
	Isso significa que se o descumprimento ocorre dentro do prazo de 2 anos não deve ser pedida a falência pelo credor, este deve comunicar o fato ao juiz, que vai proceder à convolação da recuperação judicial em falência. 
Art. 61 e par 1
O art 94, III, g, tem incidência quando o descumprimento do plano de recupercao judicial ocorrer após 2 anos, ou seja, após a sentença da extinção de recuperação judicial.
As hipóteses que permitem o inicio do processo de falência não são de insolvência econômica, mas de insolvência jurídica. Basta a impontualidade injustificada ou a execução frustrada. (ajeitar). 
recuperação judicial e ai parcela dívida em 5 anos, depois da sentença, o juiz ficará por 2 anos acompanhando (voei)
O juiz fará a convolação de falência, ou seja, vai transformar a mr art. 61
Quando o descumprimento ocorrer depois do encerramento da recuperação judicial é que essa letra “g” será cumprida. 
	Em algum momento: insolvência jurídica – não compete ao juiz avaliar a situação jurídica da empresa. 
8. Defesa do requerido 
a) Apresentar contestação 
	O prazo é de apenas 10 dias, art. (98)
	Poderá alegar o pagamento do título, a falsidade do título, a prescrição do título, nulidade da obrigação, ausência de protesto.
	Cessação das atividades por mais de dois anos antes do pedido de falência. 
b) Depósito elisivo 
	elisir = impedir. Uma vez feito o depósito elisivo pelo devedor, o juiz estará impedido de decretar a falência. 
	Prazo: dentro do prazo de contestação. 
	Valor: art. 98, parágrafo único: será o valor principal + juros + correção + honorários advocatícios. 
	E quando o pedido de falência for com base nos atos do inciso III? O parágrafo único do art. 98, só reza a respeito do inciso I e II, mas a doutrina admite o III, com base na preservação da empresa. 
c) Depósito + contestação 
	Art. 95: Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.
	26/05/14
9. Sentença	
	A sentença de falência pode ser procedente ou improcedente. 
	A procedente se chama declaratória de falência, e a improcedente se chama denegatória da falência. 
	Quais os recursos cabíveis para cada uma dessas sentenças? Art. 100. Declaratória = agravo de instrumento. Denegatória = apelação. 
	Se o juiz decretou a falência, o devedor tem interesse nesse recurso de agravo de instrumento, e, além dele, o MP, como fiscal da lei, poderá interpor esse recurso. E o credor? Também tem interesse, numa hipótese a ser vista logo mais.
	Não é caso de falência, o interesse é do credor, também poderá interpor o MP, como fiscal da lei. E o devedor também tem interesse na apelação? Sim, em se tratando de autofalência, ele terá interesse. 
	Procedente = declaratória = agravo de instrumento = 
	Improcedente = denegatória = apelação = 
	Sentença declaratória de falência – não haverá o encerramento do processo falimentar, essa sentença não põe termo ao processo. Ela parece mais uma decisão interlocutória, por isso o recurso que ela comporta é o agravo de instrumento.
10. Sentença declaratória de falência 
10.1. Natureza jurídica
	Esta sentença apenas tem o nome de declaratória, pois ela é na verdade de natureza constitutiva. 
	A sentença declaratória tem natureza predominantemente constitutiva, afinal, a partir da decretação da quebra, incidirá o regime falimentar sobre o devedor, colocando-o em situação jurídica diversa da anterior, tendo como efeitos, dentre outros, o afastamento administração dos bens, o vencimento antecipado da dívida, a constituição da massa falida e a nomeação do administrador judicial. 
10.2. Requisitos: art. 99
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação

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