Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSO CIVIL I AULA 1 – COMPETÊNCIA MOSTRAR OS CAPITULO DA PARTE GERAL – TGP 2 1) CONCEITO: atribuição legal de cada órgão do Poder Judiciário. Suas regras estabelecem limites no exercício da função jurisdicional. É o âmbito que os órgãos podem exercer a Jurisdição. OBSERVAÇÃO - Temos que diferenciar a noção de Jurisdição em relação ao instituto da competência A Jurisdição – exercida pelo Judiciário correspondendo a função de “dizer o Direito no caso concreto”. ESSA FUNÇÃO – PODER é considerada Una, ou seja, tem um alcance sobre todo o território. Porém, cada órgão não poderia “julgar todas as questões”. Logo, foram criados vários juízos e Tribunais ( art. 92 da CRFB), cada qual com competência específica. Assim podemos dizer que JURISDIÇÃO É A FUNÇÃO e COMPETÊNCIA O LIMITE DO EXERCÍCIO DESSA FUNÇÃO ( não é medida de jurisdição, mas limite do exercício do poder jurisdicional). Por detrás do instituto da competência há o principio da EFICIÊNCIA – art. 37 caput da CRFB – preocupação e função do CNJ – Conselho Nacional d Justiça 2) PRINCIPIOS QUE REGEM A COMPETÊNCIA: a) Principio do Juiz Natural – a competência de cada órgão é fixada pela norma jurídica em abstrato e previamente ao julgamento do caso concreto. Também aqui a noção de que apenas um tipo de órgão jurisdicional possua competência para um tipo de demanda – Exemplo – Vara de Família para as causas que envolvam questões de família. b) Principio da Perpetuação da Competência – art. 43 do CPC – a competência é fixada no momento da propositura da ação, sendo irrelevantes alterações de fato e de direito ocorridas posteriormente, salvo se: - suprimirem o órgão; - alterarem a competência absoluta – Exemplo – união homoafetiva – antes Vara Cível, atualmente Vara de Familia. c) Principio da Competência sobre a Competência – cada juízo é competente para se manifestar sobre sua própria competência – cabendo recurso. ( art. 337 do CPC caput e parágrafo quinto) 3) COMPETÊNCIA CONCORRENTE E EXCLUSIVA: aqui o legislador aborda os limites da Jurisdição Nacional. 2.1 – COMPETÊNCIA CONCORRENTE - Art. 21 do CPC - situações nas quais o Judiciário brasileiro pode exercer a Jurisdição sobre o caso que He for apresentado, mas o Judiciário de outro Pais também poderá, dependendo da normativa processual local deste país. AQUI O PRINCIPIO DA SOLIDARIDADE ENTRE PAISES. Art. 21 do CPC - Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera- se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; ( ART. 101 DO CDC) III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. AQUI TEMOS A QUESTÃO DA HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA – ART. 105, I, i da CRFB e art. 109 da CRFB 2.2 – COMPETÊNCIA EXCLUSIVA – art. 23 do CPC - casos em que é exclusiva a competência do Judiciário Brasileiro, não podendo outro pais exercer Jurisdição sobre aquele caso. AQUI TEMOS UMA QUESTÃO SE SOBERANIA. ( proteger bens que estão no Brasil – aqui também questão tributária). Em termos práticos, se o Judiciário de outra Nação processar uma ação em que as partes disputam um bem que está em território brasileiro, NÃO SERÁ POSSÍVEL A EXECUÇÃO DA SENTENÇA NO BRASIL, já que a competência era EXCLUSIVA do Judiciário Brasileiro. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. OBSERVAÇÃO: Art. 23 DO CPC + art. 10 da LEI DE INTRODUÇÃO AO DIREITO BRASILEIRO ( direito material) + ART. 5, XXXI DA CRFB – logo: Art. 23 do CPC – competência / jurisdição Art. 10 LINDB - aplica-se a norma de direito material do domicilio do de cujus; Art. 5, XXXI da CRFB - aplica-se a lei material mas favorável ao cônjuge ou filho 2.3 – LISTIPENDENCIA / CONEXÃO - ART. 24 DO CPC – REFEREM-SE ART. 21 E 22 DO CPC – para o nosso ordenamento prevalecerá a decisão que primeiro transitar em julgado 2.4 – ELEIÇÃO DE FORO – ART. 25 DO CPC – APLICA-SE A HIPOTESE DOS ART. 21 E 22 DO CPC APENAS – o caso, por exemplo, pode ser um contrato internacional entre duas grandes empresas que fixou clausula de eleição de foro o Judiciário estrangeiro. Aplica-se a clausula... 3) COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL: art. 26 ao 41 do CPC = cooperação entre nações ( matéria penal e civil) para a prática de atos processuais ou administrativos. Esse tema é novo para o CPC, mas sempre foi objeto de tratados internacionais e disciplinado em Manual do Ministério da Justiça. Os tratados internacionais não apenas tratam de matéria penal, mas também de matéria civil como alimentos. - A Cooperação ocorrerá poderá ser estabelecida: a) por tratado internacional ( art. 26 caput do CPC) b) pelo principio da reciprocidade – assim como nos tratam assim deveremos tratar o país para fins de realização de atos processuais – AQUI TEMOS O ITAMARATI ( art. 26, parágrafo primeiro do CPC) MODALIDADES DE COOPERAÇÃO: - ATIVA – o Brasil vai requerer a realização de um ato jurisdicional ou medida para outra nação. Logo: Judiciário brasileiro – autoridade central – autoridade central de outra Nação; -PASSIVA – o Brasil vai a realizar um ato jurisdicional ou medida determinada por autoridade estrangeira – Exemplo – busca e apreensão, carta rogatória... Teremos: Autoridade Central – Ministério da Justiça ( juízo de admissibilidade), se ato jurisdicional – MP (penal) ou AGU que vai requerer ao Judiciário. Caso não dependa do Judiciário – a própria autoridade central cumpre SEGUE A NORMATIZAÇÃO: Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente; IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. A AUTORIDADE CENTRAL FARÁ O JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE– observando as regras de ordem pública e os direitos fundamentais disciplinados em nossa CRFB. TODA COMUNICAÇÃO É FEITA VIA AUTORIDADE CENTRAL. Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; II - colheita de provas e obtenção de informações; III - homologação e cumprimento de decisão; IV - concessão de medida judicial de urgência; V - assistência jurídica internacional; VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. Obs: Nem toda cooperação será realizada pelo Judiciário. Se a medida for administração a própria autoridade central realizará o ato requerido. Além dos atos enumerados no art. 27 do CPC, podem ser objeto de Cooperação internacional: 1) Auxílio direto: utilizado quando a medida não decorre diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira sujeita a homologação no Brasil. É cabível para os seguintes objetos, na forma do art. 30: a) Obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; b) Colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira; c) Qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 2) Carta rogatória: cabível para a cooperação entre órgão jurisdicional brasileiro e órgão jurisdicional estrangeiro para a prática de ato de citação, intimação, notificação judicial, colheita de provas, obtenção de informações e cumprimento de decisão interlocutória, sempre que o ato estrangeiro constituir decisão a ser executada no Brasil (art. 35). É importante lembrar que o procedimento perante o STJ é regulamentado pelo próprio CPC (art. 960) e ainda pelo Regimento Interno da Corte.
Compartilhar