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assistencia farmaceutica sus CRF-PR

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1
2
3
DIRETORIA
Presidente
Dr. Arnaldo Zubioli
Vice-Presidente
Dra. Mirian Ramos Fiorentin
Tesoureira
Dra. Marina Gimenes
Secretária-Geral
Dra. Marisol Dominguez Muro
CONSELHEIROS
Dr. Arnaldo Zubioli
Dra. Cynthia França Wolanski Bordin
Dr. Edmar Miyoshi
Dr. Emyr Roberto Carobene Franceschi
Dr. José Antônio Zarate Elias
Dr. Márcio Augusto Antoniassi
Dra. Maria do Carmo Baraldo Wagner
Dra. Marilene Provasi
Dra. Marina Gimemes
Dra. Marina Sayuri Mizutani Hashimoto
Dr. Maurício Portella
Dra. Marisol Dominguez Muro
Dra. Mirian Ramos Fiorentin
Dra. Mônica Holtz Cavichiolo Grochocki
Dra. Sandra Iara Sterza
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA
Dr. Valmir de Santi
Dr. Dennis Armando Bertolini (Suplente)
COMISSÃO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA DO SERVIÇO PÚBLICO - CAFSUS 2015
Dr. Benvenuto Juliano Gazzi
Dra. Claudia Boscheco Moretoni
Dr. Felipe Assan Remondi
Dra. Maria do Carmo Baraldo Wagner
Dra. Mônica Holtz Cavichiolo Grochocki
Dra. Patrícia Muzetti Vianna Scacalossi
Dra. Suzan Mirian do Patrocínio Alves
Dr. Tiago Aires Ferreira
Dr. Valmir de Santi (Com A.F. no SUS do CFF)
4
5
Apresentação.......................................................................6
Papel e Ação do CRF-PR...........................................................7
Legislação Sanitária e Profissional Relacionadas..............................9
Assistência Farmacêutica no SUS...............................................12
1 - Introdução......................................................................12
2 - Conceituação...................................................................16
3 - Financiamento da Assistência Farmacêutica...............................19
 3.1 - Componente Básico na Assistência Farmacêutica.........21
 3.2 - Competente Estratégico da Assistência Farmacêutica....22
 3.3 - Componente Especializado da Assistência
Farmacêutica......................................................................24
 3.4 - Atendimento de receituário não proveniente do SUS.....25
 3.5 - Organização e Estruturação da Assistência
Farmacêutica......................................................................27
 Programa Farmácia do Paraná......................................27
 QUALIFAR-SUS.........................................................28
 3.6 - Medicamentos que podem ser adquiridos com recursos do 
Bloco de Assistência Farmacêutica.............................................30
4 - Planejamento das atividades de Assistência Farmacêutica............32
5 - Organização da Assistência Farmacêutica no SUS........................34
 5.1 - Como deve estar organizada e estruturada a 
Assistência Farmacêutica........................................................34
 5.2 - Uso Racional de Medicamentos...............................36
 5.3 - Prescrição Farmacêutica......................................39
 5.4 - Farmácias municipais X dispensário de medicamentos...39
6 - Central de Abastecimento Farmacêutico.................................43
7 - Programa Farmácia Popular..................................................44
8 - Inserção do Farmacêutica na Estratégia Saúde da Família............45
Anexo I.............................................................................48
Nota Técnica Conjunta MS, CONASS e CONASEMS............................48
BIBLIOGRAFIA......................................................................51
SITES PARA CONSULTA............................................................56
6
 A exigência de profissional farmacêutico como responsável téc-
nico pelas farmácias municipais está prevista na Lei Federal nº 5.991/73, 
bem como consta nos protocolos assinados pelos municípios ao assumi-
rem a responsabilidade sobre o gerenciamento da Assistência Farmacêu-
tica Básica e nos vários programas de Saúde implantados pelo Sistema 
Único de Saúde, o SUS.
 Além de sua atuação específica como responsável técnico nos 
serviços relacionados aos medicamentos (Central de Abastecimento Far-
macêutico e Farmácia) e demais atividades do âmbito da Assistência Far-
macêutica do município, o farmacêutico também atua na Vigilância em 
Saúde (Vigilâncias Sanitária, Epidemiológica, Ambiental), Laboratórios de 
Análises Clínicas, entre outras áreas do SUS.
 O farmacêutico com perfil adequado para desenvolver as ativi-
dades de Assistência Farmacêutica, certamente representará melhorias 
na qualidade de vida da população e no aperfeiçoamento do SUS.
 Entretanto observa-se que muitos municípios têm se equivoca-
do nas atribuições previstas para contratação de farmacêutico que atua 
nas áreas de Assistência Farmacêutica e Vigilância em Saúde, inserindo 
em suas exigências atividades que são de responsabilidade de quem atua 
na área de Análises Clínicas.
 Sendo assim, como contribuição, o CRF-PR elaborou este ma-
nual, que se encontra em sua 6ª edição, revisada e atualizada a nova 
legislação. Nesta edição constam informações básicas sobre a Assistência 
Farmacêutica no SUS. Na 5ª Edição consta modelo de descrição para a 
função de farmacêutico e suas atribuições no SUS, junto a um resumo 
de temas que podem ser abordados quando da realização de concurso 
público para farmacêutico.
 No site do CRF-PR, na página da comissão de Assistência Farma-
cêutica no Serviço Público, consta o detalhamento das principais biblio-
grafias citadas, manuais de orientação, normas sanitárias, entre outros 
documentos necessários ao trabalho farmacêutico.
 Por fim, o CRF-PR coloca-se à disposição dos gestores de saúde, 
membros dos Poderes Legislativo, Judiciário, do Ministério Público e co-
legas farmacêuticos para quaisquer assuntos relacionados à Assistência
Farmacêutica.
Dr. Arnaldo Zubioli
Presidente do CRF-PR
7
 O Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR) 
é a Autarquia Federal fiscalizadora da profissão farmacêutica e órgão de 
defesa da sociedade. Tem como papel principal atuar na prevenção de 
irregularidades relacionadas ao exercício do profissional farmacêutico, 
instaurar processos éticos aos farmacêuticos que cometerem irregulari-
dades ético-profissionais, fiscalizar os estabelecimentos onde o profissio-
nal farmacêutico exerce a sua profissão e fiscalizar e autuar estabeleci-
mentos que se encontram sem a obrigatória presença deste profissional.
 Desde 1986, o CRF-PR tem atuado com firmeza e cumprido pro-
gressivamente com a sua função de exigir a presença do farmacêutico em 
todos os estabelecimentos farmacêuticos, conforme exige a lei.
 Nos estabelecimentos farmacêuticos públicos, o CRF-PR tem 
atuado junto ao estado e municípios para regularizar a situação de suas 
farmácias públicas. No final da década de 90, firmou-se um acordo entre 
o CRF-PR e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná, o 
COSEMS-PR, para que os estabelecimentos municipais se regularizassem 
quanto à presença do farmacêutico durante todo o horário de atendimen-
to ao público.
 O CRF-PR, da mesma forma que trabalhou com os estabeleci-
mentos privados, iniciou seu trabalho considerando o porte dos muni-
cípios, a complexidade e a quantidade dos medicamentos dispensados 
nas farmácias municipais. Ao final do prazo acordado, e considerando 
que havia ainda estabelecimentos ilegais nos serviços públicos, o CRF-PR 
iniciou a autuação das farmácias municipais que se encontravam irregula-
res. Nesse período, de forma isolada ou em conjunto com a Secretaria de 
Estado de Saúde, o CRF-PR promoveu eventos estaduais de capacitação 
de farmacêuticos para o serviço público, além de vários outros em âmbito 
regional ou local que tem ocorrido anualmente, além do desenvolvimento 
de material didático e de apoio profissional.
 Nos últimos anos, a demanda pela presença do profissional far-
macêutico nas farmácias municipais tem aumentado em decorrência das 
diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Medicamentos e pactu-
ações realizadas entreo Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e 
Municipais de Saúde.
 O Ministério Público, na sua função de exigir o fiel cumprimen-
to das legislações, tem atuado e cobrado dos órgãos de Vigilância Sanitá-
ria e do CRF-PR para que a legislação sanitária e profissional seja de fato
cumprida. Também nesse sentido têm sido as decisões das últimas confe-
8
rências estaduais e nacionais de saúde quanto à questão da Assistência Farmacêutica.
 O CRF-PR já firmou convênios com Secretarias Municipais de Saúde para colaborar na 
organização da Assistência Farmacêutica, por meio do seu Centro de Informações sobre Medica-
mentos e Comissão de Assistência Farmacêutica no Serviço Público. Assim, ajudou a elaborar pla-
nos de Assistência Farmacêutica, material educativo como cartilhas e folhetos, apóia comissões 
de farmácia e terapêutica na elaboração de padronização de medicamentos, realiza palestras e 
seminários, entre outras atividades.
 O CRF-PR busca orientar os municípios em relação à necessidade de regularização dos 
seus estabelecimentos farmacêuticos. Colabora na elaboração e apresentação de projetos de 
capacitação dos profissionais farmacêuticos e gestores de saúde para a Assistência Farmacêutica 
junto aos Pólos de Educação Permanente, além de fornecer treinamentos gratuitos aos profissio-
nais farmacêuticos nas várias regiões do Paraná.
Base legal para ação do CRF-PR:
Lei Federal nº 3.820/60
Art. 10 - As atribuições dos Conselhos Regionais são as seguintes:
c) fiscalizar o exercício da profissão, impedindo e punindo as infrações à lei, 
bem como enviando às autoridades competentes relatórios documentados sobre 
os fatos que apurarem e cuja solução não seja de sua alçada.
Art. 24 - As empresas e estabelecimentos que exploram serviços para os quais 
são necessárias atividades de profissional farmacêutico deverão provar, perante 
os Conselhos Federal e Regionais, que essas atividades são exercidas por profis-
sionais habilitados e registrados.
 Para encaminhar propostas de regularização e adequação junto ao CRF-PR, os municí-
pios podem entrar em contato com a Comissão de Serviço Público do órgão.
 A documentação necessária para o registro de estabelecimentos públicos vinculados às
Prefeituras Municipais está disponível em www.crf-pr.org.br.
9
 A Legislação Sanitária e Profissional relacionada aos medica-
mentos e ao exercício profissional exige a presença e atuação do pro-
fissional farmacêutico na Assistência Farmacêutica, conforme exposto a 
seguir: 
A) Lei Federal nº 5.991/73
 Art. 2 - As disposições desta Lei abrangem as unidades congêne-
res que integram o serviço público civil e militar da administração direta 
e indireta, da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e 
dos Municípios e demais entidades paraestatais, no que concerne aos 
conceitos, definições e responsabilidade técnica.
 Art. 3 - Aplica-se o disposto nesta Lei às unidades de dispen-
sação das instituições de caráter filantrópico ou beneficentes, sem fins 
lucrativos.
 Art. 4 - Para efeitos desta Lei, são adotados os seguintes con-
ceitos:
 VIII - Empresa - pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, que exerçam como atividade principal ou subsidiária o comér-
cio, venda, fornecimento e distribuição de drogas, medicamentos, insu-
mos farmacêuticos e correlatos, equiparando-se à mesma, para os efeitos 
desta Lei, as unidades dos órgãos de administração direta ou indireta, 
federal, estadual, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios e 
entidades paraestatais, incumbidas de serviços correspondentes;
 X - Farmácia - estabelecimento de manipulação de fórmulas 
magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos 
farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de 
atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equi-
valente de assistência médica.
 Art. 15 - Afarmácia, a drogaria e as distribuidoras terão obri-
gatoriamente a assistência de técnico responsável, inscrito no Conselho 
Regional de Farmácia, na forma da lei.
 § 1 - A presença do técnico responsável será obrigatória durante 
todo o horário de funcionamento do estabelecimento.
 § 2 - Os estabelecimentos de que trata este artigo poderão 
manter técnico responsável substituto, para os casos de impedimento ou 
ausência do titular.
 Art. 17 - Somente será permitido o funcionamento de farmácia 
10
e drogaria sem a assistência do técnico responsável, ou do seu substituto, pelo prazo de até trinta 
dias, período em que não serão aviadas fórmulas magistrais ou oficiais, nem vendidos medicamen-
tos sujeitos a regime especial de controle.
 Art. 53 - Não poderá ter exercício nos órgãos de fiscalização sanitária o servidor público 
que for sócio ou acionista de qualquer categoria, ou que prestar serviços à empresa ou estabele-
cimento que explore o comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos.
B) Lei 13.021/2014 - Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades far-
macêuticas.
 Art. 2º Entende-se por assistência farmacêutica o conjunto de ações e de serviços que 
visem a assegurar a assistência terapêutica integral e a promoção, a proteção e a recuperação 
da saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempenhem atividades farmacêuticas, 
tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao seu acesso e ao seu uso racional.
 Art. 3º Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência 
farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, na qual se processe 
a manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou indus-
trializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos.
 Art. 4º É responsabilidade do poder público assegurar a assistência farmacêutica, se-
gundo os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, de universalidade, equidade e inte-
gralidade.
 Art. 5º No âmbito da assistência farmacêutica, as farmácias de qualquer natureza re-
querem, obrigatoriamente, para seu funcionamento, a responsabilidade e a assistência técnica 
de farmacêutico habilitado na forma da lei.
 Art. 6º Para o funcionamento das farmácias de qualquer natureza, exigem-se a autori-
zação e o licenciamento da autoridade competente, além das seguintes condições:
 I - ter a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento;
 II - ter localização conveniente, sob o aspecto sanitário;
 III - dispor de equipamentos necessários à conservação adequada de imunobiológicos;
 IV - contar com equipamentos e acessórios que satisfaçam aos requisitos técnicos esta-
belecidos pela vigilância sanitária.
C) Resolução RDC 44/2009 ANVISA - Boas práticas farmacêuticas ...:
 Art. 3º As farmácias e as drogarias devem ter, obrigatoriamente, a assistência de far-
macêutico responsável técnico ou de seu substituto, durante todo o horário de funcionamento do 
estabelecimento, nos termos da legislação vigente.
 Art. 20º As atribuições do farmacêutico responsável técnico são aquelas estabelecidas 
pelos conselhos federal e regional de farmácia, observadas a legislação sanitária vigente para 
farmácias e drogarias.
 Parágrafo único. O farmacêutico responsável técnico pode delegar algumas das atri-
buições para outro farmacêutico, com exceção das relacionadas à supervisão e responsabilidade 
11
pela assistência técnica do estabelecimento, bem como daquelas consideradas indelegáveis pela 
legislação específica dos conselhos federal e regional de farmácia.
D) Resolução 590/2014 SESA/PR - Norma Técnica de Farmácia,...:
 (Anexo da Resolução) Art. 1º - Para efeitos da presente norma técnica, são adotadas as 
seguintes definições:
 I. Farmácia: é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência 
farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, na qualse processe 
a manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopéicos ou indus-
trializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos;
 Art. 9º - A presença e atuação do profissional farmacêutico é requisito essencial para a 
manipulação e dispensação de medicamentos ao público.
 Art. 10º - Os estabelecimentos devem possuir tantos farmacêuticos quantos forem ne-
cessários para garantir uma assistência farmacêutica de qualidade durante todo o horário de 
funcionamento do estabelecimento, inclusive plantões e conforme estabelecido pela Lei Federal 
nº 5.991/1973, ou outra que vier a substituí-la. (PARANÁ, 2014)
E) Decreto 85.878/1981 - Regulamenta o âmbito profissional farmacêutico
 Art. 1º - São atribuições privativas dos profissionais farmacêuticos:
 I - desempenho de funções de dispensação ou manipulação de fórmulas magistrais e 
farmacopéicas,
quando a serviço do público em geral ou mesmo de natureza privada;
 II - assessoramento e responsabilidade técnica em:
 b) órgãos, laboratórios, setores ou estabelecimentos farmacêuticos em que se execu-
tem controle e/ou inspeção de qualidade, análise prévia, análise de controle e a análise fiscal de 
produtos que tenham destinação terapêutica, anestésica ou auxiliar de diagnósticos ou capazes 
de determinar dependência física ou psíquica;
 d) depósitos de produtos farmacêuticos de qualquer natureza.
 III - a fiscalização profissional sanitária e técnica de empresas, estabelecimentos, seto-
res, fórmulas, produtos, processos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica; (BRA-
SIL, 1981).
 Há extensa legislação profissional e sanitária relacionada aos medicamentos e à Assis-
tência Farmacêutica, citamos apenas as mais preponderantes quanto à atuação do farmacêutico.
As principais legislações relacionadas no presente manual constam no do Departamento de Ética 
do CRF-PR.
O não-cumprimento da Legislação Sanitária e Profissional pode implicar
aplicação da Lei de Responsabilidade Administrativa aos gestores municipais
12
 A Constituição Federal de 1988 é um marco referencial para as
profundas mudanças na área da saúde no Brasil. No capítulo dedicado à
seguridade social, ficou estabelecida a criação de um Sistema Único de 
Saúde (SUS), sendo definidos seus princípios e diretrizes baseados em um
conceito ampliado de saúde. De acordo com o artigo n.º 196 da Constitui-
ção da República Federativa do Brasil:
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida me-
diante políticas sociais e econômicas, que visem à redução dos 
riscos de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação.” (BRASIL, 1988b)
 A Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal n.º 8.080 combinada com
Lei Federal nº 8.142, ambas de 1990) contempla os preceitos constitu-
cionais e estabelece que, entre seus campos de atuação, está incluída a 
execução da “assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica” 
e entre as ações, “a formulação da política de medicamentos, (...) de 
interesse para a saúde (...)” (BRASIL, 1990a). De acordo com seu Artigo 
18, compete à direção municipal do SUS:
“V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos 
e equipamentos para a saúde”.
 A desarticulação da Assistência Farmacêutica no país, em des-
compasso com as mudanças que vinham ocorrendo na área de saúde, 
especialmente com relação ao processo de descentralização do SUS, con-
tribuiu para a formulação de novas diretrizes para a área de medicamen-
tos, explicitada na Política Nacional de Medicamentos (PNM), publicada 
em outubro de 1998.
 Esta PNM fortalece os princípios e diretrizes constitucionais do
SUS, tendo como finalidade principal “garantir a necessária segurança, 
eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o 
acesso da população àqueles considerados essenciais” (BRASIL, 1998b).
 Entre as diretrizes estabelecidas por essa política está a reo-
rientação da Assistência Farmacêutica, definida como:
“um grupo de atividades relacionadas com o medicamento, des-
tinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comu-
nidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas 
e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e 
controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos 
medicamentos , o acompanhamento e a avaliação da utilização, 
13
a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a 
educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e 
da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos.” 
(BRASIL, 1998b).
 Dentre as prioridades da reorientação da Assistência Farmacêutica (AF)
“a estruturação da Assistência Farmacêutica (AF) é um dos gran-
des desafios que se apresentam aos gestores e profissionais do 
SUS, uma vez que sua reorientação propõe uma mudança no mo-
delo de organização e na forma de gerenciamento, tendo por base
uma nova lógica de atuação. Não deve se limitar apenas a aqui-
sição e distribuição de medicamentos, exigindo para a sua im-
plementação a elaboração de planos, programas e atividades 
específicas, de acordo com as competências estabelecidas para 
cada esfera de governo. O processo de descentralização exige 
que os gestores aperfeiçoem e busquem novas estratégias, com 
propostas estruturantes que garantam a eficiência de suas ações,
consolidando os vínculos entre os serviços e a população, pro-
movendo o acesso, o uso racional e a integralidade das ações.” 
(BRASIL, 1998b)
 O processo de reorientação da AF proposto pela PNM e que vem sendo implementado 
no SUS está fundamentado:
 A necessidade de construir uma nova gestão da Assistência Farmacêutica no SUS fun-
damenta-se na implementação desta nova prática nos estados e municípios, sendo necessário, 
para isso, o desenvolvimento de ações estruturantes, com aplicação de novos conhecimentos, 
habilidades, ferramentas e técnicas, indispensáveis à qualificação e melhoria das atividades 
desenvolvidas. Englobará as atividades de seleção, programação, aquisição, armazenamento e 
distribuição, controle de qualidade e promoção do uso racional, compreendendo a prescrição e 
utilização dos medicamentos.
 Prevê que o processo de descentralização contemplará a padronização dos medicamen-
tos, o planejamento e a redefinição das atribuições das três instâncias de gestão do SUS.
 De acordo com a PNM, no âmbito municipal, caberá à Secretaria Municipal de Saúde ou 
ao organismo correspondente:
• Na descentralização da gestão; 
•
•
•
Na promoção do uso racional de medicamentos; 
Na otimização e na eficácia das atividades envolvidas na AF; 
No desenvolvimento de iniciativas que possibilitem a redução de preços de produtos, 
viabilizando o acesso da população inclusive no âmbito privado. 
14
Epidemiológicas e o de Laboratórios de Saúde Pública;
• Coordenar e executar a Assistência Farmacêutica - AF no seu âmbito; 
•
•
•
Associar-se a outros municípios, por intermédio da organização de consórcios, tendo em 
vista a execução da assistência farmacêutica; 
Promover o uso racional de medicamentos junto à população, aos prescritores e aos 
dispensadores; 
Treinar e capacitar Recursos Humanos para cumprimento das responsabilidades do muni-
cípio no que se refere a esta política; 
• Coordenar e monitorar o componente municipal de sistemas nacionais básicos para a 
Política de Medicamentos, de que são exemplos o de Vigilância Sanitária, o de Vigilância 
Epidemiológica e o de Laboratórios de Saúde Pública; 
• Implementar ações de vigilância sanitária sob sua responsabilidade; 
• Assegurar a dispensação adequada dos medicamentos; 
• Definir a relação municipal de medicamentos essenciais, com base na RENAME, a partir 
das necessidades decorrentes do perfil nosológico da população; 
• Assegurar o suprimento dosmedicamentos destinados à atenção básica à saúde de sua 
população, integrando sua programação à do estado, visando a garantir o abastecimento 
de forma permanente e oportuna; 
• Adquirir, além dos produtos destinados à atenção básica, outros medicamentos essen-
ciais que estejam definidos no Plano Municipal de Saúde como responsabilidade concor-
rente do município; 
• Utilizar, prioritariamente, a capacidade dos laboratórios oficiais para o suprimento das 
necessidades de medicamentos do município. Investir na infraestrutura das centrais far-
macêuticas e das farmácias dos serviços de saúde, visando a assegurar a qualidade dos 
medicamentos;
• Receber, armazenar e distribuir adequadamente os medicamentos sob sua guarda. 
• Implementar ações de vigilância sanitária sob sua responsabilidade;
• Assegurar a dispensação adequada dos medicamentos;
• Definir a relação municipal de medicamentos essenciais, com base na RENAME, a partir 
das necessidades decorrentes do perfil nosológico da população;
• Assegurar o suprimento dos medicamentos destinados à atenção básica à saúde de sua 
população, integrando sua programação à do estado, visando a garantir o abastecimento 
de forma permanente e oportuna;
• Adquirir, além dos produtos destinados à atenção básica, outros medicamentos essen-
ciais que estejam definidos no Plano Municipal de Saúde como responsabilidade concor-
rente do município;
15
 Portanto, o papel dos gestores municipais é importante para que a Assistência Farma-
cêutica, parte fundamental da atenção à saúde, seja implementada no SUS.
 Assim como em outras áreas do SUS, a AF se encontra em permanente estruturação 
para dar conta de tamanha complexidade e sua regulamentação tem contribuído significativa-
mente para o fortalecimento das políticas no âmbito do SUS.
 Recentemente dois novos marcos que tratam do acesso à assistência terapêutica foram
publicados:
• Utilizar, prioritariamente, a capacidade dos laboratórios oficiais para o suprimento das 
necessidades de medicamentos do município. Investir na infraestrutura das centrais far-
macêuticas e das farmácias dos serviços de saúde, visando assegurar a qualidade dos 
medicamentos;
• Receber, armazenar e distribuir adequadamente os medicamentos sob sua guarda.
 De maneira sucinta, a Lei nº 12.401/2011 indica que a dispensação de medicamentos 
e produtos de interesse para a saúde só deverá ser realizada mediante prescrição que esteja 
em conformidade com diretrizes terapêuticas oficiais ou relação de medicamentos devidamente 
pactuada.
 Com a finalidade de tornar o processo de incorporações de tecnologias mais racio-
nal, ágil e transparente, foi criada a Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS 
(CONITEC). Esta Comissão assessora o Ministério da Saúde na inclusão, exclusão ou alterações 
de quaisquer medicamentos, produtos e procedimentos no SUS; é composta por representantes 
do MS, Anvisa, ANS, Conass, Conasems e CFM, com forma de trabalho definida. Tem ainda como 
responsabilidades manter atualizada a Rename em relação a medicamentos e insumos, consolidar 
esta lista para submissão à pactuação tripartite, atualizar o Formulário Terapêutico Nacional e 
elaborar ou alterar os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas.
 O Decreto nº 7.508/2011 traz mais alguns detalhes complementares sobre os medi-
camentos no SUS estabelecendo que o acesso universal e igualitário à AF pressupõe, cumulativa-
mente:
• Lei no 12.401, de 28 de abril de 2011, que alterou a Lei nº 8.080/1990, para dispor sobre 
a assistência terapêutica integral e incorporação de tecnologia em saúde no âmbito do 
SUS;
• Decreto no 7.508, de 28 de junho de 2011 que regulamenta a Lei nº 8.080/1990 para 
dispor sobre a oranização do SUS.
I - Estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
II - Ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções 
no SUS;
III - Estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuti-
cas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; 
e
16
IV - Ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.
 A Portaria GM/MS nº 1, de 02 de janeiro de 2015, que estabelece a Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais - RENAME 2014 no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da
atualização do elenco de medicamentos e insumos da Relação Nacional de Medicamentos Essen-
ciais - RENAME 2012.
 A RENAME 2014 contempla os medicamentos e insumos disponibilizados no SUS por 
meio do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, Componente Estratégico da Assistência 
Farmacêutica, Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, além de determinados 
medicamentos de uso hospitalar, dispostos em anexos:
I - Relação Nacional de Medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica;
II - Relação Nacional de Medicamentos do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica;
III - Relação Nacional de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêu- 
 tica;
IV - Relação Nacional de Insumos; e
V - Relação Nacional de Medicamentos de Uso Hospitalar.
17
 De acordo com a Política Nacional de Medicamentos, a Assis-
tência Farmacêutica é definida como:
“um grupo de atividades relacionadas com o medicamento, des-
tinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comu-
nidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas 
e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e 
controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos 
medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, 
a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a 
educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente 
e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamen-
tos”. (BRASIL, 1998b)
 A Política Nacional de Assistência Farmacêutica aprovada pela
Resolução nº 338 de 2004 do Conselho Nacional de Saúde apresenta tam-
bém as seguintes definições:
“A Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações vol-
tadas à promoção, à proteção e à recuperação da Saúde, tanto 
individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo 
essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional, conjunto 
este que envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção 
de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, progra-
mação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qua-
lidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação 
de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados 
concretos e da melhoria da qualidade de vida da população”. 
(BRASIL, 2004b)
 As ações de Assistência Farmacêutica envolvem aquelas refe-
rentes à Atenção Farmacêutica, considerada na Política Nacional de As-
sistência Farmacêutica como:
“Modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da 
Assistência Farmacêutica e compreendendo atitudes, valores 
éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-res-
ponsabilidades na prevenção das doenças, promoção e recupe-
ração da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a in-
teração direta do farmacêutico com o usuário, objetivando uma 
farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e 
mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. 
18
Essa interação também deve envolver as concepções dos seus su-
jeitos, respeitadas as suas especificidades biopsicossociais, sob a 
ótica da integralidade das ações de saúde”. (BRASIL, 2004b)
 O conceito original de Atenção Farmacêutica (Cuidado Farmacêutico na tradução literal 
do inglês) está baseado nas proposições de Hepler e Strand, e a Organização Mundial da Saúde 
(OMS,1990; WHO, 1994) conceitua como:
“atitudes, comportamentos, compromissos, inquietações, valores 
éticos, funções, conhecimentos, responsabilidadese destrezas do 
farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com o objetivo de 
alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualida-
de de vida do paciente. (WHO, 1993: 4, Apud MARIN et al. 2003)”.
 A Portaria GM/MS nº 3.916/1998 que instituiu a , define Política Nacional de Medica-
mentos dispensação como:
“É o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais 
medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apre-
sentação de uma receita elaborada por um profissional autoriza-
do. Neste ato, o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre 
o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da 
orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, 
a influência dos alimentos, a interação com outros medicamen-
tos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condi-
ções de conservação dos produtos” (BRASIL, 1998b).
 A Lei Federal nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999 conceitua o medicamento genérico 
como:
“XXI – Medicamento Genérico – medicamento similar a um produ-
to de referência ou inovador, que se pretende ser com este inter-
cambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia 
da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, 
comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado 
pela DCB (Denominação Comum Brasileira) ou, na sua ausência, 
pela DCI (Denominação Comum Internacional);” (BRASIL, 1999b).
 A Portaria GM/MS nº 3.916/1998 que instituiu a Política Nacional de Medicamentos, 
define uso racional de medicamentos como:
19
“...o processo que compreende a prescrição apropriada; a dis-
ponibilidade oportuna e a preços acessíveis; a dispensação em 
condições adequadas; o consumo nas doses indicadas, nos inter-
valos definidos e no período de tempo indicado, de medicamentos 
eficazes, seguros e de qualidade.” (BRASIL, 1998b).
20
 A Portaria GM/MS nº 204 de 29 de janeiro de 2009 regulamentou
o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os
serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respecti-
vo monitoramento e controle.
 Os blocos de financiamento são os seguintes:
· Atenção Básica
· Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar
· Vigilância em Saúde
· Assistência Farmacêutica
· Gestão do SUS
· Bloco de Investimento (incluído pela Portaria GM/MS nº 837 de 
23/04/2009)
 O bloco de financiamento para a Assistência Farmacêutica é 
constituído por três componentes:
I. Componente básico da assistência farmacêutica
II. Componente estratégico da assistência farmacêutica
III. Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional – CMDE, 
 que a partir de 2010 passa a se chamar Componente Especializado da 
 Assistência Farmacêutica.
 Esses componentes sofreram nova regulamentação através das 
Portarias GM/MS nº 1.554 de 31 de julho de 2013, e Portaria GM/MS nº 
1.555 de 31 de julho de 2013, com o objetivo de:
• Definir responsabilidades para cada esfera de gestão em relação a 
doenças e fármacos.
• Garantir uma linha de cuidado mediante a integralidade do tratamen-
to.
• Ampliar a cobertura para doenças relevantes do ponto de vista clínico 
epidemiológico.
• Incorporar novos tratamentos.
• Otimizar os recursos orçamentários disponíveis. 
21
 Quadro resumido dos componentes da Assistência Farmacêutica no SUS
22
3.1 - Componente Básico da Assistência Farmacêutica
 A Portaria GM/MS n.º 204 de 29 de janeiro de 2007, no seu art.25 define que:
“O Componente Básico da Assistência Farmacêutica destina-se à 
aquisição de medicamentos e insumos da assistência farmacêuti-
ca no âmbito da atenção básica em saúde e àqueles relacionados 
a agravos e programas de saúde específicos, no âmbito da atenção 
básica” (BRASIL, 2007a)
 Em 1998, logo após a publicação da Política Nacional de Medicamentos - PNM, dando 
início ao processo de descentralização da AF preconizado pela mesma, foi estabelecido um In-
centivo Financeiro à Assistência Farmacêutica na Atenção Básica (IAFAB), provenientes das três 
esferas de governo, com valores pactuados pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
 Ao longo dos anos este incentivo sofreu várias atualizações quanto ao elenco e valores. 
A mais recente é a Portaria GM/MS nº 1.555 de 31 de julho de 2013.
 A Portaria 1.555/2013 dispõe sobre as normas de financiamento e de execução do Com-
ponente Básico da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
 Os valores, de responsabilidade das três esferas de gestão, a serem aplicados na aqui-
sição de medicamentos, definido no art. 3º da Portaria 1.555/2013 são no mínimo de:
 A contrapartida oriunda da União destina-se ao financiamento da aquisição dos medica-
mentos e insumos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica constantes dos Anexos I e 
IV da RENAME vigente no SUS. A contrapartida oriunda dos Estados, Distrito Federal e Municípios 
destinam-se ao financiamento da aquisição dos medicamentos e insumos constantes dos Anexos 
I e IV da RENAME vigente no SUS, incluindo os insumos para os usuários insulinodependentes 
estabelecidos na Portaria GM/MS nº 2.583, de 10 de outubro de 2007, constantes no Anexo IV da 
RENAME vigente no SUS.
 Cabe ao Ministério da Saúde o financiamento, com recursos distintos aos valores indica-
dos no art. 3º, a aquisição e a distribuição às Secretarias de Saúde dos Estados de:
· Insulina Humana NPH 100 UI/mLe Insulina Humana Regular 100 UI/mL e
· Contraceptivos e insumos do Programa Saúde da Mulher, constantes do Anexo I e IV da RENAME 
vigente.
23
 Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são responsáveis pela seleção, progra-
mação, aquisição, armazenamento, controle de estoque e prazos de validade, distribuição e 
dispensação dos medicamentos e insumos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, 
constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente, conforme pactuação nas respectivas CIB, incluin-
do-se:
3.2 - Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica
 Esse Componente da Assistência Farmacêutica objetiva disponibilizar medicamentos e
serviços farmacêuticos para o atendimento de Programas Estratégicos de Saúde.
 O Ministério da Saúde considera como estratégicos todos os medicamentos utilizados 
para tratamento das doenças de perfil endêmico, cujo controle e tratamento tenham protocolo e 
normas estabelecidas e que tenham impacto socioeconômico.
 Além disso, esses medicamentos têm controle e tratamento por meio de protocolos, 
diretrizes e guias e possuem financiamento e aquisição centralizada pelo Ministério da Saúde, 
sendo distribuídos para as Secretarias Estaduais de Saúde que têm a responsabilidade de fazer o
armazenamento e distribuição aos municípios.
 O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica está previsto no artigo 26 da 
Portaria n.º 204, que explicita o seguinte:
“Art. 26. O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica 
destina-se ao financiamento para custeio de ações de assistência 
farmacêutica nos seguintes programas de saúde estratégicos:
Constituem Programas Estratégicos de Saúde e os agravos atendidos:
· Controle da Tuberculose
· Controle da Hanseníase
· DST/AIDS
· Endemias Focais Sangue e Hemoderivados
· Alimentação e Nutrição
· Controle do Tabagismo
· Influenza
· Saúde da Criança
• Plantas medicinais, drogas vegetais e derivados vegetais para manipulação das prepa-
rações dos fitoterápicos da RENAME em Farmácias Vivas e farmácias de manipulação do 
SUS;
• Matrizes homeopáticas e tinturas-mães conforme Farmacopéia Homeopática Brasileira, 
3ª edição, para as preparações homeopáticas em farmácias de manipulação do SUS; e
• A aquisição dos medicamentos sulfato ferroso e ácido fólico do Programa Nacional de 
Suplementação de Ferro.
 Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão, de forma contínua, os 
medicamentos doComponente Básico da Assistência Farmacêutica indicados nos Protocolos Clíni-
cos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para garantir as linhas de cuidado das doenças contempladas 
no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.
24
Estes programas são destinados ao tratamento dos seguintes agravos:
· Coagulopatias;
· Cólera;
· Tabagismo;
· Dengue;
· Doença de Chagas;
· Esquistossomose;
· DST/AIDS;
· Febre Maculosa;
· Filariose;
· Geohelmintíases;
· Hanseníase;
· Influenza;
· Leishimaniose;
· Lúpus - Mieloma Múltiplo – Enxerto versus Hospedeiro;
· Malária;
· Meningite;
· Micoses Sistêmicas;
· Raiva;
· Tracoma;
· Tuberculose;
· Tuberculose Multidroga Resistente;
· Vitamina A(Alimentação e Nutrição);
· Vírus Sincicial Respiratório (VSR) - Prevenção.
 Veja a competência de cada instituição em relação aos medicamentos estratégicos:
25
· Leishimaniose;
· Lúpus - Mieloma Múltiplo – Enxerto versus Hospedeiro;
· Malária;
· Meningite;
· Micoses Sistêmicas;
· Raiva;
· Tracoma;
· Tuberculose;
· Tuberculose Multidroga Resistente;
· Vitamina A(Alimentação e Nutrição);
· Vírus Sincicial Respiratório (VSR) - Prevenção.
Grupo 1A: Medicamentos com aquisição centralizada pelo Ministério da Saúde e for-
necidos às Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito Federal, sendo delas a res-
ponsabilidade pela programação, armazenamento, distribuição e dispensação para 
tratamento das doenças contempladas no âmbito do CEAF; e
Grupo 1B: Medicamentos financiados pelo Ministério da Saúde mediante transferên-
cia de recursos financeiros para aquisição pelas Secretarias de Saúde dos Estados e 
Distrito Federal sendo delas a responsabilidade pela programação, armazenamento, 
distribuição e dispensação para tratamento das doenças contempladas no âmbito do 
CEAF.
 Os medicamentos do Grupo 1 são definidos de acordo com os seguintes 
critérios gerais:
· Maior complexidade do tratamento da doença;
· Refratariedade ou intolerância a primeira e/ou a segunda linha de tratamento;
· Medicamentos que representam elevado impacto financeiro para o CEAF; e
· Medicamentos incluídos em ações de desenvolvimento produtivo no complexo in-
 dustrial da saúde.
Grupo 2 – Medicamentos sob responsabilidade das Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito 
Federal pelo financiamento, aquisição, programação, armazenamento, distribuição e dispensa-
ção para tratamento das doenças contempladas no âmbito do CEAF. Estes medicamentos são 
definidos de acordo com os seguintes critérios gerais:
3.3 - Componente Especializado da Assistência Farmacêutica
 A Portaria GM/MS nº 1.554, de 30 de julho de 2013, alterada pela Portaria GM/MS nº 
1.996,de 11 de setembro de 2013 dispõe sobre as regras de financiamento e execução do Compo-
nente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) no âmbito do SUS.
 O artigo 2º da Portaria 1.554/2013 define este componente como uma estratégia de 
acesso a medicamentos no âmbito do SUS, caracterizado pela busca da garantia da integralidade 
do tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas em
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas publicados pelo Ministério da Saúde.
 Para tanto, a portaria determina que o acesso aos medicamentos que fazem parte das
linhas de cuidado para as doenças contempladas no âmbito deste componente será garantido me-
diante a pactuação entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, divididos em três grupos
com características, responsabilidades e formas de organização distintas:
Grupo 1 – Medicamentos sob responsabilidade de financiamento pelo Ministério da Saúde, sendo 
dividido em:
26
· Maior complexidade do tratamento da doença;
· Refratariedade ou intolerância a primeira e/ou a segunda linha de tratamento;
Grupo 3 – Medicamentos sob responsabilidade das Secretarias de Saúde do Distrito Federal e dos 
Municípios para aquisição, programação, armazenamento, distribuição e dispensação e que está 
estabelecida em ato normativo específico que regulamenta o Componente Básico da Assistência 
Farmacêutica.
 Os medicamentos constantes do Grupo 3 são definidos de acordo com os medicamentos 
constantes no Componente Básico da Assistência Farmacêutica e indicados pelos Protocolos Clíni-
cos e Diretrizes Terapêuticas, publicados na versão final pelo Ministério da Saúde como a primeira 
linha de cuidado para o tratamento das doenças contempladas pelo Componente Especializado da 
Assistência Farmacêutica.
 Os anexos I, II, III da Portaria GM/MS nº 1.554/13 alterada pela Portaria GM/MS nº 
1.996/2013 trazem o elenco de medicamentos para cada grupo.
 Não está previsto nas normas de Assistência Farmacêutica do SUS a forma de financia-
mento para os medicamentos da “Média Complexidade/custo”, que não se encontram padroniza-
da pelos três entes federados. Para o atendimento à prescrição desses medicamentos, o usuário 
pode acionar o Município, Estado ou União, mas não podem ser classificados como contrapartida 
da Assistência Farmacêutica Básica.
3.4 - Atendimento de Receituário Não Proveniente do SUS
 A Lei Federal nº 8.080/90 foi recentemente alterada pela Lei Federal nº 12.401, de 28 
de abril de 2011 incluindo um capítulo VIII que trata “da assistência terapêutica e da incorpora-
ção de tecnologia em saúde”.
 Essa é uma questão que até o ano de 2011 não se encontrava regulamentada e, apesar 
da definição prevista pelo Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, continua sendo motivo de 
constantes atritos e ações públicas contra os gestores municipais, estaduais e o federal de saúde. 
Tal regulamentação teve origem nas discussões no Congresso Nacional (BRASIL, 2007c) e Poder 
Judiciário (STF, 2007).
 A Lei 8.080/90 determina que a assistência terapêutica integral consiste em:
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea d do inciso 
I do art.
6o consiste em:
I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, cuja 
prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em 
protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do 
protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P;
...
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dispensação 
27
será realizada:
I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do 
SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade 
pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite;
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com 
base nas responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Inter-
gestores Tripartite;
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com 
base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, 
e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergesto-
res Bipartite;
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações 
de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabi-
lidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde. (BRA-
SIL, 2011a)
 O Decreto Federal nº 7.508/2011 detalhou o acesso aos medicamentos no âmbito do 
SUS da seguinte forma:
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar relações es-
pecíficas e complementares de medicamentos, em consonância com a RENAME, 
respeitadas as responsabilidades dos entes pelo financiamento de medicamen-
tos, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores.
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe,
cumulativamente:
I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício 
regular de suas funções no SUS;
III - estar aprescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, dis-
trital ou municipal de medicamentos; e
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.
§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à assistência
farmacêutica, desde que questões de saúde pública o justifiquem.
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferenciadas de acesso a
medicamentos de caráter especializado.
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar estadual, distrital ou 
municipal de medicamentos somente poderão conter produtos com registro na 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. (BRASIL, 2011b)
 Desta forma o acesso aos medicamentos pelo SUS deve ocorrer dentro do sistema, pelas
regras do SUS, basicamente medicamentos que possuam registro na ANVISA e constem na Relação
Nacional, Estaduais e Municipais de Medicamentos, nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêu-
ticas.
28
3.5 - Estruturação de serviços e organização de ações
de Assistência Farmacêutica
 Consta no Artigo 4º da Portaria GM/MS nº 1.555/2013 que as Secretarias Municipais 
de Saúde, poderão, anualmente, utilizar um percentual de até 15% (quinze por cento) da soma 
dos valores dos recursos financeiros, definidos nos termos dos incisos II, III e § 1º do art. 3º, para 
atividades destinadas à adequação de espaço físico das farmácias do SUS no Distrito Federal e 
nos Municípios, à aquisição de equipamentos e mobiliário destinados ao suporte das ações de 
Assistência Farmacêutica e à realização de atividades vinculadas à educação continuada voltada 
à qualificação dos recursos humanos da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica à Saúde, 
obedecida a Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, e as leis orçamentárias vigentes, sendo vedada 
a utilização dos recursos federais para esta finalidade, ficando condicionada à aprovação e pac-
tuação nas respectivas CIB (Comissão Intergestora Bipartite).
 Também há recursos previstos nos artigos 29 e 30 da Portaria GM/MS n.º 204 de 29 de 
janeiro de 2007:
“Art. 29. O Bloco de Financiamento para a Gestão do SUS é constituído de dois
componentes:
I - Componente para a Qualificação da Gestão do SUS; e
II - Componente para a Implantação de Ações e Serviços de Saúde;
Art. 30. O Componente para a Qualificação da Gestão do SUS apoiará as ações 
de:
IX - Estruturação de serviços e organização de ações de assistência farmacêuti-
ca;...” (BRASIL, 2007a)
Farmácia do Paraná
 Através da aprovação e publicação do Plano Estadual de Saúde do Estado Paraná, de 
vigência 2012/2015, foi instituído o Programa Farmácia do Paraná, cujas ações contribuirão para 
a estruturação dos serviços farmacêuticos no Paraná, tornando a Assistência Farmacêutica um 
sistema fundamental para a organização das Redes de Atenção de saúde no estado.
 Este programa tem por objetivo a promoção do acesso da população a medicamentos 
seguros, eficazes e de qualidade, garantindo sua adequada dispensação.
Eixos estratégicos
I - Estruturação das Farmácias, das Seções de Insumos Estratégicos e dos Almoxarifados das 22
 Regionais de Saúde e do Centro de Medicamentos do Paraná – CEMEPAR.
II - Qualificação da AF, por meio de capacitações de profissionais que atuam neste âmbito, em
29
 municípios e RS, com foco nas áreas de gestão do medicamento e no desenvolvimento de
 habilidades clínicas.
III - Custeio da Assistência Farmacêutica:
QUALIFAR-SUS:
 A Portaria GM/MS nº 1.214, de 13 de junho de 2012, institui o Programa Nacional de 
Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS (QUALIFAR- SUS), com a finalidade 
contribuir para o processo de aprimoramento, implementação e integração sistêmica das ativida-
des da Assistência Farmacêutica nas ações e serviços de saúde, visando a uma atenção contínua, 
integral, segura responsável e humanizada.
 O Programa é destinado a municípios incluídos no rol do Programa Brasil Sem Miséria, 
bem como fazer parte de outros programas da Atenção Básica, como o Programa Nacional de 
Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), Programa de Requalificação das 
Unidades Básicas de Saúde (Requalifica UBS) e o Hórus, sistema de assistência farmacêutica que 
permite controle de compra, armazenamento e dispensação, ou possua outro sistema de informa-
ção que interopere com o Sistema Hórus.
 Cada município receberá até R$ 33 mil, variando de acordo com a população, para con-
tratação de equipe, aquisição de mobiliários e equipamentos necessários para estruturação dos ser-
viços de assistência farmacêutica. Também há o repasse anual no valor de R$ 24 mil para manuten-
ção. Além dos recursos, o programa oferece educação permanente e capacitação dos profissionais.
Diretrizes:
I - Promover condições favoráveis para a estruturação dos serviços farmacêuticos no SUS como
• Repasse financeiro referente à contrapartida estadual do Componente Básico;
• Aquisição, recebimento, armazenamento e distribuição dos medicamentos do Compo-
nente Especializado da AF e Programas Especiais da SESA;
• Incentivo à Organização da AF, com o objetivo de contribuir para a organização dos ser-
viços farmacêuticos nos municípios paranaenses. 
Incentivo à Organização da Assistência Farmacêutica:
 O incentivo à organização da AF permite aos municípios o desenvolvimento de ativida-
des voltadas ao aperfeiçoamento do processo de organização e implementação, quer na elabora-
ção de documentos e materiais instrucionais, quer desenvolvendo estratégias de avaliação cujos 
resultados permitem definir novos caminhos no sentido de consolidar esta assistência.
 A Resolução SESA nº 139 de 24 de fevereiro de 2012 implantou o Incentivo à Organização 
da Assistência Farmacêutica a ser utilizado no custeio da Assistência Farmacêutica, com o obje-
tivo de contribuir para a organização dos serviços farmacêuticos nos municípios paranaenses.
30
 estratégia de qualificação do acesso aos medicamentos e da gestão do cuidado;
II - Contribuir para garantia e ampliação do acesso da população a medicamentos eficazes, se-
 guros, de qualidade e o seu uso racional, visando à integralidade do cuidado, resolutividade e o
 monitoramento dos resultados terapêuticos desejados;
III - Estimular a elaboração de normas, procedimentos, recomendações e outros documentos que
 possam orientar e sistematizar as ações e os serviços farmacêuticos, com foco na integralida-
 de, na promoção, proteção e recuperação da saúde;
IV - Promover a educação permanente e fortalecer a capacitação para os profissionais de saúde 
 em todos os âmbitos da atenção, visando ao desenvolvimento das ações da Assistência Far-
 macêutica no SUS; e
V - Favorecer o processo contínuo e progressivo de obtenção de dados, que possibilitem acompa-
 nhar, avaliar e monitorar a gestão da Assistência Farmacêutica, o planejamento, programação, 
 controle, a disseminação das informações e a construção e acompanhamento de indicadores 
 da Assistência Farmacêutica.
Eixos:
I - Eixo Estrutura: contribuir para a estruturação dos serviços farmacêuticos no SUS, de modo que
 estes sejam compatíveis com as atividades desenvolvidas na Assistência Farmacêutica, consi-
 derando a área física, os equipamentos, mobiliários e recursos humanos;
II - Eixo Educação: promover a educação permanente e capacitação dos profissionais de saúde 
 para qualificação das ações da Assistência Farmacêutica voltadas ao aprimoramento das prá-
 ticas profissionais no contexto das Redes de Atenção à Saúde;
III - Eixo Informação: produzir documentos técnicos e disponibilizar informações que possibilitem 
 o acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações e serviços da Assistência Farma-
 cêutica; e
IV - Eixo Cuidado: inserir a Assistência Farmacêutica nas práticasclínicas visando a resolutividade 
 das ações em saúde, otimizando os benefícios e minimizando os riscos relacionados à farma-
 coterapia.
 A Portaria GM/MS nº 1.215, de 13 de junho de 2012 Regulamenta a transferência de 
recursos destinados ao Eixo Estrutura do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farma-
cêutica (QUALIFAR-SUS) no âmbito do SUS.
 A transferência de recursos será destinada à aquisição de mobiliários e equipamentos 
necessários para estruturação das Centrais de Abastecimento Farmacêutico e Farmácia no âmbito 
da Atenção Básica e manutenção dos serviços farmacêuticos, de acordo com o art. 4º, inciso I, da
Portaria nº 1.214/2012.
 Os recursos financeiros destinados pelo Ministério da Saúde para o financiamento do 
Eixo Estrutura do QUALIFAR-SUS estão distribuídos em recursos de investimento e de custeio. Os 
recursos de investimento poderão ser empregados na aquisição de mobiliários e equipamentos 
necessários para estruturação das Centrais de Abastecimento Farmacêutico e Farmácia no âmbito 
31
da Atenção Básica, sendo repassados aos municípios em parcela única. Os recursos de custeio 
poderão ser utilizados em serviços e outras despesas de custeio relacionadas aos objetivos do 
Eixo, priorizando a garantia de conectividade para utilização do Sistema HÓRUS e outros sistemas 
e a contratação de profissional farmacêutico para o desenvolvimento das ações de assistência 
farmacêutica, sendo repassados aos municípios com periodicidade trimestral.
 As ações da Assistência Farmacêutica Básica são de responsabilidade do município, 
conforme pactuado entre os gestores do SUS. Tratando-se de atividade multidisciplinar, a sua 
coordenação deve estar sob a responsabilidade do profissional que tem a formação acadêmica 
compatível e a atribuição legal para exercê-la: o profissional farmacêutico.
 Assim, conforme respaldado pela Organização Mundial da Saúde, em documento de 
1994, Resolução WHA.47.12, os países membros foram chamados a definir a missão do farma-
cêutico na promoção e na garantia da realização de uma política farmacêutica nacional. O docu-
mento conclama os farmacêuticos e entidades representativas a exercer a vigilância sanitária, de 
modo a assegurar a qualidade dos produtos e dos serviços farmacêuticos; a gestão dos sistemas de 
aquisição e administração dos medicamentos; a produção de informações sobre medicamentos à 
população; a promoção do uso racional de medicamentos e a participação ativa na prevenção das 
doenças e na promoção da saúde.
3.6 - Medicamentos que podem ser adquiridos com
recursos do Bloco da Assistência Farmacêutica
 De acordo com os itens I, II e III do artigo 3º da Portaria GM/MS nº 1.555/2013, a Relação 
Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME (Anexos de I a IV) é a lista de referência dos medi-
camentos e insumos que podem ser adquiridos com recursos do Bloco da Assistência Farmacêutica 
(Componente Básico), inclusive da contrapartida municipal.
Art. 3º O financiamento do Componente Básico da Assistência Farmacêutica é de
responsabilidade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
conforme normas estabelecidas nesta Portaria, com aplicação, no mínimo, dos 
seguintes valores de seus orçamentos próprios:
I - União: R$ 5,10 (cinco reais e dez centavos) por habitante/ano, para financiar 
a aquisição dos medicamentos e insumos do Componente Básico da Assistência 
Farmacêutica constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente no SUS;
II - Estados: R$ 2,36 (dois reais e trinta e seis centavos) por habitante/ano, para 
financiar a aquisição dos medicamentos e insumos constantes dos Anexos I e IV 
da RENAME vigente no SUS, incluindo os insumos para os usuários insulinodepen-
dentes estabelecidos na Portaria nº 2.583/GM/MS, de 10 de outubro de 2007, 
constantes no Anexo IV da RENAME vigente no SUS; e
III - Municípios: R$ 2,36 (dois reais e trinta e seis centavos) por habitante/ano, 
para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos constantes dos Anexos I 
e IV da RENAME vigente no SUS, incluindo os insumos para os usuários insulinode-
pendentes estabelecidos na Portaria nº 2.583/GM/MS, de 10 de outubro de 2007, 
constantes no Anexo IV da RENAME vigente no SUS. (BRASIL, 2007c)
32
 Como pode se observar há normativa clara quanto aos medicamentos da atenção básica 
e os medicamentos especiais (de alta complexidade/custo).
 Não está previsto na legislação brasileira o atendimento aos medicamentos da “Média
Complexidade/custo” atendidos e prescritos por ambulatórios de especialidades e não estão pa-
dronizados. Portanto não haveria obrigatoriedade na aquisição por parte dos municípios e/ou 
estado.
 Para o atendimento à prescrição desses medicamentos, o usuário por vezes procura os
municípios que podem preparar processos de aquisição dos mesmos via estado, ou em alguns ca-
sos, por serem de custo intermediário, optam em atendê-los utilizando os recursos próprios, mas 
que não podem ser classificados como contrapartida.
33
 O planejamento no SUS tem sido reconhecido como importante
ferramenta de gestão. A implantação dos instrumentos de planejamento
contribuiu para o aperfeiçoamento permanente da gestão nas três esferas
de governo, para tanto foram estabelecidos instrumentos básicos de ges-
tão da saúde, sendo eles: Plano de Saúde (PS), Programação Anual da
Saúde (PAS) e Relatório Anual de Gestão (RAG).
 O Plano de Saúde é um importante documento formulado a par-
tir de uma análise da situação de saúde do município, do modelo de ges-
tão, de prioridades, estratégias e metas a serem atingidas e que levem 
a melhoria da saúde da população. Sendo assim, a Assistência Farmacêu-
tica deve possuir um capítulo específico no Plano Municipal de Saúde, 
no qual explicite as prioridades, estratégias, metas, ações e recursos, 
bem como as atividades a serem desenvolvidas para a estruturação e 
organização da AF, o elenco a ser gerenciado e os recursos humanos a 
serem disponibilizados. Esses são elementos essenciais que devem ser 
observados e contidos de forma estratificada nas programações anuais e 
que possam ser analisados posteriormente no relatório de gestão. Assim 
é possível verificar se as ações previstas foram executadas e se as metas 
programadas foram atingidas.
 O Plano de Saúde deve ser aprovado pelo Conselho Municipal e 
divulgado junto aos setores da sociedade envolvidos com o tema, a fim de
possibilitar o efetivo controle social nesta área.
 Para a elaboração de PS, PAS e RAG, o Ministério da Saúde ela-
borou uma série de manuais de instrução, na série cadernos de planeja-
mento, além da Portaria Nº 2.135, de 25 de setembro de 2013 que regu-
lamenta a Sistema de Planejamento do SUS.No Plano Municipal de Saúde, 
as ações de Assistência Farmacêutica devem estar fundamentadas:
• Na descentralização da gestão; 
• No diagnóstico da situação de saúde do município; 
• Na execução das atividades de seleção, programação, aquisição, dis-
tribuição e dispensação dos medicamentos; 
• Nos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis; 
• Na rede de serviços existentes, de acordo com o nível de complexi-
dade; 
• Nas condições necessárias para o cumprimento das boas práticas de 
armazenagem e transporte para medicamentos;
34
 O manual “Planejar é preciso - Uma proposta de método para aplicação”, publicado 
pelo Ministério da Saúde, apresenta informações sobre a organização desta área e sugere indica-
dores de avaliação da qualidade da Assistência Farmacêutica no SUS.
• Na proposta de capacitação e aperfeiçoamento permanente dos recursos humanos envol-
vidos com a Assistência Farmacêutica; 
• Na permanente avaliação da Assistência Farmacêutica por meio de indicadores específi-
cos, que possibilitem o aprimoramento de seu gerenciamento;
• Em outros aspectos que atendam às peculiaridades locais.
35
 A Portaria GM/MS n.º 399 de 22 de fevereirode 2006, que tra-
ta do Pacto pela Saúde, coloca a responsabilidade pela estruturação da 
Assistência Farmacêutica para os três níveis de governo, sendo previsto 
como competência dos municípios:
“Promover a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, em conjunto 
com as demais esferas de governo, o acesso da população aos medicamentos 
cuja dispensação esteja sob sua responsabilidade, promovendo seu uso racional, 
observadas as normas vigentes e pactuações estabelecidas;” (BRASIL,2006a)
 O gestor deve estar ciente das pactuações do SUS. Citamos a 
Resolução da Comissão Intergestores Tripartite nº 4 de 19 de julho de 
2012, que em seu Anexo I, Responsabilidades Gerais da Gestão do SUS, n 
item 1.1 alínea l, estabelece:
l. Promover a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, em conjunto 
com as demais esferas de governo, o acesso da população aos medicamentos 
cuja dispensação esteja sob sua responsabilidade, fomentando seu uso racional 
e observando as normas vigentes e pactuações estabelecidas;” (BRASIL, 2012d)
 Experiências nacionais e no Estado do Paraná, em que a Assis-
tência Farmacêutica foi organizada sob a coordenação do farmacêutico, 
demonstram resultados concretos. Entre eles, uma otimização dos recur-
sos financeiros disponíveis; a racionalização do elenco de medicamentos 
gerenciados pelo município, atendendo às suas necessidades nosológicas 
e epidemiológicas; a organização e qualificação do acesso dos usuários 
aos medicamentos; a adesão dos pacientes aos medicamentos prescri-
tos, com aumento da resolubilidade das ações de saúde ofertadas pelo 
município; educação da população acerca dos riscos advindos do uso ina-
dequado dos medicamentos, promovendo a redução do número de inter-
namentos em função do uso incorreto ou inadequado desses, entre outras 
atividades.
5.1 - Como deve estar organizada e
estruturada a Assistência Farmacêutica:
 A comissão do Serviço Público do CRF-PR, com base nos ma-
nuais “Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do Sistema 
Único de Saúde” (BRASIL, 2009b), “Assistência Farmacêutica na Atenção 
Básica, instruções técnicas para sua organização” do Ministério da Saúde 
36
e Assistência Farmacêutica para gerentes municipais” da Organização Pan-Americana de Saúde,
recomenda:
· Local adequado para serviços farmacêuticos;
· Local adequado para armazenamento dos medicamentos;
· Local adequado para a dispensação dos medicamentos;
· Condições adequadas para o fracionamento de medicamentos;
· que a área de dispensação propicie atendimento humanizado, que não coloque o paciente em situação 
 de constrangimento nem sob as intempéries do tempo;
· Área administrativa.
 Recomenda-se ainda sala ou área para atendimento individualizado ao paciente pelo 
farmacêutico. No manual “Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do Sistema Único 
de Saúde” se encontra de forma detalhada a organização dos ambientes, equipamentos, móveis 
para Farmácia Distrital, Regional ou Central, em edificação exclusiva (BRASIL, 2009b):
· Área de recepção (sala de espera);
· Área de cadastro;
· Área de dispensação de medicamentos;
· Área de fracionamento;
· Sala para seguimento farmacoterapêutico;
· Sala de reuniões;
· Sala de administração e gerência;
· Área para recebimento e conferência;
· Sala de estocagem (almoxarifado);
· Vestiário;
· Copa;
· Depósito de material de limpeza;
· Sanitários
 E em Farmácia em Unidades de Saúde:
· Área para dispensação de medicamentos;
· Área de fracionamento;
· Sala para Seguimento Farmacoterapêutico;
· Sala de estocagem (almoxarifado)
• que as farmácias sejam instaladas em Centros de Saúde, ou de forma regionalizada, que 
sirvam de referência às unidades de menor porte, promovendo o melhor acesso para a 
população no atendimento entre os postos de saúde e a farmácia de referência.
 Não existe hoje no Brasil normatização para instalação de farmácias públicas (SUS) nos 
municípios, com definição clara quanto ao número de estabelecimentos, localização em função 
de territórios e população, quantidade mínima de profissionais farmacêuticos e auxiliares. Isso 
propicia a existência de instalações inadequadas, perdas e uso inapropriado dos medicamentos.
 Com relação à estrutura física, esta deve atender à RDC (Resolução da Diretoria Cole-
giada) n.º 50/02 ANVISA (BRASIL, 2002c), RDC nº 44/09 ANVISA (BRASIL, 2009c) e a normas sanitá-
rias estaduais, devendo prever:
37
 Também servem de referência os projetos arquitetônicos e administrativos disponíveis 
no Manual Básico do Programa Farmácia Popular do Brasil - Ministério da Saúde. (BRASIL, 2005).
 Já com relação ao número de farmacêuticos necessários para o desenvolvimento das
atividades, ele deve ser previsto em função dos seguintes critérios:
· Número de habitantes (recomenda-se no mínimo um farmacêutico de 8 horas/dia a cada 7.000 habi-
 tantes para a assistência farmacêutica básica); (CFF, 2009)
· Aspectos epidemiológicos;
· Complexidade do serviço;
· Número de prescrições/dia atendidas;
· Número de postos de saúde/UBS (Unidades Básicas de Saúde) com farmácias que dispensam medica-
 mentos;
· Complexidade dos medicamentos dispensados;
· Programas especiais implantados;
· Número de equipes do Programa Saúde da Família;
· Índice de Desenvolvimento Humano.
 Os municípios devem promover a estruturação da Assistência Farmacêutica de modo a
assegurar um atendimento adequado à população, a promoção do uso correto dos medicamentos, 
a racionalização na aplicação dos recursos financeiros destinados à aquisição de medicamentos 
aos munícipes, entre outros.
5.2 - Uso Racional de Medicamento
 A promoção do uso racional dos medicamentos é uma das principais estratégias propos-
tas pela Política Nacional de Medicamentos. Consta como uma das responsabilidades dos gestores 
de saúde nos vários documentos de pactuação das ações de saúde.
 Tal fato se explica pelos dados do – Sistema Nacional de Informações Toxicológicas SI-
NITOX, que há muitos anos apontam o medicamento como a maior fonte básica de intoxicações. 
Por isso, o Conselho Nacional de Saúde, atendendo às orientações da 1ª Conferência Nacional de 
Assistência Farmacêutica, por meio da Resolução MS/CNS n.º 338 de 6 de maio de 2004, resolveu 
englobar entre seus eixos estratégicos:
· Garantia de acesso e equidade às ações de saúde inclui, necessariamente, a assistência farmacêutica;
· Manutenção de serviços de assistência farmacêutica na rede pública de saúde, nos diferentes níveis 
 de atenção, considerando a necessária articulação e a observância das prioridades regionais definidas 
 nas instâncias gestoras do SUS;
· Qualificação dos serviços de Assistência Farmacêutica já existentes, em articulação com os gestores
 estaduais e municipais, nos diferentes níveis de atenção;
· Desenvolvimento, valorização, formação, fixação e capacitação de recursos humanos;
· Promoção do uso racional de medicamentos, por intermédio de ações que disciplinem a prescrição, a 
 dispensação e o consumo.
38
 Como instrumentos para promover o uso racional de medicamentos, destacam-se a 
implantação e utilização de uma Relação de Medicamentos Essenciais, Formulário Terapêutico e
Protocolos Clínicos e Terapêuticos.
 A Lei Federal nº 12.401/2011 que alterou a Lei Federal nº 8.080/90 (op.cit.) reforçou 
o papel destes instrumentos da assistência farmacêutica, expressando no Decreto Federal nº 
7.508/2011 o seguinte: papel destes instrumentos da assistência farmacêutica, expressando no 
Decreto Federal nº 7.508/2011 o seguinte:
Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME
Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME compreende 
a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de 
doenças ou de agravos no âmbito do SUS.
Parágrafo único. ARENAME será acompanhadado Formulário Terapêutico Nacio-
nal - FTN que subsidiará a prescrição, a dispensação e o uso dos seus medica-
mentos.
Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor sobre a RENAME 
e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional, observa-
das as diretrizes pactuadas pela CIT.
Parágrafo único. Para os fins do disposto nesta Resolução, medicamentos es-
senciais são aqueles definidos pelo SUS para garantir o acesso do usuário ao 
tratamento medicamentoso (BRASIL, 2012a).
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME
 A Organização Mundial da Saúde (OMS) define medicamentos essenciais como aqueles 
que satisfazem às necessidades de saúde prioritárias da população, os quais devem estar acessí-
veis em todos os momentos, na dose apropriada, a todos os segmentos da sociedade (WHO, 2002 
apud BRASIL, 2008c).
 Em 2012 a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) publicou a Resolução CIT n. 1/2012, 
que estabelece as diretrizes nacionais da Rename no âmbito do SUS, o elenco de medicamentos 
e insumos e o conceito de medicamento essencial que passa a ser adotado para a elaboração da 
Rename:
Art. 2º A Rename compreende a seleção e a padronização de medicamentos 
indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS.
Parágrafo único. Para os fins do disposto nesta Resolução, medicamentos es-
senciais são aqueles definidos pelo SUS para garantir o acesso do usuário ao 
tratamento medicamentoso (BRASIL, 2012a).
 A relação vigente é a Rename 2014, publicada por meio da Portaria GM/MS nº 01/2015.
Alguns estados também elaboram a sua Relação Estadual de Medicamentos Essenciais – REME; da
mesma forma, municípios adotam a Relação Municipal de Medicamentos Essenciais – REMUME, 
para atender as suas especificidades regionais e municipais. Estas relações devem ser atualizadas
periodicamente, atendendo ao estabelecido pela legislação específica para atendimento dos usu-
ários do SUS.
 O processo de elaboração e atualização de uma relação de medicamentos e de for-
39
mulário terapêutico envolve necessariamente a composição e manutenção de uma Comissão de 
Farmácia e Terapêutica, composta por equipe multiprofissional.
 É uma instância colegiada criada no âmbito da secretaria de saúde ou do conselho de 
saúde, de caráter consultivo e deliberativo, que tem como finalidade selecionar medicamentos 
essenciais a serem utilizados no sistema. Deve ser composta por profissionais de saúde de várias 
formações, como farmacêuticos, médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas. Além de assessorar 
a gestão nas demais questões referentes a medicamentos, exerce atividades ligadas à promoção 
do uso racional de medicamentos, como definição de diretrizes terapêutica, e à educação de 
prescritores, demais profissionais de saúde e usuários.
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT):
Formulário Terapêutico Nacional - FTN:
 De acordo com a OMS, o desenvolvimento de formulários nacionais de medicamentos 
implica decisão política e de saúde pública, constituindo um esforço direcionado a promover o 
uso racional dos medicamentos essenciais. (op. cit.)
 O FTN contém indicações terapêuticas, contraindicações, precauções, efeitos ad-
versos, interações, esquemas e cuidados de administração, orientação ao paciente, formas e 
apresentações disponíveis comercialmente incluídas na RENAME e aspectos farmacêuticos dos 
medicamentos selecionados. O FTN apresenta indubitáveis benefícios individuais, institucionais 
e nacionais. Para o paciente, contribui para obtenção de terapia com eficácia, segurança, con-
veniência e menor custo. Institucionalmente, favorece a melhoria do padrão de atendimento e 
significativa redução de gastos.
 Ao mesmo tempo em que o medicamento é um importante insumo no processo de 
atenção à saúde, pode também se constituir em fator de risco quando utilizado de maneira ina-
dequada. Não se trata, portanto, de promover o acesso a qualquer medicamento ou de qualquer 
forma, mas sim, de promover o uso racional e seguro desses produtos. (BRASIL, 2002b, p. 13).
 A Lei Federal nº 12.401/2011 que alterou a Lei Federal nº 8.080/90 apresenta a seguin-
te definição:
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas:
Art. 2º A Rename compreende a seleção e a padronização de medicamentos 
indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS.
Parágrafo único. Para os fins do disposto nesta Resolução, medicamentos es-
senciais são aqueles definidos pelo SUS para garantir o acesso do usuário ao 
tratamento medicamentoso (BRASIL, 2012a).
 A demanda por medicamento no SUS é múltipla e crescente, e muitas vezes não é pas-
sível de execução ou incorporação imediata, em face de restrições operacionais e orçamentárias.
40
 Estabelecer protocolos é de fundamental importância na gestão dos medicamentos no 
SUS, pois harmoniza condutas terapêuticas, em conformidade com a medicina baseada em evi-
dências, facilitando o seu acesso.
 Os protocolos clínicos aplicam-se amplamente na assistência à saúde, e não exclusiva-
mente na assistência farmacêutica.
Na Assistência Farmacêutica, são objetivos dos protocolos clínicos:
· Estabelecer os critérios de diagnóstico de cada doença, o tratamento preconizado com os medicamentos 
 disponíveis nas respectivas doses corretas, os mecanismos de controle, o acompanhamento e a verifica-
 ção de resultados;
· Promover o uso racional de medicamentos;
· Criar mecanismos para a garantia da prescrição segura e eficaz;
· Garantir o acesso da população aos medicamentos;
· Fornecer subsídios para a implementação de serviços voltados para a prática de um modelo em Atenção 
 Farmacêutica e a gestão dos medicamentos;
· Padronizar condutas terapêuticas;
· Reduzir a incidência de RAM – Reações Adversas a Medicamento.
5.3 - Prescrição farmacêutica:
 Outras atividades que podem auxiliar os usuários e os gestores de saúde são:
5.4 - Farmácias municipais X dispensários de medicamentos
 Dispensário de Medicamentos é definido no artigo 4º da Lei n.º 5.991/1973 como:
“XIV - Dispensário de medicamentos - setor de fornecimento de medicamentos 
industrializados, privativo de pequena unidade hospitalar ou equivalente”;
• Prescrição farmacêutica, onde o farmacêutico prescreve medicamentos isentos de pres-
crição médica para os transtornos menores; 
• Prescrição farmacêutica de seguimento, onde um farmacêutico com especialização em 
farmácia clínica dá seguimento e acompanhamento de uma prescrição médica de um 
medicamento de uso crônico e/ou atende a protocolos estabelecidos e aprovados no 
âmbito de cada instituição.
 Em ambos os casos há necessidade de um profissional farmacêutico qualificado, com ca-
pacitação específica e um número adequado de profissionais para não comprometer as atividades 
técnico-gerenciais e técnico-assistenciais. Esta atividade profissional está regulamentada pela 
Resolução CFF nº 586 de 29 de agosto de 2013 e resoluções / portarias em municípios e estados 
do país.
41
 Alguns municípios utilizavam-se dessa definição de Dispensário de Medicamentos para, 
até judicialmente, justificarem a não necessidade de contratação de farmacêutico como respon-
sável técnico.
 Porém a Lei 13.021/2014 determinou o seguinte:
Art. 8º Afarmácia privativa de unidade hospitalar ou similar destina-se exclusi-
vamente ao atendimento de seus usuários.
Parágrafo único. Aplicam-se às farmácias a que se refere o caput as mesmas 
exigências legais previstas para as farmácias não privativas no que concerne a 
instalações, equipamentos, direção e desempenho técnico de farmacêuticos, 
assim como ao registro em Conselho Regional de Farmácia.
 Apesar de a Lei não especificar o funcionamento de dispensário de medicamento sem 
um farmacêutico responsável, há de se ressaltar que em uma unidade hospitalar o paciente en-
contra-se interno e sob supervisão médica e de enfermagem.

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