Jogo das Cores Proibidas

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UNIP – Universidade Paulista
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Jogo das Cores Proibidas - Vygotsky
Danielli Ribeiro da Rocha		Turma PS3P12 - RA N21424-4
Diogo Ribeiro Alves			Turma PS3P12 - RA D51554-3
Júlia Jhemilly de Carvalho Silva 	Turma PS4P12 - RA N1280H-8
Marcelo dos Santos Rocha Júnior	Turma PS4P12 - RA D36CHD-3
Paulo Ribeiro da Silva		Turma PS3P12 - RA T4056B-4
Campinas/SP
2018
UNIP – Universidade Paulista
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Danielli Ribeiro da Rocha		Turma PS3P12 - RA N21424-4
Diogo Ribeiro Alves			Turma PS3P12 - RA D51554-3
Júlia Jhemilly de Carvalho Silva 	Turma PS4P12 - RA N1280H-8
Marcelo dos Santos Rocha Júnior	Turma PS4P12 - RA D36CHD-3
Paulo Ribeiro da Silva		Turma PS3P12 - RA T4056B-4
Jogo das Cores Proibidas - Vygotsky
Trabalho apresentado à disciplina “Psicologia Sócio-Interacionista” do quarto semestre do curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP e a proposta é pesquisar, analisar e compreender as teorias de aprendizagem propostas por Lev Vygotsky, através do Jogo das Cores Proibidas.
Campinas/SP
2018
Sumário
Introdução .................................................................................................. 04
 Introdução Teórica ................................................................................... 05
Descrição do trabalho ................................................................................ 07
Sujeitos ...................................................................................................... 08
Local da pesquisa ...................................................................................... 09
Material utilizado ........................................................................................ 10
Regras do jogo (Procedimentos de Aplicação) .......................................... 11 
Transcrição do questionário ....................................................................... 13 
Perfil dos respondentes ............................................................................. 16
Análise dos resultados ................................................................................18
 Conclusão .................................................................................................. 26
 Bibliografia ................................................................................................. 27
 Anexos ....................................................................................................... 28
Introdução
O presente trabalho tem como objetivo, a partir dos aspectos e conteúdos compreendidos em Psicologia Sócio Interacionista, pesquisar, analisar e compreender as teorias de aprendizagem propostas por Lev Vygotsky, bem como apresentar a aplicação do jogo denominado de “Jogo das Cores Proibidas”, cuja finalidade é de verificar a utilização de signos culturais como auxiliares na lembrança (memória) de instruções em situações de jogos; observar a existência e a frequência da fala egocêntrica na tentativa de dirigir e organizar suas ações; e observar como a capacidade de memorizar instruções, oferecidas em três situações de jogo, vai se construindo no decorrer de seu desenvolvimento físico e intelectual. 
A atividade foi realizada com base no conteúdo visto em sala de aula, aplicação do jogo, observação e coleta de dados e, através da realização de pesquisas bibliográficas, levando em consideração o conhecimento das bases teóricas de aprendizagem.
Introdução teórica
Segundo Vygotsky, para que se compreenda o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores (tais como atenção, memória, cognição), não bastava apenas estudar os aspectos biológicos e físicos do ser humano, pois para os psicólogos sócio interacionistas o indivíduo não é compreendido apenas como somente mente e corpo, mas também como um indivíduo influenciado pela sociedade e cultura a qual se insere. 
Um dos conceitos mais importantes para compreendermos as teorias de Lev Vygotsky sobre como é dado o funcionamento do cérebro humano, é a mediação. De acordo com o autor, a mediação é o processo de intervenção de um elemento intermediário de uma relação; a relação deixa de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento. 
“A relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas, fundamentalmente, uma relação mediada.” (Oliveira, 1997)
Dois tipos de elementos mediadores foram determinados por Vygotsky, o instrumento e o signo. Instrumentos (ou instrumentos físicos) são elementos inseridos entre o trabalhador e seu objeto de trabalho. Ao se interpor entre o homem e o mundo, eles ampliam as possibilidades de transformação da natureza, por exemplo: uma vasilha facilita o armazenamento de água. O instrumento é feito com um objetivo específico e carrega consigo a função para a qual fora criado. É, portanto, um objeto social e mediador da relação entre indivíduo e o meio. 
O segundo elemento mediador, o signo, é exclusivamente humano. De acordo com Oliveira (1997), os signos são orientados para o próprio sujeito, para dentro do indivíduo; dirigem-se ao controle de ações psicológicas, seja do próprio indivíduo, seja de outras pessoas. São ferramentas que auxiliam nos processos psicológicos, e não nas ações concretas como os instrumentos. A linguagem, por exemplo, é toda composta de signos: a palavra cadeira remete ao objeto concreto cadeira. Para o homem, a capacidade de construir representações mentais que substituam os objetos do mundo real é um traço evolutivo importante: Ela possibilita libertar-se do espaço e do tempo presentes, fazer relações mentais na ausência das próprias coisas, fazer planos e ter intenções.
Segundo Vygotsky, as diferentes formas de utilização de signos pela criança podem ser estudadas através de manifestações concretas, como são a fala, a escrita, a leitura e a utilização do sistema numérico (Maluf, 2000). 
A fala egocêntrica acompanha a atividade da criança, começando a ter uma função pessoal, ligada as necessidades do pensamento, a fala egocêntrica aparece como um procedimento de transição no qual o discurso já tem a função que terá como discurso interior, mas ainda tem a forma da fala socializada interna. (Oliveira, 1997).
 Descrição do trabalho
A atividade consiste em um jogo onde à criança deve responder a um conjunto de questões sobre as cores, seguindo de instruções: não responder usando duas cores estabelecidas no início da partida como proibidas; não repetir cores que já tenham sido mencionadas no decorrer da tarefa. Pode ser declarada vencedora do jogo a criança que obedecer rigorosamente às duas regras acima: responder as 18 questões sem falar as cores proibidas e sem repetir as cores já faladas. Em três tarefas, que devem ser aplicadas individualmente numa única vez.
Para aplicação, as tarefas devem ser aplicadas individualmente, em uma única vez, levando em consideração:
Tarefa 1
Jogar sem os cartões coloridos e sem a ajuda do(s) entrevistador(es): A criança deve responder a um total de 18 questões sem repetir cores e nem falar as duas cores proibidas. Ao final é apresentada uma nova questão para que faça uma reflexão de como foi o seu desempenho.
Tarefa 2
Jogar com os cartões coloridos e sem a ajuda do(s) entrevistador(es): As regras são as mesmas da Tarefa 1. A diferença fica por conta do fornecimento dos 8 cartões coloridos à criança que pode utilizá-los da forma que desejar. É importante sinalizar que os cartões podem ajudá-la a ganhar o jogo. Ao final também é apresentada uma nova questão para que faça uma reflexão de como foi o seu desempenho.
Tarefa 3
Jogar com os cartões coloridos e com ajuda do(s) entrevistador(es): O entrevistador que estiver aplicando o jogo devesugerir o uso dos 8 cartões coloridos com o objetivo de ganhar a partida. Ele deve mostrar à criança como virar o cartão da cor correspondente na medida em que cada uma é mencionada, por exemplo. As regras são semelhantes da Tarefa 1, com questionário de 18 questões e ao final também é apresentada uma nova questão para que faça uma reflexão de como foi o seu desempenho.
 Sujeitos
Criança 1 – Aplicado pela aluna Danielli Ribeiro da Rocha.
M.N., 6 anos, menina, cursando o Jardim II, de classe média e não apresenta nenhum tipo de dificuldade de aprendizagem. Compreendeu as regras do jogo, bem como conhecia as cores que fazem parte do jogo.
Criança 2 – Aplicado pelo aluno Diogo Ribeiro Alves.
V.F.L., 7 anos, menino, cursando o segundo ano do Ensino Fundamental, de classe média e não apresenta nenhum tipo de dificuldade de aprendizagem. Compreendeu as regras do jogo, bem como conhecia as cores que fazem parte do jogo.
Criança 3 – Aplicado pela aluna Júlia Jhemilly de Carvalho Silva.
B.R.D.C., 6 anos, menina, cursando o Pré II, de classe média e não apresenta nenhum tipo de dificuldade de aprendizagem. Compreendeu as regras do jogo, bem como conhecia as cores que fazem parte do jogo
Criança 4 – Aplicado pelo aluno Marcelo dos Santos Rocha Júnior.
F.S.R.S., 8 Anos, menino, cursando 4° ano do Ensino Fundamental, de classe média, não apresentou nenhuma dificuldade em compreender as regras do jogo, porém ao iniciar o jogo teve leve dificuldade e evoluiu ao longo da aplicação, mostrando excelente rendimento ao final.
Criança 5 – Aplicado pelo aluno Paulo Ribeiro da Silva
V.L. M., 07 anos, menino, cursando o segundo ano do Ensino Fundamental, de classe média e não apresenta nenhum tipo de dificuldade de aprendizagem. Compreendeu as regras do jogo, bem como conhecia as cores que fazem parte do jogo.
Local da pesquisa
A aplicação do Jogo das Cores Proibidas, realizado com cinco crianças entre 05 e 08 anos, foi executado em locais diferentes, conforme mencionados abaixo:
Criança 1 - Aplicado pela aluna Danielli Ribeiro da Rocha.
A aplicação do jogo foi realizada na casa da criança, sendo que houve uma preparação do ambiente (mesa da sala), passada as orientações do jogo, com a respectiva aplicação. Foi utilizado um notebook para aplicação da pesquisa.
Criança 2 - Aplicado pelo aluno Diogo Ribeiro Alves.
O jogo foi aplicado na escola de inglês em que o Diogo trabalha, sendo que foi utilizado um notebook para aplicação do Jogo das Cores Proibidas.
Criança 3 - Aplicado pela aluna Júlia Jhemilly de Carvalho Silva.
O jogo foi aplicado na casa da criança, havendo um preparo no ambiente (quarto da criança) considerando o controle de estímulos no mesmo, sendo que foi utilizado o Caderno do Jogo das Cores Proibidas no formato impresso, os quadros recortados individualmente e apresentados à criança.
Criança 4 - Aplicado pelo aluno Marcelo dos Santos Rocha Júnior.
O jogo foi aplicado na casa da criança, havendo uma breve organização do ambiente (foi aplicado na sala da casa de criança) e foi utilizado o Caderno do Jogo das Cores Proibidas no formato impresso.
Criança 5 - Aplicado pelo aluno Paulo Ribeiro da Silva.
A aplicação do jogo foi realizada na casa da criança, sendo que houve uma preparação do ambiente (mesa da sala) e em seguida foi passada as orientações do jogo, com a respectiva aplicação. Tendo em vista que a criança gosta de lhe dar com dispositivos eletrônicos, foi feita a opção de aplicação com o notebook para apresentação do Caderno das Cores Proibidas.
 Material utilizado
Para aplicação do Jogo das Cores Proibidas, foram utilizados a Carta de Apresentação (ver modelo no Anexo 1), onde é apresentado ao responsável da criança o porquê da realização do jogo e em seguida é apresentado o Termo de Consentimento (ver modelo no Anexo 2), que é um termo que autoriza a aplicação do jogo.
Para facilitar o melhor entendimento do jogo e para aplicação junto às crianças, foi criado um Caderno do Jogo das Cores Proibidas (ver modelo no Anexo 3), sendo possível a utilização em formato eletrônico ou em papel, contendo o conteúdo e orientações para realização/aplicação do jogo com a criança.
Observação: Quando aplicado em formato eletrônico, foi utilizado um computador com instalação de software Windows 7.0 com software de powerpoint e quando aplicado em papel, foram utilizados cartões impressos, baseando no modelo criado em powerpoint.
Como parte integrante do processo para realização das Tarefa 2 e Tarefa 3, foram elaborados 8 cartões coloridos (ver Anexo 4 – Foto dos cartões utilizados) a serem entregues à criança.
Para anotação das respostas apresentadas pela criança, foram utilizados três formulários (para ver o modelo, consultar os anexos mencionados abaixo), sendo para execução da:
- Tarefa 1 - Formulário de Aplicação do Jogo das Cores Proibidas - Anexo 5;
- Tarefa 2 - Formulário de Aplicação do Jogo das Cores Proibidas - Anexo 6;
- Tarefa 3 - Formulário de Aplicação do Jogo das Cores Proibidas - Anexo 7.
Para anotação foi utilizado uma caneta esferográfica azul e uma prancheta como apoio para posicionamento do formulário.
 Regras do jogo (Procedimentos de Aplicação)
O jogo consiste em pedir à criança que responda a um conjunto de questões relativas às cores, seguindo as instruções, conforme cada tarefa, sendo que todo o jogo consiste à execução de três etapas, às quais denominadas de Tarefas.
Para execução da Tarefa 1 é apresentado um questionário com 18 questões sobre cores e a criança não pode verbalizar duas cores, sendo que as cores previamente acordadas são as cores verde e amarela, bem como não pode repetir a uma cor já apresentada. Sempre que lhe for apresentada uma cor repetida ela deve responder “Cor Proibida” ou “Não Posso Falar essa Cor”. Na questão 19 é para que ela tenha uma noção/percepção de como foi seu desempenho. Para acompanhar o andamento da aplicação do questionário, é utilizado o Formulário – Tarefa 1 (ver Anexo 1) para anotações e posteriormente utilizado como elemento de comparação entre os testes aplicados.
Para execução da Tarefa 2 é apresentado um questionário com 18 questões sobre cores e a criança não pode verbalizar duas cores, sendo que as cores previamente acordadas são as cores azul e vermelha, bem como não pode repetir a uma cor já apresentada. Sempre que lhe for apresentada uma cor repetida ela deve responder “Cor Proibida” ou “Não Posso Falar essa Cor”. Na questão 19 é para que ela tenha uma noção/percepção de como foi seu desempenho. Para facilitar responder o exercício, é oferecido um conjunto de oito cartões (azul, vermelho, verde, amarelo, alaranjado, marrom, branco, preto) para que ela utilize da melhor forma. Também é dada a orientação de que a pessoa que está aplicando o teste não poderá lhe oferecer qualquer apoio. Para acompanhar o andamento da aplicação do questionário, é utilizado o Formulário – Tarefa 2 (ver Anexo 2) para anotações e posteriormente utilizado como elemento de comparação entre os testes aplicados.
Para execução da Tarefa 3 é apresentado um questionário com 18 questões sobre cores e a criança não pode verbalizar duas cores, sendo que as cores previamente acordadas são as cores marrom e alaranjada, bem como não pode repetir a uma cor já apresentada. Sempre que lhe for apresentada uma cor repetida ela deve responder “Cor Proibida” ou “Não Posso Falar essa Cor”. Na questão 19 é para que ela tenha uma noção/percepção de como foi seu desempenho. Para facilitar o entendimento e compreensão do exercício, é oferecido um conjunto de oito cartões (azul, vermelho, verde, amarelo, alaranjado, marrom, branco, preto) para que ele utilize da melhor forma. Também é dada a orientação de que se ela estiver precisando de algum apoio, a pessoa que está aplicando o teste poderá lhe oferecer qualquer apoio. Para acompanhar o andamento da aplicação do questionário, é utilizado o Formulário – Tarefa 3 (ver Anexo 3) para anotações e posteriormente utilizado comoelemento de comparação entre os testes aplicados.
As Tarefas são executadas na sequência, Tarefa 1, Tarefa 2 e Tarefa 3.
Para melhor execução dos trabalhos, todos os ambientes foram em locais arejados, confortáveis e livres de outros elementos que pudessem distrair as suas atenções.
 Transcrição do questionário
	O Jogo das Cores Proibidas foi realizado em três etapas, aos quais denominamos essas etapas de Tarefa 1, Tarefa 2 e Tarefa 3 e para cada uma dessas tarefas foi utilizado um questionário contendo dezenove perguntas, conforme mencionado abaixo, sendo:
Tarefa 1 – Perguntas:
Qual é a cor deste brinquedo? (azul)
Qual é a cor do sangue?
Qual é a cor deste lápis? (amarelo)
Qual é a cor da terra?
Qual é a cor do sol?
Qual é a cor das folhas das árvores?
Qual é a cor da Banana?
Qual é a cor da maça?
Qual é a cor desta bolsa? (marrom)
Qual é a cor da grama?
Qual é a cor deste lápis? (verde)
Qual é a cor da Coca-Cola?
Qual é a cor deste lenço? (branco)
Qual é a cor da laranja?
Qual é a cor desta bexiga? (verde)
Qual é a cor desta caneta? (preta)
Qual é a cor do leite?
Qual é a cor do céu?
Você acha que ganhou ou perdeu? O que não podia falar?
O que mais?
Tarefa 2 – Perguntas:
Qual é a cor desta bexiga? (azul)
Qual é a cor deste brinquedo? (verde)
Qual é a cor do algodão?
Qual é a cor do tronco das árvores?
Qual é a cor do morango?
Qual é a cor desta folha de papel?
Qual é a cor do café?
Qual é a cor desta caixa? (vermelha)
Qual é a cor deste lápis? (preta)
Qual é a cor da casca da maça?
Qual é a cor deste lápis? (azul)
Qual é a cor deste brinquedo? (alaranjado)
Qual é a cor da grama?
Qual é a cor da terra?
Qual é a cor da piscina?
Qual é a cor da laranja?
Qual é a cor deste brinquedo? (amarelo)
Qual é a cor do cabelo loiro?
Você acha que ganhou ou perdeu? O que não podia falar?
O que mais?
Tarefa 3 – Perguntas:
Qual a cor da melancia por dentro?
Qual é a cor deste lenço? (branco)
Qual é a cor desta pasta? (vermelha)
Qual é a cor deste lápis? (alaranjado)
Qual é a cor desta borracha? (azul)
Qual é a cor do abacate?
Qual é a cor desta bolsa? (marrom)
Qual é a cor das nuvens?
Qual é a cor deste brinquedo? (verde)
Qual é a cor deste outro brinquedo? (alaranjado)
Qual é a cor do ouro?
Qual é a cor do céu?
Qual é a cor deste brinquedo? (marrom)
Qual é a cor da terra?
Qual é a cor do Urubu?
Qual é a cor deste brinquedo? (amarelo)
Qual é a cor da mexerica?
Qual é a cor do chocolate?
Você acha que ganhou ou perdeu? O que não podia falar?
O que mais?
 Perfil dos respondentes
 Análise dos Resultados
Criança 1 - Aplicado pela aluna Danielli Ribeiro da Rocha.
A criança compreendeu as regras do jogo, não apresentou dificuldade apesar de demonstrar empolgação ao início. Na aplicação da Tarefa 1, a criança acertou 11 das 18 figuras que lhe foram apresentadas. Os erros que a mesma cometeu foram que ela falou a “Cor Proibida” uma vez (verde) quando lhe foi apresentado um objeto dessa cor, repetiu cores cinco vezes. Ao perguntar a criança “Qual era a cor da terra?”, a mesma respondeu que a terra teria a cor roxa, o que foge da cor real da mesma.
Na Tarefa 2, no início da rodada do jogo foi entregue a criança cartões coloridos com todas as cores dos objetos que seriam apresentados a ela. A mesma foi orientada que com o auxílio dos cartões ela poderia ganhar o jogo, mas que nesse momento a aplicadora do jogo não poderia orientá-la de como usá-los. O desempenho da criança melhorou com a ajuda dos cartões coloridos dos 18 objetos apresentados, a mesma acertou 14 e em apenas um ela não utilizou o cartão, os demais a criança usou o cartão para ajudá-la, porém ela repetiu cores duas vezes (Laranja e Verde) e não soube responder as perguntas “Qual a cor da terra?” e “Qual a cor do cabelo loiro?”.
Na aplicação da Tarefa 3, o desempenho da criança nessa etapa houve uma melhora significativa e a mesma foi orientada pela aplicadora do jogo como poderia ganhar utilizando os cartões da seguinte forma: que ela separasse as cores que não poderia falar (Marrom e Alaranjado) de um lado e as demais cores de outro lado, de modo que cada vez que lhe fosse mostrado um objeto de uma determinada cor que a criança pudesse falar ela viraria o cartão e só poderia falar as cores que “sobraram”. A criança não obteve nenhum erro nessa etapa do jogo.
Criança 2 – Aplicado pelo aluno Diogo Ribeiro Alves.
A criança entendeu bem as regras do jogo e não pediu que eu as repetisse no início da primeira tarefa, apesar de se mostrar um pouco ansiosa. No final da primeira tarefa perguntei como ela via o seu resultado e ela respondeu “mais ou menos”. Apresentei o resultado e esclareci que ela havia ido muito bem e que havia entendido com clareza as regras do jogo.
Na segunda rodada, a criança se saiu ainda melhor. Ela separou os cartões para marcar as cores proibidas e as que já havia falado para não as repetir
Na terceira partida, o sujeito estava muito empolgado e talvez por isso tenha cometido um erro na oitava pergunta e repetiu “Cor Branca” sem perceber. Na pergunta número quinze o sujeito percebeu que não poderia falar mais cores e que todas as próximas respostas deveriam ser “Não, não e não”. Pedi para ele explicar melhor e ele disse que teria que dizer “Não posso falar essa cor” até o final do jogo pelas cores que tinha lá.
Criança 3 – Aplicado pela aluna Júlia Jhemilly de Carvalho Silva.
A criança compreendeu as regras do jogo e não demonstrou dificuldades; demonstrou ainda empolgação ao começar o jogo, sendo que na Tarefa 1 respondeu corretamente à 13 das 18 questões apresentadas a ela. Repetiu cores três vezes, e em outras teve o erro classificado como ERRO D, (vide instruções de correção) onde respondeu que a cor da terra é “cor de pele” e a cor do sol é azul. Quando questionado se ela achava que tinha ganhado ou perdido, disse que sim; respondeu corretamente as cores que não podia falar e sobre as cores repetidas.
	Na Tarefa 2 do jogo, foi entregue à criança 8 cartões coloridos, bem como foi orientada a usá-los da forma que preferisse para que a ajudasse a completar o jogo. O desempenho da criança não melhorou tanto com os cartões pois a mesma ficou brincando com eles em certos momentos, o que a fez confundir se já tinha dito a cor ou não. Em dados momentos, utilizou os cartões de forma correta, separando as cores proibidas e algumas que já havia falado, mas depois juntou todos para brincar e não soube separá-los novamente. Nesta etapa, a criança acertou 12 das 18 questões, repetindo cores três vezes e os outros três erros classificados também como ERRO D. Numa das questões, respondeu que a cor do tronco das árvores são verdes, que a cor da terra é “cor de pele”, e que a cor do cabelo loiro, é loiro. Quando questionado se ela achava que tinha ganhado ou perdido, disse que sim; respondeu corretamente as cores que não podia falar e sobre as cores repetidas.
Para execução da Tarefa 3, última fase do jogo, o desempenho da criança teve uma melhora depois das instruções da aplicadora. A aluna (Júlia) disse que naquele momento iria mostra-la como a própria utilizava os cartões quando brincava, separando as cores proibidas e as cores que já havia falado, deixando à vista para que pudesse consultar quando tivesse dúvidas se podia falar aquela cor ou não. A criança acatou a instrução e foi utilizando os cartões de forma correta desta vez, sem bagunça-los como anteriormente. Desta vez, acertou 14 das 18 questões. Repetiu a cor somente uma vez, e os outros três erros classificados como ERRO D. Quando perguntado qual é a cor do abacate, a criança respondeu que é amarelo; a cor do ouro, disse que era a cor proibida (tendo em vista que já havia falado amarelo anteriormente); e a cor da terra é “cor de pele”. Quando questionado se ela achava que tinha ganhado ou perdido, disse que sim; respondeu corretamente as coresque não podia falar e sobre as cores repetidas.
	Observação: neste caso foi utilizado alguns itens para facilitar o entendimento e compilação dos dados, sendo:
Erro A - Falar cor proibida
Erro B - Falar cor repetida
Letra C - Resposta certa
Letra D - Outros
Criança 4 – Aplicado pelo aluno Marcelo dos Santos Rocha Júnior.
Após passada as orientações sobre o Jogo das Cores Proibidas à criança, iniciou-se o jogo, sendo:
Na Tarefa 1, foi observado que logo no início a criança não apresentou muita dificuldade em memorizar as cores proibidas, porém mostrou um pouco de dificuldade em achar um método de dizer que cores haviam sido ditas. Apesar de algumas distrações e interferências da residência, logo após o término ela já se mostrava muito mais interessado no jogo. Teve boa percepção que jogou bem.
 Para execução da Tarefa 2, foi mencionada as regras, bem como contaria com o auxílio dos oito cartões, porém não teria ajuda do Mentor. A criança não se utilizou dos cartões nenhuma vez, utilizou-se de objetos a sua volta "mesa, cadeiras, vaso de flores, etc...". Após alcançar a metade das perguntas tentei persuadi-lo a responder algo, ele havia respondido à pergunta corretamente, e quando perguntei se o mesmo havia certeza ele mudou de ideia, no decorrer desta tarefa, a criança se mostrou desatento, pois estava perdendo interesse no jogo. Sugeri um prêmio ao final do jogo (chocolate), fazendo com que ela ficasse mais alegre e atenta ao jogo. Demonstrou o mesmo desempenho do que na primeira tarefa, sem utilizar nenhuma vez os cartões e ainda teve boa percepção de seus acertos.
Na tarefa 3, com a ajuda e explicação de como usar os cartões, a criança começou a responder boa parte utilizando os cartões, utilizando o seguinte critério: Para cada resposta igual, ou proibida, ele colocava o respectivo cartão ao seu lado direito, e os que ainda não tinha usado ao seu lado esquerdo. Com isso teve seu um desempenho ainda melhor e teve total certeza das respostas que dava. Ao final do jogo, dei-lhe o que foi prometido e a criança não soube precisar sobre seu desempenho. Ficou concentrado em receber a premiação.
Felipe iniciou o jogo um pouco inseguro, porém despreocupado com suas respostas. Demonstrou interesse nesta Tarefa 1 e perdeu um pouco durante o decorrer da Tarefa 2. Já na Tarefa 3, última etapa, o mesmo superou o desempenho das anteriores e demonstrou interesse e plena confiança em suas respostas.
Criança 5 – Aplicado pelo aluno Paulo Ribeiro da Silva.
Inicialmente a criança ficou bem interessada pelo jogo. Com isso foi apresentada as regras do jogo e não apresentou dificuldade. Na aplicação da Tarefa 1, a criança acertou 16 das 18 figuras que lhe foram apresentadas. Os erros que a mesma cometeu foram que ela falou a “verde”, quando deveria falar “Cor Proibida” quando foi perguntado “Qual a cor das folhas das árvores?”, bem como “Qual é a cor deste lápis?”, que também era “verde”, portanto deveria também responder “Cor Proibida”. Ao perguntar como sobre o seu desempenho, mencionou que foi bem, inclusive emitiu uma opinião “- Acertei mais do que errei, acho que está muito bom!”.
Na Tarefa 2, no início da rodada do jogo foi entregue a criança cartões coloridos com todas as cores dos objetos que seriam apresentados a ela. A mesma foi orientada que com o auxílio dos cartões ela poderia ganhar o jogo. Neste caso, não haveria apoio. O desempenho da criança melhorou com a ajuda dos cartões coloridos e das 18 questões apresentadas, errou logo na primeira pergunta. Momentaneamente ficou desatenta e logo tentou ajustar e concentrar mais no jogo. O erro foi cometido na pergunta “Qual a cor desta bexiga”, que era “Azul e não poderia falar esta cor, pois era uma “Cor Proibida”. Ao final, estava mais confiante e expressou “- Fui bem melhor agora!”.
Na aplicação da Tarefa 3, o desempenho da criança nessa etapa houve melhora significativa, pois fora orientada que poderia ganhar o jogo utilizando os cartões da forma semelhante a que ele estava fazendo na Tarefa 2, porém poderia deixar bem na frente dele e que iniciasse o jogo com a retirada dos cartões “Marrom” e Alaranjado”. A criança não obteve nenhum erro nessa etapa do jogo. Demonstrou um belo sorriso e disse: “- Aí sim!”.
Ao analisar os quadros de cada criança, bem como o quadro Consolidado, conforme apresentado abaixo - Figura 2 – Quadro Consolidado dos Respondentes, há percepção de que as crianças foram melhorando seu desempenho na medida em que o jogo foi encaminhando, através das Tarefa 1 (demonstrando inicialmente alguns sinais de curiosidade e ansiedade e buscando suas respectivas acomodações), Tarefa 2 (com a possibilidade de utilização de recursos extras – com os cartões coloridos) e Tarefa 3 (aqui já se sentiam mais seguros e interessados pela participação, até porque à eles eram também oferecidos os oito cartões coloridos, bem como ficaram mais firmes quando poderiam contar com o apoio dos alunos aplicadores do trabalho.
	Na Tarefa 1 tiveram um acerto de 83%, na Tarefa 2 também tiveram um percentual de acerto de 83%, porém disseram cores que não haviam sido mencionadas (portanto há uma margem que não consideramos como errada, mas simplesmente porque não constava a cor pré-estabelecida). Quando identificado a Tarefa 3, houve um ganho significativo, em função do que foi mencionado logo acima, onde os alunos se sentiram mais seguros, quando poderiam contar com o apoio do aluno aplicador do teste.
	Neste mesmo contexto de melhora, quanto às respostas erradas das crianças, foi reduzindo, sendo que na Tarefa 1 foi de 16%, para a Tarefa 2 foi de 14% e na Tarefa 3 o índice reduziu para 6%.
	Quanto à utilização dos cartões nas Tarefa 2 e Tarefa 3, os desempenhos foram melhorando e ao identificar que seria um importante alinho para obter mais êxito na execução da tarefa, ficavam mais confiantes. O desempenho da Tarefa 2, 52% deles utilizaram os cartões para responder às Cores Proibidas, mas quando perceberam que poderiam ainda ser melhor na Tarefa 3, preferiam utilizar o máximo possível.
Figura 2 – Quadro Consolidado dos Respondentes
 Conclusão
Podemos concluir através da observação das habilidades das crianças, na utilização de instrumentos e signos culturais, como auxiliares na lembrança de instruções nas três partidas jogadas além de verificar a utilização da fala egocêntrica utilizada por elas na tentativa de organizar e dirigir suas ações. Conseguimos observar também que a utilização de signos como instrumentos psicológicos, dá sentido ao desenvolvimento humano ao longo da história, ajudando o homem em situações que exigem memória e/ou atenção.   É interessante observar que as operações com signos requerem um vínculo intermediário entre o estímulo e a resposta.
A teoria de Vygotsky, sobre o desenvolvimento e a aprendizagem, expõe que estas só podem ocorrer se mediadas por instrumentos ou por pessoas, na qual serão importantes responsáveis pela passagem do conhecimento e pelo seu desenvolvimento. O desenvolvimento se dará, apenas, se a criança interagir com seu ambiente social e com uma cultura e é nesse cenário que a criança vai construindo seu ser Histórico-Social.
 Bibliografia
MALUF, M. R; MOZZER, G. N. S. Operações com signos em crianças de 5 a 7 anos. In: Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília, vol. 16, nº 1, jan./abr. 2000. www.scielo.br/pdf/ptp/v16n1/4389.pdf - OLIVEIRA, M. K. Vygotsky. Aprendizado e Desenvolvimento um processo sócio histórico. 4ª ed. São Paulo: Scipione, 1997.
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky. Aprendizado e Desenvolvimento um processo sócio histórico. 4ª ed. São Paulo: Scipione, 1997.
 Anexos
Anexo 1 - Carta de Apresentação (Modelo).
Anexo 2 - Termo de Consentimento (Modelo).
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (neste caso, poderia ser utilizado em formato eletrônico ou em papel), contendo o conteúdo e orientações para realização/aplicação do jogocom a criança.
Anexo 4 - Cartas coloridas para execução das Tarefa 2 e Tarefa 3.
Anexo 5 - Formulário de Aplicação do Jogo das Cores Proibidas - Tarefa 1 (Modelo)
Anexo 6 - Formulário de Aplicação do Jogo das Cores Proibidas - Tarefa 2 (Modelo).
Anexo 7 - Formulário de Aplicação do Jogo das Cores Proibidas - Tarefa 3 (Modelo).
Anexo 8 – Criança 1 – Formulário - Tarefa 1 (Original).
Anexo 9 – Criança 1 – Formulário - Tarefa 2 (Original).
Anexo 10 – Criança 1 – Formulário - Tarefa 3 (Original).
Anexo 11 – Criança 2 – Formulário - Tarefa 1 (Original).
Anexo 12 – Criança 2 – Formulário - Tarefa 2 (Original).
Anexo 13 – Criança 2 – Formulário - Tarefa 3 (Original).
Anexo 14 – Criança 3 – Formulário - Tarefa 1 (Original).
Anexo 15 – Criança 3 – Formulário - Tarefa 2 (Original).
Anexo 16 – Criança 3 – Formulário - Tarefa 3 (Original).
Anexo 17 – Criança 4 – Formulário - Tarefa 1 (Original).
Anexo 18 – Criança 4 – Formulário - Tarefa 2 (Original).
Anexo 19 – Criança 4 – Formulário - Tarefa 3 (Original).
Anexo 20 – Criança 5 – Formulário - Tarefa 1 (Original).
Anexo 21 – Criança 5 – Formulário - Tarefa 2 (Original).
Anexo 22 – Criança 5 – Formulário - Tarefa 3 (Original).
Outros Anexos – Formulários das Crianças Respondentes
Anexo 1 - Carta de Apresentação (Modelo).
Anexo 2 - Termo de Consentimento (Modelo).
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (em formato eletrônico ou em papel), contendo o conteúdo e orientações para realização/aplicação do jogo com a criança.
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 3 - Caderno do Jogo das Cores Proibidas (continuação)
Anexo 4 - Cartas coloridas para execução das Tarefa 2 e Tarefa 3.
	Para aplicação das Tarefa 2 e Tarefa 3 foram utilizados oito carões coloridos, sendo verde, vermelho, preto, marrom, azul, branco, amarelo e alaranjado. O objetivo da utilização dos cartões é de identificar se a criança estabelece alguma relação para facilitar seu entendimento com relação ao jogo, em especial para responder às questões das cores propostas.
 	Os cartões são em papel cartão, medindo cerca de 4 cm x 4 cm e para detalhes, veja a Figura 1 – Cartões Coloridos, abaixo.
Figura 1 – Cartões Coloridos
Anexo 5 – Formulário de Aplicação do Jogo das Cores Proibidas – Tarefa 1
Anexo 6 – Formulário de Aplicação do Jogo das Cores Proibidas – Tarefa 2
Anexo 7 – Formulário de Aplicação do Jogo das Cores Proibidas – Tarefa 3
12 – Anexos (outros)