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2015-02-22 1 Amebas Parasitas do homem Parasitologia Geral Categorias de protozoários Características Gerais das Amebas Mais simples podem ser de vida livre ou viver como parasitas – incluindo no homem Se movimentam e alimentam por pseudópodes Movimento por pseudópodos Características Gerais das Amebas Capturam o alimento por fagocitose formam vacúolo alimentar (ou fagossomo) que se unem aos lisossomos (com enzimas) transformando em vacúolo digestivo Partículas residuais expelidas pela fusão da membrana do vacúolo com a superfície da célula Trocas gasosas e eliminação de resíduos tóxicos por difusão excretam amônia Vacúolo pulsátil (água doce) regulador de água 2015-02-22 2 Características Gerais das Amebas Se reproduzem, em geral, assexuadamente divisão binária Eucariotos primitivos, não tem: Mitocôndria, Aparelho de Golgi, Microtúbulos Metabolismo Microaerófilo Aeróbico facultativo Principal fonte energética: glicose e vacúolos de glicogênio - estoque Subphilum Sarcodina Ordem Amoebida Família Entamoebidae Gêneros Entamoeba Espécies parasitas homem E. histolytica E. coli E. dispar E. hartmanni E. gengivalis(boca) patogênica Amebas Gênero Iodamoeba Iodamoeba butschilii Gênero Endolimax Endolimax nana Amebas Parasitas Vida livre Comensais Vida livre eventualmente parasitas Protozoários com inúmeros habitats: Entamoeba histolytica Acanthamoeba, Naegleria Entamoeba coli, E. dispar, E. hartmanni, E. gengivalis, Endolimax nana, Iodamoeba bütschlii Vários gêneros e espécies Morfologia Há grande semelhança entre as espécies. Por tanto para um diagnóstico diferencial preciso, se faz necessário a análise de vários exemplares e várias estruturas. Assim são distinguíveis de acordo com: Número e forma das inclusões citoplasmáticas; Tamanho do trofozoíto e do cisto, Número de núcleos no cisto; 2015-02-22 3 Entamoeba histolytica Entamoeba coli Endolimax nana Naegleria 2015-02-22 4 Acanthamoeba CICLO DE VIDA: TROFOZOÍTO E CISTO hospedeiro meio Fezes alimentos e água Cisto forma de resistência Amebas Intestinais Trofozoíto AMEBAS O centenário de descobrimento da Entamoeba histolytica transcorreu em 1975. Lösch encontrou trofozoítos nas fezes de um pobre lenhador russo em São Petersburgo que foi acometido de um ataque prolongado e fatal de diarréia. Sete diferentes espécies de ameba habitam a boca e o intestino do homem, mas apenas a E. histolytica foi conclusivamente demonstrada como causadora de enfermidade. ENTAMOEBA HISTOLYTICA • Agente etiológico da Amebíase ou Disenteria amebiana • Escala mundial - 2ª doença causadora morte por protozoários (1ª malária) • 500 milhões de pessoas infectadas pelo complexo E. histolytica • 10% sintomáticos 48-50 milhões 100mil mortes/ano. ENTAMOEBA HISTOLYTICA Encontro de pesquisadores em amebíase no México/1977- determinou E. histolytica não atua como uma única espécie, mas um complexo formado por 2 espécies morfologicamente idênticas: E.histolytica – patogênica e invasiva E.dispar – não invasiva Diferenciação: Perfil eletroforético de isoenzimas . PCR (DNA). Ac ou coproantígenos específicos para a duas amebas através da reação de ELISA . Formas clínicas. Entamoeba histolytica Apresenta duas formas de vida: Cisto e Trofozoíto TROFOZOÍTO: forma ativa, parasitária, habitante do intestino grosso de seus hospedeiros CISTO: Forma de resistência, encontrado no meio ambiente e nas fezes de seus hospedeiros Responsáveis pela disseminação do parasita. Os cistos sobrevivem ao dessecamento, à refrigeração e sob acidez. São mortos por temperatura acima de 55ºC e pela hipercloração da água. 2015-02-22 5 Trofozoíto s20 a 40 µm, 60 µm (invasiva) 1 núcleo Pleomórficos (pseudópodes) Multiplicação: divisão binária simples - trofozoítos Núcleo – roda de carroça Membrana nuclear delgada Cromatina justaposta a membrana Entamoeba histolytica Visualiza-se o núcleo e o citoplasma repleto de vacúolos Citoplasma: ecto (claro) e endoplasma (granuloso com vacúolos e restos alimentares) Núcleo Citoplasma Entamoeba histolytica Trofozoíto Ingestão: membrana/pinocitose/ Fagocitose: Bactérias, grãos de amido e outros detritos Entamoeba histolytica Provenientes de disenteria: Hemácias no citoplasma Cistos •Ovais ou esféricos, 8 a 20 µm •Formas de resistência eliminada com as fezes •Membrana plasmática + parede cística (quitina) •1-4 núcleos (N) – semelhante ao do trofozoíto •Vacúolos de glicogênio (V) • Corpos cromatóides (CC) - bastonetes (1-4) N N V CC Cisto jovem ou Pré Cisto Cisto Maduro Entamoeba histolytica CISTOS 2015-02-22 6 Trofozoíto Cisto Entamoeba histolytica Epidemiologia – Distribuição Mundial WHO, 1984: Enfermidade da pobreza e da ignorância WHO, 1998: Determina cerca de 70.000 casos fatais/ano. 500 milhões de infectados da população mundial por ano sendo 10% infectada por E. histolytica forma invasiva Ocorrência 50 milhões de casos invasivos/ano. A infecção é comum nos trópicos e no ártico e também em situações de aglomeramento e higiene deficiente em ambientes urbanos da zona temperada. Regiões: Sul (2,5%), Sudeste (11%) e Norte (19%). Alta prevalência em países em desenvolvimento. México: 4o lugar dentre causa de morte Freqüente em adultos 90% dos infectados eliminam cistos durante 12 meses. Cistos viáveis por até 20 dias. Transmissão por cistos através da via fecal-oral. Os cistos, no homem se transformam em trofozoítos. Os cistos podem contaminar a água e alimentos. Ocorrência associada com condições inadequadas de saneamento básico. CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS - BRASIL Mecanismos de Transmissão A contaminação se dá através da ingestão de cistos juntamente com a água ou alimentos contaminados. Uso de água sem tratamento, contaminada por dejetos humanos; Vetores mecânicos (mosca,baratas etc.) Contato direto através das mãos ou objetos contaminados. Relação sexual anal/oral. Portadores assintomáticos principais disseminadores. 2015-02-22 7 •Ingestão de Água Contaminada •Ingestão de Alimentos Contaminados Ciclo evolutivo E. histolytica 1) Cisto maduro contaminando o alimento 2) Desencistamento no intestino delgado 3) Início da invasão 4) Formação de oito amebas metacísticas 5) Colonização na luz do intestino grosso 6) Invasão da mucosa 7) Formação de úlcera (trofozoítos aí não formam cistos) 8) Trofozoítos se dividem 9) Formação do cisto na luz do intestino grosso Ciclo Patogênico: Equilíbrio parasito-hospedeiro é rompido Trofozoítos invadem a mucosa intestinal Multiplicam-se ativamente (úlceras) Atingem a circulação porta Fígado, pulmão, rim , cérebro, ou pele Amebíase extra-intestinal Trofozoíto nas úlceras Forma invasiva ou virulenta Ciclo da amebíase Ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos da ameba Cisto atinge intestino grosso e se rompe, liberando 4 amebas, que invadem a parede do intestino provocam microferimentos e se alimento de células da parede intestinal e sanguíneas Doença: amebíase Causador: Entamoeba histolytica Hospedeiro definitivo: homem Hospedeiro intermediário: não há Locais parasitados: principalmente Intestino grosso. Pode afetar pulmões, cérebro e fígado Antes de ser eliminadado intestino, a ameba produz envoltório protéico = cisto permanece em repouso metabólico Fezes com cisto Contaminam água e alimentos CICLO BIOLÓGICO 2015-02-22 8 Patogenia * A invasão amebiana é resultante da ruptura ou quebra do equilíbrio parasito-hospedeiro em favor do parasito. *Fatores ligados ao hospedeiro: Localização geográfica, raça, sexo, idade resposta imune, estado nutricional, dieta, alcoolismo, clima e hábitos sexuais. *Fatores ligados diretamente ao meio onde as amebas vivem: flora bacteriana associada. Patogenia *Bactérias anaeróbicas são capazes de potencializar a virulência de cepas de E. histolytica. * Escherichia coli , Salmonella, Shiguela, Enterobacter e Clostridium. * Outros fatores, como passagens sucessivas em diversos hospedeiros ou re-infecções sucessivas, podem aumentar a sua virulência. amebíase intestinal geralmente não patogênica Forma invasiva Facilitada por lesões Invade mucosas íntegras! Patogenia E. histolytica Amebíase E. histolytica Mecanismos de invasão Adesão Destruição tecidual Dispersão extra-intestinal Mecanismo de invasão 1. Adesão parasita via receptores específicos de células do epitélio intestinal adesinas (glicoproteínas) - receptores para fibronectina e laminina 2. Processo de destruição tecidual (nome - histolytica) ação de enzimas (hialuronidase/proteases/mucoplissacaridases) citopatogenicidade - formação de úlcera 3. Dispersão: o trofozoíta cai na circulação e atinge o fígado via sistema porta (filopódios, fagocitose) 4. “capping” e “shadding” de proteínas (importantes na evasão) “turnover” contínuo de membrana plasmática E. histolytica E. histolytica Fatores líticos 1. Mecanismos dependentes de contato -liberação peptídeos ativos - “amebapores” atividade citolítica 2. Mecanismos independentes de contato - liberação de colagenase e cisteíno-proteases degradação matriz extra-celular 3. Neutrófilos - atraídos pelas amebas e por elas lisados liberando suas enzimas 2015-02-22 9 Amebíase Mecanismos de defesa do hospedeiro 1. Camada mucosa - mucinas: gel aderente, previne adesão às células epiteliais e facilita a eliminação do parasita. 2. resposta Imune (IgA, IgE, IgG – imunidade celular?) E. histolytica: Relação parasita-hospedeiro 1. Capacidade de matar e fagocitar células do hospedeiro 2. Indução de morte de células do hospedeiro por apoptose (limita a inflamação e facilita a evasão da reposta imune) 3. Moléculas de adesão 4. Fatores líticos 5. Eritrofagocitose Fatores de Virulência do parasita Fígado Trofozoíto intestino Amebíase Forma extra-intestinal E. histolytica Invasão Desenvolvimento de quadros hepáticos, com abscessos no fígado que podem levar à morte do hospedeiro Patologia E. histolytica Adesão Úlcera Abscesso Fígado Geralmente único Pus chocolate Amebíase - Patologia Patogenia Trofozoítos invasão mucosa intestinal Adesão fígado Ruptura abscesso hepático cérebro pulmões fígado intestinoPericárdio, pulmões, cérebro PI: variável ( 7 dias até quatro meses). Forma assintomática Forma sintomática Forma intestinal: a)disentérica; b) colites não- disentéricas; c)amebomas; d) apendicite amebiana. Complicações e seqüelas da amebíase intestinal: perfuração, peritonites, hemorragia, colites pós- disentéricas. Forma extra-intestinal Amebíase hepática Amebíase cutânea Amebíase em outros órgãos: pulmão, cérebro, baço, rim, etc. Manifestações Clínicas 2015-02-22 10 Forma assintomática (80 a 90%). Forma intestinal (não invasiva): dores abdominais (cólicas); diarréia, fezes moles Forma intestinal invasiva Colite amebiana aguda, disenteria grave (fezes líquidas com muco e sangue) Úlceras intestinais, abscessos Pode ser grave e até fatal (grávidas e imunodeprimidos) Forma extra-intestinal - Abscessos hepáticos (+ comum) – dor, febre e hepatomegalia - Peritonites (raras), pulmão, cérebro, pele Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas DISENTERIA: Doença aguda infecciosa, específica, com lesões inflamatórias e ulcerativas das porções inferiores do intestino. Manifesta-se com diarréia intensa, cólicas, tenesmo, geralmente com eliminação de sangue e muco. Invasão da mucosa Entamoeba histolytica Ulcerações na Mucosa Intestinal Ulcerações Entamoeba histolytica Abscesso no Intestino 2015-02-22 11 DIAGNÓSTICO CLÍNICO Confundido Disenteria bacilar, salmoneloses, síndrome do cólon irritável e esquistossomose. Devido a estas dificuldades só deverá ser considerado definitivo pelo encontro de parasitos nas fezes. No abscesso hepático O diagnóstico é feito usando-se raios x, ultra-sonografia e tomografia computadorizada. Diagnóstico LABORATORIAL: (Exame de fezes, soro e exsudatos) PARASITOLÓGICO • Fezes líquidas – exame direto • Fezes formadas –técnicas de concentração IMUNOLÓGICO (amebíase intest. e extra-intestinal) ELISA, imunofluorescência, hemaglutinação indireta, radioimunoensaio 2015-02-22 12 TÉCNICAS DE COLETA DAS FEZES Paciente com evacuações líquidas ou diarréicas: As fezes podem ser colhidas em conservadores como Schaudinn, SAF, álcool polivinílico. Em seguida deve corar as formas trofozoíticas com hematoxilina férrica. Paciente na fase crônica: As fezes sólidas ou semi-sólidas devem ser colocadas em formol a 10%, MIF( mertiolato, iodo, e formaldeído), SAF. Se necessário faz-se a coloração pela hematoxilina férrica. A expulsão dos parasitos nas fezes é irregular. A eficiência dos exames é alterada com o uso de purgativos, antibióticos e outras drogas, especialmente amebicidas. Recomenda-se aguardar uns 10 dias para repetir o exame. O modo mais confiável de diagnóstico consiste no exame imediato de material colhido durante o retossigmoidoscopia (esfregaço de mucosa, aspiração de úlceras). DIAGNÓSTICO LABORATORIAL LIMITAÇÕES Inexperiência técnica Eliminação intermitente de cistos de E. histolytica Não diferenciação morfológica com Outras amebas Leucócitos e artefatos Não detectam parasitas rompidos Não diferenciam E. histolytica de E. dispar Baixa sensibilidade DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO Profilaxia Está intimamente ligada a engenharia e educação sanitária. Principalmente água de boa qualidade nas casas e tratamento do esgoto; Educação sanitária e educação ambiental, com a participação ativa e efetiva da comunidade; Lavagem de frutas e verduras a serem ingeridas cruas; Exame de fezes periódicos de manipuladores de alimentos e tratamento dos positivos. Evitar práticas sexuais que favoreçam o contato fecal- oral. Investigação da fonte de infecção através de exame coproscópico . Fiscalização dos prestadores de serviços na área de alimentos, pela vigilância sanitária. Em pacientes internados precauções do tipo entérico com desinfecção e eliminação sanitária das fezes. Combate a insetos (transmissão mecânica de cistos). Profilaxia Profilaxia Vacinas contra a Entamoeba histolytica têm sido desenvolvidas e testadas, porém até o momento nenhuma delas apresentou resultados eficientes, mas indicando que é um caminho importante e promissor. 2015-02-22 13 Tratamento Intestinal Amebicida luminal (luz intestinal) Amebicidas tissulares (tecidos) Luminal e tissular Extra-intestinal Luminal e tissular e antibióticos. Tratamento Amebicidas que atuam na luz intestinal – Portadores- Falmotox (Teclosan) – via oral 2 cp 500 mg/dia/ 7 dia - Kitnos (Etofamida) - via oral 2 cp 500 mg/dia/ 5 -7 dia Amebicidas de ação tissular - Atuam na parede do intestino e no fígado - Cloridrato de emetina – 1mg/kg/7 dias (tóxica) Amebicidas que atuam na luz e nos tecidos - Metronidazol (Flagyl) – 500 a 800 mg 3x dia/7dias - Secnidazol e Tinidazol - Via oral ou injetáveis Tratamento Metronidazol – Efeitos Colaterais Devido à inibição que provoca em diversas enzimas do metabolismo do álcool, a ingestão alcoólica durante ou depois do tratamento pode causar confusão mental, perturbações visuais, cefaléia, náuseas e vômitos, sonolência e hipotensão. MEDIDAS DE CONTROLE NOTIFICAÇÃO DE SURTOS A ocorrência de surtos (2 ou mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas, principalmente, medidas educativas. MEDIDAS DE CONTROLE Cuidados com o paciente Isolamento - é necessário o isolamento no casos de pacientes hospitalizados, adotando-se as precauções em relação à manipulação de fezes, roupas contaminadas e lençóis. É necessário a exclusão de manipuladores de alimentos infectados com E. histolytica bem como de funcionários infectados que trabalham em serviços de saúde. AMEBÍASE Segundo a Organização Mundial de Saúde: “Onde houver pequenos recursos financeiros para serem aplicados e saúde pública, todos eles devem ser dirigidos para o saneamento básico”. 2015-02-22 14 Amebas comensais Comensalismo: Relação entre duas espécies pela qual uma partilha dos nutrientes que a outra consegue. ENTAMOEBA COLI Ameba comensal não patogênica e se locomove por pseudópodes Habitat: intestino grosso humano MORFOLOGIA Cistos: contêm de um a oito núcleos e, à medida que o número de núcleos aumenta, o diâmetro nuclear e a quantidade de cromatina do cisto reduzem. Núcleo: cromatina grosseira e irregular e cariosoma, grande e excêntrico 20 a 50 µm (trofozoítos) 15 a 20 µm (cistos) Citoplasma não diferenciado em ecto e endoplasma Corpos cromatóides finos parecendo agulhas. Cistos de E. coli Entamoeba coli 2015-02-22 15 MORFOLOGIA - TROFOZOÍTAS Entamoeba histolytica Entamoeba coli E. histolytica X E. coli Diagnóstico diferencial MORFOLOGIA (CISTOS) Entamoeba histolytica Entamoeba coli E. histolytica X E. coli Diagnóstico diferencial Endolimax nana -Menor ameba que vive no homem Trofozoíto – 10-12 µm Cisto – 8 µm Cisto - Oval -4 núcleos pequenos, pouco visíveis -Corpos cromatóides pequenos e ovais Citoplasma refringente - + verde Cistos ovóides Iodamoeba butschilii -Ameba pequena 10 – 15 µm (cistos e trofozoítos) -Comum entre os humanos, mas não é patogênica -Núcleo com membrana espessa, cariossoma, grande e central. •Cisto com um núcleo •Grande vacúolo de glicogênio, que quando corado pelo lugol, apresenta coloração castanho-escura. •Encontrada em várias espécies de primatas e no porco 2015-02-22 16 Cistos de Iodamoeba butschlii Ciclo Evolutivo Amebas Comensais AMEBAS DE VIDA LIVRE “amebas parasitárias facultativas ou oportunistas” INTRODUÇÃO “Amebas parasitárias facultativas ou oportunistas” encontradas em ambientes de água doce e quando o ser humano entra em contato com esta água, elas passam a se expressar como parasitas, causando doenças. 1958, Culbertson e cols – Acanthamoeba spp poderia causar lesões no SNC humano; 1965 - primeiro caso de meningoencefalite aguda em um jovem, na Austrália; 1966 - segundo caso, nos EUA; 1977 em Campos e em 1978 Salles-Gomes, no Brasil. 2015-02-22 17 INTRODUÇÃO Atualmente, sabe-se que amebas de vida livre podem causar meningoencefalite (Naegleria fowleri) , encefalite granulomatosa e ceratite (úlcera da córnea) (Acanthamoeba sp.). Acredita-se que sejam protozoários em transição para a vida parasitária, o que aumenta a necessidade de pesquisas para se compreender melhor esses novos parasitos, sua patogenia e epidemiologia. MORFOLOGIA As amebas são freqüentemente encontradas no solo e nas águas de lagos e rios e podem se apresentar nas formas: Naegleria (3 formas evolutivas) Trofozoíta (8 – 15 μ) Polimórfico / pseudópodes lobopodes / 1 núcleo com cariossomo grande / vacúolos pulsáteis (1 a 6) Cisto (7 – 12 μ) Dupla membrana porosa (parede cística) / 1 núcleo / esférico Forma intermediária (flagelada) Semelhante ao trofozoíta + 2 flagelos Naegleria MORFOLOGIA Acanthamoeba (2 formas evolutivas) Trofozoíta (15 – 40 μ) Polimórfico / 1 núcleo com cariossomo grande / vacúolos pulsáteis / pseudópodes filópodes Cisto (15 – 20 μ) Parede cística (com membrana interna enrugada) / 1 núcleo (com cariossomo grande) / esférico Trofozoíto de Acanthamoeba sp. Cisto de Acanthamoeba sp. Acanthamoeba 2015-02-22 18 BIOLOGIA Hospedeiro Homem Habitat Dulcícola / marinho / terrestre / aparelhos de refrigeração / ar (vida livre) Naegleria: SNC Acanthamoeba: SNC / globo ocular Distribuição geográfica Cosmopolita (poucos casos diagnosticados) BIOLOGIA Evolução Naegleria – Trofozóita Forma flagelada Cisto Trofozóita Acanthamoeba – Trofozóita Cisto TRANSMISSÃO Naegleria VAS mucosa olfatória nervo olfatório SNC (meninges + parênquima) Acanthamoeba Pele circulação sanguínea SNC (parênquima + meninges) Globo ocular Águas de parque aquático e similares estão incluídos nessas infecções. Ainda não foi observada a transmissão de pessoa a pessoa. Ciclo Biológico As formas flageladas movem-se ativamente na água e ao entrarem em contato com a mucosa nasal transformam em trofozoítos ativos; Passam pela via epitélio neuroolfativa; Atingem o cérebro, onde se disseminam por via sanguínea. A infecção por Naegleria sp. ocorre através da entrada de água contaminada nas vias nasais, com maior freqüência ao mergulhar ou nadar em águas doces com deficiência no saneamento básico. Espécies: Balamuthia mandrillaris, Valkampfia sp. e Hartmanella São amebas de vida livre, às vezes incriminadas como agentes de patologias humanas, algumas, porém, sem dados (diagnósticos) conclusivos. B. mandrillaris tem sido relatada em casos de meningoencefalite granulomatosa em aidéticos. É a única espécie desse gênero responsabilizada por casos de infecção em humanos e ainda não foi isolada no ambiente. 2015-02-22 19 Espécie Entamoeba Moshkovskii Outra ameba de vida livre, encontrada em instalações de tratamento de água, esgotos e mesmos fontes de água sem contaminação. Encontrada no mundo todo, mas não é patogênica para o homem nem para animais experimentados. Espécie morfológicamente igual à E. histolytica (trofozoítos e cistos), mas biológica e fisiologicamente distinta. PATOGENIA Importante causadoras de infecções no homem –debilitados e imunocomprometidos; Evolução para o óbito; Formas infectantes: Naegleria – trofozóita Acanthamoeba – trofozóita e cisto Negleríase - MeningoencefaliteAmebiana Primária (M.A.P) lesões teciduais difusas. Acantamebíase - Encefalite Granulomatosa (E.G) e Ceratite. lesões teciduais focais. Lesão Tecido Cerebral - Naegleria Lesão Tecidual – Acanthamoeba MENINGOENCEFALITE AMEBIANA PRIMÁRIA Agente etiológico:Naegleria fowleri; SNC afetado e sua invasão pelo epitélio neuro-olfativo; Crianças e jovens sadios Negleríase (4 – 7 dias) – evolução rápida e fatal Cefaléia / vômitos / fotofobia / rigidez de nuca / diplopia / distúrbios de comportamento / obnubilação / turvação visual / paralisia de nervos cranianos / convulsões / coma 2015-02-22 20 ENCEFALITE AMEBIANA GRANULOMATOSA Agente etiológico: Amebas do gênero Acanthamoeba; Acanthamoeba polyphaga Acanthamoeba castellanii Acanthamoeba culbertsoni Acanthamoeba rhysodes Acanthamoeba divionensis Balamuthia mandrillaris Acantamebíase (semanas/meses) – evolução gradual e lenta Infecção oportunista; Invasão amebiana da pele, aparelho respiratório e vias urinárias – disseminação podendo atingir encéfalo. Indivíduos debilitados, alcoólatras, doentes crônicos, pacientes tratados com drogas imunossupressoras e pacientes imunocomprometidos; Cefaléia / vômitos / visão borrada / diplopia / irritabilidade / ataxia / convulsões / paralisia de nervos cranianos / hemiparesias / redução de consciência / coma Alterações mentais, irritação meníngea, hipertensão intracraniana – coma e morte em 2 a 6 semanas. CERATITE POR ACANTHAMOEBA Agente etiológico: várias espécies de Acanthamoeba; Acanthamoeba polyphaga Acanthamoeba castellanii Acanthamoeba culbertsoni Acanthamoeba rhysodes Acanthamoeba hatchetti Acanthamoeba griffini Usuários de lente de contato – microtraumatismo do olho. DIAGNÓSTICO – AMEBAS DE VIDA LIVRE Anamnese Imunodiagnóstico Exame de LCR / secreções faríngeas e pulmonares Raspado da córnea Biópsia 2015-02-22 21 DIAGNÓSTICO CLÍNICO Muito difícil – confusão com renite inespecífica -> Morte; Maioria dos diagnósticos depois da morte; Poucas horas após contato com água contaminada – sintomas nasais; 3 a 7 dias após – cefaléia, febre, náuseas, vômitos, convulsões e morte (comprometimento SNC) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Coleta do material (liquor cefalorraquidiano, mucosa nasal, faringe e etc.); Exame direto a fresco corado pela hematoxilina férrica, Giemsa ou Gram; Também fazer cultura: dois meios. Meio de ágar – infusão de feno. Meio de ágar – infusão de soja. A wet mount of Naegleria fowleri trophozoites cultured from the CSF of a patient with primary amebic meningoencephalitis (PAM) viewed using phase contrast microscopy. Magnification: 600x. A cytospin of fixed CSF showing a Naegleria fowleri trophozoite (arrow) stained with Giemsa- Wright amidst polymorphonuclear leukocytes and a few lymphocytes. Within the trophozoite, the nucleus and nucleolus can be seen. Magnification: 1000x. 300x magnification of the corneal epithelium, OD. H&E stain demonstrates a classic example of the double-walled cyst structure of Acanthamoeba TRATAMENTO Medicação específica eficiente - inexistente Fármacos utilizados: Anfotericina B, Miconazol e Rifanmpicina (intravenoso e intratecal) Isotianato de propamidina, poli-hexametileno de biguanida. Neomicina, cetoconazol ou itraconazol + antiinflamatórios Queratite – Transplante de córnea PROFILAXIA Muito difícil; Carência de estudos básicos e epidemiológicos; A infecção pode ser prevenida através da educação da população a respeito do perigo de nadar e/ou mergulhar em ambientes com águas com deficiência de saneamento básico, suspeitos de transmitir a infecção. 2015-02-22 22 Deve-se evitar parques aquáticos, piscinas e similares sem notícia prévia de tratamento adequado e muito menos em locais onde esse não ocorre. A recomendação adequada da manutenção de condições higiênicas nas piscinas, na tentativa de eliminar a presença de matéria orgânica e desinfetar a água com cloro, diminuindo assim a concentração de formas viáveis dessas amebas. PROFILAXIA PROFILAXIA É de suma importância o papel do oftalmologista na orientação quanto ao uso das lentes de contato pelo usuário, na limpeza, manuseio e armazenamento, evitando-se o uso de soluções salinas e não estéreis. A higiene adequada das lentes de contato deverá ser realizada apenas com produtos específicos, de modo a diminuir o risco de infecção associado ao uso de águas ou soluções não próprias ou passíveis de contaminação. PROFILAXIA Estes parasitas estão sempre associados a locais sujos, como os esgotos, córregos, lagoas e riachos contaminados, pois esses podem acumular grande quantidade de dejetos e fezes eliminados por pessoas enfermas, bem como o lixo que costuma atrair numerosos insetos e roedores, o que facilita a proliferação desses parasitas. Mesmo com medidas profiláticas eficazes, será muito difícil, ou até impossível, extinguir as amebas de um modo geral. Mas, contudo é questão nossa, como cidadãos e principalmente como membros da área de saúde, não medir esforços para o melhoramento das condições de profilaxia e tratamento. PROFILAXIA
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