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Projetos de Estradas e Ferrovias PROF: IGOR OLIVEIRA ELEMENTOS PLANIMÉTRICOS 2 Estaqueamento Para fins de caracterização dos elementos que constituirão a rodovia, estes deverão ter sua geometria definida, pelo projeto, em pontos sucessivos ao longo do eixo, pontos esses que servirão, inclusive, para fins de posterior materialização do eixo projetado e dos demais elementos constituintes da rodovia no campo. Esses pontos, denominados genericamente de estacas, são marcados a cada 20,00m de distância a partir do ponto de início do projeto e numerados sequencialmente, sendo o processo conhecido como estaqueamento do eixo. 3 Estaqueamento O ponto de início do projeto constitui a estaca 0 (zero), sendo convencionalmente representada por 0 = PP (estaca zero = Ponto de Partida); os demais pontos, equidistantes de 20,00 m, constituem as estacas inteiras, sendo denominadas sequencialmente, por estaca 1, estaca 2, ... E assim sucessivamente. Qualquer ponto do eixo pode ser referenciado a esse estaqueamento, sendo sua posição determinada pela designação da estaca inteira imediatamente anterior à posição do ponto, acrescida da distância (em metros, com precisão de 0,01 m) desta estaca inteira até o ponto considerado. 4 Exemplo Em um projeto de um eixo de rodovia, uma das cabeceiras de um viaduto está localizada a 5342,87 m da estaca PP, em qual estaca a cabeceira da ponte está localizada ? 5 Estaca= 5342,87÷20=267,14 Estaca: 267+ 2,87m Estaqueamento Visando minimizar esses erros de mensuração e de referenciamento dos trechos curvos do eixo, as Normas do DNER estabelecem a obrigatoriedade de se marcar, nos trechos em curva, além dos pontos correspondentes às estacas inteiras, outros pontos – correspondentes a estacas intermediárias – de forma a melhorar a precisão na caracterização do eixo nas curvas24 6 Características Técnicas As Características Técnicas constituem um bloco de parâmetros estabelecidos e harmoniosamente combinados, que nortearão todo o projeto e estão definidos em função da CLASSE DA RODOVIA OU VIA URBANA. Esses parâmetros têm por base a conformação do terreno (plano, ondulado, montanhoso), tráfego, velocidade diretriz e características geométricas. 7 Características Técnicas EM PLANTA: Raio mínimo das curvas de concordância horizontal; Comprimento das transições; Tangente mínima entre curvas reversas. EM PERFIL: Raio mínimo das curvas de concordância vertical; Taxa de declividade máxima; Extensão máxima de rampa com declividade máxima; Distâncias de visibilidade. 8 Características Técnicas EM SEÇÃO TRANSVERSAL: Abaulamento; Largura da pista, acostamentos, refúgios, estacionamentos e calçadas; Superlargura e superelevação. 9 Em Planta Até o momento, tratamos de estrada em projeção horizontal (planta) como sendo uma sucessão de trechos retilíneos com deflexões definindo as mudanças de direções. Mas, sabemos que não se pode fazer uma estrada só com alinhamentos retos. Por isso, os alinhamentos retos são concordados uns aos outros, por meio de curvas de concordância. A diretriz em planta é composta por uma sequência de trechos retos intercalados por trechos curvilíneos. Os trechos retos são chamados de Tangentes e os trechos em curva são chamados de Curvas de Concordância Horizontal, que, por sua vez, podem ser diferenciadas em Curvas Circular e de Transição 10 Curvas de Concordância Horizontal 11 Curvas de Concordância Horizontal 12 Em Perfil Com base no perfil do terreno, o eixo da futura estrada é projetado verticalmente e passa a ser representado pelo perfil longitudinal da diretriz ou linha gradiente ou ainda greide como é comumente denominado. Semelhante a planta, em perfil os trechos retos projetados são concordados por trechos em curvas, tornando as mudanças de inclinações suportáveis, mais suaves e confortáveis, eliminando situações de perigo e danos aos veículos e aos usuários da estrada. 13 Em Perfil Os trechos retos do greide, em função das suas inclinações, recebem as seguintes identificações: Patamar: trechos retos em nível; Rampa ou Aclive: trechos retos em subida; Contra-rampa ou Declive: trechos retos em descida. 14 Em Perfil Os trechos em curva que concordam dois trechos retos são chamados de Curvas de Concordância Vertical. 15 SEÇÃO TRANSVERSAL (PLATAFORMA) Seção transversal é a representação geométrica, no plano vertical, de alguns elementos dispostos transversalmente em determinado ponto do eixo longitudinal. Nas rodovias, a inclinação transversal mínima aconselhável de um pavimento asfáltico é 2%, e 1,5% no caso de pavimentos de concreto bem executados, podendo essa inclinação ir até 5% no caso de rodovias com solo estabilizado. 16 CONCORDÂNCIA COM CURVA CIRCULAR SIMPLES Para a concordância de dois alinhamentos retos que se interceptam em um vértice, utiliza-se geralmente, no projeto geométrico de rodovias, a curva circular. Esta preferência é devida às boas propriedades que a curva circular oferece tanto para tráfego, pelos usuários da rodovia, como para o próprio projeto da curva e para a sua posterior materialização no campo, por processos de locação. Na figura está representado o esquema de uma concordância com curva circular simples, estando também assinalados os elementos técnicos característicos. 17 CONCORDÂNCIA COM CURVA CIRCULAR SIMPLES 18 PC = ponto de curva ou ponto de curvatura; PT = ponto de tangente ou ponto de tangência; PI = ponto de interseção das tangentes; D = desenvolvimento da curva; = ângulo de deflexão; AC = ângulo central da curva; R = raio da curva circular; T = tangente externa; O = Centro da curva; E = afastamento; G = grau da curva; c = corda; d = deflexão sobre a tangente. PT CONCORDÂNCIA COM CURVA CIRCULAR SIMPLES Cálculo da Concordância: Conhecidos: elementos da poligonal, os comprimentos dos alinhamentos e os ângulos de deflexão nos vértices. Ângulo Central (AC) numericamente igual à deflexão (I), AC = I Falta para a definição geométrica da concordância - o raio da curva circular a ser utilizada. 19 CONCORDÂNCIA COM CURVA CIRCULAR SIMPLES Em princípio, quanto maior for o raio da curva circular, melhor será a concordância para o usuário, pois a curva resultará mais suave, com melhores condições de visibilidade. Mas há limitações de ordem prática, que apontam para um valor limite de 5.000,00 m para o raio, pois a experiência mostra que curvas com raios superiores a esse teto tendem a se confundir visualmente com tangentes. As Normas do DNER estabelecem também, para cada classe de projeto e para as diferentes condições de relevo da região atravessada (que condicionam as velocidades diretrizes de projeto), os valores de raios mínimos a serem observados nos projetos das concordâncias horizontais, observadas as superelevações máximas recomendadas para cada caso Fixado o raio de curva, a concordância poderá ser calculada analiticamente, definindo-se primeiramente o valor da tangente exterior (T) e, após, os valores dos demais parâmetros da concordância. 20 CONCORDÂNCIA COM CURVA CIRCULAR SIMPLES Raio da curva circular (R):É o raio do arco do círculo empregado na concordância, expresso em metros. É um elemento selecionado por ocasião do projeto, de acordo com as características técnicas da rodovia e da topografia da região. 21 CONCORDÂNCIA COM CURVA CIRCULAR SIMPLES Tangente Exterior (T): São os segmentos de reta que vão do “PC” ao “PI” e do “PT” ao “PI” (expressa em metros). 22 𝑇 = 𝑅. 𝑡𝑔( 𝐴𝐶 2 ) T: tangente exterior(m) R: Raio da curva (m) AC: Ângulo central em radianos tg: tangente Desenvolvimento Circular (DC)23 E o comprimento do arco do circulo que vai desde o PC ao PT. Ângulo Central (AC) E o angulo formado pelos raios que passam pelo “PC” e “PT” e se interceptam no ponto “O”. Estes raios são perpendiculares no ponto de tangencia (PT e PC). 24 Calculo do estaqueamento dos pontos notáveis 25 Exemplo Deseja-se fazer a concordância com curvas circulares simples de um projeto de um eixo, com os alinhamentos definidos na forma da figura abaixo, no qual se queira efetuar as concordâncias com os raios de curva R1 = 200,00 m e R2 = 250,00 m. 26 Resultado 27 Resultado 28 Indicação dos elementos na planta Numeração das estacas; Indicação do PC e PT com o número das respectivas estacas escritas ao longo dos raios extremos da curva; Na parte interna colocam-se os valores dos principais elementos da curva (R, U, G, T, D, dm). 29 30 Exercício 1 Calcular o Comprimento total do circuito. 31 Resposta 32 Resposta 33 Exercício 2 A partir dos dados do projeto de uma curva circular conforme figura abaixo, calcular: a) O raio (R); b) A Tangente Exterior (T); c) O desenvolvimento Circular (Dc); d) Estacas PC e PT. 34
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