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RESUMO DIREITO PENAL IV

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RESUMO DIREITO PENAL IV
 Furto (art 155): subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
Coisa = algo que tem valor econômico ou afetivo;
Deve ser alheia, ou seja, de outra pessoa
Não exige identificação da vítima.
Dolo:
Não admite a modalidade culposa;
Finalidade de apossamento definitivo do bem.
Consumação: dois entendimentos:
Consumação ocorre no momento em que o objeto é retirado da vítima e ingressa na posse do agente;
Ocorre somente se o agente obtiver a posse tranqüila da coisa.
O furto sempre se consuma se houver a perda do bem subtraído e a prisão em flagrante não impede a consumação.
Furto de Uso: não é crime. Requisitos:
Devolução rápida da coisa;
Restituição sem danos no objeto e no mesmo local onde foi retirada, antes que a vítima perceba;
Finalidade exclusiva de apenas usar o bem.
Furto famélico: situação de extrema necessidade, para saciar a fome. Devem estar presentes requisitos do art. 24 (estado de necessidade)
Furto noturno (art. 155, § 1º): aumenta-se a pena em 1/3 se o furto é praticado durante o repouso noturno. Só se aplica ao furto simples, não ao qualificado. Repouso noturno é definido de acordo com os costumes locais. Dois entendimentos:
 Praticado em casa habitada e com os moradores repousando;
Exige-se somente que o furto ocorra em período de repouso noturno, pois o que se protege é o patrimônio.
Furto privilegiado (art 155, § 2º): reduz-se a pena de 1/3 a 2/3, de reclusão para detenção ou se aplica somente multa se:
O agente for primário, ou seja, não reincidente no crime de furto;
Coisa for de pequeno valor, ou seja, não superior a 1 salário-mínimo (valor ínfimo, réu pode ser absolvido pelo princípio da insignificância).
Furto de energia (155, § 3º): ou qualquer outro meio de energia. Equipara-se à coisa móvel.
Furto qualificado (155, §4º): quatro hipóteses:
Destruição ou rompimento de obstáculo para subtrair a coisa;
Furto praticado com abuso de confiança (provar existência de vínculo de confiança agente-vítima), fraude (não se confunde com estelionato), escalada (acesso ao imóvel ocorrer de forma anormal) ou destreza (habilidade física ou manual para não se perceber o furto);
Emprego de chave falsa (todo instrumento destinado a abrir fechaduras);
Concurso de duas ou mais pessoas:
Necessário que ambos estejam presentes no local do crime e executem o crime;
Não se exige que os co-autores estejam no local do crime.
Furto de veículo automotor (155, § 5º): pena de 3 a 8 anos se o veículo for transportado para outro Estado ou Exterior. Não incide as qualificadoras do § 4º.
Furto de coisa comum (156): praticado por condômino, co-herdeiro ou sócio, daquela parte que não lhe é comum.
Roubo (157): subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante violência ou grave ameaça. Crime complexo = furto + constrangimento ilegal ou furto + violência.
Meios de execução:
Grave ameaça: promessa de prática de um mal. Deve ser grave, de acordo com a condição pessoal da vítima;
Violência física: lesões leves e vias de fato são absorvidos pelo roubo. Deve haver lesão;
Meios que reduzem a possibilidade de resistência da vítima: bebida alcoólica, narcóticos, etc, desde que a vitima não tenha se colocado nas situações.
Não se admite o princípio da insignificância, em razão da violência e gravidade do crime;
Não se admite o roubo de uso.
Consumação:
Consuma-se quando, após o emprego da violência, o agente retira o objeto da posse da vítima, não se exigindo a posse tranqüila do bem;
Só ocorrerá se o agente obtém a posse tranqüila do bem. Enquanto o agente estiver sendo perseguido, haverá apenas tentativa de roubo.
Roubo impróprio (157, § 1º):
Próprio: emprego de violência, ameaça antes da execução do crime;
Impróprio: emprego de violência ou grave ameaça logo depois de subtraída a coisa, a fim de assegurar a impunidade do crime. Requisitos:
Efetiva retirada da coisa (furto consumado);
Emprego de violência ou grave ameaça logo após a subtração;
Finalidade de assegurar a impunidade do crime (evitar a prisão) ou assegurar a detenção da coisa.
Concurso de crimes:
Assalto a várias pessoas da mesma família, o patrimônio é único e haverá crime único;
Assalto a pessoa detentora da posse de bens próprios e de terceiros, haverá crime único;
Assalto a várias pessoas, levando bens de todos, no mesmo contexto, haverá concurso formal (vários crimes decorrentes do mesmo ato) de crimes.
Aumento de penas (157, § 2º): aumenta-se a pena de 1/3 até a metade:
Houver emprego de arma;
Concurso de duas ou mais pessoas;
Vítima em serviço de transporte de valores e o agente tem ciência dessa circunstância;
Subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado;
Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
Roubo qualificado (lesões graves) (157, § 3º): lesões leves são absorvidas. Não é crime hediondo. Não se aplica o aumento de pena do § 2º.
Latrocínio (157, § 3º): roubo seguido de morte. É crime hediondo. É crime contra o patrimônio e não contra a vida. Hipóteses de consumação:
Subtração consumada e morte consumada: latrocínio consumado;
Morte tentada e subtração tentada: tentativa de latrocínio;
Subtração consumada e morte tentada: tentativa de latrocínio;
Subtração tentada e morte consumada: latrocínio consumado (sumula 610, STF).
Extorsão: constranger alguém a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa, mediante violência ou grave ameaça. Tem por finalidade obter vantagem econômica ilícita.
Simples (158, caput): crime contra o patrimônio. Complexo, pois protege o patrimônio e a integridade física e a liberdade. Crime formal: consuma-se independente da obtenção da vantagem indevida.
Aumenta-se a pena em 1/3 até a metade:
Crime é cometido por duas ou mais pessoas;
Crime cometido com emprego de arma.
Extorsão qualificada (158, § 3º - seqüestro relâmpago): restrição da liberdade da vítima, desde que seja condição necessária para obtenção da vantagem econômica.
Extorsão mediante seqüestro (159): seqüestrar alguém com a finalidade de se obter qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Crime formal.
Dolo: consiste na vontade ou finalidade especial de seqüestrar alguém para obter vantagem econômica.
Consumação: com a privação da liberdade da vítima, desde que provada à intenção de obter vantagem econômica.
Extorsão indireta (160): exigir ou receber como garantia de dívida, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vitima. Consuma-se com a simples exigência do documento.
Dano (163): destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. Pode ser móvel ou imóvel. Destruição pode ser parcial ou total. Crime subsidiário se não caracterizar crime mais grave ou outro descrito em lei especial. Não há previsão culposa. Finalidade especial de causar prejuízo (implícito na ação criminosa, o CP não fala expressamente).
Será qualificado:
Dano praticado com violência ou grave ameaça a pessoa (só incide se a violência empregada foi necessária para praticar o dano);
Uso de substância inflamável ou explosiva;
Dano contra patrimônio público;
Dano acusado por motivo egoístico (ódio, inveja) ou com prejuízo considerável (de acordo com a condição pessoal da vítima) para a vítima.
Usurpação (161)
Usurpação de imóvel (161, “caput”): suprimir (apagar linha divisória) ou deslocar marca ou sinal que indica linha divisória para apropriar-se de coisa imóvel alheia. Procura-se impedir o apossamento da propriedade alheia. Consuma-se com a simples supressão ou deslocamento da linha divisória.
Usurpação de águas (161, I): desviar ou represar, em proveito próprio ou alheio, águas alheias. Protege-se as águas represadas ou correntes (não as conservadas em recipientes), consideradas imóveis por serem parte líquida do solo.
Esbulho possessório (161, II): protege-se a posse de coisa alheia imóvel que venha a ser invadida injustamente por terceiro. Requisitos:
Invasão de imóvel;
Emprego de violência ou grave ameaça, ou concurso de duas ou mais pessoas (agente+ 3);
Finalidade específica de retirar a posse do legítimo possuidor e ocupar o imóvel.
Apropriação indébita (168): apropriar-se (fazer sua a coisa de outrem, comportando-se como se fosse dono) de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção. Somente bens móveis podem ser objeto do crime.
Dolo: consiste na intenção de se apropriar da coisa de forma definitiva como se fosse dono. Não há crime na hipótese de simples inadimplemento contratual (contrato disciplina as conseqüências da não devolução do bem. Ex: locação de DVD).
Aumento de pena (168, § 1º): aumentam-se em 1/3 quando o agente recebe a coisa:
Em depósito necessário, ou seja, desempenho de obrigação legal ou em razão de calamidade pública;
Na qualidade de tutor, curador, administrador da falência, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial (nomeado pelo juiz);
Coisa recebida em razão de emprego, ofício ou profissão, desde que exista nexo na relação de trabalho e a posse do objeto, além de justificada confiança da vítima.
Privilégio (170): aplicam-se os privilégios previstos para o crime de furto.
Estelionato (171): obter para si ou para outrem, vantagem ilícita em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício (fraude material. Ex: falsificação), ardil (fraude intelectual. Ex: mentira) ou outro meio fraudulento. Protege-se o patrimônio e a boa-fé dos negócios.
Meios de execução: meio empregado deve ser idôneo para iludir ou enganar a vítima (deve ser analisado em cada caso), vantagem procurada deve ser econômica. Caracteriza o crime e para que seja consumado deve ser comprovado o prejuízo patrimonial da vítima. Consuma-se com a obtenção da vantagem econômica indevida.
Sujeitos: crime comum (sujeito ativo pode ser qualquer pessoa). Vítima é aquela que sofre o prejuízo e deve ser sempre determinada. Reparação do dano antes do recebimento da denúncia não exclui o crime, pois o estelionato consuma-se no momento em que é obtida a indevida vantagem patrimonial.
Dolo: consiste na vontade de obter a vantagem ilícita. Intenção de praticar a fraude pode surgir antes ou durante a execução do crime.
Privilégio (171, § 1º): aplica-se o mesmo privilégio do crime de furto se o criminoso for primário e o prejuízo for de pequeno valor.
Aumento de pena (171, § 3º): aumenta em 1/3 se o crime for praticado contra entidade de direito público ou instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
Concurso de crimes:
Se o agente falsificar documento para praticar o estelionato;
Aquele que desvia água ou corrente elétrica antes de passar pelo registro pratica furto. Mas se alterar o medidor para diminuir o valor da conta, pratica uma fraude e responderá por estelionato;
No estelionato, a vítima enganada entrega espontaneamente o produto; no furto com fraude, a vítima não percebe a subtração.
Duplicata simulada (172): consiste em emitir (produzir o documento e colocá-lo em circulação) fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponde com a mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. Se a emissão da duplicata desde o início foi para obter vantagem ilícita, será absorvido pelo estelionato. Consuma-se com a emissão do título, não se exige a comprovação do prejuízo da vítima. Não há crime se o agente agiu com culpa.
Abuso de incapaz (173): abusar da necessidade ou inexperiência de menor ou da debilidade mental de outrem, induzindo-os a praticar ato que produz efeitos jurídicos. Protege-se o patrimônio dos menores. Consuma-se quando a vítima pratica o ato e não com o mero induzimento. Não exige que o agente obtenha proveito econômico ou que a vítima sofra prejuízo. O agente deve se aproveitar da situação de necessidade e inexperiência do menor, ou seja, imaturidade.
Receptação (180): adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa (somente objeto móvel) que sabe ser produto de crime. Pressuposto que haja crime anterior, de qualquer espécie (não pode ser contravenção).
Receptação própria (180, “caput”, 1ª parte): adquirir, receber, transportar, conduzir (dirigir, carregar) ou ocultar coisa que sabe ser produto de crime. Não importa se a aquisição foi gratuita ou onerosa;
Imprópria (180, “caput”, 2ª parte): influir (convencer) que terceiro de boa-fé adquira o bem. Não há modalidade culposa.
Sujeito ativo: não será sujeito ativo o co-autor ou partícipe do crime anterior. Advogado que recebe produto de crime a título de pagamento de honorários pratica receptação.
Dolo: só admite dolo direto (há dúvida, a receptação será culposa). Fim especial de obter proveito próprio ou alheio.
Receptação qualificada (180, §§ 1º e 2º): no exercício de atividade comercial ou industrial;
Receptação privilegiada (180, § 5º): aplica-se o privilégio previsto para o furto. Não se aplica na receptação qualificada.
Receptação culposa (180, § 3º): coisa que deve presumir-se obtida de crime em razão:
Natureza da coisa oferecida;
Desproporção entre valor e preço;
Condição de quem ofereceu a coisa.
Imunidades nos crimes contra o patrimônio:
Absoluta (181): é isento de pena:
Cônjuge, durante a constância da sociedade conjugal;
Ascendente ou descendente seja legítimo ou ilegítimo, civil ou natural.
Relativa (182): exige-se representação da vítima se o crime for praticado por:
Cônjuge, separado judicialmente (não divorciado);
Irmãos;
Tio ou sobrinho, com quem o agente coabita (mora junto).
Exclusão das imunidades (183): não se aplicam as imunidades:
Crimes de roubo, extorsão ou outros com emprego de violência ou grave ameaça;
Terceiro estranho que participa do crime;
Vítima tem 60 anos ou mais na data do crime.
Crime contra sentimento religioso e respeito aos mortos:
Ofensa em razão da função religiosa (208, 1ª parte): ridicularizar alguém por motivo de crença ou função religiosa. Deve ser dirigida à pessoa determinada.
Impedir ou perturbar cerimônia ou culto (208, 2ª parte): intuito de impedir ou tumultuar cerimônia ou culto, independentemente do motivo. Crime material, somente se consuma com o efetivo impedimento ou perturbação.
Vilipendiar ato ou objeto de culto (208, 3ª parte): tratar com desprezo ou de modo ultrajante. Exige-se que seja praticado em público. Se há emprego de violência, aumenta-se a pena em 1/3.
Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária (209): crime vago, sujeito passivo é a coletividade. Dolo específico em ultrajar a memória do morto.
Violação de sepultura (210): consiste em violar (abrir, destruir) ou profanar (tratar com desprezo) sepultura ou urna funerária. Cadáver deve ficar exposto para consumar o crime. Dolo específico de faltar com respeito aos mortos.
Destruição de cadáver (211): destruir, subtrair ou ocultar cadáver (não é esqueleto ou feto) ou parte dele. Concurso material entre homicídio e ocultação (ofendem bens jurídicos diferentes).
Vilipêndio a cadáver (212): ultrajar, desrespeitar. Concurso formal entre violação de sepultura e vilipêndio ao cadáver.

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