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Limites Tributários Interpretados pelo STF

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1 
 
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIAS INTERPRETADAS PELO STF 
Material extraído do site do STF (www.stf.jus.br), atualizado até 01 de junho de 2010 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos: 
"O Poder Público, especialmente em sede de tributação, não pode agir 
imoderadamente, pois a atividade estatal acha-se essencialmente 
condicionada pelo princípio da razoabilidade, que traduz limitação 
material à ação normativa do Poder Legislativo. O Estado não pode 
legislar abusivamente. A atividade legislativa está necessariamente 
sujeita à rígida observância de diretriz fundamental, que, encontrando 
suporte teórico no princípio da proporcionalidade, veda os excessos 
normativos e as prescrições irrazoáveis do Poder Público. O princípio 
da proporcionalidade, nesse contexto, acha-se vocacionado a inibir e a 
neutralizar os abusos do Poder Público no exercício de suas funções, 
qualificando-se como parâmetro de aferição da própria 
constitucionalidade material dos atos estatais. A prerrogativa 
institucional de tributar, que o ordenamento positivo reconhece ao 
Estado, não lhe outorga o poder de suprimir (ou de inviabilizar) direitos 
de caráter fundamental constitucionalmente assegurados ao 
contribuinte. É que este dispõe, nos termos da própria Carta Política, de 
um sistema de proteção destinado a ampará-lo contra eventuais 
excessos cometidos pelo poder tributante ou, ainda, contra exigências 
irrazoáveis veiculadas em diplomas normativos editados pelo Estado." 
(ADI 2.551-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2-4-03, 
Plenário, DJ de 20-4-06) 
 
 
 
 
“Dizíamos que a base de cálculo caracteriza a espécie tributária, se vinculado 
(taxas e contribuições) e não vinculadas (impostos).” (ADI 447, Rel. Min. 
Octavio Gallotti, voto do Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-6-91, 
Plenário, DJ de 5-3-93) 
 
 
 
 
“Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional 
Tributário brasileiro, que a Constituição inscreve nos seus artigos 145 a 162. 
Tributo, sabemos todos, encontra definição no artigo 3º do CTN, definição 
que se resume, em termos jurídicos, no constituir ele uma obrigação que a lei 
impõe às pessoas,de entrega de uma certa importância em dinheiro ao 
Estado. As obrigações são voluntárias ou legais. As primeiras decorrem da 
vontade das partes, assim, do contrato; as legais resultam da lei, por isso são 
denominadas obrigações ex lege e podem ser encontradas tanto no direito 
 
2 
 
público quanto no direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a 
mais importante do direito público, ‘nasce de um fato qualquer da vida 
concreta, que antes havia sido qualificado pela lei como apto a determinar o 
seu nascimento.’ (Geraldo Ataliba, ‘Hermenêutica e Sistema Constitucional 
Tributário’, in ‘Diritto e pratica tributaria’, volume L, Padova, Cedam, 1979). 
As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de incidência ou 
pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são a) os impostos 
(CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as 
contribuições, que são c.l) de melhoria (CF, art. 145, III), c.2) sociais (CF, art. 
194), que, por sua vez, podem ser c.2.1) de seguridade social (CF, art. 195, 
CF, 195, § 4º) e c.2.2) salário educação (CF, art. 212, § 5º) e c.3) especiais: 
c.3.1.) de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e c.3.2) de 
interesse de categorias profissionais ou econômicas (CF, art. 149). 
Constituem, ainda, espécie tributária, d) os empréstimos compulsórios (CF, 
art. 148).” (ADI 447, Rel. Min. Octavio Gallotti, voto do Min. Carlos Velloso, 
julgamento em 5-6-91, Plenário, DJ de 5-3-93) 
 
 
I - impostos; 
 
 
 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
 
 
 
 
“A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, 
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de 
imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.” (Súmula 
Vinculante 19) 
 
 
 
 
 
“O Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu pela constitucionalidade da 
instituição da taxa de fiscalização, de localização e de funcionamento. RE 
220.316/MG, rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 26-6-01.” (AI 707.357-ED, Rel. Min. 
Ellen Gracie, julgamento em 2-2-10, 2ª Turma, DJE de 26-2-10).
 No mesmo 
sentido: AI 763.559-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2-2-10, 2ª 
Turma, DJE de 26-2-10.Vide: RE 396.846-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgamento em 5-8-08, 2ª Turma,DJE de 29-8-08. 
 
 
 
“Taxa. Exercício do poder de polícia. (...) Este Tribunal tem orientação no 
 
3 
 
sentido de que o exercício do poder de polícia é presumido em favor da 
Municipalidade. Precedente. Agravo regimental a que se nega provimento.” 
(RE 581.947-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16-12-08, 2ª 
Turma, DJE de 27-2-09) 
 
 
“Lei Estadual n. 12.986/96. Violação do art. 167, inciso IV, da Constituição do 
Brasil. Não ocorrência. Preceito de lei estadual que destina 5% [cinco por 
cento] dos emolumentos cobrados pelas serventias extrajudiciais e não 
oficializadas ao Fundo Estadual de Reaparelhamento e Modernização do 
Poder Judiciário – FUNDESP não ofende o disposto no art. 167, IV, da 
Constituição do Brasil. Precedentes. A norma constitucional veda a 
vinculação da receita dos impostos, não existindo, na Constituição, preceito 
análogo pertinente às taxas.” (RE 570.513-AgR, Rel. Min. Eros Grau, 
julgamento em 16-12-08, 2ª Turma, DJE de 27-2-09) 
 
 
 
 
“Com efeito, a Corte entende como específicos e divisíveis os serviços 
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos 
provenientes de imóveis, desde que essas atividades sejam completamente 
dissociadas de outras serviços públicos de limpeza realizados em benefício 
da população em geral (uti universi) e de forma indivisível, tais como os de 
conservação e limpeza de logradouros e bens públicos (praças, calçadas, 
vias, ruas, bueiros). Decorre daí que as taxas cobradas em razão 
exclusivamente dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou 
destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis são constitucionais, 
ao passo que é inconstitucional a cobrança de valores tidos como taxa em 
razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos.” 
(RE 576.321-RG-QO, voto do Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 
4-12-08, Plenário, DJE de 12-2-08). No mesmo sentido: AI 521.533-AgR, 
Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 15-12-09, Plenário, DJE de 5-3-10; RE 
524.045-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 8-9-09, 2ª 
Turma, DJE de 9-10-09; AI 632.562-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgamento em 26-5-09, 1ª Turma, DJE de 26-6-09; AI 660.829-AgR, Rel. 
Min. Marco Aurélio, julgamento em 16-12-08, 1ª Turma, DJE de 20-3-09; RE 
510.336-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 17-4-07, 2ª Turma DJ de 
11-5-07;RE 256.588-ED-EDV, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-2-03, 
Plenário, DJ de 3-10-03; AI 245.539-AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento 
em 14-12-99, 1ª Turma,DJ de 3-3-00. 
 
 
 
 
“Taxa de Fiscalização de Localização e Funcionamento. Cobrança. 
Legitimidade. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Agravo regimental 
provido. Não pode o contribuinte furtar-se à exigência tributária sob a 
alegação de o ente público não exercer a fiscalização devida, não dispondo 
 
4 
 
sequer de órgão incumbido desse mister, sendo, pois, irrelevante a falta de 
prova do efetivo exercício do poder de polícia”. (RE 396.846-AgR, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgamento em5-8-08, 2ª Turma, DJE de 29-8-08). No 
mesmo sentido: AI 677.664-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 5-
5-09, 1ª Turma, DJE de 19-6-09; AI 553.880-AgR, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 17-3-09, 1ª Turma, DJE de 17-4-09.; RE 
549.221–ED, voto do Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-2-09, 2ª 
Turma, DJE de 20-3-09. 
 
 
 
“Lei Distrital 1.713, de 3-9-1997. Quadras residenciais do Plano Piloto da Asa 
Norte e da Asa Sul. Administração por prefeituras ou associações de 
moradores. Taxa de manutenção e conservação. Subdivisão do Distrito 
Federal. Fixação de obstáculos que dificultem o trânsito de veículos e 
pessoas. Bem de uso comum. Tombamento. Competência do Poder 
Executivo para estabelecer as restrições do direito de propriedade. Violação 
do disposto nos arts. 2º, 32 e 37, XXI, da Constituição do Brasil. A Lei 1.713 
autoriza a divisão do Distrito Federal em unidades relativamente autônomas, 
em afronta ao texto da Constituição do Brasil – art. 32 – que proíbe a 
subdivisão do Distrito Federal em Municípios. Afronta a Constituição do Brasil 
o preceito que permite que os serviços públicos sejam prestados por 
particulares, independentemente de licitação (art. 37, XXI, da CF/1988). 
Ninguém é obrigado a associar-se em ‘condomínios’ não regularmente 
instituídos. O art. 4º da lei possibilita a fixação de obstáculos a fim de 
dificultar a entrada e saída de veículos nos limites externos das quadras ou 
conjuntos. Violação do direito à circulação, que é a manifestação mais 
característica do direito de locomoção. A Administração não poderá impedir o 
trânsito de pessoas no que toca aos bens de uso comum. O tombamento é 
constituído mediante ato do Poder Executivo que estabelece o alcance da 
limitação ao direito de propriedade. Incompetência do Poder Legislativo no 
que toca a essas restrições, pena de violação ao disposto no art. 2º da 
Constituição do Brasil. É incabível a delegação da execução de determinados 
serviços públicos às ‘Prefeituras’ das quadras, bem como a instituição de 
taxas remuneratórias, na medida em que essas ‘Prefeituras’ não detêm 
capacidade tributária.” (ADI 1.706, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-4-
2008, Plenário, DJE de 12-9-2008.) 
 
 
 
 
"Ação Direta de Inconstitucionalidade. Art. 3º, da Lei n. 7.940, de 20-12-1989, 
que considerou os auditores independentes como contribuintes da taxa de 
fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários. Ausência de 
violação ao princípio da isonomia, haja vista o diploma legal em tela ter 
estabelecido valores específicos para cada faixa de contribuintes, sendo 
estes fixados segundo a capacidade contributiva de cada profissional. Taxa 
que corresponde ao poder de polícia exercido pela Comissão de Valores 
 
5 
 
Mobiliários, nos termos da Lei n. 5.172, de 1966 – Código Tributário 
Nacional. Ação direta de inconstitucionalidade que se julga improcedente." 
(ADI 453, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30-8-06, Plenário, DJ de 
16-3-07) 
 
 
 
“A hipótese de incidência da taxa é a fiscalização de atividades poluidoras e 
utilizadoras de recursos ambientais, exercida pelo IBAMA (Lei 6.938/81, art. 
17-B, com a redação da Lei 10.165/00). Tem-se, pois, taxa que remunera o 
exercício do poder de polícia do Estado. Não há invocar o argumento no 
sentido de que a taxa decorrente do poder de polícia fica ‘restrita aos 
contribuintes cujos estabelecimentos tivessem sido efetivamente visitados 
pela fiscalização’, por isso que, registra Sacha Calmon parecer, fl. 377 essa 
questão já foi resolvida, pela negativa, pelo Supremo Tribunal Federal, que 
deixou assentada em diversos julgados a suficiência da manutenção, pelo 
sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento (cf., inter plures, RE 
116.518 e RE 230.973). Andou bem a Suprema Corte brasileira em não 
aferrar-se ao método antiquado da vistoria porta a porta, abrindo as portas do 
Direito às inovações tecnológicas que caracterizam a nossa era’. Destarte, os 
que exercem atividades de impacto ambiental tipificadas na lei sujeitam-se à 
fiscalização do IBAMA, pelo que são contribuintes da taxa decorrente dessa 
fiscalização, fiscalização que consubstancia, vale repetir, o poder de polícia 
estatal.” (RE 416.601, voto do Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 10-8-
05, Plenário, DJ de 30-9-05). No mesmo sentido: AI 638.092-AgR, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-3-09, 1ª Turma, DJE de 17-4-09. 
 
 
 
 
"Taxa em razão do poder de polícia: a Lei mato-grossense n. 8.033/03 
instituiu taxa em razão do exercício do poder de polícia. Poder que assiste 
aos órgãos diretivos do Judiciário, notadamente no plano da vigilância, 
orientação e correição da atividade em causa, a teor do § 1º do art. 236 da 
Carta-cidadã. É constitucional a destinação do produto da arrecadação da 
taxa de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público e ao 
próprio Poder Judiciário". (ADI 3.151, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 
8-6-05, Plenário, DJ de 28-4-06) 
 
 
 
 
"Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A 
taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode 
superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real 
da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir 
de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos 
pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da 
taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à 
 
6 
 
disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de 
onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência 
entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor 
exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa 
modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 
150, IV, da Constituição da República. Jurisprudência. Doutrina." (ADI 2.551-
MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2-4-03, Plenário, DJ de 20-
4-06) 
 
 
 
“As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie tributária, 
são taxas, segundo a jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. 
(...) Impossibilidade da destinação do produto da arrecadação, ou de parte 
deste, a instituições privadas, entidades de classe e Caixa de Assistência dos 
Advogados. Permiti-lo, importaria ofensa ao princípio da igualdade. 
Precedentes do STF.” (ADI 1.145, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 3-
10-2002, Plenário, DJ de 8-11-2002). Vide: RE 233.843, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa, julgamento em 1º-12-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009. 
 
 
 
 
“Remuneração pela exploração de recursos minerais (…) não se tem, no 
caso, taxa, no seu exato sentido jurídico, mas preço público decorrente da 
exploração, pelo particular, de um bem da União (CF, art. 20, IX, art. 175 e 
§§).” (ADI 2.586, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 16-5-02, 
Plenário, DJ de 1º-8-03). 
 
 
 
 
"Dispositivo por meio do qual o Ministério do Meio Ambiente, sem lei que o 
autorizasse, instituiu taxa para inspeção de importações e exportações de 
produtos da indústria pesqueira, a ser cobrada pelo Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, com ofensa 
ao princípio da legalidade estrita, que disciplina o Direito Tributário." (ADI 
2.247-MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 13-9-00, Plenário, DJ de 
10-11-00). No mesmo sentido: ADI 1.982-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, 
julgamento em 15-4-99, Plenário, DJ de 11-6-99. 
 
 
 
 
“Taxa florestal. (…) Exação fiscal que serve de contrapartida ao exercício do 
poder de polícia, cujos elementos básicos se encontram definidos em lei, 
possuindo base de cálculodistinta da de outros impostos, qual seja, o custo 
estimado do serviço de fiscalização.” (RE 239.397, Rel. Min. Ilmar Galvão, 
julgamento em 21-3-00, 1ª Turma,DJ de 28-4-00) 
 
7 
 
 
 
 
“Taxas de lixo e sinistro. (…) Taxas legitimamente instituídas como 
contraprestação a serviços essenciais, específicos e divisíveis, referidos ao 
contribuinte a quem são prestados ou a cuja disposição são postos, não 
possuindo base de cálculo própria de imposto.” (RE 233.784, Rel. Min. Ilmar 
Galvão, julgamento em 12-11-99, 1ª Turma, DJde 12-11-99). No mesmo 
sentido: RE 491.982-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 
26-5-09, 1ª Turma, DJE de 26-6-09; RE 396.996-AgR, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa, julgamento em 10-03-09, 2ª Turma, DJE de 17-04-09; AI 431.836-
AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 17-6-03, 2ª Turma, DJ de 1º-8-
03; AI 552.033-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 17-10-06, 
1ª Turma, DJ de 10-11-06. 
 
 
 
 
“Em face do artigo 144, caput, inciso V e parágrafo 5º, da Constituição, sendo 
a segurança pública, dever do Estado e direito de todos, exercida para a 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através, entre outras, da polícia militar, essa atividade do Estado 
só pode ser sustentada pelos impostos, e não por taxa, se for solicitada por 
particular para a sua segurança ou para a de terceiros, a título preventivo, 
ainda quando essa necessidade decorra de evento aberto ao público. 
Ademais, o fato gerador da taxa em questão não caracteriza sequer taxa em 
razão do exercício do poder de polícia, mas taxa pela utilização, efetiva ou 
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, o que, em exame 
compatível com pedido de liminar, não é admissível em se tratando de 
segurança pública.” (ADI 1.942-MC, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 
5-5-99, Plenário, DJ de 22-10-99).No mesmo sentido: ADI 2.424, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgamento em 1º-4-04, Plenário, DJ de 18-6-04. 
 
 
 
 
“Taxa de iluminação pública. (…) Tributo de exação inviável, posto ter por 
fato gerador serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível 
de ser referido a determinado contribuinte, a ser custeado por meio do 
produto da arrecadação dos impostos gerais.” (RE 233.332, Rel. Min. Ilmar 
Galvão, julgamento em 10-3-99, DJ de 14-5-99). No mesmo sentido: AI 
479.587–AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 3-3-09, 2ª 
Turma, DJE de 20-3-09. 
 
 
 
 
“Taxa Judiciária: sua legitimidade constitucional, admitindo-se que tome por 
base de cálculo o valor da causa ou da condenação, o que não basta para 
subtrair-lhe a natureza de taxa e convertê-la em imposto: precedentes (ADI 
 
8 
 
948-GO, 9-11-95, Rezek; ADI MC 1.772-MG, 15/4/98, Velloso). Legítimas em 
princípio a taxa judiciária e as custas ad valorem afrontam, contudo, a 
garantia constitucional de acesso à jurisdição (CF, art. 5º, XXXV) se a 
alíquota excessiva ou a omissão de um limite absoluto as tornam 
desproporcionadas ao custo do serviço que remuneraram: precedentes (Rp 
1.077-RJ, 28-3-84, Moreira, RTJ 112/34; Rp 1.074, 15-8-84, Falcão, RTJ 
112/499; ADI 948-GO, 9-11-95, Rezek; ADI MC 1.378-5, 30-11-95, Celso, DJ 
de 30-5-97; ADI MC 1.651-PB, Sanches, DJ de 11-9-98; ADI MC 1.772-MG, 
15-4-98, Velloso). (...). Custas judiciais são taxas, do que resulta – ao 
contrário do que sucede aos impostos (CF, art. 167, IV) – a alocação do 
produto de sua arrecadação ao Poder Judiciário, cuja atividade remunera; e 
nada impede a afetação dos recursos correspondentes a determinado tipo de 
despesas – no caso, as de capital, investimento e treinamento de pessoal da 
Justiça – cuja finalidade tem inequívoco liame instrumental com o serviço 
judiciário.” (ADI 1.926-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 19-
4-99, Plenário, DJ de 10-9-99). No mesmo sentido: AI 564.642-AgR, Rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 30-6-09, 1ª Turma, DJEde 21-8-
09. 
 
 
 
"Taxas de limpeza pública e de segurança. Leis municipais (...). Acórdão que 
os declarou inexigíveis. (...). Decisão que se acha em conformidade com a 
orientação jurisprudencial do STF no que tange (...) à taxa de limpeza urbana 
(...), exigida com ofensa ao art. 145, inc. II e § 2º, da CF, porquanto a título 
de remuneração de serviço prestado uti universi e tendo por base de cálculo 
fatores que concorrem para formação da base de cálculo do IPTU. 
Declaração da inconstitucionalidade dos dispositivos enumerados, alusivos à 
taxa de limpeza urbana. Pechas que não viciam a taxa de segurança, 
corretamente exigida para cobrir despesas com manutenção dos serviços de 
prevenção e extinção de incêndios." (RE 206.777, Rel. Min. Ilmar Galvão, 
julgamento em 25-2-99, Plenário, DJ de 30-4-99). No mesmo sentido: AI
677.891-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-3-09, 1ª 
Turma, DJE de 17-4-09; RE 433.335-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
julgamento em 3-3-09, 2ª Turma,DJE de 20-3-09. 
 
 
 
 
“Lei n. 5.607, de 31 de maio de 1990, do Estado de Mato Grosso que atribui 
em favor da OAB, Seção daquele Estado, parcela de custas processuais. 
Exercendo a OAB, federal ou estadual, serviço público, por se tratar de 
pessoa jurídica de direito público (autarquia), e serviço esse que está ligado à 
prestação jurisdicional pela fiscalização da profissão de advogado que, 
segundo a parte inicial do artigo 133 da Constituição, é indispensável à 
administração da justiça, não tem relevância, de plano, a fundamentação 
jurídica da argüição de inconstitucionalidade da lei em causa no sentido de 
que o serviço por ela prestado não se vincula à prestação jurisdicional, 
 
9 
 
desvirtuando-se, assim, a finalidade das custas judiciais, como taxa que são.” 
(ADI 1.707-MC, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 1º-7-
98, Plenário, DJ 16-10-98) 
 
 
 
“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido 
de que as custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviços 
notariais e registrais possuem natureza tributária, qualificando-se como taxas 
remuneratórias de serviços públicos, sujeitando-se, em consequência, quer 
no que concerne à sua instituição e majoração, quer no que se refere à sua 
exigibilidade, ao regime jurídico-constitucional pertinente a essa especial 
modalidade de tributo vinculado, notadamente aos princípios fundamentais 
que proclamam, dentre outras, as garantias essenciais (a) da reserva de 
competência impositiva, (b) da legalidade, (c) da isonomia e (d) da 
anterioridade.” (ADI 1.378-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 30-
11-1995, Plenário, DJ de 30-5-1997.) No mesmo sentido: ADI 3.260, Rel. 
Min. Eros Grau, julgamento em 29-3-2007, Plenário, DJ de 29-6-2007. 
 
 
 
 
“A taxa, espécie de tributo vinculado, tendo em vista o critério jurídico do 
aspecto material do fato gerador, que Geraldo Ataliba denomina de hipóteses 
de incidência (Hipótese de Incidência Tributária, Ed. Rev. dos Tribs. 4ª ed., 
1991, págs. 128 e ss.), ou é de polícia, decorrente do exercício do poder de 
polícia, ou é de serviço, resultante da utilização, efetiva ou potencial, de 
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos 
a sua disposição (CF, art. 145, II). A materialidade do fato gerador da taxa, 
ou de sua hipótese de incidência, é, ‘sempre e necessariamente um fato 
produzido pelo Estado, na esfera jurídica do próprio Estado, em referibilidade 
ao administrado.’ (Geraldo Ataliba, Sistema Trib. na Constituição de 1988, 
Rev. de Dir. Trib., 51/140), ou ‘uma atuação estatal diretamente referida ao 
contribuinte’, que ‘pode consistir ou num serviço público ou num ato de 
polícia.’ (Roque Antônio Carrazza, Curso de Dir. Const. Tributário, Ed. R.T., 
2ª ed., 1991, pág. 243). (...) As taxas de polícia, conforme mencionamos,decorrem do exercício do poder de polícia, conceituado este no art. 78 do 
CTN, e as de serviço, de um serviço público prestado ao contribuinte, serviço 
público específico e divisível (CF, art. 145, II). Os serviços públicos, ensina 
Roque Carrazza, ‘se dividem em gerais e específicos’, certo que os 
primeiros, ou gerais, ‘são os prestados uti universi, isto é, indistintamente a 
todos os cidadãos’, alcançando ‘a comunidade, como um todo considerada, 
beneficiando número indeterminado (ou, pelo menos, indeterminável) de 
pessoas.’ (Ob. cit., pág. 243). Esses serviços não constituem fato gerador de 
taxa, não podem, portanto, ser custeados por meio de taxa, mas pelos 
impostos. ‘Já os serviços específicos’, acrescenta Carrazza, ‘são os 
prestados ut singuli. Referem-se a uma pessoa ou a um número determinado 
(ou, pelo menos, determinável, de pessoas). São de utilização individual e 
 
10 
 
mensurável. Gozam, portanto, de divisibilidade, é dizer, da possibilidade de 
avaliar-se a utilização efetiva ou potencial, individualmente considerada.’ (Ob. 
e loc. cits.). Noutras palavras, o serviço ‘é específico quando possa ser 
separado em unidades autônomas de intervenção da autoridade, ou de sua 
utilidade, ou de necessidade pública, que o justificou: p. ex., a existência do 
corpo de bombeiros para o risco potencial de fogo’; e ‘é divisível quando 
possa funcionar em condições tais que se apure a utilização individual pelo
usuário: – a expedição de certidões, a concessão de porte de armas, a 
aferição dos pesos e medidas, etc.’ (Aliomar Beleeiro, ‘Direito Trib. Brasileiro’, 
Forense, l0ª ed., págs. 353- 354). O serviço público, pois, que dá ensejo ao 
nascimento da taxa, há de ser um serviço específico e divisível. A sua 
utilização, pelo contribuinte, ou é efetiva ou é potencial, vale dizer, ou o 
serviço público é prestado ao contribuinte ou e posto à disposição deste.” 
(ADI 447, voto do Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-6-91, DJ de 5-3-93). 
(...) Concedo que há serviços públicos que somente podem ser remunerados
mediante taxa. Do acórdão do RE n. 89.876-RJ, relatado pelo eminente 
Ministro Moreira Alves (RTJ 98/230) e da conferência que S. Exa. proferiu no 
‘X Simpósio Nacional de Direito Tributário’ (...) penso que podemos extrair as 
seguintes conclusões, com pequenas alterações em relação ao pensamento 
do eminente Ministro Moreira Alves: os serviços públicos poderiam ser 
classificados assim: 1) serviços públicos propriamente estatais, em cuja 
prestação o Estado atue no exercício de sua soberania, visualizada esta sob 
o ponto de vista interno e externo: esses serviços são indelegáveis, porque 
somente o Estado pode prestá-los. São remunerados, por isso mesmo, 
mediante taxa, mas o particular pode, de regra, optar por sua utilização ou 
não. (...) 2) Serviços públicos essenciais ao interesse público: são serviços 
prestados no interesse da comunidade. São remunerados mediante taxa. (...) 
3) Serviços públicos não essenciais e que, não utilizados, disso não resulta 
dano ou prejuízo para a comunidade ou para o interesse público. Esses 
serviços são, de regra, delegáveis, vale dizer, podem ser concedidos e 
podem ser remunerados mediante preço público. Exemplo: o serviço postal, 
os serviços telefônicos, telegráficos, de distribuição de energia elétrica, de 
gás, etc.” (ADI 447, voto do Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-6-91, 
Plenário, DJ de 5-3-93) 
 
 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
 
 
 
“Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de 
melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária.” (AI 694.836-
AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-11-09, 2ª Turma, DJE de 18-
12-09) 
 
 
 
 
 
11 
 
“Obra pública: o particular que assumiu por contrato a obrigação de ressarcir 
a sociedade de economia mista executora dos custos de obra pública de seu 
interesse não pode opor à validade da obrigação livremente contraída a 
possibilidade, em tese, da instituição para a hipótese de contribuição de 
melhoria.” (RE 236.310, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-12-
98, 1ª Turma, DJ de 6-4-01) 
 
 
 
“Taxa de pavimentação asfáltica. (…). Tributo que tem por fato gerador 
benefício resultante de obra pública, próprio de contribuição de melhoria, e 
não a utilização, pelo contribuinte, de serviço público específico e divisível, 
prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. Impossibilidade de sua 
cobrança como contribuição, por inobservância das formalidades legais que 
constituem o pressuposto do lançamento dessa espécie tributária.” (RE 
140.779, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 2-8-95, Plenário, DJ de 8-9-
95) 
 
 
 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado 
à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a 
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos 
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas 
do contribuinte. 
 
 
 
 
“É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto 
de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do 
imóvel.” (Súmula 656) 
"É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda 
Constitucional nº 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se 
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade 
urbana." (Súmula 668) 
 
 
 
 
"Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos consumidores de energia 
elétrica do município não ofende o princípio da isonomia, ante a 
impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do serviço de 
iluminação pública. A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do 
custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não 
afronta o princípio da capacidade contributiva. Tributo de caráter sui generis, 
que não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a 
finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação 
 
12 
 
individualizada de um serviço ao contribuinte. Exação que, ademais, se 
amolda aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade." (RE 
573.675, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 25-3-09, 
Plenário, DJE de 22-5-09) 
 
 
 
“IPVA. Lei estadual. Alíquotas diferenciadas em razão do tipo do veículo. Os 
Estados-membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao 
IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art. 24, § 3º, da 
Constituição do Brasil. Não há tributo progressivo quando as alíquotas são 
diferenciadas segundo critérios que não levam em consideração a 
capacidade contributiva.” (RE 414.259-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento 
em 24-6-2008, 2ª Turma, DJE de 15-8-2008.) 
 
 
 
 
“Fiscalização tributária. Apreensão de livros contábeis e documentos fiscais 
realizada, em escritório de contabilidade, por agentes fazendários e policiais 
federais, sem mandado judicial. Inadmissibilidade. Espaço privado, Não 
aberto ao público, Sujeito à proteção constitucional da Inviolabilidade 
domiciliar (CF, art. 5º, XI). Subsunção ao conceito normativo de ‘casa’. 
Necessidade de ordem judicial. Administração pública e fiscalização 
tributária. Dever de observância, por parte de seus órgãos e agentes, dos 
limites jurídicos impostos pela constituição e pelas leis da República. 
Impossibilidade de utilização, pelo Ministério Público, de prova obtida com 
transgressão à garantia de inviolabilidade domiciliar. Prova ilícita. 
Inidoneidade jurídica (...). Administração tributária. Fiscalização. Poderes. 
Necessário respeito aos direitos e garantias individuais dos contribuintes e 
terceiros. Aos direitose garantias individuais dos contribuintes e de terceiros. 
Não são absolutos os poderes de que se acham investidos os órgãos e 
agentes da administração tributária, pois o Estado, em tema de tributação, 
inclusive em matéria de fiscalização tributária, está sujeito à observância de 
um complexo de direitos e prerrogativas que assistem, constitucionalmente, 
aos contribuintes e aos cidadãos em geral. Na realidade, os poderes do 
Estado encontram, nos direitos e garantias individuais, limites 
intransponíveis, cujo desrespeito pode caracterizar ilícito constitucional. A 
administração tributária, por isso mesmo, embora podendo muito, não pode 
tudo. É que, ao Estado, é somente lícito atuar, ‘ respeitados os direitos 
individuais e nos termos da lei’ (CF, art. 145, § 1º), consideradas, sobretudo, 
e para esse específico efeito, as limitações jurídicas decorrentes do próprio 
sistema instituído pela Lei Fundamental, cuja eficácia – que prepondera 
sobre todos os órgãos e agentes fazendários – restringe-lhes o alcance do 
poder de que se acham investidos, especialmente quando exercido em face 
do contribuinte e dos cidadãos da República, que são titulares de garantias 
impregnadas de estatura constitucional e que, por tal razão, não podem ser 
transgredidas por aqueles que exercem a autoridade em nome do Estado. A 
 
13 
 
garantia da inviolabilidade domiciliar como limitação constitucional ao poder 
do Estado em tema de fiscalização tributária. Conceito de ‘casa’ para efeito 
de proteção constitucional. Amplitude dessa noção conceitual, que também 
compreendem os espaços privados não abertos ao público, onde alguém 
exerce atividade profissional: necessidade, em tal hipótese, de mandado 
judicial (CF, art. 5º, XI). ”(HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento 
em 10-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1º-8-2008.) 
 
 
 
"Não são absolutos os poderes de que se acham investidos os órgãos e 
agentes da administração tributária, pois o Estado, em tema de tributação, 
inclusive em matéria de fiscalização tributária, está sujeito à observância de 
um complexo de direitos e prerrogativas que assistem, constitucionalmente, 
aos contribuintes e aos cidadãos em geral. Na realidade, os poderes do 
Estado encontram, nos direitos e garantias individuais, limites 
intransponíveis, cujo desrespeito pode caracterizar ilícito constitucional. A 
administração tributária, por isso mesmo, embora podendo muito, não pode 
tudo. É que, ao Estado, é somente lícito atuar ‘respeitados os direitos 
individuais e nos termos da lei’ (CF, art. 145, § 1º), consideradas, sobretudo, 
e para esse específico efeito, as limitações jurídicas decorrentes do próprio 
sistema instituído pela Lei Fundamental, cuja eficácia – que prepondera 
sobre todos os órgãos e agentes fazendários – restringe-lhes o alcance do 
poder de que se acham investidos, especialmente quando exercido em face 
do contribuinte e dos cidadãos da República, que são titulares de garantias 
impregnadas de estatura constitucional e que, por tal razão, não podem ser 
transgredidas por aqueles que exercem a autoridade em nome do Estado." 
(HC 82.788, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 12-4-05, 2ª 
Turma,DJ de 2-6-06) 
 
 
 
 
“A multa moratória de 20% (vinte por cento) do valor do imposto devido, não 
se mostra abusiva ou desarrazoada, inexistindo ofensa aos princípios da 
capacidade contributiva e da vedação ao confisco.” (RE 239.964, Rel. Min. 
Ellen Gracie, julgamento em 15-4-03, 1ª Turma, DJ de 9-5-03). No mesmo 
sentido: AI 755.741-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 29-9-09, 2ª 
Turma, DJE de 29-10-09. 
 
 
 
 
“Progressividade do tributo e isenção. Institutos distintos. O primeiro constitui 
sanção imposta pelo inadequado aproveitamento da propriedade, nos termos 
em que dispuser a lei federal; o segundo diz respeito à observância à 
capacidade contributiva do contribuinte.” (RE 238.671, Rel. Min. Maurício 
Corrêa, julgamento em 30-10-01, 2ª Turma, DJ de 15-2-02) 
 
14 
 
 
 
 
“A exigibilidade do ISS, uma vez ocorrido o fato gerador — que é a prestação 
do serviço —, não está condicionada ao adimplemento da obrigação de 
pagar-lhe o preço, assumida pelo tomador dele: a conformidade da legislação 
tributária com os princípios constitucionais da isonomia e da capacidade 
contributiva não pode depender do prazo de pagamento concedido pelo 
contribuinte a sua clientela.” (AI 228.337-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 
julgamento em 7-12-99, 1ª Turma, DJ de 18-2-00) 
 
 
 
 
“O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do 
IPTU – a metragem da área construída do imóvel – que é o valor do imóvel 
(CTN, art. 33), ser tomado em linha de conta na determinação da alíquota da 
taxa de coleta de lixo, não quer dizer que teria essa taxa base de cálculo 
igual à do IPTU: o custo do serviço constitui a base imponível da taxa. 
Todavia, para o fim de aferir, em cada caso concreto, a alíquota, utiliza-se a 
metragem da área construída do imóvel, certo que a alíquota não se 
confunde com a base imponível do tributo. Tem-se, com isto, também, forma 
de realização da isonomia tributária e do princípio da capacidade contributiva: 
CF, artigos 150, II, 145, § 1º.” (RE 232.393, Rel. Min. Carlos Velloso, 
julgamento em 12-8-99, 1ª Turma, DJ de 5-4-02). No mesmo sentido: RE 
336.782-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 26-5-09, 1ª 
Turma, DJE de 1º-7-09. 
 
 
 
 
“Imposto de transmissão de imóveis, inter vivos – ITBI: alíquotas 
progressivas: a Constituição Federal não autoriza a progressividade das 
alíquotas, realizando-se o princípio da capacidade contributiva 
proporcionalmente ao preço da venda.” (RE 234.105, Rel. Min. Carlos 
Velloso, julgamento em 8-4-99, Plenário, DJ de 31-3-00) 
 
 
 
 
“No sistema tributário nacional é o IPTU inequivocamente um imposto real. 
Sob o império da atual Constituição, não é admitida a progressividade fiscal 
do IPTU, quer com base exclusivamente no seu artigo 145, § 1º, porque esse 
imposto tem caráter real que é incompatível com a progressividade 
decorrente da capacidade econômica do contribuinte, quer com arrimo na 
conjugação desse dispositivo constitucional (genérico) com o artigo 156, § 1º 
(específico). A interpretação sistemática da Constituição conduz 
inequivocamente à conclusão de que o IPTU com finalidade extrafiscal a que 
alude o inciso II do § 4º do artigo 182 é a explicitação especificada, inclusive 
com limitação temporal, do IPTU com finalidade extrafiscal aludido no artigo 
 
15 
 
156, I, § 1º. Portanto, é inconstitucional qualquer progressividade, em se 
tratando de IPTU, que não atenda exclusivamente ao disposto no artigo 156, 
§ 1º, aplicado com as limitações expressamente constantes dos §§ 2º e 4º do 
artigo 182, ambos da Constituição Federal.” (RE 153.771, Rel. Min. Moreira 
Alves, julgamento em 20-11-96, Plenário, DJ de 5-9-97) 
 
 
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. 
 
 
 
 
“É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais 
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que 
não haja integral identidade entre uma base e outra.” (Súmula Vinculante 29) 
 
 
 
 
“É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores 
mobiliários instituída pela lei 7940/1989.” (Súmula 665) 
"É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem 
cuja base de cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural." (Súmula 595) 
 
 
 
 
“Emolumentos. Serviços notariais e de registro. Art. 145, § 2°, da 
Constituição Federal. Não há inconstitucionalidade quando a regra 
impugnada utiliza, pura e simplesmente, parâmetros que não provocam a 
identidade vedada pelo art. 145, § 2°, da Constituição Federal.No caso, os 
valores são utilizados apenas como padrão para determinar o valor dos 
emolumentos. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.” 
(ADI 3.887, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 15-10-08, 
Plenário, DJE de 19-12-08) 
 
 
 
 
“Taxa de Conservação e Manutenção das Vias Públicas. 
Inconstitucionalidade incidental. Acórdão que declarou a 
inconstitucionalidade de lei que instituiu a cobrança de Taxa de Conservação 
e Manutenção das Vias Públicas, por afronta ao disposto no art. 145, II, da 
CF. Entendimento firmado pelo STF no sentido de que a base de cálculo é 
‘própria de imposto e não de taxa por serviços específicos e divisíveis postos 
à disposição do seu contribuinte’ e ‘não tendo o Município – uma vez que, em 
matéria de impostos, a competência é da União – competência para criar 
tributos outros que não os que a Constituição lhe atribui, o imposto 
dissimulado pela taxa é inconstitucional (RE 121.617)’.” (RE 293.536, Rel. 
Min. Néri da Silveira, julgamento em 7-3-02, Plenário, DJ de 17-5-02) 
 
16 
 
 
 
 
“A taxa de fiscalização da CVM, instituída pela Lei nº 7.940/89, qualifica-se 
como espécie tributária cujo fato gerador reside no exercício do poder de 
polícia legalmente atribuído à Comissão de Valores Mobiliários. A base de 
cálculo dessa típica taxa de polícia não se identifica com o patrimônio líquido 
das empresas, inocorrendo, em conseqüência, qualquer situação de ofensa à 
cláusula vedatória inscrita no art. 145, § 2º, da Constituição da República. O 
critério adotado pelo legislador para a cobrança dessa taxa de polícia busca 
realizar o princípio constitucional da capacidade contributiva, também 
aplicável a essa modalidade de tributo, notadamente quando a taxa tem, 
como fato gerador, o exercício do poder de polícia.” (RE 216.259-AgR, Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 9-5-00, 2ª Turma, DJ de 19-5-00). No 
mesmo sentido: RE 177.835, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 22-4-
99, Plenário, DJde 25-5-01. 
 
 
 
 
"A taxa de fiscalização da CVM, instituída pela Lei n. 7.940/89, qualifica-se 
como espécie tributária cujo fato gerador reside no exercício do poder de 
polícia legalmente atribuído à Comissão de Valores Mobiliários. A base de 
cálculo dessa típica taxa de polícia não se identifica com o patrimônio líquido 
das empresas, inocorrendo, em conseqüência, qualquer situação de ofensa à 
cláusula vedatória inscrita no art. 145, § 2º, da Constituição da República." 
(RE 216.259-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 9-5-00, 2ª 
Turma, DJ de 19-5-00). No mesmo sentido: RE 176.384-AgR, julgamento 
em 7-2-06, 2ª Turma, DJ de 12-5-06. 
 
 
 
 
"A escolha do valor do monte-mor como base de cálculo da taxa judiciária 
encontra óbice no artigo 145, § 2º, da Constituição Federal, visto que o 
monte-mor que contenha bens imóveis é também base de cálculo do imposto 
de transmissão causa mortis e inter vivos (CTN, artigo 33)." (ADI 2.040-MC, 
Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 15-12-99, Plenário, DJ de 25-2-00) 
 
 
 
 
“Taxas de lixo e sinistro. (…) Taxas legitimamente instituídas como 
contraprestação a serviços essenciais, específicos e divisíveis, referidos ao 
contribuinte a quem são prestados ou a cuja disposição são postos, não 
possuindo base de cálculo própria de imposto.” (RE 233.784, Rel. Min. Ilmar 
Galvão, julgamento em 12-11-99, 1ª Turma, DJde 12-11-99). No mesmo 
sentido: RE 491.982-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 
26-5-09, 1ª Turma, DJE de 26-6-09; RE 396.996-AgR, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa, julgamento em 10-03-09, 2ª Turma, DJE de 17-04-09; AI 431.836-
 
17 
 
AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 17-6-03, 2ª Turma, DJ de 1º-8-
03; AI 552.033-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 17-10-06, 
1ª Turma, DJ de 10-11-06. 
 
 
 
"Taxas de limpeza pública e de segurança. Leis municipais (...). Acórdão que 
os declarou inexigivéis. (...). Decisão que se acha em conformidade com a 
orientação jurisprudencial do STF no que tange (...) à taxa de limpeza urbana 
(...), exigida com ofensa ao art. 145, inc. II e § 2º, da CF, porquanto a título 
de remuneração de serviço prestado uti universi e tendo por base de cálculo 
fatores que concorrem para formação da base de cálculo do IPTU. 
Declaração da inconstitucionalidade dos dispositivos enumerados, alusivos à 
taxa de limpeza urbana. Pechas que não viciam a taxa de segurança, 
corretamente exigida para cobrir despesas com manutenção dos serviços de 
prevenção e extinção de incêndios." (RE 206.777, Rel. Min. Ilmar Galvão, 
julgamento em 25-2-99, Plenário, DJ de 30-4-99). No mesmo sentido: RE 
433.335-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 3-3-09, 2ª 
Turma, DJE de 20-3-09. 
 
 
 
 
“Dizíamos que a base de cálculo caracteriza a espécie tributária, se vinculado 
(taxas e contribuições) e não vinculadas (impostos).” (ADI 447, Rel. Min. 
Octavio Gallotti, voto do Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-6-91, 
Plenário, DJ de 5-3-93) 
 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
 
 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
 
 
 
“Constitucional. Tributário. Contribuições Sociais. Imunidade. 
Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS. 
Renovação periódica. Constitucionalidade. Direito adquirido. 
Inexistência. Ofensa aos artigos 146, II e 195, § 7º da CF/88. 
Inocorrência. A imunidade das entidades beneficentes de 
assistência social às contribuições sociais obedece a regime jurídico 
definido na Constituição. O inciso II do art. 55 da Lei 8.212/91 
estabelece como uma das condições da isenção tributária das 
 
18 
 
entidades filantrópicas, a exigência de que possuam o certificado de 
Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, renovável a 
cada três anos. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de 
afirmar a inexistência de direito adquirido a regime jurídico, razão 
motivo pelo qual não há razão para falar-se em direito à imunidade 
por prazo indeterminado. A exigência de renovação periódica do 
CEBAS não ofende os artigos 146, II, e 195, § 7º, da Constituição. 
Precedente (...). Hipótese em que a recorrente não cumpriu os 
requisitos legais de renovação do certificado.” (RMS 27.093, Rel. 
Min. Eros Grau, julgamento em 2-9-08, 2ª Turma, DJEde 14-11-
08).
 No mesmo sentido: RMS 26.932, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
julgamento em 1-12-09, 2ª Turma, DJE de 5-2-10. 
 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
 
 
 
“Os institutos da imunidade e da isenção tributária não se 
confundem. É perfeitamente possível ao Estado conceder, mediante 
lei, isenção de tributo de sua competência, visto que está atuando 
nos limites de sua autonomia. Enquanto não editada a lei a que se 
refere o § 21 do art. 40 da CF/1988, vigem os diplomas estaduais 
que regem a matéria, que só serão suspensos se, e no que, forem 
contrários à lei complementar nacional (CF, art. 24, § 3º e § 4º).” 
(SS 3.679-AgR, Rel. Min. Presidente Gilmar Mendes, julgamento 
em 4-2-2010, Plenário, DJE de 26-2-2010.) 
 
 
 
“Em conclusão, o Tribunal deu provimento a recurso extraordinário 
para desobrigar os recorrentes da retenção e do recolhimento da 
contribuição social ou do seu recolhimento por sub-rogação sobre a 
‘receita bruta proveniente da comercialização da produção rural’ de 
empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para 
abate, declarando a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei 8.540/92, 
que deu nova redação aos artigos 12, V e VII, 25, I e II, e 30, IV, da 
Lei 8.212/91, com a redação atualizada até a Lei9.528/97, até que 
legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional 20/98, venha a 
instituir a contribuição. Na espécie, os recorrentes, empresas 
adquirentes de bovinos de produtores rurais, impugnavam acórdão 
do TRF da 1ª Região que, com base na referida legislação, reputara 
válida a incidência da citada contribuição. Sustentavam ofensa aos 
artigos 146, III; 154, I; e 195, I, e § 4º e § 8º, da CF – v. 
Informativos 409 e 450. Entendeu-se ter havido bitributação, ofensa 
ao princípio da isonomia e criação de nova fonte de custeio sem lei 
complementar. Considerando as exceções à unicidade de incidência 
de contribuição previstas nos artigos 239 e 240 das Disposições 
Constitucionais Gerais, concluiu-se que se estaria exigindo do 
 
19 
 
empregador rural, pessoa natural, a contribuição social sobre a folha 
de salários, como também, tendo em conta o faturamento, da 
COFINS, e sobre o valor comercializado de produtos rurais (Lei 
8.212/91, art. 25), quando o produtor rural, sem empregados, que 
exerça atividades em regime de economia familiar, só contribui, por 
força do disposto no art. 195, § 8º, da CF, sobre o resultado da 
comercialização da produção. Além disso, reputou-se que a 
incidência da contribuição sobre a receita bruta proveniente da 
comercialização pelo empregador rural, pessoa natural, constituiria 
nova fonte de custeio criada sem observância do art. 195, § 4º, da 
CF, uma vez que referida base de cálculo difere do conceito de 
faturamento e do de receita. O relator, nesta assentada, apresentou 
petição da União no sentido de modular os efeitos da decisão, que 
foi rejeitada por maioria, ficando vencida, no ponto, a Min. Ellen 
Gracie.” (RE 363.852, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 3-2-
10, Plenário,Informativo 573) 
 
 
“O eminente Ministro Marco Aurélio, quando do julgamento do 
pedido de medida cautelar na presente ação direta, assim se 
manifestou, em seu voto condutor: ‘Em última análise, a Lei Distrital 
n. 1.624/97 resultou na introdução, no cenário jurídico, de mais um 
forma de extinção de crédito tributário, ou seja, a civilista, de início 
incompatível com o Direito Tributário, que é a da dação em 
pagamento. Por ora, é suficiente considerar que a sistemática 
prevista afasta a incidência do processo licitatório para a aquisição 
de materiais pela Administração Pública. Acresça-se a circunstância 
de tratar-se de tema abrangido pela reserva normativa do inciso III 
do artigo 146 da Carta da República. Sob tal ângulo, acabou-se por 
aditar o Código Tributário Nacional, incluindo-se a causa de
extinção do crédito tributário que é a dação em pagamento.’ 
Também eu, Senhora Presidente, entendo, na linha do decidido, à 
unanimidade, por este Egrégio Plenário, por ocasião do julgamento 
do pedido de medida cautelar formulado na presente ação direta, 
que se trata efetivamente da criação de nova causa de extinção do 
crédito tributário.” (ADI 1.917, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgamento em 26-4-07, Plenário, DJ de 24-8-07) 
 
 
 
“O princípio revelado no inciso III do artigo 146 da Constituição 
Federal há de ser considerado em face da natureza exemplificativa 
do texto, na referência a certas matérias.” (...) Cumpre à legislação 
complementar dispor sobre os parâmetros da aplicação da multa, tal 
como ocorre no artigo 106 do Código Tributário Nacional.” (RE 
407.190, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 27-10-04, 
Plenário, DJ de 13-5-05) 
 
 
20 
 
 
"Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de 
aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de contribuição 
previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. 
Não ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de 
natureza tributária. Inexistência de norma de imunidade tributária 
absoluta. Emenda Constitucional n. 41/2003 (art. 4º, caput). Regra 
não retroativa. Incidência sobre fatos geradores ocorridos depois do 
início de sua vigência. Precedentes da Corte. Inteligência dos arts. 
5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, da CF, 
e art. 4º, caput, da EC n. 41/2003. No ordenamento jurídico vigente, 
não há norma, expressa nem sistemática, que atribua à condição 
jurídico-subjetiva da aposentadoria de servidor público o efeito de 
lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair ad aeternum a 
percepção dos respectivos proventos e pensões à incidência de lei 
tributária que, anterior ou ulterior, os submeta à incidência de 
contribuição previdencial. Noutras palavras, não há, em nosso 
ordenamento, nenhuma norma jurídica válida que, como efeito 
específico do fato jurídico da aposentadoria, lhe imunize os 
proventos e as pensões, de modo absoluto, à tributação de ordem 
constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, 
donde não haver, a respeito, direito adquirido com o 
aposentamento. Inconstitucionalidade. Ação direta. Seguridade 
social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria 
e pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária, por 
força de Emenda Constitucional. Ofensa a outros direitos e 
garantias individuais. Não ocorrência. Contribuição social. Exigência 
patrimonial de natureza tributária. Inexistência de norma de 
imunidade tributária absoluta. Regra não retroativa. Instrumento de 
atuação do Estado na área da previdência social. Obediência aos 
princípios da solidariedade e do equilíbrio financeiro e atuarial, bem 
como aos objetivos constitucionais de universalidade, equidade na 
forma de participação no custeio e diversidade da base de 
financiamento.” (ADI 3.105, Rel. p/ ac. Min. Cezar Peluso, 
julgamento em 18-8-04, Plenário, DJ de 18-2-05) 
 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação 
aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos 
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
 
 
 
“Decidiu o acórdão recorrido acerca das duas questões suscitadas 
pelo recorrente, pelo voto do eminente Relator (...) nestes termos: 
‘...não há isenção na disposição contida no artigo 9º, parágrafo 2º, 
alínea b, do Decreto-Lei n. 406, de 31 de dezembro de 1968, de 
molde a afrontar o comando do artigo 151, inciso III, da Constituição 
Federal, mas, isto sim, trata-se de uma regra que tem por finalidade 
 
21 
 
evitar o bis in idem, já que o fato gerador é o mesmo. Se a empresa 
da construção civil, na qualidade de empreiteira, transfere para 
outra empresa parte da obra inicialmente contratada, estabelecendo 
o que se denomina de subempreitada, e cada uma delas, ao 
receber pelo serviço, pagar o tributo, estará havendo 
indiscutivelmente o efeito cascata, com séria ofensa aos princípios 
gerais de Direito Tributário. (...) Não vi, por outro aspecto, a menor 
necessidade de responder a alegação de ofensa a regras 
estampadas no artigo 150, inciso II, da Constituição Federal, posto 
que é evidente que o deferimento observado na sentença não 
importa, em hipótese alguma, em 'tratamento desigual entre 
contribuintes', mas, isto sim, está impedindo que um mesmo fato 
gerador resulte no pagamento do tributo em duas oportunidades 
distintas, pelo empreiteiro e pelo subempreiteiro.’ Trata-se de 
decisão incensurável. Com efeito, dispõe o art. 146, III, a, da 
Constituição Federal, que cabe à lei complementar estabelecer 
normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente 
sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em 
relação aos impostos discriminados na Constituição, a dos 
respectivos fatos geradores, bases de calculo e contribuintes. O 
Decreto-Lei n. 406/68, no entendimento da jurisprudência pacífica 
do STF (RE n. 236.604, Rel. Min. Carlos Velloso), foi recebido pela 
Constituição Federal de 1988 como lei complementar sobre a 
matéria, tendo-se limitado, no caso, a definir a base de cálculodo 
ISS nas hipóteses de incidência descritas nos parágrafos e incisos 
do seu art. 9º, entre as quais a que se acha sob enfoque nestes 
autos. Na verdade, outra coisa não fez o legislador, aí, senão 
prevenir tributações superpostas, como aquela que viesse a incidir 
por inteiro sobre operações já parcialmente tributadas. No que 
concerne à alegação de ofensa ao princípio da isonomia, não foi ela 
demonstrada, sendo por demais consabido não se poder ter por 
configurada discriminação, para tal efeito, em tratamento tributário 
diferenciado, dispensado a contribuintes distintos, caso dos 
prestadores de serviços relacionados na lista anexa ao Decreto-Lei 
n. 406/68 (redação da Lei Complementar n. 56/87). O acórdão 
recorrido, não havendo dissentido desse entendimento, não merece 
censura.” (RE 262.598, voto do Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento 
em 14-8-07, 1ª Turma, DJ de 28-9-07) 
 
 
"No embate diário Estado/contribuinte, a Carta Política da República 
exsurge com insuplantável valia, no que, em prol do segundo, impõe 
parâmetros a serem respeitados pelo primeiro. Dentre as garantias 
constitucionais explícitas, e a constatação não exclui o 
reconhecimento de outras decorrentes do próprio sistema adotado, 
exsurge a de que somente a lei complementar cabe ‘a definição de 
tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, 
 
22 
 
bases de cálculo e contribuintes’. Imposto de renda – Retenção na 
fonte – Sócio cotista. A norma insculpida no artigo 35 da Lei n. 
7.713/88 mostra-se harmônica com a Constituição Federal quando o 
contrato social prevê a disponibilidade econômica ou jurídica 
imediata, pelos sócios, do lucro líquido apurado, na data do 
encerramento do período-base. Nesse caso, o citado artigo exsurge 
como explicitação do fato gerador estabelecido no artigo 43 do 
Código Tributário Nacional, não cabendo dizer da disciplina, de tal 
elemento do tributo, via legislação ordinária. Interpretação da norma 
conforme o Texto Maior. Imposto de renda – Retenção na fonte –
Acionista. O artigo 35 da Lei n. 7.713/88 é inconstitucional, ao 
revelar como fato gerador do imposto de renda na modalidade 
‘desconto na fonte’, relativamente aos acionistas, a simples 
apuração, pela sociedade e na data do encerramento do período-
base, do lucro líquido, já que o fenômeno não implica qualquer das 
espécies de disponibilidade versadas no artigo 43 do Código 
Tributário Nacional, isto diante da Lei n. 6.404/76. Imposto de renda 
– Retenção na fonte – Titular de empresa individual. O artigo 35 da 
Lei n. 7.713/88 encerra explicitação do fato gerador, alusivo ao 
imposto de renda, fixado no artigo 43 do Código Tributário Nacional, 
mostrando-se harmônico, no particular, com a Constituição Federal. 
Apurado o lucro líquido da empresa, a destinação fica ao sabor de 
manifestação de vontade única, ou seja, do titular, fato a demonstrar 
a disponibilidade jurídica. Situação fática a conduzir a pertinência do 
princípio da despersonalização." (RE 172.058, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgamento em 30-6-95, Plenário, DJ de 13-10-95). No 
mesmo sentido: AI 489.890-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, 
julgamento em 9-5-06, 1ª Turma,DJ de 2-6-06. 
 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência 
tributários; 
 
 
 
“São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei 
n. 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n. 8.212/1991, que tratam 
de prescrição e decadência de crédito tributário.” (Súmula 
Vinculante 8) 
 
 
 
"Prescrição tributária – Artigo 46 da Lei n. 8.212/91 –
Inconstitucionalidade – Verbete Vinculante n. 8 da Súmula do 
Supremo. É inconstitucional, ante a inobservância do instrumental 
próprio – lei complementar –, o artigo 46 da Lei n. 8.212/91." (RE 
554.264-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 12-8-08, 1ª 
Turma, DJE de 26-9-08). No mesmo sentido: RE 517.316-AgR, RE 
523.514-AgR e RE 534.107-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento 
em 29-9-09, 2ª Turma, DJE de 23-10-09. 
 
23 
 
 
 
"Prescrição e decadência tributárias. Matérias reservadas a lei 
complementar. Disciplina no Código Tributário Nacional. Natureza 
tributária das contribuições para a seguridade social. 
Inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 e do 
parágrafo único do art. 5º do Decreto-Lei 1.569/77. As normas 
relativas à prescrição e à decadência tributárias têm natureza de 
normas gerais de direito tributário, cuja disciplina é reservada a lei 
complementar, tanto sob a Constituição pretérita (art. 18, § 1º, da 
CF de 1967/69) quanto sob a Constituição atual (art. 146, b, III, da 
CF de 1988). Interpretação que preserva a força normativa da 
Constituição, que prevê disciplina homogênea, em âmbito nacional, 
da prescrição, decadência, obrigação e crédito tributários. Permitir 
regulação distinta sobre esses temas, pelos diversos entes da 
federação, implicaria prejuízo à vedação de tratamento desigual 
entre contribuintes em situação equivalente e à segurança jurídica. 
Disciplina prevista no Código Tributário Nacional. O Código 
Tributário Nacional (Lei 5.172/1966), promulgado como lei ordinária 
e recebido como lei complementar pelas Constituições de 1967/69 e 
1988, disciplina a prescrição e a decadência tributárias. Natureza 
tributária das contribuições. As contribuições, inclusive as 
previdenciárias, têm natureza tributária e se submetem ao regime 
jurídico-tributário previsto na Constituição. Interpretação do art. 149 
da CF de 1988. Precedentes. Recurso extraordinário não provido. 
Inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação
do art. 146, III, b, da Constituição de 1988, e do parágrafo único do 
art. 5º do Decreto-Lei 1.569/77, em face do § 1º do art. 18 da 
Constituição de 1967/69. Modulação dos efeitos da decisão. 
Segurança jurídica. São legítimos os recolhimentos efetuados nos 
prazos previstos nos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 e não 
impugnados antes da data de conclusão deste julgamento." (RE 
556.664 e RE 559.882, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 12-
6-08, Plenário,DJE de 14-11-08). No mesmo sentido: RE 560.626, 
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 12-6-08, Plenário, DJE de 
5-12-08. 
 
 
 
“(...) o tema do conflito aparente entre o art. 56 da Lei 9.430/96 e o 
art. 6º, II, da LC 70/91 não se resolve por critérios hierárquicos, mas 
sim por critérios constitucionais quanto à materialidade própria a 
cada uma destas espécies. Logo, equacionar aquele conflito é sim 
uma questão diretamente constitucional. Assim, verifica-se que o 
art. 56 da Lei 9.430/96 é dispositivo legitimamente veiculado por 
legislação ordinária (art. 146, III, b, a contrario sensu, e art. 150, § 
6º, ambos da CF), que importou na revogação de dispositivo 
anteriormente vigente (sobre isenção de contribuição social) inserto 
em norma materialmente ordinária (art. 6º, II, da LC 70/91). 
 
24 
 
Consequentemente, não existe, na hipótese, qualquer instituição, 
direta ou indireta, de nova contribuição social, a exigir a intervenção 
de legislação complementar, nos termos do art. 195, § 4º, da CF.” 
(RE 377.457, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-9-
08, Plenário,DJE de 19-12-08). No mesmo sentido: AI 603.649-
AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 15-12-09, 1ª 
Turma, DJE de 5-2-10; AI 418.898-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgamento em 15-9-09, 1ª Turma, DJE de 16-10-09; RE 551.553-
AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-5-09, 1ª 
Turma, DJE de 26-6-09; AI 700.657-AgR, Rel. Min. Menezes Direito, 
julgamento em 5-5-09, 1ª Turma, DJE de 28-8-09; AI 709.691-AgR, 
Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 28-4-09, 2ª Turma, DJE de 29-
5-09;RE 568.922-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 16-12-
08, 2ª Turma, DJE de 6-3-09; AI 646.176-AgR, Rel. Min.Joaquim 
Barbosa, julgamento em 16-12-08, 2ª Turma, DJE de 6-3-09. 
 
 
"Decadência tributária – Artigo 45 da Lei n. 8.212/91 –
Inconstitucionalidade – Verbete Vinculante n. 8 da Súmula do 
Supremo. É inconstitucional, ante a inobservância do instrumental 
próprio – lei complementar –, o artigo 45 da Lei n. 8.212/91." (RE 
486.169-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 12-8-08, 1ª 
Turma, DJE de 26-9-08). No mesmo sentido: RE 517.316-AgR, RE 
523.514-AgR e RE 534.107-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento 
em 29-9-09, 2ª Turma, DJE de 23-10-09. 
 
 
 
“Norma do Estado de Santa Catarina que estabelece hipótese de 
extinção do crédito tributário por transcurso de prazo para 
apreciação de recurso administrativo fiscal. (...) A determinação do 
arquivamento de processo administrativo tributário por decurso de 
prazo, sem a possibilidade de revisão do lançamento equivale à 
extinção do crédito tributário cuja validade está em discussão no 
campo administrativo. Em matéria tributária, a extinção do crédito 
tributário ou do direito de constituir o crédito tributário por decurso 
de prazo, combinado a qualquer outro critério, corresponde à 
decadência. Nos termos do Código Tributário Nacional (Lei 
5.172/1996), a decadência do direito do Fisco ao crédito tributário, 
contudo, está vinculada ao lançamento extemporâneo 
(constituição), e não, propriamente, ao decurso de prazo e à inércia 
da autoridade fiscal na revisão do lançamento originário. Extingue-
se um crédito que resultou de lançamento indevido, por ter sido 
realizado fora do prazo, e que goza de presunção de validade até a 
aplicação dessa regra específica de decadência. O lançamento 
tributário não pode durar indefinidamente, sob risco de violação da 
segurança jurídica, mas a Constituição de 1988 reserva à lei 
complementar federal aptidão para dispor sobre decadência em 
 
25 
 
matéria tributária. Viola o art. 146, III, b, da Constituição federal 
norma que estabelece hipótese de decadência do crédito tributário 
não prevista em lei complementar federal.” (ADI 124, Rel. Min. 
Joaquim Barbosa, julgamento em 1º-8-08, Plenário, DJE de 17-4-
09) 
 
 
“O fato de na Lei Estadual prever-se como base de incidência o 
valor pago pelo adquirente, sem exclusão do destinado a remunerar 
os serviços embutidos, não implica transgressão direta ao preceito 
constitucional que disciplina a competência dos municípios para 
instituir imposto sobre serviços. A circunstância de o Decreto-Lei n. 
406/68, de cunho federal, não contemplar, na listagem a ele anexa, 
os serviços prestados pelo fornecimento de alimentação e bebidas 
por restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos similares afasta, 
por sua vez, a possibilidade de se ter, no caso, a dupla incidência, 
sendo certo, ainda, que o valor cobrado fica sujeito apenas ao 
imposto sobre circulação de mercadorias (§ 2º), da mesma forma 
que a prestação de serviços incluídos sofre unicamente a incidência 
do imposto sobre serviços, ainda que envolva o fornecimento de 
mercadorias (§ 1º).” (RE 129.877, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgamento em 3-11-92, 2ª Turma, DJ de 27-11-92) 
 
 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas. 
 
 
 
“A falta de Lei Complementar da União que regulamente o 
adequado tratamento tributário do ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas, (CF, art. 146, III,c), o regramento da 
matéria pelo legislador constituinte estadual não excede os lindes 
da competência tributária concorrente que lhe é atribuída pela Lei 
Maior (CF, art. 24, § 3º).” (ADI 429-MC, Rel. Min. Célio Borja, 
julgamento em 4-4-91, Plenário, DJ de 19-2-93) 
 
 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as 
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive 
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no 
art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. (EC nº 42/03) 
 
 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, 
também poderá instituir um regime único de arrecadação dos 
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, observado que: (EC nº 42/03) 
 
26 
 
 
I - será opcional para o contribuinte; (EC nº 42/03) 
 
 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento 
diferenciadas por Estado; (EC nº 42/03) 
 
 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da 
parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados 
será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (EC nº 
42/03) 
 
 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser 
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional 
único de contribuintes. (EC nº 42/03) 
 
 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de 
tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem 
prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual 
objetivo. (EC nº 42/03) 
 
“American Virginia Indústria e Comércio Importação Exportação Ltda. pretende 
obter efeito suspensivo para recurso extraordinário admitido na origem, no qual 
se opõe a interdição de estabelecimentos seus, decorrente do cancelamento 
do registro especial para industrialização de cigarros, por descumprimento de 
obrigações tributárias. (...) Não há impedimento a que norma tributária, posta 
regularmente, hospede funções voltadas para o campo da defesa da liberdade 
de competição no mercado, sobretudo após a previsão textual do art. 146-A da 
Constituição da República. Como observa Misabel de Abreu Machado Derzi, ‘o 
crescimento da informalidade (...), além de deformar a livre concorrência, reduz 
a arrecadação da receita tributária, comprometendo a qualidade dos serviços 
públicos (...). A deformação do princípio da neutralidade (quer por meio de um 
corporativismo pernicioso, quer pelo crescimento da informalidade ...), após a 
Emenda Constitucional n. 42/03, afronta hoje o art. 146-A da Constituição da 
República. Urge restabelecer a livre concorrência e a lealdade na 
competitividade.’” (AC 1.657-MC, voto do Min. Cezar Peluso, julgamento em 
27-6-07, Plenário, DJ de 31-8-07) 
 
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais 
e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os 
impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir 
empréstimos compulsórios: 
27 
 
 
 
 
“Recurso extraordinário. Constitucional. Empréstimo compulsório 
em favor das Centrais Elétricas Brasileiras S/A – Eletrobrás. Lei n. 
4.156/62. Incompatibilidade do tributo com o sistema constitucional 
introduzido pela Constituição Federal de 1988. Inexistência. Art. 34, 
§ 12, ADCT-CF/88. Recepção e manutenção do imposto 
compulsório sobre energia elétrica.” (RE 146.615, Rel. p/ o ac. Min. 
Maurício Corrêa, julgamento em 6-4-95, Plenário, DJ de 30-6-95) 
 
 
 
"Empréstimo compulsório. Incidência na aquisição de veículos 
automotores. Decreto-lei n. 2.288/86. Inconstitucionalidade. 
Repetição do indébito. Declarada a inconstitucionalidade das 
normas instituidoras do empréstimo compulsório incidente na 
aquisição de automóveis (RE 121.336), surge para o contribuinte o 
direito à repetição do indébito, independentemente do exercício 
financeiro em que se deu o pagamento indevido." (RE 136.805, Rel. 
Min. Francisco Rezek, julgamento em 29-3-94, 2ª Turma, DJ de 26-
8-94) 
 
 
 
“FGTS – vedação do saque na hipótese de conversão do regime –
inocorrência de ofensa ao direito de propriedade – não –
caracterização da hipótesede empréstimo compulsório – plena 
legitimidade constitucional do § 1º do art. 6º da Lei n. 8.162/91. A 
norma legal que vedou o saque do FGTS, no caso de conversão de 
regime, não instituiu modalidade de empréstimo compulsório, pois –
além de haver mantido as hipóteses legais de disponibilidade dos 
depósitos existentes – não importou em transferência coativa, para
o Poder Público, do saldo das contas titularizadas por aqueles cujo 
emprego foi transformado em cargo público.” (ADI 613, Rel. Min. 
Celso de Mello, julgamento em 29-4-93, Plenário, DJ de 29-6-01) 
 
 
 
“As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de 
incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 
4º) são as seguintes: a) os impostos (CF 
arts. 145, I, 153, 154, 155 e156); b) as taxas (CF, art. 145, II); c) as 
contribuições, que podem ser assim classificadas: c.1. de melhoria 
(CF, art. 145, III); c.2. parafiscais (CF, art. 149), que são: c.2.1. 
sociais, c.2.1.1. de seguridade social (CF art. 195, I, II,III), C.2.1.2. 
outras de seguridade social (CF, art. 195, § 4º), c.2.1.3. sociais 
gerais (o FGTS, o salário-educação, CF, art. 212, § 5º, contribuições 
para o SESI, SENAI, SENAC, CF art. 240); c.3. especiais; c.3.1. de 
 
28 
 
intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e c.3.2. 
corporativas (CF, art.149). Constituem, ainda, espécie tributária: d) 
os empréstimos compulsórios (CF, art. 148).” (RE 138.284, voto do 
Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 1º-7-92, Plenário, DJ de 28-
8-92) 
 
 
"Empréstimo compulsório. (DL 2.288/86, art. 10): incidência na 
aquisição de automóveis de passeio, com resgate em quotas do 
Fundo Nacional de Desenvolvimento: inconstitucionalidade. 
'Empréstimo compulsório, ainda que compulsório, continua 
empréstimo' (Victor Nunes Leal): utilizando-se, para definir o 
instituto de Direito Publico, do termo empréstimo, posto que 
compulsório – obrigaçãoex lege e não contratual –, a Constituição 
vinculou o legislador à essencialidade da restituição na mesma 
espécie, seja por força do princípio explícito do art. 110 Código 
Tributário Nacional, seja porque a identidade do objeto das 
prestações recíprocas e indissociável da significação jurídica e 
vulgar do vocábulo empregado. Portanto, não é empréstimo 
compulsório, mas tributo, a imposição de prestação pecuniária para 
receber, no futuro, quotas do Fundo Nacional de Desenvolvimento: 
conclusão unânime a respeito." (RE 121.336, Rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, julgamento em 11-10-90, Plenário, DJ de 26-6-92) 
 
 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 
 
 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
 
 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de 
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou 
sua instituição. 
 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais 
ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, 
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto 
no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
 
"O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido da 
dispensabilidade de lei complementar para a criação das contribuições de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais." 
(AI 739.715-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 26-5-09, 2ª 
Turma, DJE de 19-6-09) 
29 
 
 
 
"Prescrição e decadência tributárias. Matérias reservadas a lei complementar. 
Disciplina no Código Tributário Nacional. Natureza tributária das contribuições 
para a seguridade social. Inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 
8.212/91 e do parágrafo único do art. 5º do Decreto-Lei 1.569/77. As normas 
relativas à prescrição e à decadência tributárias têm natureza de normas gerais 
de direito tributário, cuja disciplina é reservada a lei complementar, tanto sob a 
Constituição pretérita (art. 18, § 1º, da CF de 1967/69) quanto sob a 
Constituição atual (art. 146, b, III, da CF de 1988). Interpretação que preserva a 
força normativa da Constituição, que prevê disciplina homogênea, em âmbito 
nacional, da prescrição, decadência, obrigação e crédito tributários. Permitir 
regulação distinta sobre esses temas, pelos diversos entes da federação, 
implicaria prejuízo à vedação de tratamento desigual entre contribuintes em 
situação equivalente e à segurança jurídica. Disciplina prevista no Código 
Tributário Nacional. O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1966), promulgado 
como lei ordinária e recebido como lei complementar pelas Constituições de 
1967/69 e 1988, disciplina a prescrição e a decadência tributárias. Natureza 
tributária das contribuições. As contribuições, inclusive as previdenciárias, têm 
natureza tributária e se submetem ao regime jurídico-tributário previsto na 
Constituição. Interpretação do art. 149 da CF de 1988. Precedentes. Recurso 
extraordinário não provido. Inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 
8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição de 1988, e do 
parágrafo único do art. 5º do Decreto-Lei 1.569/77, em face do § 1º do art. 18 
da Constituição de 1967/69. Modulação dos efeitos da decisão. Segurança 
jurídica. São legítimos os recolhimentos efetuados nos prazos previstos nos 
arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 e não impugnados antes da data de conclusão 
deste julgamento." (RE 556.664 e RE 559.882, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgamento em 12-6-08, Plenário,DJE de 14-11-08). No mesmo sentido: RE 
505.771-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 10-2-09, Segunda 
Turma, DJE de 13-3-09; RE 560.626, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 
12-6-08, Plenário, DJE de 5-12-08. 
 
 
“Contribuições instituídas pela Lei Complementar n. 110/2001. Legitimidade. 
Princípio da anterioridade. Pacífico o entendimento deste Tribunal quanto à 
legitimidade das contribuições instituídas pela Lei Complementar n. 110/2001, 
sendo inexigíveis, contudo, no mesmo exercício em que publicada a lei que as 
instituiu [ADI n. 2.556-MC, Pleno, Relator o Ministro Moreira Alves, DJ de 8-8-
03º]." (RE 456.187-AgR-ED , Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 4-12-07, 2ª 
Turma, DJE de 1º-2-08). No mesmo sentido: AI 630.999-AgR, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 26-5-09, 1ª Turma, DJE de 19-6-09; RE 
555.026-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 12-5-09, 2ª 
Turma, DJE de 5-6-09; RE 485.870-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento 
em 16-12-08, 1ª Turma, DJE de 20-2-09; RE 499.769, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgamento em 26-8-08, 1ª Turma, DJE de 3-4-09. 
 
 
30 
 
“Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria 
e pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária. Ofensa a 
direito adquirido no ato de aposentadoria. Não ocorrência. Contribuição social. 
Exigência patrimonial de natureza tributária. Inexistência de norma de 
imunidade tributária absoluta. Emenda Constitucional nº 41/2003 (art. 
4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos geradores ocorridos 
depois do início de sua vigência. Precedentes da Corte. Inteligência dos arts. 
5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, da CF, e art. 
4º, caput, da EC n. 41/2003. No ordenamento jurídico vigente, não há norma, 
expressa nem sistemática, que atribua à condição jurídico-subjetiva da 
aposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar direito subjetivo como 
poder de subtrair ad aeternum a percepção dos respectivos proventos e 
pensões à incidência de lei tributária que, anterior ou ulterior, os submeta à

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