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Crimes contra o patrimônio

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1 
Crimes contra o 
 Patrimônio 
 
Produzido por: Giovanna Calvano 
Fonte: Aulas do prof. Érico Palazzo - Direito Penal (Parte Especial) para Concursos (GranCursos Online) 
 
Disposições gerais ........................................................................................................................................................ 2 
Furto ............................................................................................................................................................................. 2 
Espécies de furto ....................................................................................................................................................... 4 
Furto qualificado (§4º): ............................................................................................................................................. 5 
Qualificadoras fora do §4º (Lei 13.654/2018) .......................................................................................................... 6 
Furto de coisa comum ................................................................................................................................................. 7 
Roubo ........................................................................................................................................................................... 8 
Roubo próprio ........................................................................................................................................................... 8 
Roubo Impróprio ....................................................................................................................................................... 8 
Roubo circunstanciado .............................................................................................................................................. 9 
Roubo qualificado – Crimes qualificados pelo resultado........................................................................................ 12 
Extorsão ..................................................................................................................................................................... 13 
Extorsão qualificada ................................................................................................................................................ 14 
Extorsão mediante sequestro (ou cárcere privado) ................................................................................................ 14 
Qualificadoras: ........................................................................................................................................................ 15 
Extorsão indireta ....................................................................................................................................................... 15 
Dano ........................................................................................................................................................................... 15 
Dano qualificado ..................................................................................................................................................... 16 
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia ................................................................................... 16 
Apropriação indébita ................................................................................................................................................ 16 
Circunstanciada ou Majorada .................................................................................................................................. 17 
Apropriação privilegiada ......................................................................................................................................... 17 
Apropriação indébita previdenciária (168-A) ......................................................................................................... 17 
Apropriação de coisa havida ................................................................................................................................... 18 
Estelionato ................................................................................................................................................................. 18 
Circunstanciado ....................................................................................................................................................... 20 
Contra idoso ............................................................................................................................................................ 20 
Outras fraudes ........................................................................................................................................................... 21 
Receptação ................................................................................................................................................................. 21 
 
 2 
Disposições gerais 
• ESCUSA ABSOLUTÓRIA (Imunidade ABSOLUTA/MATERIAL - 181): Imunidades penais 
absolutas – o agente NÃO RESPONDE pelo delito; 
o Fato típico, ilícito, praticado por agente culpável, mas isento de pena por motivos de 
POLÍTICA CRIMINAL; 
o Ascendente ou descendente; cônjuges (durante a sociedade conjugal) – prioriza-se a 
solução dentro das relações familiares; 
o Se aplica à UNIÃO ESTÁVEL? 
▪ NÃO – o Código foi claro; 
▪ SIM – analogia in bonam partem; o art. 226 da CRFB considera como família; 
o Adolescente infrator: APLICA-SE1; 
o Parentesco por afinidade: NÃO se aplica2; 
o Faltará justa causa para ajuizar a ação; 
• AÇÃO PENAL CONDICIONADA (Imunidade RELATIVA/PROCESSUAL – 182): situações em 
que crimes de ação penal pública incondicionada passam a depender de representação; 
o Cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
o Irmão; 
o Tio ou sobrinho com quem o agente coabite – ainda que o delito tenha sido praticado fora 
da residência; 
• EXCEÇÕES (183) 
o Roubo e extorsão ou com emprego de violência; 
▪ Compatibilização entre a Lei Maria da Penha (violência patrimonial) e as 
escusas: uma parcela da doutrina entende que não é cabível quando a mulher for SP e 
outra (+STJ3) é no sentido de que a 11.340 não revogou o artigo; 
o Imunidade SUBJETIVA – coautor ou partícipe; 
o Maior de 60 anos; 
Furto 
• Subtrair = se assenhorar definitivamente (animus furandi); definitivamente não significa “para 
sempre”; 
• NÃO admite a forma culposa; 
• Pena: 01 a 04 anos + multa; 
o Médio potencial ofensivo, cabe SCP; 
o O próprio delegado pode conceder fiança; 
• Sujeitos: 
o Ativo: crime COMUM; 
o Passivo: crime COMUM (proprietário ou possuidor); 
o Objeto material: coisa alheia móvel. Não pode ser objeto material: 
 
1 No caso de ato infracional equiparado a crime contra o patrimônio, é possível que o adolescente seja beneficiado pela escusa 
absolutória prevista no art. 181, II, do CP. STJ. 6ª Turma. HC 251681-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 3/10/2013 
(Info 531) 
2 STJ, Resp 1.709.971/RS, julgado em 01/03/2018 
3 STJ, 2014: RHC 42918/RS 
Antes do casamento
•Ação penal 
pública 
incondicionada
Casado
•Escusa 
absolutória 
ABSOLUTA
Separado 
judicialmente
•Ação penal 
pública 
CONDICIONADA
Divorciado
•Ação penal 
pública 
incondicionada
 3 
• Momento de consumação: havia uma discussão grande, mas atualmente está pacificado. 
o Súmula 582 do STJ: “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida 
à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a 
posse mansa e pacífica ou desvigiada.” 
o Teorias: 
Concretatio Basta o toque, não exige inversão da posse. 
Apprehensio ou Amotio 
(adotada) 
Exige-se a inversão possessória, ainda que momentânea. Nãorequer que a posse seja mansa e pacífica; 
Ablatio Inversão da posse + transporte da coisa para fora da esfera de 
vigilância da vítima 
Ilatio Inversão da posse + transporte da coisa para local seguro 
 
• Elementares: 
o Coisa alheia: coisa pertencente (proprietário ou possuidor) a alguém; 
Bem próprio em posse de outra 
pessoa 
NÃO é furto (não preenche a elementar “própria”) 
Coisa não pertencente a ninguém 
– res nullius ou res derelicta 
NÃO é furto 
Cadáver Se pertencente a alguma instituição, é furto. 
Caso contrário, o crime é do art. 211; 
Bens do falecido (joias no caixão) HÁ furto: os bens pertencem aos herdeiros, que são 
sujeitos passivos; 
Sujeito passivo não identificado não obsta a persecução penal, dado que é crime de ação 
pública incondicionada4; 
o Coisa móvel: 
▪ Bens CORPÓREOS, que podem ser transportados de um local para o outro; 
semoventes 
▪ Bens imóveis NÃO podem ser furtados; 
▪ Bens imateriais NÃO podem ser furtados – músicas, logomarcas etc: violação de 
direito autoral; 
• Situações importantes: 
Furto de uso Não se verifica animus furandi, desde que: 
a) Uso por tempo DETERMINADO; 
b) Restituição imediata (após o uso) e espontânea; 
c) (para alguns autores) Restituição antes que a vítima perceba; 
d) Coisa infungível (furto de uso de bem fungível = furto); 
Furto Famélico Não configura crime de furto: excludente de ilicitude (estado de 
necessidade); 
Ladrão que furta 
ladrão 
Há crime de furto. Mas quem é o sujeito passivo? O dono da coisa ou o 1º 
ladrão? A vítima proprietária da coisa (para ambos os furtos) 
Subtração por 
arrebatamento 
Há crime de furto, não de roubo – é o furto que envolve contato físico 
(esbarrão, por ex.) 
Sistema de 
vigilância e crime 
impossível 
Súmula 567 do STJ - Sistema de vigilância realizado por monitoramento 
eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento 
comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. 
O momento de consumação que é um pouco controvertido: quando se inicia 
a inversão da posse? Saída do estabelecimento? Captura no estacionamento? 
 
 
4 Ressalvadas as hipóteses do art. 182, CP; 
 4 
Espécies de furto 
• Furto noturno ou circunstanciado (§1º): parte da premissa de que há menos vigilância durante esse 
período; 
o Causa de aumento de pena – 1/3; 
o Não se admite a SCP, nem pode ser arbitrada fiança pelo delegado; 
o Conceito de furto noturno (elemento normativo do tipo): leva em conta os costumes locais; 
o NÃO leva em conta as características do sujeito passivo (Ex.: vigilante noturno que dorme 
durante o dia – embora esteja em repouso, não incide a causa de aumento); 
o É aplicável a estabelecimentos comerciais? Recintos abertos? Residências 
desabitadas? SIM (. (AgRg no Resp 1726761/SC – 2019 e Resp 1738084/RS – 2018); 
o É aplicável apenas ao caput? NÃO – O STJ já entendeu que se aplica a furto qualificado 
ou privilegiado (AgRg no Resp 1846782/DF - 2019) 
• Furto privilegiado (§2º): 
o DIREITO SUBJETIVO: Não é discricionário em relação à aplicação, apenas em relação 
aos efeitos; 
o Requisito subjetivo: primariedade (maus antecedentes não obstam); 
o Requisito objetivo: não excede a um salário mínimo (construção doutrinária); 
o Efeitos: 
▪ Reclusão → detenção (cumulável com diminuição de pena); 
▪ Diminuição de pena (1 a 2/3) – cumulável com a mudança da espécie de PPL; 
▪ Aplicação da pena de multa APENAS; 
o É compatível com o furto noturno? SIM: majoração de 1/3 + aplicação de um dos 
benefícios; 
o NÃO se confunde com o princípio da insignificância; 
▪ Insignificância não pode ser aplicado quando há violência ou grave ameaça; quando a 
coisa tiver valor sentimental; 
▪ Leva em conta a condição econômica da vítima, perfil do autor, consequência e 
modus operandi; 
 Furto privilegiado Bagatela própria 
Limite do 
valor da res 
Até 1 salário mínimo e desde 
que o agente seja primário 
Em regra, até 10% do salário 
mínimo (HC 396785/SC, julgado 
em 20/06/2017) 
Natureza 
jurídica 
Causa de redução de pena 
Causa de excludente de 
TIPICIDADE supra legal (exclui a 
tipicidade material) 
Observação 
Pode ser aplicado a furto de 
objeto com valor inferior a 
10% do salário mínimo, 
quando o princípio da 
insignificância se mostrar 
inaplicável ao caso concreto. 
Entretanto, o valor da coisa é 
apenas um dos requisitos do 
princípio da insignificância. O juiz 
deve analisar se, no caso concreto, 
os demais requisitos objetivos não 
forem preenchidos. 
Reincidência Obsta o reconhecimento 
Não é aplicado em regra, mas 
PODE ser reconhecido 
Furto 
qualificado 
Pode ser aplicado 
Pode ser aplicado (Informativo 793 
do STF, HC 123108) 
 
• Furto de energia (§3º): 
o Energia é bem móvel, de acordo com o CC → Art. 83. Consideram-se móveis para os 
efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; 
▪ Energia elétrica, radioativa, genética (sêmen); 
 5 
o Norma penal explicativa; 
o Ligação clandestina de TV a cabo: é equiparada à energia? 
▪ STF: Conduta ATÍPICA – HC 97.261/RS; 
▪ STJ: Conduta TÍPICA – REsp n1.123.747/RS; 
o “Gato” de energia elétrica: estelionato ou furto? 
▪ Se o agente “puxa fios” = FURTO DE ENERGIA; 
▪ Se o agente altera o medidor = ESTELIONATO: a companhia é induzida em erro 
(AREsp 1.418.119); 
Furto qualificado (§4º): 
• 02 a 08 anos; 
• É compatível com a causa de aumento do furto noturno (AgRg no Resp 1846782/DF); 
• Furto privilegiado qualificado (furto HÍBRIDO): Há possibilidade? SIM (Súmula 511/STJ), 
observados os seguintes requisitos: 
o Primariedade do agente e pequeno valor da coisa (óbvios); 
o Qualificadora de ordem OBJETIVA (as que se comunicam no concurso de pessoas); 
• Qualificadoras: 
o OBJETIVAS: destruição ou rompimento de obstáculo; escalada ou destreza; chave falsa e 
concurso; 
o SUBJETIVA: abuso de confiança; 
o A FRAUDE: 
▪ Qualificadora OBJETIVA = Doutrina e julgados + antigos; 
▪ Qualificadora SUBJETIVA = julgados mais recentes (consenso entre as turmas)5; 
Qualificadoras em espécie 
• Destruição (dano total) ou rompimento (dano parcial): 
o Natureza objetiva; 
o Deixa VESTÍGIOS – ou seja, demanda ECD; 
o Obstáculo externo x interno (inerente à própria coisa): 
▪ Os obstáculos internos não podem ser tratados como qualificadoras (STJ – 
entendimento de seção: EREsp n. 1.079.847/SP); 
▪ Quebrar vidro de carro: 
• Pra furtar o próprio carro = obstáculo INTERNO; 
• Pra furtar bolsa no banco dianteiro = externo; 
▪ Críticas: inobservância da proporcionalidade; a lei não faz essa limitação, portanto, 
não cabe ao julgador; 
• Abuso de confiança: 
o Torna próprio o crime, dada a confiança especial depositada no agente; 
o Qualificadora subjetiva, não compatível com privilégio; 
o Famulato (praticado por empregado) sempre acarreta a qualificação por abuso de 
confiança? NÃO, pode ser que seja utilizado outro meio que não aquele que represente a 
confiança depositada6; 
• Fraude: 
o Artifício para diminuir a vigilância da vítima; 
o Polêmica sobre a natureza da qualificadora; 
 
5 (AgRg no REsp 1841048/MS, julgado em 10/12/2019. 5ª Turma) e (AgRg no HC 462322/SC, julgado em 27/11/2018. 6ª 
Turma) 
6 Ex.: patrão dá a chave do estabelecimento, mas o empregado opta por arrombar a janela da loja; 
 6 
o Golpe do teste drive: STJ reconheceu que se adequa ao estelionato, mas tem considerado 
furto mediante fraude em razão de política criminal (a seguradora não cobre estelionato)7; 
o Furto mediante fraude x estelionato: 
 Furto qualificado Estelionato 
Natureza da 
fraude 
Qualificadora Elementar do tipo 
Núcleo do tipo Subtrair Obter 
Objetivo da 
fraude 
Diminuir a vigilância (a 
coisa é tirada da vítima 
contra sua vontade) 
Induz a vítima em erro (a 
vítima voluntariamente 
entrega) 
 
• Escalada: qualquer via anormal para entrar ou sair – túnel, escavamento, ponte, escada; 
o Não exige queseja pelo alto e nem que o agente use instrumentos; 
o E se o muro for baixo? O STJ entende que só haverá escalada se o agente tiver que fazer 
esforço incomum; 
o Quando estará caracterizada a tentativa? Com o início da escalada; 
• Destreza: habilidade diferenciada, a vítima nem percebe que está sendo furtada; 
o É possível a tentativa de furto qualificado pela destreza? Dois cenários: 
▪ A vítima percebe que está sendo furtada – não cabe a qualificadora pois não há, de 
fato, destreza (tentativa de furto simples - STJ. 5ª Turma. REsp 1.478.648-PR, julgado 
em 16/12/2014, Info 554); 
▪ Terceiro percebe que a vítima está sendo furtada e impede – é possível a tentativa; 
• Chave falsa: 
o Qualificadora objetiva, permite a incidência da insignificância; 
É chave falsa Não é chave falsa 
Qualquer instrumento que funcione no lugar da 
chave verdadeira. 
Não precisa ter forma de chave. 
Gazua, chave micha. 
Chaveiro (profissão) que fabrica cópia. 
A chave verdadeira, se tiver sido 
subtraída anteriormente. 
Ligação direta em veículo. 
 
• Concurso: 
o Exige-se que seja praticada por dois AUTORES? Ou incide também quando há apenas 
participação? Incide ainda que haja apenas participação (a lei fala em concurso, não em 
coautoria) 
o Menor inimputável é considerado pessoa para fins de concurso? SIM, e o maior de idade 
ainda responde pelo 244-B do ECA; 
o É possível que seja aplicada a majorante do roubo em vez da qualificadora do furto? 
NÃO, vide súmula 442, STJ; 
Qualificadoras fora do §4º (Lei 13.654/2018) 
Explosivo 
• 04 a 10 anos + multa; 
• Hipóteses: 
o Furto COM explosivos: (§4-A) Emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause 
perigo comum; 
 
7 NÃO se aplica a manobristas; REsp 226222 / RJ 
 7 
▪ É crime HEDIONDO (8.072) → 1ª e única hipótese de furto hediondo; 
▪ A cagada do legislador: antes da norma, o furto com uso de explosivos era punido 
com furto qualificado por destruição de obstáculo c/c explosão majorada (251, CP), 
em concurso formal impróprio, o que alcançava uma pena de até 16 anos; 
o Furto DE explosivos: (§7º) subtração de substâncias explosivas ou de acessórios que, 
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 
▪ NÃO é crime hediondo; 
Veículo automotor transportado para outro estado ou país 
• 03 a 08 anos; 
• Natureza jurídica – qualificadora de resultado: só incide se houver EFETIVA transposição de 
fronteira; 
• Crítica: não prevê pena de multa; 
Furto de semovente 
• 02 a 05 anos; 
• Objeto material: semovente DOMESTICADO, ainda que abatido ou dividido em partes; 
o Semovente domesticado para fins de qualificação – incide apenas quando o animal gera 
retorno econômico ao sujeito passivo; 
o ABIGEATO – furto de animais de abate; 
o ABATIDO E DIVISÃO EM PARTES – inclui o furto de uma peça de carne no mercado? 
NÃO, o artigo fala em “abatido ou dividido em partes no local da subtração”; 
• Pode ser aplicado o princípio da insignificância; 
• Pode ser combinado com a causa de aumento do repouso noturno; 
• VIDE ART. 180-A: Receptação de semovente; 
Furto de semovente = FURTO QUALIFICADO 
Recepção de animal = CRIME AUTÔNOMO 
 
Furto de coisa comum 
• IMPORTANTE: 
o Sujeito se apodera de coisa QUE NÃO está em sua posse: furto de coisa comum - Subtrair a 
coisa comum a quem legitimamente a detém: (ex.: joia que integra a herança e está sob a 
posse de um dos herdeiros); 
o Sujeito se apodera de coisa QUE ESTÁ em sua posse: apropriação indébita; 
• Excludente de ilicitude (causa específica) – art. 156, §2º 
 Furto de coisa comum Furto 
Sujeito ativo Crime PRÓPRIO - Condômino, coerdeiro 
ou sócio 
Crime comum 
Objeto material Propriedade compartilhada Coisa alheia móvel 
Natureza Baixo potencial ofensivo Médio potencial ofensivo 
Ação penal Pública condicionada Pública incondicionada 
Natureza da res 
furtiva 
Infungível; 
Fungível, desde que o valor exceda a 
quota a que tem direito o agente; 
Fungível; 
Infungível; 
 
 8 
Roubo 
• Subtração de coisa alheia móvel (mesmos comentários aplicados ao FURTO), mediante 
VIOLÊNCIA À PESSOA ou GRAVE AMEAÇA; 
• Crime COMPLEXO (Furto + ameaça/constrangimento/lesão corporal)8; 
• Crime PLURIOFENSIVO: atinge o patrimônio + outro bem jurídico; 
• Questões relevantes: 
o Ausência de bens a serem subtraídos: configura CRIME IMPOSSÍVEL (impropriedade do 
objeto)? 
▪ NÃO caracteriza crime impossível, mas tentativa de roubo: Os atos executórios foram 
iniciados (mais adotada) – REsp 1.340.747; 
▪ SIM, será crime impossível; 
o ROUBO DE USO: Continua a ser roubo; 
o ROUBO DE COISA COMUM: Continua a ser roubo; 
o ROUBO PRIVILEGIADO: NÃO EXISTE - Não se admite essa analogia in bonam partem 
(doutrina e jurisprudência); 
o INSIGNIFICÂNCIA: Inaplicável; 
• Consumação – mesma forma que o furto (apreehensio ou amotio), súmula 582, STJ; 
• Concurso de crimes: 
o Violência/grave ameaça contra duas ou mais pessoas para subtrair bens de apenas uma 
delas: 01 CRIME DE ROUBO (01 patrimônio lesado); 
o Violência/grave ameaça, mediante uma ação, contra duas ou mais pessoas, com subtração 
do patrimônio de todas: CADA PATRIMÔNIO SUBTRAÍDO = 01 ROUBO (concurso 
formal IMPRÓPRIO); 
▪ O STJ, por razões de política criminal, adota o concurso formal próprio em algumas 
situações; 
• Continuidade delitiva NÃO RECONHECIDA: 
o Roubo e latrocínio - apesar de estarem previstos no mesmo artigo, tutelam bens 
o jurídicos distintos; 
o Roubo e furto – mesmo gênero, mas de espécies distintas; 
o Roubo e extorsão - mesmo gênero, mas de espécies distintas; 
• Hediondez: até o PAC, apenas o latrocínio era; 
o Circunstanciado pela privação de liberdade; 
o Emprego de arma de fogo; 
o Qualificado pelo resultado; 
Roubo próprio 
• Roubo SIMPLES – 04 a 10 anos + multa; 
• Elementar RELATIVA (se não houver, desclassifica para FURTO): 
o GRAVE AMEAÇA: Ameaça explícita ou implícita, gestos, palavras de ordem; 
o VIOLÊNCIA: 
▪ Própria – violência física ou vis absoluta: não precisa deixar lesões; 
• Roubo por arrebatamento – violência rápida; 
▪ Imprópria – meio sub-reptício: é a redução da capacidade de resistência da vítima; 
Roubo Impróprio 
• Mesma pena do caput; 
 
8 Formado por meio da reunião entre dois ou mais tipos penais; não se confunde com tipo complexo nem com crime 
pluriofensivo; 
 9 
• Violência POSTERIOR à subtração – a intenção inicial do agente é apenas furtar, mas se torna 
roubo: crime de furto fica absorvido; 
• Emprego de violência/grave ameaça para assegurar a impunidade do crime ou a detenção da 
coisa; 
• Consumação: com o emprego da V/GA, ainda que não consiga assegurar a impunidade ou detenção; 
 Roubo PRÓPRIO Roubo IMPRÓPRIO 
Meio de execução Violência própria 
(violência física ou grave 
ameaça) ou imprópria 
Violência própria (violência física ou grave 
ameaça) 
Momento de 
emprego da V/GA 
Antes da subtração Após a subtração 
Finalidade da 
V/GA 
Possibilitar a subtração Assegurar a impunidade do crime ou a 
detenção da coisa 
Classificação MATERIAL – a 
consumação exige a 
inversão da posse 
FORMAL – o tipo prevê um resultado 
(assegurar a impunidade ou detenção), mas 
não é necessário que o agente tenha êxito para 
que seja consumado 
Tentativa 
(conatus) 
Cabível Incabível (doutrina majoritária e STJ) – ou 
subtrai sem emprego de V/GA e pratica furto 
ou pratica a V/GA e consuma o roubo; 
 
Roubo circunstanciado 
• Cuidado! Algumas situações são majorantes no roubo, mas qualificam o furto: 
 FURTO ROUBO 
Concurso de 
agentes 
Qualificadora (155, §4º, IV) Causa de aumento (157, §2º, II) 
De veículo 
automotor 
Qualificadora (155, §5º) Causa de aumento (157, §2º, IV) 
De substância 
explosiva 
Qualificadora (155, §7º) Causa de aumento (157, §2º, VI e 157, 
§2º-A, II) 
 
• Aumento de 1/3 até metade (MAJORANTES): 
o Veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior:mesmos comentários do furto (causa de aumento de resultado: só incide se houver EFETIVA 
transposição de fronteira); 
• §2º e §2º-A 
157, §2º - Aumento de 1/3 até a 
metade 
157, §2º-A – Aumento de 
2/3 
157, §2º-B – Aumento em 
dobro 
I – (revogado); (Redação dada pela 
Lei nº 13.654, de 2018) 
II - se há o concurso de duas ou mais 
pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de 
transporte de valores e o agente 
conhece tal circunstância. 
IV - se a subtração for de veículo 
automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou para 
o exterior; 
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 I – se a violência ou 
ameaça é exercida com 
emprego de arma de 
fogo; (Incluído pela Lei nº 
13.654, de 2018) 
II – se há destruição ou 
rompimento de obstáculo 
mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato 
análogo que cause perigo 
comum. (Incluído pela Lei 
nº 13.654, de 2018) 
 
§ 2º-B. Se a violência ou 
grave ameaça é exercida 
com emprego de arma de 
fogo de uso restrito ou 
proibido, aplica-se em 
dobro a pena prevista 
no caput deste 
artigo. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9426.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
 10 
V - se o agente mantém a vítima em 
seu poder, restringindo sua liberdade. 
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) 
VI – se a subtração for de substâncias 
explosivas ou de acessórios que, 
conjunta ou isoladamente, possibilitem 
sua fabricação, montagem ou 
emprego. 
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) 
VII - se a violência ou grave ameaça é 
exercida com emprego de arma 
branca; (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
Havendo PLURALIDADE DE CAUSAS DE AUMENTO DE PENA E SENDO APENAS UMA 
DELAS EMPREGADA NA TERCEIRA FASE, as demais podem ser utilizadas nas demais 
etapas da dosimetria da pena. O deslocamento da majorante sobejante para outra fase da 
dosimetria, além de não contrariar o sistema trifásico, é a que melhor se coaduna com o princípio da 
individualização da pena. Exemplo: Camila foi condenada pela prática do crime de roubo 
circunstanciado com o reconhecimento de três causas de aumento de pena (art. 157, § 2º, II, V e VII). 
O juiz pode empregar a majorante do inciso II (concurso de agentes) na terceira fase da dosimetria e 
utilizar as outras na primeira fase como circunstâncias judiciais negativas. STJ. 3ª Seção. HC 
463.434-MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/11/2020 (Info 684). 
 
Concurso de Pessoas 
• 1/3 até a metade; 
• Crime ACIDENTALMENTE coletivo: pode ser cometido por apenas uma pessoa, mas se for 
cometido por mais de uma, incide majorante (aplicável ao furto, mas, no caso, incide qualificadora); 
o Não exige que todos sejam autores – a majorante incide ainda que só haja participação; 
• Aplica-se a majorante ainda que os demais agentes NÃO sejam identificados; 
• Aplica-se a majorante ainda que o coautor/partícipe seja menor de idade (+244-B do ECA); 
Transporte de valores 
• 1/3 até a metade; 
• Pessoa em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância; 
• Dupla subjetividade passiva: 
o Vítima da V/GA: pessoa que está efetivamente transportando; 
o Vítima da subtração patrimonial: real proprietário dos valores transportados; 
• Valores: tudo que tenha expressivo valor econômico + liquidez; 
o COSMÉTICO: no caso concreto, foi considerado como valor (Info 548, STJ); 
• Prévio conhecimento: exige-se que o agente tenha conhecimento de que sua conduta é direcionada à 
subtração de valores; 
Restrição de liberdade 
• 1/3 até a metade; 
• Essa hipótese de roubo configura CRIME HEDIONDO (pós PAC); 
• Garantia da impunidade ou da detenção da coisa; 
• Restrição da liberdade para fins penais: 
o Restrição é menos que privação de liberdade; 
o Elemento normativo – depende da análise pelo magistrado; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9426.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
 11 
o Aplica-se quando a vítima é mantida sob restrição de liberdade por tempo superior ao 
necessário à subtração; 
Substâncias explosivas 
• DE substâncias explosivas - 1/3 até a metade (§2º); 
• COM substâncias explosivas (destruição ou rompimento de obstáculo) - 2/3; 
• INCLUIR O QUADRO COMPARATIVO 
Arma 
• Pode estar tanto no §2º-A quanto no §2º-B; 
• Evolução histórica: 
• Questões importantes (Jurisprudência): 
o Apreensão da arma é exigência para aplicação da majorante? 
▪ Informativo 536, STF - não é obrigatório que a arma de fogo seja periciada ou 
apreendida, desde que, outros meios de prova demonstrem seu potencial lesivo; 
▪ Ônus da prova da ausência de potencial lesivo: EREsp 961.863/RS, STJ - o réu 
é quem deve provar que a arma de fogo utilizada era desprovida de potencial lesivo, 
como nas hipóteses de arma de brinquedo, arma defeituosa ou arma incapaz de 
produzir lesão. 
o Arma de fogo COM DEFEITO (absolutamente incapaz de efetuar disparo) ou DE 
BRINQUEDO/Simulacro: ROUBO SIMPLES – não incide a majorante; 
o Arma de fogo DESMUNICIADA: 
▪ STJ: NÃO. O emprego de arma de fogo desmuniciada tem o condão de configurar a 
grave ameaça e tipificar o crime de roubo, no entanto NÃO É suficiente para 
caracterizar a majorante do emprego de arma, pela ausência de potencialidade lesiva 
no momento da prática do crime (STJ. 5ª Turma. HC 449.697/SP, Rel. Min. Felix 
Fischer, julgado em 21/06/2018). 
▪ STF: SIM. É irrelevante o fato de estar ou não municiada para que se configure a 
majorante do roubo (STF. 2ª Turma. RHC 115077, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado 
em 06/08/2013). 
Antes da Lei n.º 13.654/18
Art. 157, § 2º A pena aumenta-se de 
1/3 (um terço) até metade: I - se a 
violência ou ameaça é exercida com 
emprego de arma;
QUALQUER ARMA já permitia a 
incidência da majorante
Após a Lei n.º 13.654/18
Revogação do inciso I;
Inclusão do §2º-A: aumento de 2/3 
para emprego de arma de fogo;
Arma BRANCA = roubo SIMPLES 
(novatio legis in mellius)
Arma DE FOGO (qualquer espécie) = 
causa de aumento + passou a ser 
hediondo
Lei nº 13.964/2019 (PAC)
Inclusão do §2º-B e do inciso VII no 
art. 157, §2º com o mesmo teor do 
antigo inciso I;
VII - se a violência ou grave ameaça é 
exercida com emprego de arma 
branca;
ARMA DE FOGO (hediondos) - §2º-A 
(uso permitido - 2/3) e §2º-B (uso 
restrito ou proibido - dobro)
ARMA BRANCA = 1/3 até metade
 12 
▪ Concurso com porte de arma de fogo: é possível o concurso quando a arma tiver 
potencial lesivo mas estiver desmuniciada; 
Roubo qualificado – Crimes qualificados pelo resultado 
• Requisitos: Subtração dolosa + Violência dolosa (grave ameaça não serve9) + Resultado (Doloso 
OU Culposo); 
 
• LESÃO CORPORAL GRAVE (Grave em sentido amplo – grave ou gravíssima): 
o Lesão corporal LEVE – O roubo absorve a lesão leve (consunção); 
o Se consuma com a efetiva lesão, ainda que não haja efetiva subtração; 
• MORTE (Latrocínio): 
o Crime complexo e pluriofensivo; 
o Nexo causal entre roubo e morte – matar para roubar ou matar enquanto rouba; 
▪ Subtração porque“já tá lá mesmo”: furto + homicídio; 
▪ Matar comparsa para ficar com o proveito do crime: não é latrocício; 
o Consumação: Súmula 610/STF. Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, 
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
ROUBO HOMICÍDIO LATROCÍNIO 
Consumado Consumado Consumado 
Consumado Tentado Tentado 
Tentado Consumado Consumado 
Tentado Tentado Tentado 
 
o Pluralidade de vítimas, subtração de patrimônio único: 
STJ: concurso formal STF e doutrina: um único crime de 
latrocínio 
É pacífico na jurisprudência do STJ o 
entendimento de que há concurso 
formal impróprio no latrocínio quando 
ocorre uma única subtração e mais de 
um resultado morte, uma vez que se 
trata de delito complexo, cujos bens 
jurídicos tutelados são o patrimônio e a 
vida. 
STJ. 5ª Turma. HC 336.680/PR, Rel. 
Min. Jorge Mussi, julgado em 
17/11/2015. 
(...) 7. Caracterizada a prática de 
latrocínio consumado, em razão do 
atingimento de patrimônio único. 8. O 
número de vítimas deve ser sopesado 
por ocasião da fixação da pena-base, na 
fase do art. 59 do CP. (...) 
STF. 2ª Turma. HC 109539, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 
07/05/2013. 
 
 
9 Ex.: Ameaçar uma pessoa pra roubar e a pessoa morrer de susto: Roubo simples + homicídio 
Requisitos
Núcleo Subtrair Doloso
Meio Violência Dolosa
Resultado
Culposo
Doloso
 13 
 
Prevalece, no STJ, o entendimento no 
sentido de que, nos delitos de latrocínio 
- crime complexo, cujos bens jurídicos 
protegidos são o patrimônio e a vida -, 
havendo uma subtração, porém mais de 
uma morte, resta configurada hipótese 
de concurso formal impróprio de crimes 
e não crime único. 
STJ. 6ª Turma. HC 185.101/SP, Rel. 
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 
07/04/2015. 
(...) Segundo entendimento acolhido por 
esta Corte, a pluralidade de vítimas 
atingidas pela violência no crime de 
roubo com resultado morte ou lesão 
grave, embora único o patrimônio 
lesado, não altera a unidade do crime, 
devendo essa circunstância ser sopesada 
na individualização da pena (...) 
STF. 2ª Turma. HC 96736, Rel. Min. 
Teori Zavascki, julg 
 
Extorsão 
• Cuidado pra não confundir com ROUBO – inclusive, a sanção é a mesma; 
o Diferença ESSENCIAL: 
▪ No roubo, a conduta da vítima é indiferente – o agente consegue subtrair a coisa 
alheia móvel; 
▪ Na extorsão, a vantagem ilícita só é obtida mediante comportamento da vítima; 
 ROUBO EXTORSÃO 
Objeto material Bens móveis Bens móveis ou imóveis 
Meios de execução Violência própria ou 
imprópria e grave 
ameaça 
Violência própria ou grave ameaça 
Importância da 
colaboração da 
vítima 
Dispensável Imprescindível 
Consumação Inversão da posse, 
crime material 
A consumação ocorre no momento 
que a vítima faz, tolera ou deixa de 
fazer, crime formal 
 
• Núcleo: não há subtração – constranger a vítima; 
• Não admite forma culposa e exige um especial fim de agir (obter para si ou para outrem indevida 
vantagem econômica); 
• Consumação: Consuma-se com o efetivo constrangimento (faz, tolera ou deixa de fazer) Súmula 
96/STJ: "O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida." 
o EFETIVA OBTENÇÃO DE VANTAGEM – mero exaurimento; 
• Tentativa: quando, efetivado o constrangimento, a vítima se recusa a fazer, não fazer ou tolerar; 
• NÃO há compatibilidade com a continuidade delitiva em relação ao ROUBO – Espécies 
DISTINTAS; 
• “Falso sequestro” – é crime de EXTORSÃO, não estelionato: sujeito passivo não foi iludido, mas 
sim sob a influência de grave ameaça; leva-se em conta a perspectiva da vítima – AgRg no REsp 
1704122 (2018) 
• Causas de aumento de pena ou circunstanciada ou majorada: 
o 1/3 até a metade; 
o Cometido em concurso – há discussão sobre a admissão de partícipes para fins de concurso; 
 14 
o Cometido com arma (de fogo, branca ou imprópria); mesmo comentários em relação ao crime 
de roubo (simulacro, desmuniciada etc); 
Extorsão qualificada 
 
• Morte ou lesão corporal (igual roubo): mas a extorsão qualificada pela morte não tem nome 
especial (igual latrocínio); 
• Sequestro-relâmpago (extorsão com restrição de liberdade): 
o A restrição é CONDIÇÃO NECESSÁRIA para a obtenção da vantagem econômica; 
o Restrição de liberdade por tempo juridicamente considerável; 
o Se resultar em morte ou LC – aplicação das penas da extorsão mediante sequestro (norma 
secundariamente remetida); 
o As causas de aumento da extorsão circunstanciada se aplicam? SIM – Info 590, STJ; 
o Não se confunde com a extorsão mediante sequestro: 
Extorsão mediante restrição da 
liberdade 
Extorsão mediante sequestro 
RESTRIÇÃO da liberdade – menos 
intenso 
PRIVAÇÃO da liberdade – 
cativeiro, enclausuramento 
A restrição é para obter a vantagem 
indevida 
A vantagem é por meio de 
condição ou preço para resgate 
 
Extorsão mediante sequestro (ou cárcere privado) 
• Todas as modalidades são hediondas; 
• Não se confunde com o crime de sequestro (art. 148) = privar da liberdade a pessoa, sem finalidade 
de resgate; 
• RESGATE = quem faz o pagamento é um terceiro; 
• Crime COMPLEXO: Extorsão (158) + Sequestro/cárcere privado (148); 
• Crime PERMANENTE: Aplica-se a súmula 711/STF (aplicação de lei superveniente mais grave); 
• Crime FORMAL: há previsão de resultado naturalístico, mas a consumação ocorre com a privação 
da liberdade; 
• Meio de execução: LIVRE – fraude, violência própria, imprópria, grave ameaça; 
• Pontos importantes: 
o Sequestro de ANIMAIS com exigência de preço/condição: é crime de extorsão, o objeto 
material do 159 é a pessoa natural; 
o Vantagem: pode ser qualquer coisa? NÃO – vantagem PATRIMONIAL (o crime é contra o 
patrimônio); 
o Dupla subjetividade passiva: (em regra) quem é sequestrado + quem paga o resgate; 
Extorsão
Qualificada pela morte
Deixou de ser hedionda 
(PAC)
Sem querer ou não -
novatio legis in mellius
Qualificada por LC 
grave/gravíssima
Qualificada pela 
restrição de liberdade
"Simples" Hediondo (PAC)
Qualificada pela morte Hediondo (PAC)
Qualificada pela 
restrição de liberdade
Hediondo (PAC)
 15 
o CIRCUNSTÂNCIA SUBJETIVA: Delação premiada (denunciar à autoridade): Redução de 1 
a 2/3 – Requisitos: 
▪ Concurso de pessoas; 
▪ Denúncia à autoridade (pessoa que efetivamente pode ter ingerência no resgate); 
▪ Deve efetivamente facilitar a libertação – ou seja, se a vítima fugir antes da delação, 
não serve; 
Qualificadoras: 
Duração superior a 
24h 
Crime a prazo, só pode incidir depois desse período; 
Dificilmente um sequestro dura menos que isso; 
Idade 
Menor de 18 anos: Leva em conta a idade da vítima no momento da privação da 
liberdade – se fizer 18 durante o cárcere, ainda assim se aplica; 
Maior de 60 anos: leva em conta a idade enquanto durar a consumação – ou seja, 
se fizer 60 durante a privação, a qualificadora incide; 
Associação 
criminosa 
1ª corrente – a qualificadora fala em bando ou quadrilha, portanto, aplicar no caso 
de associação criminosa é analogia in malam partem; 
2ª corrente – houve continuidade típico-normativa, e, portanto, aplica-se; 
Lesão corporal 
grave 
Grave ou gravíssima; 
Mais abrangente que a qualificadora do roubo: a LC não precisa decorrer de 
violência, mas do fato (privação de liberdade); 
Culpa de terceiro ou caso fortuito/força maior – não incide a qualificadora 
Morte 
Mais abrangente que a qualificadora do roubo: a LC não precisa decorrer de 
violência, mas do fato (privação de liberdade); 
Culpa de terceiro ou caso fortuito/força maior – não incide a qualificadora 
 
Extorsão indireta 
• Médio potencial ofensivo – SCP; 
• Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode 
dar causa a procedimento CRIMINAL contra a vítima ou contra terceiro; 
o Se o documento não causar problemas no âmbito criminal – atípico; 
o Assinatura de cheque – atípico; 
• Consumação: crime formal, basta exigir ou receber;• A iniciativa pode ser do autor (exigir) ou da vítima (receber); 
• Ex.: Dar como garantia de empréstimo um documento confessando crime; 
Dano 
• Pode ser simples (IMPO) ou qualificado; 
• Núcleo: destruir, inutilizar ou deteriorar – o dano pode ser TOTAL ou PARCIAL; 
• Objeto material: Coisa ALHEIA – princípio da alteridade; 
• Crime MATERIAL: Exige a produção de resultado naturalístico; 
• Admite tentativa? Sim; 
o E se a pessoa pretender praticar o dano na modalidade DESTRUIR, mas só conseguir 
DETERIORAR? É tentativa ou consumação? CONSUMAÇÃO – a deterioração é uma das 
formas de praticar dano; 
• Ação penal: 
o Simples = ação penal de iniciativa privada (art. 167); 
o Dano qualificado (parágrafo único – I, II e III) = ação penal de iniciativa pública; 
o Qualificado por motivo egoístico/que cause prejuízo = ação penal de iniciativa privada (art. 
167); 
 16 
• Pontos importantes: 
o Admite modalidade culposa? NÃO – é ilícito civil; 
o Princípio da insignificância: Aplicável; 
o Art. 165 e 166 – tacitamente revogados: lei de crimes ambientais; 
o Pichações: depende do objeto material sob o qual recai a conduta; 
 
Dano qualificado 
• Pena: 06 meses a 03 anos – médio potencial ofensivo (cabe SCP – suspensão condicional do proc.); 
• Violência ou grave ameaça: 
o Se for com GRAVE AMEAÇA – consunção, é absorvida; 
o Se for com VIOLÊNCIA – concurso material (vias de fato, lesão leve, grave); 
o Violência e grave ameaça são INSTRUMENTOS – portanto, devem ocorrer antes ou 
simultaneamente ao dano; 
• Substância inflamável - Crime subsidiário EXPRESSO; 
• Contra patrimônio da Administração Direta, Indireta ou empresa concessionária de serviços 
públicos: 
o DF, autarquia, fundação e empresa pública – inseridos em 2017; 
o Presidiário que cava buraco na parede do presídio: 
▪ 1ª corrente: Configura DANO QUALIFICADO: STF, posição antiga10; 
▪ 2ª corrente (pacífica no STJ): ATIPICIDADE – a intenção é fugir, não causar dano: 
JET, Tese nº 3) O delito de dano ao patrimônio público, quando praticado por preso 
para facilitar a fuga do estabelecimento prisional, demanda a demonstração do dolo 
específico de causar prejuízo ao bem público (animus nocendi), sem o qual a conduta 
é atípica. 
• Motivo egoístico ou prejuízo considerável; 
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia 
• Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia; 
• Crime MATERIAL - desde que o fato resulte prejuízo; 
• Ação penal de iniciativa PRIVADA – art. 167; 
Apropriação indébita 
• Médio potencial ofensivo – 01 a 04 anos (= furto); 
• Apropriação de coisa que já está na posse/detenção do agente – se não estiver na posse, é furto; 
• Admite apenas a forma dolosa; 
 
10 Comete crime de dano qualificado (art. 163, § único, III, do CP) o preso que, para evadir-se, danifica o estabelecimento 
prisional. O dolo específico - vontade dirigida a causar dano em coisa alheia - não é indispensável à caracterização do delito. HC 
73.189-MS, rel. Min. Carlos Velloso, 23.02.96. 
Objeto material
Bem IMÓVEL
Urbano
NÃO - crime do art. 65 
lei 9.608/98
Rural SIM - crime de dano
Bem MÓVEL
SIM - independente 
de ser urbano ou rural
 17 
• Apropriação indébita e arrependimento posterior: a restituição da coisa não implica a isenção da 
pena (HC 200.939/RS); 
• Requisitos: 
o Dolo POSTERIOR ao recebimento do bem (inicialmente, há boa-fé); 
o A estrega da coisa pela vítima ao autor é pacífica e espontânea (o autor não induziu); 
o Posse ou detenção desvigiada; 
• Formas: 
o Própria ou propriamente dita – prática de atos de disposição da coisa: ex.: vender o notebook 
da empresa; 
o Negativa de restituição – conduta omissiva própria, não admite tentativa; 
• Condutas atípicas: 
o Apropriação de uso; 
o Esquecimento – não admite a forma culposa; 
o Insignificância (Info 463 STJ); 
• Apropriação indébita x Estelionato: 
 Apropriação indébita Estelionato 
Início do dolo Posterior Anterior 
Entrega da coisa Voluntária Voluntária 
Motivo da entrega Completamente desvinculada de má-fé Fraude praticada pelo estelionatário 
 
Circunstanciada ou Majorada 
• Causa de aumento de pena (1/3); 
• Hipóteses: 
o Depósito necessário miserável; 
o Munus publico (o síndico é o administrador judicial); 
o Em razão de emprego, profissão; 
Apropriação privilegiada 
• Primariedade + res de pequeno valor; 
• Art. 155, §2º 
Apropriação indébita previdenciária (168-A) 
• Elevado potencial ofensivo (02 a 05 anos); 
• Pouca incidência no âmbito estadual ou municipal; 
• Sujeito PASSIVO: União; 
• Sujeito ATIVO: Divergência doutrinária: 
o Crime comum; 
o Crime próprio: só quem tem o dever de repassar pode ser sujeito ativo; 
• Núcleo do tipo: deixar de repassar – omissivo próprio, incabível a tentativa; 
o Figuras equiparadas: todas omissivas; 
▪ I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência 
social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou 
arrecadada do público (loterias, jogos desportivos); 
▪ II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado 
despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; 
▪ III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já 
tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. 
• Só admite a modalidade DOLOSA; 
 18 
• Benefícios: 
§2º §3º 
Extinção da punibilidade Isenção de pena ou aplicação apenas da multa 
Vinculado Discricionário 
Agente declara, confessa e efetua o 
pagamento das contribuições 
Primariedade e bons antecedentes 
Deve ser espontâneo e pode ser parcelado 
(art. 9º 
O valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções fiscais 
Requisito temporal – antes da ação fiscal 
Requisito temporal - Após a ação fiscal, mas antes do 
oferecimento da denúncia 
Benefício JURISPRUDENCIAL: STF 
(Info 731) e art. 9º, § 2º, Lei 10.684/03 – 
Pagamento dos débitos tributários gera 
extinção da punibilidade, ainda que se dê 
após o julgamento da ação penal (mas 
antes do trânsito em julgado); 
Princípio da insignificância: Incide o princípio da 
insignificância aos crimes tributários federais quando o 
débito tributário não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (em 
face do art. 20 da Lei n. 10.522/2002 c/c Portarias n. 75 e 130 
do Ministério da Fazenda). STJ. REsp 1.709.029/MG, 
28/02/2018. STF. HC 122213, 27/05/2014. 
 
Apropriação de coisa havida 
• Assim como a apropriação indébita, o agente não começa a posse de má-fé; 
• A coisa chega ao poder por: 
o ERRO – envio de encomenda; PIX errado; 
o CASO FORTUITO e FORÇA MAIOR; 
• ATENÇÃO – peculato mediante erro de outrem: o peculato é crime próprio (no exercício da função 
pública); 
• Achado de tesouro (norma penal em branco homogênea – 1264 e ss, do CC): pune quem não 
entrega a quota a que tem direito o proprietário do prédio; 
• Coisa achada: crime a prazo e crime omissivo próprio: ACHA e deixa de restituir dentro no prazo 
de quinze dias; 
o Dinheiro no chão, por ex.; 
Estelionato 
• Conduta COMPOSTA: Induzir alguém a ou manter alguém em erro + por meio de emprego de 
fraude + obter vantagem ilícita em prejuízo alheio; 
• Pena: 01 a 05 anos; 
o Médio potencial ofensivo – admite ANPP e SCP; 
o O delegado não pode arbitrar fiança; 
• Qualquer meio fraudulento: 
o Silêncio pode constituir meio? SIM; 
• Ação penal: 
o Até o PAC – 100% Pública e incondicionada; 
o Pós PAC – a maior parte dos casos é condicionada à representação; 
CONDICIONADA INCONDICIONADA 
Demais hipóteses I - a Administração Pública, direta ou indireta; 
II - criança ou adolescente; (vide art. 173) 
III - pessoa com deficiência mental; ou (vide 173) 
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.19 
 
o Retroatividade: a jurisprudência uniformizou no sentido de que a representação não será 
necessária quando a 
• Estelionato Privilegiado: aplicação do 155, §2º - primariedade + coisa de pequeno valor; 
• Tentativa: cabível (plurissubsistente) – tem que preencher todas as etapas. Caso contrário, é 
tentativa; 
o Emprego de fraude; 
o Induzir ou manter em erro a vítima; 
o Obter vantagem ilícita; 
o Causar prejuízo à vítima – elementar do crime; 
• Crime impossível: fraude muito tosca não configura crime – ex.: pagar com dinheiro do banco 
imobiliário; 
• Pontos importantes: 
o “Cola eletrônica” – 311-A (2011): princípio da especialidade; 
o “Estelionato judiciário” - uso do processo judicial para auferir lucros ou vantagens indevidas, 
mediante fraude, ardil ou engodo, ludibriando a Justiça. A jurisprudência entende que esta 
conduta é penalmente atípica e não configura o delito do art. 171 do CP. (STJ, HC 
435.818/SP e RHC 88.623/PB); 
▪ Exceção: Quando não é possível ao magistrado, durante o curso do processo, ter 
acesso às informações que caracterizam a fraude: SIM, será possível a configuração 
do crime de estelionato. (Ex.: Uso de doc. falso); 
o Falsificação de dinheiro – competência: Súmula 73, STJ - A utilização de papel moeda 
grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da 
Justiça Estadual. 
▪ Se a falsidade for idônea = 289, CP, competência FEDERAL; 
▪ Se a falsidade é grosseira = 171, CP, competência ESTADUAL; 
▪ Se a falsidade é ridícula = 17, CP, crime impossível (nota de 03 reais); 
o Transferência bancária – competência: (entendimento de seção) 
▪ A consumação ocorre quando o dinheiro é efetivamente depositado – portanto, a 
competência é do local da agência beneficiária (do estelionatário); 
o Antefato impunível – falsidade documental é usada como instrumento do estelionato: 
Súmula 17, STJ - Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é 
por este absorvido: 
▪ 1ª corrente: concurso material – bens jurídicos distintos (patrimônio z fé pública); 
▪ 2ª corrente: inaplicabilidade da consunção quando o crime meio é mais grave que o 
fim; 
▪ 3ª corrente: súmula 17/STJ; 
o Torpeza/Fraude bilateral: não exclui o delito do art. 171 (tiro trocado DOI sim); 
o Estelionato x Curandeirismo: o curandeiro de fato acredita no que está fazendo. O 
estelionatário, por outro lado, se aproveita da crença; 
• Equiparações: 
o Vender/locar/permutar/dar em pagamento ou em garantia coisa alheia; 
o Vender/permutar/dar em pagamento coisa própria, mas inalienável, gravada ou já prometida a 
terceiro (grileiro, por ex.); 
o Defraudação de penhor (1.431, § único – CC): quando a posse não é transferida ao credor; 
o Defraudação de substância, quantidade ou qualidade; 
o Fraude para recebimento de seguro ou indenização – a punição não viola o princípio da 
alteridade, dado que o dano é causado à seguradora; 
o Cheque sem fundos: 
▪ SÓ DOLO – não admite culpa; 
 20 
▪ Pagamento antes do recebimento da denúncia: FALTA JUSTA CAUSA para a 
persecução penal; 
▪ A fraude, nesse caso, não é em relação ao documento (o cheque, em si, tá ok); 
▪ Súmula 246 STF- Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de 
emissão de cheque sem fundos. 
▪ Súmula 521 STF - O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de 
estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é 
o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado (beneficiário). (Vide 
súmula 244, STJ) 
▪ Súmula 554 STF - O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o 
recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. 
Circunstanciado 
• Contra a administração pública (direta ou indireta), instituto de economia popular, entidades de 
assistência social ou beneficência; 
• “Estelionato Previdenciário”: §3º 
o Súmula 24, STJ - Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima entidade 
autárquica da previdência social, a qualificadora do § 3º, do Art. 171 do Código Penal. 
o É compatível com o princípio da insignificância? DIVERGÊNCIA; 
▪ STJ: Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a 
Administração Pública (2017). 
▪ No STF, há julgados admitindo a aplicação do princípio mesmo em outras hipóteses 
além do descaminho, como foi o caso do HC 107370, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 26/04/2011 e do HC 112388, Rel. p/ Acórdão Min. Cezar Peluso, julgado 
em 21/08/2012. 
o Qual é a natureza do delito quanto praticado de forma reiterada? 
Terceiro (despachante) que realiza a fraude para que alguém 
receba o benefício reiteradamente 
Crime instantâneo 
de efeitos 
permanentes 
Agente que se beneficia da fraude e recebe reiterada e 
indevidamente benefícios da previdência social – Prescrição só 
conta a partir do fim da permanência 
Crime permanente 
(Crime ÚNICO) 
Agente que, após a morte do verdadeiro beneficiário, utiliza seu 
cartão para continuar a receber benefício previdenciário 
Crime continuado 
(art. 71, CP) 
 
Contra idoso 
• §4º - MAJORANTE (causa de aumento de pena): aplica-se em DOBRO: Inviabiliza a SCP; 
o Depois da Lei nº 13.228/2015, quem comete estelionato contra idoso não terá direito à 
suspensão condicional do processo. Isso porque a pena mínima para o caso de estelionato 
contra idoso passa a ser de 2 anos em razão do § 4º do art. 171. 
o É indispensável que o agente saiba que a vítima é idosa. Se o agente desconhecer essa 
circunstância, ele responderá por estelionato simples; não precisa conhecer formalmente a 
condição de idosa da vítima, incidindo a causa de aumento quando isso for evidente. 
• Para fins da majorante, o artigo fala em IDOSO = 60 anos, de acordo com o Estatuto do Idoso; 
• Ação penal pública INCONDICIONADA – Não fala em idoso, mas em MAIOR DE 70 ANOS; 
Menor de 60 anos Estelionato normal 
 21 
60 até 70 anos 
incompletos 
§4º, causa de aumento 
Inaplicabilidade de escusas absolutórias 
Inaplicabilidade da imunidade relativa (cônjuge, ascendente e 
descendente) 
70 anos 
Causa de aumento 
Ação penal INCONDICIONADA; 
 
Outras fraudes 
Duplicata 
simulada 
Crime formal; 
Pena mínima não comporta SCP, mas ANPP sim; 
Se consuma com a EMISSÃO; 
Apenas DOLO – boa-fé se presume; 
Triplicata simulada (segunda via da duplicada): SIM – intepretação extensiva; NÃO – 
analogia in malam partem; 
Duplicata simulada emitida sem produto/serviço inexistente: STJ entende que é típico;11 
Abuso de 
incapazes 
Semelhante ao estelionato; 
Crime PRÓPRIO; 
Induzimento 
à 
especulação 
Induzir à prática de jogo ou aposta; 
Induzir à especulação com títulos ou mercadoria; 
Se aproveita da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade; 
Crime FORMAL; 
Fraude no 
comércio 
Vender como legítima mercadoria falsificada; 
Trocar a mercadoria entregue; 
Princípio da especialidade em relação ao estelionato; 
Qualificada: pedras ou metal; 
Outras 
fraudes 
Ação penal pública CONDICIONADA; 
Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte 
sem dispor de recursos (ELEMENTAR) para efetuar o pagamento; 
 E se a pessoa TEM MEIOS para pagar, MAS NÃO QUISER? Atípico penalmente – 
ilícito civil (possível o penhor legal); 
Cabe perdão judicial; 
Dia do “Pendura” – No geral, é atípico, mas MASSON ressalva que a formação de um 
grande grupo que se dirige a um estabelecimento pode configurar intenção de causar 
dano; 
Fraude à 
execução 
Ação penal de iniciativa PRIVADA; 
Exige-se o prévio ajuizamento da execução; 
Crime PRÓPRIO – só o executado pode praticar; 
SÚMULA nº 375/STJ. O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da 
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. (proteção do 
terceiro de boa-fé); 
 
Receptação 
• Pena: 01 a 04 anos – o crime antecedente não influencia nisso; 
• Tipo misto ALTERNATIVO;11 O delito de duplicata simulada, previsto no art. 172 do CP (redação dada pela Lei 8.137/1990), configura-se quando o agente 
emite duplicata que não corresponde à efetiva transação comercial, sendo típica a conduta ainda que não haja qualquer venda de 
mercadoria ou prestação de serviço. STJ. 6ª Turma. REsp 1267626-PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 
5/12/2013 (Info 534). 
 22 
o Receptação PRÓPRIA: Adquirir, receber, transportar (crime permanente), conduzir (crime 
permanente) ou ocultar (crime permanente), em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe 
ser produto de crime; 
▪ Crime MATERIAL; admite tentativa; 
o Receptação IMPRÓPRIA: Influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: 
três pessoas – autor do crime antecedente; intermediário (autor do crime de receptação) e 3º 
de boa-fé; 
▪ Crime FORMAL – Basta influir e tem quem defenda que a conduta é unissubsistente 
(não caberia tentativa); 
• Ônus da prova – JET, Tese nº 13) No crime de receptação, se o bem houver sido apreendido em 
poder do acusado, caberá à defesa apresentar prova acerca da origem lícita da res ou de sua conduta 
culposa (art. 156 do CPP), sem que se possa falar em inversão do ônus da prova. 
• Benefícios: 
o Recepção DOLOSA – “privilegiada”: 155, §2º; 
o Receptação CULPOSA – perdão judicial; 
• Objeto material: coisa que sabe ser produto de CRIME; 
o E se for decorrente de contravenção? ATÍPICO; 
o E se for decorrente de ato infracional? TÍPICO; 
o Crime acessório, de fusão ou parasitário: exige a ocorrência de CRIME anterior; 
o E se o autor do crime antecedente for desconhecido ou isento de pena? 
▪ A autoria é IRRELEVANTE – só importa a materialidade; 
▪ Autonomia da receptação: punível ainda que desconhecido ou isento de pena o autor 
do crime antecedente; 
▪ Extinção da punibilidade – não reflete, em regra, na receptação; 
• Exceção: ANISTIA ou ABOLITIO – aí não haverá receptação; 
o É possível a receptação quando o crime anterior não for contra o patrimônio? SIM, 
desde que o anterior tenha alguma conotação patrimonial (peculato, por ex); 
o Bem imóvel pode ser objeto material? DEPENDE, mas há quem defenda; 
• Sujeito PASSIVO – é a vítima do crime antecedente; 
• Temas importantes: 
o Receptação EM CADEIA: Receptação da receptação – todos os que estiverem cientes da 
situação de produto de crime serão responsabilizados e EM TODOS a vítima é a mesma do 
crime antecedente; 
o Instrumento x Preço x produto do crime x – quem recebe para cometer um crime e depois; 
▪ Ex.: vender uma joia dada como pagamento para um assassinato encomendado = 
PREÇO; 
• Receptação QUALIFICADA: 
o Crime próprio: só pode ser cometido por quem pratica a atividade comercial ou industrial 
(formal ou informal - §§1º e 2º); 
o Tipo misto alternativo; 
o Criado para coibir o desmanche de carros roubados – “no exercício de atividade comercial ou 
industrial”; 
o Dolo eventual: coisa que deve saber ser produto de crime; 
o Dolo direto: Tribunais (Info 712, STF) superiores entendem que está implícito; 
o É possível ser privilegiada-qualificada? 
▪ NÃO: Seria abrandar muito a sanção à conduta qualificada; 
▪ SIM: Topograficamente, o §5º (privilégio) está abaixo do §1º (qualificadora) – ou 
seja, se aplica a tudo que estiver acima; é possível o furto híbrido, assim, deveria ser 
aplicado; 
 23 
• Receptação CULPOSA: 
o ÚNICO DELITO CULPOSO contra o patrimônio - deve presumir-se obtida por meio 
criminoso; 
o A presunção decorre: 
▪ Natureza do objeto; 
▪ Condição de quem a oferece; 
▪ Desproporção entre o valor e o preço; 
o Benefícios: Perdão JUDICIAL – agente primário; 
• Receptação MAJORADA – Pena aplicada em dobro quando o objeto material for bem da 
Administração Direta, Indireta e empresa concessionária de serviços públicos; 
• Receptação x Porte ilegal de arma de fogo: Há consunção? NÃO (STJ, 2018), os bens jurídicos 
tutelados são diferentes e a consumação ocorre em momentos distintos;

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