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Farmacologia dos benzodiazepínicos (MIDAZOLAM)

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Farmacologia dos benzodiazepínicos
Os estágios de depressão do sistema nervoso central podem variar em quatro níveis assim definidos: 
- Ansiólise: estado fármaco induzido no qual o paciente responde normalmente a comandos verbais, embora a função cognitiva e a coordenação motora possam estar afetadas. A função ventilatória e a função cardíaca permanecem inalteradas. 
- Sedação consciente: estado controlado de diminuição da consciência que permite a manutenção de reflexos protetores, como deglutição e tosse, e mantém as vias aéreas independentes e contínuas, permitindo a resposta apropriada aos estímulos físicos e verbais e, por isso, o paciente é facilmente despertado.
 - Sedação profunda: estado de diminuição da consciência do qual o paciente não é despertado facilmente, podendo vir acompanhado de perda parcial ou total de reflexos protetores e da capacidade de responder a estímulos físicos ou comandos verbais.
 - Anestesia geral: estado induzido de inconsciência acompanhada de perda parcial ou total de reflexos protetores e inabilidade em manter as vias aéreas independentes.
MIDAZOLAM: ASPECTOS FARMACOLÓGICOS E FARMACOCINÉTICA
 A via de administração considerada segura para a prática odontológica é a oral. A via endovenosa também pode vir a ser empregada, porém com treinamento em suporte avançado de vida e formação específica em sedação consciente. No Brasil apenas existe regulamentação para analgesia inalatória com a mistura de óxido nitroso e oxigênio (Resolução CFO 051/2004).
O Midazolam por via oral apresenta uma taxa de ligação às proteínas plasmáticas de 94% a 97%, atinge o pico plasmático em 0 h 32 min a 1 h 52 min, apresenta uma meia-vida de 1 h 7 min a 4 h e o clearence está entre 6,4 a 11,1 mLl/min/Kg, possuindo um metabólito pouco ativo o α-hidroxyMidazolam. A biodisponiblidade reduzida por via oral indica um intenso metabolismo de primeira passagem quando essa via é utilizada. Os indutores de citocromo CPY 3 A 4 diminuem a concentração plasmática do midazolam e consequentemente seu efeito sedativo. Seus inibodores aumentam sua concentração no plasma e seu efeito sedativo.
MECANISMO DE AÇÃO 
O Midazolam comporta-se como todos os benzodiazepínicos quanto aos seus efeitos sobre os receptores gabaérgicos. Estes são considerados inibitórios no sistema nervoso central. Quando comparado ao Diazepam a sua potência chega a ser de 3 a 4 vezes maior. A ligação dos benzodiazepínicos ao seu receptor reflete-se sobre o receptor GABA potencializando a sua ação sobre o canal de cloro acoplado. Uma vez ativado o receptor pelo Midazolam, ocorre aumento da afinidade do GABA com seu receptor; a consequência é a hiperpolarização da fibra nervosa, produzindo os efeitos ansiolíticos e sedativos. 
O Flumazenil é um antagonista específico dos benzodiazepínicos, constituindo um importante reversor durante um quadro de depressão respiratória ou intoxicação, embora o mesmo não tenha revertido todos os aspectos da sedação consciente com Midazolam, principalmente a atividade psicomotora e a atenção. Pacientes revertidos com Flumazenil não puderam ser prematuramente liberados da monitorização ou enviados para casa. Adicionalmente, a meia vida mais curta do Flumazenil ocasionou sedação residual em alguns pacientes. Por outro lado, em usuários crônicos de benzodiazepínicos este fármaco poderá precipitar convulsões

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