Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Subfilo Chelicerata Universidade Federal de Mato Grosso/CUR Instituto de Ciências Exatas e Naturais Curso: Ciências Biológicas Disciplina: Zoologia dos Invertebrados II Professora: Luiza Silva Graner → De origem marinha e bentônica, os quelicerados foram os primeiros animais a, efetivamente, conquistar o ambiente terrestre; → Seu sucesso evolutivo está ligado ao hábito predatório. Classe Merostomta: Subclasse Eurypterida: euriptéridos – escorpiões- marinhos (extintos); Subclasse Xiphosurida: límulos; Classe Pycnogonida: aranhas-do-mar (picnogônides); Classe Arachnida: aranhas, escorpiões, ácaros, carrapatos, opiliões, pseudoescorpiões e escorpiões vinagre. Subfilo Chelicerata Filogenia euriptérido Características gerais 70.000 espécies; Aquáticos e terrestres; Carnívoros, herbívoros e parasitas; Exoesqueleto quitinoso; Corpo dividido em prossoma (cefalotórax) e opistossoma (abdome); Ausência de antenas, mandíbulas e olhos compostos (exceção límulos); Apêndices (unirremes e multiarticulados): Um par de quelíceras (alimentação) – característica do grupo; Um par de pedipalpos (modificados para executar funções diversas – defesa, alimentação, locomoção e cópula); Quatro pares de pernas; Pernas ovígeras nas aranhas-do-mar. Classe Pycnogonida São geralmente denominados “aranhas-do-mar” por causa de sua semelhança superficial com as verdadeiras aranhas terrestres; Aproximadamente 1.000 espécies; Marinhos, vivem em todos os oceanos, desde a zona litoral até a zona abissal, tanto nas águas polares como na região tropical; São encontrados em maiores números de espécies e de indivíduos nas macroalgas, pedras e conchas revestidas de organismos sésseis, como hidrozoários, e em outras comunidades incrustantes. Morfologia externa São animais geralmente pequenos (1 a 10 mm), mas algumas espécies polares e de águas profundas podem ter uma envergadura de 40 a 75 cm; Corpo profundamente modificado, com tagmas não reconhecíveis: Região anterior: Probóscide; Tubérculo com 4 olhos medianos simples; Apêndices pares na forma de quelíforos, palpos e pernas ovígeras; Região posterior: 4 pares de pernas locomotoras (algumas espécies apresentam 5 ou 6 pares); Tubérculo póstero-dorsal onde o ânus está localizado. Colossendeis colossea Austrodecus glaciale Hábito Maioria das espécies apresentam hábito bentônico, algumas poucas são batipelágicas, nadando em grandes profundidades por meio do batimento vertical alternado das pernas, sem nunca chegarem a superfície; Outras vivem sobre algas ou outros invertebrados, como cnidários, poríferos, moluscos e equinodermos. Alimentação e Digestão Os hábitos alimentares estão relacionados com a morfologia da probóscide; O alimento está limitado a materiais que podem ser sugados para dentro do trato digestivo; A maioria das espécies é carnívora, predando poríferos, hidrozoários, anêmonas-do-mar, poliquetos, moluscos e estrelas-do-mar; Outras se alimentam de detritos e algumas espécies antárticas são necrófagas; Sistema digestório completo: Boca, esôfago, mesênteron (cecos digestivos), proctodeu e ânus; Digestão é intracelular: Fagócitos do mesênteron e do cecos envolvem e digerem o alimento e depois capturam os resíduos metabólicos para serem eliminados pelo ânus. Anatomy of a pycnogonid: A: head; B: thorax; C: abdomen 1: proboscis; 2: chelifores; 3: palps; 4: ovigers; 5: egg sacs; 6a–6d: four pairs of legs Trocas gasosas, Excreção e Circulação Não há órgãos específicos para trocas gasosas e excreção: Processos ocorrem por difusão; Circulação: Coração dorsal com óstios para a entrada do sangue; Sangue circula na hemocele; Ausência de vasos sanguíneos. Sistema Nervoso Gânglio cerebral com protocérebro e tritocérebro: Inervação dos olhos e quelíforos; Cordão nervoso ventral; Gânglio em cada par de perna; Cerdas sensíveis; 4 olhos simples. Reprodução Dioicos; Os machos apresentam pernas ovígeras mais desenvolvidas, enquanto as das fêmeas são reduzidas ou ausentes – dimorfismo sexual; As fêmeas apresentam o fêmur ampliado devido o armazenamento de ovos não fertilizados; Durante o acasalamento o macho pendura-se sob a fêmea ou assume uma posição sob o dorso da fêmea. Enquanto a fêmea libera os óvulos, o macho os fertiliza; Após a fertilização, o macho reúne os ovos, individualmente ou numa massa única que pode sustentar até 1000 ovos, e os adere a suas pernas ovígeras usando uma secreção viscosa produzida por glândulas especiais no fêmur; O macho que exclusivamente cuida dos embriões em desenvolvimento e, em algumas espécies, dos juvenis; Desenvolvimento indireto: larva protoninfa. Subclasse Xiphosurida: límulos Xifosuros, límulos ou caranguejo- ferradura, são os maiores quelicerados modernos e vivem em águas marinhas rasas, com fundo mole, onde escavam o sedimento; “Fósseis vivos”; Três gêneros, representados por quatro espécies sobreviventes até os dias de hoje: Carcinoscorpius e Tachypleus - Costa da Ásia: Coréia, sul do Japão, Filipinas e Indonésia; Limulus polyphemus – águas rasas da costa atlântica da América no Norte. Limulus polyphemus Cefalotórax (prossoma) possui a forma de uma ferradura de cavalo; Carapaça dorsal possui um par de ocelos pequenos e um par de olhos compostos laterais; Ventralmente a carapaça é côncava e possui a boca e seis pares de apêndices: Quelíceras queladas; Pedipalpos; Quatro pares de pernas locomotoras; Abdome (opistossoma): Côncavo e não segmentado ventralmente; Apresentam com 5 ou 6 apêndices abdominais modificados como brânquias; Télson em forma de espinho. Morfologia Fisiologia geral São onívoros; alimentam-se de moluscos bentônicos, poliquetos e outros organismos, incluindo algas: Trato digestivo adaptado para lidar com alimentos sólidos; Cavidade do corpo é a hemocele; Coração longo e tubular; Pigmento respiratório é a hemocianina; Trocas gasosas realizadas por cinco pares de brânquias foliáceas localizadas na câmara branquial sob o abdome; Amônia e outras excretas são eliminadas por difusão; Sistema nervoso segue padrão do filo Arthropoda. Límulos: Mecanorreceptores (pelos e cerdas); Quimiorreceptores; Fotorreceptores (olhos simples medianos e olhos compostos laterais); São animais dióicos, fecundação externa; Durante toda a primavera esses animais sobem, aos milhares, até as praias para desovar, durante as marés altas; As fêmeas desovam em média 2.000 a 30.000 ovos por cova que cavam na areia da praia; As larvas eclodem após duas semanas; Limulus jovens atingem uma largura de carapaça de 4 cm após um ano; Maturidade sexual é alcançada após os 9 até 12 anos e a longevidade pode ser de 19 anos. Reprodução Desde 1964 uma substância feita através do sangue (que é azul) dos límulos, chamada LAL (Limulus Amebocyte Lysate) vem sendo testada contra endotoxinas bacterianas e na cura de várias doenças causadas por bactérias; Os animais podem ser devolvidos à água após a extração de uma certa quantidade de seu sangue, fazendo com que essa busca não se torne um risco à sobrevivência destes artrópodes; Límulos possuem a rara habilidade de regenerar seus membros perdidos.Límulos e a Indústria Farmaceútica Classe Arachnida: aranhas, escorpiões, ácaros, carrapatos, opiliões, pseudoescorpiões e escorpiões-vinagre Quelicerados terrestres; Migração do ambiente aquático para o terrestre exigiu adaptações: Epicutícula cerosa; Pulmões foliáceos e traquéias – sistema respiratório aéreo; Apêndices adaptados a locomoção terrestre; Inovações: glândula de seda e glândula de veneno. Morfologia geral Corpo dividido em: Prossomo (cefalotórax): não segmentado e coberto por carapaça; Opistossomo (abdome): segmentado (mesossoma e metassoma); Apêndices comuns a todos os aracnídeos: Um par de quelíceras; Um par de pedipalpos; Quatro pares de pernas. quelíceraPedipalpo Alimentação e Digestão Maioria é carnívora, mas há espécies herbívoras e parasitas; Digestão ocorre parcialmente fora do corpo; Presas: pequenos artrópodes capturados e mortos pelas quelíceras e pedipalpos; Intestino médio produz enzimas digestivas que são liberadas pela boca sobre os tecidos dilacerados e o alimento parcialmente digerido é sugado. Boca Faringe Esôfago Papo e moela Intestino médio Intestino posterior Ânus Trituração Cecos digestivos (digestão química e absorção) e Túbulos de Malpighi Estomodeu Mesênteron Proctodeu Trato digestivo de um escorpião Excreção Produtos da excreção: Guanina: mais importante resíduo nitrogenado; Xantina e ácido úrico; Órgãos excretores: Glândulas coxais e/ou Túbulos de Malpighi. Trocas gasosas Pulmões foliáceos: bolsa esclerotizada (invaginação) da parede abdominal ventral, abrindo para o exterior no espiráculo. Trocas gasosas Traquéias: Análogas a dos insetos; evolução independente; Abrem-se para o exterior em um ou dois espiráculos no opistossoma. *Aguns ácaros realizam as trocas gasosas pelo tegumento. Sistema circulatório Aberto; Coração dorsal com óstios, localizado no seio pericárdico; Pigmento respiratório do sangue: hemocianina; Células sanguíneas: coagulação, armazenamento, defesa e escletotização da cúticula. Sistema Nervoso Muito concentrado, exceto nos escorpiões. Cérebro: Massa ganglionar anterior acima do esôfago; Protocérebro: com nervos e centros ópticos; Tritocérebro: inervação das quelíceras; Deuterocérebro está ausente. Órgãos do sentido Aracnídeos: Mecanorreceptores (cerdas, tricobótrios e órgãos em fenda); Quimiorreceptores (cerdas próximas a boca e pedipalpos e órgãos tarsais): Responsáveis pelo olfato, paladar e umidade; Pente nos escorpiões: mecano e quimiorreceptores; Olhos: Aranhas possuem olhos principais e secundários; Escorpiões possuem olhos mediano e laterais mas utilizam mais a mecano e a quimiorrecepção. Principais ordens da classe Arachnida Araneae; Scorpiones; Uropygi; Pseudoscorpionida; Opiliones; Acari. * Os aracnídeos destacam-se para os seres humanos como animais perigosos e de importância médica pela capacidade de transmitir doenças ou causar danos a plantações agrícolas (ácaros), e/ou pela ação do veneno de algumas espécies (aranhas e escorpiões). Opiliones Pseudoscorpiones Uropygi Acari Ordem Araneae Um dos grupos mais abundantes de animais terrestres; 35.000 espécies; Prossoma: Ligado ao opistossoma por um pedicelo; 4 pares de perna localizadas ao redor do esterno no prossoma; Quelíceras modificadas em garras com um poro para a abertura do duto da glândula de veneno; Boca: Possui um lábio que é formado por uma dobra mediana; Pedipalpos ficam próximos e são formados por 6 segmentos, sendo os proximais alargados (maxila) possuindo gnatobases para manipular e agarrar o alimento; Opistossoma: Aberturas do opistossoma: Sulco epigástrico – gonóporos; Espiráculos – pulmões foliáceos ou traquéias; Ânus; Fiandeiras. Quelíceras Morfologia geral poro Fiandeiras, produção de seda e teias Fiandeiras: 3 a 4 pares; Tecem fios de seda com diâmetros diferentes; Seda: Proteína fibrosa; Mais forte que o aço e duas vezes mais elástica que o náilon; Produzida por glândulas e passadas para as fiandeiras, mais especificamente para as fúsulas, tubos largos e estreitos que se abrem para o exterior tecendo a seda; Usos: Fios de segurança, fios-guia, construção de ninhos, casulos, sacos de ovos e espermatozoides, enrolamento de presas para armazenamento, revestimento de tocas, dispersão aérea (aranhiços) e teias. Teia tridimensional Teia orbicular Teia em lençol Teia em tubo Deinopis sp. – Teia retangular Armadilha elástica Mastophora sp. – Aranha boleadeira Teia berçário Teia em forma de bolsa Não são todas as aranhas que produzem teias: Perseguem e capturam suas presas. Aranha papa-moscas Família Salticidae Reprodução Comportamentos de corte: Contato corporal entre macho e fêmea, liberação de feromônios sexuais, movimentos corporais e oferecimento de “presentes” (insetos); Ausência de pênis nos machos: Possuem pedipalpos modificados que servem como órgãos de armazenamento e transferência dos espermatozoides Fêmeas possuem aberturas para a cópula conectadas a dutos de copulação, com tamanhos iguais aos pedipalpos dos macho da mesma espécie; Fêmeas colocam ovos em casulos de seda (proteção); Existência de cuidado parental em algumas espécies; Três estágios pós-embrionários antes do estágio adulto: Pré-larva, larva e ninfa ou juvenil. ♀ ♂ Pré-larva ninfalarva Fêmea com aranhiços no dorso Aranha aquática Argyroneta aquatica Aranha “voadora” Selenop banksi; http://www1.folha.uol.com.br/bbc/2015/08/1671987-cientistas- descobrem-aranha-capaz-de-voar.shtml Aranhas de interesse médico- veterinário Lycosa sp. – aranha-de- jardim; 3 cm de corpo e 5 cm de envergadura das pernas; Vive em campos, gramados e pastos; Hábito diurno e noturno; Não tecem teias; Veneno causa lesões cutâneas localizadas; Apesar do acidentes frequentes, não é considerado um problema de saúde pública. Aranhas de interesse médico- veterinário Loxosceles sp. – aranha marrom; Possui abdome escuro e pequeno; 1 cm de corpo e 3 cm de envergadura das pernas; Hábito noturno; Vive em frestas nas cascas das árvores, telhas e tijolos empilhados, atrás de quadros e móveis, e dentro de vestimentas; Alto número de acidentes em domicílio; Veneno causa edemas na pele e insuficiência renal. Vídeo: http://aenfermagem.com.br/materia/aranha-marrom/ Aranhas de interesse médico- veterinário Latrodectus sp. – viúva negra; Alimenta-se do cadáver do macho após a cópula; 1 cm de corpo e 3 cm de envergadura das pernas – fêmeas; machos medem 3 mm; Hábito noturno; Vivem em plantações ou em vegetações, pouco encontrada em domicílios; Ação do veneno é neurotóxica. Aranhas de interesse médico- veterinário Phoneutria sp. – aranha armadeira; Apresentem comportamento de defesa, ação parecida a um “bote”; 4 cm de corpo e 15 cm de envergadura das pernas; Hábito Noturno; Floresta Atlântica; Acidentes ocorrem dentro e nas proximidades das residências que acumulam entulho; Veneno com ação neurotóxica. Aranhas de interesse médico- veterinário – Tratamento Anestésicos locais; Analgésicos; Soro antiaracnídico; Antibióticos; Antisséptico local; Compressas quentes ou frias e imersão em água morna. Classificação Subordem Mesothelae: Aranhas primitivas e com “segmentação” no opistossoma; Fiandeiras na região mediana do abdome; Construtoras de túneis para captura das suas presas; 1 a 3 cm de comprimento; Subordem Opisthothelae: Opistossoma não-segmentado; Fiandeiras na região posterior do abdome; Superfamília Mygalomorphae (caranguejeiras): Quelíceras ortognatas – movimentação paralela ao corpo; Superfamília Araneomorphae (aranhas “verdadeiras”): Quelíceras labidognatas – movimentação em um ângulo de 90º em relação ao corpo. Labidognata Ortognata Mesothelae Os escorpiões ocorrem em todos os ecossistemas terrestres, com exceção da tundra, taiga, áreas boreais e em algumas áreas de elevada altitude; Já foram registrados a mais de 5.500 m de altitude (Andes peruanos), dentro de cavernas sem luz, sob pedras cobertas de neve e dos desertos mais áridos até as florestas mais úmidas. Ordem Scorpiones Algumas espécies dos gêneros Centruroides, Isometrus, Tityus, Euscorpius e Bothriurus apresentam alta plasticidade ecológica; Podem ocorrer inclusive em ambientes perturbados ou modificados pela ação do homem, onde encontram abrigo e alimentação dentro e/ou próximo das residências humanas. Escorpiões são predadores noturnos, se alimentam de outros artrópodes (insetos, aranhas e algumas vezes outros escorpiões); Espécies maiores podem consumir pequenos vertebrados, como lagartos; Durante o dia permanecem abrigados sob troncos, cascas de árvores, pedras e fendas de rocha; O comprimento dos escorpiões atualmente viventes varia desde 0,8 cm (Typhlochactas mitchelli) até 21 cm (Hadogenes troglodytes); As espécies brasileiras geralmente medem entre 2 e 9 cm. Hadogenes troglodytes Typhlochactas mitchelli Ordem Scorpiones representa apenas 1,5% dos aracnídeos conhecidos, com 18 famílias,163 gêneros e aproximadamente 1500 espécies no mundo; São conhecidas em torno de 700 a 800 espécies na região Neotropical, destas, aproximadamente, 100 no Brasil; A fauna escorpiônica brasileira é representada por cinco famílias: Bothriuridae, Chactidae, Liochelidae e Buthidae; Esta última representa 60% do total, incluindo as espécies de interesse em saúde pública. Características Morfologia externa O corpo dos escorpiões é dividido em cefalotórax (prossoma) e abdome (opistossoma – mesossoma e metassoma); O prossoma: Possui os segmentos fundidos e recobertos por uma carapaça 4 pares de pernas; Mesossoma e metassoma: Possuem 7 e 5 segmentos, respectivamente, seguidos pelo télson com a glândula de veneno. Não há um pedicelo unindo cefalotórax e abdome como observado em aranhas; Na porção ventral do segundo segmento do pós-abdome dos escorpiões está presente um par de pectinas, que são estruturas sensoriais em forma de pente projetadas lateralmente. São animais quase sempre solitários, embora algumas espécies possam desenvolver algum grau de comportamento social; A interação intra-específica mais bem estudada e mais complexa é o comportamento de corte; Foi descrita pela primeira vez no início do século XIX e somente na década de 1950 foi descoberta a forma indireta de transferência do espermatóforo (espermatozoides); Para facilitar o encontro entre macho e fêmea, quando esta está receptiva, emite ferormônio que direciona o macho ao seu encontro. A- espermatóforo de Tityus brazilae. B- fêmea de T. mattogrossensis com filhotes após realizarem a primeira muda. C- escorpião partenogenético T. serrulatus com filhotes no dorso. D- T. kuryi comendo uma aranha da família Lycosidae. E- corte de T. neglectus. Reprodução O comportamento de corte dos escorpiões pode ser dividido basicamente em três fases: iniciação, dança e transferência de espermatozoides. Iniciação: fase rápida, reconhecimento específico e sexual; somente há prosseguindo se a fêmea estiver receptiva. Dança: macho estimula fêmea e reduz sua agressividade conduzindo-a em várias direções, segurando seus pedipalpos; exploração do ambiente para efetuar a deposição do espermatóforo (5 minutos ou até 48 horas). Transferência: macho abaixa seu mesossoma até que seu gonóporo toque o substrato escolhido, deposita o espermatóforo e puxa a fêmea, posicionando-a adequadamente sobre ele. Comportamentos pós-transferência em algumas espécies, como o consumo do espermatóforo e o canibalismo sexual (ganho nutritivo ou energético) que esse ato proporciona são observados O canibalismo sexual é o comportamento pós-cópula que mais chama a atenção dos pesquisadores. A gestação pode ser curta (2 meses), característica de alguns escorpiões da família Buthidae, ou extremamente longa (22 meses), ocorrendo em algumas espécies das famílias Ischinuridae, Scorpionidae e Diplocentridae; As ninhadas podem ser de 1 a 105 filhotes, que irão manter-se no dorso da mãe (cuidado parental) até a primeira ou segunda muda, quando se dispersam, isso leva de 5 a 30 dias dependendo da espécie; O tempo até alcançar a maturidade sexual, varia de seis meses a sete anos; A maioria das espécies vive entre 2 e 10 anos, mas alguns escorpiões podem chegar a viver 25 anos; Seu crescimento é dependente de fatores como temperatura e disponibilidade de alimento, sendo que os escorpiões têm maior longevidade em cativeiro do que em ambiente natural e fêmeas vivem mais que machos. Alguns escorpiões reproduzem- se assexuadamente por partenogênese, um fenômeno raro entre os quelicerados (exceto em ácaros), onde os óvulos se desenvolvem sem fecundação de um macho; Tal estratégia reprodutiva foi reportada para onze espécies em várias regiões do mundo, cinco delas com ocorrência no Brasil: Tityus metuendus, T. serrulatus, T. stigmurus, T. uruguayensis e T. trivittatus. Reprodução - Partenogênese Escorpionismo O envenenamento é causado pela inoculação de toxinas, através de aparelho inoculador (acúleo) de escorpiões, podendo determinar alterações locais (na região da picada) e sistêmicas; Das 1.500 espécies conhecidas no mundo, apenas cerca de 25 são consideradas de interesse em saúde; No Brasil, onde existem cerca de 100 espécies de escorpiões, as responsáveis pelos acidentes graves pertencem ao gênero Tityus. O que ocorre quando alguém é picado por um escorpião? Como proceder em caso de acidente? O que fazer? Limpar o local com água e sabão; Procurar orientação médica imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente (UBS, posto de saúde, hospital de referência); Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde pois a identificação do escorpião causador do acidente pode auxiliar o diagnóstico (soro antiescorpiônico). O que não fazer? Não amarrar ou fazer torniquete; Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções; Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada; Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina, querosene, etc, pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro. Medidas preventivas Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; Examinar e sacudir calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; Afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; Não acumular lixo orgânico, entulhos e materiais de construção; Limpar o domicílio, observando atrás de móveis, cortinas e quadros; Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros, meia-canas e rodapés. Utilizar vedantes em portas, janelas e ralos. Limpar locais próximos das casas, evitando folhagens densas junto delas e aparar gramados. Crendices e perguntas mais freqüentes Ordem Acari Ácaros, carrapatos e “micuins”; 30.000 espécies; Encontrados por todo o mundo; Grupo mais diversificado dos quelicerados: Comportamento; Ambientes (terrestres, aquáticos e parasitas); Forma e estrutura do corpo; Habitat: Terrestres: solos, sob folhas, material em decomposição e plantas; Aquáticos: marinhos e de água doce; Parasitas: vertebrados e invertebrados. Sucesso evolutivo! Ácaros aquáticos: Classificação 3 grupos: Opilioacariformes: Ácaros mais primitivos; Onívoros e predadores; Habitat: florestas tropicais e habitas temperados áridos; Classificação Duas famílias representantes: Ixodidae: Carrapatos-duros (escudo esclerotizado); Parasitam répteis, aves e mamíferos; Argasidae: Carrapatos-moles (ausência do escudo esclerotizado); Aves e mamíferos. - Habitat terrestre - Predadores de pequenos invertebrados - Forésia. Ex: mosca- branca - Carrapatos Membros representantes 3 grupos: Parasitiformes: Formas de vida livre, simbiontes e parasitismo; Ixodidae Argasidae Mosca-branca: Bemisia tabaci Classificação 3 grupos: Acariformes: Agrupa a maioria das espécies; Vida livre: Habitat terrestres: solo, matéria orgânica em decomposição, musgos, líquens, folhas, fungos, etc; Habitat aquáticos: água doce e marinhos; Alimentação: Herbívoros, micófagos, suspensívoros, parasitas e carnívoros. Morfologia externa Gnatossoma Idiossoma Reprodução Dióicos; Ovíparos; Transferência indireta dos espermatozoides na maioria das espécies: Espermatóforos; Injetados nas fêmeas pelas quelíceras; Pênis nos Actinotrichida (superordem); Desenvolvimento indireto: Larva, protoninfa, deutoninfa, tritoninfa e adulto. Pragas agrícolas: Importância econômica Brevipalpus phoenicis – Leprose do citros Mononychellus planki – ácaro verde em soja Neoseiulus californicus predandoTetranychus urticae Controle Biológico: Phytoseiulus predandoTetranychus urticae Importância econômica Varroa destructor Prejuízos na apicultura: Importância econômica Parasitas – Demodex folliculorum: Importância médica-veterinária Alergias respiratórias: Importância médica-veterinária Parasitas – Demodex canis: Importância médica-veterinária Febre maculosa – carrapato-estrela ou micuim: Importância médica-veterinária Opiliões; 5.000 espécies; Morfologia: Opistossoma reduzido; Quelíceras pequenas e pedipalpos longos; 2-20 cm de comprimento; Machos possuem pênis (cópula direta); Glândula repugnatórias; Habitat: Regiões de clima tropical e temperado; Vivem em lugares úmidos e sombreados (folhiço, troncos, rochas e cavernas); Alimentação: Pequenos invertebrados; Animais mortos; Matéria vegetal; Ingerem partículas sólidas e alimento liquefeito. Ordem Opiliones Uropígios ou escorpiões-vinagre; 100 espécies (grupo menos numeroso); Morfologia: Prossoma com carapaça dorsal; Mesossoma; Metassoma curto com o flagelo; Quelíceras pequenas e pedipalpos bem desenvolvidos; Pernas anteníferas (1º par – sensorial); Glândulas repugnatórias (ácido acético); Tamanho máximo de 10 cm; Habitat: Regiões tropicais e semi-tropicais; Vivem em lugares muito úmidos (rochas, folhiço e tocas); Animais noturnos; Alimentação: Pequenos invertebrados. Ordem Uropygi Vista dorsal Vista ventral Pseudoescorpiões; 3.300 espécies; Morfologia: Prossoma e opistossoma; Possuem glândulas de seda nas quelíceras e glândulas de veneno nos pedipalpos; Não há télson; Tamanho: 10 mm de comprimento; Habitat: Cosmopolita: Rochas, folhiços, solo, frestas e sob cascas de árvores; Alimentação: Invertebrados; Comportamento social complexo (Paratemnoides nidificator): Vivem em sociedade; Caçam em conjunto; Sacrifício materno. Ordem Pseudoescorpiones p ro s s o m a o p is to s s o m a
Compartilhar