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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE RONDÔNIA - IESUR
FACULDADES ASSOCIADAS DE ARIQUEMES - FAAr
O TEXTO E SUAS ESTRUTURAS
Prof.ª JAKLINE BRANDHUBER
Ariquemes
2014
2
O TEXTO E SUAS ESTRUTURAS
O verdadeiro aprendizado só se concretiza por inúmeras
tentativas e inúmeros erros. Aí esta a diferença de um sábio e
de um tolo.
Paulo Freire
3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. .........5
1 COMUNICAÇÃO .................................................................................................................................... 6
1.1 COMUNICAR ...................................................................................................................................... 6
1.2 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ......................................................................................................... 6
1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ........................................................... 6
1.4 FATORES QUE INTERFEREM NA COMUNICAÇÃO .............................................................................. 7
1.5 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ................................................................................................... 7
1.6 LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA .......................................................................................................... 8
1.7 REPERTÓRIO ...................................................................................................................................... 8
1.8 FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................................................ 8
1.8.1 Função Referencial: ........................................................................................................................ 8
1.8.2 Função Emotiva: ............................................................................................................................. 9
1.8.3 Função Conativa: ............................................................................................................................ 9
1.8.4 Função Fática.................................................................................................................................. 9
1.8.5 Função Metalinguística: ............................................................................................................... 10
1.8.6 Função Poética ............................................................................................................................. 10
2 REGISTROS OU NÍVEIS DE LÍNGUA(GEM) LÍNGUA FALADA ................................................................ 10
2.1 LÍNGUA FALADA: ............................................................................................................................. 10
2.2 LÍNGUA ESCRITA .............................................................................................................................. 11
2.2.1 Língua não literária ....................................................................................................................... 11
2.2.2 Língua literária .............................................................................................................................. 11
3.1 TEXTO .............................................................................................................................................. 13
4 ESTILO ................................................................................................................................................. 14
4.1 QUANTO AO CONTEXTO, O ESTILO PODE SER: ............................................................................... 14
4.2 QUALIDADES DE UM TEXTO ............................................................................................................ 14
4.2.1 Clareza .......................................................................................................................................... 15
4.2.2 Concisão ....................................................................................................................................... 15
4.2.3 Correção Gramatical .................................................................................................................... 16
4.2.4 Coesão .......................................................................................................................................... 19
4.2.5 Coerência...................................................................................................................................... 22
4.3 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 23
4.4 DEFEITOS TEXTUAIS ......................................................................................................................... 24
4.4.1 Aliteração: .................................................................................................................................... 24
4.4.2 Emenda de vogais (ou hiatismo) .................................................................................................. 24
4.4.3. Cacofonia ..................................................................................................................................... 24
4.4.4 Rima .............................................................................................................................................. 24
4.4.5 Repetição de palavras .................................................................................................................. 24
4.4.6 Excesso de “que” .......................................................................................................................... 24
4.5 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 24
5 FRASE E ESTRUTURA FRASAL.............................................................................................................. 25
5.1 ESTRUTURA FRASAL ........................................................................................................................ 25
5.2 FRASE: .............................................................................................................................................. 25
5.3 ORAÇÃO ........................................................................................................................................... 25
5.4 TIPOS DE FRASE ............................................................................................................................... 25
5.5 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO OTHON M. GARCIA .............................................................................. 26
5.5.1 Frase Situação .............................................................................................................................. 26
5.5.2 Frase Nominal .............................................................................................................................. 26
5.5.3 Frase Arrastão .............................................................................................................................. 26
4
5.5.4 Frase Entrecortada ou Picadinha ................................................................................................. 26
5.5.5 Frase Ladainha ..............................................................................................................................26
5.5.6 Frase Labiríntica ........................................................................................................................... 27
5.5.7 Frase Fragmentária ...................................................................................................................... 27
5.5.8 Frase Caótica ............................................................................................................................... 27
5.5.9 Frase Parentética .......................................................................................................................... 27
5.6 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 27
6.1 DIVISÃO ........................................................................................................................................... 29
7 TIPOS DE DISCURSO ........................................................................................................................... 29
7.1 DIFERENÇA DO DISCURSO DIRETO E DISCURSO INDIRETO ............................................................. 30
8.1 ACENTO TÔNICO E ACENTO GRÁFICO ............................................................................................. 34
8.1.1 Classificação das palavras quanto à sílaba tônica ....................................................................... 34
8.2 A REFORMA ORTOGRÁFICA 1ª parte.............................................................................................. 35
8.2.1 Acentuação Gráfica ...................................................................................................................... 37
8.3 A REFORMA ORTOGRÁFICA 2ª parte .............................................................................................. 38
8.4 ACORDO ORTOGRÁFICO – 3ª PARTE ............................................................................................... 40
8.4.1 USO DO HÍFEN .............................................................................................................................. 40
8.5 EXERCÍCIOS SOBRE ACENTUAÇÃO GRÁFICA .................................................................................. 41
9 CRASE ................................................................................................................................................. 46
9.1 NÃO EXISTE CRASE .......................................................................................................................... 46
9.2 CASOS ESPECIAIS ............................................................................................................................. 47
9.3 OBRIGATORIEDADE DA CRASE ....................................................................................................... 48
9.4 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 48
10.2 CONCORDÂNCIA VERBAL .............................................................................................................. 51
10.3 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................... 52
11. REGÊNCIA ........................................................................................................................................ 54
11.1 REGÊNCIA VERBAL ......................................................................................................................... 54
11.1.1 Verbos Intransitivos ................................................................................................................... 55
11.1.2 Verbos Transitivos Diretos ......................................................................................................... 55
11.1.3 Verbos Transitivos Indiretos....................................................................................................... 56
11.1.5 Verbos Transitivos Diretos e Indiretos ....................................................................................... 59
12. PRODUÇÃO TEXTUAL ...................................................................................................................... 59
12.1 RECOMENDAÇÕES PARA SE REDIGIR UM TEXTO .......................................................................... 59
12.2 MÉTODOS DISSERTATIVOS: ........................................................................................................... 61
12.2.1 Verbo que indicam expressividade ............................................................................................ 61
12.3 PROCEDIMENTOS PARA SE REDIGIR UM TEXTO ........................................................................... 62
11.3.1 Escolha de um dos procedimentos. ........................................................................................... 62
12.3.2 Levantamento de ideias ............................................................................................................. 62
12.3.3 Exercícios de Roteirização .......................................................................................................... 63
12.4.1 Enumeração de razões ............................................................................................................... 65
12.4.2 Enumeração de causas ............................................................................................................... 65
12.4.3 Causas e consequências ............................................................................................................. 66
12.4.4 Prós e contra .............................................................................................................................. 66
12.4.5 Paralelos e comparações ............................................................................................................ 67
12.4.6 Exemplos de texto ...................................................................................................................... 68
REFERÊNCIA...................................................................................................................................74
5
INTRODUÇÃO
Esta Apostila é uma seleção de conteúdos instrumentais retirados de várias obras e autores,
visando à boa comunicação.
A inserção dos assuntos que compõem este trabalho oferece um auxílio a todos aqueles que
necessitam de esclarecimentos a respeito dos tópicos arrolados. Nosso trabalho foi apenas o de
juntar os conteúdos que fazem parte da disciplina de Língua Portuguesa. Apresentamos ainda, vários
textos de autores diversos que estarão especificados na bibliografia consultada.
a) a primeira parte abrange os aspectos referentes à Comunicação, Estilo, Parágrafo, Frase e
Discurso;
b) a segunda compreende alguns tópicos gramaticais como: Acentuação, O Novo Acordo
Ortográfico, Crase, Concordância, Regência.
c) por último, a Redação sobre diversos aspectos: tipologia textual, com ênfase no texto
dissertativo (assunto, delimitação do tema, tese, argumentos), estrutura dissertativa, roteirização, o
uso dos elementos linguísticos: o papel dos elementos de coesão, a retomada ou a antecipação de
termos.
Bom Curso e Bom Estudo.
Prof.ª Jakline Brandhuber
6
1 COMUNICAÇÃO:
Força vital e extraordinária na observação das relações humanas e no comportamento
individual;
Grande interesse pelo estudo e os efeitos do processo de comunicação;
Processo social.
1.1 COMUNICAR:
Busca de entendimento
de compreensão ligaçãocontato transmissão de ideia
transmissão de sentimento
1.2 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Consiste em:
comunicador (emissor, transmissor ou codificador);
uma mensagem;
recebedor (receptor ou decodificador).
1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Fonte
Emissor
Elementos Mensagem
Recebedor
Destino
Canal
Código
Emissor – é quem envia a mensagem através da palavra oral ou escrita, gestos, expressões,
desenhos, rádio, TV, estúdio;
7
Mensagem – é o que a fonte deseja transmitir. Pode ser visual, auditiva ou audiovisual. Serve-se de
um código que deve ser estruturado e decifrado (conteúdo, objetivos e canal adequado);
Recebedor
- decodifica a mensagem e dele dependerá, em termos, o êxito da comunicação
- elemento importante no processo. Pode ser a pessoa que lê, que ouve, um pequeno grupo,um
auditório ou uma multidão;
- será, em termos, o êxito da comunicação.
Canal – é a forma utilizada pela fonte para enviar a mensagem;
Natural = órgãos sensoriais
Canal pode ser
Tecnológico = espacial e temporal
Código – conjunto de sinais estruturados.
Pode ser: verbal – discursivo, predomina a lógica;
não-verbal - fragmentado, imprevisto, não-linear, dificulta a decodificação.
Esquema
CANAL
FONTE DESTINO
MENSAGEM
EMISSOR RECEBEDOR
CÓDIGO
1.4 FATORES QUE INTERFEREM NA COMUNICAÇÃO
Ruído – é toda interferência indesejável na transmissão de uma mensagem;
Ex: Um borrão, o barulho do ventilador, etc.
Entropia – é a desorganização da mensagem;
Ex: Eu menina uma vi.
Redundância – é a repetição, objetivando clareza. Confere a comunicação um certo
coeficiente de segurança;
Ex: Aqui, neste lugar, onde tu te encontras com a tua família, aconteceram fatos que mudaram o
mundo.
1.5 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
O mundo e o comportamento humano são regidos pela informação, pela persuasão, pela
palavra, som, cores, formas, gestos, expressão facial, símbolos;
O entendimento não mais se faz apenas pela língua falada ou escrita mas também através do
rádio, da televisão, do jornal, da música, do cinema, da publicidade. ;
8
Pode-se dizer que o código verbal está em crise;
Predominam a imagem e a comunicação gestual.
1.6 LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA
LINGUAGEM LÍNGUA FALA
Oriundo da faculdade;
Inerente ao homem;
Inata;
Sem convívio esta
predisposição atrofia, não
se concebe um sem o outro
(individual e social);
Natureza heterogênea.
Instrumento peculiar de
comunicação;
Representa a parte social da
linguagem;
Exterior ao indivíduo “por si só não
pode modificá-la”;
Língua e forma (CÓDIGO)
sistemas de signos convencionais;
Natureza homogênea;
Ato intencional;
Em nível individual;
Depende da vontade e da
inteligência.
1.7 REPERTÓRIO
Para que haja comunicação, é necessário que o emissor utilize o mesmo código recebedor.
Define-se repertório como o conjunto vocabular de que se serve cada falante para expressar-
se. Ele varia muito de indivíduo para indivíduo, de grupo para grupo, de região para região.
Assim na língua portuguesa (código), nem sempre emissor e recebedor se comunicam, pois,
apesar do uso do mesmo código, o repertório pode ser diverso.
1.8 FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Um enunciado estabelece uma relação tríplice:
O emissor (primeira pessoa);
O receptor (segunda pessoa);
As coisas sobre as quais se fala (terceira pessoa).
1.8.1 Função Referencial:
Denotativa ou cognitiva; é a que se volta para a informação, para o próprio contexto;
transmitir ao receptor os dados da realidade de uma forma direta e objetiva; normalmente,
prevalece o texto escrito em terceira pessoa; texto centrado no referente; sentido real das
coisas e dos seres; informação jurídica, precisa.
Exemplo 1:
“No século XIX, a borracha adquiriu grande importância e seu uso foi difundido graças à
descoberta do processo de vulcanização, que torna a borracha natural elástica e resistente. Outro
fator importante foi o início da indústria automobilística, que levou à patente do primeiro
pneumático, por volta de 1888.”
9
(ANTUNES, Celso. Geografia do Brasil. 3. ed. São Paulo, Scipione, 1991. p. 159)
1.8.2 Função Emotiva:
Centra-se no sujeito emissor; tenta suscitar a impressão de um sentimento verdadeiro ou
simulado; é expressar seus sentimentos e emoções (texto subjetivo); carregado de “eu”,
“me”, “minha”. Escrito em primeira pessoa; a interjeição é o indicador seguro da função
emotiva da linguagem
Exemplo 1: Que lua maravilhosa! ...
Exemplo 2: Preciso aprender a ser só
“Ah! Se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor, eu não posso viver
Que sem nós dois, o que resta sou eu
Eu assim tão só
E eu preciso aprender a ser só
Pode dormir sem sentir teu calor
E ver que foi só um sonho e passou (...)”
VALLE, Marco & VALLE, Paulo Sérgio. In: MAIA, Tim. A arte de Tim Maia. LP Polyfar, 2494 635, 1982. L.2. f.3
1.8.3 Função Conativa:
Apelativa ou imperativa; centra-se no sujeito receptor; é eminentemente persuasória;
Convence, muda comportamento, provoca reações; verbo conari – promover, suscitar.
Exemplo 1:
NÃO BASTA SE COMOVER,
É PRECISO PARTICIPAR E AGIR,
TOME UMA ATITUDE.
ADOTE UM CACHORRO ABANDONADO!
1.8.4 Função Fática
Preocupação em manter contato; visa estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação;
serve para testar a eficiência do canal.
Exemplo 1: Alô, alô, astronautas na Lua, vocês conseguem me ouvir?
Exemplo 2:
Pai: Sua mãe disse que você não tira os olhos da TV! Você anda muito desligado...
Pai: ... nas aulas, gostaria que você participasse mais! Você entende?
Pai: Beto!? Você está me ouvindo?
Pai: Beto?!
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Plim! Plim!
Beto: Hã...? quê...?
Exemplo 3:
“- Olá, tudo bem?
Tudo bem. E você?
Tudo bem... Levando... Levando...
É ... Levando...
Falou...
É isso aí...”
1.8.5 Função Metalinguística:
Consiste num recodificação; está voltada para o próprio código utilizado; código é o tema da
mensagem ou é utilizado para explicar o próprio código; passa a existir quando a linguagem
fala dela mesma; serve para verificar se emissor e receptor estão usando o mesmo
repertório; linguagem do dicionário, códigos...
Exemplo 1: A Lua é o satélite natural da Terra.
1.8.6 Função Poética
Centra-se na mensagem; trabalho realizado com a própria mensagem: -- seleção e
combinação das palavras; estrutura da mensagem; - ritmo, sonoridade, o belo e o inusitado
das imagens. Opõe-se a função referencial porque nela predominam a conotação e o
subjetivismo.
Exemplo 1: “... a lua era um desparrame de prata”. Jorge Amado
É a função do belo, do estético, mas não é exclusiva da poesia, podendo existir também na
prosa.
Exemplo 2:
“... a lua era um desparrame de prata” (Jorge Amado)
“Quem cabritos vende, e cabras não tem, de algum lugar lhe vêm.” (Provérbio)
Observação: Não se esqueça de que em uma mensagem podemos encontrar duas ou mais funções,
porém, sempre com predominância de uma delas.
2 REGISTROS OU NÍVEIS DE LÍNGUA(GEM) LÍNGUA FALADA
2.1 LÍNGUAFALADA:
Culta
Coloquial
Vulgar ou inculta
Regional
Grupal Técnica
Gíria
Culta Coloquial
Falada pelas pessoas que têm instrução;
Nivelada pela escola;
Obedece à gramática da língua-padrão;
É mais restrita, pois constitui privilégio e
conquista cultural de um número reduzido de
É a língua espontânea;
Sem muita preocupação com as formas
linguísticas;
É a língua cotidiana, que comete pequenos erros
– mas perdoáveis – deslizes gramaticais
11
falantes.
Vulgar ou Inculta Regional
É própria das pessoas sem instrução;
É natural, colorida, expressiva, livre de
convenções sociais;
É mais palpável porque envolve o mundo das
coisas;
Infringe totalmente as convenções gramaticais.
Está circunscrita a regiões geográficas;
Caracteriza-se pelo acento linguístico (altura,
timbre, intensidade);
Tem um patrimônio vocabular próprio, típico de
cada região.
Grupal: Língua hermética
Grupal Técnica Grupal Gíria
Desloca-se para escrita;
Existem tantas quantas forem as ciências e
profissões;
Só é compreendida, quando sua aprendizagem
se faz junto com a profissão.
Existem tantos quantos forem os grupos
fechados.
2.2 LÍNGUA ESCRITA
2.2.1 Língua não literária
Língua-padrão;
Coloquial;
Vulgar ou inculta;
Regional;
Grupal´: gíria e técnica
Padrão Coloquial
É aquela que obedece a todos os parâmetros
gramaticais
Permitem-se alguns deslizes gramaticais;
Ex: - Me faz um favor: vai ao banco pra mim.
Vulgar ou inculta Regional
Ex:Assucar
Bassora
Qejo
Ex: Deu-lhe com a boleadeira nos cascos, e o
índio correu mais que cusco em procissão.
2.2.2 Língua literária
É o instrumento utilizado pelos escritores;
Ex: “Macunaíma ficou muito contrariado. Maginou, maginou e disse prá velha...”
Mário de Andrade
Exemplo: Língua Regional
“Lindaura, a recepcionista do analista de Bagé- segundo ele, “mais prestimosa que mãe da
noiva” – tem sempre uma chaleira com água quente pronta para o mate. O analista gosta de oferecer
chimarrão a seus pacientes e, como ele diz, “charlar assando a cuia que loucura não tem micróbio”.
Um dia entrou um paciente novo no consultório.
- Buenos, tchê – saudou o analista. – Se abanque nos más.
O moço deitou no divã coberto com um pelego e o analista foi logo lhe alcançando a cuia
com erva nova. O moço observou:
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- Cuia mais linda.
- Côsa mui especial. Me deu meu primeiro paciente. O coronel Macedônio, lá pras banda de
Lavras.
A troco de quê? – quis saber o moço, chupando a bomba.
- Pues tava variando, pensando que era metade homem e metade cavalo. Curei o animal.”
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Outras do Analista de Bagé. p.73-4
Exemplo: Gíria
“Meus camaradinhas:
Não entendi bulufas dessa jogada de fazerem o papai aqui apresentar o seu Antenor
Nascentes, um cara tão crânio, cheio de mumunhas, que é manjado até na Europa. Estou meio
cabrero até achando que foi crocodilagem do diretor do curso, o professor Odorico Mendes, para eu
entrar pelo cano.
O seu Antenor Nascentes é um chapa legal, é bárbaro e, em Filosofia, bota banca.
Escreveu um dicionário etimológico que é uma lenha. Dois volumes que vou te contar.
(Correio do Povo, 20/04/66)
Exemplo 2
“Poxa, tô numa pior! Queria descolar uma grana pra comprar um refri pr’aquela gata que pintou no
pedaço e que tô tri a fim, mas não deu. Minha velha tá dura, cara, e o velho foi pra Sampa”
Exemplo: Vulgar
“ – Comecei a sentir uma zombaria na minha cabeça e de repente, pá! Dei um taque. Chamaram a
insistência e me levaram pro Pronto Socorro. Chegando lá o médico doutor disse que eu tinha de
operar os alpendres.
- Então eu caí numa prostituição...
(SABINO, Fernando. Zero Hora. Caderno D, 29/05/88, p. 2)
CONTEXTO
(função referencial)
MENSAGEM
(função poética)
EMISSOR
(função
emotiva)
CÓDIGO
(função metalinguística)
RECEPTOR
(função conativa)
CANAL DE COMUNICAÇÃO
(função fática)
requer
envia
Verbal ou verbalizada
contato
Visão geral e completa dos fatores fundamentais da
comunicação e suas relações com as funções da linguagem
“Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser que o estilo permita, ou seja,
se estamos dissertando – e, nesse tipo de redação, usa-se geralmente, a língua-padrão – não
podemos passar desse nível para outro, como a gíria, por exemplo.”
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3 NOÇÕES DE TEXTO
3.1 TEXTO
Sempre manifesta um posicionamento frente a uma questão qualquer posta em debate;
Deve-se levar em conta um contexto;
O texto é um tecido, uma estrutura construída
de tal modo que as frases não tem significado
autônomo. Num texto, o sentido de uma frase
é dado pela correlação que ela mantém com
as demais.
Considerações:
1. Nem sempre o contexto vem explicitado linguisticamente
Ex: A nossa cozinheira está sem paladar.
2. Todo texto contém um pronunciamento dentro de um debate de escala mais ampla.
Exemplo: Tiro Certeiro
Estado americano limita porte de arma
No começo de 1981, um jovem de 25 anos chamado John Hinckley Jr. Entrou numa loja de
armas de Dallas, no Texas, preencheu um formulário do governo com endereço falso e, poucos
minutos depois, saiu com um Saturday Night Special – nome criado na década de 60 para chamar um
tipo de revólver pequeno, barato e de baixa qualidade. Foi com essa arma que Hinckley, no dia 30 de
março daquele ano, acertou uma bala no pulmão do presidente Ronald Reagan e outra na cabeça de
seu porta-voz, James Brady. Reagan recuperou-se totalmente, mas Brady desde então está preso a
uma cadeira de rodas. (...)
Revista Veja de 01.06.1988. p. 54
Pressuposto:
Risco de vender arma para qualquer pessoa, indiscriminadamente;
Os fabricantes de revólveres, se pudessem, não permitiriam a veiculação dessa notícia.
1. Uma boa leitura nunca pode se basear em fragmentos isolados do texto, já que o significado das
partes sempre é determinado pelo contexto dentro do qual se encaixam;
2. Uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o pronunciamento contido por trás do texto,
já que sempre se produz um texto para marcar posição frente a uma questão qualquer.
Texto 2: “Meu Engraxate”
É por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolação. Meu engraxate me
deixou.
Passei duas vezes pela porta onde ele trabalhava e nada. Então me inquietei, não sei que
doenças mortíferas, que mudança pra outras portas se pensaram em mim, resolvi perguntar ao
menino que trabalhava na outra cadeira. O menino é um retalho de hungarês, cara de infeliz, não dá
Contexto
Texto
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simpatia alguma. É tímido o que torna instintivamente a gente muito combinado com o universo no
propósito de desgraçar esses desgraçados de nascença.
“Está vendendo bilhete de loteria”, respondeu antipático, me deixando numa perplexidade
penosíssima: pronto! Estava sem engraxate! Os olhos do menino chispeavam ávidos, porque sou dos
que ficam fregueses e dão gorjetas. Levei seguramente um minuto pra definir que tinha de continuar
engraxando sapatos toda a vida minha e ali estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar
engraxate bom.
(ANDRADE, Mário de. Os filhos de Candinha, São Paulo, Martins, 1963. p. 16)
4 ESTILO
Um jeito particular de uma pessoa fazer alguma coisa ou expressar;
É marcante;
4.1 QUANTO AO CONTEXTO, O ESTILO PODE SER:
TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO LITERÁRIO
Sobrecarrega-se de tons afetivos;
Conotação;
Pessoalidade;
Parcialidade;Subjetividade;
Poética;
Impressiona, agrada;
“Desvio à gramática” – isso se deve ao impulso
e à intenção estética;
Preocupação com a criatividade;
Beleza e ritmo.
Traduz-se em objetividade;
Denotação;
Impessoalidade;
Imparcialidade;
Objetividade;
Técnica;
Esclarece, convence;
Preferência vocabular,
Preocupação com a realidade.
4.2 QUALIDADES DE UM TEXTO
É necessário que o estilo do comunicador possua uma série de requisitos:
Harmonia: clareza; concisão; correção gramatical; coesão e coerência.
Estilo
Maneira
MARCA DE SUA
INDIVIDUALIDADE
PESSOAL
ÉPOCA
PALAVRA
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4.2.1 Clareza
Manifestação da ideia de forma que possa ser rapidamente compreendida pelo leitor.;
Ser claro é ser coerente, não se contradizer, não confundir o leitor;
São inimigos da clareza:
*desobediência às normas da língua
*os períodos longos
*vocabulário rebuscado e impreciso
Outros fatores que poderão concorrer para uma comunicação imperfeita:
Pontuação incorreta;
Má disposição das palavras na frase;
Omissão de alguns termos (principalmente pronomes);
Imprecisão vocabular;
Excesso de intercalações;
Ambiguidade causada pelos pronomes possessivos, relativos, etc.
Exemplos:
1. Eu, parece-me que o rapaz que eu fui ao escritório dele na semana passada, é fã ardoroso do
Flamengo.
2. Perdoas? Não discordo.
Perdoas? Não! Discordo.
3. Vendem-se cobertores para casal de lã.
4. O velhinho tomou aquele remédio dentro do vidrinho.
5. Precisa-se de babá para cuidar de criança de 17 a 25 anos.
6. Estamos liquidando pijamas para homens brancos.
7. Escutei algo a respeito do envenenamento da mulher sentada no banco da praça.
8.A ordem do ministro que veio de Brasília.
9. Subindo a serra, avistei vários animais.
10. Eu noivaria com você, Verinha, se tivesse um pouco de dinheiro.
11. Aquele sujeito foi prescrito de sua pátria.
12. Ele pensava no antigo amor e julgava que a sua agressividade teria contribuído para o término do
romance.
13. O leite, que é um alimento precioso para a saúde, e esta, uma dádiva divina, deve ser ingerido
após sofrer o processo de pasteurização, que o imuniza contra diversas infecções
4.2.2 Concisão
Ser conciso significa que não devemos abusar das palavras para exprimir uma ideia; ir direto
ao assunto; eliminar tudo aquilo que é desnecessário;
16
Exemplo 1: TEXTO PROLIXO
“Maria Joana da Silva, solteira, procura pessoa do sexo oposto para fim de casamento. O interessado
deve ser pessoa sensível, que goste de ouvir música, seja alegre, que goste de passear domingo de
manhã, que goste de pescar, que goste de passear na relva úmida da manhã, que seja carinhoso, que
sussurre aos meus ouvidos que me ama, que tenha bom humor, mas também saiba chorar. Que
saiba escutar o canto dos pássaros, que não se importe de dormir ao relento numa noite de lua, que
sonhe acordado e que muito do azul do céu. (...) Não se exige que seja rico, de boa aparência (...)
mas exige-se principalmente que goste de oferecer flores de vez em quando.”
End.: Rua da Esperança, 43.
Exemplo 2:
A partir deste século, o número cada vez maior e, por isso mesmo, mais alarmante de
separações, flagelo irrecuperável da família moderna tem alarmado as autoridades governamentais,
guardiãs perenes do bem-estar social, principalmente pelas sequelas traumatizantes produzidas nos
filhos e pela decadência moral da sociedade, tendo em vista ser a família o esteio e a célula-mater.
dessa mesma sociedade.
Texto conciso: O número cada vez maior de separações tem alarmado as autoridades
governamentais
4.2.3 Correção Gramatical
A linguagem utilizada na redação deve estar de acordo com a norma culta;
17
Devem-se conhecer as normas;
Deve-se tomar cuidado com alguns desvios da linguagem padrão que comumente aparecem
em redações: grafia, flexão das palavras, concordância, regência, colocação pronominal.
Outro defeito textual: Ambiguidade
O USO DO GERUNDISMO
O emprego do gerúndio é considerado tão problemático que alguns escritores fazem
esforços para nunca empregá-lo. Podem-se observar, no entanto, alguns princípios norteadores do
uso dessa forma nominal.
O gerúndio constitui uma oração subordinada de caráter adverbial e, de certo modo, também possui
uma função adjetiva.
Para ter um emprego claro, o gerúndio deve estar o mais perto possível do sujeito ao qual se refere.
Assim, Vi teu primo nadando não é o mesmo que Nadando, vi teu primo (correto)
• "Eu vou estar mandando um fax" ou
• "Vou estar telefonando em breve". Telefonarei para você em breve.
Outros exemplos:
• "Vamos estar mandando isso amanhã" (uso impróprio do gerúndio) /
Correto: "Vamos mandar isso amanhã"/ "Mandaremos isso amanhã" (usos próprios).
Usar demais o gerúndio deixa o texto com péssima qualidade, como no exemplo a seguir:
"Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pondo numa perspectiva melhor, ficando
mais claro..."
“Vamos estar resolvendo seu problema hoje à tarde”.
Esse “gerundismo futuro”, provavelmente de influência inglesa, está chato: “vamos estar
retornando”, “vamos estar enviando”, “vamos estar depositando”… Vamos simplificar:
“retornaremos ou vamos retornar”, “enviaremos”, “depositaremos” e, graças a Deus, “resolveremos
seu problema hoje à tarde”. (Sérgio Nogueira)
• São frases mal construídas.
• É usado para empregar a ação verbal no futuro. Deveríamos dizer:
• “Vou depositar (ou depositarei)…”;
• “O Instituto vai realizar (ou realizará)…”;
• “…ele vai fazer (ou fará)…”
• O jogador declarou seu amor à genitora e disse: "Desculpe, mãe. Seu aniversário foi ontem,
mas eu não pude estar comparecendo à festa". ("Não pude comparecer“)
ALGUNS EMPREGOS DO GERÚNDIO DEVEM SER EVITADOS
1) Quando as ações expressas pelos dois verbos – gerúndio e verbo principal – não puderem
ser simultâneas:
Ex: Chegou sentando-se. (Chegou e se sentou.)
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Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, estudando com um amigo padre na infância.
(Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro no Rio de Janeiro e estudou com um amigo padre, na
infância).
2) Quando o gerúndio expressa qualidades:
Ex: Vi um jardim florescendo. (Vi o jardim florido.)
Ex: Uma amiga telefonou para a central de atendimento a clientes de um cartão de crédito. Depois
de intermináveis
"a gente vai estar tentando resolver o seu problema",
"a senhora vai estar recebendo um extrato",
"uma funcionária vai estar verificando",
"a gente vai estar mandando uma cópia para a senhora",
a funcionária perguntou:
"A senhora pode estar enviando uma cópia do último pagamento?".
Irônica, mordaz, minha amiga respondeu: "Estar enviando eu não posso, mas enviar eu posso". Inútil.
Pelo que disse em seguida, parece que a funcionária não entendeu a ironia.
3) Quando a ação expressa pelo gerúndio é posterior à do verbo principal:
Ex: O assaltante fugiu, sendo detido duas horas depois. (Seria melhor dizer: O assaltante fugiu e foi
detido duas horas depois).
4) Quando o gerúndio, copiando construção francesa (galicismo), passa a ter valor
puramente adjetivo:
Ex: Viu uma caixa contendo… (A construção mais adequada seria: Viu uma caixa que continha)
GERÚNDIO GERA AMBIGUIDADE
É interessante lembrar que o pior uso do gerúndio é aquele que gera ambiguidade:
1. “A mãe encontrou o filho chorando.”
(Quem estava chorando? A mãe ou o filho?)
2. “Ônibus atropela criança subindo a calçada.”
(O ônibus subiu a calçada e atropelou a criança) ou
(O ônibus atropelou a criança no momento em que ela subia a calçada?)
• O bom gerúndio é aquele que expressa claramentea ideia de “continuidade de ação”:
“Passamos toda a semana analisando este caso”.
“Durante todo dia estivemos redigindo o relatório”.
“Está fazendo calor”.
• O bom gerúndio é aquele que expressa claramente a ideia de “continuidade de ação”:
“Passamos toda a semana analisando este caso”.
“Durante todo dia estivemos redigindo o relatório”.
“Está fazendo calor”.
• O bom gerúndio é aquele que expressa claramente a ideia de “continuidade de ação”:
“Passamos toda a semana analisando este caso”.
“Durante todo dia estivemos redigindo o relatório”.
“Está fazendo calor”.
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O USO DO PRONOME POSSESSIVO: SEU/ SUA PREFIRA DELE, DELA;
O USO DO QUE: PREFIRA O QUAL, A QUAL.
1.2.6 Coesão e coerência
A coesão (amarração das ideias) de um texto depende muito da relação entre as orações que
formam os períodos e os parágrafos. Os períodos compostos precisam ser relacionados por meio de
conectivos adequados, se não quisermos torná-los incompreensíveis.
Para cada tipo de relação que se pretende estabelecer entre duas orações, existe uma conjunção que
se adapta perfeitamente a ela. Veja nos exemplos!
Por exemplo, a conjunção MAS só deve ser usada para estabelecer uma relação de oposição
entre dois enunciados. Porém, se houver uma relação de adição ou ideia de concessão, a conjunção
deverá ser outra:
EMBORA. Se não for assim, o enunciado ficará sem nexo. Observe um caso de escolha inadequada da
conjunção:
"EMBORA O BRASIL SEJA UM PAÍS DE GRANDES RECURSOS NATURAIS, TENHO CERTEZA DE QUE
RESOLVEREMOS O PROBLEMA DA FOME”.
Veja que não existe a relação de oposição ou a ideia de concessão que justificaria a conjunção
EMBORA. Como a relação é de causa-efeito, deveria ter sido usada uma conjunção causal:
“COMO O BRASIL É UM PAÍS DE GRANDES RECURSOS, TENHO CERTEZA DE QUE RESOLVEREMOS O
PROBLEMA DA FOME.”
Para que problemas desse tipo não aconteçam em suas redações, acostume-se a relê-las,
observando se suas palavras, orações e períodos estão adequadamente relacionados.
A importância dos conectivos
Os conectivos ou elementos de coesão são todas as palavras ou expressões que servem para
estabelecer elos, para criar relações entre segmentos do discurso, tais como: então, portanto, já que,
com efeito, porque, ora, mas, assim, daí, aí, dessa forma, isto é, embora e tantas outras. Veja o
exemplos
4.2.4 Coesão
4.2.4.1 O papel dos elementos de coesão:
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Exemplo 1: Excesso de que
O que é indispensável é que se conheça o princípio que se adotou para que se avaliasse a
experiência que se realizou ontem, a fim de que se compreenda a atitude que tomou o grupo que foi
carregado do trabalho.
O indispensável é conhecer o princípio adotado para avaliar a experiência realizada ontem,
a fim de se compreender a atitude tomada pelo grupo encarregado do trabalho.
Exemplo 2: Erros quanto à colocação pronominal e redundância.
Detesto aquele rapaz. Se eu tiver a chance de não cumprimentar ele, eu não cumprimento.
Conheço ele, há mais de 10 anos atrás. Quando pedi ajuda, ele me virou as costas. Tenho amigos que
acham que deve-se perdoar estas coisas. Me recuso a aceitar isso.
Detesto aquele rapaz. Se eu tiver a chance de não cumprimentá-lo, melhor. Conheço-o há
mais de 10 anos. Quando pedi ajuda, ele me virou as costas. Tenho amigos que acham que se devem
perdoar essas coisas. Recuso-me a aceitar isso.
Exemplo 3:
Israel possui um solo árido e pouco apropriado à agricultura, porém chega a exportar certos
produtos agrícolas. (Contradição)
Exemplo 4:
Este trator serve para arar a terra e para fazer colheitas. (Adição)
4.2.4.2 Relações que alguns elementos de coesão estabelecem:
a) assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por
eles serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes.
Ex: O Governador resolveu não se comprometer com as facções em disputa pela liderança do
partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer.
b) e: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito antes; indica uma
progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar nada, constitui
pura repetição e deve ser evitada.
Ex: Este trator serve para arar a terra e para fazer colheitas. (Correto)
Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar. (Uso inadequado)
c) ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada
conclusão, ou para incluir um elemento a mais dentre de um conjunto qualquer.
Ex: O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. (...)
Convém lembrar ainda, que os serviços públicos são extremamente deficientes.
d) aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um argumento decisivo, apresentado
como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento
contrário.
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Ex: Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente
seu poder de compra. Além de tudo são considerados como renda e taxados com impostos.
e) isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem esclarecimentos, retificações ou
desenvolvimentos do que foi dito anteriormente.
Ex: Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não
comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade.
f) embora, ainda que, mesmo que: são relatores que estabelecem ao mesmo tempo uma relação de
contradição e de concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de
argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito vigoroso: sem negar as possíveis
objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.
Ex: Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis, pés
velozes como o raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o problema das
injustiças. (Admitem-se vantagens e afirma-se uma desvantagem).
Ex: Embora o Brasil possua um solo fértil e imensas áreas de terras plantáveis, (não resolveremos)
vamos resolver o problema da forme. (O uso do embora e conectivos do mesmo sentido pressupõe
uma relação de contradição, que, se não houver, deixa o enunciado descabido.
Como vamos resolver o problema da fome, o Brasil possui um solo fértil e imensas áreas de
terras plantáveis, como (porque) vamos resolver o problema da forme. (O uso do embora e
conectivos do mesmo sentido pressupõe uma relação de contradição, que, se não houver, deixa o
enunciado descabido).
g) certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os componentes de uma
certa escala. Alguns, como mesmo, até, até mesmo, situam alguma coisa no topo da escala; outros
como ao menos, pelo menos, no mínimo, situam-na no plano mais baixo.
Ex: O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até
mesmo do futuro e da morte.
Ex: É preciso garantir ao homem seu bem estar: ao lazer, a cultura, a liberdade, ou, no mínimo, a
moradia, alimento e a saúde.
Outros tipos de relação que podem ser estabelecidas entre as frases:
a) Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, primeiramente, acima de tudo,
precipuamente, mormente, principalmente, primordialmente, sobretudo;
b) Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade, simultaneidade,
eventualidade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, pouco antes,
pouco depois, anteriormente, posteriormente em seguida, às vezes, afinal, por fim, finalmente,
agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, eventualmente,por vezes,
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim,
nesse meio tempo, enquanto isso – e as conjunções temporais (quando, enquanto, antes que, depois
que, até que, logo que, assim que, mal, sempre que, cada vez que, etc.)
c) Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do
mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica,
de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista – e as
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conjunções comparativas (tão, tanto, mais, menos, melhor, pior, maior, menor... que/do que, como,
assim como, assim)
d) Adição, continuação: além disso, (a)demais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro
lado, também – e as conjunções aditivas (e, nem, não só ... mas também)
e) Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe? É provável, não é certo, se é
que.
f) Certeza, ênfase: de certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem
dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
g) Surpresa, imprevisto: inesperadamente, de súbito, imprevistamente, surpreendentemente;
h) Ilustração, esclarecimento: por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a
saber;
i) Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, propositadamente, de
propósito, intencionalmente – e as conjunções finais (para que, que, a fim de que, porque, etc.)
j) Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais
adiante, além, acolá – outros advérbios de lugar (longe, aqui, lá, cá, etc.)
l) Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo,
portanto;
m) Causa e consequência: daí, por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por
causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito – e as conjunções causais (por que, pois,
porquanto, pois que, já que, uma vez que, visto que,) conclusivas (logo, portanto, por conseguinte,
pois, então) e as explicativas (porque, que, pois);
n) Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos –
e as conjunções adversativas (mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto) e concessivas
(embora, ainda que, contanto que, apesar de (que), conquanto, mesmo que, a menos que, se bem
que, posto que, etc.).
4.2.4.3 A retomada ou a antecipação de termos
Exemplo: José e Renato, apesar de serem gêmeos, são muito diferentes. Por exemplo, este é calmo,
aquele é explosivo.
Este (Renato) e aquele (José) são anafóricos.
Anafóricos
São palavras ou expressões que servem para retomar um ter já expresso no texto ou também para
antecipar termos que virão depois.
São eles:
Pronomes demonstrativos (este, esse, aquele);
Pronomes relativos (que, o qual, onde, cujo);
Advérbios ou expressões adverbiais (então, dessa feita, acima, atrás).
4.2.5 Coerência
a) Coerência narrativa é a unidade do texto, conjunto harmônico.
É incoerente narrar uma história em que alguém está descendo uma ladeira num carro sem
freios, que para imediatamente, depois de ser brecado, quando uma criança lhe corta a frente.
b) Coerência Figurativa: (descrição do personagem, ambiente)
Suponhamos que se queira mostra a vida no Polo Norte. Podem-se para isso usar figuras
como “neve, pessoas vestidas com roupas de pele, renas, trenós”. Não se podem, porém, utilizar
figuras como “palmeiras, cactos, camelos”.
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c) Coerência Argumentativa:
Ex: Quando se defende de que o homem deve buscar o amor e a amizade... logo depois... ele não
deve confiar em ninguém.
Ex: Defende de que todos são iguais perante a lei.... logo depois .... defende que o privilégio de
algumas categorias profissionais não estarem obrigadas a pagar impostos.
Ex: Defender um ponto vista contrário a qualquer tipo de violência e ser favorável à pena de morte.
4.3 EXERCÍCIOS
A - Identifique as relações existentes entre as orações de acordo com os elementos de coesão:
1. Bruna nunca perdoaria /se a visse assim.
2. E Amélia, quanto mais refletia no caso, /tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
3. Como ninguém me convidou para a cerimônia, / não compareci.
4. Mariana me pediu/ para que explicasse a você.... /Quando voltar /saberemos.
5. Era cedo demais /para que eu pudesse pesar filosoficamente a revelação.
6. A reação da esposa foi tão surpreendente que ele permaneceu calado.
7. Como deveis saber, há em todas as coisas um sentido filosófico.
8. Nem que a gente quisesse, não conseguiria vencer.
9. “Tudo vale a pena se alma não é pequena”. (Fernando Pessoa)
10.Era tão linda que os homens não conseguiram desviar o olhar.
11. Em São Paulo, como em Curitiba chove.
12. As garotas vestem-se como se veste as atrizes de televisão.
13. Como não tivesse traje apropriado, preferiu adir o compromisso.
14. Embora sua mãe insista, Patrícia não fará a viagem à França.
15. Desde que haja condições, iniciaremos os trabalhos amanhã.
16. Desde que o conheceu, não consegue tirá-lo do pensamento.
17. A menina garantiu que só viajaria, se o garoto dirigisse com cuidado.
18. Quanto mais olhava, mais tinha certeza.
19. Segundo ouvi dizerem, ele partiu par ao Norte.
20. Embora não o conhecesse bem, sentia-se atraída por ele.
B - Crie as relações através do elemento de coesão. Qual a relação?
1. Rosemary não tinha dinheiro. Rosemary comprou um carro.
2. A menina não foi à festa. A mãe não comprou o vestido.
3. O dia estava escuro. Não conseguíamos enxergar.
4. Aquele aluno estuda muito. Aquele aluno quer passar no vestibular.
5. A peça acabou. Os atores foram muito aplaudidos pelo público.
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4.4 DEFEITOS TEXTUAIS
4.4.1 Aliteração:
Repetição do mesmo fonema; recurso estilístico.
Ex: Na certeza de que seria bem sucedido, o sucessor fez a seguinte asserção:...
Ex: O rato roeu a roupa do rei de Roma
4.4.2 Emenda de vogais (ou hiatismo)
Ex: Obedeça à autoridade.
Ex: ... Tivera atenção
4.4.3. Cacofonia
Ex: Por cada mulher cansada de ser...
Ex: Na vez passada, agimos diferente.
4.4.4 Rima
Ex: O diretor chamou, com muita dor, o assessor, dizendo-lhe que, embora reconhecendo ser o
mesmo trabalhador, não lhe poderia fazer esse favor.
Ex: O contador ao pôr o projetor na mesa, sentiu uma dor profunda nas costas. Ex: Na vez passada,
agimos diferente.
4.4.5 Repetição de palavras
Ex: Viaje bem, viaje VASP.
Ex: O presidente da Cia. de Seguros é primo do presidente daquela empresa sendo um presidente
muito ativo
4.4.6 Excesso de “que”
Confere ao período um estilo arrastado (acumulamento), deselegante.
Ex: Solicitei-lhe que me remetesse a mercadoria que me prometera a fim de que eu pudesse saldar
os compromissos que tinha assumido
4.5 EXERCÍCIOS
Reformule os seguintes trechos, tendo em vista a clareza, a harmonia e a concisão:
1. A sugestão da mesa foi enviada àquela reunião, por se constituir numa solicitação de
longa data daquela população.
2. O contador, ao pôr o projetor na mesa, sentiu uma dor profunda nas costas.
3. Na vez passada, ela também se atrasou.
4. É uma realidade tradicional e costumeira que a diversão popular – e ela abrange várias
modalidade circunscritas a épocas ou regiões diversas – geralmente é oferecida ao povo
(podemos remontar à Roma Antiga), visando não ao objetivo precípuo da diversão (dar lazer
a quem dele necessite), mas sim visando a uma alienação dos seres pensantes à situação
política vigente, para que eles não pensem na fome, na miséria e na injustiça, sua
companheira de infortúnio e dor.
5. Logo que ela pensou que tinha sido aprovada, ficamos satisfeitos, porque, ainda que
passasse com algumas deficiências, seriaum gasto a menos que teríamos no ano seguinte.
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6 Gostei das atitudes dos alunos que o diretor elogiou.
7 Pago R$ 200,00 por cada.
8 Solicitou a Nestor que lhe enviasse os seus relatórios.
9 Vendia meia para freguesia de baixa qualidade.
10 Pensando que ela chegaria cedo saiu à procura de flores.
11 A ser realidade que a tua amiga à facilidade de permanecer estudando no Brasil prefere a
chance de, apesar de isso te causar sofrimento, tentar uma bolsa que sabemos incerta para
a França, deves acatar a sua decisão.
12 A história registra fatos injustos, como os operários que, no início do século, trabalhavam
diuturnamente por algumas migalhas de pão, o que os prostituía como seres humanos.
13 Regando as flores, vi dois estranhos no jardim.
5 FRASE E ESTRUTURA FRASAL
5.1 ESTRUTURA FRASAL
É o ponto-chave da feição estilística;
5.2 FRASE:
É “todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação”.
(GARCIA, Othon M. op. cit., p.7)
5.3 ORAÇÃO
“A oração encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um um período,
completando um pensando e concluindo o enunciado através de ponto final, interrogação,
exclamação e, em alguns casos, através de reticências.” (MARTINS; ZILBERKNOP, 2001)
5.4 TIPOS DE FRASE
Tipos de frase
1. Interrogativa
2. Declarativa
3. Imperativa
4. Optativa
5. Exclamativa
Direta: Que horas são?
Indireta: Gostaria de saber que horas são.
Afirmativa: Paulo parece inteligente.
Negativa: Nunca te esquecerei.
Afirmativa: Levanta-te!
Negativa: Não corra, não mate, não morra.
Desejo que sejas feliz.
Que calor!
Exemplos:
1. Que saia suja!
2. Meia volta!
3. Iracema foi heroína de Alencar.
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4. Almejo que tenhas sucesso.
5. Gostaria de saber se ela voltará.
6. Que a deixe, por quê?
7. Nada me convence.
8. Não espere muito de mim.
5.5 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO OTHON M. GARCIA
5.5.1 Frase Situação
Os termos essenciais da oração não estão presentes.
Ex: Que calor!
Pare!
Não atravesse.
Que susto!
Ótimo!
5.5.2 Frase Nominal
Constituída apenas por nomes se a presença do verbo que indique a ação do sujeito.
Ex: “Muito riso, pouco siso”.
Ex: “Vozes veladas, veludosas vozes”.
5.5.3 Frase Arrastão
As orações se sucedem sem uma relação expressa entre elas; É a frase utilizada na linguagem infantil
e nas pessoas incultas ou imaturas.
Ex: Então me levante e me vesti e aí tomei café e então fui trabalhar. Mas acontece que era feriado.
E daí voltei para casa e então fui descansar.
5.5.4 Frase Entrecortada ou Picadinha
Frase breve, incisiva, geralmente constituída por orações coordenadas
Ex: A boca tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado.
Ex: Parece orgulhoso e mesquinho. Não só parece. É.
5.5.5 Frase Ladainha
Usada mais na linguagem coloquial; Introduz orações coordenadas ligadas por “e” ou subordinadas,
que não sejam adjetivas, introduzidas por “que”
Ex: “... E era uma tarde meio cálida e meio cinza e meio dourada e estávamos alegres e o vento
desenrolava nossos cabelos e o ciciante mar estava da cor de um sabre...”
Ex: “Mais tarde, não sei se sonhei ou se pensei realmente que os aviões não caíam no meio das ruas,
e que as ruas não eram desertos, e que os portões brancos dos quartéis não eram oásis”. (Caio
Fernando de Abreu)
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5.5.6 Frase Labiríntica
Frase confusa, sem clareza, período repetitivo, prolixo; Usadas por escritores do século XVI e XVII.
Ex: “Mas também a vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que
depois de Adão não criaste homens de novo, que vos servis dos que tendes neste mundo e que
nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores”.
5.5.7 Frase Fragmentária
Várias orações que se interligam sem sentido completo, formando um contexto. Quando as orações
subordinadas se desligam da principal.
Ex: Há muito que ele não se sentia doente. Doença cruel.
Ex: Ela o agredia sempre. Embora não houvesse motivos para isto.
5.5.8 Frase Caótica
Livre, fluente, sem racionalizar, como se o narrador, através do fluxo de consciência, pusesse, às
claras, seus mais íntimos sentimentos.
Ex: “Marcos olhou para cima. As galerias reservadas às mulheres estavam escuras. Vazias. Mas – e a
sombra que ali movia? E os suspiros que dali se ouviam? E os soluços? É o vento que sopra pelas
frinchas do velho telhado? É mesmo o vento? Não são suspiros? É mesmo água? Não é o choro de
alguém?”
5.5.9 Frase Parentética
É formada por orações justapostas e que não pertencem integralmente ao sentido lógico (são usadas
para explicar, esclarecer, citar, advertir, opinar, ressalvar, permitir).
Ex: Foi em outubro, se não me falha a memória, que nos conhecemos.
Ex: É uma tristeza – livrai-nos, Deus! – o que eles fizeram!
5.6 EXERCÍCIOS
A - Identificar as frases que seguem de acordo com o presente estudo
1. Em 1974 – isso ocorreu num dia chuvoso – perdi uma das minhas maiores amigas.
Perigo.
2. Ela quase morreu. De tédio.
3. Acordei feliz. O dia estava bonito. Todo sorria para mim.
4. O povo gaúcho pode orgulhar-se de seu passado. Passado de lutas, passado de glórias.
Decorrência do arrojo e da coragem de seus filhos.
5. Sim, era possível que aquele homem me tivesse encontrado por casualidade. Por acaso, não havia
ele se encontrado a ele mesmo, por casualidade?
6. “Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces.” (Machado de Assis)
7. E aí ela veio me avisar que iríamos sair e então me arrumei, mas aí choveu muito e eu fiquei em
casa.
8. A natureza desabrochava. Flores coloridas entreabriam-se. Pássaros trinavam. Era primavera.
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B - Reformule os seguintes trechos, tendo em vista a clareza, a harmonia e a concisão.
1. Em toda sociedade, podemos observar a existência dos símbolos: a bandeira nacional é o emblema
mais representativo de uma nação; o semáforo verde indica passagem livre para os automóveis; uma
coroa, logo à primeira vista, já remete nosso pensamento à figura de um rei ou rainha.
2. Outro fator muito importante dos símbolos está relacionado à memorização, onde estes
recentemente passaram a ser atribuídos como novas ferramentas de aprendizagem para auxiliar
crianças que possuem dificuldades físicas e psicológicas. Que não conseguem ler livros, revistas e
soletrar palavras como as crianças com dislexia, o importante é que esta nova prática tem trazido
grandes resultados.
3. A comunicação, para expressar ideias com símbolos, de forma crescente, toma espaço no dia-a-dia
humano. Facilidades que ajudam a memorização, a economia da linguagem as quais contribuem para
o progresso da humanidade.
4. Desde a pré-história os homens usavam linguagem visual em forma de símbolos como forma de
expressar um tipo de comunicação, esse recurso esta presente em vários setores, diferentes lugares
com uma imensidão de funções é fundamental no comércio, trânsito, e meios de comunicação onde
a linguagem visual possui maior ênfase.
C - Identifique nas frases abaixo, os fatores que prejudicam a harmonia textual:
1. “Na certeza de que seria bem sucedido, o sucessor fez a seguinte asserção:”
2. “Roncou de raiva a cuíca, roncou de forme”
3. Viaje bem. Viaje VASP.
4. A flor tem odor.
5. Demonstração da fé católica.
6. A crise chegou ao auge.
7. Leite branco.
D - Mantendo a ordem em que as orações a seguir são apresentadas, reescreva-as em uma só
frase, ligando-as por meio de conjunções (elementos coesivos) adequadas ao sentido. Atente para
a clareza, harmonia e concisão.
1. Este psicólogo fala muito bem. Ele convence qualquer um.
2. O diretor encaminhou o funcionário à clínica. Ele fará uma avaliação psicológica.3. As provas foram insuficientes. O réu alegou inocência.
4.O homem estava desanimado. Os advogados parecem interessados.
E - Agrupe as três orações simples em um único período composto, empregando conectivos e
anafóricos. Faça alterações ou acréscimos necessários.
A falta de mineral na dieta dos jovens preocupa os médicos.
Os médicos alertam sobre o cálcio.
Essa carência pode aumentar a incidência de osteoporose.
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6 PARÁGRAFO
É uma unidade redacional. Serve para dividir o texto em partes menores. Quando se muda o
parágrafo, não se muda o assunto, mas sim a abordagem. O assunto dever ser o mesmo, do princípio
ao fim da redação. A cada novo enfoque, a cada nova abordagem, haverá novo parágrafo.
No aspecto formal, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e de um afastamento
da margem esquerda.
No aspecto funcional, a compreensão da estrutura do parágrafo é o caminho para a segura
compreensão do texto.
6.1 DIVISÃO
O parágrafo apresenta algumas partes bem distintas. Dentre elas, a mais importante é tópico
frasal.
É a ideia núcleo extraída, de maneira clara e concisa, do interior do parágrafo.
As outras partes do parágrafo são:
a) desenvolvimento, através do qual, o tópico frasal recebe uma carga informativa onde, muitas,
agregam-se ideias secundárias;
b) conclusão, nem sempre presente, serve para resumir o conteúdo do parágrafo, sublinhando o seu
ponto de interesse e localizando-se no final do mesmo;
c) elemento relacionador, não obrigatório, mas geralmente presente a partir do segundo parágrafo;
visa a estabelecer um encadeamento lógico entre ideias, servindo de “ponte” entre o parágrafo em si
e o tópico que o antecede.
7 TIPOS DE DISCURSO
Discurso direto Discurso indireto Discurso indireto livre
- fala visível das personagens;
presença do verbo “dicendi”
pontuação: dois pontos,
travessão, aspas ou mudança
de linha
fala não visível das
personagens, mas informada
pelo narrador (OSS);
verbo “dicendi”;
geralmente terceira pessoa
na oração subordinada
substantiva
Fala não visível das personagens,
cuja voz parece mesclar-se com a
do narrador;
ausência do verbo “dicendi”
- períodos livres(sem elo
subordinativo)
Verbos “dicendi”: dizer, responder, afirmar, indagar, perguntar.
Exemplos de discurso direto
A professora disse-lhe: - Eu o conheço.
Apontou para a casa e falou:
- Isto aqui é uma construção forte
Exemplo de discurso indireto
A professora disse-lhe que ela o conhecia.
Apontou para a casa e falou que aquilo ali era uma construção forte.
Exemplos de discurso indireto livre ou semi-indireto.
Encontrei-me com ele um dia. O olhar estava distante, distante. Dia especial para matar o serviço...
30
DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO
Pronome (Eu, me, mim, comigo, nós, nos,
conosco)
Ele (ela), se, o, a, lhe, si, consigo,
Eles (elas), os, as, lhes
Presente do Indicativo Pretérito Imperfeito do Indicativo
Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito mais que Perfeito do Indicativo
Futuro do Presente Futuro do Pretérito
Presente do subjuntivo
Futuro do subjuntivo
Imperativo
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Este, esta, isto Aquele, aquela, aquilo
Aqui, cá Ali, lá
Agora, hoje Naquela ocasião, naquele dia
7.1 DIFERENÇA DO DISCURSO DIRETO E DISCURSO INDIRETO
7.2 EXERCÍCIOS
A - Transforme o DD em DI
1. A esta hora, a senhora já saiu, disse o rapaz, olhando-a ternamente.
2. O diretor falou: - Preciso, neste dia, de muito dinheiro.
3. Ela esclareceu: - Não estou pronta ainda, nem banho tomei.
4. Como Paulinho estava impossível, a mãe lhe pediu:
- Sossega, meu filho, porque eu já estou com dor de cabeça.
5. Sacudiu a cabeça, lamentando:
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- Como a Corina é infeliz, trabalhando para essa gente!
B - Com base nas informações fornecidas, transforme o discurso direto em indireto, e vice-versa,
conforme apresentado.
1. – Hoje pretendo viajar – afirmou a vendedora de cosméticos.
- Nesta cidade – afirmou sua irmã – as vendas estão cada vez mais difíceis.
2. O médico explicou à senhora que ela precisaria ter paciência. Ela respondeu ao doutor que sabia
que o caso era grave, pois haviam lhe contado tudo sobre o estado clínico de seu marido.
3. - Neste momento estou me arrumando para ir até aí. Quero jogar basquete – disse o professor de
Educação Física, pelo telefone.
- Quando você chegar, procure-me – pediu seu amigo.
4. O poeta, visivelmente emocionado, falou que havia três anos ele estivera naquela mesma casa e
tinha encontrado aquelas pessoas pela última vez.
C - Transforme os discursos diretos em discursos indiretos, fazendo as alterações necessárias.
Katia perguntou a sua prima: - Você irá sair de casa à noite.
Sua prima respondeu: - Não porque irei estudar.
__________________________________________________________________________________
Marcos disse a sua mãe: - estou cansado.
Ela recomendou: - Durma mais cedo e não fique tanto tempo no computador.
__________________________________________________________________________________
Fernando reclamou para sua mãe: - Que fome!
Sua mãe retrucou: - Calma, garoto! O Almoço está quase pronto!
__________________________________________________________________________________
A médica perguntou: - Joana, você tomou todos os remédios?
Joana respondeu: - Sim, doutora! Estou me sentindo bem melhor!
__________________________________________________________________________________
Trancado no quarto, gritou: - Quem está aí fora?
__________________________________________________________________________________
A professora quis saber: - Por que você faltou à prova, Carlos?
__________________________________________________________________________________
A freguesa perguntou ao feirante: - Qual é o preço da abobrinha?
__________________________________________________________________________________
Ricardo concordou: - Esta é a melhor solução._______________________________________
O pai disse: - Quero esse livro. _____________________________________________________
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O aluno perguntou: - Qual é o tema da redação de hoje?
__________________________________________________________________________________
A mãe disse à filha: - Chega de conversa._______________________________________________
Perguntei a ela; - Você é irmã da Ana?_________________________________________________
Minha amiga me alertou: - É perigoso sair sozinha a esta hora da noite.
__________________________________________________________________________________
Sônia pediu: - Traga-me o material de limpeza. __________________________________________
"- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do jardim, em Santa
Teresa”.
__________________________________________________________________________________
"-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir mais." (M. de Assis)
__________________________________________________________________________________
"- O major é um filósofo, disse ele com malícia." (Lima Barreto)
__________________________________________________________________________________
"- Virão buscar você muito cedo? - perguntei."(A.F. Schmidt)
__________________________________________________________________________________
"Ela insistiu: - Me dá esse papel aí."_________________________________________________
O acusado respondeu:
- Estive no local por volta das 10 h e não percebi a presença destas pessoas.
_________________________________________________________________________________
Paulo disse: - Eu vou. ___________________________________________________A mulher perguntou: - Que dia é hoje? _________________________________________________
A garota insistiu: - Eu sirvo esse sorvete. _________________________________________________
- Meu pai é meu amigo – disse o garoto. ________________________________________________
- É aqui que você mora?- ele perguntou. ________________________________________________
A menina chegou perto do sorveteiro e disse:
- O senhor me deu o troco errado.
O sorveteiro zangou-se e replicou:
- Aqui, ninguém erra!
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
- Ela é bonita? Perguntou o rapaz. _____________________________________________________
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– O ladrão fugiu! – disse o policial. ____________________________________________________
– Lave direito as mãos! – pediu-lhe a mãe.________________________________________________
– Chute a bola! Gritou o técnico. _____________________________________________________
– Os alunos vão demorar para sair? Perguntou a mãe.
– Ninguém sairá antes do horário – garantiu o diretor.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
– Marchem! Ordenou o sargento aos soldados. ____________________________________________
– Aquele livro é meu – disse a menina. ________________________________________________
– Aquela história é verídica? – perguntou o menino_________________________________________
– Aquilo lhe pertence? – perguntou o rapaz.___________________________________________
Utilizando as charges abaixo, escrevam o texto no discurso indireto. Obs: O discurso direto
geralmente vem acompanhado por verbos dicendi (comentar, resmungar, falar, dizer, pedir,
reclamar, interrogar, suplicar) os quais identificam a fala do personagem e o modo como ele fala.
Neste caso, você deverá usar um deles.
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8 ACENTUAÇÃO
8.1 ACENTO TÔNICO E ACENTO GRÁFICO
Um dos conteúdos que deixa a maioria das pessoas confusa é a tal da acentuação. Para ficar
mais claro, procuraremos desmistificar esse assunto agora. É importante que você não confunda
acento tônico com acento gráfico. Mas como saber qual é qual?
O acento tônico está relacionado com intensidade de som e existe em todas as palavras com
duas ou mais sílabas. O acento gráfico existirá em apenas algumas palavras e será usado de acordo
com regras de acentuação. Por enquanto, vamos nos deter ao acento tônico, pois será imprescindível
para o estudo que faremos na próxima unidade: a nova ortografia da língua portuguesa. Há, vale
lembrar também que sílaba é cada pedacinho da palavra!
SÍLABA TÔNICA - A sílaba proferida com mais intensidade que as outras é a sílaba tônica. Esta possui
o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico. Nem sempre a sílaba tônica
recebe acento gráfico.
Exemplos: CAJÁ, CADERNO, LÂMPADA
SÍLABA ÁTONA – São as sílabas que não são tônicas.
Exemplos: BARATA, MÁQUINA
8.1.1 Classificação das palavras quanto à sílaba tônica
Em língua portuguesa, a sílaba tônica, isto é, aquela que soa mais forte quando falamos uma
palavra, sempre virá na parte final desta. Para sabermos exatamente onde está, devemos falá-la
pausadamente, separando-a em sílabas. SEMPRE, o som mais forte será a última, penúltima ou
antepenúltima sílaba.
Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras podem ser classificadas em:
OXÍTONAS:
A sílaba tônica é a última sílaba da palavra.
MA-RA-CU-JÁ, CA-FÉ, RE-COM-POR.
PAROXÍTONAS:
A sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra.
CA-DEI-RA, CA-RÁ-TER, ME-SA.
PROPAROXÍTONAS:
A sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra. .
SÍ-LA-BA, ME-TA-FÍ-SI-CA, LÂM-PA-DA.
Como você percebeu nos exemplos, nem sempre a sílaba tônica vem indicada com acento
gráfico. Dessa forma, é fundamental distinguir o acento tônico do acento gráfico.
O acento tônico é o acento da fala; marca a maior intensidade na pronúncia de uma sílaba.
O acento gráfico é o sinal utilizado, em algumas palavras, para indicar a sílaba tônica.
35
8.2 A REFORMA ORTOGRÁFICA 1ª parte
TEXTO: UMA QUESTÃO DE TEMPO
Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem contou com a ajuda dos editores de
texto, no computador. Quando eu cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em
vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minimamente do jeito correto.
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, a do monstro ortográfico. O
nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse
que devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é pronunciado. Fiquei com essa
expressão tão sonora quanto enigmática na cabeça. Quando meditava sobre algum problema terrível
– pois na pré-adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me libertar da coisa
repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa prova de Matemática eu não conseguia me
lembrar de uma fórmula, lá vinham as palavras mágicas.
Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha evocação, quis saber o que
era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
– Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
– Ainda não fomos apresentados – ela disse.
– É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de terror.
– E ele faz o quê? – Atrapalha a gente na hora de escrever.
Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia usar trema nem se lembrava
da regrinha.
Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no lugar certo. Como essa
aprendizagem foi demorada, não sei se conseguirei escrever de outra forma – agora que teremos
novas regras. Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servirão ao menos para
determinar minha idade.
– Esse aí é do tempo do trema.
Fonte: www.brasilescola.org.br/artigo
O texto “Uma questão de tempo” aponta para mudanças que eventualmente ocorrem na
língua. Veja no texto abaixo um pouco das evoluções que a Língua Portuguesa sofreu em sua história:
TEXTO: DE ONDE VEM A LÍNGUA PORTUGUESA
De onde vem a língua portuguesa? Pergunta difícil... É fato que seu surgimento está
intimamente ligado à constituição da Nação Portuguesa, entretanto, quanto mais recuamos
cronologicamente, mais difícil se torna a tarefa de situá-la no tempo e espaço. Porém, comecemos
lembrando que a língua portuguesa nasceu do latim, que séculos antes da nossa era já era falado em
uma região chamada Lácio onde, mais tarde, foi fundada a cidade de Roma. TERSARIOL esclarece, em
seu livro “Origem da Língua Portuguesa”, que posteriormente o latim foi imposto pelos romanos aos
povos conquistados da Península Ibérica, região essa ocupada no século III a.C., mas só incorporada
ao Império no ano 197 a.C., de forma bastante conturbada. Se haviam outros povos nessa região,
havia outras línguas, que a colonização “soterrou”, sem deixar registros significativos de sua
existência e influência no latim que passou a ser utilizado nessa região.
Desse latim, chamado latim vulgar (sermo vulgaris, rusticus, plebeius) por ser uma variedade
mais prática e de vocabulário mais reduzido do que o latim clássico (sermo litterarius, eruditus,
urbanus), surgiram falares diversos, ocasionados pela inexistência de um registro escrito, aliado à
difusão e miscigenação da língua, gerando os chamados "romanços", fases de transição entre o latim
e as novaslínguas que surgiram, chamadas línguas românicas ou neolatinas, das quais as principais
36
são o português, o espanhol, o italiano, o provençal, o catalão, o francês, o rético, o sardo e o
romeno.
Posteriormente, houve influência das línguas de povos bárbaros germânicos (vândalos,
suevos e visigodos) que invadiram a Península no século V (por volta do ano 476) e, mais tarde, das
línguas dos povos árabes, mouros, que dominaram o local após a queda dos bárbaros, no século VII,
por volta do ano de 711. Todas essas influências culturais e linguísticas ocasionaram o surgimento de
um incontável número de dialetos, dentre os quais o chamado galaico-português, que se separou,
gerando o galego e o português, este último tornando-se língua nacional do Condado Portucalense
quando da sua independência política (aceita pela Igreja em 1143).
Com as navegações realizadas por Portugal no século XV, a língua portuguesa foi levada para
diversas partes do mundo. Entretanto, em cada um dos lugares em que foi adotada, foi alterada em
seu uso e pronúncia, adequando-se à realidade de cada um dos locais.
Entre os locais onde a Língua Portuguesa é falada atualmente estão Portugal, Arquipélago
dos Açores, Ilha da Madeira, Brasil, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Arquipélago de Cabo Verde e
nas Ilhas de São Tomé e Príncipe, entre outros, além de ser falado como dialeto por parte da
população em Macau, Goa, Damão e Timor.
Também no Brasil, a Língua Portuguesa recebeu muitas influências até chegar ao que é hoje.
Uma delas foi a indígena, mormente a da língua tupi, que acabou sendo bastante considerável
devido às chamadas Bandeiras, já que os bandeirantes precisavam da ajuda dos índios para
desbravar novos locais, geralmente de difícil acesso.
Apesar do ensino da língua portuguesa haver sido imposto aos índios, não houve como
impedir a influência de sua língua e, em menor grau, de sua cultura. Alguns exemplos de sua
influência são as palavras: Ceará, Cuiabá, Curitiba, piracema, capinzal, tatu, jacaré, piranha, gambá,
paca, siri, sabiá, abacaxi, mandioca, arara, etc.
Outra influência de grande importância na Língua Portuguesa foi a exercida pelos elementos
africanos, que chegaram até aqui devido a escravidão, que trouxe negros da Guiné, de Sudão
Ocidental e da África Austral, e, dessa forma, as línguas Nagô e Quimbundo, faladas na Bahia,
Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Alguns exemplos da influência africana em nosso vocabulário são as palavras: quitute,
vatapá, cachaça, maxixe, caxumba, camundongo, maribondo, quindim, quiabo, etc.
Temos, além dessas, influências de diversas outras línguas, como o Alemão (Níquel, gás), o
Espanhol (bolero, castanhola), o Japonês (karaokê, kamikase), o Francês (paletó, boné, abajur,
matinê, cachecol, batom, cabaré), o Italiano (macarrão, piano, soneto, lasanha, bandido, camarim,
partitura, ária) e o Inglês (show, software, hamburguer), entre outras. E mesmo com todas essas
influências e modificações, a língua portuguesa não parou. Ela, assim como todas as outras, é viva e
evolui constantemente, o tempo todo.
Fonte: Jornal acadêmico de Letras – Cesumar
1500 - Os cerca de 5 milhões de indígenas que aqui viviam, distribuídos em mais de 1500 povos,
falavam em torno de mil línguas de vários grupos linguísticos.
1580 - Começa a ser registrada a Língua Geral Paulista, difundida por padres jesuítas e bandeirantes.
“Tucuriuri” significava “gafanhotos verdes”.
1700 - Surgem registros da Língua Geral Amazônica, de base tupinambá, e do dialeto de Minas, misto
de português com o Evé-fon, trazido por escravos africanos.
1759 - O Marquês de Pombal promulga lei impondo o uso da língua portuguesa, mas ainda coexistem
NO PAÍS, DIVERSOS idiomas indígenas e africanos.
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1808 - A chegada da família real é decisiva para a difusão da língua: são criadas bibliotecas, escolas e
gráficas (e, com elas, jornais e revistas).
1850 - imigrantes europeus aportam em grande número no país, incentivando transformações no
idioma com a introdução de diversos estrangeirismos.
1922 - A Semana de Arte Moderna leva o português informal para as artes. A crescente urbanização
e o surgimento do rádio ajudam a misturar variedades linguísticas.
1988 - A Constituição garante a preservação dos dialetos de grupos indígenas e remanescentes de
quilombos. Hoje Ha 180 línguas indígenas e mil quilombolas.
1990 - Com a TV presente em mais de 90% dos lares, não se constata isolamento linguístico. Começa
a nascer a linguagem rápida usada na internet
Fonte: www.novaescola.com.br
RELACIONANDO OS TEXTOS:
Responda:
1) De acordo com o texto “De onde vem a Língua Portuguesa”, por que é difícil resgatar a origem da
Língua Portuguesa?
2) Ainda sobre o mesmo texto, como se deu a expansão do latim pela Península Ibérica?
3) Depois das várias influências sofridas, como foi que a Língua Portuguesa alastrou-se no século XV?
4) Quais são os países que adotaram o português como língua oficial ou dialeto?
5) Comparando os textos “Uma questão de Tempo” , “De onde vem a Língua Portuguesa” e a
“História da Língua Portuguesa no Brasil” no que diz respeito à temporalidade, a que conclusão
podemos chegar?
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8.2.1 Acentuação Gráfica
Os acentos gráficos são utilizados como forma de indicar a sonorização da pronúncia da
palavra, isto é, como se diz.
São eles:
Acento Agudo (á)
Acento Circunflexo (â)
Acento Til (ã)
Acento Grave (à)
Trema (ü) (in memorian)
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Regras gerais:
Para acentuar corretamente as palavras, convém observar as seguintes regras:
a) PROPAROXÍTONAS
Todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados.
ÁRVORE, METAFÍSICA, LÂMPADA, PÊSSEGO, QUISÉSSEMOS, ÁFRICA, ÂNGELA.
b) PAROXÍTONAS
São acentuados os vocábulos paroxítonos terminados em:
Não se acentuam os paroxítonos terminados em ens: hifens, polens, jovens, nuvens, homens.
Não se acentuam os prefixos paroxítonos terminados em i ou r: super-homem, inter-helênico,
c) OXÍTONAS
São acentuados os vocábulos terminados em: A(S ), E(S), O(S): MARACUJÁ, ANANÁS, CAFÉ, VOCÊ,
DOMINÓ, PALETÓS, VOVÔ, VOVÓ, PARANÁ.
EM/ENS: ARMAZÉM, VINTÉM, ARMAZÉNS, VINTÉNS.
Acentuam-se também os monossílabos tônicos terminados em A, E, O (seguidos ou não de s): PÁ,
PÉ, PÓ, PÁS, PÉS, PÓS, LÊ, DÊ, CRÊS.
As formas verbais terminadas em A, E, O tônicos seguidos de lo, la, los, las também são acentuadas:
AMÁ-LO, DIZÊ-LO, REPÔ-LO, REPÔ-LA, COMPRÁ-LA.
O til vale como acento tônico se outro acento não figura no vocábulo: LÃ, FÃ, IRMÃ, ALEMÃ
8.3 A REFORMA ORTOGRÁFICA 2ª parte
TREMA
O trema, sinal gráfico de dois pontos usado em cima do u para indicar que essa letra, nos grupos que,
qui, gue e gui, é pronunciada, será abolido. É simples assim: ele deixa de existir na língua portuguesa.
Vale lembrar, porém, que a pronúncia continua a mesma.
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COMO É HOJE COMO VAI FICAR
agüentar aguentar
eloqüente eloquente
freqüente frequente
lingüiça linguiça
sagüi sagui
seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo
anhangüera anhanguera
NO ENTANTO, o acordo prevê que o trema seja mantido em nomes própriosde origem
estrangeira, bem como em seus derivados. Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano.
K, W, Y - Oficialmente as letras W, K e Y passam a fazer parte do vocabulário brasileiro.
ACENTO AGUDO
O acento agudo desaparece das palavras da língua portuguesa em três casos, como se pode
ver a seguir:
Nos ditongos (encontro de duas vogais proferidas em uma só sílaba) abertos ei e oi das
palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima).
COMO É HOJE COMO VAI FICAR
assembléia assembleia
heróico heroico
idéia ideia
jibóia jiboia
NO ENTANTO, as oxítonas (palavras com acento na última sílaba) e os monossílabos tônicos
terminados em éi, éu e ói continuam com o acento (no singular e/ou no plural).
Exemplos: herói(s), ilhéu(s), chapéu(s), anéis, dói, céu.
• Nas palavras paroxítonas com i e u tônicos que formam hiato (sequência de duas vogais que
pertencem a sílabas diferentes) com a vogal anterior quando esta faz parte de um ditongo;
COMO É HOJE COMO VAI FICAR
baiúca baiuca
boiúna boiuna
feiúra feiura
NO ENTANTO, as letras i e u continuam a ser acentuadas se formarem hiato mas estiverem
sozinhas na sílaba ou seguidas de s. Exemplos: baú, baús, saída. No caso das palavras oxítonas, nas
mesmas condições descritas no item anterior, o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, Piauí.
40
ACENTO CIRCUNFLEXO
• Com o acordo ortográfico, o acento circunflexo não será mais usado nas palavras terminadas
em oo.
COMO É HOJE COMO VAI FICAR
enjôo enjoo
vôo voo
abençôo abençoo
perdôo perdoo
Da mesma forma, deixa de ser usado o circunflexo na conjugação da terceira pessoa do
plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados.
COMO É HOJE COMO VAI FICAR
crêem creem
dêem deem
lêem leem
vêem veem
NO ENTANTO, nada muda na acentuação dos verbos ter, vir e seus derivados. Eles continuam
com o acento circunflexo no plural (eles têm, eles vêm) e, no caso dos derivados, com o acento
agudo nas formas que possuem mais de uma sílaba no singular (ele detém, ele intervém).
ACENTO DIFERENCIAL
O acento diferencial é utilizado para permitir a identificação mais fácil de palavras
homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia. Atualmente, usamos o acento diferencial – agudo
ou circunflexo – em vocábulos como pára (forma verbal), a fim de não confundir com para (a
preposição), entre vários outros exemplos.
Com a entrada em vigor do acordo, o acento diferencial não será mais usado nesse caso e também
nos que estão a seguir:
• péla (do verbo pelar) e pela (a união da preposição com o artigo);
• pólo (o substantivo) e pêra (a união antiga e popular de por e lo);
• pélo (do verbo pelar) e pêlo (o substantivo);
• pêra (o substantivo) e pêra (o substantivo arcaico que significa pedra), em oposição a pêra (a
preposição arcaica que significa para).
NO ENTANTO, duas palavras obrigatoriamente continuarão recebendo o acento diferencial:
• pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição por;
• pôde (o verbo conjugado no passado) também mantém o circunflexo para que não haja confusão
com pode (o mesmo verbo conjugado no presente).
Observação: já em fôrma/forma, o acento é facultativo.
8.4 ACORDO ORTOGRÁFICO – 3ª PARTE
8.4.1 USO DO HÍFEN
Como ficam as principais regras do hífen com prefixos:
41
Prefixos Usa hífen Não se usa hífen
Agro, ante, anti, arqui,
auto,contra, extra, infra,
intra, macro,mega,
micro, maxi, mini, semi,
sobre, supra, tele, ultra
Quando a palavra seguinte
começa com h ou com vogal
igual à última do prefixo: auto-
hipnose, anti-herói,
auto observação, mini-hotel
anti-imperalista, micro-ondas
Em todos os demais casos:
autorretrato, autossustentável,
autoanálise, autocontrole,
antirracista, antissocial, ultrassom
antivírus, minissaia, minidicionário,
minirreforma,
Hiper, inter, super Quando a palavra seguinte
começa com h ou com r:
super-homem, inter-regional
Em todos os demais casos:
hiperinflação, supersônico
Sub Quando a palavra seguinte
começa com b, h ou r:
sub-base, sub-reino,
sub-humano
Em todos os demais casos:
subsecretário, subeditor
Vice Sempre: vice-rei, vice-presidente
Pan, circum Quando a palavra seguinte
começa com h, m, n ou vogais:
pan-americano, circum-hospitalar
Em todos os demais casos:
pansexual, circuncisão
8.5 EXERCÍCIOS SOBRE ACENTUAÇÃO GRÁFICA
1. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: também, incrível e
caráter.
a) alguém, inverossímil, tórax
b) hífen, ninguém, possível
c) têm, anéis, éter
d) há, impossível, crítico
e) pólen, magnólias, nós
2. Assinale a alternativa correta
a) Não se deve colocar acento circunflexo em palavra como avo, bisavo, porque há palavras
homógrafas com pronúncia aberta
b) Não se deve colocar acento grave no a do contexto: Fui a cidade
c) Não se deve colocar trema em palavras como tranquilo, linguiça, sequência
d) Não se deve colocar trema em palavras derivadas como avozinho, vovozinho
e) O emprego do trema é facultativo
3. Assinale a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado:
a) voo, orfão, taxi, balaustre
b) itens, parabens, alguem, tambem
c) tactil, amago, cortex, roi
d) papeis, onix, bau, ambar
e) hifen, cipos, contem, pe
4. Assinale a opção em que as palavras, quanto à acentuação gráfica, estejam agrupadas pelo mesmo
motivo gramatical.
a) problemáticos, fácil, álcool
b) já, até, só
c) também, último, análises
d) porém, detêm, experiência
e) país, atribuíram, cocaína
42
5. "À luz de seu magnífico ______ do sol ______ parece uma cidade ______ .
a) por, Itaguaí, tranquila
b) por, Itaguai, tranquila
c) por, Itaguaí, tranqüila
d) pôr, Itaguaí, tranquila
e) pôr, Itaguai, tranquila
6. Marque item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:
a) historia
b) ciume
c) amem
d) numero
e) ate
7. São acentuadas graficamente pela mesma razão as palavras da opção:
a) há - até - atrás
b) história - ágeis - você
c) está - até - você
d) ordinário - apólogo - insuportável
e) mágoa - ícone - número
8. Assinale a série cuja acentuação gráfica se justifique da mesma forma que em: faísca - ônus - herói.
a) viúvo, ônibus, pastéis
b) vírus, hífen, papéis
c) Itajaí, Garibáldi, caí
d) egoísmo, Quéops, escarcéu
e) lápis - vôlei – girassóis
9. Das alternativas abaixo, aquela em que as demais não se acentuam com base na mesma regra da
palavra entre aspas é:
a) "holandês" - anunciá-lo / paletós
b) "desejável" - açúcar / hífen
c) "público" - súbito / álcool
d) "matéria" - glória / troféu
e) "daí" - viúva / sanduíche
10. Em que série nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo:
a) juízo, aí, saíste, saúde
b) poética, árabes, lírica, metáfora
c) glória, herói, série, inócuo
d) réptil, fêmur, contábeis, ímã
e) caracóis, dói, papéis, céu
11. Todas as palavras devem ser acentuadas na alternativa:
a) pudico, pegada, rubrica
b) gratuito, avaro, policromo
c) abdomen, itens, harem
d) tenue, perdoe, ecoa
e) contribuia, atribuimos, caiste
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12. O ________ resulta da __________ entre a alga e o fungo.
a) líquen, simbiose
b) liquen, simbiose
c) liquem, simbiose
d) líquen, simbióse
e) líquem, simbiose
13. Assinale o item em que as palavras estão acentuadas segundo a mesma regra:
a) miúdo, pêndulo
b) história, distância
c) pedrês, porém
d) respeitável, pálpebra
e) Lucília, três
14. Há erro(s) de acentuaçãográfica em:
a) recém-vindo, decano, refrega
b) pudico, bímano, gratuito
c) inaudito, pegada, zênite
d) íbero, ávaro, levedo
e) filantropo, opimo, aziago
15. Assinale a opção em que todos os vocábulos deveriam estar acentuados graficamente:
a) perdoo, balaustre, bambu
b) itens, assembleia, cafeina
c) tuneis, juri, pessoa
d) aerodromo, estrategia, nectar
e) agape, apoio (subst.), nuvens
16. Por serem proparoxítonos, deveriam estar acentuados os vocábulos da opção:
a) refrega, ibero, decano
b) aziago, pegada, avaro
c) leucocito, alcoolatra, interim
d) inaudito, batavo, erudito
e) rubrica, maquinaria, pudico
17. Qual dentre as palavras abaixo deve ser necessariamente acentuada:
a) ai
b) pais
c) doida
d) sauva
e) Saia
18. Assinale a opção em que os vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação gráfica:
a) pés, hóspedes
b) sulfúrea, distância
c) fosforescência, provém
d) últimos, terrível
e) satânico, porém
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8.6 TREINO ORTOGRÁFICO
1. (IBGE) Entre as opções abaixo, somente uma completa corretamente as lacunas apresentadas a
seguir. Assinale-a: Na cidade carente, os .......... resolveram .......... seus direitos, fazendo um ..........
assustador.
a) mendingos; reivindicar; rebuliço
b) mindigos; reinvidicar, rebuliço
c) mindigos; reivindicar, reboliço
d) mendigos; reivindicar, rebuliço
e) mendigos; reivindicar, reboliço
2. (IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras se completam adequadamente com a letra entre
parênteses:
a) em .... .aguar / pi.....e / mi.....to (x)
b) exce.....ão / Suí.....a / ma.....arico (ç)
c) mon.....e / su.....estão / re.....eitar (g)
d) búss.....la / eng.....lir / ch.....visco (u)
e) .....mpecilho / pr.....vilégio / s.....lvícola (i)
3. (TRE-SP) Foram insuficientes as ....... apresentadas, ....... de se esclarecerem os ...... .
a) escusas - a fim - mal-entendidos
b) excusas - afim - mal-entendidos
c) excusas - a fim - malentendidos
d) excusas - afim - malentendidos
e) escusas - afim - mal-entendidos
4. (TRE-SP) Este meu amigo .......... vai ..........-se para ter direito ao título de eleitor.
a) extrangeiro - naturalizar
b) estrangeiro - naturalisar
c) extranjeiro - naturalizar
d) estrangeiro - naturalizar
e) estranjeiro - naturalisar
5. (TTN) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas:
a) quiseram, essência, impecílio
b) pretencioso, aspectos, sossego
c) assessores, exceção, incansável
d) excessivo, expontâneo, obseção
e) obsecado, reinvidicação, repercussão
6. (FT) A alternativa cujas palavras se escrevem respectivamente com -são e -ção, como "expansão"
"sensação", é:
a) inven..... / coer.....
b) absten..... / asser.....
c) dimen..... / conver.....
d) disten..... / inser.....
e) preten..... / conver..
7. (U-UBERLÂNDIA) Das palavras abaixo relacionadas, uma não se escreve com h inicial. Assinale-a:
a) hélice
b) halo
c) haltere
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d) herva
e) herdade
8. (EPCAR) Só não se completa com z:
a) repre( )ar
b) pra( )o
c) bali( )a
d) abali( )ado
e) despre( )ar
9. (EPCAR) Completam-se com g os vocábulos abaixo, menos:
a) here( )e
b) an( )élico
c) fuli( )em
d) berin( )ela
e) ti( )ela
10. (BB) Alternativa correta:
a) estemporanêo
b) escomungado
c) esterminado
d) espontâneo
e) espansivo
11) O diretor, na … de garantir a … dos documentos, apôs sua … a cada página.
a) intensão, veracidade, rubrica.
b) Intensão, verascidade, rúbrica.
c) Intenção, verascidade, rúbrica.
d) Intenção, verascidade, rubrica.
e) Intenção, veracidade, rubrica.
12) Assinale a única opção em que todas as palavras devem ser grafadas com S.
a) le…ar, atrá…, destre…a, parali…ar.
b) defe…a, quero…ene, qui…er, va…inho, fu…ilar.
c) Brá…, Vene…a, Queiro…, Sou…a
d) ga…eificar, ga…olina, empre…a, anali…ar.
e) pre…ado, co…inha, fuga…, ro…áceo, xadre…
13 Complete as lacunas com mau ou mal, corretamente:
a) O aluno …… vai ….. na prova.
b) Mas que sapato …… feito!
c) O lobo ….. foi …… educado.
d) Ela foi ….. em todas as provas.
e) Procure nunca fazer o ……., para não se tornar um ….. homem.
14) Complete com há ou a:
a) O livro chegou ….. um mês?
b) ….. dias ele está viajando?
c) Partirei daqui ….. uma semana.
d) Não tiro férias há muito tempo.
e) Daqui ….. três dias, verei um amigo que conheço ….. vinte anos.
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15) Utilize onde ou aonde:
a) Não sei mais ……. te procurar.
b) Já fui diversas vezes ao lugar ……. você irá.
c) …… estou?
d) …… você quer chegar?
e) …… você estava?
f) …… você irá?
g) …… você mora?
h) …… você reside?
i) Esta é a casa …… moro.
j) Aquela é a escola …… irei.
16) Utilize a cerca de, acerca de, há cerca de:
a) Brasília fica a ___________208 km de Goiânia.
b) ____________duas semanas que não vejo Maria.
b) Ninguém disse nada ___________que aconteceu com aquela família.
c) Não faço ginástica ____________5 anos.
c) Elas jogam conversas fora _____________muitas coisas.
b) O rapaz foi encontrado ______________10 metros do local.
c) Vamos, ela está ___________-dois passos daqui.
a) Estávamos conversando _______________-viagem.
a) O curso foi lançado ____________--dois anos.
17) Utilize senão, se não:
a) Você tem que comer toda comida do prato, _______é desperdício. (de outro modo).
b) Se o clima estiver bom você vai, __________não vai. (do contrário)
c) ________fosse o trânsito, não teria me atrasado. (caso não)
d) Não lhe resta outra coisa _________-pedir perdão. (a não ser)
e) Não fui eu ___________der certo. (caso não)
9 CRASE
Crase é a superposição de dois a (geralmente preposição a + artigo a ou preposição a +
pronome demonstrativo aquilo, aquele, aquela).
O acento grave que parece sobre o a não constitui, pois, a crase, mas é um mero sinal gráfico
que indica ter havido a união de dois a (crase).
Para haver crase, é indispensável a presença da preposição a (uma questão de regência) mais
o artigo a (palavra feminina).
9.1 NÃO EXISTE CRASE
Antes de palavra masculina;
antes de verbo;
antes de artigo indefinido;
antes de expressão de tratamento;
antes de pronomes demonstrativos (esta, essa);
antes pronomes pessoais
antes dos pronomes indefinidos (exceto outra);
Quando a estiver no singular e a palavra seguinte no
plural;
Quando, do “a”, existir preposição .
Ex: Vieram a pé.
Ex: Ficamos a admirá-los.
Ex: Levamos a mercadoria a uma firma.
Ex: Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria.
Ex: Não me refiro a esta casa.
Ex: Nada revelei a ela.
Ex:Direi isso a qualquer pessoa.
Ex: Falei a vendedoras desta firma.
Ex: Os papéis estavam sob a mesa
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9.2 CASOS ESPECIAIS
1. Localidades
2. Pronomes demonstrativos:
aquele, aquela, aquilo
3. Palavra casa
4. Palavra terra
5. Palavra distância
6. Pronome relativo: qual, que
Ex: Pretendo ir à Europa. (Vim da Europa)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre)
Mas: Vou à grande Porto Alegre.
(Vim da grande Porto Alegre.)
Ex: Enviei convites àquela sociedade. (a esta)
Não dei atenção àquilo. (a isto)
Não me referi àquele homem. (a este)
Mas: A solução era aquela apresentada (esta)
Ex: Chegamos alegres a casa. (não especificou)
Chegamos alegres à casa de meu pai (especificou)
Irei à casa de campo. (especificou)
Quando significar: (exemplos)
solo – O colono dedicou à terra os seus dias.
Planeta – Os astronautas retornaram à Terra.
Terra natal – Voltei à terra onde nasci.
Ex: Via-se o suspeito à distância de um metro.
Olhava-nos a distância.
A fábrica a que me refiro precisa de empregados.
O escritório a que me refiro precisa de empregados.
A carreira à qualaspiro é almejada por muitos.
O trabalho ao qual aspiro é almejado por muitos.
A mulher a quem me refiro é a diretora da empresa.
O homem a quem me refiro é o diretor da empresa.
A avenida em que moro é paralela à que vai dar na praça.
O parque em que moro é paralelo ao que vai dar na praça.
Expressões adverbiais que indicam instrumento, não se usa acento
Exemplos:
Escreveu a tinta (compare com “escreveu a lápis).
Escreva o texto a caneta
Expressão à moda de
Escrevia à moda de Camões.
Pinta à moda de Picasso.
Ou
Escrevia à Camões.
Pintava à Picasso.
Expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio” estiverem subentendidas.
Dirigiu-se à Tancredo Neves. (avenida)
Telefonem à Ariquemes. (estação)
Fomos à São Luis Calçados. (loja)
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9.3 OBRIGATORIEDADE DA CRASE
Locuções prepositivas: à custa de, à moda de, à custa de, à força de, à maneira de.
Locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que.
Locuções adverbiais: à queima-roupa, às cegas, à noite, às tontas, às vezes, às escuras, às pressas, às
mil maravilhas, à tarde, às oito horas, às dezesseis horas, etc.
Observação: desde que o núcleo seja um substantivo feminino.
9.4 EXERCÍCIOS
A - Use quando necessário, o acento indicador da crase
1. Todo o país estava atento a decisão do Congresso.
2. De ponta a ponta, a praia estava repleta de banhistas.
3. De repente, todas as crianças começaram a correr.
4. Durante a palestra, o economista não se referiu a dívidas públicas.
5. Nas férias iremos a Moscou.
6. Nas férias iremos a fascinante Brasília.
7. Não obedecemos aquele decreto de forma alguma.
8. Suas decisões são iguais as que qualquer um tomaria.
9. Depois de semanas em alto-mar, os pescadores voltaram a terra.
10. Durante a palestra, o economista não se referiu a dívidas públicas.
11. Entregue esse telegrama aquela mulher.
12. Haverá aula de segunda a sexta.
13. Avisei a todos que a partida de futebol foi adiada.
14. Fomos a Inglaterra e a Roma Antiga.
15. Ele chegou a escola muito tarde.
16. Ele não gosta de vir a barulhenta São Paulo.
17. Dirija-se a moça que está naquele balcão.
18. Comprei a moto a prazo.
19. Conte a história a essas crianças.
20. Faça a lição de casa a lápis.
21. O pescador voltou a tardinha a casa.
22. Uma a uma, as lágrimas caíam de seus olhos.
23. Ele se dirigiu as mulheres presentes com muita educação.
24. Mostre-me as coisas que você comprou.
25. Nesta cidade, as vezes, chega a nevar no inverno.
26. Ela chegou a primeiras horas do dia.
27. As primeiras pessoas que chegarem receberão um prêmio.
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B - Justifique o uso ou não da crase na seguinte frase:
“Ele estava a toa na vida, agindo segundo a sua própria moral; não pertencia a nenhuma
classe de trabalhadores, explorava a Deus e todo o mundo, sendo posto a margem pela própria
família.
10 CONCORDÂNCIA
10.1 CONCORDÂNCIA NOMINAL
a) Adjetivo após vários substantivos
Se os substantivos são do mesmo gênero – adjetivo pode concordar com o último
substantivo ou ir para o plural.
Ex: Casa e igreja antiga/antigas
Se os substantivos são de gêneros diferentes – o adjetivo pode concordar com o último
substantivo ou ir para o masculino plural.
Ex: Prédio e casa antiga/ antigos.
b) Adjetivo antes de vários substantivos
O adjetivo só pode concordar com o primeiro substantivo.
Ex: Velha casa e prédio/ Velho prédio e casa.
Concorda apenas com o mais próximo.
Ex: Escolheu mau local e hora.
Ex: Escolheu más horas e local.
Obs: se o substantivo for nome próprio ou de parentesco, o adjetivo vai para o plural.
Ex: Conheço as formosas irmãs, prima e tia.
c) Mesmo
Na função de pronome, concorda com a palavra a que se refere.
Ex: Elas mesmas irão lá.
Na função do advérbio (= realmente) é invariável.
Ex: Elas irão mesmo lá.
d) Anexo
Concorda com a palavra a que se refere
Ex: As cartas irão anexas ao contrato.
A locução em anexo é invariável.
Ex: As cartas irão em anexo.
e) Bastante
Na função de pronome indefinido, concorda com a palavra a que se refere.
Ex: Eles fizeram bastantes críticas ao projeto (muitas)
f) Meio
Na função de numeral (=metade), concorda com a palavra a que se refere.
Ex: meia garrafa, meio-dia e meia.
Ex: O trem trouxe duas meias toneladas de pedras.
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Na função de advérbio (=um pouco), é invariável.
Ex: A criança ficou meio cansada. Na função de advérbios é invariável
Ex: Todos estão bastante irritados (muito)
g) É bom, é proibido, é necessário + substantivo
Se o substantivo estiver acompanhado de artigo ou pronome – bom, necessário, proibido...
concordam com o substantivo.
Ex: É permitida a entrada de crianças.
Ex: A cerveja é boa.
Se o substantivo não estiver acompanhado de artigo ou pronome – bom, necessário, proibido...
ficam no masculino e no singular.
Ex: É permitido entrada de criança.
Ex: Cerveja é bom.
h) Tal qual
O primeiro elemento concorda com o antecedente, e o segundo, com o consequente.
Ex: O garoto é tal qual o pai.
Os garotos são tais quais os pais.
O garoto é tal quais os pais.
Os garotos são tais qual o pai.
i) Quite
Usa-se “quite” com a 1ª, 2ª, 3ª pessoa do singular.
Ex: Estou quite;
Usa-se “quites” com a 1ª, 2ª e 3ª pessoa do plural.
Ex: Estamos quites com o serviço militar.
j) Expressões invariáveis
Locuções adjetivas.
Ex: Heróis sem caráter; artistas de talento; indivíduos sem vergonha;
Palavras empregadas como advérbio:
Ex: Os juízes falavam baixinho;
Os vestidos custaram barato, mas as saias custaram caro;
Os aviões andam rápido;
As crianças cantavam desafinado;
Os soldados estavam alerta
Mas
Quando estas palavras são substantivos ou adjetivos, elas flexionam.
Ex: A Xuxa faz um programa para os baixinhos; Coisas baratas não existem mais.
Joias caras estavam expostas na vitrina.
Os rápidos aviões cortam os céus.
Eu não aguento ouvir uma cantora desafinada.
Dois alertas soaram na calada da noite.
l) Os substantivos e os numerais
Números ordinais
Quando vem posposto a dois ou mais numerais ordinais, fica no singular ou vai para o plural.
Ex: Ela desobedeceu à terceira e à quarta lei (ou leis) dó Código de Trânsito.
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Quando vier antes dos numerais, vai para o plural.
Ex: Ela desobedeceu às leis terceira e quarta do Código de Trânsito.
Ex: Revisei as edições primeira e segunda do romance.
Números cardinais
Quando se empregam os numerais cardinais no lugar dos ordinais, eles ficam invariáveis.
Ex: Abra o livro na página vinte e um;
Ex: Ele mora na casa duzentos e vinte e dois.
Obs: Em linguagem jurídica, diz-se: “Leia-se a folhas vinte e uma.”
10.2 CONCORDÂNCIA VERBAL
Se o sujeito é... Regras Exemplo
Que O verbo concorda com o pronome
pessoal que vem antes do QUE
Sois tu que pagas.
Sois vós que pagais.
Quem
a) o verbo concorda com o pronome
pessoal que vem antes do QUEM
b) fica na 3ª pessoa
Sou eu quem pago.
Sou eu quem paga.
Qual de nós/ Algum
de nós/ Nenhum
dentre nós/ Qualquer
dentre vós
Verbo no singular
Obs: caso os interrogativos ou
indefinidos estejam no plural:
a) O verbo fica na 3ª p.pl
b) Ou concorda com Nós ou Vós
Qual de nós pagou a conta.
Quais de nós pagaram a conta.
Quais de nós pagamos a conta.
Mais de um O verbo fica na 3ªp. s. Se o verbo
exprimir reciprocidade, o plural será
obrigatório
Mais de um professor criticou a decisão.
Mais de um dos deputados se
agrediram.
Cada um O verbo fica na 3ª p.s. Cada um dos alunos levava um beliscão
Um dos que
a) Se a ação forclaramente atribuída a
uma só entidade, verbo no singular;
b)em caso contrário,
O sol é um dos astros que dá luz à Terra.
Sílvio é um dos que mais fala (m).
Um ou outro facultativo Um ou outro termo lhe ficava bem.
Um e outro/ Nem um
nem outro
O verbo fica na 3ª pessoa do singular
(alternância)
Um e outro perdeu-se. (perderam-se)
Ligados pelas
alternativas: Ou...ou,
Nem um nem outro
facultativo
a) Havendo exclusão – verbo no
singular.
b) Não havendo exclusão obrigatória –
verbo no singular ou plural.
Ou Zé ou João será o governador.
Ou o machado ou o fogo destruirá (ão)
a mata
Representado por
expressões que
indiquem quantidade:
grande número... a
maior parte... Um por
cento de... (expressão
partitiva)
O verbo fica no singular ou plural,
embora o emprego do singular indique
maior rigorismo gramatical
A maioria dos alunos estuda(m).
Representado por
núcleos unidos por
Com ou Como
Se a expressão não estiver entre
vírgulas, o verbo pode ficar no singular.
Zé com sua esposa viajará (ão) hoje.
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Alguns casos que podem gerar dúvidas
Sujeito composto
antes do verbo
O verbo irá para o plural
O trator e o caminhão saíram da
estrada.
Sujeito composto
depois do verbo
O verbo ou vai para o plural
Ou concorda com o núcleo mais próximo.
Saíram da estrada o trator e o
caminhão.
Saiu da estrada o trator e o caminhão.
Haver e fazer
O verbo haver (existir) e
fazer (indicando tempo) são impessoais.
Havia candidatos despreparados.
Fez dois anos.
Dar, bater e soar Quando o sujeito não está anteposto
estes verbos concordam com o número
Deram dez horas.
Batiam seis horas.
Voz passiva
pronominal
(verbo + se)
O verbo deve concordar com a expressão
que o acompanha, porque
ela é o sujeito.
Obs:
Se essa expressão vier precedida de
preposição, ela não será sujeito.
Ex: Precisa-se de operários.
Lá se obedece às autoridades
Aluga-se apartamento.
Alugam-se apartamentos.
Vende-se casa.
Vendem-se casas.
Observaram-se, daquele local, os lances
da luta.
Devem-se solicitar os ingressos do show
Verbo ser
Não –personativo + Não-
personativo
Concordância facultativa
Nem tudo é flores. (são)
Personativo+Personativo
Personativo+
Concordância facultativa
Aqueles escritores eram uma só
pessoa. (era)
Não-personativo Concordância com o personativo O homem é sofrimentos e alegrias.
Personativo+ Pronome
pessoal
Concordância com o pronome pessoal. O acusado sou eu.
Não-personativo
+Pronome pessoal
Concordância com o pronome pessoal
O Brasil, senhores, sois vós.
Pronome pessoal
+Pronome pessoal
Concordância com o sujeito Eu não sou ela.
10.3 EXERCÍCIOS
A - Sublinhe, dentro dos parênteses, a forma correta (concordância nominal)
1)Vou comprar trezentos/trezentas gramas.
2) A candidata estava meio/meia nervosa.
3) Fizeram uma pesquisa técnicocientífica/tecnicacientítica) para uma entidade ibero-
americana/ibera-americana.
4) Solicitou alguns livros emprestado/emprestados.
5) As guarnições, em face da situação política, permaneceram alertas/alerta.
6) Perseverança é necessário/é necessária para vencer na vida.
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7) É necessário/é necessária a esperança para vencer.
8) Iracema, heroína de Alencar, banhava-se em tranquilos/tranquilas lagoas e rios.
9) Felizmente, naquela cidade, temos bastante/bastantes amigos.
10) Demonstrou fabulosa/fabulosas inteligência e versatilidade.
11) Os incansáveis/o incansável Pasteur e Madame Curie muito fizeram em prol da humanidade.
12) Os alunos mesmo/mesmos foram pesquisar o assunto; depois, irão remeter-nos incluso/inclusos
ao relatório os dados estatísticos.
13) As aulas de música devem ser o mais agradáveis possível/possíveis.
14) Dados/dadas as exigências da comissão, procuraram-se manter coesa/coesas as três partes do
trabalho.
15) Queremos bem transparente/transparentes estas transações, para que os fatos possam falar por
si só/sós.
16) Donos de rápido/rápidos raciocínio e atitudes, subiu até o andar/os andares nono e décimo.
17) Geralmente, os funcionários daquela empresa começam a trabalhar ao meio dia e meio/meia
fazendo, nos fins de semana, diversas horas extra/extras.
B - Sublinhe, dentro dos parênteses, a forma correta (concordância verbal)
1) Eles (parece-parecem) serem companheiros há muito tempo.
2) (Surgiu-Surgiram) muitas controvérsias sobre a aplicação da reforma do ensino.
3) Como (pode-podem) haver pessoas tão inescrupulosas?
4) A glória, meus irmãos, (era-eram) aqueles heróis combatendo!
5) (Ouvia-Ouviam)-se, muito longe, os sinos da igreja repicando.
6) (Faz-fazem) muitos anos que ela não vai à sua terra natal.
7) (Basta-Bastam) de tantos dissabores!
8) (Faz-Fazem) dias agradáveis na primavera.
9) (É-São) três dias de expectativa e de nervosismo.
10) (É-És) tu que (paga-pagas) a despesa de hoje.
11) Nem a seca nem a enchente (conseguiu-conseguiram) abalar a fibra deste povo.
12) José ou Mária (será-serão) escolhido(s) presidente do time.
13) (Questiona-Questionam)-se situações, mas não se (encontra-encontram) soluções.
14) Acredita-se que nem um, nem outro (falou-falaram) o que pretendia.
15) Mais de um jornalista (fez-fizeram) referência à comemoração cívica.
16)(Precisa-Precisam)-se de amigos sinceros, mas só (aparece-aparecem) pessoas oportunistas.
17) A esperança, minha gente, (é-são) eles.
18) (Deu-Deram) sete horas no relógio da praça.
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19) Noventa quilos (é-são) muito para quem faz regime alimentar.
20) Mais de dez homens (fez-fizeram) o trabalho.
21) Um ou outro pedinte (era-eram) visto(s) nas ruas.
22) (Há-Hão) de construir belas obras naquela área.
23) Mais de um orientador educacional (elogiou-elogiaram) aquele método de aprendizagem.
24) (Havia-Haviam) receios, temores, dúvidas.
25) Ele sempre se (houve-houveram) com dignidade e lisura.
26) Ainda (existe-existem pessoas discretas.
27) (Desconfia-Desconfiam)-se de propostas tentadoras.
28) Dor, tristeza, solidão, tudo isso (resumia-resumiam) sua vida de insucessos.
29) (Via-Viam)-se muitas pessoas perguntando pelos parentes desaparecidos.
30) (Deve-Devem)-se mandar os convites com um mês de antecedência.
11. REGÊNCIA
Definição: Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo
(ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando
frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.
11.1 REGÊNCIA VERBAL
Termo Regente: VERBO. A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos
e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece
oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples
mudança ou retirada de uma preposição. Observe:
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer.
Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém"
Saiba que:
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais
do estudo da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de
modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô.
No primeirocaso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de
transporte por mim utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de
indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é
muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
verbos, e a regência culta.
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Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A
transitividade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em
frases distintas.
11.1.1 Verbos Intransitivos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar
alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
a) Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as
preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para.
Exemplos:
Fui ao teatro (adjunto adverbial de lugar)
Ricardo foi para a Espanha. (adjunto adverbial de lugar)
Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno.
Importante: reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Veja:
Cheguei a Roma em outubro. (adjunto adverbial de tempo)
Chegamos no trem das dez. (adjunto adverbial de meio)
b) Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.
Exemplo: Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.
11.1.2 Verbos Transitivos Diretos
Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não
exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos,
devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses
pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou
no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando
complementos verbais, objetos indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros:
Abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar,
amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, eleger,
estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver,
visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam
como adjuntos adnominais).
Exemplos:
56
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
11.1.3 Verbos Transitivos Indiretos
Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que
esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes
pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o
"lhes", para substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de
verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se
pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os
verbos transitivos indiretos são os seguintes:
a) Aspirar
No sentido de almejar, ter por fim ou objetivo, pretender.
Exemplo: Aspiro a ser excelente escotista.
b) Agradar
No sentido de ser agradável, causar prazer, satisfazer.
Exemplo: A gentileza do rapaz agradou a todos.
c) Assistir
No sentido de estar presente, ver, ou no de caber, competir.
Exemplos:
Assisti à cerimônia.
Assistiu à cena estarrecido.
Não assistem razões a ele para reclamar.
d) Consistir
Tem complemento introduzido pela preposição "em".
Exemplo: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos.
e) Custar
No sentido de ser difícil ou doloroso. Esse verbo (CUSTAR) não admite a pessoa como sujeito,
apenas como objeto indireto. O sujeito sempre será a "coisa" difícil, dolorosa.
Exemplo: Custava-lhe acreditar que a esposa havia morrido.
f) Obedecer e Desobedecer:
Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a".
Exemplos:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Acabou obedecendo à vontade da amada.
57
g) Proceder
No sentido de levar a efeito; fazer, executar, realizar.
Ex: Mandou proceder ao início da competição mesmo sem a presença do representante.
No sentido de levar a efeito; fazer, executar, realizar.
Ex: Mandou proceder ao início da competição mesmo sem a presença do representante.
h) Querer
No sentido de ter afeição, gostar, estimar.
Exemplo: Quero-lhe muito, Ester.
i) Responder
Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para
indicar "a quem" ou "ao que" se responde.
Exemplos:
Respondi ao meu patrão.
Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura.
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde,
admite voz passiva analítica. Veja:
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
j) Visar
No sentido de almejar, ter por fim ou objetivo, pretender.
Exemplo: Viso a ser excelente escotista.
Alguns VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS que exigem a preposição A
não admitem o uso dos pronomes LHE, LHES. Só poderemos usar A ELE, A ELA,
A ELES, A ELAS. Eis os verbos:
ASPIRAR, VISAR, ASSISTIR (no sentido de estar presente, ver), aludir (fazer
alusão, referir-se), referir-se e anuir (dar consentimento, aprovação).
Ex.: Confesso que julgo seu cargo o ideal para mim; sempre aspirei a ele.
Ex.: Esse filme é ótimo. Todos querem assistir a ele.
Ex.: O seu pedido é absurdo, por isso não anuirei a ele.
58
11.1.4 Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos
Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso
implique modificações de sentido. Dentre os principais, temos:
a) Abdicar
Abdicou as vantagens do cargo.
Abdicou das vantagens do cargo.
b) Acreditar
Não acreditava a própria força.
Não acreditava na própria força.
c) Almejar
Almejamos a paz entre as nações.
Almejamos pela paz entre as nações.
d) Ansiar
Anseia respostas objetivas.
Anseia por respostas objetivas.
e) Anteceder
Sua partida antecedeu uma série de fatos
estranhos.
Sua partida antecedeu a uma série de fatos
estranhos.
d) Atender
Atendeu os meus pedidos.
Atendeu aos meus pedidos.
g) Atentar
Atente esta forma de digitar.
Atente nesta forma de digitar.
Atente para esta forma de digitar.
h) Cogitar
Cogitávamos uma nova estratégia.
Cogitávamos de uma nova estratégia.
Cogitávamos em uma nova estratégia
j) Consentir
Os deputados consentiram a adoção de novas
medidas econômicas.
Os deputados consentiram na adoção de novas
medidas econômicas
k) Deparar
Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha.
Deparamos com uma bela paisagem em nossa
trilha.
l) Gozar
Gozava boa saúde.
Gozava de boa saúde.
m) Necessitar
Necessitamos algumas horas para preparar a
apresentação.
Necessitamos de algumas horas para preparar a
apresentação.
o) Preceder
Intensasmanifestações precederam a mudança
de regime.
Intensas manifestações precederam à mudança
de regime.
p) Presidir
Ninguém presidia o encontro.
Ninguém presidia ao encontro
q) Renunciar
Não renuncie o motivo de sua luta.
Não renuncie ao motivo de sua luta.
r) Satisfazer
Era difícil conseguir satisfazê-la.
Era difícil conseguir satisfazer-lhe.
s) Versar
Sua palestra versou o estilo dos modernistas.
Sua palestra versou sobre o estilo dos
modernistas.
59
11.1.5 Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um
indireto. Merecem destaque, nesse grupo:
Agradecer, Perdoar e Pagar
São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado
a pessoas. Veja os exemplos:
Agradeço aos ouvintes a audiência.
Objeto Indireto Objeto Direto
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador.
Objeto Direto Objeto Indireto
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
12. PRODUÇÃO TEXTUAL
12.1 RECOMENDAÇÕES PARA SE REDIGIR UM TEXTO
1) Todo tipo de produção textual deverá ter uma estrutura dissertativa – a roteirização
Para preparar uma redação, escolhe-se um dos procedimentos;
Conforme o tema escolhe-se o procedimento adequado:
a) tema expositivo: enumeração de motivos/ expositiva
b) tema problema: enumeração de causas ou causas e consequências (tema social);
c) tema polêmico: prós e contra;
d) tema abstrato: paralelos e comparações;
2) Para melhor desenvolver os trabalhos:
a) primeiramente deve-se fazer o levantamento de ideias;
b) são os argumentos que comporão o desenvolvimento da redação;
Saiba que:
Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como objeto
indireto, mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:
A empresa não paga aos funcionários desde setembro.
Já perdoei aos que me acusaram.
Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.
60
c) a extensão do texto estará relacionada com a quantidade de argumentos arrolados;
d) serão tantos parágrafos quantos forem os argumentos;
e) pode-se dizer que “iniciamos” a redação pelo meio.
3) Após o levantamento das ideias, você iniciará sua redação.
a) os argumentos selecionados deverão constar na introdução (tópico frasal). Não se esqueça!
b) a sua tese foi elaborada a partir da pergunta feita: O que o meu texto quer dizer?
Quando for respondida, aí estará a sua tese. Esta deverá ser comprovada através dos argumentos,
normalmente, desenvolvidos a partir do 2º parágrafo;
c) esta etapa é a mais importante da redação, uma vez que nela você comunicará ao leitor o que irá
fazer e ainda apresentará os argumentos sem desenvolvê-los.
d) deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução.
4) No 2º parágrafo, conforme o método escolhido, você iniciará o desenvolvimento dos parágrafos
através de um elemento relacionador. E assim, você desenvolverá o terceiro e quarto parágrafo;
5) No último parágrafo, você fará a conclusão do assunto abordado. Normalmente, esta etapa é a
“resposta” da introdução. Nesta fase, você deverá retornará a introdução e a partir dela, apresentar
sugestões, conclusões, posicionamento sobre o referido assunto.
6) O título é a última tarefa que se faz. Ele deverá estar relacionado com a tese que você construiu
inicialmente. Não se devem repetir as mesmas palavras do tema. O título deve ser criativo e chamar
atenção.
7) Use sempre verbos na 3ª pessoa do singular. Jamais use os verbos na 1ª pessoa nem tampouco os
pronomes eu, nós, meu, nosso. Isto torna o seu texto subjetivo.
8) Lembre-se que a conclusão será o retorno à sua tese. E por isso, você não poderá fazer
comentários fora do que está escrito no primeiro parágrafo.
9) Esta disposição dos parágrafos, para temas sociais, chamamos de estrutura dissertativa. Todos
fazem parte de uma engrenagem. Se as partes desta forem corrompidas, o texto estará
comprometido. Não terá clareza, objetividade e concisão.
10) Um texto disposto desta forma estará coeso e coerente.
11) Não coloque ponto no título de uma redação.
12) Não coloque no final do texto qualquer coisa escrita ou riscos de qualquer natureza, nem assine
seu nome no final.
13) Não repita muitas vezes as mesmas palavras, para não empobrecer o texto.
14) Jamais abrevie palavras.
15) Evite o uso de etc.
16) Substitua as palavras “algo”, “coisa”, por elemento, fator, aspecto, item, etc.
17) Use sempre palavras da língua portuguesa, evite as estrangeiras.
18) Evite usar provérbios, chavões, ditos populares ou frases feitas.
61
19) Evite questionamentos em seu texto, sobretudo em sua conclusão.
20) Jamais use a primeira pessoa do singular, a menos que haja solicitação do tema (Ex.: O que você
acha sobre o aborto - ainda assim, pode-se usar a 3ª pessoa)
21) Só cite exemplos de domínio público, sem narrar seu desenrolar. Faça somente uma breve
menção.
22) A emoção não pode perpassar nem mesmo num adjetivo empregado no texto. Atenção à
imparcialidade.
23) Nunca analise assuntos polêmicos sob apenas um dos lados da questão.
12.2 MÉTODOS DISSERTATIVOS:
Antes de começar o método propriamente dito, vamos exercitar a menor parte da redação –
A FRASE.
Quando se tem uma palavra qualquer para com ela se elaborar uma frase, existem verbos
que contribuem para essa finalidade, ao contrário da forma verbal É.
Imagine que tivesse de elaborar uma frase iniciada com “A LIBERDADE”. Ao colocar em
seguida a forma verbal é, haverá certa dificuldade para prossegui-la.
algo...
A liberdade é é uma coisa...
uma palavra...
uma palavra de nove letras...
A fim de evitar tais deslizes, os verbos do quadro seguinte ajudarão o aluno a desenvolver
ideias melhores na construção fraseológica.
12.2.1 Verbo que indicam expressividade
Para afirmação Para causalidade Para finalidade Para oposição
Consistir, constituir,
significar, denotar,
mostrar, traduzir-se
por, expressar,
representar,
evidenciar
Causar, motivar,
ocasionar, originar,
gerar, propiciar,
resultar, provocar,
produzir, contribuir,
determinar, criar
Visar, ter em vista,
objetivar, ter objetivo,
pretender, tencionar,
cogitar, tratar, servir
para, prestar-se para
Opor-se, contrariar-se,
negar, impedir, surgir
em oposição, surgir em
oposição, surgir em
contraposição,
apresentar em oposição,
ser contrário
A prática constante do uso dos verbos expressivos traz ao aluno enormes benefícios na construção
fraseológica.
Exercícios:
a) A leitura...
b) A tecnologia...
c) Corrupção
62
d) A cidadania...
12.3 PROCEDIMENTOS PARA SE REDIGIR UM TEXTO
11.3.1 Escolha de um dos procedimentos.
Argumentação Causas e consequências Prós e contra Paralelos e comparações
Principal procedimento Excelente procedimento
Título ou assunto que
contenha uma afirmação
sobre a qual o melhor
será justificá-la
Título ou assuntoque
envolva um problema
Título ou
assunto que
seja polêmico
Título ou assunto que
envolva abstrações
Traçar os porquês Traçar as causas e
consequências.
Traçar os prós
e contras
Traçar paralelos e
comparações
12.3.2 Levantamento de ideias
a) No rascunho, se for argumentação, colocar os porquês.
Exemplo: A importância da leitura
A leitura é importante...
porque
amplia os horizontes de conhecimentos, através do contato com
outras pessoas;
levar o leitor a refletir sobre as verdades e realidades encontradas;
faz evoluir a capacidade crítica e de análise;
propicia a aquisição de vocabulário;
proporciona mais facilidade para aprender a gramática da língua;
causa entretenimento.
Obs: 3 porquês são suficientes.
b) No rascunho, se for causas e consequências, abrem-se duas colunas, uma para causas e outra
para consequências. Exemplo: O analfabetismo no Brasil.
Causas Consequências
país subdesenvolvido;
destina pouca verba para sua erradicação;
há desvio de verbas para outros setores;
ignorância dos pais;
necessidade a criança trabalhar para ajudar
interesse de políticos em manter o povo ignorante.
mais subdesenvolvido;
escassez de mão-de-obra especializada;
subemprego e desemprego;
povo ignorante, sem cultura;
povo facilmente manipulável.
Obs: escolha duas de cada para elaborar uma redação.
c) No rascunho, se for prós e contra, elaborem também, duas colunas.
Exemplo: A pena de morte no Brasil.
Prós Contra
Muitos defendem esta pena alegando que: Os contrários a pena enfatizam que:
diminuiria a alta taxa de criminalidade, pois
inibiria os assassinos;
seria um castigo justo aos criminosos;
atenuaria a superlotação das penitenciárias, que
tantos gastos absorvem com o dinheiro do povo;
ela já existe, uma vez que os justiceiros e grupos
de extermino a vêm praticando.
em países onde há a pena de morte, não
houve queda na taxa de homicídio;
seria a legalização de um crime;
em geral, o criminoso não se intimida com a
prisão imediata, nem tampouco com a punição
extrema;
além disso, quem garante que inocentes não
serão condenados.
63
Obs: escolha duas de cada para elaborar uma redação.
d) No rascunho, se for paralelos e comparações, elaborem também, duas colunas.
Paralelos Comparações
1) Em uma reportagem sobre a ascensão social de famílias pobres no Brasil nos últimos
anos, a revista Veja apresentou o seguinte quadro
...enquanto isso, no país
URBANIZAÇÃO
Nos anos 70, quase metade das pessoas vivia no
campo.
MULHER
Nos anos 70, a participação da mulher no
mercado de trabalho era 20%.
EDUCAÇÃO
Nos anos 70, o brasileiro passava em média três
anos na escola.
URBANIZAÇÃO
Atualmente, 81% dos brasileiros moram nas
regiões urbanas
MULHER
As mulheres agora representam 40% da força do
trabalho.
EDUCAÇÃO
Aumentou para sete anos o tempo médio de
estudo.
Obs: escolha duas de cada para elaborar uma redação.
Como fazer este tipo de texto?
“Ao se estabelecer uma comparação entre o Brasil de “90 milhões em ação” com o de 160
milhões, observam-se diferenças significativas, que refletiram na qualidade de vida da população.
Na década de 70, metade dos brasileiros moravam no campo; hoje, são apenas 19%.
Paralelamente, a participação das mulheres no mercado de trabalho dobrou de 20 para 40%. Em
plena época da ditadura militar, o brasileiro passava, em média, três anos na escola, enquanto,
atualmente, passa sete anos.
Todas essas transformações ocorreram, sobretudo, devido ao grande desenvolvimento
tecnológico das últimas décadas, que resultou no êxodo rural e ao processo de globalização, este
tornou mais exigente o mercado de trabalho, incentivando os brasileiros a estudarem.”
Ou
“ O Brasil modernizou-se.
Num processo comum a vários países subdesenvolvidos (os modernos dizem emergentes) ,
passou-se, dos anos 70 para os anos 90, de uma população meio rural, meio urbana, para o quadro
atual, em três quartos dos brasileiros se acotovelam em grandes áreas metropolitanas. Esse brusco
movimento migratório aparentemente reformulou a família tradicional. Hoje, as mulheres compõem
40% da força de trabalho (em 1970, eram apenas 20%) e chefiam grande parte dos lares. Aumentou
a violência e a criminalidade; piorou a já péssima distribuição de renda. Mas a escolaridade
melhorou. De três (anos 70) para sete anos (anos (90) o tempo médio que os brasileiros passam na
escola.
É claro que o nível de educação decaiu assustadoramente. “Mas, esse não é um comentário
que se deva fazer nesses tempos de tanta modernidade.”
12.3.3 Exercícios de Roteirização
Observe os roteiros abaixo. Em todos eles falta alguma parte ou quando não existem partes
incoerentes. Sua tarefa será a de completar as partes que estiverem faltando e corrigir as que
estiverem completas, mas com problema de coerência.
64
1. Tema: O brasileiro é essencialmente corrupto?
1º§ parágrafo:
2º§ parágrafo:
3º§ parágrafo:
4º§ parágrafo: Retomada da tese
Desenvolvimento por _____________________________________________
2. Tema: A automedicação do brasileiro.
1º§ parágrafo:
2º§ parágrafo:
3º§ parágrafo:
4º§ parágrafo: 12.4 MÉTODOS DISSERTATIVO
O brasileiro não é corrupto pela natureza. A corrupção se deve à
impunidade e ao capitalismo de nossa sociedade.
Em primeiro lugar vivenciam-se muito mais escândalos de corrupção do
que propriamente punições para os corruptos.
Em segundo lugar as pessoas são muito apáticas, não se interessam por
política, o que faz com que ela aumente ainda mais.
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
O problema da automedicação já se tornou crônico na sociedade. Mas,
quais são as causas que levam as pessoas a se automedicarem?
Uma primeira causa
_________________________________________________
__________________________________________________________
_________
__________________________________________________________
_________
Outro
motivo___________________________________________________
______
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________
Logo, (apresentar a
tese)________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
____________________________________
65
12.4.1 Enumeração de razões
12.4.2 Enumeração de causas
66
12.4.3 Causas e consequências
12.4.4 Prós e contra
67
12.4.5 Paralelos e comparações
COMO FAZER UMA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA
Como fazer nossas dissertações? Como expor com clareza nosso ponto de vista? Como
argumentar coerentemente e validamente? Como organizar a estrutura lógica de nosso
texto, com introdução, desenvolvimento e conclusão?
Vamos supor que o tema proposta seja VIOLÊNCIA.
Primeiro, precisamos entender o tema. (O que você já leu ou ouviu a respeito desse
assunto? Que tipo de violência desejo falar sobre?)
A próxima etapa é a estruturação do texto. Vamossugerir alguns passos para a elaboração
do rascunho de sua redação.
1. Transforme o tema em uma pergunta:
Qual a maior causa da violência doméstica?
2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro: essa resposta é o seu ponto
de vista.
3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para
justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal.
4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a
fundamentar sua posição. Estes serão argumentos auxiliares.
5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este
fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu.
Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa
68
ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, dá
força e clareza à nossa argumentação. Esclarece a nossa opinião, fortalece os nossos
argumentos. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso texto: como ele nasce da
experiência de vida, ele dá uma marca pessoal à dissertação.
6. A partir desses elementos, procure juntá-los num texto, que é o rascunho de sua redação.
Por enquanto, você pode agrupá-los na sequência que foi sugerida:
Por Gabriela Cabral http://www.brasilescola.com/sociologia/violencia-no-brasil.ht
12.4.6 Exemplos de texto
Falácias
É muito fácil dizer que a violência tem como causas principais o desemprego e a pobreza. É
uma afirmação falaciosa, um posicionamento fatalista e determinista.
Muitas causas poderão, realmente, ser apontadas nesta questão: corrupção e impunidade,
incompetência administrativa e política e o desprezo pelos valores elementares da convivência.
69
A corrupção e a impunidade constituem em fatores preponderantes neste contexto. Desde
as esferas mais altas da sociedade, este tipo de desmando ocorre sempre. Tudo gira em torno do
“faço o que mando, mas não faça o que faço”.
A incompetência administrativa e política é outro fator a ser considerado. A falta de políticas
públicas para sanar tal problema faz com que haja consequências desastrosas. O que se vê, são
apenas paliativos e não resoluções de fato.
E por fim, o desprezo pelos valores elementares da convivência humana constitui em um dos
fatores mais importantes. Se somos iguais perante a lei, por que tanta desigualdade? Vive-se em um
país que fere constantemente o direito previsto pela Constituição.
O fato de considerar o desemprego e a pobreza como causa da violência é assinar a
incompetência dos próprios governantes. Assim, é preciso que as esferas federais, estaduais e
municipais assumam de fato a “culpa, sua máxima culpa” e a sociedade em contrapartida, exija
destes, políticas e programas bem definidos, para que se possa dar o pontapé inicial para que país se
torne mais justo.
Brandhuber, Jakline (2009)
Inversão de papéis
No século XIX o papel da mulher era diferente. Dentro daquela sociedade patriarcal, ela
possuía uma posição irrelevante. No seio familiar, eram submissas, primeiramente, aos pais, depois
ao marido. Hoje, esta concepção mudou: de idealizada e deusa para real e terrena.
De idealizada e deusa, a mulher passou a ser considerada real. Construiu sua independência
financeira e tornou-se uma participante ativa neste contexto. Em todas as esferas, elas
desempenham funções até invejáveis, de presidenta à faxineira. Além disto, continuam sendo
administradoras do lar, mães, amantes, companheiras. São polivalentes e se sentem bem com tudo
isto.
Tornou-se um importante agente social, pois, além de desempenharem aqueles papéis
conferidos a ela, ocupam vagas de trabalho que antes eram só para homens. A partir dela houve
modificação na estrutura familiar, muitas mulheres são o esteio delas. Houve, ainda, a produção
independente, mudanças quanto ao tipo de alimentação, e ainda nas tarefas do lar,
Considerar a mulher como agente transformador faz com que elas tenham orgulho cada vez
mais de si próprias. O que se espera é que os homens tenham discernimento de que ser batalhadora,
independente, ter opiniões, pontos de vista divergentes não significa que elas sejam feministas e sim
femininas, “mulher de carne e osso”.
Brandhuber, Jakline (2009)
Depois da última badalada
A Exposição Agroindustrial de Ariquemes tornou-se uma tradição. A cada ano ela supera as
expectativas do público. São vinte e dois anos que este evento vem contribuindo tanto para o
fortalecimento do agronegócio, quanto para a valorização do setor rural. Em consequência disso, há
um reflexo no comércio e na rotina da comunidade. Este último merece destaque.
Abrem-se as cortinas, o show vai começar. Foram doze meses de espera para a grande festa.
Crianças, adultos e adolescentes esperam avidamente o mês de julho, porque além do recesso
escolar, marcado de acordo com a data festiva, é época do maior entretenimento. Para atender
todas estas expectativa o comércio cria verdadeiras estratégicas na esperança de “fisgar” os clientes:
botas, roupas e chapéus de couro, e todos os aparatos necessários para a grande festa. Do outro,
estão os consumidores ansiosos para gastar o tão suado “pão de cada dia.” Alguns economizam
tostão por tostão durante meses para que não falte nada. Tudo é bem cuidado. Outros, aqueles mais
compulsivos, perdem a cabeça e se deixam levar pelo consumismo.
70
Mas, neste contexto, o que chama mais atenção é o comportamento dos jovens,
principalmente o feminino. Estas se transformam em Cinderelas da noite para o dia. Comentam
sobre o que irão vestir, sobre os “ficantes”, os shows dos artistas e muito mais. Vão lindas e
maravilhosas em cima de um salto na certeza de que irão abafar. Nos pés existem bolhas enormes,
mas não importa, estão se sentindo o máximo. São verdadeiras rainhas prontas para viver o “carpe
diem”.
Mas enfim o show terminou e é hora de voltar para casa. As últimas badaladas da meia-noite
ressoaram e as princesas precisam voltar para a realidade antes que se tornem abóboras... e... a vida
da sociedade ariquemense continua mas com a expectativa de que o ano de 2009, tudo acontecerá
novamente.
Agosto de 2008, Jakline Brandhuber
QUESTÕES DISCURSIVAS
Questão 1
O BRASIL E A HABITAT
O desprestígio da questão urbana no Brasil é evidente, apesar da situação dramática de
nossas cidades. Enchentes, desmoronamentos, crescimento de favelas, tráfego infernal,
epidemias, mortandade no trânsito, infância abandonada, violência, poluição dos rios e do ar
etc. – sucessivos desastres se banalizam. (Folha de S. Paulo, 31-05-96)
AINDA NA CAVERNA
Segundo as Nações Unidas (ONU), já chegam a 100 milhões as pessoas sem moradia no
mundo. A maioria é de mulheres e crianças. Há também outros 600 milhões que vivem em
lugares insalubres.
Morrem 50 mil pessoas por dia por causas vinculadas estritamente à péssima
infraestrutura urbana, como ingestão de água contaminada ou condições sanitárias
inadequadas. Mais 70 milhões vivem em ambientes onde a fumaça do fogo com que se cozinha
causa danos à saúde.
Custa crer que se trata do mesmo mundo onde se fala em Internet, globalização e
emancipação democrática crescente. Pois é nesse mesmo mundo, onde se multiplicam as telas
iluminadas de virtualidade digital, que ainda vivem cidadãos miseráveis, 70% mulheres e
crianças, numa inaceitável idade das cavernas.
(Folha de S. Paulo, 31-05-96)
A partir da leitura dos fragmentos, crie o seu texto. Observe as orientações e/ou recomendações
abaixo:
razões ou causas e consequências;A partir das ideias presentes nos textos acima, apresente duas sugestões de providências a
serem tomadas pelo governo que tenha como objetivo minimizar o problema quanto à questão
da moradia no Brasil.
71
(máximo de 10 linhas) (valor: 10,0 pontos)
__________________________________________________________________________________
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Questão 2
Comissão do novo Código Penal amplia regras para aborto legal [...]
Ed Ferreira/ AE
Protesto contra a descriminalização do aborto em 2007
A comissão de juristas nomeada pelo Senado que elabora o anteprojeto de lei de um
novo Código Penal aprovou nesta sexta-feira um texto que propõe o aumento das
possibilidades para que uma mulher possa realizar abortos sem que a prática seja
considerada crime. O anteprojeto também contempla modificações que atingem outros
crimes contra a vida e a honra, como eutanásia, estupro presumido e infrações graves de
trânsito.
A principal inovação na legislação sobre aborto é que uma gestante poderá
interromper a gravidez até 12 semanas de gestação, caso um médico ou psicólogo avalie
que ela não tem condições "para arcar com a maternidade".
A intenção é a de que, para autorizar o aborto, seja necessário um laudo médico ou
uma avaliação psicológica dentro de normas que serão regulamentadas pelo Conselho
Federal de Medicina. "A ideia não é permitir que o aborto seja feito por qualquer razão
arbitrária ou egoística", afirmou Juliana Belloque, defensora pública do Estado de São Paulo
e integrante da comissão. No entanto, abre tantas possibilidades que deve virar uma batalha
política no Congresso.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,comissao-do-novo-codigo-penal-amplia-regras-para-aborto-legal- Acesso em
10.06.2012.
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Analisando a polêmica sobre o “Aborto”, identifique, no atual debate social,
a) um argumento coerente utilizado por aqueles que o criticam; (valor: 5,0 pontos)
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b) um argumento coerente utilizado por aqueles que o defendem. (valor: 5,0 pontos)
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O Governo Federal deve promover inclusão digital, pois a falta de acesso às tecnologias
digitais acaba por excluir socialmente o cidadão, em especial a juventude.
(Projeto Casa Brasil de inclusão digital começa em 2004. In: MAZZA, Mariana. JB online)
Nos dias atuais, as novas tecnologias se desenvolvem de forma acelerada e a internet
ganha papel importante na dinâmica do cotidiano das pessoas e da economia mundial, No
entanto, as conquistas tecnológicas, ainda que representem avanços, promovem consequências
ameaçadoras.
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Tema: A partir das ideias contidas no texto abaixo, faça um, fundamentado em três
argumentos sobre a Inclusão Digital.
Apresente uma conclusão que pode ser extraída da análise
a) dos dois gráficos; (valor: 5,0 pontos)
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b) da situação-problema, em relação aos gráficos. (valor: 5,0 pontos)
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REFERÊNCIAS
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