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Professora Graziely Souza 
Redação Discursiva 
Teoria 
 
 
1 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
TEMA ESPECÍFICO DO EDITAL – PROPOSTA E AVALIAÇÃO DELA: 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito 
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Brasil. Constituição Federal de 1988, art. 227, caput. 
Considerando que o preceito constitucional acima transcrito tem caráter unicamente motivador, redija um texto 
dissertativo acerca do seguinte tema. 
ASPECTOS CRIMINAIS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 Ao elaborar o texto, esclareça, necessariamente, as seguintes indagações. 
 1. Qual a distinção entre criança e adolescente? 
2. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional poderá ser conduzido ou transportado em 
compartimento fechado de veículo policial? 
3. Em regra, comparecendo ao distrito policial qualquer dos pais ou responsável, o adolescente apreendido em 
flagrante de ato infracional deverá ser liberado pela autoridade policial? 
A redação pronta seria assim: 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente ( ECA ) estabelece diretrizes para o trato com este e aquele. Nesse 
sentido, além das regulamentações e proibições, encontram-se os aspectos criminais. 
 No tocante ao disposto na lei acima, define-se como criança a pessoa que tem doze anos incompletos e o 
adolescente o que se encontra na faixa etária dos doze aos dezoito anos de idade. Ressalte-se ainda que a separação 
entre este e aquela se funda tão somente no aspecto ligado à idade, não se levando em consideração o psicológico 
e o social. 
 Relativamente aos aspectos criminais, com base no ECA, na condução à repartição policial especializada, o 
adolescente infrator não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em 
condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de 
responsabilidade (art. 178). Não há vedação ao uso de algemas, quando necessário. Os parâmetros para o uso de 
algemas foram delineados pela malfadada, para não dizer inconstitucional, súmula vinculante 11 do STF. 
 Por fim, no art. 174 do ato normativo em comento, comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o 
adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de 
sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil 
imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer 
sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública. 
 Sistema prisional brasileiro em questão. 
 
 
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 Aborde necessariamente: 
 a) Má infraestrutura dos presídios no Brasil; 
 b) A não distinção de condutas infratores ( ressalte-se: todos os crimes juntos sem distinção de maior ou menor 
periculosidade); 
 c) Falhas na aplicação das medidas de reinserção do presidiário 
O sitema prisional brasileiro reafirma a necessidade de reestruturação do quadro atual apresentado. Esse 
posicionamento ocorre devido à infraestrutura, às falhas na discriminação de condutas infratoras e, além disso, à 
dificuldade de implantação de políticas de reinserção do presidiário à sociedade. 
Observa-se que a má infraestrutura dos presídios ocasiona a dificuldade de organização e lotação dos detentos. A 
dignidade da pessoa humana, princípio previsto constitucionalmente também deve alcançar as pessoas inseridas no 
sistema prisional, independentemente do crime que os levou até lá. A superlotação, a desorganização desse sistema, 
a falta de profissionais qualificados e o baixo investimento na estrutura física corroboram os problemas desse 
sistema. 
Outro ponto relevante relaciona-se às falhas na distinção das condutas infratoras. A alocação dos detentos de 
acordo com a natureza e gravidade dos delitos praticados traduzir-se-ia em organização e contribuiria para a 
diminuição da violência entre os internos, além de possibilitar tratamento conforme a periculosidade do infrator. 
Nesse sentido, destaca-se também a necessidade de políticas públicas aplicáveis à reinserção do detento à 
sociedade. Programas de investimentos fiscais a empresas que admitissem ex-presidiários poderiam figurar como 
uma das soluções possíveis, uma vez que devolveriam a dignidade e a esperança àquele que foi privado de sua 
liberdade em virtude do crime que cometera. Campanhas publicitárias contra o preconceito sofrido pelos 
presidiários esclareceriam à sociedade a possibilidade de nova oportunidade tanto no mercado de trabalho como no 
trato social. 
Dado o exposto, o atual cenário do sistema prisional brasileiro pode ser mudado, se juntos: governo, sociedade e 
família trabalharem o conceito lato sensu de democracia e oportunidade em momentos de enraizamento de 
preconceitos, arrogâncias e violências. 
Estudo de caso– PROVA DA PCDF – 2009 
 Após o término de um show musical realizado na Esplanada dos Ministérios, ocasião em que se comemorava o 
réveillon, Maria e Joana, ambas com 14 anos de idade, aceitaram carona oferecida por Tício e Mévio, uma vez que 
todos moravam em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília. Maria encontrava-se completamente embriagada. Ocorre 
que Tício e Mévio desviaram-se do caminho de casa rumo a um lugar ermo. Dentro do carro, parado nesse local, 
Tício manteve relações sexuais com Maria, e Mévio, com Joana. 
Com base nessa situação hipotética, redija um texto dissertativo que aborde, necessariamente, os seguintes tópicos: 
1. Se Tício e Mévio praticaram algum crime e, em caso afirmativo, que crime(s) foi (ram) esse (s); 
 
 
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 2. Distinção entre os tipos penais de estupro e de atentado violento ao pudor; 
 3. Presunção de violência; 
 4. Concurso de pessoas para a prática de crime. 
A redação abaixo tinha no máximo 50 linhas. Como houve uma especificação completa, no papel ela atingiu 65 
linhas. O candidato é livre para cortar algumas partes. 
Observe como ficaria a REDAÇÃO 
 Tício e Mévio encontraram-se com Maria e Joana, ambas de 14 anos de idade, em um evento na Esplanada dos 
Ministérios. A primeira encontrava-se completamente embriagada. Os rapazes ofereceram carona às meninas. No 
trajeto de volta, eles desviam o carro para um lugar ermo. Nesse local, Tício mantém relação sexual com Maria e 
Mévio com Joana. 
 Com base no caso acima, o Código Penal Brasileiro (CPB) define que crime é toda a ação ou omissão, típica, 
antijurídica e culpável. Nesse sentido, percebe-se que Tício, ao manter relação sexual com Maria, por ela se 
apresentar completamente embriagada, comete crime de estupro. Já Mévio por participar é considerado coautor 
dessa situação, o que terá também a conduta acima especificada. 
 Nesse sentido, anteriormente à Lei n° 12.015/2009, o Código Penal definia o estupro, em seu art. 213, como a 
conduta de “constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça”. Por conjunção carnalentende-se o coito vaginal. Só mulher poderia, portanto, ser vítima de estupro. A recentíssima Lei n° 12.015/2009 
alterou o título VI do Código Penal, anteriormente intitulado “dos crimes contra os costumes”, que agora passou a 
chamar-se “dos crimes contra a dignidade sexual”.Entre as principais alterações promovidas pela nova lei, tem-se 
mudança radical no tipo penal do estupro e a extinção do tipo penal do “atentado violento aopudor”. Nesse sentido, 
Tício e Mévio será, agora, apenados por estupro de vulnerável, independente de uma estar ou não Maria 
embriagada. 
 Ainda no tocante às definições de estupro, a Lei n° 12.015/2009 modificou o texto dos artigos 213 e 214 do 
Código Penal, fazendo com que o estupro, agora, englobe não só a conjunção carnal, mas também qualquer outro 
ato libidinoso. Com isso, tornou-se desnecessária a definição do crime de “atentado violento ao pudor”,que passou a 
ser englobado pelo crime de estupro. A nova redação do art. 213 do Código Penal, que define o estupro, é, portanto, 
agora: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir 
que com ele se pratique outro ato libidinoso” (pena: reclusão, de 6 a 10 anos). Foram previstas, ainda, duas 
circunstâncias qualificadoras nos parágrafos 1° e 2° do mesmo artigo, cominando maiores penas quando do estupro 
resulta lesão corporal (reclusão de 8 a 12 anos) ou morte (reclusão, de 12 a 30 anos). Por fim, nas disposições gerais 
do título, mais especificamente nos incisos III e IV do art. 234-A, foram previstas duas causas de aumento de pena: 1) 
se do crime resultar gravidez, a 
 Ressalte-se também que em 2009, a Lei n° 12.015/2009 substituiu o conceito anterior de“presunção de 
violência” (também conhecido como “estupro presumido”) pelo novo conceito de “estupro de vulnerável”. A 
violência presumida era até então prevista no artigo 224, “a”, do Código Penal de 1940, para os atos sexuais 
praticados abaixo da idade de 14 anos. A partir de 1940, e com a evolução dos costumes ao longo das décadas 
 
 
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seguintes, a jurisprudência (conjunto de decisões judiciais) e a doutrina (conjunto de ideias publicadas por juristas) 
dividiram-se em duas correntes de pensamento: presunção relativa ou presunção absoluta de violência. 
 Por fim, levando-se o caso em tela como suporte, o concurso de pessoas é o cometimento da infração penal por 
mais de um pessoa. Tal cooperação da prática da conduta delitiva pode se dar por meio da co-autoria, participação, 
concurso de delinquentes ou de agentes, entre outras formas. Sobre o assunto, preceitua o art. 29 do CP que, 
"quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua 
culpabilidade", dessa forma deve-se analisar cada caso concreto de modo a verificar a proporção da 
colaboração.Além disso, se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um 
terço, segundo disposição do § 1º do artigo supra mencionado, e se algum dos concorrentes quis participar de crime 
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido 
previsível o resultado mais grave (art. 29, § 2º do CP). Ademais, quando o autor praticar fato atípico ou se não 
houver antijuridicidade, não há o que se falar em punição ao partícipe - teoria da acessoriedade limitada. 
Nessesentido, se ficar provado nos autos que Tício e Mévio praticaram a ação em conjunto, serão sim apenados por 
concurso de pessoas.

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