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Guia de Estudos da Unidade 3 Microbiologia e Imunologia


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Microbiologia e Imunologia
UNIDADE 3
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MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA 
UNIDADE III
 Palavras do Professor
Seja bem-vindo (a) ao Guia de Estudo, da Unidade III. Estamos próximos de finalizar nossos estudos e 
nesta unidade abordaremos como nosso organismo se comporta na presença de partículas estranhas que 
podem causar diversas doenças. 
 Orientações da Disciplina
Você irá estudar que nosso corpo é equipado por um verdadeiro arsenal de guerra preparado para entrar 
em combate contra ameaças minúsculas vivas e não vivas. Bactérias, vírus, protozoários, fungos e mesmo 
partículas estranhas podem ser identificadas pelos organismos do hospedeiro, como agentes estranhos 
com nome específico, e então dar-se início a um processamento de reações que tentaram bloquear ou 
mesmo destruir essas partículas.
Saiba que você passará a conhecer daqui para frente nosso Sistema Imunológico, responsável pela 
guarda ininterrupta do nosso corpo. Você aprenderá como esse elaborado sistema se equipa para barrar 
as ameaças e veremos que tanto substâncias químicas quanto as próprias células do corpo podem ser 
utilizadas como soldados nessa guerra.
Espero que ao finalizarmos o aprendizado proposto pelos guias III e IV, você esteja preparado para 
interpretar todo tipo de reação fisiológica a agentes patogênicos e que então, passe a encarar esses 
mecanismos que, às vezes podem não parecer tão benéficos, como algo de extrema importância para a 
vida.
Bons estudos!
 Veja o vídeo!
Como introdução à Imunologia e início da construção do seu conhecimento, assista ao vídeo, a 
seguir, com duração de vinte e cinco minutos e doze segundos: www.youtube.com
Agora que você já inicíou seus estudos com essa breve introdução e visualização do vídeo. Daremos início 
ao nosso conteúdo da terceira parte de disciplina.
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INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA 
A presença dos microrganismos em nosso corpo poderá causar danos ao funcionamento adequado do 
organismo, gerando infecção e/ou intoxicação. Assim nossas defesas, como as barreiras físicas, respostas 
imunológicas mediadas por células ou por substâncias agem nessas ocasiões, bloqueando e, na grande 
maioria das vezes destruindo os agentes estranhos responsáveis pelo risco. 
Se pudéssemos ter uma visão aumentada dos mecanismos que ocorrem dentro do nosso corpo veríamos 
que entre a causa e cura de doenças existe uma verdadeira guerra microscópica acontecendo. Os agentes 
infecciosos invadem e causam danos ao corpo, enquanto as células de defesa resistem às invasões por 
diversas formas que veremos aqui.
Desde já é muito importante sabermos, e acredito que você concordará que todos nós possuímos uma 
“barreira de defesa” que nos protege dos ataques de muitos organismos perigosos. Somente quando 
essas barreiras falham nos tornamos susceptíveis às infecções por patógenos. 
Nosso corpo possui as defesas já mencionadas. Essas defesas podem ser classificadas em defesas 
Específicas e Inespecíficas. No diagrama abaixo podemos ver como essas barreiras de defesas estão 
organizadas.
Diagrama 1 - Classificação das barreiras das defesas imunológicas - Fonte: Diagrama elaborado pelo professor
Note que a primeira linha de defesa do nosso corpo inclui as barreiras físicas, que estão classificadas 
como defesas inespecíficas, ou seja, as barreiras que irão nos proteger no primeiro momento contra as 
agressões externas, geralmente por ruptura da continuidade da Pele e penetração de agentes infeciosos.
Nos casos em que essas barreiras falham, nosso organismo irá acionar a segunda linha de defesa, que 
são classificadas também como inespecíficas, mas dessa vez irá incluir as nossas Células de Defesa como 
os eritrócitos, plaquetas e leucócitos.
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Só depois que essas defesas iniciais entram em ação e não resolve, a infecção o organismo lança mão 
de suas Defesas Específicas que irão combater os agentes de forma particular, a depender do agente 
infeccioso. 
Iremos detalhar cada um destes mecanismos.
Imunidade Inespecífica 
As defesas específicas do nosso sistema imunológico levam ao processamento de um conjunto elaborado 
de reações de defesas, portanto, precisam ser ativadas para que possam funcionar. A ocorrência de 
inúmeras ameaças ao organismo de qualquer pessoa não levará necessariamente ao desencadeamento 
dessa resposta elaborada, pois, inicialmente e na grande maioria das vezes, a resposta imune inicial, ou 
seja, a resposta imunológica inespecífica será suficiente para bloquear essas ameaças.
Iremos detalhar como essa defesa inespecífica se arranja no combate às ameaças, quais suas características 
fundamentais e quais tipos de componentes trabalham para fazer com que esse mecanismo de defesa 
funcione eficientemente.
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO INESPECÍFICO 
Um grande número de barreiras inespecíficas atua para impedir que agentes patogênicos penetrem 
no corpo do hospedeiro, algumas outras agem para bloquear inativas células ou agentes tóxicos que 
ultrapassam as barreiras iniciais quando essas barreiras falham em seu trabalho.
Barreiras Físicas 
ü	Pele
A pele funciona como um revestimento, e por tanto, uma proteção física, uma verdadeira armadura 
no combate a entrada de agentes estranhos no organismo. Ela não somente está exposta aos agentes 
patogênicos e substâncias tóxicas como também às agressões do ambiente como: luz solar, calor, frio, 
cortes, arranhões, picadas de insetos e outros animais, queimaduras e ferimentos em geral. Além do 
seu papel de proteção no sistema imunológico, a pele, cumpre muito bem também o seu papel de órgão 
epitelial, somando atividades de regulação de temperatura, local de terminações nervosas entre outras.
 
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ü	Membranas mucosas
O muco é uma substância de consistência viscose produzida e secretada por glândulas presentes em 
alguns outro tecidos de revestimento de órgãos.
Em imunologia seu papel também será de grande importãncia como barreira de proteção assim como a 
pele.
 Exemplo
Por exemplo, o muco das narinas e outras cavidades respiratórias além de barreiras mecânicas 
também eliminam micróbios por reflexos físicos. 
Barreiras Químicas 
Além de se enquadrarem como barreiras físicas o muco também pode ser descrito como barreira química, 
assim como outras substâncias como suco gástrico, saliva, lágrima, suor e os mecanismos de limitação 
do ferro.
DEFESAS CELULARES 
Os mecanismos de defesa das barreiras iniciais de proteção, ou seja, as barreiras físicas e químicas 
cumprem grandemente seu papel na luta contra todos esses perigos, no entanto, muitas vezes apenas 
essa proteção não será suficiente para que você esteja constantemente protegido e livre da ocorrência 
de doenças causadas por esses micróbios. É nesse momento que entra em ação o nosso esquadrão elite 
de defesa: as células.
O que fazer quando, apesar de todas as defesas primárias, micróbios penetram nessas defesas e atingem 
a corrente sanguínea ou tecidos e órgãos mais vulneráveis?
Essa é uma pergunta que acredito você deve estar se fazendo agora. Pois é: apesar do revestimento da 
pele, do ambiente inóspito que ela propicia a presença de pêlos, as substâncias químicas de suor, saliva, 
lágrima e muco, apesar de tudo isso, ainda assim alguns micróbios contam com mecanismos que burlam 
todas essas barreiras e conseguem penetrar no organismo do hospedeiro.
Imagine um corte na pele, um arranhão, uma picada de inseto, ou alguma substância química irritante que 
você tenha contato: são todas formas pelas quais os microrganismos podem se aproveitar para adentrar 
no nosso organismo, além de mecanismos próprios como enzimas que inativam substâncias produzidas 
por nós entre outros meios.
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Ao acessar nosso organismo, esses micróbios acabam disparando um alarme que irá acionar as células 
responsáveis pela defesa de segunda ordem.
Células de Defesa 
 Você sabia?
Você sabequais elementos formam nosso sangue? De que ele é composto? Será que apenas substâncias 
químicas? Não.
Você sabia que o sangue é um tecido? E que como qualquer outro tecido ele é composto por células?
O sangue apresenta em sua constituição 60% de plasma, a parte líquida, e 40% de células e fragmentos 
celulares que chamamos de elementos figurados. Os elementos figurados incluem os Eritrócitos que 
são as células vermelhas ou hemácias, as Plaquetas (fragmentos celulares) e os Leucócitos, também 
conhecidos como células brancas (as células de defesa).
De acordo com as características celulares e padrão de coloração dos leucócitos podemos diferenciá-los 
em leucócitos Agranulócitos e Granulócitos.
Veja na imagem abaixo como nossas células de defesa se originam e de que forma elas são subdividas:
Figura 1 - Hematopoese - Fonte: http://cnx.org
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Todas as nossas células sanguíneas possuem uma célula ancestral comum: uma célula-tronco pluripotente. 
Na figura você irá encontrar essa célula no topo, como primeiro elemento. Abaixo dela podemos verificar a 
presença de duas outras células-tronco: a célula-tronco mielóide e a célula-tronco linfóide. 
As células-tronco mielóides darão origem a todas as células Granulócitos que participam das defesas 
inespecíficas do sistema imune, as células-tronco linfóides originaram o grupo de células especializadas 
que participam tanto do sistema imune inespecífico quanto do específico, são as células do grupo dos 
agranulócitos, os linfócitos.
Os granulócitos apresentam grânulos no citoplasma e núcleo de forma irregular, lobado. Estão incluídos 
neste grupo: os Basófilos, os Eosinófilos e os Neutrófilos.
Na tabela abaixo, você irá encontrar as substâncias produzidas por eles e suas funções:
Células Granulócitos, suas substâncias e funções
Célula Substância Função
Basófilos Histamina Início da resposta inflamatória
Eosinófilos Proteínas e Citocinas Regressão das reações inflamatória
Neutrófilos Enzimas hidrolíticas Protegem a pele e as membranas mucosas
Tabela 1 – Células Granulócitos, suas substâncias e funções. - Fonte: Elaborada pelo professor
 Guarde essa ideia!
Os Neutrófilos são liberados na corrente sanguínea, a partir da medula óssea como elementos circulantes 
e após 7 dias e algumas horas migram para os tecidos ficando disponíveis por um período de 3 dias.
Os Agranulócitos não apresentam grânulos em seu citoplasma e possuem núcleo arredondado, 
diferentemente dos Granulócitos. Esse grupo de células inclui os Monócitos e todos os Linfócitos inclusive 
algumas células indiferenciadas que foram agrupados dentro do grupo de células conhecidas por Natural 
Killer.
Nesta próxima tabela encontraremos os mecanismos de ação e suas respectivas funções:
Células Agranulócitos, suas atividades e funções.
Célula Mecanismos de Ação Função
Monócitos Fagocitose Proteção dos tecidos
Linfócitos Produção de anticorpos Participam do sistema inume específico
Células Natural 
Killer Ação citotóxica
Participam do sistema 
inume específico
Tabela 2 – Células Agranulócitos, suas atividades e funções. - Fonte: Elaborada pelo professor
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Fagócitos 
Os fagócitos são um tipo particular de células envolvidas nos mecanismos de englobamento de partículas 
estranhas (antígenos). Neste grupo, são encontrados: os neutrófilos, um granulócito e os monócitos, um 
agranulócito. Eles são chamados de células fagocitárias, pois, eles literalmente engolem os microrganismos 
e partículas que penetram no hospedeiro.
Estas células são verdadeiros guardas, vigilante do sistema inume. Circulam no corpo em busca de células 
infectantes ou restos celulares, assim que se depara com estas partículas elas os fagocitam e as removem 
dos tecidos. Células mortas também são alvos dos fagócitos. Eles são as primeiras células a atacarem 
micróbios e materiais estranhos que penetram em portas de entrada como ferimentos e lesões no tecido 
danificado. Mesmo ultrapassando esta barreira celular os micróbios e elementos estranhos irão encontrar 
uma segunda barreira de células fagocitárias (presentes no sangue) em tecidos mais profundos. 
Neutrófilos 
Os neutrófilos, também conhecidos por leucócitos polimorfonucleares, são produzidos na medula óssea por 
células em diferenciações chamadas mieloblastos, suprindo a necessidade de uma população circulante 
de neutrófilos no sangue de aproximadamente 50 bilhões.
Figura 2 - Neutrófilos - Fonte: http://diariodebiologia.com/
Quando ocorre uma infecção estas células são as primeiras a migrarem para o local inativando bactérias 
e partículas infectantes.
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Monócitos 
Monócitos maturados recebem outro nome: ao migrarem da corrente sanguínea para os tecidos os 
monócitos passam por uma série de mudanças e tornam-se Macrófagos. Estas células são maiores, como 
o próprio nome sugere e conseguem internalizar partículas também maiores, inclusive neutrófilos que 
morreram após ingerir bactérias. Sua locomoção ao local da infecção é lenta, porém eles são numerosos. 
Figura 3 - Monócitos - Fonte: https://mundobiomedicosp.files.wordpress.com
Neutrófilos e macrófagos reunidos promovem a fagocitose quando ocorre uma infecção. Esse processo de 
englobamento de partículas e organismos infectantes ocorre em três etapas distintas, a saber:
ü	Localização dos organismos e partículas que promovem infecção: a localização do local de 
infecção pelos fagócitos é realizada por atração química, processo conhecido como quimiotaxia. 
Os organismos infectantes e também os tecidos danificados pela infecção secretam substâncias 
que acabam atraindo os fagócitos para o local da infecção. Os próprios fagócitos uma vez no local 
liberam uma substância química chamada citocina que atraem outras células para a defesa. Além 
das citocinas, as histaminas, já mencionadas anteriormente, liberadas por basófilos e mastócitos 
(granulócitos) também desempenham esse papel de atração.
ü	Aderência das células de defesa aos agentes infecciosos: a adesão dos agentes infectantes à 
membrana dos fagócitos é um mecanismo de defesa interessante. Graças a essa capacidade 
os fagócitos conseguem emitir pseudópodes (para maiores informações pesquise em: Gerard 
J. Tortora.  Microbiologia. Artmed;  ISBN 978-85-363-2698-6. p. 348) e, literalmente engolir as 
partículas.
A aderência é um requisito importante para que os fagócitos consigam cumprir com seu papel de defesa no 
sistema inume, no entanto, algumas bactérias apresentam estruturas que conseguem escapar da aderência 
dos fagócitos: a cápsula é uma estrutura de revestimento, geralmente composta por polissacarídeos, 
que algumas células bacterianas apresentam como estrutura de resistência imunológica. A produção de 
anticorpos (imunoglobulinas) e proteínas do sistema completo são dois fatores importantes para reparo 
da capacidade de aderência em células que apresentam cápsula. Uma vez revestidas por esses fatores os 
fagócitos poderão ligar-se mais facilmente aos agentes infectantes e destruí-los por fagocitose.
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ü	Digestão das células e partículas fagocitadas: ao lançarem seus pseudópodes sobre as partículas 
infecciosas e as englobarem essas partículas serão internalizadas em estruturas denominadas 
fagossomos. Os fagossomos são bolsas contendo as partículas que foram ingeridas. Estas bolsas 
se fundiram aos lisossomos, organelas que contém enzimas digestivas e proteínas pequenas 
chamadas defensinas. Uma vez fundidos fagossomos e lisossomos originam fagolisossomos que 
são grandes bolsas nos citoplasmas dos fagócitos contendo as partículas que forem ingeridas + 
as enzimas e proteínas de digestão celular.
As defensinas provocam orifícios nos micróbios enquanto as enzimas digestivas digerem todas as 
moléculas biológicas com as quais entram em contato. Dessa forma os micróbios infectantes são 
rapidamente destruídos e os restos celulares como aminoácidos, carboidratos e ácidosgraxos podem ser 
reaproveitados para a biossínteses de moléculas necessárias às células fagocíticas. 
Por motivos especiais iremos tratar brevemente sobre uma célula que promove a fagocitose de organismos 
que precisam ser destruídos fora das células fagocíticas.
Os vírus e os vermes são micróbios parasitas que precisam ser destruídos extracelularmente. No caso dos 
vermes os Eosinófilos assumem o papel de defesa principal no corpo. Eles secretam uma enzima digestiva 
(proteína básica principal) sobre o verme e após sua destruição os eosinófilos fagocitam seus restos. 
Para o caso dos vírus que precisam ser destruídos antes de acessarem uma célula hospedeira, outro tipo 
celular (células Natural Killer) secreta proteínas citotóxicas que acabam matando os agentes virais.
Sistema Linfático 
O sistema linfático é composto por uma rede ligada ao sistema cardiovascular e formado por vasos, 
nódulos, tecidos, órgãos e a linfa como pode ser visualizado na imagem abaixo.
 
Figura 4 - Sistema linfático - Fonte: http://www.guia.heu.nom.br/images/Sistema_linfatico_.jpg
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Os componentes primordiais deste sistema para a defesa imunológico do corpo são os órgãos linfóides. 
As células linfóides de defesa maturam-se nestes órgãos e muitos são lançados no sangue.
Os linfócitos podem ser diferenciados em linfócitos B e linfócitos T: os linfócitos B diferenciam-se na 
medula óssea e migram para os linfonodos e o baço enquanto os linfócitos T sofrem diferenciação no timo 
após migrarem da medula e só depois migram para os linfonodos e baço.
No sistema linfático os linfonodos são representados pelos intervalos ao longo dos vasos linfáticos. Eles 
se distribuem por todo o corpo e são muito numerosos no tórax, pescoço, axilas e virilha. A linfa é filtrada 
nesses linfonodos que acabam capturando todo o material identificado como estranho para depois serem 
destruídos pelos linfócitos que se encontram em grande número nesses locais.
As amígdalas é outro órgão presente neste sistema com função de agregação de linfócitos. Contrariando o 
que você possa imaginar esses tecidos não são essenciais no combate às infecções, mas eles contribuem 
para as defesas inumes, uma vez que contem células B e T.
Embora os tecidos linfáticos contenham células que fagocitam micróbios, quando em grande número 
impedindo sua destruição pelas células fagocitárias, os tecidos linfáticos podem tornar-se locais de 
infecção e tornassem-se inchados como sinais de doenças infecciosas.
INFLAMAÇÃO 
 
A inflamação, aos olhos leigos, pode parecer um mecanismo que causa várias reações indesejáveis e, de 
fato, isso ocorre mesmo. No entanto este é um processo que evidencia a infecção e ajuda no combate da 
mesma.
Você recorda a última vez que sofrem um ferimento? Lembra se este ferimento cicatrizou rápido? Ou ele 
tornou-se inchado, doloroso, com aspecto avermelhado?
Se isto aconteceu você já esteve diante um processo inflamatório e certamente você já passou por isso 
inúmeras vezes.
Vamos aprender um pouco mais sobre este curioso acontecimento!
Características 
Os processos inflamatórios nada mais são do que uma resposta do sistema inume às infecções que 
ocorrem no nosso corpo. Mas, além disso, ela pode acontecer por simples danos físicos como: cortes, 
queimaduras, choques elétricos ou mesmo ao entrarmos em contato com substâncias tóxicas.
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Inflamação Aguda 
Na inflamação aguda a batalha entre as células de defesa e os agentes infecciosos logo termina com 
vitória das células de defesa do sistema imune. Normalmente o processo logo cessa e o local da infecção 
entra em processo de cicatrização. Neste processo ocorre morte dos micróbios da infecção, limpeza dos 
tecidos dos restos celulares e reparo dos tecidos danificados.
Não podemos deixar de mencionar que: quando as células fagocíticas se acumulam no local da infecção 
para fagocitoses dos agentes infectantes elas passam também a liberar enzimas líticas que por sua vez 
acabam danificando células dos tecidos vizinhos saudáveis.
Nesse momento os basófilos e mastócitos passam a secretar histamina que tem todos os sintomas 
verificados na inflamação. A histamina se difunde pelos capilares e provoca a dilatação dos vasos, essa 
dilatação os torna mais permeáveis e fluídos sanguíneos aumentam no local da infecção deixando a pele 
ao redor do ferimento avermelhada e quente. A maior permeabilidade também propicia inchaço, uma vez 
que fluídos dos vasos estão migrando para a área, isso é o que nós conhecemos por edema.
Como ocorre a passagem de fluídos sanguíneos para a região infectada, os fatores de coagulação estarão 
presentes no local. Uma vez no local da lesão e se nessa lesão houve sangramento, as plaquetas e os 
fatores de coagulam entram em ação com o objetivo de parar esse sangramento, do contrário todos nós 
morreríamos por hemorragia. Plaquetas e fatores de coagulação como fibrinas formam um coágulo no 
vaso sanguíneo lesado parando o sangramento.
Com a fagocitose dos agentes infectantes pelas células fagocitárias, restos celulares acabam sobrando 
no local, inclusive os próprios fagócitos que morrem durante o processo. Estes restos celulares e 
outras partículas que restaram de todo o processo formam um líquido branco ou amarelado conhecido 
popularmente por pus.
Inflamação Crônica 
Uma das primeiras coisas que podemos pensar sobre os processos de inflamações crônicas é que nem 
as células de defesa do sistema imunes, nem os patógenos são vencedores da batalha em andamento. 
Assim os agentes infectantes continuaram causando danos às células e tecidos atingidos e as células de 
defesa continuaram a destruir ou ao menos impedir a expansão da infecção para outros locais do corpo. 
O pus aqui poderá ser formado continuamente.
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DEFESAS MOLECULARES 
Interferon 
As moléculas de interferons são proteínas solúveis que foram identificadas como moléculas que 
“interferiam” nos processos pós-infecções. Elas são responsáveis por bloquearem novas infecções virais 
em outras células. Estudos mais aprofundados sobre essas moléculas levaram ao conhecimento de 
que seu funcionamento é sempre espécie-específico. Esse fato foi demostrado quando percebido que 
interferons produzidos por uma espécie não eram eficazes em outras espécies.
Os interferons não interferem diretamente com a replicação viral. A secreção destas moléculas é pequena 
e após produzi-las elas se espalham pelas células adjacentes que ainda não foram infectadas se ligando 
às suas superfícies. Esta ligação estimula as células a transcreverem genes específicos em moléculas de 
RNAm, que por sua vez passam a produzir proteínas enzimáticas. Estas proteínas sim interferem com a 
replicação viral e são chamadas proteínas antivirais. 
Estudos veem demostrando a importância dos interferons no tratamento contra cânceres. Algumas 
pesquisas comprovaram a redução de metástase, um mecanismo de deflagração das células cancerígenas 
pelo corpo, em um tipo de câncer ósseo por terapia com interferons após remoção por cirurgia e por 
radiação da maior parte do tecido canceroso.
Apesar dos benefícios das moléculas de interferons em nosso organismo, alguns micróbios já passaram 
a desenvolvem resistência. Os adenovírus humanos, por exemplo, possuem mecanismos de resistência 
eficientes contra os interferons combatendo a atividade das proteínas antivirais. Outros vírus como os 
da hepatite, por exemplo, são incapazes de estimular de forma adequada a produção de interferons nas 
células infectadas.
Sendo assim, podemos compreender que o uso terapêutico dos interferons não irão nos salvar de todos 
os tipos de infecções causadas por agentes infecciosos nem mesmo os mecanismos naturais de defesa 
conseguirão restringir os processos infecciosos apenas com a ativação do processo de produção de 
proteínas antivirais.
Veja o vídeo proposto no link abaixo, com duração de sete minutose dois segundos, e esclareça melhor 
seu entendimento sobre o funcionamento das moléculas de interferons no combate a partículas virais.
 Veja o vídeo: www.youtube.com
Aproveita para expandir seu conhecimento sobre as doenças causadas por vírus ou viroses mais comuns 
entre nós humanos.
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Sistema Complemento 
O sistema complemento é mais um dos mecanismos de defesa do nosso organismo. Ele compreende 
um grupo de 20 proteínas reguladoras que são produzidas pelo fígado e circulam no plasma sob a forma 
inativa. Apesar de ativado por reações imunológicas como acontece com alguns fatores de defesa 
específica, o sistema complemento funciona como imunidade inespecífica, pois seus efeitos são sempre 
os mesmos independentes dos agentes infeciosos.
Sua atividade é iniciada junto com os mecanismos de defesa inespecífica antes que o sistema inume 
específico seja ativado. Seu funcionamento acontece em cascata e de forma geral ele aumenta a 
fagocitose, destrói microrganismos, dentre os quais bactérias e vírus envelopados e gera fragmentos 
peptídicos que regulam as respostas inflamatórias e imunológicas.
Para melhor compreensão e aprofundamento do conhecimento à cerca deste elaborado conjunto de 
reações sugerimos a leitura do texto encontrado na descrição do link abaixo:
Sistema Complemento: ativação, regulação e deficiências congênitas e adquiridas: 
 
 Visite a Página: www.scielo.br
 
Neste texto você encontrará informações relevantes sobre os aspectos de defesa imunológica envolvendo 
o sistema complemento, dados sobre imunodeficiências primárias, os componentes presentes nas 
cascatas de reações, a descrição de proteínas que atuam na regulação dentro do sistema, receptores de 
membrana para as proteínas funcionais e doenças associadas com a deficiência dos componentes deste 
sistema.
 
Você já parou pra pensar o quanto somos sortudos por temos mecanismos de defesa tão eficientes como 
estes que acabamos de estudar?
Os agentes infecciosos: bactérias, vírus, vermes, protozoários, fungos, partículas estranhas e tantos 
outros invasores encontram grandes e elaborados mecanismos de defesa imunológica. Mesma assim 
porque ainda adoecemos?
Será por que essas defesas mesmo em grandes quantidades e com funções tão especiais não dão conta 
da luta contra esses micróbios?
Você poderá encontra as respostas para essa pergunta na própria pergunta!
Algumas vezes essas defesas falham no seu desempenho. Vimos que as defesas específicas entram em 
ação quando as inespecíficas não dão conta dos agentes infeciosos, outras vezes os próprios micróbios 
sofrem modificações engenhosas que garantem a eles uma sobrevida quando enfrentam o sistema imune. 
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Essas mudanças podem ainda se perpetuar passando de geração em reação então cada vez teremos 
micróbios ainda mais resistentes.
Reflita mais sobre isso e tire suas próprias conclusões!
 Acesse o Ambiente Virtual
Chegamos ao final de mais uma de nossas unidades da disciplina de Microbiologia e Imunologia.
Muito do que estamos tratando aqui são conhecimentos importantes devido à frequência com que eles 
se fazem presentes no nosso dia a dia. Eu espero que você esteja tirando o máximo de proveito desses 
conhecimentos para que assim possa lidar com eles durante o exercício de sua profissão e necessidades 
diárias.
Não esqueça: faça a leitura de todo o material (guia de estudo e livro texto). Você também pode fazer uso 
de materiais disponíveis na internet para incrementar a disciplina. 
Fazer as atividades disponíveis no ambiente virtual é de extrema importância, afinal de contas é com eles 
que podemos consolidar o aprendizado. Caso você tenha alguma dúvida, não deixe de entrar em contato 
com os tutores. 
Aguardo você na próxima unidade. Até logo!

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