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Assuntos da Rodada DIREITO DO TRABALHO: Princípios e fontes do Direito do Trabalho. Hierarquia das fontes do Direito do Trabalho. Direitos constitucionais dos trabalhadores (art. 7º da CF/1988). Relação de trabalho e relação de emprego: requisitos e distinção; relações de trabalho lato sensu. Sujeitos do contrato de trabalho stricto sensu: empregado e empregador: conceito e caracterização; poderes do empregador no contrato de trabalho. Grupo econômico e sua repercussão nas relações de emprego; da sucessão de empregadores: conceito, caracterização e sua implicação ao contrato de trabalho; da responsabilidade solidária por créditos trabalhistas; terceirização e flexibilização. Contrato individual de trabalho: conceito, classificação, modalidades e características. Profissões regulamentadas. Alteração do contrato de trabalho: alteração unilateral e bilateral; o jus variandi. Transferência do empregado: conceito, limitações e características. Suspensão e interrupção do contrato de trabalho: caracterização, distinção e reflexos no contrato de trabalho. Hipóteses de suspensão e de interrupção do contrato de trabalho. Rescisão do contrato de trabalho. Modalidades de rescisão do contrato de trabalho. Aviso prévio: prazo de duração. Estabilidade e garantias provisórias de emprego: espécies de estabilidade; despedida e reintegração de empregado estável. Duração do trabalho; jornada de trabalho; períodos de descanso; intervalo para repouso e alimentação; descanso semanal remunerado: base de cálculo; Rodada #3 Direito do Trabalho Prof. Milton Saldanha e Profa. Alessandra Vieira DIREITO DO TRABALHO 2 trabalho noturno e trabalho extraordinário; sistema de compensação de horas. Turnos ininterruptos de revezamento: conceito e implicações no contrato de trabalho. Do teletrabalho (Lei no 13.467/2017). Salário mínimo: irredutibilidade e garantia. Férias: direito a férias e duração; período concessivo e período aquisitivo de férias; remuneração e abono de férias; férias coletivas. Salário e remuneração: conceito e distinções; composição do salário; modalidades de salário; formas e meios de pagamento do salário; adicionais salariais; gorjetas: conceito e natureza jurídica; 13º salário. Equiparação salarial: caracterização, requisitos, excludentes; princípio da igualdade de salário; desvio e acúmulo de função. FGTS e PIS/PASEP. Prescrição e decadência: conceito, distinção e prazos. Segurança e medicina no trabalho: CIPA; atividades insalubres ou perigosas: caracterização e remuneração do trabalho insalubre e perigoso; forma de cálculo; cumulação de adicionais de insalubridade e periculosidade. Proteção ao trabalho do menor; Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8.069/90): do direito da profissionalização e à proteção no trabalho. Proteção ao trabalho da mulher; estabilidade da gestante; licença maternidade e Lei no 9.029/95. Direito coletivo do trabalho: liberdade sindical (Convenção no 87 da OIT); organização sindical: conceito de categoria; categoria diferenciada; convenções e acordos coletivos de trabalho. Direito de greve; dos serviços essenciais; greve do servidor público. Comissões de conciliação prévia. Da representação dos empregados. Renúncia e transação. Dano moral nas relações de trabalho. Recados importantes! Ø Você poderá fazer mais questões destes assuntos no teste semanal, liberado ao final da rodada. Ø Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. É fundamental para o perfeito aproveitamento do treinamento. DIREITO DO TRABALHO 3 Ø Qualquer problema com a meta, envie uma mensagem para o WhatsApp oficial da Turma Elite (35) 99106 5456. DIREITO DO TRABALHO 4 a. Teoria CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO Contrato é o acordo expresso ou tácito segundo o qual as partes pactuam direitos e obrigações recíprocas. A CLT conceitua o contrato individual de trabalho no art. 442 como sendo o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. O Professor Mauricio Godinho Delgado1 define o contrato de trabalho como “o acordo de vontades, tácito ou expresso, pelo qual uma pessoa física coloca seus serviços à disposição de outrem, a serem prestados com pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação ao tomador”. 1. Características do Contrato de Trabalho a) Contrato de Direito Privado É um contrato de direito privado o qual empregado e empregador são livres para estabelecer as cláusulas contratuais, desde que respeitem as normas mínimas de proteção ao trabalhador. 1 DELGADO. Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 16. ed. rev. e ampl. São Paulo: LTr, 2017. p. 574. DIREITO DO TRABALHO 5 b) Informal A informalidade prevalece no contrato de trabalho (pode ser até verbal), essa é a regra, mas tem exceções: existem contratos em que a forma escrita é essencial. Exemplo: contrato por tempo determinado, de jogadores de futebol, contratos de aprendizagem. c) Bilateral e Sinalagmático É bilateral, pois gera direitos e obrigações para ambas as partes. É sinalagmático, pois as partes se obrigam a prestações recíprocas e antagônicas. O direito de uma parte é a obrigação da outra e vice-versa. d) Personalíssimo ou intuitu personae (em relação ao empregado) O empregado deve prestar os serviços pessoalmente, não pode mandar outra pessoa trabalhar em seu lugar. Com relação ao empregador rege a impessoalidade. e) Comutativo É diferente do contrato aleatório, na comutatividade o empregado deverá ter um salário compatível com a atividade que exerce. Não pode ter uma remuneração aleatória. Por ser um contrato comutativo, o empregado e o empregador tem ciência das vantagens e desvantagens que irão enfrentar no decorrer do contrato de trabalho. DIREITO DO TRABALHO 6 f) Consensual Nasce do livre consentimento das partes. Para a prova é isso que devemos saber, mas essa ideia está cada vez mais difícil de ser defendida, pois o contrato de trabalho está cada vez mais parecido com o contrato de adesão. g) De trato sucessivo O contrato de trabalho é um contrato de trato sucessivo ou de débito permanente, pois direitos e obrigações se renovam a cada período. O empregado trabalha 30 dias e recebe o salário. Parecido com o contrato de locação, paga o aluguel – utiliza o imóvel por 30 dias. h) Contrato de atividade O contrato de atividade tem como obrigação central a prestação de fazer, que vai se prolongando continuamente no tempo. Pelo enfoque do empregado, a atividade contratada é a obrigação principal. Já pela ótica do empregador é a causa de formação do contrato. i) Oneroso A principal obrigação do trabalhador é prestar o serviço para o empregador, o principal direito do obreiro é receber a contraprestação salarial pelos serviços efetivamente trabalhados. DIREITO DO TRABALHO 7 2. Elementos do Contrato de Trabalho Os elementos essenciais ao contrato de trabalho são aqueles previstos no Código Civil, quais sejam: capacidade das partes; licitude do objeto e forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 104, CC/02 - A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. a) Agente capaz A capacidade plena do empregado se dá aos 18 anos, conforme prevê a CLT. Contudo, os adolescentes de 16 a 18 anos podem trabalhar, mas nãoem atividades perigosas, insalubres ou noturnas. Também não poderão assinar recibos de quitação de verbas rescisórias, precisando para isso, da assistência de seus representantes legais. Por fim, os adolescentes maiores de 14 anos poderão trabalhar, mas na condição de aprendiz. Art. 402, CLT - Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos. b) Objeto lícito A prestação de serviços não poderá envolver atividade ilícita. Dessa forma, para que o contrato de trabalho se desenvolva de forma válida a prestação de serviços deve ser lícita. DIREITO DO TRABALHO 8 O trabalho proibido é aquele que prejudica a saúde e a segurança do obreiro, desrespeitando normas de segurança e medicina do trabalho. É o caso dos menores que trabalham em carvoaria, por exemplo. Nesses casos, reconhece-se o vínculo de emprego e são devidas as verbas rescisórias. No que tange ao trabalho ilícito, é considerado como tal, a prestação de serviços que afronta a lei penal. Na hipótese de trabalho ilícito não se configura a relação de emprego, assim, não há o que se falar em pagamento das verbas rescisórias. c) Forma prescrita ou não defesa em lei Como sabemos, o Direito do Trabalho privilegia a informalidade do contrato de trabalho, podendo ser verbal e até tácito. 3. Classificação do Contrato de Trabalho a) Contrato Verbal ou Escrito Art. 443, CLT - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. O contrato de trabalho tanto pode ser formal como informal, escrito ou verbal. A simples assinatura da CTPS já configura a existência de um contrato escrito, mas nada impede que haja um contrato cheio de cláusulas. Art. 29, CLT - A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente DIREITO DO TRABALHO 9 apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de QUARENTA E OITO HORAS para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. A não assinatura da CTPS é uma mera irregularidade, não quer dizer que não exista o contrato verbal. O contrato de trabalho pode ser verbal, mas a CLT entende que o empregador deverá assinar a carteira de trabalho no prazo de 48 horas. b) Contrato Tácito ou Expresso O contrato de trabalho EXPRESSO é aquele em que as cláusulas contratuais foram previamente acordadas, expressadas, pouco importa se foi de maneira verbal ou escrita. No contrato de trabalho TÁCITO inicia-se o trabalho pelo obreiro, sem oposição do empregador, muito embora nenhuma cláusula contratual tenha sido previamente acordada. c) Contrato Por Prazo Indeterminado Em função do princípio da continuidade da relação de emprego a regra é que os contratos sejam pactuados por prazo indeterminado, apenas por exceção são admitidos contratos por prazo determinado ou contratos a termo. Os contratos por prazo indeterminado são aqueles que não têm um termo final prefixado, se prolongam com decorrer do tempo. DIREITO DO TRABALHO 10 d) Contrato por Prazo Determinado Ø Contrato por prazo determinado da CLT Presume-se que os contratos de trabalho, como já dito, sejam fixados por prazo indeterminado, somente em certas ocasiões que a Lei autoriza a pactuação de contratos por prazo determinado. Nos contratos por prazo determinado autorizados pela CLT, a própria empresa contrata diretamente o trabalhador. Todo contrato por prazo determinado tem um termo final prefixado, se não for um termo exato, há uma previsão aproximada de quando esse contrato vai terminar. Um exemplo é o contrato de safra. Art. 443, § 1º, CLT - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. São considerados contratos por prazo determinado: a) o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado; b) o contrato de trabalho cuja vigência dependa da execução de serviços especificados; c) o contrato de trabalho cuja vigência dependa da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. O contrato por prazo determinado só poderá existir nos casos previstos em lei. Sendo assim, vejamos as situações em que se admite o contrato por prazo DIREITO DO TRABALHO 11 determinado: a) serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) atividades empresariais de caráter transitório; c) contrato de experiência. Art. 443, § 2º, CLT - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. No caso da alínea “a”, a atividade da empresa é permanente, duradoura, mas o serviço desemprenhado pelo trabalhador tem natureza transitória. Exemplo: trabalhadores contratados somente no verão. No caso da alínea “b”, a própria empresa que tem caráter transitório. Exemplo: empresas que só funcionam no verão, em alta temporada. No caso da alínea “c”, trata-se do contrato de experiência, que nada mais é do que uma modalidade de contrato por prazo determinado. O empregador na hora de contratar o empregado não pode exigir que ele tenha experiência superior a SEIS meses. Art. 442-A, CLT. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade. DIREITO DO TRABALHO 12 O prazo máximo de validade do contrato de trabalho por prazo determinado é de 2 anos, se for contrato de experiência o prazo máximo é de 90 dias. Art. 445, CLT - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias. Tendo o contrato de trabalho por prazo determinado vigorado por 2 anos NÃO será possível a prorrogação. A mesma coisa ocorre com o contrato de experiência, passado os 90 dias não tem como prorrogá-lo. Assim, para que prorrogação seja lícita tem que estar dentro do prazo máximo de validade do contrato. Dentro do prazo máximo de validade, o contrato por prazo determinado, só admite UMA PRORROGAÇÃO, da segunda prorrogação em diante já se considera contrato com prazo indeterminado. Art. 451, CLT - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo. Entre o final de um contrato por prazo determinado e o início de um outro contrato por prazo determinado com o mesmo empregador TEM QUE DECORRER MAIS DE SEIS MESES, sob pena do segundo contrato ser considerado um contrato com prazo indeterminado. Art. 452, CLT - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, SALVO se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. DIREITO DO TRABALHO13 Exceção: um empregado foi contratado com prazo determinado primeiramente para as festas de final de ano (1o acontecimento), depois foi contratado novamente para a semana santa (2o acontecimento), depois, ainda, foi contratado para as festas juninas (3o acontecimento). Como vimos, nos contratos por prazo determinado o empregador deverá esperar seis meses para contratar novamente, exceto: a) para execução de serviços especializados; ou b) para realização de certos acontecimentos. Uma das vantagens do contrato de trabalho por prazo determinado para o empregador é a impossibilidade de o empregado vir a adquirir estabilidade. Entretanto, existem dois casos em que a jurisprudência prevê a obtenção da estabilidade. É o caso da empregada gestante e o empregado que sofre acidente do trabalho. TST Enunciado nº 244 - III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. TST Enunciado nº 378 - III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. Em 2013 a CLT foi alterada com a finalidade de incluir a estabilidade para empregada gestante durante o período do contrato por prazo determinado ou durante o aviso prévio seja trabalhado ou indenizado. Art. 391-A, CLT - A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou DIREITO DO TRABALHO 14 indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. No que se refere ao aviso prévio, é um instituto decorrente dos contratos por prazo indeterminado. Aquele que desejar romper um contrato de trabalho por prazo indeterminado terá que conceder aviso prévio à parte contrária. Nos contratos por prazo determinado, se ele foi cumprido regularmente NÃO HÁ que se falar em AVISO PRÉVIO, pois as partes já sabiam desde o início quando o contrato iria terminar. Por outro lado, imaginemos uma situação hipotética em que existia um contrato por prazo determinado de dois anos, mas com 1 ano e 6 meses o empregador decide rescindir o contrato sem um motivo justo. Nesse caso, a título de indenização aplica-se o art. 479 da CLT, a multa rescisória será de metade dos salários devidos até o final do contrato. Art. 479, CLT - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato. Agora, imaginemos um contrato por prazo determinado de dois anos, só que com 1 ano e 6 meses o empregado decide rescindir o contrato sem um motivo justo. Nesse caso, aplica-se o art. 480 da CLT que estabelece que, se houver rompimento sem justa causa do empregado, ele deverá indenizar o empregador dos prejuízos porventura causados. Art. 480, CLT - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem. DIREITO DO TRABALHO 15 § 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições. A indenização paga ao empregador NÃO superará aquela que o empregado receberia caso a iniciativa da ruptura contratual partisse da parte contrária. Se porventura nos contratos por prazo determinado existir a cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão ou vulgarmente conhecida cláusula do aviso prévio, devemos esquecer os arts. 479 e 480 e aplicaremos as regras dos contratos por prazo indeterminado. Sendo o empregador a romper, deverá pagar o aviso prévio e multa de 40% do FGTS. Sendo o empregado a romper não pagará multa, mas deverá conceder o aviso prévio ao empregador. No fundo essa cláusula só assegura o aviso prévio. Cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão ou cláusula do aviso prévio (art. 481 da CLT): Art. 481, CLT - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem CLÁUSULA ASSECURATÓRIA DO DIREITO RECÍPROCO DE RESCISÃO antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Temos hoje o FGTS devidamente regulamentado na Constituição Federal no seu art. 7o, III. Sendo um regime obrigatório para todos os trabalhadores urbanos e rurais. Além da CF/88, está na Lei no 8.036/90 e regulamentado pelo Decreto 99.684/90. Decreto regulamentador da Lei do FGTS. Art. 14, Decreto 99.684/90 - No caso de contrato a termo, a rescisão antecipada, sem justa causa ou com culpa recíproca, equipara-se às hipóteses previstas nos §§ 1° e 2° do art. 9°, respectivamente, sem prejuízo do disposto no art. 479 da DIREITO DO TRABALHO 16 CLT. Sendo assim, nos contratos por prazo determinado, se o empregador romper o contrato de trabalho sem justo motivo ele pagará ao empregado a multa do art. 479 da CLT (metade dos salários devidos até o final do contrato) e a multa de 40% do FGTS. Ø Contrato de Trabalho Temporário da Lei no 6.019/74 O trabalhador temporário é regulado pela Lei no 6.019/1974, que foi recentemente alterada pela Lei no 13.429/2017 e pela Lei no 13.467/2017 (reforma trabalhista). O trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. Duas são as hipóteses de contratação de trabalho temporário, qualquer outra hipótese de contratação de trabalho temporário que não sejam essas duas serão consideradas fraude à lei: - Necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente. É o caso da empregada grávida se afasta para ganhar o bebê. - Acréscimo extraordinário de serviços. Por exemplo os shoppings e comércios nas festividades de final do ano. O trabalho temporário forma uma relação triangular entre: trabalhador temporário, a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora de serviços. DIREITO DO TRABALHO 17 Estabelece a lei que qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, NÃO existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, NÃO poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido de cento e oitenta dias, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior. Se for realizada contratação anterior ao prazo previsto caracteriza vínculo empregatício com a tomadora. Temos um contrato escrito civil entre a empresa de trabalho temporário com o tomador de serviços ou cliente. Tem que existir um contrato de trabalho entre a empresa de trabalho temporário com o tomador deserviço ou cliente, sendo esse contrato formal, escrito, constando também o motivo da contratação (necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou demanda complementar de serviços). O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, ou seja, a empresa de trabalho temporário não pode proibir a empresa tomadora de serviço ou cliente de contratar o empregado depois de findado o prazo do contrato temporário. DIREITO DO TRABALHO 18 A regra é que os contratos sejam realizados por prazo indeterminado, sendo somente por exceção admitidos os contratos a termo ou contratos por prazo determinado. Art. 10, Lei 6.019/74. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. § 1o - O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. § 2o - O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. § 4o - Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943. 5o - O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1o e 2o deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior. § 6o - A contratação anterior ao prazo previsto no § 5o deste artigo caracteriza vínculo empregatício com a tomadora. § 7o - A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. DIREITO DO TRABALHO 19 Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei. Parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho temporário. Considera-se empresa de trabalho temporário a pessoa jurídica cadastrada no Ministério do Trabalho. Art. 4o, Lei 6.019/74 - Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente. O trabalhador temporário é empregado da empresa de trabalho temporário, muito embora ele venha prestar serviço nas dependências do tomador de serviços ou cliente. Qualquer demanda entre o empregado temporário e a empresa de trabalho temporário será submetida à Justiça do Trabalho. No caso de falência da empresa de trabalho temporário, o cliente ou tomador de serviço será solidariamente responsável pelo adimplemento das obrigações trabalhistas e previdenciárias (recolhimento das contribuições previdenciárias, salário e indenizações). Art. 16, Lei 6.019/74 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador DIREITO DO TRABALHO 20 esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei. Nos demais casos o cliente ou tomador de serviço será subsidiariamente responsável pelo adimplemento das obrigações trabalhistas e previdenciárias pelo tempo que o empregado temporário trabalhou. Art. 10, Lei 6.019/74. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. § 7o - A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. d) Contrato de trabalho intermitente Uma das principais mudanças na legislação feita pela Reforma Trabalhista é a regulamentação do trabalho intermitente. Agora, as empresas podem contratar um funcionário para trabalhar esporadicamente e pagá-lo apenas pelo período em que prestou seus serviços. Nesse tipo de trabalho, são alternados períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador. A exceção será para os aeronautas, que continuarão regidos por legislação própria. Antes da Reforma, a CLT não regulamentava o trabalho intermitente. O contrato com o menor número de horas era o em regime de tempo parcial, que tinha no DIREITO DO TRABALHO 21 máximo 25 horas semanais (substituídas por 30 horas semanais, com a Reforma Trabalhista). REFORMA TRABALHISTA O trabalho em regime parcial sofreu mudanças com a Reforma Trabalhista. Seguem, os dispositivos alterados: Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. Art. 58-A, § 3º - As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal. § 4º Na hipótese de o Contrato de Trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3º, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais. § 5º As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas. § 6º É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário. DIREITO DO TRABALHO 22 § 7º As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta Consolidação. O contrato intermitente, por sua vez, não define uma carga horária mínima de horárias trabalhadas. Os limites máximos de jornada garantidos pela Constituição são mantidos: 44 horas semanais e 220 horas mensais. O contrato de trabalho intermitente funciona assim: o empregador (empresa) faz um contrato com um funcionário que fica à sua disposição atéser “convocado” para o trabalho. Quando precisar dele, a companhia tem de avisá-lo com pelo menos três dias de antecedência. O profissional, então, presta serviços à empresa pelo tempo combinado, seja qual for esse período — três horas, duas semanas, cincos meses, não importa. Esse contrato deverá ser por escrito, e o valor da remuneração não poderá ser menor que o do salário mínimo em hora ou àquele de empregados que exerçam a mesma função. A remuneração por hora será sempre a mesma em todas as convocações. Não pode mudar de serviço para serviço, por exemplo. Enquanto aguarda por mais trabalho, o funcionário não recebe nada. Mas fica livre para prestar serviços a outros contratantes. Dessa forma, considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. A “convocação” do trabalhador deve acontecer “por qualquer meio de comunicação eficaz” (telefone, WhatsApp até Messenger, desde que a pessoa faça uso desses meios). Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de DIREITO DO TRABALHO 23 um dia útil para responder ao chamado. Não respondeu? Ficará presumida a recusa da oferta. Tal recusa, vale destacar, não caracteriza insubordinação. Ainda de acordo com o texto da reforma, quando aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir deverá pagar à outra uma multa de 50% da remuneração no prazo de 30 dias. Depois do trabalho, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: remuneração; férias proporcionais com acréscimo de um terço; 13º salário proporcional; repouso semanal remunerado; e adicionais legais. A contribuição previdenciária e o FGTS serão recolhidos pelo empregador na forma da lei. O dinheiro referente ao FGTS é depositado na conta do funcionário na Caixa Econômica Federal, como acontece com um trabalhador regular. O recibo de pagamento deverá conter a discriminação de cada um desses valores, para que o trabalhador saiba o que está recebendo. O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador e o trabalhador poderá prestar serviços a outros contratantes. Entretanto, depois de 12 meses, o empregado adquire o direito a férias e não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador que a conceder. Várias críticas surgiram com essa nova modalidade de contrato de trabalho. Nesta modalidade de contrato de trabalho, o trabalhador só trabalha e recebe remuneração quando chamado pela empresa, não havendo garantia de jornada mínima e de renda mínima. Assim, ao contrário do que ocorre no sistema vigente, em que o tempo à disposição da empresa é pago ao trabalhador, o trabalhador poderá trabalhar algumas horas em uma semana, em um mês, em um ano, fazendo jus apenas às horas efetivamente trabalhadas. Dessa forma, DIREITO DO TRABALHO 24 poderá nada receber ou auferir remuneração inferior ao salário mínimo, em flagrante ofensa ao disposto no art. 7º, inciso IV, da Constituição, segundo o qual trabalhadores urbanos e rurais têm direito ao salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, que deve ser suficiente para atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família. Além disso, o pagamento de direitos como 13º salário, férias, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e repouso semanal remunerado será sempre proporcional às horas trabalhadas, sendo que o trabalhador não terá qualquer garantia de que será chamado pela empresa para trabalhar, nem quando, nem por quantas horas. Trata-se de uma situação de total insegurança que impede o trabalhador de ter a previsibilidade da remuneração que ganhará para pagar as contas do mês. Tampouco poderá esse trabalhador, em jornadas intermitentes, assumir uma dívida para comprar a casa própria, por exemplo. Art. 443, CLT - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. § 3o - Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. Art. 452-A, CLT - O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato DIREITO DO TRABALHO 25 intermitente ou não. § 1o - O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência. § 2o - Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. § 3o - A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente. § 4o - Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo. § 5o - O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. § 6o - Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: I – remuneração; II – férias proporcionais com acréscimo de um terço; III – décimo terceiro salário proporcional; IV – repouso semanal remunerado; e V – adicionais legais. § 7o - O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo. DIREITO DO TRABALHO 26 § 8o - O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações. § 9o - A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador. PROFISSÕES REGULAMENTADAS As profissões regulamentadas são aquelas que possuem regulamentação própria, legislação particular que informam as obrigações, os direitos e deveres de determinada profissão, requisitos próprios, como por exemplo o caso bacharel em direito, que mesmo após o término da faculdade só poderá exercer a profissão de advogado após a aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Além disso, as profissões regulamentadas também têm benefícios como carteira profissional, jornada de trabalho, piso salarial etc. Já as profissões não regulamentadas também são reconhecidas, mas não necessariamente precisam de uma formação formal. Alguns exemplos são: cozinheiros, decoradores e barman. Importante ressaltar quea CLT é uma lei que compreende todas as profissões, regulamentadas ou não. Dentre as principais profissões regulamentadas temos as seguintes: PROFISSÃO LEGISLAÇÃO DIREITO DO TRABALHO 27 ADMINISTRADOR Lei nº 4.769/65 ADVOGADO Lei nº 8.906/94 AGRÔNOMO Lei nº 4.950-A/66 Lei nº 5.194/66 ARQUITETO Lei nº 4.950-A/66 Lei nº 5.194/66 ASSISTENTE SOCIAL Lei nº 8.662/1993 ATLETA PROFISSIONAL DE FUTEBOL Lei nº 12.395/2011 Lei nº 9.615/98 BOMBEIRO CIVIL Lei nº 11.901/2009 CONTADOR Decreto-Lei nº 9.295/46 CORRETOR DE IMÓVEIS Lei nº 6.530/78 CORRETOR DE SEGUROS Lei nº 4.594/64 DENTISTA Lei nº 4.324/64 Lei nº 5.081/66 ECONOMISTA Lei nº 1.411/51 ENGENHEIRO Lei nº 4.950-A/66 Lei nº 5.194/66 ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Lei nº 7.410/85 ESTATÍSTICO Lei nº 4.739/65 FARMACÊUTICO Lei nº 3.820/60 FISIOTERAPEUTA Lei nº 6.316/75 Lei nº 8.856/94 FONOAUDIÓLOGO Lei nº 6.965/81 GEÓGRAFO Lei nº 6.664/79 GUARDADOR E LAVADOR AUTÔNOMO DE VEÍCULOS Lei nº 6.242/75 JORNALISTA Decreto-Lei nº 972/69 MÃE SOCIAL Lei nº 7.644/87 DIREITO DO TRABALHO 28 MÉDICO Lei nº 3.268/57 Lei nº 6.932/81 MOTOBOY Lei nº 12.009/2009 MÚSICO Lei nº 3.857/60 NUTRICIONISTA Lei nº 6.583/78 PSICÓLOGO Lei nº 4.119/62 Lei nº 5.766/71 QUÍMICO Lei nº 2.800/56 Lei nº 4.950-A/66 SOCIÓLOGO Lei nº 6.888/80 TÉCNICO EM RADIOLOGIA Lei nº 7.394/85 VETERINÁRIO Lei nº 4.950-A/66 Lei nº 5.517/68 ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 1. Alteração Bilateral REGRA GERAL: A nossa CLT usou como regra geral a alteração bilateral (o mútuo consentimento) e ausência de prejuízo do contrato de trabalho. Art. 468, CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. 2. Alteração Unilateral A doutrina entende que o empregador pode fazer pequenas alterações (não DIREITO DO TRABALHO 29 significativas) no contrato de trabalho de maneira unilateral, desde que não acarretem direta ou indiretamente prejuízos ao empregado, é o que chamamos de jus variandi. Exemplo: alterar o horário do trabalho, alterar o setor dentro da empresa. O chamado jus variandi ordinário permite que o empregador faça pequenas alterações quanto ao exercício da prestação do trabalho, mas sem que o empregado sofra nenhum prejuízo efetivo. Por outro lado, o jus variandi extraordinário permite alterações prejudiciais ao empregado, mas só em hipóteses especiais e desde que observados os limites legais. Um exemplo de jus variandi extraordinário é a reversão de empregado que exerce função de confiança ao cargo efetivo, nos termos expressamente autorizados pelo parágrafo único do art. 468. Do ponto de vista teórico, o empregado poderá se opor às alterações, é o que a doutrina chama de jus resistentiae. Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. Não se considera alteração ilícita a reversão do empregado para o cargo efetivo anteriormente ocupado, pois ninguém tem direito adquirido a exercer eternamente cargo de confiança. Deixou de ser da confiança do empregador ele pode reverter o empregado ao seu cargo de origem. No entanto, devemos ficar bem atentos a alteração implementada pela Reforma Trabalhista. Antes do advento da Lei no 13.467/2017, quando percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado na função de confiança, ele poderia até perder o cargo, mas não a gratificação, pois a gratificação se incorporava ao seu patrimônio, passando a ser direito adquirido DIREITO DO TRABALHO 30 do empregado. Esse era o entendimento do TST consubstanciado na redação do Enunciado no 372 do TST2, o qual provavelmente deverá ser cancelado. Atualmente, o entendimenento trazido pela Reforma Trabalhista é o seguinte: revertido o empregado para o cargo efetivo anteriormente ocupado, com ou sem justo motivo, não assegura o direito à manutenção do pagamento da gratificação, a qual não se incorporará, independente do tempo de exercício da respectiva função. REFORMA TRABALHISTA Independente do tempo de exercício da respectiva função de confiança (mesmo que exercida por mais de dez anos), se o empregador reverter o empregado, com ou sem justo motivo, ao cargo originalmente ocupado, o empregado NÃO terá direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente. Art. 468, § 2o, CLT - A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. (NR) 2.1. Alteração Objetiva Diz respeito ao objeto do contrato. As principais alterações objetivas do contrato de trabalho são: 2 TST Enunciado nº 372 – I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. DIREITO DO TRABALHO 31 a) Alteração de função • Promoção • Rebaixamento – no Brasil não pode. • Aproveitamento – função do mesmo nível ou de nível superior. • Reversão ao cargo anterior. • Mudança de função obrigatória – mulher grávida, readaptação. b) Remuneração NÃO pode haver redução salarial mediante norma escrita entre empregado e empregador, tem que ser mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho. Art. 7o, VI, CF/88 - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. c) Jornada Normalmente com a redução salarial disposta em convenção ou acordo coletivo de trabalho vem também a diminuição da jornada de trabalho. Se o empregador diminuiu a jornada de trabalho do empregado de 44h para 40h semanais, foi uma alteração benéfica para o empregado, ele não poderá voltar atrás, pois já configura direito adquirido do empregado. Súmula nº 265, TST - A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. Está dentro do jus variandi do empregador transferir o empregado que trabalhava em horário noturno para diurno, mas a recíproca não é verdadeira, DIREITO DO TRABALHO 32 para a transferência do empregado para horário noturno tem que haver a anuência dele, pois já configuraria uma alteração maléfica ao empregado. d) Quantidade e Qualidade de Trabalho Alteração da função ou jornada de trabalho. e) Local da Prestação do Serviço É o mais importante! Regra geral: para um empregado ser tranferido definitivamente de uma localidade para outra tem que haver a sua concordância. Somente será considerado TRANSFERÊNCIA quando acarretar mudanca de domicílio. Art. 469, CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. Transferência é diferente de remoção. Na transferênciatem que haver a mudança de domicílio de uma localidade para outra. Já na REMOÇÃO, está dentro do jus variandi do empregador, não há necessidade de mudança de domicílio, o empregado trabalha em Brasília na Asa Sul e vai trabalhar em Águas Claras (cidade satélite). A remoção pode ser imposta unilateralmente pelo empregador. Vamos ficar atentos para a exceção: Se o empregado ocupa um cargo de confiança (cargo de mando, comando ou gestão da empresa) ou em contratos cuja transferência está implícita ou explícita, para que ocorra a transferência, não é necessária a anuência do empregado, ele pode ser DIREITO DO TRABALHO 33 transferido por ato unilateral do empregador. Mas, atenção, tem que decorrer da real necessidade de serviço, ou seja, o serviço do empregado será estritamente necessário nessa nova localidade. Art. 469, § 1º, CLT - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. EXCEÇÕES em que pode haver transferência do empregado: • Ocupantes de cargos de confiança • Contrato tenha como condição implícita ou explícita a possibilidade de transferência Em ambos os casos há necessidade de se comprovar a real necessidade do serviço! TST Enunciado nº 43 - Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço. TST Enunciado nº 29 - Empregado transferido, por ato unilateral do empregador, para local mais distante de sua residência, tem direito a suplemento salarial correspondente ao acréscimo da despesa de transporte. REFORMA TRABALHISTA No que se refere aos cargos de confiança, cabe observar que a Reforma Trabalhista passou a possibilitar que negociação coletiva disponha sobre a identificação e o enquadramento das funções de confiança. Art. 611-A, CLT - A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: DIREITO DO TRABALHO 34 V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança. Há, ainda, a possibilidade de ocorrer a extinção do estabelecimento. Nesse caso, o legislador prestigiou o princípio da continuidade da relação de emprego. Podendo o empregador transferir definitivamente todos os empregados por ato unilateral para outro estabelecimento. Art. 469, § 2º, CLT - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. Há, por fim, a hipótese de transferência provisória do empregado. Em virtude da real necessidade de serviço, o empregador poderá transferir provisoriamente qualquer empregado e, enquanto durar a transferência provisória, o empregado terá direito a um adicional nunca inferior a 25% do salário. Art. 469, § 3º, CLT - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. A lei não estabeleceu qual o prazo máximo de transferência provisória. Quando o empregado voltar para a localidade de origem perderá o adicional de no mínimo 25%. Cabe ao empregador todo o custeio resultantes da transferência. DIREITO DO TRABALHO 35 Art. 470, CLT - As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador. OJ 113 SDI-1 TST - O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência provisória. f) Trabalho presencial e teletrabalho Vimos que a Reforma Trabalhista inseriu em nosso ordenamento jurídico o chamado teletrabalho. A Lei no 13.467/2017 passou a admitir que instrumentos negociais, como o acordo e a convenção coletiva de trabalho, disciplinem as condições a serem aplicadas às modalidades de trabalho remoto, inclusive a forma de remuneração e a jornada de trabalho. O entendimento é que na alteração do regime presencial para o regime de teletrabalho faz-se necessário o mútuo consentimento. Já a alteração do regime de teletrabalho para o regime presencial, poderá ser realizada dentro do jus variandi do empregador, desde que garantido prazo de transição mínimo de quinze dias. REFORMA TRABALHISTA Art. 75-C, CLT - A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. DIREITO DO TRABALHO 36 § 1o - Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. § 2o - Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual. 2.2. Alteração Subjetiva Diz respeito aos sujeitos do contrato. Só poderá acontecer em relação ao EMPREGADOR, nunca com relação ao empregado que deverá exercer as suas atribuições pessoalmente. Como já estudamos, a relação de emprego é intuitu personae com relaçao ao empregado. Art. 10, CLT - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 448, CLT - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. As mudanças na estrutura jurídica da empresa NÃO afetarão os contratos de trabalho nem os direitos adquiridos dos trabalhadores. DIREITO DO TRABALHO 37 SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Existem situações em que mesmo o empregado não trabalhando ele terá seu vínculo de emprego mantido. São as hipóteses de interrupção e suspensão do contrato de trabalho. 1. Interrupção do Contrato de Trabalho A primeira coisa que devemos fazer é a diferenciação de interrupção e suspensão do contrato de trabalho. A interrupção é o sonho de todo trabalhador, pois na interrupção o empregado não trabalha, mas continua recebendo normalmente, continua contando tempo de serviço. Já na suspensão o empregado não trabalha, mas também não recebe, não conta tempo de serviço, não recolhe FGTS, etc. 1.1. Hipóteses de INTERRUPÇÃO do contrato de trabalho • Art. 473 da CLT: Art. 473, CLT - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; DIREITO DO TRABALHO 38 III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana; à licença-paternidade: 5 dias no decorrer da 1a semana. IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; V -até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva. VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). Não podemos confundir com a hipótese de suspensão que é quando o homem fica servindo as forças armadas por um ano. VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. • Licença-paternidade São cinco dias no decorrer da primeira semana, tanto para o pai biológico quanto para o pai adotivo. O art. 10, § 1o do ADCT dispõe que “Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7o, XIX, da Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias.” DIREITO DO TRABALHO 39 Dessa forma, enquanto o inciso XIX do art. 7o da Constituição Federal não for regulamentado, a licença-paternidade será ́de cinco dias. Observa-se que a Lei no 11.770/08 autoriza a ampliação da licença paternidade de cinco para vinte dias no caso de empresas que aderirem ao Programa Empresa Cidadã. • Encargos públicos específicos Jurado no Tribunal do Júri, mesário nas eleiçoes. • Descansos trabalhistas remunerados Repouso semanal remunerado, férias, feriados. • Art. 395 da CLT – aborto espontâneo Art. 395, CLT - Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento. • Licença remunerada • Acidente de trabalho ou doença – primeiros 15 dias Até o 15o dia de afastamento. Do 16o dia em diante configura hipótese de suspensão do contrato de trabalho. DIREITO DO TRABALHO 40 • Licença maternidade (gestante e mãe adotiva) Licença maternidade para gestante 120 dias. Licença maternidade da mãe adotiva também é de 120 dias, independente da idade. Art. 392-A, CLT. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392, observado o disposto no seu § 5o. A licança-maternidade continua sendo de 120 dias (CF/88). Contudo, a Lei no 11.770/08 instituiu o programa “empresa cidadã”. A empresa recebe incentivos fiscais para aderir ao programa. A empresa que aderirir ao programa “empresa cidadã” (facultativo) deverá prorrogar a licença maternidade de suas empregadas por mais 60 dias, totalizando 180 dias. Para que haja a ampliacação, a mulher tem que requerer à empresa a prorrogação da licença-maternidade. É aplicado também no serviço público e pode ser utilizado para a mãe adotante. 2. Suspenção do Contrato de Trabalho Na suspensão o empregado não trabalha, mas também não recebe, não conta tempo de serviço, não recolhe FGTS, etc. Para memorizar (S): Suspensão - Sem trabalho - Sem Salário. DIREITO DO TRABALHO 41 2.1. Hipóteses de SUSPENSÃO do contrato de trabalho • Acidente de trabalho ou doença após o 15o dia TST Enunciado nº 440 - Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou de assistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença acidentário ou de aposentadoria por invalidez. • Durante a prestação do serviço militar obrigatório O contrato de trabalho também fica suspenso, nos termos do art. 472, CLT. Art. 472, CLT - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar, ou de outro encargo público, NÃO constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte do empregador. No caso de acidente de trabalho após o 15o dia de afastamento e a prestação do serviço militar obrigatório continua contando tempo de serviço e é obrigatório o recolhimento do FGTS. • Greve Direito assegurado contitucionalmente pelo art. 9o, CF/88 e regulamentado pela Lei no 7.783/89 que em seu art. 7o estabelece que a greve suspende o contrato de trabalho. DIREITO DO TRABALHO 42 Art. 7º, Lei 7.783/89. Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve SUSPENDE o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. • Eleição do empregado para o cargo de dirigente sindical Art. 543, § 2º, CLT - Considera-se de licença não remunerada, salvo assentimento da empresa ou cláusula contratual, o tempo em que o empregado se ausentar do trabalho no desempenho das funções a que se refere este artigo. • Enunciado no 269 do TST Súmula nº 269, TST - O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço deste período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego. Não tem como ele ser empregado e empregador de si ao mesmo tempo. • Licença não remunerada • Suspensão disciplinar O empregado somente poderá ser suspenso disciplinarmente pelo prazo máximo de 30 dias, se o empregado for suspenso por mais de 30 dias considera-se que ele foi imotivadamente dispensado. DIREITO DO TRABALHO 43 Art. 474, CLT - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho. • Suspensão do empregado estável para ajuizamento de inquérito para apuração de falta grave Enquanto estiver tramitando o Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave o contrato de trabalho fica suspenso. Art. 494, CLT - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se verifique a procedência da acusação. Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final do processo. Art. 853, CLT - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado. O dirigente sindical tem estabilidade até 1 ano após o término do mandato. • Faltas injustificadas O empregado perde a remuneração do dia em que ele faltou e perde também a remuneração do repouso semanal remunerado. DIREITO DO TRABALHO 44 • Prisão do empregado O crime cometido não tem nada a ver com a empresa, nessa hipótese, não tem como mandar embora por justa causa. Depois da condenação transitada em julgado, pela impossibilidade do empregado voltar a trabalhar, aí sim ele será dispensado por justa causa. • Afastamento do empregado para exercer determinados encargos públicos Secretário de Estado, Ministro de Estado. Cargo de livre nomeação e exoneração. • Aposentadoria por invalidez Art. 475, CLT - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício. DivergênciaSúmula nº 217, STF - Tem direito de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa do empregador, o aposentado que recupera a capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a contar da aposentadoria, que se torna definitiva após esse prazo. Se o empregado recuperar a sua capacidade laborativa dentro de um período de 5 anos terá direito de retornar ao emprego. DIREITO DO TRABALHO 45 TST Enunciado nº 160 - Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após 5 (cinco) anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei. Se o empregado se recuperar, a qualquer tempo, ele terá o direito de retornar ao emprego. Cuidado! Devemos ficar atentos ao comando da questão, se pedir o entendimento do STF sobre o assunto, deveremos aplicar a regra prevista na Súmula 217 do STF. Agora, se a questão abordar o entendimento do TST deverá respondê-la com base no Enunciado 160 do TST. • Contrato sujeito a uma condição resolutiva Art. 475, § 2º, CLT - Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá rescindir, com este, o respectivo contrato de trabalho sem indenização, desde que tenha havido ciência inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato. § Art. 476-A da CLT Curso de qualificação profissional Art. 476-A, CLT. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o disposto no art. 471 desta Consolidação. DIREITO DO TRABALHO 46 Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa (art. 471, CLT). DIREITO DO TRABALHO 47 b. Mapas mentais CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO CONTRATO DE DIREITO PRIVADO É um contrato de direito privado o qual empregado e empregador são livres para estabelecer as cláusulas contratuais, desde que respeitem as normas mínimas de proteção ao trabalhador. INFORMAL A informalidade prevalece no contrato de trabalho (pode ser até verbal), essa é a regra, mas tem exceções: existem contratos em que a forma escrita é essencial. BILATERAL E SINALAGMÁTICO É bilateral, pois gera direitos e obrigações para ambas as partes. É sinalagmático, pois as partes se obrigam a prestações recíprocas e antagônicas. O direito de uma parte é a obrigação da outra e vice-versa. PERSONALÍSSIMO OU INTUITU PERSONAE O empregado deve prestar os serviços pessoalmente, não pode mandar outra pessoa trabalhar em seu lugar. Com relação ao empregador rege a impessoalidade. COMUTATIVO É diferente do contrato aleatório, na comutatividade o empregado deverá ter um salário compatível com a atividade que exerce. Não pode ter uma remuneração aleatória. CONSENSUAL Nasce do livre consentimento das partes. DE TRATO SUCESSIVO O contrato de trabalho é um contrato de trato sucessivo ou de débito permanente, pois direitos e obrigações se renovam a cada período. ONEROSO A principal obrigação do trabalhador é prestar o serviço para o empregador, o principal direito do obreiro é receber a contraprestação salarial pelos serviços efetivamente trabalhados. DIREITO DO TRABALHO 48 CONTRATO DE TRABALHO CARACTERÍSTICAS - Bilateral - Consensual - Trato sucessivo - Personalíssimo - Comutativo - Oneroso ELEMENTOS: - Agente capaz - Forma prescrita ou não defesa em lei - Objeto lícito DIREITO DO TRABALHO 49 CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO HIPÓTESES Serviços cuja natureza ou transitoriedade justifiquem a predeterminação do prazo (máximo: 2 anos) Atividades empresariais de caráter transitório (2 anos) Contrato de experiência (máximo 90 dias) PRORROGAÇÃO Apenas uma vez dentro do período máximo ESTABILIDADE Somente para gestante e acidente do trabalho NOVA CONTRATAÇÃO Respeitar SEIS meses, exceto: Execução de serviços especializados Realização de certos acontecimentos TÉMINO DO CONTRATO DE TRABALHO Na extinção normal não há pagamento do indenização EXTINÇÃO ANTECIPADA EMPREGADOR Pagamento de indenização no valor da metade da remuneração EMPREGADO Indenização dos prejuízos porventura causados CLÁUSULA ASSECURATÓRIA DO DIREITO RECÍPROCO DE RESCISÃO Rescisão antecipada de acordo com as regras do contrato por prazo indeterminado. Havendo rescisão antecipada, as partes ficam obrigadas a conceder o aviso prévio DIREITO DO TRABALHO 50 TRABALHO INTERMITENTE Contrato de Trabalho ESCRITO Convocação pelo empregador com, no mínimo, três dias de antecedência Aceitação: 1 dias útil Silêncio = recusa Pagamento imediato da remuneração, férias, 13 salário, DSR e adicionais Tempo de inatividade não é considerado tempo à disposição do empregador Na TRANSFERÊNCIA tem que haver a mudança de domicílio de uma localidade para outra. A REMOÇÃO, está dentro do jus variandi do empregador, não há necessidade de mudança de domicílio. DIREITO DO TRABALHO 51 INTERRUPÇÃO SUSPENSÃO • Férias; • Descanso semanal remunerado; • Intervalos intrajornadas remunerados; • Faltas justificadas (abonadas); • Auxílio-doença nos primeiros 15 dias; • Representação no CNPS , no Conselho curador do FGTS e CCP; • Licença maternidade; • Redução da jornada no curso do aviso prévio; • Aborto não criminoso; • Representante de entidade sindical que estiver participando de reunião oficial de organismo internacional compreendendo o tempo de ida e volta. • Faltas não justificadas • Intervalos não remunerados (ex.: refeição e descanso; interjornada) • Greve (se houver pagamento dos dias parados durante a greve à interrupção) • Afastamento previdenciário por doença ou acidente maior que 15 dias • Aposentadoria por invalidez (durante o prazo para a efetivação do benefício art. 475 CLT). • Suspensão disciplinar (sanção disciplinar até 30 dias) • Prisão provisória (aguardando ser julgado) • Afastamento para inquérito de apuração de falta grave (caso seja considerado inocente, receberá pelo período do afastamento à interrupção) • Afastamento para participação em curso ou programa de qualificação (2 a 5 meses) • Empregado Diretor de Sociedade Anônima (súmula 269 TST, lembrar que o tempo de serviço NÃO é computado, salvo se permanecer a subordinação jurídica) • Empregado eleito para representação DIREITO DO TRABALHO 52 profissional ou sindical (regra) • Violência doméstica contra a empregada por até 6 meses. • Encargo Público (§1º art. 483 CLT); DIREITO DO TRABALHO 53 c. Revisão 1 1. (FCC) TRT - 24ª Região (MS) 2017 – Técnico Judiciário – Área Administrativa Relativamente ao contrato de trabalho, segundo a legislação, (A) considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou daexecução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. (B) não se admite que o contrato individual de trabalho seja acordado de maneira tácita, mas apenas de maneira expressa, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. (C) considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 8 meses, a outro contrato por prazo determinado, inclusive se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. (D) para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 1 ano no mesmo tipo de atividade. (E) o contrato de experiência não poderá exceder de 3 meses. 2. (FCC) TRT - 24ª Região (MS) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária A empresa Ajax Produções contratou os serviços de dois operadores de som para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente, optando pelo regime de trabalho temporário. Conforme legislação que regula o trabalho temporário, DIREITO DO TRABALHO 54 (A) o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de um ano, sujeito a apenas uma prorrogação por igual período. (B) fica assegurada ao trabalhador temporário remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional. (C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver obrigatoriamente contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal. (D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens. (E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2% sobre o valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos em Lei. 3. (FCC) TRT - 24ª Região (MS) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Sócrates foi aposentado por invalidez pelo INSS após ter trabalhado por dez anos na empresa Deuses Imortais. Em razão desse fato o plano de saúde do trabalhador foi cancelado pela empregadora uma vez que ela arcava integralmente com os respectivos custos. Nesta situação, conforme legislação aplicável e entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho, DIREITO DO TRABALHO 55 (A) a opção pela manutenção do plano de saúde constitui uma faculdade da empregadora, mas não há obrigação legal neste sentido. (B) há determinação legal para que a empregadora mantenha o plano de saúde pelo prazo mínimo de 12 meses, quando então ocorreria o término da estabilidade do trabalhador. (C) o plano de saúde deve ser mantido pela empregadora porque o contrato de trabalho está suspenso diante da aposentadoria por invalidez. (D) a empregadora atuou de forma correta uma vez que com a aposentadoria por invalidez houve a ruptura do contrato de trabalho, não ensejando mais nenhuma obrigação contratual. (E) a aposentadoria por invalidez interrompe o contrato de trabalho pelo prazo de 24 meses, razão pela qual o plano de saúde deve ser mantido até o término deste prazo. 4. (FCC) TRT - 24ª Região (MS) 2017 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal Urano teve o seu contrato de trabalho suspenso em razão de licença por gozo do benefício previdenciário de auxílio-doença previdenciário comum (código B-31). Neste período de suspensão do contrato, o empregado terá direito (A) aos depósitos do FGTS durante a paralisação dos serviços. (B) ao pagamento dos salários pelo empregador do período de afastamento. (C) a computar o tempo de afastamento para todos os efeitos legais. (D) às vantagens ocorridas na sua ausência que tenham sido atribuídas à categoria que pertencia. DIREITO DO TRABALHO 56 (E) à prorrogação do final do contrato por prazo determinado, mesmo que não tenha havido prévio acordo com o empregador. 5. (FCC) TRT - 11ª Região (AM e RR) 2017 – Analista Judiciário – Área Administrativa Considere as hipóteses abaixo. I. Luciana casou-se na última terça-feira deixando de comparecer no seu emprego por três dias consecutivos. II. Dorivaldo deixou de comparecer no seu emprego por dois dias consecutivos em razão do falecimento de seu irmão. III. Gildete está de férias. IV. Simone está em gozo de seu repouso semanal remunerado. Tratam-se de hipóteses de interrupção do contrato de trabalho as indicadas em (A) II, III e IV, apenas. (B) I, II e III, apenas. (C) I, III e IV, apenas. (D) I e II, apenas. (E) I, II, III e IV. 6. (FCC) TRT - 11ª Região (AM e RR) 2017 – Técnico Judiciário – Área Administrativa Lucila, em razão da abertura involuntária do colo do útero, de forma prematura, comprovada por atestado médico oficial, sofreu um aborto na segunda semana de DIREITO DO TRABALHO 57 gestação. Neste caso, o contrato de trabalho de Lucila será (A) interrompido e ela terá direito a dez dias de repouso. (B) suspenso e ela terá direito a duas semanas de repouso. (C) interrompido e ela terá direito a duas semanas de repouso. (D) suspenso e ela terá direito a quinze dias de repouso. (E) suspenso e ela terá direito a uma semana de repouso. 7. (VUNESP) Prefeitura de Andradina – SP 2017 – Assistente Jurídico e Procurador Jurídico São modalidades de interrupção e suspensão do contrato de trabalho, respectivamente: (A) licença-maternidade e afastamento por doença a partir do 16º dia. (B) afastamento por doença a partir do 16° dia e suspensão disciplinar do empregado. (C) suspensão disciplinar do empregado e licença-maternidade. (D) afastamento para prestação do serviço militar e afastamento por doença até o 15° dia. (E) faltas justificadas e licença-maternidade. 8. (IADES) CRF – DF 2017 – Analista I - Advogado Tendo em vista a Consolidação das Leis do Trabalho no que se refere ao assunto contrato individual de trabalho, assinale a alternativa correta. DIREITO DO TRABALHO 58 (A) Mesmo em caso de necessidade de serviço, o empregador não poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato. (B) As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregado. (C) Ao empregador é permitido transferir o empregado, mesmo sem a anuência deste, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do domicílio dos empregados. (D) Nos contratos individuais de trabalho, só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente dessa garantia. (E) Considera-se alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado retorne ao cargo efetivo anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. 9. (FCC) TRT - 24ª Região (MS) 2017 – Técnico Judiciário – Área Administrativa As
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