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Por que o judiciário não é o locus prefereido para resoluções de conflitos

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7.3) Sabe-se que o Poder Judiciário não é o locus preferido pelos cidadãos para resolução de conflitos. Afinal, sempre que é possível, evita-se que o problema seja judicializado. Baseando-se na leitura sugerida, analise de forma crítica as diversas formas de desconcentração judicial.
É notório que o poder judiciário há tempos não dispõe plenamente, no que tange à sociedade, de sua credibilidade peculiar e imparcial. Mesmo sendo Ele o Poder aplicador do direito Positivo, seu caráter impositivo e imperativo, não vem sendo, assim como a própria pergunta objetivamente me assevera, o lócus mais requerido para solução de conflitos. Partindo desta lógica compreensível de raciocínio,evidencio aqui minha critica as Formas de Soluções de Conflitos, considerando que a todas elas competem sim, seus pontos assertivos, todavia,nos é conspícuo seus desacertos.
Alicerçado-me na obra de Adriana Goulart de Sena,(Formas de Resolução de conflito e Acesso à justiça),trago a afirmação símplice ,porem contundente de que varias são as formas benéficas de se desconcentrar o judicial.
Partindo da metodologia de solução de conflito denominada Mediação, que alguns cuidam provir da diretriz autocomposta ou de autocomposição, por seu arranjo extraprocessual, e outros ainda como parte operante da vertente de heterocomposição ou heterocomposta, fundamentando-a neste derradeiro pelo seu parametro endoprocessual,faço alusão as judiciosas palavras de Luiz Alberto Warat(Ecologia,Psicanálise e Mediação.) citadas por Adriana Goulart de Sena:
“A mediação começa quando as partes conseguem interpretar, no simbólico, ódios e amores que as diferenciam.A mediação facilita às partes a possibilidade de interpretar seus ódios e amores.O que é mediavel são os conflitos de afetos[...]pode parecer estranho e até surpreendente eu afirmar que o amor precisa construir um espaço de mediação para sua realização.Amar é exercer uma capacidade de negociação das diferenças.Um estado de permanente mediação para que possam conviver as diferenças.O amor se instala em um espaço de conflitividade que precisa ser negociado para realizar os afetos.”
Segundo o objetivo e poético teor das palavras de Luiz Alberto Warat, a mediação arrebata seus envolvidos, de modo serem contagiados por uma atmosfera auto reflexiva, ambas as partes, titulares de seus pleitos , contagiados, tudo e todos, a figura da terceira pessoa que normativamente participa das mediações,tudo isto se desenrolando em momentos milesimais utópicos, todavia relevantes e de suma nobreza, pois possuem seus fundamentos arraigados na doutrina do “ser”, filosoficamente alicerçada no que se diz respeito ao lado justo, social, de um modo certeiro, palpável,concreto,firmando-se em uma confiabilidade tutelar Estatal mais Humanizada e humana, acessível ,democrática e democratizada. Estes meios pelos quais se buscam a desconcentração judicial, são em sua essência democratizados,restando-lhes serem democráticos, e não inflexíveis, repetindo assim a mesma carência dos meios tradicionais de soluções de conflitos que conhecemos e já não depositamos nosso apreço total.Viabilizar um acesso rápido e qualitativo a toda sociedade é consenso comum, e acrescidos aos qualitativos ante citados,serão o peso maior, o voto de minerva, na escolha dos cidadãos em qual meio de solução de conflito depositarão seu apreço e gratidão, com o direito sendo –lhes devidamente aplicado ,e a justiça genuína sendo fundamentadora, resultando em uma lide igualitária e de uma só medida , seja ela como for litigada.
 Torna-se então mediáveis em tais circunstancias, os valores individuais, seus sentimentos oprimidos, suas insanas e desconhecidas desventuras, seus medos e pré-conceitos de situações , fatos, que se contrapõe como uma tentativa lúcida e briosa de galgar ali o direito mais ancestral e natural do ser humano, o de amar.
Esta forma arrojada de se solucionar litígios,tomando como base sentimentos,valores e fatos, me faz conceber que a mediação em sua essência, é algo crucial , não só em causas endo ou extra processuais(dependendo de sua doutrina), mais em um aprendizados que nos acompanhará por toda existência.
Este método de muito apreço e valia é fundamental, pois torna mais ágil, o processo judicial, refletindo assim na celeridade de soluções dos litígios,tendo em vista que a morosidade judiciária causa graves prejuízos a sociedade, tanto no aspectos sociais, econômicos e profissionais,levando em consideração que tempo e pessoas envolvidas em tais tramites processuais requerem custos, que são financiados pelos cofres públicos.Outra consequência desfavorável ao sistema tradicional de soluções de conflitos é que não se aplica a justiça com tamanha veracidade, veemência e qualidade,devido a alta demanda que lhes são imputadas, reduzem a qualidade, para aumentar quantitativamente suas definições.Já no método de solução de conflitos em questão,a ligeireza com que se pode chegar a uma solução perdurável de conflitos,dignifica todos os seus envolvidos, todas as partes, pois traz algo que instiga a acreditar, a crer que será ali seu ponto de equilíbrio justo. E por ultimo mais não menos importante e relevante, à nobreza e magnitude de seus anáis, em tudo que já se ergueu, tudo que já se firmou e alastrou no social, por uma aplicabilidade homogênea da justiça,a mediação é sem duvida em minha comedida e singela opinião,um método de solução de conflito humanista.
Existem outras formas ,métodos de soluções de conflitos em nosso país, em nosso sistema judiciário que permite à população um acesso ágil e célere no que tange seus diretitos materializados em forma de justiça.Ainda permeando o campo da autocomposição, chama-me a atenção a nobreza e o despojamento subjetivo contido em tal método de resolução de conflitos, que em seus caráter normativo traz o despojamento unilateral em favor de outrem,qualquer semelhança com a essência da mediação é mera verdade, sim, verdade, pois , recapitulando um pouco de mediação, em seus moldes traz justamente esta linha direcional,ou seja, encontramos mais uma vez no Direito, os sentimentos, o abstrato, a filosófica herdade entranhada na aplicabilidade de um método de solução de conflito.Inegável é portando, dizer ou insinuar que o direito natural não é a base para o Direito positivo, pois a imperatividade deste Direito se faz tão somente com sentimentos e emoções, substantivos peculiares na essência natural do ser.
Destarte,a autocomposição traz em sua essência também algo que nos arremete a um asseverativo método de solução de conflito, aonde qualquer que seja a extensão deste método, sendo por renuncia, por aceitação (resignação/submissão) ou transação , há um perceptivel e profícuo procedimento humano que automaticamente desencadeia uma reação e resolução justa , humana, pois também age no ego, no intimo dos litigantes.
Na autocomposição por aceitação encontro explicito este agente que eleva as partes conflitantes ao patamar de conflitantes de emoções. Ao abrir mao de um eventual Direito,ou tão somente deixar de ter o seu Direito legitimado em função do não detrimento do outrem, há aí no mínimo, uma cena clássica de amor,aonde renegar-se ou abster-se de algo ou alguém em favor de outrem novamente aparece como um ato crucial e indiscutível de amor.Na pratica funciona quando temos que pleitear algum Direito positivo, que de fato temos , e por uma ou outra razão, podendo ser esta de qualquer natureza, deixamos de lado o nosso direito ao Direito, ou seja, deixamos de usar o nosso direito subjetivo de recorrer ao Direito objetivo em função de algo ou alguém.
Quando esta abstenção se dá por um motivo de vontade própria de acatar o Direito positivo da outra parte, damos então conhecimento a aceitação por submissão, que na pratica é o individuo, que ciente de seu espaço na sociedade, e ciente do eventual e certo Direito ,dá à outra parte conflitante sua submissão, aceitao Direito do outro sem maiores conflitos ou contendas, tendo em vista que a parte abriu mão voluntariamente, submissamente de pleitear algo , para viver em concordância aceitável com aquele Direito da outra parte conflitada.Se esta aceitação acontece de maneira mais ríspida, ou no mínimo mais difícil, temos então aí o método de solução de conflitos de autocomposição aceitação por resignação, aonde as partes conflitantes envolvidas no litígio, não chegaram em um consenso para delinear qual Direito deve se sobressair , então a parte que normativamente tem seu Direito certo, reconhecido,faz com que a outra parte aceite, podendo não ser a vontade da parte mas tendo esta que submeter-se a decisão, pois assim estará agindo em conformidade com o Direito positivo aplicado naquela jurisdição.É evidente que o método de solução de conflitos em questão, acontece no mínimo com uma resistência da parte derrotada na lide, aceitando esta as normas que lhe foram impostas e expostas, mas na maioria das vezes não concordando com tal aplicação , resigna-se a cumprir, mas não quer dizer que as aceitou, apenas se submeteu a aplicabilidade de tal decisão.Acredito que neste método em especial, na maioria das vezes, pode a justiça não ser aplicada genuinamente, sobressaindo-se assim o Direito positivo de uma das partes, o que não quer dizer que a justiça foi aplicada.É também um modo de se desconcentrar o judiciário, encontrando também seus admiradores como seus refutadores. 
No método autocomposto de solução de conflitos por meio de Transação, encontramos aqui um método de solução de conflito que parece ser viável e útil as partes em conflito, sabendo-se que acontecerá aí no mínimo uma troca de interesses, aonde Direitos e deveres de ambas as partes em conflitos serão agraciadas e contempladas pela solução automática de seus pleitos. Na pratica, ocorre quando uma parte litigante, entra em consenso com a outra, e juntas, elas(as partes), decidem o que será melhor no caso em conflito. Sendo que para acomodar um acordo, os interesses devem ser distribuídos de forma homogênea, ou seja, a decisão deste pleito deve favorecer simultaneamente ambas as partes, com a abstenção ou imposição de normas a serem por eles seguidas e respeitadas, formando –se assim uma reciprocidade , na medida em que de alguma maneira o que foi benéfico para mim, completou-se bom para o outro também.
Vemos hoje em dia , reuniões , aglomerados de pessoas em busca de seus Direitos, e de tal forma , temos contemplado nos atuais dias, uma forma de solução de conflitos que não é bem quista pelo estado, devido suas consequências que podem ser trágicas, ou pormenorizadamente tumultuadas.
Estamos falando do método de solução de conflitos que se tem evitado na cultura ocidental ,chamada autotutela.
Neste método de solução de conflito em especial,chamado Autotutelar, há um sentido de coerção que de certa forma não provem do estado em si, pois nesta forma de resolução de conflitos, um individuo qualquer se coloca a pleitear seu Direito de forma manual, agindo de modo unilateral se colocando contra outro individuo ou mesmo contra um grupo de indivíduos, em outras palavras, este individuo procura trazer a responsabilidade de julgar algo,ou fazer-se cumprir um suposto Direito , obrigação e papel que é do estado , procura trazer para sua competência, e desta forma expõe um certo modo de coerção, ou uma abstrata ameaça que no mínimo causará um desconforto nas partes supostamente envolvidas, este individuo se aliena do seu papel de cidadão e se autointitula agente coercitivo estatal, propiciando assim uma rejeição em massa, por trazer em sua essência uma tensão própria, criando um território inóspito e sombrio do Direito e dos métodos de soluções de conflitos.Esta radicalização da forma escolhida para pleitear seus Direitos, constrói uma membrana de resistência ao método em questão, fazendo e induzindo-o a não ser o mais apregoado no cenário jurídico nacional. Estes movimentos não possuem o caráter decisivo e muito menos são os aplicadores de direitos, são em sua essência reuniões de trabalhadores,grupos,segmentos específicos ou diversos, reunidos de modo a facilitar decisões tomadas pelos grupos para expô-las de forma clara, símplice e objetiva ,todavia quem decidira se cabe ou não tais reclamações e indagações é o judiciário ,embasados nas normas vigentes e adequadas a cada pleito.Não alcançam na maioria das vezes também sua finalidade, aonde somente parte de seus pleitos são solucionados, deixando assim incompleta e meio vaga este método de solução de conflitos
Exemplos contemporâneos de tentativa de imposição de direitos a partir do método autotutelar são as greves dos caminhoneiros que aconteceram recentemente no país ,aonde pleiteando seus interesses, dentre eles a diminuição do preço do óleo diesel,reuniram-se e decidiram para suas atividades,fazendo greve nas rodovias do país, vimos também alguns métodos violentos de agir nesta mesma movimentos, aonde pessoas perderam a vida por não aderirem a estas paralisações, tentando prosseguir e furando o bloqueio imposto pelos caminhoneiros grevistas.
A Jurisdição é uma competência assumida pelo estado , tem papel coercitivo que lhe cabe e tem o poder l de instaurar,tramitar e findar conflitos, conferindo ao estado a capacidade de tomar decisões, ou como o próprio texto me afirma, é o poder avocado pelo estado para solução de conflitos,substituindo assim as partes interessadas e colocando –o como titular do pleito, o estado democrático de direito.
Tem sua essência endoprocessual, o método mais tradicional que se conhece de resolução de conflitos.
Quero aqui fazer algumas observações lúcidas, sobre tal método de solução de conflitos, observando nesta , a resposta ,em partes da pergunta que nos foi posta. Esta é a forma mais tradicional, e é o método que os cidadãos tentam evitar, é este método também que se tem receio, desconfiança e desapreço.Este método, encontra insegurança, inconsistência e descrédito em meio a sociedade.neste método temos entranhadas e concebidas quase todas as criticas que são feitas ao judiciário de um modo geral.Sabe-se que está é a forma que mais se refuta em procurar, e que mais se associas injustiça e parcialidade.
Talvez por nossas leis seres tão flexíveis, ou como prefiro entender, nossas leis,que são um emaranhado de normas que muitas vezes se digladiam normativamente, permitindo uma vasta interpretação;aonde uma lei condena ou proíbe e outra fornece a chamada brecha ,tornado nula a aplicabilidade da primeira.Na maioria das vezes são tendenciosa,exteriorizando assim esta sensação de injustiça e impunidade que permeia nosso judiciário.
Um exemplo clássico para ilustrar este raciocínio é a criação da lei seca, aonde nenhum individuo pode dirigir sobre o efeito de álcool, a lei em sua essência é nobre, e seria eficaz se não houvesse uma outra que dispõe do argumento de que ninguém é obrigado a prover provas contra si mesmo, encontrando aí a chamada brecha, aonde muitos casos de mortes nas estradas relacionados com álcool e direção, muitas das vezes não são aplicados genuinamente a lei e a justiça por encontrar uma outra lei neste emaranhado de leis, portarias; dispositivos e emendas, a chamada brecha judicial, conhecida popularmente pela sociedade como brecha de impunidade.
Sei que não cabe ao judiciário fazer ou elaborar tais leis, mais a competência de fazer com que estas sejam interpretadas no mínimo com coerência, apreço a justiça e imparcialidade cabe ao nosso judiciário, tal incumbência é a prerrogativa transcendental do poder estatal na pessoa do judiciario,algo que naturalmente deveras ser infalível e perspicaz .
Então, como é a mais demandada, também popularmente é a mais conhecida, e encontra-se no rol das insatisfações sociais brasileiras.
Não tem como negar que no mínimo estas normas são confusas,aonde alguém pode ser preso por roubar um doce enquanto um homicida respondeem liberdade em respeito a lei que trata da prisão em flagrante, onde, mesmo com provas, o delegado não pode prender o suspeito por ter se passado o prazo de quarenta e oito horas da suposta tentativa de cometer o crime,e a não ser que o juiz autorize, consumar tal prisão é irregular.
Desta maneira, a jurisdição é o método de solução de conflitos mais atuante na sociedade e o mais passível de criticas, erros, morosidades, e desacertos, contudo, não cabe somente pontos negativos a este método de solução de conflitos, tendo em vista suas relevantes e democráticas decisões em favor dos mais variáveis assuntos e questões.É o método que simploriamente se pensa em procurar quando ouvimos alguém dizer que vai procurar seus Direitos, subjetivamente está querendo dizer que seus Direitos serão materializados no método de solução de conflitos jurisdição, como já vimos, existem vários métodos de soluções de conflitos, de modo que o mais popular é a jurisdição.
E neste método que se pensa também para legitimação de seus direitos, ou seja, a jurisdição tem a função tanto no que tange cumprir ou fazer-se cumprir as normas (coerção), como também na aplicação de sanções que eventualmente necessitem de serem aplicadas para correção, amenização e restauração do bem estar primário.
Quando vemos duras criticas ao judiciário, em sua maior parcela, não são criticas aos outros métodos de soluções de conflitos conhecidos como alternativos, mais as criticas e a descrença, são peculiaridades da jurisdição,a figura do magistrado está tomando um outro significado, outrora seria irrefutável a afirmação de que magistrado era sinônimo de homem integro , reto e aplicador da justiça materializada pelos Direitos, mesmo sendo ser humano e os homens não sendo perfeitos, criava-se a perspectiva de que o aplicador da leis na pessoa do magistrado seria coerente, imparcial e decisivo para um Direito mais justo e igualitário, hoje em dia o que se transparece da pessoa do magistrado é que também a ele lhe foram imputados características negativas e pejorativas do judiciário, tal como a de um magistrado parcial, violável e aplicador de interesses pessoais particulares travestidos de sentenças supostamente justas e direitas, aonde os duas últimas não são encontradas a não ser para fins de álibi ou escora para decisões medíocres e insensatas.
Recai portando aversão ao judiciário sobre o método de solução de conflito chamado, jurisdição, encontrado assim severas criticas e abstenções sociais na medida em que se aglomeram mais e mais processos e os que são julgados, são na maioria das vezes tardios, morosos e dotados de um traço de injustiça, e parcialidade.
Ainda passeando pelo campo da heterocomposição , me deparo com o método de solução de conflitos conciliação, que por sua vez também, me assevera um modo humano de solução de conflitos, porem diverge-se dos meios autocompostos por ter na terceira pessoa envolvida em tal conciliação, seu ponto de auxilio , ou seja, esta terceira pessoa é a personificação do interesse do estado na resolução de conflitos, atua de um modo indutório e ativo, dando liberdade para que as partes participem e ate apresentem um meio de solucionar o conflito, mas neste caso, a terceira pessoa tem o papel de agente de soluções, ou seja, de forma programática, este representante do estado expõe eventuais soluções, podendo não ser em um todo a vontade de ambas as partes para aquela resolução, apresentado assim um desejo indutório do estado na pessoa normativa do agente conciliatório.
Tem seu caráter pacificador, uma vez que apresenta as partes como sendo membros significativos e indispensáveis para tal resolução, firmando assim um conceito bem próximo de justiça, sendo este o meio pelo qual mais se resulta em soluções satisfatórias, acima de tudo, este método consegue na maioria das vezes solucionar os conflitos, sendo aonde se instaurou o conflito e posteriormente se findou o mesmo.assim concorda Adriana Goulart de Sena em seu trabalho (Formas de resolução de conflitos;3,pag 9):
“E ,muitas das vezes , a verdadeira justiça só será alcançada se aquela demanda for solucionada mediante a conciliação, porque nesta forma de resolução de conflitos há efetiva e real possibilidade de se resolver todas as ‘lides’ que porventura possam existir”.
Com estas esclarecedoras palavras, concluo minha observação sobre o metodo de solução de conflitos chamado Conciliação.
Há hoje uma discussão ampla a respeito do principio de inafastabilidade do poder judiciário, descrito no art.5º,XXXV,da CF 1988, sem querer me aprofundar nesta discussão, se é ou não inconstitucional,tomo por empréstimo este tema que é tão atual, para analisar um vertente,se assim podemos chamar, que são as formas de resoluções de conflitos extrajudiciais trabalhistas-comissões de conciliação previa.Tal método que fundamenta estas discussões acerca da inafastabilidade do poder judiciário, afiançando assim que tal método seria incostitucional por trazer em seu arcabouço raízes entranhadas na forçosa participação do judiciário em uma competência que não lhe cabe.subjetivamente , impondo que, para que haja uma resolução de conflitos endoprocessual, antes, seja as partes litigantes apresentadas a uma destas comissoes para tentar mediar uma conciliação extrajudicial, ou seja deixar de “esticar” a lide. Vejo ai, analisando no âmbito de eficacia e opção de mais um método de solução de conflito, agora no cenário trabalhista, aonde direito e deveres merecem e necessitam de serem cuidadosamente analisados, todas as partes devem se esclarecer e o magistrado, deve aplicar a lei em conformidade com o que se apresenta justo, caso a participação nas comissão de conciliação previa não resulte em acordo.Nao que em todos os outros casos citados, não haja uma certa urgência e cuidado com cada situação, mais como já vimos e observamos, no que tange o método em si, na sua essência, sem discorrer sobre se é ou não constitucional, encontro neste método princípios afixados e análogos aos de autocomposiçao, heterocomposiçao –mediaçao,conciliação,vejo em consigo deslindar acerca da complexa ,porem descomplicada e entendível forma de solução de conflito.No caso em especifico que estamos tratando que é a subjetiva obrigatoriedade de se submeter a estas comissoes para que só assim então se conquiste a faculdade de se resolver de modo endoprocessual seus litígios,entendo ser um método alternativo, imperativo, de resolução de conflitos, mesmo encontrando embasamento na CLT art 625.F,tais comissoes tem seu caracter extrajudicial, objetivando diminuir a demanda de processos trabalhistas que são julgados pela justiça do trabalho, mas não deixando de lado aquele seu “ar forçoso”.Buscamos fazer com que um acordo,uma mediaçao, conciliação, ou mesmo a abstenção de um Direito em favor de outrem, tendo seus Direitos garantidos pela jurisdição,querendo de alguma forma a resolução dos conflitos, solucionar tais litígios, não apenas remediar momentaneamente alguma situação,mascarando-a em qualquer sentido, não apenas dar cabo as contrversias ou taopouco nos satisfazer em acalma-las, mas nos apegar e contar que uma justiça verdadeira, em sua essência, na sua natureza, traz a genuína pacificação da lide, em outras palavras, o escopo sublime do direito é ensinar,formar, educar e orientar, acalmar e tranquilizar, é findar pacificamente as lides.
Arremato minha critica com duas considerações a primeira de maneira rigorosa com as conexas palavras de Jose Renato nalini(o juiz e o acesso a justiça.sao Paulo:Ed.revista dos tribunais,2ª Ed.,2000,p.83.)citada por Adriana Goulart de sena em (formas de resolução de conflitos e acesso a justiça,5.2,.p.21)
”ou o judiciário acorda para os reclamos de uma comunidade heterogênea, mas desperta, ou será substituído por alternativas menos dispendiosas, mais rápidas e eficientes de resolução de conflitos”.
Prosseguindo em minha elucidação final, mais uma vez com as ajustadas palavras de Adriana Goulart de sena (formasde resoluções de conflitos e acesso à justiça; 5.2,p. 20):
“o tema ‘acesso à justiça’, pode ser abordado por diversas perspectiva. No âmbito do cidadão,pode-se dizer que acesso a justiça é direito de falar e ser ouvido;é direito de acesso a um serviço publico;é exercício de cidadania.para a sociedade, ‘acesso á justiça é uma tutela jurisdicional que seja efetiva e eficaz.E partindo da premissa de que o exercício da jurisdição se trate , também , de um serviço publico(ainda que em sentido lato)a sociedade tem a expectativa que a tutela jurisdicional seja justa,em tempo razoável e com resultados reais e efetivos”.
Daniel Souza

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