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Microbiologia e Imunologia UNIDADE 3 1 MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA UNIDADE III Palavras do Professor Seja bem-vindo (a) ao Guia de Estudo, da Unidade III. Estamos próximos de finalizar nossos estudos e nesta unidade abordaremos como nosso organismo se comporta na presença de partículas estranhas que podem causar diversas doenças. Orientações da Disciplina Você irá estudar que nosso corpo é equipado por um verdadeiro arsenal de guerra preparado para entrar em combate contra ameaças minúsculas vivas e não vivas. Bactérias, vírus, protozoários, fungos e mesmo partículas estranhas podem ser identificadas pelos organismos do hospedeiro, como agentes estranhos com nome específico, e então dar-se início a um processamento de reações que tentaram bloquear ou mesmo destruir essas partículas. Saiba que você passará a conhecer daqui para frente nosso Sistema Imunológico, responsável pela guarda ininterrupta do nosso corpo. Você aprenderá como esse elaborado sistema se equipa para barrar as ameaças e veremos que tanto substâncias químicas quanto as próprias células do corpo podem ser utilizadas como soldados nessa guerra. Espero que ao finalizarmos o aprendizado proposto pelos guias III e IV, você esteja preparado para interpretar todo tipo de reação fisiológica a agentes patogênicos e que então, passe a encarar esses mecanismos que, às vezes podem não parecer tão benéficos, como algo de extrema importância para a vida. Bons estudos! Veja o vídeo! Como introdução à Imunologia e início da construção do seu conhecimento, assista ao vídeo, a seguir, com duração de vinte e cinco minutos e doze segundos: www.youtube.com Agora que você já inicíou seus estudos com essa breve introdução e visualização do vídeo. Daremos início ao nosso conteúdo da terceira parte de disciplina. 2 INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA A presença dos microrganismos em nosso corpo poderá causar danos ao funcionamento adequado do organismo, gerando infecção e/ou intoxicação. Assim nossas defesas, como as barreiras físicas, respostas imunológicas mediadas por células ou por substâncias agem nessas ocasiões, bloqueando e, na grande maioria das vezes destruindo os agentes estranhos responsáveis pelo risco. Se pudéssemos ter uma visão aumentada dos mecanismos que ocorrem dentro do nosso corpo veríamos que entre a causa e cura de doenças existe uma verdadeira guerra microscópica acontecendo. Os agentes infecciosos invadem e causam danos ao corpo, enquanto as células de defesa resistem às invasões por diversas formas que veremos aqui. Desde já é muito importante sabermos, e acredito que você concordará que todos nós possuímos uma “barreira de defesa” que nos protege dos ataques de muitos organismos perigosos. Somente quando essas barreiras falham nos tornamos susceptíveis às infecções por patógenos. Nosso corpo possui as defesas já mencionadas. Essas defesas podem ser classificadas em defesas Específicas e Inespecíficas. No diagrama abaixo podemos ver como essas barreiras de defesas estão organizadas. Diagrama 1 - Classificação das barreiras das defesas imunológicas - Fonte: Diagrama elaborado pelo professor Note que a primeira linha de defesa do nosso corpo inclui as barreiras físicas, que estão classificadas como defesas inespecíficas, ou seja, as barreiras que irão nos proteger no primeiro momento contra as agressões externas, geralmente por ruptura da continuidade da Pele e penetração de agentes infeciosos. Nos casos em que essas barreiras falham, nosso organismo irá acionar a segunda linha de defesa, que são classificadas também como inespecíficas, mas dessa vez irá incluir as nossas Células de Defesa como os eritrócitos, plaquetas e leucócitos. 3 Só depois que essas defesas iniciais entram em ação e não resolve, a infecção o organismo lança mão de suas Defesas Específicas que irão combater os agentes de forma particular, a depender do agente infeccioso. Iremos detalhar cada um destes mecanismos. Imunidade Inespecífica As defesas específicas do nosso sistema imunológico levam ao processamento de um conjunto elaborado de reações de defesas, portanto, precisam ser ativadas para que possam funcionar. A ocorrência de inúmeras ameaças ao organismo de qualquer pessoa não levará necessariamente ao desencadeamento dessa resposta elaborada, pois, inicialmente e na grande maioria das vezes, a resposta imune inicial, ou seja, a resposta imunológica inespecífica será suficiente para bloquear essas ameaças. Iremos detalhar como essa defesa inespecífica se arranja no combate às ameaças, quais suas características fundamentais e quais tipos de componentes trabalham para fazer com que esse mecanismo de defesa funcione eficientemente. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO INESPECÍFICO Um grande número de barreiras inespecíficas atua para impedir que agentes patogênicos penetrem no corpo do hospedeiro, algumas outras agem para bloquear inativas células ou agentes tóxicos que ultrapassam as barreiras iniciais quando essas barreiras falham em seu trabalho. Barreiras Físicas ü Pele A pele funciona como um revestimento, e por tanto, uma proteção física, uma verdadeira armadura no combate a entrada de agentes estranhos no organismo. Ela não somente está exposta aos agentes patogênicos e substâncias tóxicas como também às agressões do ambiente como: luz solar, calor, frio, cortes, arranhões, picadas de insetos e outros animais, queimaduras e ferimentos em geral. Além do seu papel de proteção no sistema imunológico, a pele, cumpre muito bem também o seu papel de órgão epitelial, somando atividades de regulação de temperatura, local de terminações nervosas entre outras. 4 ü Membranas mucosas O muco é uma substância de consistência viscose produzida e secretada por glândulas presentes em alguns outro tecidos de revestimento de órgãos. Em imunologia seu papel também será de grande importãncia como barreira de proteção assim como a pele. Exemplo Por exemplo, o muco das narinas e outras cavidades respiratórias além de barreiras mecânicas também eliminam micróbios por reflexos físicos. Barreiras Químicas Além de se enquadrarem como barreiras físicas o muco também pode ser descrito como barreira química, assim como outras substâncias como suco gástrico, saliva, lágrima, suor e os mecanismos de limitação do ferro. DEFESAS CELULARES Os mecanismos de defesa das barreiras iniciais de proteção, ou seja, as barreiras físicas e químicas cumprem grandemente seu papel na luta contra todos esses perigos, no entanto, muitas vezes apenas essa proteção não será suficiente para que você esteja constantemente protegido e livre da ocorrência de doenças causadas por esses micróbios. É nesse momento que entra em ação o nosso esquadrão elite de defesa: as células. O que fazer quando, apesar de todas as defesas primárias, micróbios penetram nessas defesas e atingem a corrente sanguínea ou tecidos e órgãos mais vulneráveis? Essa é uma pergunta que acredito você deve estar se fazendo agora. Pois é: apesar do revestimento da pele, do ambiente inóspito que ela propicia a presença de pêlos, as substâncias químicas de suor, saliva, lágrima e muco, apesar de tudo isso, ainda assim alguns micróbios contam com mecanismos que burlam todas essas barreiras e conseguem penetrar no organismo do hospedeiro. Imagine um corte na pele, um arranhão, uma picada de inseto, ou alguma substância química irritante que você tenha contato: são todas formas pelas quais os microrganismos podem se aproveitar para adentrar no nosso organismo, além de mecanismos próprios como enzimas que inativam substâncias produzidas por nós entre outros meios. 5 Ao acessar nosso organismo, esses micróbios acabam disparando um alarme que irá acionar as células responsáveis pela defesa de segunda ordem. Células de Defesa Você sabia? Você sabequais elementos formam nosso sangue? De que ele é composto? Será que apenas substâncias químicas? Não. Você sabia que o sangue é um tecido? E que como qualquer outro tecido ele é composto por células? O sangue apresenta em sua constituição 60% de plasma, a parte líquida, e 40% de células e fragmentos celulares que chamamos de elementos figurados. Os elementos figurados incluem os Eritrócitos que são as células vermelhas ou hemácias, as Plaquetas (fragmentos celulares) e os Leucócitos, também conhecidos como células brancas (as células de defesa). De acordo com as características celulares e padrão de coloração dos leucócitos podemos diferenciá-los em leucócitos Agranulócitos e Granulócitos. Veja na imagem abaixo como nossas células de defesa se originam e de que forma elas são subdividas: Figura 1 - Hematopoese - Fonte: http://cnx.org ??? 6 Todas as nossas células sanguíneas possuem uma célula ancestral comum: uma célula-tronco pluripotente. Na figura você irá encontrar essa célula no topo, como primeiro elemento. Abaixo dela podemos verificar a presença de duas outras células-tronco: a célula-tronco mielóide e a célula-tronco linfóide. As células-tronco mielóides darão origem a todas as células Granulócitos que participam das defesas inespecíficas do sistema imune, as células-tronco linfóides originaram o grupo de células especializadas que participam tanto do sistema imune inespecífico quanto do específico, são as células do grupo dos agranulócitos, os linfócitos. Os granulócitos apresentam grânulos no citoplasma e núcleo de forma irregular, lobado. Estão incluídos neste grupo: os Basófilos, os Eosinófilos e os Neutrófilos. Na tabela abaixo, você irá encontrar as substâncias produzidas por eles e suas funções: Células Granulócitos, suas substâncias e funções Célula Substância Função Basófilos Histamina Início da resposta inflamatória Eosinófilos Proteínas e Citocinas Regressão das reações inflamatória Neutrófilos Enzimas hidrolíticas Protegem a pele e as membranas mucosas Tabela 1 – Células Granulócitos, suas substâncias e funções. - Fonte: Elaborada pelo professor Guarde essa ideia! Os Neutrófilos são liberados na corrente sanguínea, a partir da medula óssea como elementos circulantes e após 7 dias e algumas horas migram para os tecidos ficando disponíveis por um período de 3 dias. Os Agranulócitos não apresentam grânulos em seu citoplasma e possuem núcleo arredondado, diferentemente dos Granulócitos. Esse grupo de células inclui os Monócitos e todos os Linfócitos inclusive algumas células indiferenciadas que foram agrupados dentro do grupo de células conhecidas por Natural Killer. Nesta próxima tabela encontraremos os mecanismos de ação e suas respectivas funções: Células Agranulócitos, suas atividades e funções. Célula Mecanismos de Ação Função Monócitos Fagocitose Proteção dos tecidos Linfócitos Produção de anticorpos Participam do sistema inume específico Células Natural Killer Ação citotóxica Participam do sistema inume específico Tabela 2 – Células Agranulócitos, suas atividades e funções. - Fonte: Elaborada pelo professor 7 Fagócitos Os fagócitos são um tipo particular de células envolvidas nos mecanismos de englobamento de partículas estranhas (antígenos). Neste grupo, são encontrados: os neutrófilos, um granulócito e os monócitos, um agranulócito. Eles são chamados de células fagocitárias, pois, eles literalmente engolem os microrganismos e partículas que penetram no hospedeiro. Estas células são verdadeiros guardas, vigilante do sistema inume. Circulam no corpo em busca de células infectantes ou restos celulares, assim que se depara com estas partículas elas os fagocitam e as removem dos tecidos. Células mortas também são alvos dos fagócitos. Eles são as primeiras células a atacarem micróbios e materiais estranhos que penetram em portas de entrada como ferimentos e lesões no tecido danificado. Mesmo ultrapassando esta barreira celular os micróbios e elementos estranhos irão encontrar uma segunda barreira de células fagocitárias (presentes no sangue) em tecidos mais profundos. Neutrófilos Os neutrófilos, também conhecidos por leucócitos polimorfonucleares, são produzidos na medula óssea por células em diferenciações chamadas mieloblastos, suprindo a necessidade de uma população circulante de neutrófilos no sangue de aproximadamente 50 bilhões. Figura 2 - Neutrófilos - Fonte: http://diariodebiologia.com/ Quando ocorre uma infecção estas células são as primeiras a migrarem para o local inativando bactérias e partículas infectantes. 8 Monócitos Monócitos maturados recebem outro nome: ao migrarem da corrente sanguínea para os tecidos os monócitos passam por uma série de mudanças e tornam-se Macrófagos. Estas células são maiores, como o próprio nome sugere e conseguem internalizar partículas também maiores, inclusive neutrófilos que morreram após ingerir bactérias. Sua locomoção ao local da infecção é lenta, porém eles são numerosos. Figura 3 - Monócitos - Fonte: https://mundobiomedicosp.files.wordpress.com Neutrófilos e macrófagos reunidos promovem a fagocitose quando ocorre uma infecção. Esse processo de englobamento de partículas e organismos infectantes ocorre em três etapas distintas, a saber: ü Localização dos organismos e partículas que promovem infecção: a localização do local de infecção pelos fagócitos é realizada por atração química, processo conhecido como quimiotaxia. Os organismos infectantes e também os tecidos danificados pela infecção secretam substâncias que acabam atraindo os fagócitos para o local da infecção. Os próprios fagócitos uma vez no local liberam uma substância química chamada citocina que atraem outras células para a defesa. Além das citocinas, as histaminas, já mencionadas anteriormente, liberadas por basófilos e mastócitos (granulócitos) também desempenham esse papel de atração. ü Aderência das células de defesa aos agentes infecciosos: a adesão dos agentes infectantes à membrana dos fagócitos é um mecanismo de defesa interessante. Graças a essa capacidade os fagócitos conseguem emitir pseudópodes (para maiores informações pesquise em: Gerard J. Tortora. Microbiologia. Artmed; ISBN 978-85-363-2698-6. p. 348) e, literalmente engolir as partículas. A aderência é um requisito importante para que os fagócitos consigam cumprir com seu papel de defesa no sistema inume, no entanto, algumas bactérias apresentam estruturas que conseguem escapar da aderência dos fagócitos: a cápsula é uma estrutura de revestimento, geralmente composta por polissacarídeos, que algumas células bacterianas apresentam como estrutura de resistência imunológica. A produção de anticorpos (imunoglobulinas) e proteínas do sistema completo são dois fatores importantes para reparo da capacidade de aderência em células que apresentam cápsula. Uma vez revestidas por esses fatores os fagócitos poderão ligar-se mais facilmente aos agentes infectantes e destruí-los por fagocitose. 9 ü Digestão das células e partículas fagocitadas: ao lançarem seus pseudópodes sobre as partículas infecciosas e as englobarem essas partículas serão internalizadas em estruturas denominadas fagossomos. Os fagossomos são bolsas contendo as partículas que foram ingeridas. Estas bolsas se fundiram aos lisossomos, organelas que contém enzimas digestivas e proteínas pequenas chamadas defensinas. Uma vez fundidos fagossomos e lisossomos originam fagolisossomos que são grandes bolsas nos citoplasmas dos fagócitos contendo as partículas que forem ingeridas + as enzimas e proteínas de digestão celular. As defensinas provocam orifícios nos micróbios enquanto as enzimas digestivas digerem todas as moléculas biológicas com as quais entram em contato. Dessa forma os micróbios infectantes são rapidamente destruídos e os restos celulares como aminoácidos, carboidratos e ácidosgraxos podem ser reaproveitados para a biossínteses de moléculas necessárias às células fagocíticas. Por motivos especiais iremos tratar brevemente sobre uma célula que promove a fagocitose de organismos que precisam ser destruídos fora das células fagocíticas. Os vírus e os vermes são micróbios parasitas que precisam ser destruídos extracelularmente. No caso dos vermes os Eosinófilos assumem o papel de defesa principal no corpo. Eles secretam uma enzima digestiva (proteína básica principal) sobre o verme e após sua destruição os eosinófilos fagocitam seus restos. Para o caso dos vírus que precisam ser destruídos antes de acessarem uma célula hospedeira, outro tipo celular (células Natural Killer) secreta proteínas citotóxicas que acabam matando os agentes virais. Sistema Linfático O sistema linfático é composto por uma rede ligada ao sistema cardiovascular e formado por vasos, nódulos, tecidos, órgãos e a linfa como pode ser visualizado na imagem abaixo. Figura 4 - Sistema linfático - Fonte: http://www.guia.heu.nom.br/images/Sistema_linfatico_.jpg 10 Os componentes primordiais deste sistema para a defesa imunológico do corpo são os órgãos linfóides. As células linfóides de defesa maturam-se nestes órgãos e muitos são lançados no sangue. Os linfócitos podem ser diferenciados em linfócitos B e linfócitos T: os linfócitos B diferenciam-se na medula óssea e migram para os linfonodos e o baço enquanto os linfócitos T sofrem diferenciação no timo após migrarem da medula e só depois migram para os linfonodos e baço. No sistema linfático os linfonodos são representados pelos intervalos ao longo dos vasos linfáticos. Eles se distribuem por todo o corpo e são muito numerosos no tórax, pescoço, axilas e virilha. A linfa é filtrada nesses linfonodos que acabam capturando todo o material identificado como estranho para depois serem destruídos pelos linfócitos que se encontram em grande número nesses locais. As amígdalas é outro órgão presente neste sistema com função de agregação de linfócitos. Contrariando o que você possa imaginar esses tecidos não são essenciais no combate às infecções, mas eles contribuem para as defesas inumes, uma vez que contem células B e T. Embora os tecidos linfáticos contenham células que fagocitam micróbios, quando em grande número impedindo sua destruição pelas células fagocitárias, os tecidos linfáticos podem tornar-se locais de infecção e tornassem-se inchados como sinais de doenças infecciosas. INFLAMAÇÃO A inflamação, aos olhos leigos, pode parecer um mecanismo que causa várias reações indesejáveis e, de fato, isso ocorre mesmo. No entanto este é um processo que evidencia a infecção e ajuda no combate da mesma. Você recorda a última vez que sofrem um ferimento? Lembra se este ferimento cicatrizou rápido? Ou ele tornou-se inchado, doloroso, com aspecto avermelhado? Se isto aconteceu você já esteve diante um processo inflamatório e certamente você já passou por isso inúmeras vezes. Vamos aprender um pouco mais sobre este curioso acontecimento! Características Os processos inflamatórios nada mais são do que uma resposta do sistema inume às infecções que ocorrem no nosso corpo. Mas, além disso, ela pode acontecer por simples danos físicos como: cortes, queimaduras, choques elétricos ou mesmo ao entrarmos em contato com substâncias tóxicas. 11 Inflamação Aguda Na inflamação aguda a batalha entre as células de defesa e os agentes infecciosos logo termina com vitória das células de defesa do sistema imune. Normalmente o processo logo cessa e o local da infecção entra em processo de cicatrização. Neste processo ocorre morte dos micróbios da infecção, limpeza dos tecidos dos restos celulares e reparo dos tecidos danificados. Não podemos deixar de mencionar que: quando as células fagocíticas se acumulam no local da infecção para fagocitoses dos agentes infectantes elas passam também a liberar enzimas líticas que por sua vez acabam danificando células dos tecidos vizinhos saudáveis. Nesse momento os basófilos e mastócitos passam a secretar histamina que tem todos os sintomas verificados na inflamação. A histamina se difunde pelos capilares e provoca a dilatação dos vasos, essa dilatação os torna mais permeáveis e fluídos sanguíneos aumentam no local da infecção deixando a pele ao redor do ferimento avermelhada e quente. A maior permeabilidade também propicia inchaço, uma vez que fluídos dos vasos estão migrando para a área, isso é o que nós conhecemos por edema. Como ocorre a passagem de fluídos sanguíneos para a região infectada, os fatores de coagulação estarão presentes no local. Uma vez no local da lesão e se nessa lesão houve sangramento, as plaquetas e os fatores de coagulam entram em ação com o objetivo de parar esse sangramento, do contrário todos nós morreríamos por hemorragia. Plaquetas e fatores de coagulação como fibrinas formam um coágulo no vaso sanguíneo lesado parando o sangramento. Com a fagocitose dos agentes infectantes pelas células fagocitárias, restos celulares acabam sobrando no local, inclusive os próprios fagócitos que morrem durante o processo. Estes restos celulares e outras partículas que restaram de todo o processo formam um líquido branco ou amarelado conhecido popularmente por pus. Inflamação Crônica Uma das primeiras coisas que podemos pensar sobre os processos de inflamações crônicas é que nem as células de defesa do sistema imunes, nem os patógenos são vencedores da batalha em andamento. Assim os agentes infectantes continuaram causando danos às células e tecidos atingidos e as células de defesa continuaram a destruir ou ao menos impedir a expansão da infecção para outros locais do corpo. O pus aqui poderá ser formado continuamente. 12 DEFESAS MOLECULARES Interferon As moléculas de interferons são proteínas solúveis que foram identificadas como moléculas que “interferiam” nos processos pós-infecções. Elas são responsáveis por bloquearem novas infecções virais em outras células. Estudos mais aprofundados sobre essas moléculas levaram ao conhecimento de que seu funcionamento é sempre espécie-específico. Esse fato foi demostrado quando percebido que interferons produzidos por uma espécie não eram eficazes em outras espécies. Os interferons não interferem diretamente com a replicação viral. A secreção destas moléculas é pequena e após produzi-las elas se espalham pelas células adjacentes que ainda não foram infectadas se ligando às suas superfícies. Esta ligação estimula as células a transcreverem genes específicos em moléculas de RNAm, que por sua vez passam a produzir proteínas enzimáticas. Estas proteínas sim interferem com a replicação viral e são chamadas proteínas antivirais. Estudos veem demostrando a importância dos interferons no tratamento contra cânceres. Algumas pesquisas comprovaram a redução de metástase, um mecanismo de deflagração das células cancerígenas pelo corpo, em um tipo de câncer ósseo por terapia com interferons após remoção por cirurgia e por radiação da maior parte do tecido canceroso. Apesar dos benefícios das moléculas de interferons em nosso organismo, alguns micróbios já passaram a desenvolvem resistência. Os adenovírus humanos, por exemplo, possuem mecanismos de resistência eficientes contra os interferons combatendo a atividade das proteínas antivirais. Outros vírus como os da hepatite, por exemplo, são incapazes de estimular de forma adequada a produção de interferons nas células infectadas. Sendo assim, podemos compreender que o uso terapêutico dos interferons não irão nos salvar de todos os tipos de infecções causadas por agentes infecciosos nem mesmo os mecanismos naturais de defesa conseguirão restringir os processos infecciosos apenas com a ativação do processo de produção de proteínas antivirais. Veja o vídeo proposto no link abaixo, com duração de sete minutose dois segundos, e esclareça melhor seu entendimento sobre o funcionamento das moléculas de interferons no combate a partículas virais. Veja o vídeo: www.youtube.com Aproveita para expandir seu conhecimento sobre as doenças causadas por vírus ou viroses mais comuns entre nós humanos. 13 Sistema Complemento O sistema complemento é mais um dos mecanismos de defesa do nosso organismo. Ele compreende um grupo de 20 proteínas reguladoras que são produzidas pelo fígado e circulam no plasma sob a forma inativa. Apesar de ativado por reações imunológicas como acontece com alguns fatores de defesa específica, o sistema complemento funciona como imunidade inespecífica, pois seus efeitos são sempre os mesmos independentes dos agentes infeciosos. Sua atividade é iniciada junto com os mecanismos de defesa inespecífica antes que o sistema inume específico seja ativado. Seu funcionamento acontece em cascata e de forma geral ele aumenta a fagocitose, destrói microrganismos, dentre os quais bactérias e vírus envelopados e gera fragmentos peptídicos que regulam as respostas inflamatórias e imunológicas. Para melhor compreensão e aprofundamento do conhecimento à cerca deste elaborado conjunto de reações sugerimos a leitura do texto encontrado na descrição do link abaixo: Sistema Complemento: ativação, regulação e deficiências congênitas e adquiridas: Visite a Página: www.scielo.br Neste texto você encontrará informações relevantes sobre os aspectos de defesa imunológica envolvendo o sistema complemento, dados sobre imunodeficiências primárias, os componentes presentes nas cascatas de reações, a descrição de proteínas que atuam na regulação dentro do sistema, receptores de membrana para as proteínas funcionais e doenças associadas com a deficiência dos componentes deste sistema. Você já parou pra pensar o quanto somos sortudos por temos mecanismos de defesa tão eficientes como estes que acabamos de estudar? Os agentes infecciosos: bactérias, vírus, vermes, protozoários, fungos, partículas estranhas e tantos outros invasores encontram grandes e elaborados mecanismos de defesa imunológica. Mesma assim porque ainda adoecemos? Será por que essas defesas mesmo em grandes quantidades e com funções tão especiais não dão conta da luta contra esses micróbios? Você poderá encontra as respostas para essa pergunta na própria pergunta! Algumas vezes essas defesas falham no seu desempenho. Vimos que as defesas específicas entram em ação quando as inespecíficas não dão conta dos agentes infeciosos, outras vezes os próprios micróbios sofrem modificações engenhosas que garantem a eles uma sobrevida quando enfrentam o sistema imune. 14 Essas mudanças podem ainda se perpetuar passando de geração em reação então cada vez teremos micróbios ainda mais resistentes. Reflita mais sobre isso e tire suas próprias conclusões! Acesse o Ambiente Virtual Chegamos ao final de mais uma de nossas unidades da disciplina de Microbiologia e Imunologia. Muito do que estamos tratando aqui são conhecimentos importantes devido à frequência com que eles se fazem presentes no nosso dia a dia. Eu espero que você esteja tirando o máximo de proveito desses conhecimentos para que assim possa lidar com eles durante o exercício de sua profissão e necessidades diárias. Não esqueça: faça a leitura de todo o material (guia de estudo e livro texto). Você também pode fazer uso de materiais disponíveis na internet para incrementar a disciplina. Fazer as atividades disponíveis no ambiente virtual é de extrema importância, afinal de contas é com eles que podemos consolidar o aprendizado. Caso você tenha alguma dúvida, não deixe de entrar em contato com os tutores. Aguardo você na próxima unidade. Até logo!