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Contabilidade Tributária Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.a Esp. Nair Moretti Baradel Revisão Técnica: Prof.a Me..Graziela de Faria Santos Soares Revisão Textual: Prof.a Esp. Kelciane da Rocha Campos Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL 5 • Contribuição Social sobre o Lucro - CSL ou Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL • CSLL sobre o lucro presumido ou arbitrado • Lucro real · Conhecimento da legislação, análise e aplicação da tributação na tributação pelo Lucro Presumido, Arbitrado e Lucro Real, bem como a forma de tributação, forma de contabilização. Esta unidade apresenta a tributação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL. O objetivo principal desta unidade é transmitir de forma clara e precisa a aplicabilidade da lei sobre as empresa tributadas pelo sistema de Lucro Presumido, Lucro Real Trimestral, a opção, a forma de apuração baseada no Lucro Real Trimestral ou Anual, como poderemos utilizar os benefícios fiscais concedidos pela legislação brasileira, o que pode ser uma despesa dedutível ou não dedutível, como são feitos os cálculos de ajuste do Lucro Real e do Imposto devido. Como a legislação tributária no Brasil é bastante dinâmica e vive em constante atualização, não poderia deixar de recomendar que se acompanhem as mudanças ocorridas, para que nenhum detalhe de aplicação passe despercebido e coloque o contribuinte em situação de contingência. Não se esqueça de acessar o material didático, onde encontrará o conteúdo e as atividades propostas para esta unidade. Em caso de dúvidas, coloque-as no fórum de discussão. Estaremos em contato permanente com você por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard. Tenha um excelente aproveitamento e conte sempre com o tutor para sanar qualquer dúvida. Bons estudos! Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL 6 Unidade: Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Contextualização Para iniciarmos esta unidade, segue uma figura até certo ponto muito engraçada, pois se trata de uma representação do peso da carga tributária no Brasil. Se analisarmos com bastante cuidado, realmente vamos constatar que a carga tributária pesa como um elefante, não só nas nossas costas como também tem seu peso refletido nos caixas das empresas. Fonte: iStock/Getty Images Não é uma brincadeira. Olhando para essa imagem, faça uma reflexão a partir das seguintes questões: • Qual a importância dos impostos no Brasil? • Qual o retorno, na parte social, que os brasileiros recebem? • O que poderíamos fazer para que os impostos não pesassem tanto? 7 Contribuição Social sobre o Lucro - CSL ou Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Com a edição da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, foi instituída a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL. Os recursos da sua arrecadação tem como destinação o financiamento da seguridade social. Tal lei sofreu diversas atualizações, uma delas, inclusive, podemos observar pelas alterações previstas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Em conjunto com o recolhimento do Imposto de Renda, as pessoas jurídicas também estão sujeitas ao recolhimento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido–CSLL. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL é aplicada com base nas mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas- IRPJ, em que serão mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas em lei, ou seja, se a forma de tributação do IRPJ for lucro presumido ou arbitrado, a CSLL será calculada com base em percentuais de presunção e trimestralmente; se for por lucro real, o cálculo será mensal ou por estimativa e a base será o lucro apurado com os ajustes, conforme determinação legal para essa forma de tributação. Portanto, a pessoa jurídica, quando fizer a opção para a tributação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ, com o pagamento da primeira parcela do imposto, utilizando o código da receita escolhida, automaticamente também deverá recolher a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a CSLL, pelo mesmo sistema - se IRPJ pelo lucro real, CSLL também pelo lucro real e assim por diante. Dessa maneira, caso a empresa faça a opção por recolher o Imposto de Renda Pessoa Jurídica pelo lucro presumido, não é possível fazer o recolhimento da Contribuição Social sobre o lucro líquido – CSLL pelo lucro real, ou seja, uma vez escolhida a forma de tributação, esta servirá tanto para o IRPJ quanto para a CSLL. O valor da CSLL não poderá ser deduzido para efeito de determinação de sua própria base de cálculo (Lei nº 9.316, de 1996, art. 1º) Alíquotas O artigo 3º da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, que institui a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, determina que a alíquota da CSLL é: • 15% (quinze por cento) no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, as de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001; e • 9% (nove por cento) no caso das demais pessoas jurídicas. 8 Unidade: Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Base de cálculo Na determinação do valor de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL serão utilizadas as mesmas normas de apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ, sendo que também serão mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor. Portanto, a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL será calculada para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado, em que a base de cálculo será obtida com base na presunção, mediante a aplicação dos respectivos percentuais de presunção determinados em lei, e para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real, podendo-se optar pela forma de apuração trimestral ou anual, em que o lucro será apurado no sistema trimestral, através das adições e exclusões, e o lucro real anual deverá ser pago mensalmente por estimativa, e no final do ano-calendário deverão ser feitos os ajustes, conforme determinação legal. Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e, no que couberem, as referentes à administração, ao lançamento, à consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias e ao processo administrativo, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação da referida contribuição (Lei no 8.981, de 1995, art. 57). 9 CSLL sobre o lucro presumido ou arbitrado A forma de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é trimestral. Assim como na apuração do Imposto de Renda, as empresas que optarem pelo sistema de tributação do lucro presumido, ou arbitrado, deverão aplicar os percentuais de presunção sobre a receita bruta para determinação do lucro, que servirá de base de cálculo da contribuição social. De acordo com a Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Ministério da Fazenda, as Pessoas Jurídicas submetidas à Apuração do Lucro Presumido e Lucro Arbitrado devem observar as seguintes considerações quanto à base de cálculo e alíquotas quanto à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL: A base de cálculo da CSLL em cada trimestre, apurada com base no resultado presumido ou arbitrado, corresponde à soma dos seguintes valores: 1) 12% (doze por cento) ou 32% (trinta e dois por cento) da receita bruta auferida no período de apuração; 2) 12% (doze por cento) ou 32% (trinta e dois por cento) da parcela das receitas auferidas, no respectivo período de apuração, nas exportações a pessoas vinculadas ou para países com tributação favorecida, que exceder ao valor já apropriadona escrituração da empresa, na forma da legislação específica; 3) Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo item 1 acima, auferidos no mesmo período de apuração. Com relação ao item (2), as seguintes considerações devem ser observadas: a) O percentual da receita bruta para efeito de determinação da base de cálculo da CSLL é de 32 % (trinta e dois por cento) para as atividades de: a.1) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transporte; a.2) intermediação de negócios; a.3) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; a.4) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, e compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). b) No caso de atividades diversificadas, deve ser aplicado o percentual correspondente a cada atividade. c) A partir de 1º de janeiro de 2006, para as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, o percentual também será aplicado sobre a receita financeira da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente da comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato. (Lei nº 11.196, de 2005, art. 34). 10 Unidade: Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Com relação ao item (3), também se incluem nesse tópico: a) os ganhos de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de ouro não caracterizado como ativo financeiro; b) os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de sua aquisição; c) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou direitos; d) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física; e) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção; f) os juros equivalentes à taxa referencial do Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a tributos e contribuições a serem restituídos ou compensados; g) os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de incidência da CSLL com base no resultado ajustado, ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de incidência da CSLL com base no resultado presumido, arbitrado ou Simples; h) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos entregue para a formação do referido patrimônio; i) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável; j) as variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual. Ainda assim, seguem as considerações finais: 1) Os valores de que trata o item 2 devem ser apurados anualmente e acrescidos ao resultado presumido ou arbitrado do último trimestre do ano-calendário, para efeito de se determinar a CSLL devida. 2) Para os efeitos da alínea “a” do item 3, o ganho de capital corresponde à diferença positiva verificada entre o valor da alienação e o respectivo valor contábil. 3) As variações cambiais a que se refere a alínea “j” do item 3 serão consideradas, para efeito de determinação do resultado presumido ou arbitrado da CSLL, quando da liquidação da correspondente operação. À opção da pessoa jurídica, as variações cambiais podem ser consideradas, na determinação da base de cálculo da CSLL, pelo regime de competência, o qual deve ser aplicado a todo o ano-calendário. 4) A pessoa jurídica pode excluir a parcela das receitas financeiras decorrentes da variação monetária dos direitos de crédito e das obrigações, em função da taxa de câmbio, submetida à tributação, segundo regime de competência, relativo a períodos compreendidos no ano-calendário de 1999, excedente ao valor da variação monetária efetivamente realizada, ainda que a operação tenha sido liquidada (MP nº 1.858-10, de 1999, art. 31, parágrafo único, e reedições). 5) O valor do Vale-Pedágio obrigatório, pago pelo embarcador ao transportador, não integra o frete e não deve ser considerado receita operacional ou rendimento tributável. 11 6) Será adicionado ao resultado presumido ou arbitrado o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder ao limite calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis meses, acrescida de três por cento anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros, quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não for registrado no Banco Central do Brasil. 7) No caso de mútuo com pessoa vinculada domiciliada no exterior, a pessoa jurídica mutuante, domiciliada no Brasil, deverá reconhecer, como receita financeira, a diferença entre o valor calculado com base na taxa a que se refere o parágrafo anterior e o valor contratado, quando este seja inferior, no caso de contrato não registrado no Banco Central do Brasil. 8) As pessoas jurídicas que tiverem lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior somente podem optar pelo lucro presumido durante o período em que submetidas ao Refis. 9) Os lucros disponibilizados no exterior e os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior no período em que a pessoa jurídica apurar a CSLL com base no resultado arbitrado devem ser computados na base de cálculo no trimestre da disponibilização dos lucros ou do auferimento dos rendimentos e ganhos de capital. 10) Os rendimentos e ganhos de capital a que se refere o parágrafo acima são os auferidos no exterior, diretamente pela pessoa jurídica domiciliada no Brasil. Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/ContribCsll/PJSubLucroPresArbitrado.htm Acesso em 17 jul. 2015. Dessa forma, para se calcular a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL para as empresas de Lucro Presumido ou Arbitrado, deveremos primeiramente achar a base de cálculo, através do resultado da multiplicação do valor da receita pelo coeficiente de presunção 12% ou 32%, conforme o tipo de atividade, e após a obtenção do lucro presumido, adicionar os resultados das demais receitas. Com isso os rendimentos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou variável também deverão compor a base de cálculo do imposto de renda. A contribuição social retida na fonte ou paga separadamente em guia própria será considerada como antecipação da contribuição devida no trimestre e, dessa forma, poderá ser deduzida do montante a pagar. A Instrução Normativa 104/1998 estabelece que a empresa que apura o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ pelo lucro presumido, seguindo o regime de caixa sobre a receita bruta, também deverá efetuar o cálculo da Contribuição Social sobre LucroLíquido - CSLL pelo regime de caixa e, ao optar pelo regime de competência, fará a apuração da CSLL segundo o regime de competência, ou seja, ao escolher entre regime de caixa e regime de competência, no IRPJ, vincula, também, a forma de apuração da CSLL. 12 Unidade: Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Dedução da receita bruta Para obtenção da base de cálculo da contribuição social pelo lucro presumido ou arbitrado, poderão ter como dedução: • Vendas canceladas, • Descontos incondicionais concedidos e • Impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante, e do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário (IPI e ICMS Substituição Tributária). Deve-se lembrar de que para a base de cálculo da Contribuição Social sobre Lucro Líquido – CSLL, o valor do IPI não deverá ser computado. Adições à base de cálculo À base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, apurada com base no lucro presumido ou arbitrado, deverão, ainda, ser adicionadas as demais receitas, tais como: 1) os ganhos de capital, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade, inclusive: a. os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, exceto se a mutuária for instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil; b. os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições; c. os ganhos auferidos em operações de cobertura (“hedge”) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão; d. a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica, deduzida dos encargos necessários à percepção da mesma; e. os juros relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados; f. as variações monetárias ativas; A partir de 01.01.2000, as receitas decorrentes das variações monetárias dos direitos de créditos e das obrigações, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeitos da base de cálculo, entre uma das seguintes opções: no momento da liquidação da operação correspondente (“regime de caixa”); ou pelo regime de competência, aplicando-se a opção escolhida para todo o ano-calendário. g) juros remuneratórios do capital próprio pagos ou creditados por sociedade da qual a empresa seja sócia ou acionista. 2) Os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e renda variável. 3) O resultado do cálculo do preço de transferência, decorrente de operações externas de exportação ou mútuo com empresas vinculadas ou domiciliadas em países com tributação favorecida. Nessa hipótese, serão somados 12% da diferença da receita de exportações e o valor integral da receita com mútuo apurados segundo as regras do IRPJ. 13 A partir de 01.01.2006, a base de cálculo da CSLL será determinada mediante a aplicação do percentual de 12% (doze por cento) sobre a RECEITA FINANCEIRA da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente de comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato (art. 34, da Lei 11.196/2005, que acresceu o § 2º ao artigo 20 da Lei nº 9.249/95). Exemplo de cálculo da base de cálculo lucro presumido ou arbitrado Uma empresa industrial, tributada pelo lucro presumido, obteve em determinado trimestre: • Receita bruta (proveniente) da venda de mercadoria de R$ 850.000,00; • Ganho na venda de bem do ativo permanente de R$ 15.200,00; • Rendimentos de aplicações financeiras de R$ 2.450,00. Contribuição social sobre o lucro R$ 850.000,00 x 12% ........................................................... R$ 102.000,00 Ganho de capital .................................................................... R$ 15.200,00 Rendimentos financeiros ......................................................... R$ 2.450,00 Base de cálculo da CSLL ......................................................... R$ 119.650,00 Cálculo da Contribuição Social Base de cálculo = R$ 119.650,00 x 9% = R$ 10.768,50 CSLL DEVIDO = R$ 10.768,50 14 Unidade: Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Lucro real Conforme definição dada pela Receita Federal, lucro real é a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros contábeis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais. A apuração do lucro real é feita na parte A do Livro de Apuração do Lucro Real, mediante adições e exclusões ao lucro líquido do período de apuração (trimestral ou anual) do imposto e compensações de prejuízos fiscais autorizadas pela legislação do imposto de renda, de acordo com as determinações contidas na Instrução Normativa SRF nº 28, de 1978, e demais atos legais e infralegais posteriores. Assim, o lucro real é a forma de tributação em que o resultado é apurado através de balancetes, após a adição de despesas não dedutíveis e a exclusão de receitas não tributadas, podendo-se optar pelo sistema trimestral ou anual. A tributação pelo lucro real pode ser utilizada por empresas de grande ou pequeno porte, porém algumas empresas estão obrigadas a pagar seus impostos por esse sistema, cuja obrigatoriedade está descrita no art. 14 da Lei no. 9.718/98. As empresas que fizeram a opção pelo lucro real terão como base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL o valor do resultado do exercício, antes de serem computadas as provisões de CSLL e de IRPJ. Para efeito, será determinado conforme descrito no artigo 2o da referida Lei: a) será considerado o resultado do período-base encerrado em 31 de dezembro de cada ano; b) no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, a base de cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço; c) o resultado do período-base, apurado com observância da legislação comercial, será ajustado pela: 1. 1.exclusão do resultado positivo de equivalência patrimonial; 2. 2.exclusão da receita de dividendos provenientes de investimentos avaliados pelo custo de aquisição; 3. 3.(Revogado pela Lei nº 7.856, de 1989); 4. 4.adição do resultado negativo de equivalência patrimonial. § 2º No caso de pessoa jurídica desobrigada de escrituração contábil, a base de cálculo da contribuição corresponderá a dez por cento da receita bruta auferida no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano, ressalvado o disposto na alínea b do parágrafo anterior. Atenção A partir do exercício de 1989, a provisão para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL deverá ser deduzida do resultado antes da Provisão para o Imposto de Renda. Ou seja, a parcela de contribuição social é considerada despesa não dedutível para fins de apuração do lucro real. 15 Compensação de resultado negativo Na apuração da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real poderão efetuar a compensação da base de cálculo negativa de períodos anteriores com os resultados positivos dos períodos subsequentes, ajustados pelas adições e exclusões previstas na legislação da CSLL, até o limite de 30% do lucro apurado no período. Para que possa se utilizar da compensação, é necessário que a pessoa jurídica mantenha a escrituração dos livros contábeis exigidos pelalegislação fiscal e mantenha, também, a guarda dos documentos comprobatórios que deram origem à escrituração pelo período exigido em legislação. CSLL – apuração trimestral A empresa que optar pelo regime de apuração do lucro real trimestral deverá a cada trimestre do ano (31 de março; 30 de junho; 30 de setembro e 31 de dezembro) levantar balanço acumulado no período trimestral e apurar de forma definitiva o Imposto de Renda e a Contribuição Social. A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL das empresas tributadas pelo sistema de lucro real apuração trimestral é o lucro líquido do período de apuração, antes da provisão para a contribuição social sobre o lucro líquido – CSLL e do Imposto de Renda – IRPJ, ajustados pelas adições e exclusões. Fórmula para apuração da base de cálculo da CSLL Resultado do Exercício antes das provisões do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro (+) Adições (–) Exclusões Base de cálculo antes da compensação (*) (–) Base de cálculo negativa de períodos anteriores (limitada a 30% do valor (*)) = Base de cálculo da Contribuição Social 16 Unidade: Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Exemplo de cálculo Portanto, de forma bem simplista, podemos exemplificar: Uma empresa tributada pelo lucro real trimestral, no segundo trimestre, obteve os seguintes dados: Lucro antes do IR e CSLL R$ 432.00,00 Refeições dos sócios R$ 1.200,00 Provisões para calamidade R$ 54.000,00 Equivalência patrimonial R$ 21.600,00 Base negativa de CSLL do 1º trimestre R$ 196.500,00 Com base nos dados apresentados, podemos calcular: Resultado do exercício (Antes do IR e CSLL) ............................ R$ 432.000,00 (+) Adições: Refeições de sócios ........................ 1.200,00 Provisões não dedutíveis ................. 54.000,00 ...................... R$ 55.200,00 (–) Exclusões: Equivalência patrimonial ......................................................... (R$ 21.600,00) Base de cálculo antes da compensação .................................... R$ 465.600,00 Compensação de base negativa 1º trimestre (correspondente a 30% do item acima) (R$ 465.600,00 x 30% = R$ 139.680,00) ............................. (R$ 139.680,00) Base de cálculo da Contribuição Social ......................................... R$ 325.920,00 Cálculo da CSLL R$ 325.920,00 x 9% = 29.332,80 Portanto, o valor da Contribuição sobre o Lucro Líquido devido no 2º trimestre será de R$ 29.332,80. Observação: o item refeição de sócios é considerado despesa não dedutível para efeito de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. CSLL – apuração anual Todo mês, as pessoas jurídicas optantes pelo lucro real anual deverão pagar a contribuição social sobre o lucro líquido – CSLL sobre a base de cálculo estimada. Os valores pagos sobre o lucro líquido estimado poderão ser deduzidos do valor da contribuição social sobre o lucro líquido apurado no final do exercício social ajustado. De acordo com o artigo 1º da Lei 9.316/96, o valor da CSLL não pode servir para dedução na determinação do lucro real, nem mesmo para a determinação da sua própria base de cálculo. Para o pagamento mensal estimado, a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL será o valor do resultado da aplicação do percentual de presunção sobre a receita bruta somado aos ganhos de capital, dos rendimentos e ganhos de aplicações financeiras e das demais receitas e resultados positivos. 17 De acordo com a legislação vigente, os percentuais a serem aplicados para a obtenção da base de cálculo são: 12% para empresas em geral; 32% para as pessoas jurídicas que desenvolvam as seguintes atividades: • Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; • Intermediação de negócios; • Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; • Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). Resumindo: o valor será o percentual da receita bruta mensal, com a exclusão das vendas canceladas, das devoluções de vendas e dos descontos incondicionais concedidos, que pode ser 12% (doze por cento) para as pessoas jurídicas em geral ou 32% para as pessoas jurídicas prestadoras de serviços. No cálculo da CSLL por estimativa, as receitas financeiras irão compor a base de cálculo. O valor pago mensalmente a título de antecipação será recuperado no final do ano. A contabilização será em conta do ativo em Contribuição Social a recuperar. No final do exercício contabiliza-se a provisão da contribuição no passivo circulante. Deve ser feita a confrontação do ativo e passivo, para definição do saldo a pagar ou a recuperar. Exemplo de cálculo da CSLL pelo regime de estimativa (lucro real anual) Uma empresa fabricante de produtos metalúrgicos, tributada pelo lucro real anual – recolhendo a CSLL pelo sistema de estimativa obteve no mês de julho de 20x4 os seguintes dados: • Receita bruta da venda de mercadoria de R$ 430.000,00. • Receita de Prestação de serviços: R$ 160.000,00. • Rendimentos de aplicações financeiras de R$ 7.500,00. Contribuição social sobre o lucro líquido – estimativa Receita de vendas – R$ 430.000,00 x 12% ............................. R$ 51.600,00 Receita de serviços – R$ 160.000,00 x 32% ............................ R$ 51.200,00 Rendimentos de aplicações financeiras ..................................... R$ 7.500,00 Base de cálculo da CSLL ........................................................ R$ 110.300,00 Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido por estimativa Base de cálculo = R$ 110.300,00 x 9% – R$ 9.927,00 CSLL DEVIDO = R$ 9.927,00 18 Unidade: Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Balanço de suspensão ou redução do pagamento da CSLL Mantendo-se a orientação dada pela Receita Federal, a mesma forma de tributação adotada para fins de apuração do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ deverá ser adotada para apuração da contribuição social sobre o lucro líquido. Dessa forma, a pessoa jurídica que levantou balancete para suspensão ou redução do pagamento do imposto de renda em um determinado mês do ano-calendário deverá também apurar a contribuição social sobre o lucro líquido apurado com base nesse balancete, ajustado pelas adições e exclusões conforme determinação legal, sendo permitida a compensação da base negativa da CSLL, observados os limites de 30%, mesmo que a base de cálculo apurada seja superior à base de cálculo estimada. A pessoa jurídica, optando por suspender ou reduzir o valor da CSLL devida mensalmente por estimativa, através de levantamento de balanço ou balancete de suspensão ou redução, pagará a CSLL relativamente ao período em curso com base nesse balanço ou balancete, sendo possível suspender o pagamento, desde que seja demonstrado que o valor da CSLL devida, calculado com base no lucro ajustado do período em curso, é igual ou inferior à soma da CSLL devida, considerando os mesmos meses do ano-calendário, anteriores àquele cujo pagamento se deseja suspender. Será também possível reduzir o valor da CSLL ao montante correspondente à diferença positiva apurada entre o período em curso e a soma da CSLL devida correspondente igualmente aos meses do ano-calendário, anteriormente àquele em que se deseja reduzir o valor do pagamento. O balanço ou balancete de suspensão ou de redução do imposto deverá compreender o período entre 1o de janeiro do respectivo ano e a data da apuração do lucro. Assim, a pessoa jurídica pagou o imposto dos meses dejaneiro, fevereiro, março e abril com base na receita bruta e em 31 de maio levantou o balanço; o lucro real desse balanço terá de compreender o período de 1º de janeiro a 31 de maio do respectivo ano. Comparação para redução ou suspensão Suponhamos que uma empresa industrial esteja recolhendo seus impostos pelo sistema de lucro real – anual. Nos meses de janeiro, fevereiro e março do ano-calendário atual, recolheu a CSLL por estimativa e para o mês de abril resolve levantar o balancete para análise de suspensão ou redução do valor a ser pago. As receitas auferidas foram: Janeiro R$ 975.000,00. Fevereiro R$ 2.342.870,00. Março R$ 1.079.000,00. Abril R$ 975.000,00. Com base nessas informações, vamos demonstrar a CSLL recolhida com base em estimativa, lembrando que o mês de abril deverá ter o recolhimento da CSLL suspenso ou reduzido com base no levantamento do balancete. 19 Comparação: CSLL recolhida com base em estimativa, utilizado o coeficiente de presunção de 12% em virtude das receitas serem provenientes da atividade industrial. Meses Receita Bruta (Base de Cálculo da CSLL) CSLL recolhida (9%) Janeiro 975.000,00 117.000,00 10.530,00 Fevereiro 2.342.870,00 281.144,40 25.303,00 Março 1.079.000,00 129.480,00 11.653,20 – TOTAIS 4.396.870,00 527.624,40 47.486,20 No levantamento do balancete de 01 de janeiro até 30 de abril do ano-calendário atual, foram obtidos os seguintes resultados: Balancete período de 01 de janeiro a 30 de abril do ano calendário atual. Meses Resultado Contábil Ajustes (adições menos Exclusões) Lucro Real / Base de Cálculo CSLL No mês Acumulado no Ano No mês Acumulado no Ano Acumulado no Ano Janeiro 58.500,00 58.500,00 1.234,00 1.234,00 59.734,00 Fevereiro 140.572,20 199.072,20 5.543,00 6.777,00 205.849,20 Março 64.740,00 263.812,20 3.232,00 10.009,00 273.821,20 Abril 56.700,00 320.512,20 6.541,00 16.550,00 337.062,20 P ortanto, observando os resultados chegamos à seguinte conclusão: a) No período de janeiro até o mês de março foi recolhido para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL base de cálculo estimativa o valor total de R$ 47.486,20. b) No levantamento do balancete do período de 01 de janeiro a 30 de abril, chegou-se ao lucro real (após ajustes de adições e exclusões) acumulado de R$ 337.062,20 que servirá de base para cálculo da CSLL. Assim sendo, R$ 337.062,20 x 9% = R$ 30.335,60. Portanto, o valor devido da CSLL constatado pelo balancete de suspensão é menor que o valor já recolhido nos três primeiros meses do ano. Conclusão: Em virtude do valor devido de CSLL de janeiro a abril ser R$ 30.335,60 e o valor já pago ter sido R$ 47.486,20, a empresa poderá suspender o pagamento do mês de abril. Para os demais meses poderá utilizar a estimativa. Porém, caso queira, poderá levantar novos balancetes para os meses em que desejar suspender ou reduzir o pagamento da referida contribuição. 20 Unidade: Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Material Complementar Livros: AVILA, H. Sistema constitucional tributário. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. (e-book). BOMFIM, D. Tributação e livre concorrência. São Paulo: Saraiva, 2010. (e-book). CHIMENTI, R. C.; TOLEDO. A teoria e prática do direito tributário. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2007. (e-book). LUZ, E. E. Contabilidade tributária. Curitiba: IBPEX, 2010. (e-book). POLONIO, W. A. Terceirização: aspectos legais, trabalhistas e tributários. São Paulo: Atlas, 2001. (e-book). Sites: Acesso à Legislação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido pelo site da Receita Federal. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/ContribCsll/Default.htm Acesso em: 22 nov. 2014 21 Referências FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013. OLIVEIRA, L. M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, M. B. Manual de contabilidade tributária. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012. PEGAS, P. H. Manual de contabilidade tributária. 7. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2011. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 7.689/88. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7689.htm. Acesso em 22 nov. 2014. 22 Unidade: Tributos diretos - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Anotações