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Gestão Tributária e 
Inteligência Fiscal
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Tributos 
Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. José Carlos Pereira de Almeida
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Formas de Tributação do Imposto de Renda da 
Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL);
• Tributação com Base no Lucro Presumido;
• Tributação com Base no Lucro Real;
• Tributação com Base no Lucro Arbitrado;
• Considerações Finais.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivo
• Apresentar as diversas formas de tributação do lucro das empresas criando condições 
para o aluno optar pela forma mais econômica no desembolso de tributos. 
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
A Prática da Gestão Tributária em Relação 
aos Tributos Incidentes sobre o Resultado 
das Empresas
UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Tributos 
Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Contextualização 
O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
são tributos que, dentro da tipologia tributária, fazem parte dos tributos diretos, e são de 
competência da União.
Dessa forma e para que a empresa tenha uma boa gestão tributária dos mesmos, 
faz-se necessária a escolha do regime tributário que melhor se encaixa no modelo em-
presarial. Sendo assim, é de extrema importância que o gestor tributário tenha o conhe-
cimento das modalidades existentes, bem como de suas especificidades, para que possa 
decidir em conjunto com a direção da empresa a melhor e mais econômica forma de 
tributação. Essa decisão deverá estar acompanhada de estudos e simulações de tributa-
ção em cada uma das modalidades analisadas, compreendendo o Lucro Presumido, o 
Lucro Real e o Lucro Arbitrado, pois cada uma delas apresenta suas particularidades de 
acordo com a legislação tributária vigente.
Facilitará muito o trabalho de planejamento a existência de uma previsão orçamen-
tária para o próximo exercício, pois é através dela que a alta direção da empresa apre-
sentará as suas expectativas de faturamento, custos, despesas, margem de lucro, dentre 
outras informações.
Nesse contexto, a missão do gestor é fazer com que as empresas recolham o IRPJ e 
a CSLL de acordo com a legislação pertinente e que os seus recolhimentos tenham a 
menor carga tributária possível incidente sobre suas operações.
Lembrando que este assunto não se esgota aqui, é importante que você busque sem-
pre se atualizar com pesquisas e leituras, sempre estar informado em relação à legisla-
ção tributária para poder ajudar as empresas no desempenho em suas atividades. Afinal, 
o custo tributário causa um grande impacto nessas atividades e deve ser minimizado o 
máximo possível.
Bons estudos!
6
7
Formas de Tributação do Imposto de Renda 
da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
Segundo Pêgas (2017, p. 430), a tributação sobre o lucro absorve parte do resultado 
positivo das empresas não incidindo exatamente sobre o lucro contábil gerado em de-
terminado período.
Dessa forma, a legislação tributária não reconhece especificamente o lucro ou preju-
ízo apurado na escrituração contábil como base para os tributos (IRPJ e CSLL). 
O fisco exige que, no caso da apuração com base no Lucro Real, a base de cálculo para 
determinação do Imposto de Renda e da Contribuição Social seja o Lucro Real ou Lucro Fis-
cal, que é obtido através de ajustes feitos ao lucro apurado na escrituração contábil da empresa.
Outra forma que o fisco também pode utilizar para a determinação da base de cálculo 
do IR e da CSLL é a receita bruta, como veremos no Lucro Presumido, para a determi-
nação do lucro da PJ e consequentemente a base de cálculo dos tributos (IRPJ e CSLL).
E, finalmente, quando ocorridos alguns fatos que impeçam a determinação da base 
de cálculo do IRPJ e da CSLL, quer seja pelo lucro fiscal ou receita bruta, faz-se ne-
cessário o fisco encontrar outro método para a determinação do lucro, que é o Lucro 
Arbitrado, lembrando que esse método pode também ser utilizado como uma forma de 
planejamento tributário pela própria empresa. 
A seguir, abordaremos com mais detalhes as formas de apuração do IR e da CSLL, 
tendo como base de cálculo o Lucro Presumido, Lucro Real e Lucro Arbitrado.
Tributação com Base no Lucro Presumido
O Lucro Presumido está disposto no Decreto nº. 9.580, de 22 de novembro de 2018 
(a partir de agora, tão somente denominado RIR/2018), entre os artigos nº. 587 e 601 
e pela IN RFB nº. 1700, de 14 de março de 2017 (a partir de agora, tão somente de-
nominada IN RFB nº. 1700/2017), entre os artigos nº. 214 e 225, estabelecendo sua 
base de cálculo, alíquotas, deduções, regime de reconhecimento das receitas, cálculo do 
imposto, obrigações acessórias, omissão da receita, dentre outras informações.
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UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Tributos 
Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Conceito
O Lucro Presumido é a forma de tributação simplificada que visa determinar a base 
de cálculo do IRPJ e da CSLL através da receita bruta auferida no período.
A opção por esse regime de tributação não é obrigatória, a legislação estabelece al-
gumas exceções para a opção pelo Lucro presumido, que obrigam alguns contribuintes 
a se enquadrarem obrigatoriamente no Lucro Real, conforme veremos mais à frente.
Momento da Opção pelo Lucro Presumido
A pessoa jurídica, em linhas gerais, pode optar pelo Lucro Presumido em algumas 
situações (desde que não obrigadas ao Lucro Real):
1. A partir do mês de abertura do ano-calendário, tendo a sua opção manifesta-
da através do pagamento do Documento de Arrecadação de Receitas Federais 
(DARF) do IRPJ relativo ao trimestre da abertura;
2. A partir do momento em que a PJ for desenquadrada do Simples Nacional 
(SN), tendo a sua opção manifestada através do pagamento do DARF de IRPJ 
relativo ao trimestre que compreenda o mês a partir do qual se darão os efeitos 
do desenquadramento;
3. A partir do momento em que a PJ resultante da incorporação, fusão ou cisão 
faça a opção pelo Lucro Presumido através do pagamento do DARF;
4. A partir do trimestre seguinte ao que tiver sido o lucro da PJ arbitrado.
Salientando que a opção pela forma de tributação é irretratável para todo o ano calen-
dário, não sendo permitido à pessoa jurídica voltar atrás, principalmente porque a RFB 
não aceita a retificação do DARF (o REDARF) para alterar a forma de tributação do IRPJ.
Limite de Receita Bruta
Para a opção pela tributação do IR e da CSLL com base no Lucro Presumido, a 
Receita Bruta da empresa não pode no ano imediatamente anterior ao da opção, ter 
ultrapassado R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou R$ 6.500.000,00 
(seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicados pelo número de meses de atividade no 
caso das empresas que iniciaramsuas atividades em qualquer mês do ano.
Periodicidade
O Lucro Presumido tem como periodicidade a apuração trimestral, ou seja, os tribu-
tos IRPJ e CSLL serão calculados a cada trimestre a saber:
1. 31 de março (1º trimestre);
2. 30 de junho (2º trimestre);
3. 30 de setembro (3º trimestre); e
4. 31 de dezembro (4º trimestre).
8
9
Base de Cálculo
No Lucro Presumido para efeito da determinação da base de cálculo do IRPJ e da 
CSLL, serão levados em consideração:
1. as vendas de produtos de fabricação própria e revenda de mercadorias;
2. os serviços prestados a terceiros;
3. os serviços de representação comercial; e
4. toda a receita ligada a atividade fim, ou seja, objeto principal PJ.
Regimes de Reconhecimento das Receitas
De acordo com o artigo 587, § 2º do RIR/2018 e artigos 215, § 9º, 223 e 224 da 
IN RFB nº. 1700/2017, as receitas auferidas pela PJ na determinação de sua base de 
cálculo poderão ter a seguinte forma de reconhecimento:
1. Regime de Competência: o tributo incide sobre a receita bruta pelo docu-
mento oficial da operação (nota fiscal de vendas, serviços etc.) independente do 
seu recebimento;
2. Regime de Caixa: o tributo incide sobre os recebimentos a prazo ou sobre 
suas parcelas, sendo inseridos na composição da base de cálculo dos meses de 
recebimento.
Observe que o Regime de Caixa é muito favorável para a empresa, uma vez que o 
tributo só é calculado e recolhido após o recebimento da parcela da venda, isso faz com 
que a empresa não desembolse recursos para pagamento de tributos antes do seu efetivo 
recebimento, prejudicando o seu fluxo de caixa.
Outro aspecto importante dessa forma de apuração, é que, não acontecendo o re-
cebimento das parcelas da venda, não haverá a tributação, o que não ocorre no regime 
de competência.
Deduções da Receita Bruta
Da receita bruta, poderão ser deduzidas as seguintes operações relativas à atividade 
da empresa:
1. As vendas canceladas e devoluções de vendas (produtos ou mercadorias);
2. Os descontos incondicionais concedidos (aqueles destacados em nota fiscal de 
venda ou de serviços);
3. Os tributos não cumulativos cobrados e que são destacados em documento do 
comprador ou vendedor (IPI e o ICMS ST);
4. As receitas de programas de incentivos de solicitação de notas fiscais de Estados, 
Distrito Federal e Munícipios; 
5. As operações vinculadas à receita bruta e decorrentes do ajuste a valor presente.
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UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Tributos 
Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Percentuais sobre a Receita Bruta
De acordo com o RIR/2018, em seus artigos 591 e 592 e IN RFB nº. 1700/2017, 
em seu artigo 33, serão aplicadas os seguintes percentuais sobre a receita bruta da ati-
vidades, para fins de apuração do IRPJ:
Tabela 1 – Alíquotas do IRPJ
Atividades Percentuais
Percentuais reduzidos, 
Receita Anual até 
R$ 120.000,00*
Comércio e Indústria 8,0
Atividades que não podem 
se beneficiar da redução
do percentual
Serviços de Transporte de Cargas 8,0
Sobre a receita bruta dos serviços hospitalares 8,0
Sobre a receita bruta de construção por empreitada, quando houver 
emprego de materiais na modalidade total, fornecendo o empreiteiro 
todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais 
incorporados à obra (IN RFB nº 1.234/2012, artigos 2º, § 7º, e 38, inciso II).
8,0
Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis 
construídos ou adquiridos para revenda.
8,0
Serviços de transporte de passageiros 16,0
Revenda de combustíveis derivados de petróleo e álcool, inclusive gás 1,6
Prestadoras de serviços relativos ao exercícios de profissões legalmente 
regulamentada, inclusive escolas (S/C do antigo regime do DL 2.397)
32,0
Intermediação de negócios, inclusive corretagem (seguros, imóveis, dentre 
outros) e as de representação comercial
32,0 16,0
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, e móveis 32,0 16,0
Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra 32,0 16,0
Prestação de serviços de gráfica, com ou sem fornecimento de material, em 
relação à receita bruta que não decorra de atividade comercial ou industrial
32,0 16,0
Prestação de serviços de suprimento de água tratada e coleta de esgoto 
e exploração de rodovia mediante cobrança de pedágio 
(Ato Declaratório COSIT nº 16/2000)
32,0 16,0
Diferencial entre o valor de venda e o valor de compra de veículos usados 32,0 16,0
Prestação de qualquer outra espécie de serviço 32,0 16,0
Fonte: Adaptado de RFB (2018)
No que se refere à CSLL, serão aplicadas as seguintes alíquotas para a determinação 
da sua base de cálculo:
1. 12% (sobre a receita de vendas);
2. 32% (sobre a prestação de serviços).
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Demais Receitas, Resultados ou Ganhos de Capital
Conforme o artigo 595 do RIR/2018 e artigo 215, § 3º da IN RFB nº. 1700/2017, 
serão acrescidas à apuração do Lucro Presumido as seguintes receitas de:
1. Ganhos de capital nas alienações de ativos;
2. Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de opera-
ções financeiras de renda variável (conforme o seu resgate ou alienação);
3. Juros relativos à remuneração do capital próprio;
4. Juros Selic a serem restituídos ou compensados;
5. Rendimentos obtidos nas operações de mútuo;
6. Demais receitas, rendimentos e resultados positivos.
Alíquotas dos Tributos
A alíquota do IRPJ é de 15%, além do adicional de 10% que é calculado sobre a par-
cela do lucro que exceder a importância de R$ 20.000,00 multiplicados pelo número de 
meses do período de apuração, e a alíquota da CSLL é de 9%. 
Deduções
Depois de apurados os valores dos tributos devidos (IRPJ e CSLL), poderão ser de-
duzidos os seguintes valores:
1. o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e a Contribuição Social Retida na 
Fonte (CSLL) incidente sobre as receitas de prestação de serviços a terceiros;
2. o IRRF e a CSLL retida sobre importâncias recebidas de entidades da adminis-
tração pública federal; 
3. o IRRF sobre ganhos líquidos de aplicação financeira etc.
Compensações
Dos valores apurados do IRPJ e da CSLL devidos, poderão ser compensados me-
diante entrega do Programa Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou Restituição e De-
claração de Compensação (PER/DCOMP):
1. Os pagamentos indevidos ou a maior (tributos pagos e administrados pela RFB);
2. O saldo negativo do IRPJ e da CSLL apurados em períodos anteriores, não 
compensados (a serem definidos no Lucro Real).
Exemplo de Cálculo do I.R e da CSLL
Vamos apresentar a seguir um exemplo de cálculo do I.R e da CSLL de uma empresa 
que tem atividade comercial e de prestação de serviços que fez a opção pela tributação com 
base no Lucro Presumido, cujas receitas foram auferidas no primeiro semestre de 2018.
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UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Tributos 
Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Tabela 2 – Apuração e cálculo do IRPJ e da CSLL no trimestre
IRPJ – Trimestre CSLL – Trimestre
Receita de vendas de mercadorias 1.500.000,00 Receita de vendas de mercadorias 1.500.000,00
(–) ICMS substituição tributária -150.000,00 (–) ICMS substituição tributária -150.000,00
(=) Vendas Líquidas 1.350.000,00 (=) Vendas Líquidas 1.350.000,00
(A) X 8 % 108.000,00 (A) X 12% 162.000,00
Prestação de Serviços 200.000,00 Prestação de Serviços 200.000,00
(B) X 32% 64.000,00 (B) X 32% 64.000,00
(C) Ganho de Capital 50.000,00 (C) Ganho de Capital 50.000,00
(A+B+C) Lucro Presumido 222.000,00 (A+B+C) Base de Cálculo 276.000,00
IRPJ devido – 15% 33.300,00 CSLL devida – 9% 24.840,00
ADICIONAL devido – 10% 16.200,00 (=) CSLL a recolher 24.840,00
(=) IRPJ a recolher 49.500,00
Com base na Tabela 2, podemos perceber que a apuração dos tributos se deu da 
seguinte forma:
1. IRPJ: sobre o resultado das vendas de mercadorias líquidas (A) e dos serviços 
prestados (B) do trimestre foram aplicados os percentuais de presunção estabe-
lecidos na Tabela 1, de acordo com a atividade da PJ. Sendo a eles somadas as 
demais receitas (C) apuradasno período. E, finalmente, aplicadas as alíquotas 
de 15% sobre o Lucro Presumido e 10% de adicional sobre o excedente de 
R$ 162.000,00 (R$ 222.000,00 – R$ 60.000,00). Observe que esse valor de 
R$ 60.000,00 é o resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de 
meses, ou seja 3. Caso a empresa tivesse atividade de somente dois meses no 
referido trimestre, esse valor seria de R$ 40.000,00 e assim por diante.
2. CSLL: sobre o resultado das vendas de mercadorias líquidas (A) e dos servi-
ços prestados (B) do trimestre foram aplicados os percentuais estabelecidos na 
 Tabela 1, de acordo com a atividade da PJ. Sendo a eles somadas as demais 
receitas (C) apuradas no período. E, finalmente, aplicadas as alíquotas de 9% 
sobre a Base de Cálculo.
Os valores de IRPJ e CSLL deverão ser pagos em quota única, até o último dia útil do 
mês subsequente ao do encerramento do período de sua apuração ou, por opção da empre-
sa, em até 3 quotas mensais, iguais e sucessivas e não inferiores a R$ 1.000,00 cada uma.
O pagamento deverá ser feito através de DARF sob os seguintes códigos da receita:
Tabela 3 – Códigos da Receita do DARF (Lucro Presumido)
IRPJ CSLL 
– 2089. – 2372.
Fonte: RFB (2019)
12
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Distribuição de Lucros – Regra Geral
Quando uma empresa gera lucros, eles são distribuídos para os sócios ou acionistas. 
No âmbito dos tributos federais, o fisco não obriga que as empresas optantes pelo Lucro 
Presumido mantenham escrituração contábil para a comprovação do lucro, uma vez que 
a tributação é definitiva, ou seja, depois de aplicados os percentuais e seguidas demais 
regras de apuração do imposto, não é necessário comprovação da realização ou não do 
lucro apurado.
E, para as empresas do lucro presumido, como proceder para a distribuição do Lucro?
Conforme o artigo 238 da IN RFB nº. 1700, poderão ser pagos a título de distribui-
ção de lucros os valores do Lucro Presumido, diminuído de todos os impostos e contri-
buições a que estiver sujeita a PJ.
Tabela 4 – Distribuição de Lucros pela presunção
Cálculo da Distribuição de Lucros
LUCRO PRESUMIDO 222.000,00
(–) IRPJ –49.500,00
(–) CSLL –24.840,00
(–) PIS/PASEP –10.075,00
(–) COFINS –46.500,00
(=) LUCRO A DISTRIBUIR 91.085,00
Porém, alternativamente, conforme a Tabela 5, ao lucro apurado na presunção, a PJ 
poderá distribuir o lucro contábil, sendo que, em ambos os casos, não haverá incidência 
de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) para o beneficiário.
Tabela 5 – Distribuição de Lucros apurados na escrituração contábil
Cálculo da Distribuição de Lucros
01 – LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO 1.000.000,00
02 – (–) PREJUÍZOS ACUMULADOS –350.000,00
03 – (=) LUCROS ACUMULADOS NÃO DESTINADOS 650.000,00
04 – (=) LUCRO A DISTRIBUIR 650.000,00
É importante lembrar que a escrituração contábil é obrigatória para qualquer empre-
sa que tenha uma receita bruta superior a R$ 81.000,00 no ano nos termos do Código 
Civil Brasileiro. Observe que, quando a RFB dispensa a escrituração contábil das empre-
sas optantes pelo lucro presumido, ela está fazendo no âmbito de sua jurisdição, o que 
não significa que a empresa esteja desobrigada da escrituração contábil.
Também é importante citar que as empresas que tenham débitos de origem tributária 
não podem distribuir lucros aos seus sócios ou acionistas.
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UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Tributos 
Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Obrigações Acessórias
Conforme o artigo 600 do RIR/2018, a PJ cuja opção foi pelo regime de tributação 
com base no lucro presumido, deverá manter as seguintes obrigações acessórias:
1. Escrituração contábil, ou, alternativamente quando a PJ mantiver livro-caixa;
2. Escrituração contábil digital (ECD), de forma obrigatória, em substituição à letra 
“a”, quando a pessoa jurídica distribuir lucros ou dividendos sem a incidência do 
imposto de renda retido na fonte (IRRF) com base no lucro contábil (Tabela 5);
3. Livro registro de inventário, com os estoques do término do ano-calendário.
Caro(a) aluno(a), você observou que a tributação com base no Lucro Presumido é 
bastante simplificada e podemos afirmar que é uma excelente opção de planejamento 
tributário para algumas atividades, especificamente aquelas atividades de prestação de 
serviços que apresentam uma rentabilidade alta e apresentam custos e despesas baixos. 
Mas é importante lembrar que há outros requisitos a serem analisados para a tomada de 
decisão quanto a essa forma de tributação.
Tributação com Base no Lucro Real
Ao contrário do Lucro Presumido que tem a sua apuração bastante simplificada, va-
mos ver agora a tributação com base no Lucro real que é um tanto complexa. 
O Lucro Real está disposto no RIR/2018, entre os artigos nº. 257 a 586, estabele-
cendo sua base de cálculo, alíquotas, deduções, obrigações acessórias, incentivos fiscais, 
dentre outras informações.
Nesse parágrafo, você já percebeu que o Lucro Real dever ser complexo mesmo, 
pois o RIR/2018 destina 329 artigos somente sobre essa forma de tributação. Mas fique 
tranquilo(a), isso não é nada que não possa ser entendido quando bem e calmamente 
estudado e praticado.
Conceito
Nessa forma de tributação, o IRPJ e a CSLL incidem sobre o resultado, ou seja, o 
lucro é efetivamente apurado pela PJ e de acordo com sua escrituração (feitos alguns 
ajustes determinados pela legislação fiscal e tributária). A definição de lucro real prevista 
nos diplomas legais é a seguinte: Lucro Real é o lucro do período de apuração ajustado 
pelas adições, exclusões ou compensações previstas na legislação. 
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Empresas obrigadas a optar pelo Lucro Real
O artigo 257 do RIR/2018 informa quais são as empresas obrigadas à tributação 
com base no Lucro Real. Veja:
1. Empresas cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de 
R$ 78.000.000,00 ou proporcional a R$ 6.500.000,00 ao mês;
2. Cujas atividades sejam de bancos (comerciais, de investimentos, de desenvolvi-
mento), agências de fomento, caixas econômicas, sociedades (de crédito, finan-
ciamento e investimento, de crédito imobiliário, corretoras de títulos, valores mo-
biliários e câmbio, de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno 
porte), distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento 
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitali-
zação e entidades abertas de previdência complementar;
3. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
4. Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relati-
vos à isenção ou à redução do IRPJ;
5. Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo 
regime de estimativa;
6. Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de 
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, adminis-
tração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultante 
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);
7. Que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financei-
ros e do agronegócio;
8. Que tenham sido constituídas como sociedades de propósito específico (SPE), 
formadas por microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP);
9. Que tenham isenção de imposto sobre a renda o ganho de capital auferido por 
pessoa física, até 31 de dezembro de 2023, na alienação, realizada no mercado 
à vista de bolsas de valores, de ações que tenham sido emitidas por companhias 
(artigo 16, da Lei nº. 13.043, de 13 de novembro de 2014).
Ajustes determinados pela legislação fiscal e tributária
Os ajustes a serem feitos na apuração do Lucro Real estão previstos nos 260 e 261, 
do RIR/2018, e são definidos como adições de despesas que foram contabilizadas e que 
não foram aceitas pelo fisco para a redução do resultado do período, e também de re-
ceitas exigidas pelo fisco que não foram contabilizadas em receita. Porém, o fisco exige 
que sejam reconhecidascomo aumento no lucro.
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Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Exemplos de Adições: multas por infrações fiscais, brindes, doações (exceto as 
 determinadas pelo RIR/2018), créditos incobráveis, resultado negativo da equivalência 
patrimonial etc.
Da mesma forma, podemos definir como exclusões as receitas contabilizadas e não 
aceitas pelo fisco e que tenham os seus valores diminuídos do resultado da PJ, bem 
como despesas exigidas pelo fisco que não foram contabilizadas em despesas. Porém, o 
fisco exige que sejam reconhecidas como redução do lucro.
Exemplos de Exclusões: resultado positivo da equivalência patrimonial, lucros e 
dividendos de participações societárias etc.
Prejuízos Fiscais e Base Negativa da CSLL
Do resultado operacional antes da CSLL e do IRPJ e após feitos os ajustes determi-
nados pela legislação tributária (adições e exclusões) e caso a empresa tenha registrado 
um prejuízo, esse passará a ser denominado Prejuízo Fiscal para efeito do IRPJ e Base 
Negativa da CSLL para efeito da CSLL.
Sendo assim e com base na Tabela 6, temos a exemplificação da Resultado Opera-
cional antes da CSLL e do IRPJ e antes dos ajustes fiscais.
Tabela 6 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Demonstração do Resultado do Exercício
Receita Bruta Operacional 500.000,00
(–) Tributos sobre Vendas – 136.250,00
(=) Receita Líquida Operacional 363.750,00
(–) Custo de Mercadorias Vendidas –109.125,00
(=) Lucro Bruto 254.625,00
(–) Despesas Administrativas – 300.000,00
(+) Resultado Financeiro Líquido 10.000,00
(+) Outras Receitas/Despesas 30.000,00
(=) Resultado operacional antes CSLL e do IRPJ – 5.375,00
Dessa forma e com base na Tabela 6, a PJ em questão apurou um resultado opera-
cional antes da CSLL e do IRPJ (prejuízo) no importe de R$ 5.375,00.
No entanto, para a apuração do resultado fiscal, é necessário haver a abertura das 
despesas e receitas do período para verificação daquelas que o fisco não aceita. A tabela 7 
demonstra os ajustes fiscais a serem feitos:
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Tabela 7 – Ajustes fi scais
Ajustes Fiscais
(=) Resultado operacional antes da CSLL e do IRPJ –5.375,00
(+) Adições
Brindes (constantes em despesas administrativas) 1.000,00
Doações (constantes em despesas administrativas) 1.500,00
(=) Soma das Adições 2.500,00
(–) Exclusões
Resultado positivo da equivalência patrimonial (constante em outras receitas/despesas) –2.000,00
(=) Soma das Exclusões –2.000,00
(=) Prejuízo Fiscal/Base Negativa da CSLL –4.875,00
Após os ajustes fiscais, a PJ obteve um prejuízo fiscal de R$ 4.875,00 e uma base 
negativa da CSLL no importe de R$ 4.875,00.
Esse prejuízo fiscal de R$ 4.875,00 poderá ser compensado nos próximos trimestres 
à razão de 30% (trinta por cento) do lucro real a ser apurado desde que mantenha os 
livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do montante do 
prejuízo fiscal e da base negativa da CSLL utilizados para a compensação.
O Prejuízo apurado nesse trimestre será escriturado e controlado na parte B do Livro 
de Apuração do Lucro Real, LALUR.
Momento da Opção pelo Lucro Real
A PJ em linhas gerais pode se enquadrar no Lucro Real (por opção ou por obrigação) 
em algumas situações especiais:
1. A partir do mês de abertura do ano-calendário, tendo a sua opção manifesta-
da através do pagamento do Documento de Arrecadação de Receitas Federais 
(DARF) do IRPJ relativo ao mês ou trimestre da abertura;
2. A partir do momento em que a PJ for desenquadrada do Simples Nacional (SN), 
tendo a sua opção manifestada através do pagamento do DARF de IRPJ relativo 
ao mês ou trimestre que compreenda os efeitos do desenquadramento;
3. A partir do momento em que a PJ resultante da incorporação, fusão ou cisão, 
através do pagamento do DARF;
4. A partir do mês ou trimestre seguinte ao que tiver sido o lucro da PJ arbitrado.
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Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Lembrando que a opção pela forma de tributação é irretratável para todo o ano calen-
dário, não sendo permitida à pessoa jurídica voltar atrás, e não sendo aceita a retificação 
do DARF (o REDARF) no caso de alterar a forma de tributação do IRPJ.
Periodicidade e forma de pagamento do IRPJ e da CSLL
O Lucro Real tem como periodicidade a apuração anual ou trimestral, ou seja, os 
tributos IRPJ e CSLL (devidos) serão calculados a cada ano ou trimestre a saber:
1. Trimestral: apuração em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 
de dezembro;
2. Anual: apuração em 31 de dezembro.
Lucro Real Trimestral
Neste formato de apuração do Lucro Real, a base de cálculo do IRPJ e da CSLL é 
o valor do resultado (lucro ou prejuízo) trimestral, ajustado extracontabilmente, pelas 
adições e exclusões.
Apresentamos a seguir um exemplo de apuração trimestral do IR e da CSLL: 
Tabela 8 – Cálculo do IRPJ e CSLL – Apuração Trimestral
APURAÇÃO TRIMESTRAL DA CSLL E DO IRPJ – DEVIDOS
Descrição CSLL IRPJ
Resultado líquido do período antes da CSLL e do IRPJ R$ 100.000,00 ***
Resultado líquido do período antes do IRPJ *** R$ 94.645,00
( + ) Adições:
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido *** R$ 5.355,00
Despesas com brindes R$ 2.000,00 R$ 2.000,00
Despesas com refeições sem comprovantes R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
Multa por infração R$ 2.000,00 R$ 2.000,00
(=) Soma das adições R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
( – ) Exclusões:
Resultado Positivo da Equity R$ 20.000,00 R$ 20.000,00
(=) Soma das exclusões R$ 20.000,00 R$ 20.000,00
(=) Resultado antes da compensação da base de cálculo negativa/dos 
prejuízos fiscais R$ 85.000,00 R$ 85.000,00
(–) Compensação de prejuízos fiscais / base de cálculo negativa da CSLL R$ 25.500,00 R$ 25.500,00
(=) Lucro Real / Base de Cálculo da CSLL R$ 59.500,00 R$ 59.500,00
CSLL – alíquota de 9% R$ 5.355,00 ***
IRPJ – alíquota de 15% *** R$ 8.925,00
Adicional do IRPJ (base de calculo inferior a R$ 60.000,00 no trimestre *** R$ 0,00
(=) Tributos devidos R$ 5.355,00 R$ 8.925,00
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Com base na Tabela 8, a PJ apresentou no trimestre em questão um resultado líquido 
do período antes da CSLL e do IRPJ no importe de R$ 100.000,00, ao qual foram feitos 
os ajustes fiscais (adições e exclusões), e compensados os 30% de prejuízos fiscais e da 
base de cálculo negativa da CSLL de períodos anteriores (R$ 85.000,00 X 30%). Encon-
trada a base de cálculo, foram aplicados sobre ela os percentuais já citados anteriormente, 
ou seja, 9% para a CSLL e 15% para o IRPJ.
Dessa forma, os valores devidos terão como vencimento o último dia útil do mês 
subsequente ao trimestre de encerramento, e o seu pagamento deverá ser feito através 
de DARF sob os seguintes códigos da receita:
Tabela 9 – Códigos da Receita do DARF (Lucro Real) – Apuração Trimestral
IRPJ CSLL
1) PJs obrigadas à apuração do Lucro real Trimestral:
* Entidades financeiras: 1599;
* Demais entidades: 0220.
2) PJs não obrigadas: 3373
1) PJs cuja apuração é o Lucro Real Trimestral
* Entidades financeiras: 2030;
* Demais entidades: 6012.
Fonte: RFB (2019)
Lucro Real Anual
Outra opção dentro da Tributação do Lucro Real é a sua apuração anual. Nessa 
modalidade, a contabilidade da empresa apresenta uma única apuração no mês de de-
zembro de cada ano, porém, o fisco exige que a empresa faça recolhimentos a título 
de antecipação mensalmente, e o mês de dezembro promova os ajustes necessários 
para apuração da base de cálculo do IR e da CSLL e, em seguida, desconte os valores 
recolhidos mensalmente a título de antecipação, a seu critério. A empresa pode também 
apurar durante o ano balanços para suspender ou reduzir o valor da antecipação a ser 
recolhida, trataremos desse assunto ainda nesta unidade.
Assim, no regime de tributação pelo Lucro Real Anual, a empresa pode optar pelo 
pagamento mensal do imposto por estimativa, conforme segue:
1. com base na receita bruta; ou
2. com base em balanços/balancetes de redução/suspensão levantados de forma 
mensale cumulativa.
Base de Cálculo
No Lucro Real Anual para efeito da determinação da base de cálculo do IRPJ e da 
CSLL, serão levados em consideração as:
1. as vendas de produtos de fabricação própria e revenda de mercadorias;
2. os serviços prestados a terceiros;
3. os serviços de representação comercial; 
4. toda receita ligada à atividade-fim, ou seja, objeto principal PJ.
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Deduções da Receita Bruta
Da receita bruta do tributo, poderão ser deduzidas as seguintes operações relativas a 
atividade da empresa:
1. vendas canceladas e devoluções de vendas;
2. descontos incondicionais concedidos (aqueles destacados em nota fiscal de ven-
da ou de serviços);
3. tributos não cumulativos cobrados e que são destacados em documento do com-
prador ou vendedor (IPI e o ICMS ST);
4. receitas de programas de incentivos de solicitação de notas fiscais de Estados, 
Distrito Federal e Munícipios; e
5. operações vinculadas à receita bruta e decorrentes do ajuste a valor presente.
Percentuais para determinação da base 
de cálculo das antecipações mensais
De acordo com o RIR/2018, em seu artigo 220, e IN RFB nº. 1700/2017, em seu 
artigo 33, serão aplicados os seguintes percentuais sobre a base de cálculo, para fins de 
apuração do IRPJ estimativa mensal:
Tabela 10 – alíquotas do IRPJ
Atividades Percentuais
Percentuais reduzidos, 
Receita Anual até 
R$ 120.000,00*
Comércio e Indústria 8,0
Atividades que não 
podem se beneficiar da 
redução
do percentual
Serviços de transporte de cargas 8,0
Sobre a receita bruta dos serviços hospitalares 8,0
Sobre a receita bruta de construção por empreitada, quando houver emprego de materiais na 
modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, 
sendo tais materiais incorporados à obra (IN RFB nº 1.234/2012, artigos 2º, § 7º, e 38, inciso II.
8,0
Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos 
ou adquiridos para revenda. 8,0
Serviços de transporte de passageiros 16,0
Revenda de combustíveis derivados de petróleo e álcool, inclusive gás 1,6
Prestadoras de serviços relativos ao exercícios de profissões legalmente regulamentada, 
inclusive escolas (S/C do antigo regime do DL 2.397) 32,0
Intermediação de negócios, inclusive corretagem (seguros, imóveis, dentre outros) 
e as de representação comercial 32,0 16,0
Administração, locação ou cessão de bens e imóveis, e móveis 32,0 16,0
Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra 32,0 16,0
Prestação de serviços de gráfica, com ou sem fornecimento de material, em relação à 
receita bruta que não decorra de atividade comercial ou industrial 32,0 16,0
Prestação de serviços de suprimento de água tratada e coleta de esgoto e exploração de 
rodovia mediante cobrança de pedágio (Ato Declaratório COSIT n° 16/2000) 32,0 16,0
Diferencial entre o valor de venda e o valor de compra de veículos usados 32,0 16,0
Prestação de qualquer outra espécie de serviço 32,0 16,0
Fonte: adaptado da RFB (2018)
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Os percentuais a serem aplicados para determinação da base de cálculo para ante-
cipação da CSLL são os mesmos do Lucro Presumido, ou seja: 12% (sobre a receita 
de vendas);
1. 32% (sobre a prestação de serviços).
Demais Receitas, Resultados e Ganhos de Capital
Integram a base de cálculo da estimativa mensal: os ganhos de capital, demais re-
ceitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas na receita bruta. 
Valores que não integram a base de cálculo
No entanto, existem valores que não integram a base de cálculo da estimativa mensal, 
entre eles:
1. os rendimentos e ganhos líquidos de aplicação financeira de renda fixa e de 
renda variável, sujeitos a retenção do imposto de renda (não se aplica a CSLL);
2. as receitas provenientes de atividade incentivada, na proporção do benefício de 
isenção ou redução do IRPJ (não se aplica a CSLL);
3. as recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas;
4. a reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas;
5. os lucros e dividendos decorrentes de participações societárias avaliadas pelo 
custo de aquisição em empresas domiciliadas no Brasil;
6. a contrapartida do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados pelo 
método da equivalência patrimonial;
7. os juros sobre o capital próprio auferidos;
8. as receitas de subvenções para investimento e as receitas relativas a prêmios na 
emissão de debêntures, desde que os registros nas respectivas reservas de lucros 
sejam efetuados até 31 de dezembro do ano em curso;
9. outros.
Alíquotas
A alíquota do IRPJ é de 15%, com adicional de 10%, sobre a parcela do lucro real, 
que exceder o valor de R$ 240.000,00 no ano, ou R$ 20.000,00 proporcional ao nú-
mero de meses que compõem o período-base, já a alíquota da CSLL é de 9%. De acor-
do com a tabela 11, demonstramos o cálculo da estimativa mensal com base na receita 
bruta de uma determinada PJ.
Apresentaremos a seguir um exemplo de cálculo de antecipação mensal do IR e da 
CSLL, e você vai perceber que o cálculo é semelhante ao cálculo do IR e da CSLL com 
base no lucro presumido.
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Tabela 11 – Cálculo do IRPJ e CSLL – Estimativa Mensal – Receita Bruta
IRPJ – Estimativa mensal – Janeiro CSLL – Estimativa mensal – Janeiro
Receita de vendas de mercadorias 1.500.000,00 Receita de vendas de produtos 1.500.000,00
(–) IPI sobre vendas de produtos –7.500,00 (–) IPI sobre vendas de produtos –7.500,00
(=) Vendas Líquidas 142.500,00 (=) Vendas Líquidas 142.500,00
(A) X 8 % 11.400,00 (A) X 12% 17.100,00
Prestação de Serviços 30.000,00 Prestação de Serviços 30.000,00
(B) X 32% 9.600,00 (B) X 32% 9.600,00
(C) Ganho de Capital 5.000,00 (C) Ganho de Capital 5.000,00
(A+B+C) Base de Cálculo 26.000,00 (A+B+C) Base de Cálculo 31.700,00
IRPJ devido – 15% 3.900,00 CSLL devida – 9% 2.853,00
ADICIONAL devido – 10% 600,00 (=) CSLL a recolher 2.853,00
(=) IRPJ a recolher 4.500,00
Com base na tabela 11, podemos perceber que a apuração dos tributos se deu da 
seguinte forma:
1. IRPJ: sobre o resultado das vendas de produtos líquidas (A) e dos serviços pres-
tados (B) do mês foram aplicados os percentuais estabelecidos na Tabela 10, 
de acordo com a atividade da PJ. Sendo a eles somadas as demais receitas 
(C) apuradas no período. E, finalmente, aplicadas as alíquotas de 15% sobre a 
base de cálculo estimada e 10% de adicional sobre o excedente de R$ 6.000,00 
(R$ 26.000,00 – R$ 20.000,00);
2. CSLL: sobre o resultado das vendas de produtos líquidas (A) e dos serviços 
prestados (B) do mês, foram aplicados os percentuais de 12% (A) e 32% (B), 
de acordo com a atividade da PJ. Sendo a eles somadas as demais receitas (C) 
apuradas no período. E, finalmente, aplicadas as alíquota de 9% sobre a base de 
cálculo estimada.
Balancete de Suspensão ou redução do IRPJ e da CSLL
A PJ poderá suspender ou reduzir o pagamento mensal do imposto calculado com 
base na presunção dos lucros, conforme estabelece o artigo 227, do RIR/2018.
Base de cálculo
Para a determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL com base no balancete 
de suspensão e/ou redução, a PJ deverá levantar Balancetes de Verificação – Mensais, 
 Sucessivos e Acumulados, apurando-se o resultado de cada período nos moldes do 
Lucro Real (ajustes das adições e exclusões).
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Dessa forma, segue na tabela 12 o exemplo de cálculo do IRPJ e CSLL com base no 
balancete de suspensão e levando em conta que a PJ tem um saldo anterior de prejuízo 
fiscal e base de cálculo negativa da CSLL no importe de R$ 150.000,00:
Tabela 12 – Cálculo do IRPJ e CSLL – Estimativa Mensal – Balancete de Suspensão e/ou Redução
Balancete referente ao resultado acumulado de janeiro a fevereiro
Descrição CSLL IRPJ
Resultado líquido do período R$ 92.860,00 R$ 92.860,00( + ) Adições:
Despesas com brindes R$ 1.500,00 R$ 1.500,00
Despesas com refeições sem comprovantes R$ 1.100,00 R$ 1.100,00
Multa por infração R$ 1.200,00 R$ 1.200,00
(=) Soma das adições R$ 3.800,00 R$ 3.800,00
( – ) Exclusões:
Resultado Positivo da Equity R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
(=) Soma das exclusões R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
(=) Resultado antes da compensação de prejuízos fiscais / base de cálculo negativa R$ 86.660,00 R$ 86.660,00
(–) Compensação de prejuízos fiscais / base de cálculo negativa da CSLL R$ 25.998,00 R$ 25.998,00
(=) Base de cálculo IRPJ/CSLL balancete de redução/suspensão R$ 60.662,00 R$ 60.662,00
CSLL – alíquota de 9% R$ 5.459,58 ***
IRPJ – alíquota de 15% *** R$ 9.099,30
Adicional do IRPJ (R$ 60.662,00 – R$ 40.000,00) *** R$ 2.066,20
(=) Estimativas a recolher R$ 5.459,58 R$ 11.165,50
Nesse contexto, em ambos os casos de cálculo da estimativa mensal, ou seja, com 
base na receita bruta ou com base no balancete de suspensão ou redução, o pagamento 
deverá ser feito através de DARF sob os seguintes códigos da receita:
Tabela 13 – Códigos da Receita do DARF (Lucro Real) – Estimativa Mensal
IRPJ CSLL
1) PJs obrigadas à apuração do Lucro Real:
* Entidades financeiras: 2319;
* Demais entidades: 2362.
2) PJs não obrigadas à apuração do Lucro real: 5993.
1) PJs cuja apuração do IRPJ é o Lucro Real:
* Entidades financeiras: 2469;
* Demais entidades: 2484.
Fonte: RFB (2019)
Apuração Anual do Tributo Devido ou a Compensar
A PJ que optar pelo pagamento do imposto na forma Lucro Real Anual – Recolhi-
mento Estimado (receita bruta ou balancete de suspensão e/ou redução) – deverá apurar 
o Lucro Real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipóteses de incorporação, 
fusão ou cisão e na extinção da pessoa jurídica (data do evento).
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Com base na tabela 14, verificamos o cálculo do IRPJ e da CSLL anual devidos:
Tabela 14 – Cálculo do IRPJ e da CSLL – Devidos
APURAÇÃO ANUAL DA CSLL E DO IRPJ – DEVIDOS
Descrição CSLL IRPJ
Resultado líquido do período antes da CSLL e do IRPJ R$ 300.000,00 ***
Resultado líquido do período antes do IRPJ *** R$ 281.490,60
( + ) Adições:
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido *** R$ 18.509,40
Despesas com brindes R$ 1.500,00 R$ 1.500,00
Despesas com refeições sem comprovantes R$ 1.100,00 R$ 1.100,00
Multa por infração R$ 1.200,00 R$ 1.200,00
(=) Soma das adições R$ 3.800,00 R$ 3.800,00
( – ) Exclusões:
Resultado Positivo da Equity R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
(=) Soma das exclusões R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
(=) Resultado antes da compensação da base de cálculo negativa / 
dos prejuízos fiscais R$ 293.800,00 R$ 293.800,00
(–) Compensação de prejuízos fiscais / base de cálculo negativa da CSLL R$ 88.140,00 R$ 88.140,00
(=) Lucro Real / Base de Cálculo da CSLL R$ 205.660,00 R$ 205.660,00
CSLL – alíquota de 9% R$ 18.509,40 ***
IRPJ – alíquota de 15% *** R$ 30.849,00
Adicional do IRPJ (base de calculo inferior a R$ 240.000,00 ano) *** R$ 0,00
(=) Tributos devidos R$ 18.509,40 R$ 30.849,00
Com base na tabela 14, a PJ apresentou no ano calendário em questão um resultado 
líquido do período antes da CSLL e do IRPJ no importe de R$ 300.000,00, ao qual 
foram feitos os ajustes fiscais (adições e exclusões), foi compensado os 30% de prejuízos 
fiscais e base negativa da CSLL de períodos anteriores (R$ 293.800,00 X 30%) e sobre 
o Lucro Real e Base de Cálculo da CSLL foram apurados a CSLL (alíquota de 9%) e 
IRPJ (alíquota de 15%) devidos.
Nesse contexto e com base nessas informações, é necessário apurar a diferença anual 
a recolher ou a recuperar, conforme tabela abaixo:
Tabela 15 – Cálculo do IRPJ e CSLL – Diferença Anual
CSLL devida R$ 18.509,40
(–) Estimativas mensais pagas (tabela 12) R$ 5.459,58
(=) CSLL a recolher R$ 13.049,82
IRPJ devido R$ 30.849,00
(–) Estimativas mensais pagas (tabela 12) R$ 11.165,50
(=) IRPJ a recolher R$ 19.683,50
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Como podemos observar na tabela 15, os valores devidos apurados de forma anual 
no ano calendário em questão foram deduzidos dos valores de estimativa mensal pagos 
durante o ano, prevalecendo assim diferenças a recolher dos tributos, cujo vencimento 
ocorrerá em 31 de janeiro, ou, 28 de fevereiro (com 1% de juros) ou 31 de março (com 
1% de juros + Selic do Mês), onde o seu pagamento deverá ser feito através de DARF 
sob os seguintes códigos da receita:
Tabela 16 – Códigos da Receita do DARF (Lucro Real) – Diferença Anual
IRPJ CSLL
1) Saldo do IRPJ anual:
* Entidades financeiras: 2390;
* Demais entidades: 2456.
1) Saldo da CSLL anual:
* Entidades financeiras: 6758;
* Demais entidades: 6773.
Fonte: RFB (2019)
Você gostou do conteúdo? Entendeu por que dissemos no início que a apuração do IR 
e da CSLL com base no Lucro Real é mais complexa? Mas podemos garantir que você 
percebeu também que não é nada que seja impossível de praticar, é só conhecer e seguir 
as regras legais que o seu trabalho com gestor tributário será bem-sucedido.
Para aquelas empresas que apresentam uma rentabilidade baixa, essa é a melhor 
opção para a apuração do IR e da CSLL, mas não se esqueça de que outros requisitos 
precisam ser analisados.
Tributação com Base no Lucro Arbitrado
O Lucro Arbitrado está disposto no RIR/2018, entre os artigos nº. 602 e 613 que 
estabelecem sua base de cálculo, alíquotas, deduções, obrigações acessórias, incentivos 
fiscais, dentre outras informações.
Conceito
O Lucro Arbitrado é a forma de tributação cuja base de cálculo do IRPJ é apurada 
pela própria PJ ou equiparada (quando a receita bruta é conhecida) ou pelo fisco (quan-
do a receita bruta é desconhecida).
É também uma excelente forma de planejamento tributário quando bem aplicado 
pela própria empresa.
O arbitramento é o recurso da RFB quando fica impossibilitada de aceitar ou mesmo 
apurar o IRPJ e consequentemente a CSLL da PJ.
Nesse contexto, essa forma de tributação é excepcional, sendo aplicada somente quando 
não há mais condições de fato para se apurar o IRPJ e a CSLL da PJ em sua forma de 
tributação original, o que ocorre quando uma das possibilidades abaixo é constatada.
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A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Tributos 
Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Hipóteses de arbitramento
Para a apuração da base de cálculo, a autoridade tributária utilizará essa forma de 
tributação se o contribuinte deixar de cumprir as obrigações mencionadas no artigo 603 
do RIR/2018. 
Dessa forma, os lucros das PJs serão arbitrados quando: (hipóteses de arbitramento):
1. estiver obrigado ao lucro real e não mantiver escrituração na forma das leis 
comerciais e fiscais ou até mesmo quando deixar de elaborar as demonstrações 
financeiras (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício) 
exigidas pela legislação fiscal;
2. não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária os livros ou os 
registros auxiliares (livro caixa);
3. a escrituração revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou 
deficiências que tornem imprestável para identificação sua movimentação finan-
ceira, bancária ou a determinação do lucro real;
4. deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e os documentos da escritu-
ração comercial e fiscal, ou o livro-caixa (quando Lucro Presumido);
5. optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;
6. o comissário ou o representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escri-
turar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente 
residente ou domiciliado no exterior;
7. não mantiver, em boa ordem e de acordo com as normas contábeis recomenda-
das, livro-razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar, por conta ou subcon-
ta, os lançamentos efetuados no livro diário;
8. outros.
Período de apuração
A tributação com base no Lucro Arbitrado ocorrerá trimestralmente, em períodos de 
apuração encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembroe 31 de dezembro 
de do ano-calendário.
Alíquotas
As alíquotas do IR e da CSLL são as mesmas das demais formas de apuração, ou seja: 
IRPJ de 15% acrescido do adicional de 10%, CSLL alíquota de 9%, tendo como prazo 
para o seu recolhimento o último dia útil do trimestre subsequente, ao fato gerador.
Percentuais de arbitramento do lucro
Conforme o artigo 227, do RIR/2018, § 1º, o Lucro Arbitrado será determinado quando 
conhecida a receita bruta, mediante a aplicação dos percentuais relativos a cada atividade.
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Receita bruta conhecida
Quando a receita bruta for conhecida, será determinado por meio da aplicação dos 
percentuais estabelecidos nos artigos 591 e 592 (alíquotas do Lucro Presumido), acres-
cidos de 20%.  Ou seja, são os mesmos percentuais estabelecidos para o Lucro Presu-
mido, acrescidos de 20%.
Dessa forma, o Lucro Arbitrado (receita bruta conhecida) será determinado mediante 
a aplicação dos percentuais estabelecidos sobre a receita bruta, relativa a cada atividade, 
auferida em cada período de apuração trimestral, deduzida das devoluções e vendas 
canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, conforme tabela 17:
Tabela 17 – Alíquotas Arbitramento – IRPJ – Receita Bruta Conhecida – Lucro Arbitrado
ATIVIDADES PERCENTUAL
Revenda de combustíveis 1,92%
Fabricação própria 9,60%
Revenda de mercadorias 9,60%
Industrialização p/ encomenda 9,60%
Transporte de cargas 9,60%
Serviços hospitalares 9,60%
Atividade rural 19,20%
Serviços de transporte/ exceto cargas 19,20%
Administração de consórcios 38,40%
Hotelaria e estacionamento 38,40%
Serv. profissionais habilitados 38,40%
Representante comercial 38,40%
Administração e locação de imóveis 38,40%
Corretagem em geral 38,40%
Serviços da construção civil 38,40%
Factoring 38,40%
Bancos, instituições financeiras e assemelhados 45,00%
Fonte: RFB (2019)
Já a CSLL será apurada mediante a aplicação das seguintes alíquotas sobre a sua 
Base de Cálculo:
Tabela 18 – Alíquotas Base de Cálculo – CSLL – Receita Bruta Conhecida – Lucro Arbitrado
ATIVIDADES PERCENTUAL
Receita bruta decorrente da venda de mercadorias, de produtos, de serviços prestados e pelas vendas de 
operações de conta alheia (comissões auferidas na venda de bens ou serviços por conta de terceiros); 12%
Prestação de serviços de transportes (de cargas ou de passageiros) e hospitalares.
Prestação de serviços em geral (exceto os de transportes e hospitalares);
32%
Intermediação de negócios;
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza;
Factoring.
Fonte: RFB (2019)
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Observe que não há majoração dos percentuais da CSLL.
Vamos, agora, mostrar um exemplo de cálculo do IRPJ e da CSLL com base na 
 receita bruta conhecida:
Tabela 19 – Cálculo do IRPJ e da CSLL – Receita Bruta Conhecida – Lucro Arbitrado
IRPJ – Trimestre CSLL – Trimestre
Prestação de serviços 10.000,00 Prestação de serviços 10.000,00
(A) X 19,20% 1.920,00 (A) X 32% 3.200,00
(B) Receitas Financeiras 1.000,00 (B) Receitas Financeiras 1.000,00
(A + B) Base de Cálculo 2.920,00 (A + B) Base de Cálculo 4.200,00
IRPJ devido – 15% 438,00 CSLL devido – 9% 378,00
ADICIONAL devido – 10% 0,00
(=) IRPJ a recolher 438,00 (=) CSLL a recolher 378,00
Receita Bruta Desconhecida
Quando a Receita Bruta não é conhecida, somente a Receita Federal do Brasil, 
através de procedimento de ofício poderá arbitrar o lucro do período mediante a apli-
cação dos coeficientes a seguir: mediante aplicação de uma das seguintes alternativas 
de cálculo:
Tabela 20 – Alíquotas Arbitramento IRPJ e CSLL – Receita Bruta Desconhecida – Lucro Arbitrado
BASES ALTERNATIVAS COEFICIENTE
Lucro real referente ao último período em que a pessoa jurídica manteve escrituração de acordo com as leis 
comerciais e fiscais. 1,5
Soma dos valores do ativo circulante, realizável a longo prazo, investimento, imobilizado e intangível, 
existentes no último balanço patrimonial conhecido. 0,04
Valor do capital, inclusive a sua correção monetária contabilizada como reserva de capital, constante do 
último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de constituição ou alteração da sociedade. 0,07
Valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial conhecido. 0,05
Valor das compras de mercadorias efetuadas no mês. 0,4
Soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das compras de 
matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem. 0,4
Soma dos valores devidos no mês a empregados. 0,8
Valor mensal do aluguel. 0,9
Fonte: RFB (2019)
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Tabela 21 – Alíquotas IRPJ – Receita Bruta Desconhecida – Lucro Arbitrado
IRPJ – Trimestre CSLL – Trimestre
Lucro Real do Período Anterior 1.000.000,00 Lucro Real do Período Anterior 1.000.000,00
Lucro Real Proporcional 250.000,00 Lucro Real Proporcional 250.000,00
(A) X 150% 375.000,00 (A) X 150% 375.000,00
(B) Aluguel Ativos 1.000,00 (B) Aluguel Ativos 1.000,00
(A + B) Base de Cálculo 376.000,00 (A + B) Base de Cálculo 376.000,00
IRPJ devido – 15% 56.400,00 CSLL devido – 9% 33.840,00
ADICIONAL devido – 10% 31.600,00
(=) IRPJ a recolher 88.000,00 (=) CSLL a recolher 33.840,00
Considerações Finais
As formas de tributação do IRPJ e consequentemente da CSLL estão regulamentadas 
pelo RIR/2018 e pela IN RFB nº. 1700/2017, aos quais determinam sua incidência, 
base de cálculo, incentivos fiscais, distribuição de lucros, obrigações acessórias, dentre 
outras informações.
Dessa forma, percebemos que, em linhas gerais, o Lucro Presumido tem como refe-
rência para a base de cálculo a presunção do lucro sobre a receita bruta da atividade fim 
e demais receitas.
Já o Lucro Real tem como base o resultado efetivo contábil, quer seja lucro, quer seja 
prejuízo, porém, feitos ajustes extracontábeis, denominados Adições e Exclusões, a fim 
de se encontrar o resultado efetivamente fiscal.
Nessa linha, temos também o Lucro Arbitrado, que tem como premissa o arbitra-
mento do fisco sobre o método para se encontrar a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, 
quando a empresa comete alguma hipótese de arbitramento quer seja do Lucro Presu-
mido ou do Lucro Real.
Sendo assim, o gestor tributário deve ter em mente que a forma de tributação ideal é 
aquela que melhor se encaixa na realidade da empresa, no que diz respeito à sua lucra-
tividade, inadimplência no recebimento de receitas, atendimento a legislação contábil, 
reconhecimento de despesas etc.
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Incidentes sobre o Resultado das Empresas
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Manual de contabilidade tributária
PÊGAS, Paulo H. Manual de contabilidade tributária. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2017.
 Leitura
Decreto nº. 9.580, de 22 de novembro de 2018
BRASIL. Decreto nº. 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a 
fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de 
Qualquer Natureza.
http://bit.ly/2Qm6U2B
Receita Federal do Brasil – RFB
RECEITA FEDERAL DO BRASIL – RFB. Instrução Normativa RFB nº. 1700, de 
14 de março de 2017.
http://bit.ly/2QekWCY
Estudo sobre Sonegação nas Empresas Brasileiras
ESTUDO SOBRE SONEGAÇÃO NAS EMPRESAS BRASILEIRAS, elaborado pelo 
 Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.
http://bit.ly/2Qcm6PC
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Referências
BRASIL. Decreto nº. 9.580, de 22 de novembro de 2018: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9580.htm>. Acesso em: 08 fev. 2019.
BRASIL. Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades 
por Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L6404consol.
htm>. Acesso em: 08 fev. 2019.
BRASIL. Lei nº. 8.212/91, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da 
Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponívelem: 
<http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8212cons.htm>. Acesso em: 08 de 
fev. 2019.
BRASIL. Lei nº. 11.051/2004, de 24 de dezembro de 2004. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11051.htm>. Acesso em: 
08 fev. 2019.
BRASIL. Lei nº. 13.043, de 13 de novembro de 2014. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13043.htm>. Acesso em: 07 
fev. 2019.
PÊGAS, Paulo H. Manual de contabilidade tributária. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2017.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL – RFB. [2018]. Capítulo XIII – IRPJ – Lucro Presu-
mido 2018. Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/
declaracoes-e-demonstrativos/ecf-escrituracao-contabil-fiscal/perguntas-e-respostas-
pessoa-juridica-2018-arquivos/capitulo-xiii-irpj-lucro-presumido-2018.pdf/@@ 
download/file/Cap%C3%ADtulo%20XIII%20-%20IRPJ%20-%20Lucro%20Presumido
%202018.pdf>. Acesso em: 07 fev. 2018.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL – RFB. [2019]. Consulta Códigos de Receita (Darf 
e DJE). Disponível em: <http://www31.receita.fazenda.gov.br/ConsultaReceita/
inicial.asp>. Acesso em: 08 fev. 2019.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL – RFB. Instrução Normativa RFB nº. 1700, de 14 de 
março de 2017. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/
link.action?idAto=81268&visao=anotado>. Acesso em: 08 fev. 2019.
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