Buscar

A Escolha Profissional Aspectos a Conhecer, Analisar e Integrar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

:I
I
I
I
I
\
I.
~ t
I'
I
Kalnia Maria Costa Neiva
jetos e tomar uma decisao. Os conflitos sao c!:_TtJ:t;ivalentese
combivalentes. Sao ambivalentes quando se ama e se odeia
o que se abandona e combivalentes quando se passa a inte-
grar ess~ objeto, que ja nao se ama nem odeia, mas que
se reconhece. Nessa situac;ao podem ocorrer r:.~gt~_ssoes
esporadicas. 0 adolescente, sentindo a responsabilidade
da decisaoe sua solidao diante da escolha de seu futuro, aban-
dona momentaneamente a escolha ja elaborada. Pode-se
observar tambem a expressao da onipotencia na ideia de
querer seguir vari;;ls c:arreiras, uma depois da outra, ou ain-
da a esquiva das carreiras abandonadas, do colegio aban-
donado. Tais comportamentos sao defesas que 0 adolescente
utiliza para lidar com a ansiedade provocada pela situaC;ao.
Assim, para escolher uma profissao, 0 adolescente passa
por diferentes eta pas, diferentes situac;oes e diferentes pro-
cessos. No proximo capitulo serao discutidos os distintos
aspectos que devem ser C'onhecidos. analisados e integra-
dos pelo adolescente durante 0 processo de escolha profis-
sional.
A escolha profissional: aspectos a
conhecer, analisar e integrar
Uma escolha profissional madura, consciente e ajustada
requer adquirir, analisar e integ:r:ar conh~cim~ntos, desen-
volvendo atitude§ ~h(lbilidades mentais que p~xmitCl.Illapren-
der a decidir.
Dois tipos de conhecimento sao importantes: 0 que se re-
fere aos aspectos internos e pessoais de quem escolhe (quem
eu sou), e 0 que se refere aos aspectos externos a quem esco-
Ihe (como e a realidaae educativa e socioprofissionall.
Conhecimento de aspectos internos
C2J:!b~~:r_:§~ ~._~~S~~!:l~iill.p(:i!:il_~~scoI:Q§)rum<!_p_[QD_ss<ioou
ocupac;~. Saber quem eu sou e como sou e que permite es-
colher o'que {azer e como {ozer. E com 0 processo de autoco-
nh~c_iIllento que se constroi uma a~tQ'-_!Ill.ag~In__il.1l1~llti_~(:i,
isenta de distorc;oes. Super (1957) enfatiza a importancia
do d~_S~Jlvgh:_irllento.do al,ltQcQJ),,Qe,it..QPO p.r:Qc~sso.da .~sco-
111.G!_p_r:.Qf.!.B_siQ.!:l_Cil.A medida que 0 adolescente desenvolve esse
48
Kathia Maria Costa Neiva Processos de Escoiha e Orienta~ao Profiss;cnai
autoconceito e alcan<;a a integra<;ao de sua personalidade,
ele vai formulando a$piL~ profis.siQnais_f_e_alistaseCQrn-
p[!tfyeis com a iI11ag~_m_(L@_temde si mesmo. Para tanto, e
imprescindivel 0 conhecimento das caracteristicas pes-
soais (positivas e negativas), das motiva<;6es e interesses,
das potencialidades e habilidades, dos valores e aspira<;6es,
dos conflitos, dos medos e das ansiedades vinculados ao pro-
cesso de escolha, das expectativas com rela<;ao ao futuro
profissional. Esses pontos serao analisados a seguir.
ideia a sua auto-imagem. ~ilu~~-tIl1Eig~me estabelecida a
partir __<:lCl:~ r:~troalimenta~iS~sgll~ 0 adolescente recebe das
fi~ra~_gl1~ 0 rodeiam.
Por isso e muito importante distinguir a fantasia da rea-
Jidade. Muitas vezes 0 adolescente imagina ter caracteris-
ticas que na realidade nao possui, ou vice-versa. Uma
a1!t_Q::i!!!ageIll_r~aL_g_al1t~_!ljjcapermite 0 desenvolvimento
de um nivel de aspira<;ao profissional coerente com a mes-
rna. a adolescente que tern consciencia de suas possibilida-
des e tambem de suas limita<;6es as levani em conta ao
estabelecer seu projeto profissional.~
Algumas vezes 0 adolescente considera como negativas
caracteristicas que, vistas de outr~ angulo, sao tidas como
positivas, ou vice-versa. Por exemplo, muitos adolescentes
se consideram tfmidos e veem essa caracteristica como ne-
gativa. E importante que eles percebam 0 lade positivo da
timidez e que esta e muito frequente no periodo da adoles-
c€mcia. E ela que permite re~Q[l§trllir a individllalidaJi~ e
uniclag~.n~~e_§sJ~.ria$_~:pr_Q_C;e.s_sode identidade. a isolamento
buscado pelos adolescentes propicia 0 processo de reflexao,
reconhecimento e integra<;ao de sua nova identidade. Per-
ceber os a§I2~£lQ~_:positiyos.clCl§carCl:_c;:Erist~Cl:§__I.1eg§,tiyas,
ou 0~asp~ct()Q_l}e@J,iv9_s_c:lealgumas cCl:r~~te!,isticaspositi-
vas, facilita a ~ceitCl:~_g_iPJ~gr:.'!&iiodas mesmas em uma
a_!!_t()_-_i_I_!l_agem_<:t_ll_!&~~ica.
Caracteristicas pessoais
Conhecer as caracteristicas da personalidade, ou seJa,
os as~c:1_os_IlositiV'o~e_llegativos, as qualidades e defeitos,
e fundamental para a forma<;ao da auto-imagem. E impor-
tante distinguir tres diferentes percep<;6es: 0 que eu penso
qlle sou, 0 qLle_e_':Lpen~Q_gg_eos outros pensam que sou e 0
que 9_s_()lltros1~~?II!:lep.t~.R.ensamde mim. Muitas vezes e
dificil perceber ou reconhecer algumas caracteristicas, prin-
cipalmente as negativas. E muito comum urn adolescente
se descrever como organizado ou alegre, porem, ao refletir
sobre como seus pais 0 veem, comentar: "Me acham bagun-
9ado porqlle nllnca arrumo 0 quarto." au: "Dizem que estoZi
sempre de mall humor." Se vaGmais longe e buscam a ver-
dadeira percep<;aodos pais, podem encontrar respostas dis-
tintas. A percep<;ao,real ou fantasiada pelo adolescente, de
como os familiares, professores e amigos 0 veem, contribui
significativamente para a forma~ao de sua auto-imagem.
a adolescente que, desde crian~a, percebe pOl'meio dos
comentarios de seus pais ou de seus professores, que estes
o consideram pouco capaz, pouco habil, independentemen-
te de que esse fato seja verdadeiro ou nao, incorporara essa
fP
Motivar;oes e interesses
A motiva<;ao e 0 elemento que C:Qloca__Q__o_r:.@nismQ_e.rn
movim~Tl~o.E ela que leva 0 individuo a fixar objetivos,
cQ_!ll'trIDrQr()j_et9El~ I'Elaliza-los.Ela se origina das necessi-
Kathia Maria Costa Neiva
dades .QQ _inglVJciuo e se diferencia por meio da relaC;ao dina-
rni_ca_~ __~l~_~~t9:belece com () meio em que vive.
MotivaC;ao e interesse estao relacionados e sao muitas
vezes confundidos. A mQ_tiv9:C;?:()_~_.()p_orq~_cJ:i.l <;oIl<il,lta,en-
quanta 0 !!l_t~_r:~ssee a tra(:h~~§.o da _motiv(l~ao emMm objeto
GQJ:}cretQ.0 interesse designa uma "correspondencia entre
certos objetos e tendencias peculiares do indivfduo interes-
sado por esses objetos, os quais, desse modo, the atraem a
atenc;ao e orientam sua atividade" (PIERON, 1993, p. 292).
Q§ _r_notiyQs__lTgJ.itas_y~~e_§_.§~9jp_C:;_QQsc_i.enj:es,enquanto os
interesses geralmente sao conhecid?s pelo sujeito.
Os int~l~~§s~S oC1,ll?~c;i()!l~!§E:)VQJl,l~~mcom a idade. Ja se
observam nas crianc;as preferencias por determinados jo-
gos e atividades. AIg:tl!1~QQ_~__i!lt~.r_l?~i')e§_infantis se mantem
e_§~g!2_s~_l}volvem, outros sao abandonados. Em geral eles
se tornam mais claros por volta dos 14-15 anos e se estabi-
lizam urn pouco mais tarde. Em alguns casos eles podem
manifestar-se muito cedo, como os interesses artisticos.
E muito importante que 0 adolescente conhec;a e dife-
rencie as atividades que Ihe intereasam das que nao des-
pertam seu interesse. Procurar compreender por que algumas
atividades Ihe dao prazer e outras nao, e essencial. Tam-
bem e importante distinguir os interesses centra is dos
i:g_te!:_~§_s~scomplementares. Muitos adolescentes que se
interessam por uma atividade artistica ou esportiva
questionam se que rem realizar essa atividade profissio-
nalmente ou de forma paralela. Examinar a profundidade
dos interesses e fundamental para estabelecer priorida-
des. E muito comum encontrar pessoas que, ap6s a dedi-
caC;ao plena a uma atividade profissional, realizam com
intensidade uma atividade que por muito tempo foi consi-
derada complementar.
52
Processos de Escolha e Orienia~ao Pror;ssionai
E_ im_QQ_rta_~t~.~()!l§_ider<1r:_qlle_OS interesses nao SaO esta-
tic:;os. Os interesses estao associados a objetos que podem
ser conhecidos ou nao, percebidos ou nao, pelo sujeito. Ao
longo da vida podemos descobrir novos interesses e inte-
gra-los aos ja existentes.
Potencialidades e habilidades
E importante distinguir esses dois termos. Um indivi-
duo nasce com potencialid~~§_q1!_e_I?_o<i~!p-\,irou nao a se-
rem desenvolvidas ao longo da, vid(3_. As h?bilidades sao
potencialidades desenvolvidas ou que passaram pOl' algum
tr:ein(lrn~nto. Elas resultam de uma complexa interac;ao
entre a her_9:Yl~Cl.<1Cljndividuo e a estimul(ic;IiQ_d_Q.(iIllbiente.
Muitas potencialidades sao desenvolvidas desde a infan-
cia, enquanto outras podem ficar latentes, em forma
potencial, ate que 0 individuo tenha a oportunidade de esti-
mula-las e desenvolve-las. Muitas pessoas, em urn dado mo-
mento da vida, descobrem uma potencialidade para pintar,
escrever ou praticar um esporte e decidem desenvolve-la.
Claro que nao podemos negar a parte hereditaria das habi-
lidades, tampouco podemos ignorar a importante influen-
cia do ambiente no desenvolvimento destas.
As habilidades devem ser consideradas no processo de
escolha profissional e constituem urn dado I?!-,ogIlosticador
para 0 desempenho na profissao. E muito importante que 0
adolescente reflita sobre quais sao as suas habilidades mais
fortes, medias e deficientes. Alem disso, ele deve ter cons-
ciencia da PQs~ib.ilidade de ..d_e_l'?~nYQl\T_e.::lase da importan-
cia de seu eSf'()rc;o nesse sentido. Aqui entra em aC;ao 0 fator
i:Qte:re~~e. Urn forte interesse por uma area, que exija uma
determinada habilidade eventualmente deficiente no ado-
53
Kathiz r.1ari2 Cos:a Neiva
lescente, pode impulsiona-lo a fazer um esfon;o para desen-
volve-la, ate 0 ponto maximo permitido pelo seu potencial.
Bonelli (1989), examinando a re1a9ao entre interesses e
habilidades, considera os seguintes casos:
•
1. Boa relar;[w entre interesses e habilidades especificas. Por
exemplo, um jovem interessado em seguir Engenharia
Mecanica e que possui uma forte habilidade mecanica.
2. Interesse alto em Ulna area para a qual nao existe habili-
dade especifica. Esses interesses .gera1mente tem cara-
ter compensatorio. POl' exemp1o, ul1l\ovem com interesse
em Comunica<;ao, mas com forte inibi<;ao nessa area.
3. Habilidade superior em atividades que nao sao objeto de
interesse. POI' exemplo, um jovem com grande facilidade
para desenho, mas sem interesse por profissoes que re-
queiram essa habilidade.
E muito malS facil escolher uma ~profissa%cupa<;ao
quando existe boa integra<;ao entre esses dois aspectos, mas
nem sempre eo que sucede. Nesse caso e necessario avaliar,
dentro do processo de decisao, qlJ.:alcie~s~s aSR~ct()S e .prio-
rj_tftriQ_tl<;l.r_a~o~a~lQ~©,§.~ente..Alem disso, deve-se ter conscien-
- -------_--_ .. -- ---_ -
cia de que as habilidades podem ser desenvolvidas mediante
treinamento, quando 0 individuo se sente motivado 0 sufi-
ciente para realizar um esfor<;o nesse sentido.
\ Valores e aspLrac;;oes
Ao escolher uma profissao e muito importante pergun-
tar-se: "0 que quero da vida? 0 que quero da minha futura
)
J
.l
ProcessoS de Escolha e Or;enta~ao Proflssionai
profissao?" Aqui entra outro fator de influencia: 0 sistema
de valores d() individu9: 0 ambiente em que vivemos con-
tribui substancialmente para a constru<;ao cle_:Q()~.~_()p_.valQ:
res. Eles sao incorporados a partir da sociedade, da ~l~s.se
social, da _~~cola,dos qffiigQs e, principalmente, da familia
da qual fazemos parte. Serao apresentadas, em seguida,
algumas categorias de va1ores:
• valores morais e intelectuais: realiza<;ao pessoal, de-
senvolvimento pessoal, realizac,rao profissional, apren-
dizagem, cultura, etc.;
• valores a1truistas: ajuda, cura, amor ao proximo, etc.;
• va10res materiais e financeiros: dinheiro, estabi1ida-
de financeira, conforto material, etc.;
• valores sociais: status social, prestigio, poder, reco-
nhecimento publico, etc.;
va10res espirituais: felicidade, amor, paz, libel'dade,
justi<;a, etc.;
• valores esteticos: beleza, harmonia estetica, e1egan-
cia, etc.
Mais uma vez cabe enfatizar que a esco1ha pro fissional
implica a escol.pa de Ul!l ..e.§E1Q..cl~..yida. E importante que a
profissao escolhida propicie 0 que buscamos na vida, 0 que
aspiramos. Para isso te_mos de ?_?jJ~!,0 q~e buscalllos. 0 que
e mais importante: ter dinheiro, tel' poder, ser cu1to? Cada
pessoa, alem de tel' valores distintos, atribui diferente im-
portancia a eles. Um adolescente, cujo valor principal e 0
dinheiro, provavelmente escolhera uma carreira que seja
bem remunerada. Outro, que tenha fortes val ores altruis-
tas, e bem possivel que escolha uma profissao que 1he per-
mita ajudar, cuidar ou curar 0 proximo.
55
Kathiz ~12.1iaCos:a Neiva
Outro aspecto a ser considerado e 0 nivel de aspirac;ao
que cada urn estabelece em sua vida pessoal e profissio-
na1. Esse nivel se baseia nas possibilidades e limitac;oes
do individuo. Conhecer as caracteristicas pessoais, inte-
resses, habilidades e valores permite 0 estabele~mento de
urn nivel de Q:'i12!rac;ao.<:ompativel GOl1l._arealidade. As pes-
soas que tern urn nivel de aspirac;ao muito alto para suas
habilidades certamente passarao sua vida insatisfeitas e
frust1'adas pOl' nao alcanc;arem as metas a que se propoem.
As que estabelecem urn nivel de aspirac;ao inferior as suas
possibilidades provavelmente se verao acomodadas, estagna-
'\ .•,_
das e muitas vezes insatisfeitas. Esse tipo de pessoa, geral-
mente, tern pouca confianc;a em si mesmo, 0 que 0 impede de
aspirar mais alto.
o desenvolvimento de uma auto-imagem autentica e
imprescindiveJ para 0 estabelecimento de urn niveJ de as-
pirac;ao compativel com ela.
Fontes de anslcdade: conflitos e m~dos
Pieron (1993, p. 106) define coI1flito como "estado do 0.1'-
ganismo submetido a ac;:ao de motiva<_;oes incompativeis".
Durante 0 processo de escolha profissional e desenvolvi-
mento da identidade vocacional-ocupacionaL 0 individuo
enfrenta a resoluc;ao de conflitos mms ou menos graves. Os
conflitos existentes na aquisic.;ao da identidade pessoal re-
percutirao na aquisic;ao da identidade vocacional-ocupa-
cional. A resoluc;ao desses conflitos e condic;:ao swe qua non
para uma identidade sa e, conseqiientemente, uma escolha
profissional madura.
06
P'ocessos de Esco!ha e Onenta<;ao Profisslona[
Eis, a seguir, alguns tipos de conflito observados freqiien-
temente no processo de escolha pro fissional e que dizem
respeito a identidade vocacional-ocupacional:
• entre interesses distintos: quando urn jovem se inte-
ressa pOl' atividades profissionais distintas;
• entre interesses e habihdades: quando urn jovem se
interessa por uma profissao, mas nao tern desenvol-
vidas as habilidades necessarias;
• entre interesses e valores: quando, pOl' exemplo, 0 p1'in-
. cipal valor de urn jovem eo econ6mico e ele se interes-
sa por uma profissao cuja remuneraC;ao e baixa;
• entre a escclha do adolescente e os desejos da familia:
quando urn jovem se intere~sa por uma profissao que
e desvalorizada ou nao aceita pela familia;
• entre a imagem idealizada que 0 adolescente tem de
si mesmo e a imagem reaL quando a imagem ideal i-
zada que 0 adolescente tem de si mesmo e muito dis-
tinta da realidade, como no caso de um adolescente
que se ve em condi<;6es de passar no vestibular para
Medicina e ter exito nesse curso, mas 0 seu histo1'i-
co academico mostra dificuldades importantes na
area escolar.
Todo conflito gera ansiedade e nem sempre se consegue
resolve-Io sozinho. Frequentemente e preciso ajuda profis-
sional para soluciona-Io.
o adolescente pode apresentar. no decorrer do processo
de escolha profissional, varias fantasias e te~ores Ql1l' cons-
tituem fonte;3 de ansiedade (DUARTE apud BOHOSLA VSKY.
1998, p. 80-81):
57
r I
11 I
!. I
~'
1
Kathie t~ari2 Costa Neiva
referentes a auto-imagem: sentimentos de impot€mcia,
onipotencia, dependencia, desvalorizaC;ao, inseguran-
c;a, etc.;
• referentes a escola de ensino medio: dificuldade em
discriminar materia-professor, materia-prdfissao ou
materias de que mais gosta das materias que tern mais
facilidade, medo de naopoder suportar a separaC;ao
dos colegas, medo do despreparo academico, etc.;
referentes a vida universitaria: medo de nao passar
no vestibular, de ser cobrado em excesso, de nao ter
urn desempenho academico s~tisfat6rio, de nao se
adaptar ao ambiente universita§io, de nao se graduar,
etc.;
• referentes aa futuro profissional: medo de fracasso e
erros no exercicio da profissao, medo de ser um pro-
fissional mediocre, medo de aborrecer-se, frustrar-se,
medo da rivalidade, da inveja, etc.
Essa ultima fonte de ansiedade s~ni analisada com mais
detalhes a seguir.
Expectativas relacionadas ao luturo prolissional
o futuro e incerto. Por mais que tentemos fazer previ-
soes, a realidade nao nos da g_aral1tias. Nao podemos ga-
rantir nem que seremos os mesmos nem que a realidade
profissional 0 sera. N inguem pode saber exatarnente 0 que
sucedera dentro de quatro, cinco anos, ou ate menos. 0 ado-
lescente, ao escolher sua futura profissao, tern de conviver
COIn ~ssa incerteza e aprender a suporta-1a. Ele constr6i
uma serie de expectativas em re1a<;;aoao futuro profissio-
Processos de Escolha e Orienta~ao Profissional
nal, que podem ser, por exemplo, de exito, de sucesso, mas
tam bern de fracasso e de dificuldades. Os medos e incerte-
zas sao muitos e 0 levam a varios questionamentos: "Serei
capaz de entrar neste curso universitario e de cursa-to?"
"Encontrarei emprego facilmente?" "Serei um prolissional
competente?" "Me realizarei nesta profissiio?" "Terei 0 re-
torno linanceiro que desejo?"
Conhecer as exp~ctativas e os medos, assim como proje-
tar possiveis dificulqades e formas de soluciona-las, aj_llga
<l__~~:l:I~Q_r:t~ra in~erteza e a ambigiiidade inerentes ao futuro.
Outro aspecto relevante e 0 que diz respeito as fant~si~s
dQ.9-_clQlescent~_e!ll.X.fJ?:~<iolis profiss5es de sua preferencia
e a sua vida profissiona1 futura. A sociedade, a midia e as
pessoas que nos circundam sao fontes de inforrnaC;ao sobre
a realidade profissional. Essas informac;oes sao, muitas
vezes, estereotipadas e distorcidas. A partir delas construf-
mos nossas fant::l_s_i::l_s_s_obre as profissoes. sobre 0 mercado
de trabalho e finalmente sobre 0 nosso futuro profissional.
Tais fantasias sao tam bern fruto de nossas necessidades
internas e de nossos desejos. E essencial examina-las e con-
trasta-las com a realidade, para evitar distorc;oes e ilusoes
falsas.
Conhecer, organizar e integrar os varios elementos dis-
cutidos anteriormente constitui uma etapa importante do
processo de escolha profissional, que propicia 0 estabeleci-
mento de crit~!:i<2_s_.p~ss9ais,par[l_(l_t.c.>.l1:!(l9.(u.ie__!ll_l1(l_.clg.cl~ffi.o.
Para isso 0 adolescente cleve relacionar seus aspectos in-
ternos (interesses, habilidades, va10res, etc.) com as concli-
c;oes de trabalho 11.1,1!eaJid(l<:l~~Qllc!:~ta. Assim, e essencial
que e1e defina seus criterios de escolha profissional taman.
do como referencia os seguintes aspectos:
59
Katnia ""aria Costa Neiva
1. Aml}jt;TJtede trabalho
Onde quer trabalhar: escola, hospital, empresa, fabri-
ca, restaurante, hotel, etc.
Com quem quer trabalhal': individualmEfute au em
equipe; com que tipo de profissionais, etc.
• Em que tipo de ambiente de tl'abalho: interno, exter-
no, cooperativo, competitivo, formal, informal, etc.
2. Oqjf}toslconteudos de trabalho
Com u que quer trabalhar: p~~soas, animais, objetos,
maquinas, instrumentos ... matematica, quimica, bio-
logia. historia, etc.
3. Atividades de trabalho
Fazendo (I que e como: contatos, comercio, escrever,
crial', desenhar, pesquisar ... co_mrisco, com autonomia,
dirigindo, obedecendo a ordens, etc.
4. RoA17:~cietrabaLho
Como quel' vwer a rotina de t"abalho em term os de:
horario, ritmo, deslocamentos fisicos, viagens, etc.
o que quer obter com a trabalho: realizac;ao profis-
sionaL cultura, poder, prestigio, dinheiro, etc.
Processos de Esco!ha e Or;enta~ao Prcfissionai
o estabelecimento desses criterios e muito importante
para a elaborac;ao de uma ef>.<;()Jh5..IIl(lcl~I::~_~_cgg~si~nte,mas
nao e suficiente. Entra aqui urn .complemento importante
do processo de escolha da profissao: 0 conhecimento da rea-
Iidade educativa e socioprofissional.
Conhecimento de aspectos externos: realidade
educativa e socioprofissional
Conhecimento da realidade educativa brasileira
Com relac;ao a realidade educativa e importante que 0
adolescente conhec;a os varios l)iyeis d~ formaC;<,!Qgxjsten-
tes. Sao tres niveis de educac;ao profissional, existentes na
atual legislac;ao brasileira (BRASIL, 2004):
l. Formac;ao inicial e continuada de trabalhadores
Os cursos que se incluem nesta formac;ao objetivam a
qualificac;ao para 0 trabalho e a elevac;ao do nivel de escola-
ridade do trabalhador.
2. Educa<;ao pro fissional tecnica de nivel medio
A articulac;ao entre a educa<;ao profissional tecnica de
nive] medio e 0 ensino medio pode ocorrer de tres formas,
de acordo com Resoluc;ao CNE/CEB nQ 112005 (BRASIL,
2005):
a) integrada, ou seja, no mesma estabelecimento de ensino
e com matricula (mica;
61
Kathia Maria Costa Neiva
b) CQJ)'_<;:QIIlitq[lt~, no mesmo estabelecimento de ensino ou
em institui<;ao de en sino distinta;
c) s:t!_l:>§~q4.~nte,oferecida a quem ja tenha cursado 0 nivel
m~~. ~
3. Educacao profissi9n<;ll.t~.GnQl6gj.G_ad_~ gra._dJ.Hlc;§_Qe de p6s-
gradJJ1!cao.
A educa<;ao profissional tecnol6gica de gradua¢o esta divi-
dida em:
. -.;:.~
a) Cgr.~.§_§e~Ilciais: Os cursos s~i.i.enciais sao distintos
dos cursos e programas tradicionais de gradua<;ao. Nes-
sa modalidade de en sino superior 0 aluno amplia seus
conhecimentos ou sua qualifica¢o profissional. Esses cur-
sos sao definidos por "campo de saber" e duram, em me-
dia, dois anos. Existem dois tipos de cursos seqi.i.enciais
de acordo com 0 Ministerio da Educa¢o (BRASIL, 2006c).
Cursos sequenciais de complementa<;ao de estudos:
Esses cursos podem ser de destina<;ao individual ou
coletiva. Devem estar vinculados a um ou mais cur-
sos de gradua<;ao reconhecidos, ministrados por ins-
titui<;ao de ensino superior credenciada, que incluam
disciplinas afins aquelas que farao parte do progra-
rna do curso sequencial. Esses curs os nao conduzem
a diploma; conferem urn certificado que atesta que 0
individuo adquiriu conhecimentos em um determina-
do campo de saber.
Cursos sequenciais de forma<;ao especifica: Esses cur-
sos sao de destina<;ao coletiva e conferem urn diplo-
ma. Devem estar vinculados a um curso de gradua<;ao
reconhecido pelo MEC.
52
Processos de Escolha e Orienta¢o Profissionai
b) Cursossup~rior~~cl~ t~~!!ologia: Os cursos superiores de
tecnologia abrangem diversos setores da economia, ofe-
recendo uma forma<;ao direcioRada para a aplica¢o, de-
senvolvimento e difusao de tecnologias e para a gestao de
processos de produ<;ao de bens e servi<;os.0 MEC lan<;ou
recentemente 0 Catruogo Nacional de Cursos Superiores
de Tecnologia que relaciona varios cursos trazendo infor-
ma<;;6esessenciais sobre 0 perfil profissional do tecn6-
logo. Esse catalogo orienta ainda a oferta de cursos nesta
area e 0 acompanhamento da qualidade deles. Os cur-
sos estao agrupados por areas: 1) Artes ~ Comunica<;;ao
- Design; 2) Comercio - Gestao; 3) Constru<;ao Civil -
Geomatica - Transportes; 4) Industria - Quimica -
Minera<;;ao; 5) Informatica - Telecomunica<;6es; 6) Meio
Ambiente - Tecnologia da Saude; 7) Turismo e Hospitali-
dade - Lazer e Desenvolvimento Social (BRASIL, 2006b).
c) Cursos de gradllCl<;;8.o:bacharelado, licenciatura e especi-
ficos. Os cursos de gradua<;ao preparam para uma carrei-
ra academica ou profissional podendo estar ou nao
vinculados a conselhos especificos. Sao os mais tradicio-
nais e conferem diploma com 0 grau de Bacharel (ex.: Ba-
charel em Fisica), Licenciado (ex.: Licenciado em Educa<;;§.o
Fisica), ou titulo especifico referente a profissao (ex.: Me-
dico). 0 grau de Bacharelou 0 titulo especifico referente a
profissao habilitam 0 portador a exercer uma profissao
de nivel superior; 0 de Licenciado habilita 0 portador para
o magisterio no ensino fundamental e medio. A dura<;ao
dos cursos varia de tres a seis anos (BRASIL, 2006a).
A Resolu<;;aonQ 1 de 3 de abril de 2001 (BRASIL, 2001)
estabelece as normas de funcionamento da educa<;ao pro-
fissional de p6s-gradua<;ao, que e dividida em:
63
Kathia Maria Costa Neiva
Cursos de p6s-graduagao lata sensu: Sao cursos de
especializac;aoque tern como objetivo 0 aprimoramento
academico e profissional, com duragao minima de 360
horas e maxima de dois anos, e caniter de educagao
continuada. Nessa categoria se inserelUilos cursos de
especializagao, de aperfeigoamento e aqueles designa-
dos como MBA (Master Business Administration).
Cursos de p6s-gradua<;;.aQ.strictosensu: Sao os cursos
de mestrado, doutorado e p6s-doutorado, que se desti-
nam aqueles profissionais interessados em atuar na
area academica, no ensino superior e na pesquisa.
Em seguida, apresenta-se 0 organograma da educagao
profissional na atual realidade brasileira.
OrganogrCU110do edllcar;iio profissional brasileira
Prccessos de Escoina e Orientac;ao Prorissionai
Conhecimento da realidade socioprofissional brasileira
o numero de ocupagoes existentes alcanga cifras impor-
tantes. A Classificagao Brasileira de Ocupagoes ~2002),do-
cumento que reconhece, nomeia e codifica os titulos e
conteudos das ocupagoes do mercado de trabalho brasilei-
ro, contabiliza: §96 fagliJ.i(is9<::lltlacionais,em que se agru-
pam 2.422 ocupagoes e de 7.258 titulos:sil1cmimos (BRASIL,
2006d).
.Nao se pode escolher sem conhecer muito bern as possi-
b_iliQ(i9,esde escolha que nos sao oferecidas. Em primeiro
lugar e de extrema importancia saber qu~s prQfissOesexis-
tern. Algumas publicagoes existentes no mercado trazem
informagoes sobre cursos, profissoes e universidades.
A Editora Abril publica periodicamente varios guias, en-
tre eles: Guia do estudante: vestibular, que proporciona uma
informac;ao breve sobre profissoes/cursos de nivel superior,
existentes na realidade brasileira; Guia do estudante: pro-
fi_ssoes,uma serie constituida de varios fasciculos sobre cur-
sos, campos de atuagao e mercado de trabalho de areas
profissionais especificas; Guia do estudante: melhores uni-
versidades, que relaciona as melhores universidades e seus
cursos; Guia do estudante: pos-graduw;iio & MBA, que in-
forma sobre varios programas de p6s-graduagao.
A Editora Segmento tambem publica guias de informa-
gao profissional, como: Guia de Profissoes e Guia de p6s-
graduar;iio & MBA.
Recentemente foi lan<;ado0 livro Interesses e pro/lssoes:
suporte informatwo C/O orientador profissional (LEVENFUS,
2005) que traz informagaoconcisa e atualizada sobre 210 pro-
fissoes de nivel superior.
Kathia Maria Costa Nelva
Com relac;ao aos Cursos Superiores de Tecnologia, 0 MEC
lanc;ou recentemente 0 Catalogo Nacional de Cursos Supe-
rior~;; d~T~cnologia que relaciona os cursos por area e pode
ser acessado via internet no portal do MEC (BRASIL,
2006b). #
Ah~m disso, a internet permite 0 acesso a varios sites
que disponibilizam informac;ao sobre profissoes, cursos e
instituic;oes de ensino1:
http://guiadoestudante.abril.com. br
http://w''vw.oestudante.comJ~r
http://www.guiadasprofissoes.~com.br
http://www.liop.ufsc.br
http://www.vestibularl.com.br/carreiras
http://www.guiadeprofissoes.com.br
http://www.oriente-se.comiprincipal.asp
http:ww\v.portaldeensino.com.br
Varias instituic;oes de en sino rp-edio e superior trazem,
em suas home pages, guias de informac;ao pro fissional. N0-
vos sites aparecerem a cada dia, enquanto outros sao des.ati-
vados. Uma breve pesquisa com 0 termo "guia de profissoes"
permite 0 acesso a lista de sites que contemplam informac;ao
profissional.
E importante que ° adolescente disponha de urn minimo
de cQllh(:)~i_ll.1:~.IltosQPrE:)as, p~rofissoes existentes ou pelo
menos saiba qual e a aJivid.a.de principa)_g(:)cada uma delas.
Esse conhecimento minimo the permitira eliminar uma
I Os site:,; apresentados tem-se mantido ativo,c ha a1b'Uns anos e foram acessados
em 12 setembro de 2006.
65
j
P·ocessos de Escolha e Orienta,ao Prof'ssio"ai
grande parte de1as e motivar-se para aprofundar a infor-
mac;ao sobre aquelas de maior interesse. 0 conhecimento
mais profundo deve abarcar os seguintes pontos:
a) objetivos da profissao;
b) objetos de traba1ho e atividades especificas lperma-
nentes e ocasionais);
I
11
c) ambiente e rotina de traba1ho;
d) mercado de traba1ho: quem emprega, oferta x demanda
de emprego, faixas salariais, etc.;
e) formac;ao: nive1 da formac;ao, instituic;oes de ensino, cur-
riculos, durac;ao, titulac;ao, honirios, ritmo, exigEmcias,
areas de especializac;ao.
Essa informac;ao especifica permitira ao adolescente
identificar as profissoes que mais correspondem a seus cri-
terios pessoais de escolha.
Finalmente, 0 adolescente deve buscar urn nive1 ainda
mais profundo de informac;ao sobre aquelas profissoes que
mais 1he interessam por meio de entrevistas cO~_'profissio-
l!~.i~.~~~.~~_4_9-nt~s,assim como visitas a lQ~c:g~gg.J;Iabalho e
ip.§tituic;oes de ensino. Sao estes ultimos procedimentos que
propiciam obter informac;oes especificas e respostas a ques-
toes pessoais. Deve-se evitar entrevistar urn s6 pI'of'issio-
nal de cada area ou visitar uma (mica instituic;ao. llecol hel'
opinioe~ y~riadas, impressoes distintas e conhecer dif'cl'en-
tes realidades profissionais e institucionais e que 1)(,I'mitl!
67
Kathia M2ria Costa Neiva
formular uma opiniao propria sobre as profissoes e insti-
tuic;oes educativas. A internet tambem e uma ferramenta
que facilita enormemente essa tarefa. Pode-se buscar pro-
fissionais, entrevista-los, participar de chats ou consultar
a home page das instituic;oes educativas para ~nhecer os
cursos oferecidos, 0 curriculo dos cursos e a proposta peda-
gogica.
Esse contato com a realidade permite corrigir informa-
<;;Qe_s<ii_§tQrcidas. desmitificar as fantasias e estereotipos,
P~l~~~Q~ limitac;6es e diflcllJQ?des, assim como vantagens e
desv~n_tll.gg_nsdas profi$soes e, prin~ipalmente, tomar cons-
ci€mcia de que nenhuma PIofissao 'preenche completamen-
te no_ssoscrilenos e requisitos. Temos de ser reali_stas e
cQ.D:;.cientespara encontrar a profissao que mais se adapte
a nossa pessoa. a nossa forma de ser e ao que esperamos de
nossa vida futura.
Em geral us adolescentes tern muito pouca consclencia
do que e importante conhecer, analisar, elaborar e integrar
para chegar a uma decisao consc~ente e madura. Mesmo
assim, a grande maioria, bern ou mal, acaba decidindo sozi-
nha 0 futuro profissional. Muitos adolescentes, entretan.-
to, enfrentam serias dificuldades para tomar uma decisao.
As fortes ~t,ldanc;as na. situac;ao socioeconomica mundial,
nos processos de industrializac;ao e globaliza<;ao tern pro-
vocado urn aumento consideravel nas taxas de desemprego
e, consequentemente. maior ipc:erteza quantgao futuro. Isso
tem levado os jovens a se deparar com uma grande contradi-
<;aoentre 0 sistema de valores que Ihes e transmitido pela
gera<;ao adulta e a realidade socioprofissional que observam.
De urn lado, absorvem dessa gera<;ao a ideia de que 0 diplo-
ma universit::irio e muito importante e constitui a lmica
68
I
Processos de Escoiha e Orienta~ac Profisslonai
saida para competir na sociedade e de outr~ constatam a
existencia de urn grande numero de profissionais com nivel
superior, desempregados ou subempregados. Assirn, eles se
perguntam se e realmente necessario ter urn diploma un i-
versital'io e se este tern algum valor.
Alem disso, os valores que costumavam ser atribuidos a
determinadas profissoes estao sendo questionados. POI'
exemplo, a Medicina, profissao tida como liberal, presti-
giosa e bern remuneradapela gera<;ao adulta, esta sendo
percebida hoje pelos jovens de forma distinta. 0 medico
passou a ser urn empregado das institui<;6es, a ser mal-re-
rnunerado e a tel' a necessidade de c~:)l1tarcom dois ou mais
empregos para poder tel' urn salario razoavel.
As frequentes mudan<;as no cenario socioeconomico tern
dificultado cada vez mais 0 processo espontaneo de decisao
profissional e levado os jovens a buscar ajuda em processos
sistematicos de orientac;ao profissional. 0 papel da fami-
1ia' da escola e da sociedade na facilita<;ao desse processo
sera discutido no proximo capitulo.
II
I
I
I
69

Outros materiais