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Comércio Exterior Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Carlos Magno Toledo Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos Exportação 5 • Internacionalização da empresa • Tipos de Exportação • Iniciando o processo de Exportação · O principal objetivo desta unidade é levar a você o conhecimento sobre a importância da exportação e sua abrangência no contexto do comércio exterior, tanto nas análises tarifárias, como nas esferas administrativas. Nesta unidade, você encontrará uma abordagem de extrema relevância: a Exportação de Mercadorias. Considerando que o comércio internacional é realizado basicamente de transações de bens e serviços, e as empresas têm de estar inseridas no mercado competitivo e abrangente, o correto conhecimento sobre todo o trâmite de exportação é de extrema importância para a inserção da empresa no comércio internacional. Com a leitura da unidade, você conhecerá o tratamento administrativo e fiscal da exportação, bem como todo o procedimento que uma empresa tem de observar para se inserir no mercado como exportadora. Não se esqueça de acessar os links desta unidade, nos quais encontrará material bastante interessante e complementar a seu estudo e aprendizagem. Boa leitura! Exportação 6 Unidade: Exportação Contextualização Vamos iniciar esta unidade discorrendo sobre Exportação e sua importância e abrangência para o desenvolvimento de um país. Abordaremos o cenário administrativo e fiscal da Exportação brasileira, destacando os organismos que interferem para o perfeito engajamento das operações, a habilitação para realizar operação de compra internacional, os sistemas que possibilitam as interfaces entre todos os importantes agentes, órgãos gestores e anuentes no Comércio Exterior Brasileiro. Com intuito de entendimento da importância do comércio internacional para um país e sua inserção global, reflita sobre o texto Encarando o Desafio das Exportações, de Armando Castelar Pinheiro, que traz uma análise bastante interessante sobre o comportamento das exportações brasileiras nos últimos anos e o papel do governo. Fonte: http://www.bndespar.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/livro_desafio/Relatorio-01.pdf 7 Internacionalização da empresa A empresa, ao desejar iniciar suas operações de exportação, precisa primeiramente traçar uma estratégia e definir o produto que será destinado ao mercado externo e, também, ter o conhecimento sobre as diversas etapas que deverão ser cumpridas até o efetivo envio das mercadorias para fora do país. A observância do mercado a ser atingido, a qualidade de seus produtos diante da concorrência internacional, o preço praticado no mercado externo, todos os processos logísticos na distribuição do produto no mercado almejado, bem como os aspectos de embalagem e o transporte interno e externo são fatores primordiais que farão com que a empresa inicie seu processo de internacionalização. Deve-se levar em consideração a capacidade produtora da empresa na demanda de pedidos colocados pelos importadores e por seus clientes internos. A análise de sua capacidade deve estar muito bem alicerçada na continuidade de atendimento no mercado interno e externo. O exportador terá de manter uma regularidade em seu processo de exportação e não considerar uma atividade esporádica, condicionando as suas vendas externas às flutuações que possam ocorrer no mercado interno. Dentre mecanismos que as empresas devem observar para iniciar suas operações de exportação, destacam-se: Pesquisa de Mercado Uma pesquisa do mercado a ser explorado é de primordial importância para o início das atividades de exportação. A empresa deverá obter o maior número possível de informações sobre o país para o qual deseja exportar os seus produtos. Ao realizar a pesquisa, a empresa conseguirá identificar possíveis importadores para adquirir seus produtos que deseja destinar ao mercado externo, a concorrência, os acordos comerciais, a análise das exigências tarifárias e não tarifárias praticadas no mercado alvo, dentre outras informações. Participação em Exposições e Feiras: Brasil e Exterior A participação da empresa em exposições e feiras internacionais é também uma ferramenta bastante importante para que a empresa consiga obter compradores interessados em seus produtos. Um planejamento de sua produção a curto, médio e longo prazo é um fator crucial ao participar da feira, uma vez que são feitos contatos com possíveis interessados em adquirir os produtos ofertados pela empresa. 8 Unidade: Exportação Rodadas de Negócios As rodadas de negócios são eventos destinados a encontro entre empresários de países que tem interesses em fazer negócios. Os organizadores do evento analisam o perfil dos participantes e agendam reuniões entre vendedores e compradores que desejam realizar negócios. Com o objetivo de facilitar o encontro promovendo o intercâmbio comercial e tecnológico entre empresas, as rodadas de negócios são ferramentas eficazes no acesso a novos mercados e aproximam empresas afins interessadas em manter relações comerciais. Marketing Internacional A empresa precisará utilizar-se de uma estratégia de marketing para divulgação e promoção de seus produtos nos mercados externos. Uma estratégia bem elaborada e com divulgação, utilizando mecanismos voltados para o mercado e público alvo, atingirá o objetivo certamente. O exportador deverá identificar as necessidades de um determinado país em consumir os seus produtos, analisando as preferências que o mercado alvo tem sobre cor, tamanho, design, exigências legais relacionadas à segurança e saúde. Ainda deverá atentar para as normas e especificações técnicas que possam ser exigidas no mercado a ser atingido. O exportador deve manter com o importador um relacionamento em que a comunicação flua de maneira clara, objetiva e transparente. Toda a apresentação da empresa deve ser realizada em catálogos bilíngues de produtos, as correspondências devem estar em papel timbrado, no idioma do país que esteja negociando e, na impossibilidade, no idioma inglês. Ao negociar com países, os aspectos culturais e religiosos são de grande importância para a efetivação da operação comercial; pode-se inclusive afirmar que possuem caráter decisório. Uma gafe do exportador poderá ser fator eliminatório de um possível negócio rentável. O preço do produto figura entre um dos fatores cruciais para a aceitação do produto no exterior. O exportador deve considerar que o preço a ser praticado não será o mesmo praticado no mercado local. Deve observar o preço praticado no mercado alvo e o seu custo de produção, lembrando-se de que não deverá ser maior que o praticado no país onde se está negociando. A embalagem também será um desafio ao exportador. Ela, além de servir de proteção ao produto, deverá ser um chamativo, ter um apelo comercial. Por exemplo, em determinados países, há a exigência de a embalagem ser de material reciclável, para respeitar o meio ambiente. A empresa deverá estar preparada para isso. A preocupação com a qualidade do produto a ser exportado e a assistência técnica empregada podem ser fatores decisivos no momento da negociação. Uma empresa que desenvolve um produto de qualidade e tem o compromisso em garantir uma assistência técnica de ponta, com mão de obra especializada para reparo e manutenção, conquistará o respeito do comprador internacional certamente. 9 Canais de Distribuição Canal de distribuição está totalmente ligado ao caminho que a mercadoria percorre entre o fabricante e o adquirente final, isto é, o mecanismo de divulgação que a empresa utilizará para atingir o mercado alvo. A correta escolha do mecanismo adequado será fator decisivo na atividade de exportação. Aempresa poderá utilizar como canal de distribuição a figura de um agente intermediário ou um comerciante. O agente é uma pessoa jurídica ou física e será o responsável pela intermediação da operação entre o comprador e o vendedor, recebendo por este serviço uma comissão por sua atuação na negociação e operação. O agente não deterá a titularidade legal dos bens negociados, ele somente intermedia a operação. O pagamento que ele recebe pelos serviços prestados é conhecido como comissão de agente. O comerciante será a figura na operação que terá a titularidade e posse legal da mercadoria. Ele pode ser o importador distribuidor, a subsidiária de vendas ou uma rede de atacadistas e varejistas. Ele pode ser o próprio importador e distribuidor que fará a aquisição do produto e distribuirá o produto no mercado, no caso de produto elaborado. Uma subsidiária que cuidará da rede de distribuição no país do importador ou um atacadista e varejista que importará e distribuirá o produto adquirido. Apoio ao Exportador O Governo Federal brasileiro, em seu Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC –, disponibiliza ao exportador as ferramentas de apoio às empresas que desejarem exportar os seus produtos. A relação das entidades de apoio ao exportador encontra-se a seguir e é uma excelente ferramenta de divulgação realizada no decorrer dos anos, mais precisamente de 200 anos de Comércio Exterior brasileiro, em que o Governo se movimentou para incrementar e incentivar a exportação no Brasil. 10 Unidade: Exportação Ferramentas de apoio ao Exportador O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior disponibiliza ferramentas modernas e de simples acesso para facilitar a difusão da cultura exportadora e a inserção das empresas brasileiras no mercado internacional. Portal do Exportador O Portal do Exportador é um canal de informação que apresenta desde informações básicas sobre exportação até as oportunidades de negócios existentes no mundo. Vitrine do Exportador Composta por mais de 20 mil empresas, a Vitrine do Exportador é o mais completo catálogo eletrônico de empresas brasileiras exportadoras. Radar Comercial O Sistema Radar Comercial é uma ferramenta de inteligência comercial que permite a identificação de produtos e países em potencial. AliceWeb O AliceWeb é um moderno sistema para pesquisa detalhada sobre dados das exportações e importações brasileiras. Aprendendo a Exportar A série Aprendendo a Exportar é composta por uma coleção de produtos multimídia, com abordagem de diversas áreas temáticas de interesse do exportador, incluindo uma central de atendimento e simuladores do Siscomex e do preço de exportação. Sisprom No Sisprom, os exportadores brasileiros podem obter redução até zero da alíquota do Imposto de Renda para promover seus produtos no exterior. Alerta Exportador O Alerta Exportador! é serviço oferecido pelo Inmetro. Ele informa seus usuários sobre as propostas e regulamentos técnicos apresentados à OMC. O Ponto Focal fornece informações sobre a regulamentação vigente em cada país, atendendo a consultas formuladas por exportadores brasileiros. Além dessas ferramentas, o MDIC realiza encontros e treinamentos para difundir a cultura exportadora em todas as regiões do Brasil, como Encomex, Redeagentes e Rede Cicex. Encomex Divulga os Encontros de Comércio Exterior realizados em diversas regiões do País, com o objetivo de despertar o interesse do empresariado no comércio exterior. Redeagentes Redeagentes é um programa que tem por objetivo promover a difusão da cultura exportadora e a capacitação de empresas de pequeno porte sobre como exportar. Rede Cicex Unidades de atendimento presentes em algumas cidades brasileiras, com o objetivo de disseminar informações especializadas de comércio exterior e orientar os exportadores e futuros exportadores no caminho da exportação. APEX-Brasil A APEX-Brasil, Serviço Social Autônomo ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, tem como missão promover as exportações de produtos e serviços brasileiros, consolidando a cultura exportadora. Fonte: http://www.aprendendoaexportar.gov.br/200anos/html/index.html Acessado em 13/04/2014> Acervo - Pasta -Apoio_ao_exportador.zip. 11 Tipos de Exportação Exportação direta Ao realizar uma operação em que o próprio produtor (exportador) fatura o produto diretamente ao importador, realiza-se a exportação direta. Essa operação requer que o exportador tenha conhecimento de todo o processo de exportação e o realize de maneira objetiva e alicerçada nos procedimentos administrativos, tributários e na legislação vigente. Se o exportador utilizar-se de um agente comercial para operacionalizar a exportação, a exportação direta não será descaracterizada e o produto exportado será isento do IPI e não ocorre a incidência do ICMS. Os créditos fiscais incidentes sobre os insumos na produção também farão parte dos benefícios que a empresa terá. Exportação indireta A empresa produtora que não detém o conhecimento adequado, ou não estiver preparada para realizar operações no mercado externo, poderá recorrer a empresas sediadas no Brasil. Essas empresas adquirem o produto no mercado interno e os exportam. A esse mecanismo chamamos de exportação indireta. As empresas que adquirem produtos com o fim específico de exportação podem ser: a) trading companies: a empresa produtora realiza a venda direta a uma trading e esta providenciará a exportação da mercadoria. Para efeitos fiscais, essa venda no mercado interno caracteriza uma exportação, isto é, é uma venda equiparada a uma operação de exportação. Para que isso ocorra, as tradings companies deverão ser constituídas amparadas pelo Decreto Lei nº 1.248, de 1972; b) empresas comerciais exclusivamente exportadoras; c) empresas comerciais que operam no mercado interno e externo; d) consórcios de exportação. Os consórcios de exportação são associações de empresas que se reuniram e criaram um departamento de trabalho com o intuito de promover os seus produtos no mercado externo e com isto aumentarem suas exportações. Os consórcios de exportação podem ser formados por empresas que fabriquem produtos que se complementam no processo produtivo ou mesmo empresas concorrentes. 12 Unidade: Exportação Iniciando o processo de Exportação Tratamento Administrativo A empresa, ao desejar iniciar a sua operação na exportação, deverá providenciar sua habilitação junto à Receita Federal do Brasil – RFB –, sendo incluída ao Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros – Radar. Ao fazer esse registro, ela poderá iniciar suas operações de comércio exterior. As operações de exportação serão realizadas pelo Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex –, no qual a habilitação é feita mediante identificação por senha, em caráter pessoal e intransferível. O agente habilitado ao acesso ao sistema terá condições de realizar as operações de importação e exportação. No ato da primeira operação de exportação, ou importação, registrada no Siscomex, ocorrerá automaticamente a inscrição no Registro de Exportadores e Importadores (REI) da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Uma vez inscrito no REI, não será necessária qualquer providência adicional do exportador, para manutenção do registro. Documentos utilizados na exportação Os documentos de exportação são emitidos pelo exportador em inglês, ou no idioma do país importador. Outros documentos são necessários para que o processo de exportação aconteça. Os documentos são emitidos pela empresa transportadora e também pelos Sistemas eletrônicos gerenciados pelas entidades governamentais. A seguir, a relação e alguns documentos necessários a efetivação do processo de exportação: Fatura Pró-Forma: Documentoelaborado pelo exportador que consta todos os termos negociados entre as partes: exportador e importador, com o intuito de firmar e finalizar a operação comercial. Fatura Comercial: Documento elaborado pelo exportador que consta todos os termos negociados, bem como a descrição da mercadoria. Este documento será necessário no desembaraço aduaneiro. Registro de Exportação (RE): Documento eletrônico emitido pelo exportador no Siscomex que compila as informações de ordem comercial, fiscal, cambial e aduaneira. Comprovante de Exportação (CE): Documento emitido pela Receita Federal do Brasil que comprova o efetivo embarque da mercadoria, constando toda a operação de exportação. 13 Romaneio (Packing List): Documento emitido pelo exportador que contém a lista detalhada dos produtos objeto da exportação. Nota Fiscal: Documento emitido pelo exportador, que acompanha a mercadoria no mercado interno, sendo necessária que seja liberada pela Receita Federal do Brasil para efetivação do embarque ao exterior. Conhecimento de Embarque (marítimo, aéreo, rodoviário, ferroviário): Documento emitido pelos agentes de carga que firma o recebimento da carga, as condições de transporte e a obrigação de entrega da mercadoria ao destinatário. Declaração de Despacho de Exportação (DDE): Documento emitido pelo Siscomex utilizado para o procedimento fiscal. O processamento do desembaraço aduaneiro da mercadoria destinada ao exterior e realizado através deste documento. Certificado (Origem; Fitossanitário; Inspeção etc.): O Certificado de Origem é o documento utilizado pelo importador para comprovar a origem das mercadorias e, assim, beneficiar-se da isenção ou redução de impostos decorrentes de acordos comerciais, ou por exigências impostas pela legislação. Contrato de Câmbio: Documento que finaliza e formaliza as operações de recebimento de divisas em decorrência da exportação. O documento é contratado pelo exportador a um banco autorizado a operar em câmbio pelo Bacen. Saiba Mais Para que você possa conhecer os modelos de documentos envolvidos na exportação, vá ao link abaixo e navegue nos diversos modelos de documentos. Será uma leitura bastante interessante. Disponível em: http://goo.gl/wSYj54 14 Unidade: Exportação Despacho de Exportação De acordo com o Regulamento Aduaneiro, em seu artigo 580, ele conceitua despacho de exportação como o procedimento no qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e à sua saída para o exterior. Na exportação, observamos os personagens envolvidos na operação e podemos denominá- los como exportador, agente de carga internacional, transportador local, despachante aduaneiro e auditor fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB. No despacho de exportação, o auditor fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB – será o responsável pela análise dos dados informados pelo exportador referente à mercadoria e por conferir os documentos apresentados, sempre embasado na legislação em vigor. Após as análises necessárias, estando o processo dentro das normas estabelecidas, providenciará o desembaraço aduaneiro da mercadoria e sua devida autorização para embarque ao exterior. Após a negociação com o importador, finalizado todo o processo negocial, o exportador deverá iniciar o envio da mercadoria para o exterior. Em posse dos documentos, o exportador providenciará no Siscomex o Registro de Exportação – RE. A Portaria Secex nº 23/11 define, em seu artigo 184, o RE no Siscomex como o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e definem o seu enquadramento. Após o RE ser deferido, ou seja, ser aprovado, ele estará disponível para ser utilizado em uma Declaração de Exportação – DE. A partir desse momento, o RE pode ser vinculado a uma DE, que recebe um número pelo Siscomex e dá início ao despacho de exportação. Cabe ressaltar que, a partir do momento em que o RE é vinculado a uma DE, ele não poderá ser alterado ou reutilizado em outra declaração (nota do MDIC). O exportador tem o prazo de 15 dias para apresentar a documentação à Unidade da Receita Federal do Brasil – RFB. A elaboração da Declaração de Exportação (DE) inicia o despacho aduaneiro de exportação. Nesse momento, a DE recebe uma numeração automática, única, nacional e sequencial, reiniciada a cada ano pelo Siscomex. 15 Confirmação da Presença da Carga O exportador deverá providenciar no Siscomex a confirmação da presença e localização da carga que será exportada. Este procedimento é obrigatório para todos os despachos de exportação. Declaração para Despacho Posteriormente à confirmação da presença de carga, ocorre o envio da declaração para despacho (uma das funções da DE) e a declaração é disponibilizada para a seleção parametrizada. O exportador tem o prazo de 15 dias do registro da DE para executar, no Siscomex, a função Envio da Declaração para Despacho; se o exportador não observar este procedimento, o despacho será automaticamente cancelado. Parametrização Os documentos que instruem o despacho, após registro devido no Sistema e recepção dos mesmos, passarão ao próximo procedimento dentro do processo do despacho de exportação. A próxima etapa a ser observada denomina-se parametrização, isto é, a seleção pelo Siscomex, de maneira aleatória, para um dos canais de conferência aduaneira: • Canal Verde: ao ser selecionada para o canal verde, a mercadoria estará dispensada do exame documental e da verificação física da mercadoria. Ocorrerá o desembaraço automático pelo Siscomex; • Canal Laranja: ao ser selecionada para o canal laranja, ocorrerá somente a análise do exame documental, pois a verificação física da mercadoria estará dispensada; • Canal Vermelho: ao ser selecionada para o canal vermelho, ocorrerá no despacho tanto o exame documental quanto a verificação física da mercadoria. Recepção dos Documentos Após ocorrer a parametrização para um dos canais mencionados, para continuidade ao despacho de Declaração de Exportação (DE), o exportador deverá entregar os documentos que instruem o despacho aduaneiro à unidade da RFB, que fará o registro no sistema, após a informação da presença de carga. Os documentos que instruem o despacho por DE são: • Nota Fiscal Eletrônica; • Nota Fiscal Eletrônica, com apresentação do Danfe (Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica); • Conhecimento e Manifesto de carga. 16 Unidade: Exportação Conferência Aduaneira Em conformidade com o Art. 589 do Regulamento Aduaneiro, entende-se que a conferência aduaneira na exportação tem por finalidade identificar o exportador, verificar a mercadoria e a correção das informações relativas à sua natureza, classificação fiscal, quantificação e preço, e confirmar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e outras, exigíveis em razão da exportação. Distribuição Ocorrendo a parametrização e as mercadorias tenham sido selecionadas para os canais laranja e vermelho, o despacho de exportação será distribuído e analisado pelo Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB. Desembaraço Após a parametrização, satisfeitas todas as análises de acordo com o canal selecionado e estando a mercadoria em conformidade com a documentação e legislação pertinente, o Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB – promoverá o desembaraço aduaneiro da mercadoria. De acordo com o Art. 591 do Regulamento Aduaneiro, desembaraço aduaneiro na exportação é o ato pelo qual é registrada a conclusão da conferência aduaneira e autorizado o embarque, ou a transposição, de fronteira da mercadoria. Registro dos Dados de Embarque O registrodo embarque será realizado depois de efetivado o embarque da mercadoria observando-se o modal de transporte. O transportador registrará os dados de embarque imediatamente depois de realizado o embarque da mercadoria para o exterior, com base nos documentos por ele emitidos. Averbação de Embarque Após ocorrer o desembaraço aduaneiro, deverá ocorrer a averbação da mercadoria. Segundo o Art. 593 do Regulamento Aduaneiro, a averbação de embarque consiste na confirmação da saída da mercadoria do país. Ainda sobre a averbação o Art. 46 da Instrução Normativa RFB nº 28, de 1994, a averbação é o ato final do despacho de exportação e consiste na confirmação, pela fiscalização aduaneira, do embarque ou da transposição de fronteira da mercadoria. Baseado nesses dois conceitos e no Art. 51 da referida IN, a mercadoria somente será considerada exportada, para fins fiscais e de controle cambial, após o despacho de exportação ter sido averbado no Siscomex. Essa averbação no sistema de seu despacho comprovará que ocorreu o seu embarque ou a transposição de fronteira. 17 Emissão do Comprovante de Exportação Após a conclusão da operação de exportação e averbação no Sistema, o exportador poderá solicitar o documento que comprova a exportação, emitido pelo Siscomex, denominado Comprovante de Exportação. Para um melhor entendimento, observe o fluxograma que contempla as etapas despacho de exportação: Fluxograma do Despacho de Exportação – DE Fonte: receita.fazenda.gov.br Para o perfeito entendimento das operações de exportação, é necessário o conhecimento das regras que regulamentam as operações de importação e exportação. Essas regras estão definidas no Regulamento Aduaneiro – Decreto 6.759/2009, que regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. Há também a Portaria Secex nº23/11, que traz as normas administrativas para a importação, drawback e exportação. Estude este regulamento para um aprofundamento teórico. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm http://portal.siscomex.gov.br/legislacao/biblioteca-de-arquivos/secex/portaria-no-23-de-14-de-julho-de-2011 Acessados em 13/04/2014. Boa leitura e bons estudos! 18 Unidade: Exportação Tratamento Tributário na Exportação Reportando ao sistema tributário na exportação, pode-se observar que os governos adotam medidas para que os produtos destinados à exportação não sejam onerados com encargos tributários e suas empresas possam ser competitivas no mercado externo. O Governo adotou algumas medidas que visam isentar os produtos exportados dos impostos indiretos, incluindo os incidentes nos insumos –matérias-primas, embalagem, partes e peças – que são incorporados aos produtos finais. É entendido pela Organização Mundial de Comércio (OMC), que esse procedimento não caracteriza subsídio à exportação. O tratamento tributário na exportação é: Imposto de Exportação: De acordo com o Regulamento Aduaneiro Arts. 212 e 213, o imposto de exportação incide sobre a mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. O fato gerador do imposto é a saída da mercadoria do território aduaneiro, sendo considerado, para efeitos do cálculo do imposto, a data de registro do registro de exportação – RE no Siscomex. Cabe ressaltar que, em regra geral, o Governo adota a não incidência, a isenção, ou a alíquota zero para o IE, uma vez que, havendo a aplicação do IE, haveria uma diminuição na competitividade do produto nacional frente ao mercado internacional. Isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) De acordo com o Art. 153, § 3º, inciso III – Constituição Federal de 1988, o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) – não incidência imposto na saída de produtos com destino ao exterior. As vendas no mercado interno com o fim específico de exportação o benefício é equiparado. Não incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) De acordo com o Art. 155, § 2º, inciso X, letra a, da Constituição Federal de 1988, o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – não incide sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados. As vendas no mercado interno, com o fim específico de exportação ao exterior à empresa comercial exportadora, ao armazém alfandegado, ou entreposto aduaneiro, não ocorre a incidência do referido imposto. Exportação direta Nesta modalidade, o produto exportado é isento do IPI e não ocorre a incidência do ICMS. Exportação indireta A exportação indireta processada utilizando uma trading company – empresa comercial exportadora e consórcios de exportação – tem sua operação equiparada à exportação direta, considerando a isenção do IPI e não incidência do ICMS. 19 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) De acordo com o Art. 6º da Lei nº 10.833/03, a contribuição para a Cofins não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de exportação de mercadorias ao exterior, prestação de serviços para pessoas físicas ou jurídicas domiciliado no exterior e vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. Programa de Integração Social (PIS) Não incidência da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público: De acordo com o art. 5º da Lei nº 10.637/02, a contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de exportação de mercadorias para o exterior; prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, e vendas à empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos e Valores Mobiliários Nas operações de câmbio vinculadas à exportação de bens e serviços, terá a alíquota de 0% do IOF. Drawback O drawback é um incentivo à exportação que propicia às empresas produtoras/ exportadoras importar insumos para compor produtos a serem exportados, e pode ser aplicado nas seguintes modalidades: • Suspensão: suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação de mercadorias a ser exportada após beneficiamento ou destinada à fabricação, complementação, ou acondicionamento de outra ser exportada. • Isenção: isenção dos tributos exigíveis na importação de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalente à utilização no beneficiamento, fabricação, complementação, ou acondicionamento de produto exportado. • Restituição: permite a restituição total ou parcial, dos tributos que tenham sido pagos na importação de mercadoria exportada após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, complementação, ou acondicionamento de outra exportada. Assim, o regime de drawback permite a importação de insumos sem o pagamento do Imposto de Importação, do IPI e do ICMS. 20 Unidade: Exportação Em geral, podem ser importados sob o regime de drawback: a) Matérias-primas, produtos semielaborados ou acabados utilizados na fabricação do produto de exportação; b) Partes, peças e dispositivos que são incorporados ao produto de exportação; c) Materiais destinados à embalagem de produtos destinados ao mercado externo. O Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (REINTEGRA) http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=3578 Tratamento Tributário na Exportação http://ren.adv.br/downloads/Tratamento_Tributario_na_Exportacao.pdf Tratamento Fiscal na Exportação http://www.aduaneiras.com.br/destaque/destaque_texto.asp?ID=11126241&acesso=2 Planejando a Exportação http://www.aprendendoaexportar.gov.br/maquinas/planejando_exp/trat_01.asp Acessadas em 13/04/2014. 21 Material Complementar Vídeos:Assista à apresentação disponível no link abaixo. Trata-se de uma apresentação bem interessante sobre Exportação apresentado pelo Prof. Nicola Minervine, autor de vários livros sobre exportação. https://www.youtube.com/watch?v=nzhXz5DMihI Abaixo, encontram-se algumas apresentações sobre a série O Brasil que Exporta – Parte I a IV. É bastante interessante, sugerimos que você os assista. Bons estudos! https://www.youtube.com/watch?v=8QmTvhRjh-A https://www.youtube.com/watch?v=m0WqLcyTjRs https://www.youtube.com/watch?v=IdZaH2QhCvQ https://www.youtube.com/watch?v=_9QILhpe4EQ Todos os vídeos – Acesso em: 13/04/2014 Sites: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior http://www.desenvolvimento.gov.br Câmara de Comérico Exterior http://www.camex.gov.br/ Brasil Export http://www.brasilexport.gov.br/ Portal SISCOMEX http://portal.siscomex.gov.br/informativos/noticias-orgaos/secex Receita Federal do Brasil http://www.receita.fazenda.gov.br/ Acessado em 13/04/2014 22 Unidade: Exportação Referências VAZQUEZ, José Lopes. Comércio Exterior Brasileiro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. LABATUT, Enio Neves. Teoria e Prática de Comércio Exterior. 3. ed. São Paulo: Aduaneiras, 1989. SILVA, Aristides. Economia Internacional. São Paulo: Atlas,1985. KRUGMAN, Paul R.; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional Teoria e Política. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1999. BARBOSA, Paulo Sérgio. Competindo no Comércio Internacional. Uma Visão Geral do Processo de Exportação. São Paulo: Aduaneiras, 2004. Regulamento Aduaneiro. Decreto nº 6759/09. Sites pesquisados: http://www.fiscosoft.com.br/ http://www.desenvolvimento.gov.br http://www.camex.gov.br/ http://www.comexbrasil.gov.br/ http://portal.siscomex.gov.br/informativos/noticias-orgaos/secex http://www.receita.fazenda.gov.br/ http://www.mdic.gov.br http://www.aduaneiras.com.br http://www.aprendendoaexportar.gov.br http://www.brasilexport.gov.br/tratamento-tributario-na-importacao ht tp ://www.bras i l expor t .gov .br/s i te s/de fau l t/ f i l e s/pub l i cacoes/manua i s/ PUBExportPassoPasso2012.pdf Acessados em 13/04/2014. 23 Anotações